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MIT Revista 56

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Page 3: MIT Revista 56

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4 [Mitrevista] dezembro 2014

Henri Cartier-Bresson (1908-2004) é considerado por muitos o mais

importante fotógrafo do século 20. Fundador, com Robert Capa (1913-

1954) e David Seymour (1911-1953), da prestigiosa agência Magnum, a

primeira cooperativa de fotojornalismo do mundo, ele jamais utilizou

um filme colorido – daí o subtítulo de nossa capa. Reza a lenda que certa vez os amigos

conseguiram colocar às escondidas um deles na Leica de Cartier-Bresson. Mas ele

descobriu e velou a película. Nesta edição, fizemos o contrário: revelamos a você boa parte

da vida e da obra do mestre francês, por meio do texto primoroso de Roberto Muggiati e de

imagens que falam por si mesmas.

Revelamos também os segredos escondidos ao longo da Rio-Santos, entre

Caraguatatuba (SP) e Paraty (RJ): praias desertas, enseadas paradisíacas, vilas de

pescadores ainda intocadas, um bom programa para suas aventuras de verão. E, já

que falamos em aventura, não perca o perfil de Karina Oliani, a mais nova atleta 4x4

da Mitsubishi: médica socorrista, apresentadora de TV, ela já subiu o Everest, pilota

helicópteros, mergulha com tubarões e se prepara para ser a primeira astronauta brasileira.

Trazemos ainda o Pantanal na visão de um de seus mais célebres habitantes: o músico,

violeiro e fazendeiro Almir Sater, com fotos exclusivas de Marina Bandeira Klink. Confira

também as novidades do recém-lançado Mitsubishi Pajero Full 2015, carro sinônimo de

luxo e resistência desde que foi lançado – e até hoje absoluto detentor da inédita marca de

12 vitórias na prova off-road mais exigente do planeta, o rali Dakar.

Os ralis e provas on-road da Mitsubishi, já que tocamos no assunto, param neste fim

de ano para retornar em 2015. Mas eles voltam cheios de novidades, como você verá nas

páginas do caderno Universo Mitsubishi – aproveite as férias para ir se preparando para

um ano novo cheio de emoção. No asfalto e fora dele.

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8 [Mitrevista] dezembro 2014

sumário

78

foto de capa: alain nogues / corbis / latinstock

46o clique zen de cartier-bressonUm biógrafo o chamou de “o olhar do século”.

Com sua Leica na mão e a cabeça feita, correu

o mundo, fotografou crises e celebridades

e fixou momentos mágicos do cotidiano

54PolivalenteEscalar o Everest, pilotar helicóptero, trabalhar

em pronto-socorro, mergulhar com tubarões.

Para Karina Oliani, só falta mesmo ser astronauta

62off rio-santosA bordo de uma Mitsubishi L200 Triton –

e a pé, de barco e de caiaque – revelamos

as praias mais escondidas e desertas da

estrada entre São Paulo e o Rio de Janeiro

70quase um outro PlanetaAssim é o Pantanal Mato-Grossense na

definição de um de seus mais conhecidos

moradores, o cantor e violeiro Almir Sater

78full of lifeE não só isso: o novo Pajero 2015 é full

of style, full of energy, full of adventure,

full of comfort, full of dreams...

93universo mitsubishiSaiba tudo o que aconteceu nas etapas

finais do MotorSports, do Outdoor,

da Cup, da Lancer Cup, do Lancer

Evo Day e do Fun Day

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12 13[Mitrevista] dezembro 2014

PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor André [email protected] de Publicidade e Novos NegóciosMarco Taconi [email protected] Otero Lara Filho (Buga)[email protected] de NegóciosFernando Bonfá[email protected]

REPRESENTANTES

BBI PublicidadeInterior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833Tel. (16) 98110-1320

GRP - Grupo de Representação PublicitáriaPR – Tel. (41) 3023-8238SC/RS – Tel. (41) 3026-7451

Media Opportunities Comunicação Ltda.DF – Tel. (61) 3447-4400MG – Tel. (31) 2551-1308RJ – Tel. (21) 3072-1034

DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVOGerenteAndrea Barbulescuandreabarbulescu@customeditora.com.brAssistenteAlessandro [email protected] FinanceiraCarina [email protected]

Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem108.300 exemplares

Auditado por

Custom Editora Ltda.Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200Tel. (11) 3708-9702E-mail: [email protected]

ATENDIMENTO AO [email protected] ou tel. (11) 3708-9702

MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOREm caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo

REDAÇÃODiretor Editorial

Fernando [email protected]

Redator-chefe Henrique Skujis

[email protected]órter

Juliana [email protected]

EstagiárioRaphael Alves

[email protected]

ARTEDiretor

Ken [email protected]

Editora Karen Yuen

[email protected]

Guilherme [email protected]

Prepress Roberto Quevedo

[email protected]

Projeto Gráfico Alessandro Meiguins e Mariana Henriques

PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENSRita Selke

[email protected]

COLABORARAM NESTE NÚMEROTexto

Alessandra Lariu, Eduardo Petta, Luís Patriani, Marcello Borges, Patricia Broggi, Pedro Henrique

Araújo, Renato Góes, Roberto Muggiati, Walterson Sardenberg So, Xavier Bartaburu

Fotografia Adriano Carrapato, Cadu Rolim, Carol da Riva,

Edson Fernando Castro (Prime Comunicação), Fabio Bustamante, Fred Hoffman, Gustavo Epifano, Henri

Cartier-Bresson (Magnum Photos), Louisa Gouliamaki (AFP Photo/Other Images), Marcio Machado, Marcos Méndez (Sailstation.com/Brazil Photo Press),Marina

Bandeira Klink, Ricardo Leizer, Ricardo Rollo, Sergio Chvaicer, Tom Papp

Vídeo Atrás da Moita Filmes

Ilustração Pedro Hamdan

Infografia Paulo Nilson

ProduçãoAdriana Tanaka

Revisão Goretti Tenorio

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Publicação trimestral da Custom Editora Ltda.Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A.

CONSELHO EDITORIALAndré Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva,

Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli

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Page 13: MIT Revista 56

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Page 14: MIT Revista 56

14 [Mitrevista] dezembro 2014

Walterson Sardenberg Sº foi diretor de

redação da revista Náutica. Chegou até a

disputar uma regata Santos-Rio, no fim dos

anos 1980. O barco terminou a prova em 9º

lugar. “Estava fazendo uma reportagem e só

ajudei a tripulação quando o veleiro adernou

muito e tive de participar do contrapeso”, diz

este jornalista com passagens por Brasileiros,

Placar e Próxima Viagem. Aqui, além das seções

Terra, Água e Ar, Berg escreve justamente sobre

um veleiro: o pequeno e veloz Hobie Cat.

Jornalista e músico, Xavier Bartaburu

escreve sobre viagens, meio ambiente e cultura

popular. Já percorreu o Brasil todo e visitou mais

de 30 países produzindo reportagens. Perfilar a

médica-apresentadora-viajante-mergulhadora-

montanhista Karina Oliani nesta edição foi

um reencontro com as aventuras

e os lugares sobre os quais costumava escrever

nos tempos da extinta revista Terra, da qual

foi editor por mais quase dez anos.

Célebre como músico, compositor e ator, Almir Sater fala sobre o Pantanal Mato-Grossense,

sua terra natal, com a clarividência de quem

conhece cada palmo daquele chão alagado.

Integrante da Comitiva Esperança na década

de 1980, ajudou a explicar a região a partir da

pesquisa poética do modo de vida pantaneiro.

Em 1990, estreou na novela Pantanal

para, no ano seguinte, conquistar o público

interpretando Zé Trovão, protagonista de

outra novela de sucesso.

Coube à fotógrafa Marina Bandeira Klink

ilustrar a narrativa do cantor e compositor

Almir Sater sobre o Pantanal. Sobrinha-neta do

poeta Manuel Bandeira e mulher do navegador

Amyr Klink, Marina esteve na fazenda de Almir

e capturou a essência do compositor. “Não

conhecia o homem generoso que se revelou em

seus depoimentos espontâneos”, diz Marina,

que sobrevoou a região, acompanhou comitiva

de gado e precisou abrir muita porteira.

Roberto Muggiati é do tempo em que

a molecada colocava um rolo de filme na

máquina, clicava e revelava no laboratório da

esquina sua visão do mundo em retângulos

mágicos. Fez as primeiras fotos aos 12 anos,

em Jacarezinho (PR). Conheceu os mestres da

imagem, de Caravaggio a Capa. Jornalista aos

16 anos, com 30 tornou-se este ser anfíbio:

editor de revista ilustrada. Para ele, uma foto

vale mais que mil palavras. Ainda mais se for de

Cartier-Bresson, a quem perfila nesta edição.

De tanto sair pelo mundo, o jornalista Luis Patriani especializou-se em reportagens de

viagens e meio ambiente. Com passagem pelas

revistas Terra, Próxima Viagem e Lonely Planet,

além de colaborar com a National Geographic

Brasil, é autor do livro Paraíba do Sul, História

de um Rio Sobrevivente. Aqui, Patriani viajou de

L200 Triton pelos locais secretos da Rio-Santos.

“É surpreendente encontrar praias selvagens

e desertas no litoral norte de São Paulo.”

colaboradores

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18 [Mitrevista] dezembro 2014

o chão sob nossos pés {por Walterson Sardenberg So}18

terra

cor

bis

/ lat

inst

ock

o deserto salgado de bonneville pode ser nada ou tudo —

dependendo de quem o observa. não se trata de filosofia

barata. Encravado no estado americano de Utah, já

próximo da divisa com nevada, o lugar é um nada por um

motivo simples: não tem nenhuma casa, nem construção, nem vege-

tação e, em alguns períodos do ano, nem alma viva. para geólogos,

produtores de cinema e fãs do automobilismo, no entanto, bonneville

é o máximo. Uma preciosidade.

no caso dos cientistas, esse apego se deve às peculiares carac-

terísticas dessa área de 260 quilômetros quadrados — maior que a

das cidades de natal (170) e João pessoa (211). Explica-se: há 15 mil

anos, bonneville era um lago salgado. Um processo milenar, combi-

nando evaporação da água com baixa umidade do ar, transformou-o

em um espaço branco a perder de vista. Tornou-se, assim, cenário

ideal para filmes, em especial de ficção científica. Incluam-se na lista

Independence Day e Warlock-O Demônio, entre dezenas de outros.

os adeptos do automobilismo, por sua vez, amam bonneville

porque esse descampado plano é o terreno ideal para testar bólidos

e bater recordes de velocidade. A propósito: a marca atual pertence

ao protótipo Thrustscc. pilotado pelo britânico Andy Green, chegou

a brutais 1.228 km/h. Em geral, os festivais de velocidade têm

inscrições abertas a todo vivente disposto a acelerar até a lona. Eles

acontecem em agosto, setembro e outubro, quando bonneville é

tudo. o local, diga-se, foi o cenário do filme criado pela agência Africa

para o Mitsubishi All new outlander no início deste ano.

Wendover, a cidadezinha mais próxima, não dá conta da quantida-

de de hóspedes durante os festivais. sem problemas. o município é

vizinho de casa geminada de West Wendover, em nevada, onde estão

instalados confortáveis hotelões. A mudança de estado, no caso, al-

tera tudo. Utah tem maioria mórmon e um punhado de leis estranhas

— são proibidas, por exemplo, relações sexuais entre primos, a não ser

que os envolvidos tenham ao menos 65 anos. nevada, ao contrário,

mais liberal, é o estado dos EUA com o maior número de cassinos.

West Wendover oferece vários. Melhor não entrar com tudo, claro. há

sempre o risco financeiro de transformar esse tudo em nada.

pé na tábuabonnEvIllE, EsTAdos UnIdos, é o lUGAr EM qUE sE dIspUTAM os rEcordEs dE vElocIdAdE do AUToMobIlIsMo

Serviçobonneville salt Flats fica a cerca de 140 quilômetros de salt lake city, em Utah. É melhor hospedar-se em West Wendover, no estado vizinho de nevada. o Montego bay casino resorts (www.wendoverfun.com) tem 552 quartos. Fica na Wendover boulevard, 100, tel. (0-775) 664-4800. Diárias para casal a Us$ 220.

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Page 19: MIT Revista 56

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Page 20: MIT Revista 56

20 [Mitrevista] dezembro 2014

a essência da vida no planeta {por Edu Petta}20

agua´

em setembro de 1944, quando já dominavam a segunda

Guerra Mundial, os estados Unidos começaram a varrer a

frota marítima japonesa que ainda atormentava os países

asiáticos. em 21 de setembro, afundaram dezenas de navios

inimigos na baía de Manila, capital do arquipélago das Filipinas, país

do sudeste asiático formado por sete mil ilhas e habitado por mais de

100 milhões de habitantes. naquele dia, 12 embarcações consegui-

ram escapar do massacre e rumaram 300 quilômetros rumo sul até

o que parecia o refúgio perfeito: a ilha de coron. ali, esconderam-se

entre lagoas emolduradas por altos paredões rochosos.

o alívio dos japoneses, no entanto, durou pouco. no dia 24, a es-

quadrilha ianque deu cabo definitivo da armada oriental. setenta anos

depois, imersos em uma água cristalina que permite visibilidade de 25

metros, forrados de corais coloridos e habitados por uma exuberante

vida marinha, os esqueletos dos navios naufragados fazem a cabeça

de mergulhadores do mundo todo. algumas carcaças, como a do Lu-

song Gunboat (de 28 metros), podem ser visitadas pelo mais iniciante

mergulhador, de snorkel mesmo. para explorar outras, como a do

Akitsushima Maru, de 118 metros, é preciso experiência – seus restos

imortais repousam a 40 metros de profundidade. segundo a revista

Forbes, estamos falando de um dos dez melhores pontos de mergulho

do mundo, onde, além de polvos e arraias, tubarões-baleia dão o ar da

graça no primeiro trimestre do ano.

apenas mil pessoas vivem em coron – são chamadas de tagba-

naufrágio em águas calmasna ilha de coron, nas Filipinas, 12 navios japoneses aFUndados na seGUnda GUerra MUndial FazeM a aleGria dos MerGUlhadores

foto

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a

SErviçoPara chegar a coron é preciso voar de Manila para Busuanga (sente-se na janela!). a cebu Pacific airlines (www.cebupacificair.com/id-en) opera voos diários a partir de u$ 200. Quem não liga pra luxo pode dormir na rústica e especial pousada da sea dive (www.seadiveresort.com). Quem busca mais sofisticação deve optar pelo sophias garden resort (www.sophiasgardenresort.com).

nuas. proibidos de dormir na ilha, forasteiros devem se hospedar na

cidade homônima, na ilha Busuanga, a meia hora de barco. para quem

não quer mergulhar, coron oferece dezenas de praias e lagoas. Basta

alugar uma banka, embarcação local, e combinar com o barqueiro o

preço, o itinerário e o cardápio do passeio. não haverá bombardeiros

americanos sobre sua cabeça para lhe tirar o sossego em um dos

melhores lugares do mundo para curtir a vida dentro e fora d’água.

Acima, a Secret Lagoon. Nesta foto, mergulho nos restos do Lusong

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Page 21: MIT Revista 56

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Quando fi nalmente agendei o encontro, soube que era minha grande chance. Fiz a mala e tomei

o cuidado de incluir o material da minha apresentação e um projetor. Na área de retirada de

bagagens, percebi que todas as malas na esteira estavam ensopadas, devido a forte chuva

que caía lá fora. À medida que a minha bagagem se aproximou, constatei que não estava em

melhores condições do que as demais; parecia que tinha caído numa poça d’água Comecei a

ficar preocupado, com a possibilidade do material da minha apresentação estar

danifi cado. Peguei a mala e abri o zíper, esperando o pior, para minha surpresa, tudo estava

seco. Fiquei aliviado e para completar, minha apresentação foi um grande sucesso.

Sou muito grato ao compromisso que a Victorinox tem com a qualidade. Minha mala nunca me

decepcionou.

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22 [Mitrevista] dezembro 2014

aro mundo visto do alto {por Walterson Sardenberg So}22

A ilha de Zakynthos, na Grécia, é uma velha conhecida. Foi

mencionada no poema épico Ilíada, de Homero, há quase

três milênios. Depois, viveu sob o jugo romano, bizantino,

siciliano, napolitano e turco. Ou seja, meio mundo tirou sua

casquinha. Mais tarde, ao longo de três séculos, esteve sob o domínio

da República de Veneza — o que ainda se percebe na arquitetura de

suas cidades. O mais estranho de toda essa história: Navagio, a praia

mais famosa de Zakynthos, considerada uma das mais espetaculares

do planeta, só foi descoberta em 1980. Tem cabimento?

Está certo que a praia é um ponto isolado. Fica em uma diminuta

enseada, muito bem protegida por rochas escarpadas de 200 metros

de altura, distante das áreas urbanas e sem acesso por terra. Só se

chega de barco. Ainda assim, parece inverossímil que Navagio tenha

permanecido desconhecida no decorrer de milênios. Mesmo porque a

ilha de Zakynthos, embora grande — tem 406 quilômetros quadrados,

pouco mais que a nossa Ilhabela —, está fincada em área de intensa

navegação no mar Jônico, bem de frente para o sul da Itália.

Navagio foi descoberta quando a polícia marítima grega perseguia

o navio Panagiotes, que transportava contrabando de cigarros e

bebidas no trajeto Itália-Turquia, em dia de tempestade. Em rota de

fuga, a embarcação encalhou na pequena enseada. Aliás, sua carcaça

está lá até hoje. Daí o nome da praia. Navagio quer dizer “naufrágio”,

em grego. De 1980 para cá, a praia de fundo calcário e águas trans-

parentes tornou-se destino de barcos de todos os tamanhos. Muitos

trazendo a bordo gente trajada como Dionísio gosta.

Não são esses visitantes, porém, os mais atirados. Mas sim os

adeptos do base jumping, prática que consiste em saltar de penhas-

cos, prédios, pontes e antenas, curtir alguns segundos de voo livre e

só então abrir o paraquedas. Não se trata de esporte para iniciantes,

ressalve-se. É preciso mais do que coragem. Seja como for, ao saltarem

sobre Navagio, os cobrões do base devem se sentir como no verso “Em

torno ao coração, o prazer voa”. Da Ilíada de Homero, por sinal.

Como Dionísio gostaSAlTAR DO pENHASCO NA IlHA DE ZAkyNTHOS, NA GRÉCIA, É pARA pOuCOS E bONS

Serviçoa ilha está a 45 minutos de voo de atenas. Para mover-se em terra firme, o mais prático é alugar um scooter, a 35 euros por dia. o recém-reformado hotel strada marina, www.stradamarina.gr, tel. (30/269) 504-2761, na cidade de Zakynthos (também chamada pelo nome italiano de Zante), tem piscina na cobertura e acena com diárias a 110 euros.

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Page 25: MIT Revista 56

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Page 26: MIT Revista 56

26 [Mitrevista] dezembro 2014

a bagagem do aventureiro {por Walterson Sardenberg So}

porta-malas26

temperatura máximaSaiba a hiStória doS grandeS cláSSicoS para relaxar neSte verão

É curiosa a insistência em algumas invenções que não deram certo. a capa

de plástico para cds. ou aqueles secadores elétricos de mão, comuns nos

toaletes dos aeroportos internacionais. tão ou mais instigante é tentar

entender por que algumas invenções que pareciam óbvias demoraram

tanto a aparecer, como a mala com rodinhas e o campeonato brasileiro com pontos

corridos. curiosas são, ainda, as histórias da invenções de maravilhas que tornam

os verões muito mais agradáveis: bermudas, biquíni, máscara e cilindro de

mergulho, pranchas de surfe e sandálias havaianas. todas elas, decididamente,

deram certíssimo.

caSo de eStudoSnas aulas de marketing, as havaianas costumam ser citadas entre os mais inspi-

rados e inspiradores cases (traduzindo: histórias bem-sucedidas do que os publi-

citários chamam de “reposicionamento de marca”). lançadas em 1962, como uma

livre adaptação das sandálias de dedo japonesas, padeciam, de início, da ausência

de glamour. os méritos eram pé no chão: não ter cheiro, não deformar e nem soltar

as tiras. até que os surfistas viraram fãs — e viraram a sola para cima. daí em diante,

as havaianas começaram a virar mania. Sucessivas campanhas inteligentes trans-

formaram a marca naquilo que os menos inspirados chamam de objeto do desejo.

pares de sandálias com acabamento de ouro e diamantes foram vendidos

por r$ 52 mil. ano a ano, as “legítimas” pisam macio nas novidades. as

deste verão incluem estampas de personagens da turma do Snoopy

e do desenho animado Frozen.

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Gastas e encardidas ou novas e reluzentes, as Havaianas, inspiradas em sandálias japonesas, viraram mania

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27[Mitrevista] dezembro 2014

Temperatura máximaSaiba a hiSTória doS grandeS cláSSicoS para relaxar neSTe verão

Shaper braSileiroo capitão britânico James cook, primeiro homem branco a desembarcar no havaí, achou

o máximo quando viu, naquele ano de 1776, um nativo deslizando nas ondas sobre um

pedaço de madeira. era o surfe. a madeira permaneceu como único material na fabricação

de pranchas até a década de 1940, já então com a adição da quilha. começava a era da

fibra de vidro — ainda que, à época, sem manobras radicais. hoje, as pranchas de ponta

são desenhadas em programas de computador e moldadas sobre núcleos de poliestireno.

Tudo sob o comando de shapers como o brasileiro Johnny cabianca, um dos melhores

no ofício e há mais de uma década na europa. ele desenha, entre outros, para o paulista

gabriel Medina, que, aos 20 anos, integra a elite do surfe internacional e é atleta 4x4

Mitsubishi. no brasil, as pranchas com a assinatura cabianca são produzidas pela F-glass.

www.pranchasfglass.com.br

a priMeira MáScaradizem que a primeira máscara de mergulho de material flexível — no

caso, borracha — foi criada nos anos 1930 pelo piloto de aviação

americano guy gilpatric. radicado no sul da França, ele trabalhou como

instrutor de voo, jornalista e romancista. Foi uma figura romântica

— e isso aumentou sua fama. Mas a moderna máscara

de mergulho — tal como o automóvel e a guitarra

elétrica — não tem um único criador. Sabe-se,

isso sim, que o fabricante mais tradicional é a

cressi Sub. Já em 1938 os irmãos italianos egi-

dio e nani cressi, de gênova, faziam máscaras

do gênero, uma a uma. Seus produtos agradam,

em especial, aos adeptos do mergulho livre (o

ex-campeão mundial

de apneia Umberto

pelizzari, por exemplo) e da

caça submarina. para estes, o

lançamento mais recente é a nano.

Moldada em silicone, tem mínimo

volume interno (85 centímetros cúbicos),

fivelas de regulagem fina e lentes inclina-

das, para aumentar o campo de visão.

www.cressi.it

Guy Gilpatric inventou a máscara de borracha. Hoje, elas são de silicone, como a Nano, da Cressi

Da madeira sob os pés dos havaianos do século 18 para o poliestireno de pranchas do brasileiro Johnny Cabianca

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28 [Mitrevista] dezembro 2014

porta-malas28

O círculO das bermudasembora identificados com o frio — ou talvez por isso —, os ingleses tiveram

ótimas ideias para o verão. Na própria ilha, inventaram o banho de mar — em

brighton. ao ocuparem a índia, conceberam o gin tônica. Nas ilhas bermudas,

bolaram o traje do mesmo nome. Foi um francês, no entanto, quem criou

as bermudas mais aliciantes. seu nome: Fred Pryskel, um apaixonado por

carros. em saint-Tropez, no ano de 1971, ele lançou a Vilebrequin, então

restrita ao círculo da côte d’azur. O nome veio do virabrequim, engenhoca

que repassa a força motriz para o eixo dos automóveis. as bermudas de

Fred eram largas, confortáveis e tinham padronagens vibrantes. mais:

secavam com rapidez, pois confeccionadas com tecido próprio para

banho de mar — o mesmo das velas dos barcos. são assim até hoje,

embora a marca, difundida em 50 países, também contemple os mais

sóbrios, com tecidos sem

estampas. a Vilabrequin tem

uma loja no rio de Janeiro e

outra em são Paulo.

www.vilebrequin.com

muNdO sileNciOsOPara muita gente boa, Jacques cousteau foi aquele velhinho de boina

vermelha que fazia belos filmes sobre a fauna submarina. Não é assim

que passará para a história. em dupla com o conterrâneo Émile Gagnan,

o francês cousteau inventou o moderno mergulho autônomo, ao criar,

em 1943, uma engenhoca chamada aqualung. a partir daí, o ser

humano podia descer à vontade no “mundo silencioso” —

leia-se o fundo do mar. essa independência se deu graças

a um sistema em que o ar comprimido em alta pressão

de um cilindro passa por duas válvulas antes de ser

liberado para o mergulhador, na mesma pressão

do ambiente. Hoje, 1 milhão de pessoas por ano se

certificam em cursos de mergulho. a patente

dos cilindros de cousteau foi vendida à us

divers. um dos mais recentes fabricados

pela empresa é o s80. Forjado em alumínio,

tem capacidade de 12 litros, o bastante para

abastecer um mergulhador a 10 metros de profun-

didade por quase uma hora.

www.usdivers.com

A Vilebrequin, criada por Fred Pryskel em 1971, surgiu com cortes largos e padronagens vibrantes

Em 1943, Cousteau deu ao mundo o cilindro de ar comprimido. O modelo do momento é o S80, da US Divers

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29[Mitrevista] dezembro 2014

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Duas-peçasum ano após o fim da segunda Grande Guerra, os estados unidos reafirmaram seu poder atômico realizando testes

nucleares ao largo das ilhas Bikini, no pacífico sul. Queriam demonstrar qual país era o umbigo do mundo. aproveitan-

do a ocasião — e o nome —, o costureiro francês Louis Réard lançou, também naquele ano de 1946, uma novidade

detonante: o primeiro biquíni. Dois anos depois, a bela alemã Miriam etz, radicada no Rio de Janeiro, foi a pioneira no

traje em areias nacionais — as da praia do arpoador. a rigor, o biquíni seria chamado, anos a fio, de “duas-peças”. só na

década de 1960, conforme a liberdade de costumes aumentava — e as peças diminuíam —, o batismo pegou de vez.

pouco a pouco, um certo país ao sul do equador mostraria onde estava o epicentro do melhor desenho de biquínis.

Marcas brasileiras internacionais, do talhe de Jo de Mer e adriana Degreas, confirmam essa posição.

www.jodemer.com.br www.adrianadegreas.com.br

Louis Réard pegou carona nos testes nucleares

dos EUA para batizar sua criação, o biquíni

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QI elevadoIntelIgêncIa é o mote destes cInco gadgets

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ção

objetos do desejo com alta tecnologIa {por Alessandra Lariu, de nova York}

30 [MitrevistA] dezembro 2014

PegA LAdrão!se roubarem sua bicicleta,

o bikespike há de encontrá-la. Por meio de um gPs, o aparelho,

instalado no quadro, localiza a magrela e envia sinais para você e para quem você

tiver cadastrado. o sistema serve ainda para monitorar a criançada. e também envia

sinais para as pessoas cadastradas em caso de suspeita de acidente. http://bikespike.com/

“seM” fiocom espaço para dois celulares e dois tablets, o Kinodai é

ideal para quem não gosta de fios soltos na hora de carre-gar os aparelhos. Feito de madeira, ele esconde os fios e fica

parecendo um enfeite. http://matomeno.com/10171.html www.drinksoma.com

Não digite A suA seNhAcom o myris, você não precisará mais criar (e lembrar) senhas. basta plugá-lo no computador e olhar para sua lente. ele fotografará sua íris e lhe abrirá as portas sem que você precise digitar nada. além da praticidade, é extremamente seguro: a chance de similaridade entre duas íris é de uma em 1,5 milhão. www.eyelock.com/index.php/products/myris

go, dJ! com o adaptador slussen, ficou mais fácil ser dj. além de permitir ligar o iPhone simultaneamente a fones de ouvido e a caixas de som, ele tem um software para fazer os remixes. www.urbanears.com/headphones/slussen/slussen-petrol/

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Page 31: MIT Revista 56

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32 [Mitrevista] dezembro 2014

A históriA de objetos que nAscerAm pArA superAr obstáculos {por Walterson Sardenberg So}

32 clássicos 4x4

o gato voadorpequeno e espArtAno, o veleiro hobie cAt tornou-se um símbolo de emoções fortes

para muita gente boa velejar é refestelar-se em um barco com to-

das as comodidades, navegando águas serenas em velocidade de

cruzeiro. se essa calmaria corresponde ao seu ideal de vida, então

esqueça o hobie cat. este pequeno catamarã — ou seja, uma

embarcação com dois cascos interligados, também chamados de bananas —

não tem cabine, nem conforto. e muito menos frescura. em compensação,

sobra velocidade. o barquinho vai além dos 18 nós, o que, neste caso, equi-

vale a 150 km/h em terra firme. “o hobie cat é para quem adora emoções

fortes”, resume o advogado pernambucano mario roberto dubeux. “vejo

este veleirinho como um estilo de vida. É a harley-davidson da vela.”

dubeux começou a navegar em um hobie cat aos 14 anos. hoje, aos

50, é o vice-presidente da Associação brasileira da classe hobie cat. sua

história assemelha-se em paixão pelo barquinho à do empresário paulista

beto pandiani, 54 anos. embora este último tenha levado esse apego bem

mais longe — ao pé da letra. betão, como é conhecido entre os amigos,

comprou o seu primeiro veleiro, um hobie cat 16, aos 22 anos. transfor-

mou o hobby em profissão. em 1989, tornou-se o primeiro estrangeiro

a conquistar o campeonato americano dessa classe da vela. depois, com

barcos similares e em dupla com outros velejadores, realizou façanhas

inéditas, como o contorno da América do sul e uma jornada de nova York à

Groenlândia. enfim, meses dormindo ao relento, em lugares com um frio tão

insistente quanto canal de compras na tv. tudo consequência do primeiro

passeio com um hobie cat. betão revela: “fiquei empolgado quando senti o

barquinho voando no mar, com um casco na água e o outro no ar”.

barcos diminutos com casco duplo são usados por pescadores no

Hobie Alter, o criador do Hobie Cat, morreu em março deste ano

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Um Hobie em ação: a emoção de ter um casco no mar — e o outro em pleno ar

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33[Mitrevista] dezembro 2014

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Pacífico Sul há séculos. Foi baseado nessas embarcações que o californiano

Hobart Alter, então com 35 anos e já famoso pelas pranchas de fibra de

vidro, desenhou em parceria com um amigo e empregado, Gordon Clark, o

Hobie Cat 14, protótipo criado em uma garagem. O nome tem fácil explica-

ção. Hobie era o apelido do autor — que morreu em março, aos 80 anos. Cat,

uma abreviatura de catamarã. Já o 14 corresponde à medida do barco em

pés. São 4,27 metros de comprimento — o mesmo de uma perua Kombi.

para qualquer praiaCorria o ano de 1968 e o Hobie 14, com uma só vela, pesando cerca

de 110 quilos e feito para ser manejado por um único velejador, teve tal

êxito de vendas que, dois verões mais tarde, despontaria o modelo de 16

pés. Esse sucessor é, ainda hoje, o mais procurado, feito para ser tripulado

em dupla e com duas velas. “Hobie Alter queria um barco simples, veloz e

prático”, diz o engenheiro e velejador Márcio Dottori, diretor técnico da revista

Náutica. “A grande sacada é a ausência de leme e bolina na área submersa

do barco. As bananas cumprem a função de dar rumo ao veleiro. Sem grande

volume debaixo do casco, ele pode entrar e sair de qualquer praia.” Por isso,

ficou conhecido como beach cat.

De início, os puristas estrilaram. O veleirinho dificulta a manobra de dar

bordo — ou cambar —, aquela em que o velejador vira o barco de lado, pas-

sando a proa por onde o vento está vindo. Outra reclamação: a imensa área

vélica é desproporcional às dimensões dos cascos. “Mas é justamente isso

que torna o barco tão veloz”, pontua Betão Pandiani. Apesar dos detratores,

o Hobie Cat tornou-se classe oficial dos Jogos Pan-Americanos. O mesmo

não se deu na Olimpíada, embora mais de 135 mil Hobie Cats 16 singrem

mundo afora. “Quem define os barcos olímpicos são os europeus”, avalia

Dubeux. “Eles inventaram um outro catamarã, o Nacra, com 17 pés. Tem

bolina e balão, a vela de proa. Este virou classe olímpica.”

Ainda nos anos 1970 o Hobie Cat, nas versões de 14 e 16 pés, come-

çou a ser fabricado no Brasil pelo estaleiro Coast Catamaran, em Embu, a 28

quilômetros de São Paulo. Mais tarde, a produção passou para as mãos do

velejador Daan van der Klugt, do estaleiro Fishing, que, já nos anos 2000,

desistiu do encargo, optando por lanchas, um mercado mais próspero. O

resultado: hoje, quem quiser adquirir um modelo novinho terá de comprar

importado. Um Hobie Cat 14, com cascos americanos e ferragens europeias,

custa em torno de R$ 25 mil, já com a burocracia de importação. O de 16

pés, todo fabricado nos Estados Unidos, sai por R$ 35 mil.

Quem importa é a Hobie Cat Brasil (www.hobiecat.com.br). “Hoje, a maio-

ria dos cascos é fabricada em polietileno rotomoldado, bem mais resistente

que a fibra de vidro”, conta Dottori. Felizmente, há um ativo mercado de Hobie

Cats usados. Dá para encontrar, em bom estado, um modelo de 16 pés por

R$ 15 mil. Conforto não está incluído no preço. Emoção, sim — e muita.

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Page 34: MIT Revista 56

34

1. sun carePara bloquear o sol, a designer usa a maquiagem mesmo: skinceuticals Broad spectrum SPF 50 e o pó Fotoprotetor IsDIn compact SPF 40. Para completar o make, passa uma camada de máscara para cílios It-Lash Dior addict (0800170506).R$ 110 (pó)R$ 149 (máscara)

2. rosto Antes de dormir, Marina retira a maquiagem com o Sensibio H2O, Solution Micellaire, Peaux Sensibles, da Bioderma (www.bioderma.com): “É supereficiente e não irrita os olhos.”U$ 31,31

3. Mãos Marina prefere cores fortes, como o vermelho e o azul-marinho. Ela adora os esmaltes Louboutin (www.christianlouboutin.com), mas é fã também dos nacionais, como Colorama.€46

4. caBeLo Ela aplica nas pontas o finalizador SH-RD, Protein Cream, da n.P.P.e. Hair care (www.nppehaircare.com). “Hidrata, sela as pontas e fortalece os fios.”R$ 176

5. corPoA designer gosta das body lotions da Jo Malone, que “têm um perfume maravilhoso”. Quando precisa de mais hidratação, usa o Huille “Tonic”, Super Tonifiante, da clarins (SAC 0800743440).R$ 204

[MItrevIsta] dezembro 2014

34 porta-luvasbElEzA SEMPRE AO AlCAnCE DAS MãOS {por Patrícia Broggi}

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çãoDicas valiosas

A DESignER DE JOiAS MarIna vIcIntIn DiviDE AQUi SEUS SEgREDOS DE bElEzA

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Page 35: MIT Revista 56

novidades de alta tecnologia do universo mitsubishi {por Pedro Henrique Araujo | ilustrações Pedro Hamdan}

as últimas da mitsubishium satélite, um prédio elétrico, um metrô mágico, um aeroporto mais inteligente...

saiba o que a marca dos três diamantes anda realizando mundo afora

35 mit hi-tech

atmosfera vermelhaa mitsubishi electric vai enviar um satélite para o espaço em 2017. o gosat-2, produzido em parceria com o ministério do meio ambiente do Japão, circulará o planeta para pesquisar os níveis de monóxido de carbono, dióxido de carbono, metano, oxigênio e vapor de água na atmosfera. o sistema contará com uma série de instrumentos avançadíssimos. o resultado contribuirá na luta contra o aquecimento global anunciada pelo governo japonês na conferência de mudança climática da onu, em varsóvia (polônia), no ano passado. extremamente seguro na captação de dados e pesando quase 2 toneladas, o satélite será colocado em uma órbita sincronizada com o sol e terá vida útil de cinco anos.

www.MitsubishiElectric.com/news/2014/0409.html

mitsubishi electric

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Page 36: MIT Revista 56

hi-tech

Movido a sola Mitsubishi Motors corporation segue firme na luta para reconstruir as províncias japonesas atingidas pelo terremoto de 2011. a novidade é o desenvolvimento de uma estação solar de carregamento de veículos elétricos usados na indústria agrícolas e de pesca da província de Wakayama, no oeste do país. a estação armazena a energia em uma bateria de lítio-íon que carrega os veículos. o projeto faz parte de um plano de revitalização feito em parceria entre a marca dos três diamantes e o Ministério da agricultura, silvicultura e Pesca do Japão.

www.mitsubishi.com/mpac/e/monitor/back/1406/green.html#a

MitsUBishi MotoRs coRPoRatioN

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Trio eléTricoA Mitsubishi chemical e a Taisei corporation desenvolveram o primeiro prédio do mundo com paredes externas que geram energia usando células fotovoltaicas orgânicas. o edifício, na cidade de Yokohama, tem painéis solares no telhado e em três de suas laterais. eles ainda são mais caros e menos eficientes, mas são flexíveis, mais leves, finos e, por isso mesmo, podem ser montados em lugares nos quais os modelos tradicionais nem sempre se adaptam bem. A Mitsubishi chemical pretende iniciar a fabricação em massa desses painéis em 2015.

www.mitsubishi.com/mpac/e/monitor/back/1408/green.html#b

MiTSUBiSHi cHeMicAl

Freio Mágicoos trens que passam pela estação Myoden, em Tóquio, possuem um sistema que transforma a energia gerada pelos freios em energia cinética. A tecnologia é conhecida como freio regenerativo. Para armazenar essa carga, a Mitsubishi electric corporation criou a S-eiV. Trata-se de uma estação que, além de acumular a energia, a transfere para acender as luzes, ligar os aparelhos de ar condicionado e mover os elevadores da estação. A produção diária é de 600 kWh, o equivalente ao consumo de 60 residências. A tecnologia permite que a eletricidade seja ainda transferida para outros trens.

www.mitsubishielectric.com/news/2014/0918.html

MiTSUBiSHi elecTric corPorATioN

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hi-tech

Plano PerfeitoMais 16 túneis completamente planos conectando o aeroporto ao avião foram instalados em março no aeroporto internacional de haneda, em tóquio, no Japão. Sem nenhum desnível, a plataforma de embarque evita acidentes, facilita o vaivém de malas e, principalmente, beneficia o acesso de cadeirantes e de pessoas com dificuldade de locomoção. a tecnologia, inédita no mundo, foi desenvolvida pela Mitsubishi heavy industries e já está em 53 portões do aeroporto japonês. Por enquanto, não há planos de exportar os túneis para outros lugares do mundo.

www.mhi-global.com/news/story/1404111791.html

MitSUBiShi heaVY inDUStrieS

aS floreS De PláSticoo Museu de arte e ciência, em cingapura, foi laureado pela Japan Stainless Steel association. o motivo do prêmio foi a utilização do alPolic, um composto feito de metal-plástico com três camadas e um revestimento, tipo sanduíche, em um núcleo de plástico. criado pela Mitsubishi Plastics e usado desde 1971 em obras e construções de todo mundo, o material é à prova de fogo, resistente à corrosão e mais leve do que outros produtos do mesmo gênero. trata-se de uma ótima saída para projetos arquitetônicos mirabolantes como a flor desabrochando que dá forma ao museu.

www.mitsubishi.com/mpac/e/monitor/back/1408/news.html#a

MitSUBiShi PlaSticS

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Page 39: MIT Revista 56

O QUENTE VIRA FRIO. LITERALMENTE.

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40 [Mitrevista] dezembro 2014

40 combustível

todos os preços sujeitos a alteração sem aviso prévio.

bebidas para abastecer a alma {por Marcello Borges}

la Vie eN rOseOs ViNhOs rOsadOs – Ou rosés – têm crescidO NO gOstO dOs apreciadOres. e sãO uma ótima pedida para O VerãO

Quando comecei no mundo do vinho, um dos elementos

imprescindíveis em jantares com namoradas novas era uma

garrafa de mateus rosé. geladinho, cor delicada, com “agulhinha”

– aquela ligeira carbonatação –, ele ajudava a criar um clima

romântico. mas a gente cresce e fica achando que vinho é só o tinto:

não é. Os rosés têm crescido no gosto dos apreciadores, a ponto de

representarem 30% do consumo de vinhos na França em 2013.

ao contrário do que muita gente pensa, rosé não é um vinho

feito com a mistura de vinhos brancos e vinhos tintos. pelo menos,

não os que merecem sua atenção e um lugar em sua adega: eles são

produzidos com uvas tintas, e, quanto maior o tempo de contato com

as cascas, mais intensa a cor do vinho. a palheta cromática vai dos

leves rosés de provence, geralmente feitos com a uva grenache, cuja

casca também é mais clara, até os intensos rosés do Novo mundo,

como o delicioso montes cherub, feito com a retinta syrah. Opção

interessante para o verão, com mais corpo do que os brancos, mas com

seu frescor característico, eles acompanham muito bem uma série de

pratos ou petiscos. experimente um rosé leve e seco com queijos de

cabra, um risoto com frutos do mar ou um salmão. É o caso do belo

Terres du Berne 2012 (quanto mais jovem, melhor o rosé), um

côtes de provence importado pela grand cru (r$ 87). leva 60% de

uvas cinsault e 40% de grenache, com aroma de flores da primavera e

frutas de verão, pêssego e nêspera, com boa acidez e elegância.

www.grandcru.com.br

se pensarmos em rosés de corpo médio, um rótulo bacana é o

Pradorey rosado FerMenTado en Barrica 2012, da

decanter (r$ 76,50), um corte de uvas tempranillo e merlot com

aromas de frutas vermelhas e especiarias. ele se diferencia por ser

fermentado e envelhecido em barril de carvalho francês – o que

lhe permite enfrentar uma paella valenciana, por exemplo. www.

decanter.com.br e, entre os rosés mais encorpados, fico com o

MonTes cheruB syrah rosé 2011. produzido com uvas syrah

especialmente reservadas para ele, é fresco, complexo, com aroma de

amoras, morangos e framboesas. bom para acompanhar carnes leves,

pratos asiáticos (tailandeses, por exemplo) ou aves. Quem traz é a

mistral (r$ 68,47). www.mistral.com.br

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Job: 21349-006 -- Empresa: africa -- Arquivo: AF-FER-21349-006-Natal2014-Sport Simples-20.8x27.5_pag001.pdfRegistro: 158948 -- Data: 16:05:19 13/11/2014

Page 42: MIT Revista 56

42 [Mitrevista] dezembro 2014

aventuras a bordo de um mitsubishi {depoimento de Bernardo Schimmelpfeng a Luis Patriani}

42 on the road

o sul é o limitetrês semanas de muita história, cascalho e paisagens espetaculares

pela rota 40, a emblemática estrada que corta a argentina

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Page 43: MIT Revista 56

43[Mitrevista] dezembro 2014

Pausa para curtir a laguna Esmeralda,

em Ushuaia

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44 [Mitrevista] dezembro 2014

“O início da viagem rumo aos confins do planeta foi uma corri-

da contra o tempo. Tínhamos cinco dias para sair do Rio de

Janeiro e chegar a Ushuaia, no extremo sul da Argentina,

onde três parceiros, que haviam viajado de avião, nos

esperavam. Na bagagem, levávamos a experiência de uma viagem pelo

Jalapão (TO) com duas Mitsubishi L200 Triton em 2013. Agora, a aventura

era mais longa. Também com duas bravas e confortáveis picapes da marca

dos três diamantes, nosso destino – meu e de cinco amigos – era a cidade

mais austral do planeta. A meta era percorrer a parte patagônica da rota

40, a emblemática estrada de cascalho que percorre 5.224 quilômetros do

sul ao norte da Argentina – das portas da Antártida à divisa com a Bolívia.

Dirigimos cerca de 1.300 quilômetros por dia até Rio Gallegos, última

cidade antes do estreito de Magalhães, a icônica passagem natural que

liga os oceanos Atlântico e Pacífico, de onde pegamos uma balsa até

Ushuaia. Na cidade, os dias eram dedicados à contemplação da natureza.

As noites, aos pubs. Houve dias nos quais deixamos as L200 Triton des-

cansarem e usamos a tração dos próprios pés. Caminhamos, por exemplo,

por uma hora e meia até a laguna Esmeralda, uma lagoa formada por água

de degelo no alto de uma montanha da cordilheira do Andes. O Parque Na-

cional Tierra del Fuego, por sua vez, nos impressionou com um cenário de

florestas e lagoas. Mas o que mais chamou a atenção foi o carteiro de um

minúsculo correio às margens do canal de Beagle. Seu bigode avantajado

e seu bom humor fazem dele uma atração ao lado da fauna local, formada

por guanacos, raposas-vermelhas e castores canadenses.

Três dias depois já estávamos cruzando novamente o estreito de Ma-

galhães para pegar a aguardada rota 40, cujo marco zero começa em cabo

Vírgenes, a entrada oriental do estreito localizada na esquina do Atlântico.

No ano de 1520, quem passou pela região foi o espanhol Fernão

de Magalhães, na ocasião em que estava prestes a completar a primeira

circum-navegação da Terra. A hora de ir embora de Ushuaia não poderia

ser mais emocionante. Ao largo da estrada cruzamos uma gigantesca

colônia de pinguins (a estimativa é de haver mais de mil animais), na qual

pudemos vê-los se reproduzindo e chocando seus ovos.

Com o belo farol construído em 1904 e que marca o cabo Vírgenes

se distanciando no espelho retrovisor da L200 Triton, seguimos rumo a El

Calafate. A paisagem dos Andes ao longo da rota 40 impacta nossos olhos

tanto quanto o cascalho desafiava a tração. Os vidros eram alvejados e

trincados pelas lascas de pedra lançadas pela passagem de outros carros.

Esses pequenos contratempos eram esperados e, de certa forma, deseja-

dos por nós, um bando de apaixonados por aventuras off-road. Sabíamos

que no fim do mundo os postos de gasolina apareciam a cada 200 quilô-

metros. Nada que assustasse. O tanque da L200 Triton tem capacidade

para 90 litros de combustível e permite uma autonomia gigantesca.

Em El Calafate, fiquei no hotel, mas o resto da expedição foi conhecer

o glaciar Perito Moreno. Eu já havia visitado duas vezes essa monumental

geleira de 5 quilômetros de largura que contraria o efeito estufa e cresce,

em alguns pontos, até 3 metros por dia, alimentada por intensas nevascas

na Patagônia. Quando retornaram, eufóricos, eu sabia exatamente a

sensação surreal que tiveram ao andar, usando grampões nas botas, sobre

a espessa camada de gelo que chega a 60 metros de altura.

No dia seguinte, fizemos um piquenique à beira da laguna Roca, no

Parque Nacional Los Glaciares. Ao todo são 356 geleiras, incluindo o já

citado glaciar Perito Moreno. De volta a rota 40, seguimos rumo ao nosso

destino final: Mendoza. Os ventos estavam fortíssimos. Nunca havia visto

Acima, dois takes do Parque Nacional Tierra del Fuego. À direita, um dos habitantes da gigantesca pinguinera do cabo Vírgenes

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algo igual. Por sorte, o clima inóspito estava fora dos carros. No interior, o

ambiente era só conforto e segurança. E a forte ventania não chegou a

assustar. No caminho, paramos em Bariloche, onde conhecemos o famoso

lago Nahuel Huapi. À tarde nos dirigimos à rota dos Sete Lagos, a caminho

de San Martín de Los Andes. No verão, época em que fizemos a viagem,

a paisagem muda radicalmente. Saem de cena as estações de esqui e o

branco da neve e entra o colorido dos guarda-sóis às margens das lagoas.

O apelo veranista da Patagônia se mostrou irresistível. Quando me dei

conta já estava remando um caiaque pelas lagunas.

Dos remos ao volante do Mitsubishi e depois a Mendoza foi um pulo.

Precisamente 1.286 quilômetros. Faltava aproveitar a nossa estadia de

quatro dias na cidade. A tarefa não foi difícil. Primeiro fizemos um trekking

até a laguna Espelho, que reflete a imagem do monte Aconcágua em sua

superfície. Depois subimos por uma sinuosa estradinha até o topo do

Cristo Redentor, a 4.500 metros de altitude, onde a satisfação de apreciar

a vista só não foi maior do que a alegria sentida ao entrar no café e se

abrigar do frio tomando um chocolate quente.

O desfecho não poderia ser mais apropriado. Mendoza estava em

plena Festa Nacional de la Vendimia, o tradicional evento de uma semana

que celebra a colheita da uva. O bagageiro da L200 Triton foi grande o

bastante para comportar as malas e 36 garrafas de vinhos e cervejas, além

de vários tipos de azeite, inclusive um galão de 5 litros do mais puro extra-

virgem. Após 21 dias e 15.193 quilômetros rodados, só nos resta esperar

por 2015, quando pretendemos viajar para a Bolívia com a mesma equipe

e, claro, a bordo de um 4x4 da Mitsubishi. No roteiro, estão as cidades de

Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, o salar de Uyuni e a temida estrada

da morte. Alguém se interessa?”

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As L200 Triton diante do monte Aconcágua. À direita, dois faróis: o do canal de Beagle e o do marco zero da rota 40, no cabo Vírgenes

SãoPaulo

Curitiba

FlorianópolisLauroMüller

Uruguaiana PortoAlegre

Rosário

Concepcióndel Uruguay

SierraGrande

RioGallegos

Ushuaia

ElCalafate

CascavelFoz doIguaçu

Mendoza

Esquel

Epuyen

Bariloche

San Martinde Los Andes

Paso deLos Libres

Rio deJaneiro

URUGUAI

ARGENTINA

PARAGUAI

MS MG

SP

PR

RS

SC

BOLÍVIA

CHIL

E

fotos: arquivo pessoal

se você viajou com seu Mitsubishi, mande sua aventura para nós. escreva e envie fotos para [email protected]

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JackO’Nei

Um biógrafo o chamou de “o olhar do século”. Com sua Leica na mão e a cabeça feita, correu o mundo, fotografou crises e celebridades e, melhor do que ninguém, fixou momentos mágicos do cotidiano

P o r r o b e r t o m u g g i a t i F o t o s h e n r i c a r t i e r - b r e s s o n / m a g n u m p h o t o s

O clique zen de

Muçulmanas em prece. Srinagar, Cachemira, 1948

Paris, gare de Saint Lazare, 1932

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Mexico

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CAPA

Minha foto favorita de Cartier-Bresson é a do homenzinho pulando sobre uma poça d’água atrás da gare de Saint Lazare. Quando cheguei a Paris em 1960, mo-ravam naquele bairro minha primeira namorada francesa e dois casais amigos que fizeram do 24, rue de Constantinople um “consulado” de Curitiba. A memória afetiva

me colocou na pele do senhorzinho saltitante que Bresson flagrou em pleno voo, com os pés fora da terra. Comentei isso com Frederico Mendes outro dia e ele me confessou que aquela imagem o levou a tornar-se fotógrafo. Como ele, outros tantos.

A escolha de Bresson de abraçar a profissão de fotógrafo foi bem mais complicada. Primogênito dos cinco filhos de uma família rica e aristocrática, ele nasceu em 22 de agosto de 1908, em Chante-loup en Brie, nos arredores de Paris. O pai era dono de uma fábrica de fio de algodão – com 23 mil metros quadrados e 450 empregados – e queria que o filho o sucedesse. O menino não se mostrou interessado. Na escola, aos estudos curriculares preferia ler às escondidas Rimbaud, Mallarmé, Dostoiévski e Proust; leu até o Ulisses, de Joyce. Adorava cinema e desprezava a fotografia, apenas registrava suas férias com uma Brownie-Box da Kodak.

Foi reprovado três vezes nos exames finais do secundário. Seu biógrafo, Pierre Assouline, ano-tou: “Sua persistência no fracasso, acompanhada por uma alarmante piora de suas notas, vence de-finitivamente as ambições que seu pai alimentava para seu futuro. Ele imaginava o filho mais velho cursando a prestigiosa Escola de Altos Estudos Comerciais e galgando com rapidez os degraus da empresa familiar antes de sucedê-lo na direção geral”.

Rebelde, num almoço familiar Bresson interpelou o avô com uma frase de Taine: “Não ama-durecemos, apenas apodrecemos por partes”. O patriarca o fez expulsar da mesa por um mor-domo de suíças.

Uma coisa que movia o jovem de 19 anos era a pintura. Passou dois anos na academia do pintor André Lhote, um dos maiores pedago-gos da época. Mas não era bem o que procura-va. Envolveu-se com os surrealistas e conheceu personalidades da época. Mostrou seus trabalhos à escritora americana Gertrude Stein. A inspiradora de Picasso e Hemingway lhe deu um conselho sucinto: “Meu jovem, seria melhor você entrar nos negócios da família”.

JOVENS SEMINARISTASEspírito nômade, Bresson empreendeu suas primeiras viagens. Foi à Inglaterra, em Cambridge,

onde fez estudos livres, conheceu o jovem ator Michael Redgrave e o esteta Anthony Blunt, inte-grante dos “Cinco de Cambridge”, como ficou conhecido mais tarde o grupo de espiões britânicos que trabalhava para a União Soviética. De volta à França, prestou o serviço militar na base aérea de Le Bourget, em Paris, com um fuzil Lebel no ombro direito – seu sonho romântico era ser piloto de avião. Em 1930, na Costa do Marfim, tirou suas primeiras fotos com uma Krauss de segunda mão. Em 1932, em Marselha, comprou sua primeira Leica. Com ela decidiu embarcar na incerta “carreira” de fotógrafo. Comunicou a decisão à família acompanhado do pintor Max Ernst, 17 anos mais velho. O pai, no entanto, não escondeu a decepção colossal, alegando que aquilo não era uma profissão, mas mero passatempo.

A opção de Bresson ocorre no momento em que as máquinas saem do tripé e se tornam portá-teis. Um desses novos pequenos engenhos torna-se o objeto do desejo da maioria dos fotógrafos: a Leica, desenvolvida para a indústria de instrumentos ópticos Leitz, na cidade alemã de Wetzlar, a

Em 1932, aos 24 anos, Bresson comunicou a decisão de ser fotógrafo ao pai, que não escondeu a decepção colossal, alegando que aquilo não era profissão, mas mero passatempo

Prostituta. Calle Cuauhtemoctzin, México, 1934

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uma hora de trem de Frankfurt. Criada em 1913 pelo engenheiro Oskar Barnak, é uma maravilha de precisão, discrição e velocidade e usa filmes de 35 milímetros. Restritas em geral aos cineastas, essas películas permitem fotos com luz reduzida e poses instantâneas. Pierre Assouline descreve admiravelmente a relação de amor entre o homem e a máquina:

“A Leica será seu objeto mitológico. Dela nunca mais se separará, seja no exterior, seja na intimi-dade. Na rua, em casa, na casa das pessoas, em todos os lugares e o tempo todo, nunca se sabe. Não é um hábito de artista, mas de caçador de recompensas. Sempre pronto para atirar, à espreita, de sobreaviso. Mas isso não impede o sentimento. Raras vezes se viu identificação tão completa entre um homem e uma máquina, uma osmo-se tão feliz entre uma alma e um mecanismo. Como um casal de amantes, poderíamos dizer que ele era a contraparte dela, e ela a contra-parte dele. Eles parecem feitos um para o outro. (...) Com essa máquina e essa objetiva, ele tem a sensação de ter encontrado a harmonia perfeita, a única naturalmente capaz de dissipar o hiato entre a verticalidade do homem e a horizontalidade do mundo. (...) Ela dá a impressão de não perturbar a ordem natural das coisas porque privile-gia o momento silencioso. Impõe-se como o instrumento ideal para antever uma cena e fixá-la numa foto. Mais tarde, ao entrar em contato com o trabalho de outros, ele chegará à reportagem. Por enquanto, não pensa em contar uma história, mas em tirar instantâneos, convencido de que se pode fazer tudo com uma Leica. ‘Ela pode ser como um beijo apaixonado,’ diz ele, ‘mas também como um tiro de revólver ou o divã de um psicanalista.’”

A fotografia levou Bresson ao engajamento social e ao comunismo nos turbulentos anos 1930. Por onde passou – México, Nova York, Paris... – aliou-se a grupos de artistas militantes

Truman Capote. Nova Orleans, 1947

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A fotografia levou Bresson ao engajamento social e ao comunismo, à medida que a política se radicalizava nos turbulentos anos 1930. Ele não tinha carteirinha do partido, mas se aliou a gru-pos de artistas militantes por onde passou: México, Nova York, Paris. Aventurou-se também pelo cinema, sua paixão de menino. Trabalhou com o cineasta Jean Renoir entre 1936 e 1939. Assistiu o grande diretor em A Vida É Nossa, filme encomendado pelo Partido Comunista para as eleições de 1936. Participa da equipe de A Regra do Jogo e de Passeio ao Campo, em que ele e o escritor Georges Bataille, de batina, interpretam jovens seminaristas.

SURGE A MAGNUM O casamento entrou em sua vida de maneira exótica. Ele mesmo conta: “... uma mulher extraor-

dinária leu a minha sorte em 1932. Ela disse que eu me casaria com alguém que não seria da Índia, ou da China, mas também não seria branca. E em 1937 me casei com uma javanesa. Essa adivinha disse ainda que o casamento seria difícil e que quando eu chegasse à velhice eu me casaria com alguém muito mais jovem que eu e seria muito feliz.” A javanesa é a bailarina Eli (nome artístico: Ratna Mohini) e com ela Bresson militou na Guerra Civil Espanhola em 1937.

Convocado pelo Exército francês no início da Segunda Guerra, foi preso pelos alemães e passou três anos num campo de prisioneiros, o tenebroso stalag de Ludwigsburg, onde se amontoavam 23 mil homens. Teve sucesso na terceira tentativa de fuga, mas guardou para o resto da vida a lem-brança do cárcere. Juntou-se a um grupo da Resistência em Lyon e fotografou os últimos combates da libertação de Paris.

Em 1947, com os amigos comunistas Robert Capa e David Seymour (Chim), fundou a agên-cia  Magnum, uma cooperativa administrada democraticamente pelos próprios fotógrafos. Capa o

Pierre Matisse. Saint-Paul-de-Vence, 1944

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aconselhou a abandonar os experimentos surrealistas e dedicar-se integralmente ao fotojornalismo. Nesse ano, a ONU o nomeou consultor fotográfico, e ele viajou com Ratna para Índia, Paquistão, Cachemira e Birmânia. Com o desmembramento da ex-joia do Império Britânico, acompanhou o êxodo de 12 milhões de pessoas. Sua foto das muçulmanas orando na Cachemira antecipa em meio século a etnofotografia de Sebastião Salgado. Teve um encontro exclusivo com Gandhi poucas ho-ras antes da morte do líder indiano. As fotos do Mahatma foram publicadas por jornais e revistas do mundo inteiro. Documentou as últimas horas da China capitalista antes da vitória de Mao.

É tão intensa e avassaladora a produção fotojornalística de Bresson que seus retratos tendem a ficar esquecidos. De 1934 até 1997, captou com sua lente figuras como Coco Chanel, Colette, Matisse, John Huston, William Faulkner, Truman Capote e – um dos últimos na extensa galeria – o pintor Lucian Freud.

A profecia da adivinha se completou. No penúltimo dos 30 anos de casamento com Ratna, Bresson conheceu a fotógrafa Martine Franck. Casaram-se em 1970 e tiveram uma filha, Mélanie. O guerreiro abraçou o seu merecido repouso. Desligou-se dos negócios da Magnum, deu um des-canso à Leica, dedicou-se mais ao desenho e à pintura.

O ARQUEIRO ZEN“Nada no mundo existe que não tenha um momento decisivo.” Bresson usou a frase do car-

deal de Retz como epígrafe do seu livro Imagens Furtivas. Na verdade, sua técnica, ou melhor, seu método de capturar a realidade, envolve uma trama complexa de elementos que inclui não só o gestual, mas uma concepção prévia da composição e uma noção perfeita do tempo. Espírito sem fronteiras, Cartier-Bresson, ao mesmo tempo que militava no comunismo, voltou-se também para o hinduísmo e o budismo. Ele mesmo ad-mitiu, numa rara entrevista de 1995: “Já em mi-nhas leituras adolescentes, Schopenhauer levou a Romain Rolland e este ao hinduísmo. Passei grande parte da minha vida no Oriente”.

Em 1944, o pintor Georges Braque já havia lhe dado o livro A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen, de Eugen Herrigel, publicado originalmente em 1936. Alemão, professor de filosofia, Herri-gel foi estudar arco e flecha com um mestre no Japão e descobriu o zen-budismo, uma escola de pensamento também usada pelos antigos samurais no manejo da espada. Conta Pierre Assouline sobre o efeito do livro: “Depois de passado o choque inicial, Cartier-Bresson acredita ter finalmente encontrado o manual ideal de fotografia concebido para um espírito não conformista como o seu. A obra encerra os princípios aparentemente simples que buscava. Estar presente, esperar anonima-mente e desaparecer. Entretanto, uma evidência aos poucos vai se impondo: as páginas expõem um modo de vida, um desapego do mundo e uma visão do universo ainda mais irresistíveis porque lhe parecem o perfeito complemento de sabedoria à ética libertária que ele nunca quisera abandonar”.

Henri Cartier-Bresson deixou-se morrer, como um velho mestre zen, em 3 de agosto de 2004, 19 dias antes de completar 96 anos. Ouso dizer – e milhares me acompanham neste pensamento – que ele não morreu. Os momentos de vida que fixou com sua Leica estarão sempre conosco, eter-nizando sua visão humanista do mundo.

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Espírito sem fronteiras, voltou-se ao hinduísmo e ao budismo. Passou grande parte da vida no Oriente. O Japão revelou a ele o zen-budismo, que lhe serviu de manual até a morte, há 10 anos

União soviética, rússia, Leningrado, 1973

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Polivalenteescalar o everest, pilotar helicóptero, trabalhar em

pronto-socorro, mergulhar com tubarões. Para Karina oliani, só falta mesmo ser astronauta

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Aos 4 anos, ela escalou as paredes da casa de brinquedos. Com 12, deu seu primeiro salto de paraquedas – e tirou o certificado de mergulho. Antes dos 16, foi ser salva-vidas na Austrália. Aos 17, ficou 4 minutos e 10 segundos debaixo d’água e bateu o recorde brasileiro de apneia es-

tática. Quando completou 25, tornou-se piloto de helicóptero. Dois anos depois, subiu o monte Kilimanjaro, ponto culminante da África. Aos 30, mergulhou com tubarões-brancos no México e tubarões-tigre nas Bahamas. Três dias depois de completar 31 anos, alcançou o cume do Everest. E, antes mesmo de chegar aos 32, em junho deste ano, na-dou com orcas na Islândia. O que será de Karina Oliani agora? “Sem-pre tive fissura pelo espaço”, responde. Sim, ela quer ser astronauta.

O plano de ver a Terra lá do alto, porém, não é pra já. Até porque entrar em órbita é um bocado mais complicado do que escalar o Everest. Ser astronauta requer anos, talvez décadas, de preparo. Até lá, Karina já esta-rá ocupada tratando de visitar os pontos do planeta que ainda não teve o prazer de desafiar. Ela gosta de chegar aos lugares da maneira mais maluca pos-sível, de preferência fazendo o que ninguém se atreveu a fazer. Na Islândia – por si só já é um destino invulgar –, além de mer-gulhar entre mais de 100 baleias--assassinas, numa água a 1 grau Celsius, ela nadou na fenda que divide as placas tectônicas da Europa e da América do Norte – e ainda inven-tou de escalar o vulcão mais ativo do país. Na volta, desceu esquiando.

Nada no histórico familiar justifica o gosto pela aventura – ou pelo perigo – desta paulistana nascida e criada na zona oeste da capital. En-tretanto, como se vê, vem do berço sua atração por situações de risco, curiosamente compartilhada com a irmã mais nova, Nathali, também médica (nutróloga), também atleta, também amante dos extremos e, ainda por cima, nascida no mesmo dia, com três anos de diferença. Já na infância as duas faziam do quintal de casa um território selva-gem, com desafios a serem vencidos. A piscina virava o Atlântico. E o telhado se passava pelo cume do Everest. “Na Páscoa, eu tinha que esconder os ovos no alto do abacateiro para elas procurarem”, lembra Regina, a mãe. “Se fosse fácil, elas não achavam a menor graça.”

Com tanto talento para a resistência física, ela poderia ter virado uma grande atleta. Foi bicampeã brasileira de wakeboard na adoles-cência, mas preferiu testar seus limites na medicina, onde trabalha ajudando as pessoas sem abrir mão dos picos de adrenalina, tão fre-quentes nas situações de emergência. Ainda hoje, o pronto-socorro

é um dos lugares onde ela mais gosta de estar. O destino, entretanto, deve ter achado que ser médica era pouco para ela. Antes mesmo de concluir a faculdade, a moça foi convidada para apresentar o quadro Rolé, do programa Zona de Impacto, do canal a cabo SporTV. Kari-na já tinha alguma experiência como modelo da agência Mega, mas faltava-lhe o traquejo com o vídeo. Tinha, por outro lado, intimidade com uma infinidade de esportes radicais. E isso bastava: os produtores acharam que seria mais fácil lecionar os macetes da tevê a Karina do que ensinar a qualquer outro rostinho bonito a arte de escalar pare-dões de rocha ou descer cachoeiras numa corda de rapel.

Subitamente transformada em apresentadora, Karina poderia ter deixado o estetoscópio de lado, mas preferiu fazer o movimen-to contrário. Foi aos Estados Unidos especializar-se em Wilderness

Medicine, área médica dedica-da ao resgate em áreas remotas. Era a cara dela: o contato com a natureza, as condições extre-mas, a escassez de recursos, a adrenalina, tudo num cenário selvagem no qual muitas vezes só alguém com muito preparo tem condições de salvar uma vida. Foi o que aconteceu duran-te a escalada do Kilimanjaro, na África, para o programa Esporte Fantástico, da Record: sem essa especialidade, é provável que Karina não conseguisse livrar o cinegrafista da morte causada por um edema cerebral. “Eu es-

tava filmando, mas virei médica da expedição”, relembra. “Foram 24 horas carregando ele até a base da montanha.”

Médica eM áreas reMotasEm 2009, de volta ao Brasil, duas carreiras paralelas começaram

a despontar na vida de Karina. Em comum entre elas, a vontade de estar próximo de situações extremas, se possível em ambiente natural. Munida da já citada especialização em Medicina de Áreas Remotas – ainda hoje, ela é a única pessoa da América Latina a ter a distinção –, foi buscar emprego como médica de expedições. Trabalhou em cam-panhas no Everest e no monte Elbrus, na Rússia, ponto mais alto da Europa. No Brasil, encontrou lugar em corridas de aventura, provas que exigem do médico de apoio praticamente as mesmas habilidades dos competidores. Imagine uma moça linda e loira pendurada numa corda socorrendo marmanjos em apuros: muita gente nessas corridas deve ter achado que morreu e foi parar no paraíso. Entre uma compe-tição e outra, arrumou tempo e talento para botar de pé sua produtora de vídeo, a Pitaya Filmes, responsável por devolver seu belo rosto às telas. Sempre, claro, inserido em contextos extravagantes, como esca-

para não precisar se dividir entre a medicina e a aventura, Carina

especializou-se em resgate médico em áreas remotas

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1. Levantando neve durante uma descida de snowboard no vale Nevado (Chile); 2. No topo do Kilimanjaro, na Tanzânia, montanha mais alta da África; 3. Já a mais de 8 mil metros, prestes a alcançar o cume do Everest, no Nepal; 4. Voando de wakeboard em Piracaia (SP); 5. Canyoning montanha abaixo na serra do Cipó (MG); 6. Escalada montanha acima em São Bento (SP); 7. Descida de caiaque em uma cachoeira de 18 metros em Tlapacoyan, no México; 8. No topo do Aconcágua, na Argentina, pico mais alto das Américas; 9. A caminho do cume do Elbrus, na Rússia, ponto culminante da Europa; 10. Merguho com tubarões-brancos na ilha de Guadalupe, no México; 11. Stand-up paddle nas águas geladas do Ártico, na Islândia

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lar cachoeiras congeladas na Suíça, saltar de paraquedas de um balão, praticar bungee jumping do alto de uma torre na China e atravessar de bicicleta o maior deserto de sal do mundo, na Bolívia.

Por meio da produtora, emplacou um quadro no progra-ma Esporte Fantástico, o Rota Radikal, e outros dois progra-mas dedicados à aventura: Extremos (canal Multishow) e Do Jei-to Delas (OFF), apresentado com a irmã, Nathali. No mesmo canal, veiculou duas séries de documentários: uma sobre sua escalada ao Everest, outra sobre suas experiências na Islândia. O Everest foi, sem dúvida, o ponto alto de sua carreira de apresenta-dora viajante, e não apenas no sentido literal. Sonho antigo, realizado em maio de 2013, a escalada fez de Karina a brasileira mais jovem a alcançar o cume do mundo, a 8.848 metros. E representou um avan-ço importante no projeto de conquistar o ponto culminante de cada continente (os famosos Seven Summits). Quando isso acontecer, ela terá sido a segunda brasileira a realizar a façanha. Até agora, o títu-lo pertence à também médica Ana Boscarioli, que completou os sete cumes em maio, oito anos depois de ter sido a primeira brasileira a conquistar o topo do Everest – mais uma estrela solitária num mundo predominantemente masculino. “Na hora do perrengue, as forças do homem e da mulher têm que ser iguais”, diz Ana. Karina, que já acu-mulava grande experiência em corridas de aventura, jura que o mais difícil da aventura no Everest foi fazê-la acontecer. Ao contrário de Ana, que escalou todas as montanhas sem a ajuda de patrocínio, Kari-

na penou três anos para convencer os patrocinadores de que era capaz de conquistar o ponto mais alto do planeta. Afinal, mesmo quem co-nhece Karina da TV custa a entender que dentro daquele corpo apa-rentemente frágil mora um tufão de energia. “Ela tem objetivos claros, e os persegue superando quaisquer obstáculos”, afirma o montanhista Rodrigo Raineri, que esteve três vezes no cume do Everest – na última delas, três dias depois de Karina.

Medo, só de injeçãoIntimidade, e não intimidação, é o que rege a relação de Karina

com o meio natural. “Me sinto bem mais à vontade entre os tubarões do mar do que entre os tubarões daqui”, diz. Medo, ela jura que não tem. Exceto de injeção. “Sou motivo de piada nos hospitais em que trabalho.” É tal o pavor da agulha que nem mesmo as vacinas ela deixa que lhe apliquem – é ela mesma quem respira fundo e crava a seringa. Mesmo quando teve de arrancar um pedaço de coral do corpo no Ha-vaí, Karina resistiu: preferiu ser operada sem anestesia. No primeiro corte do bisturi, desmaiou de dor.

Quem mais sofre, claro, é a mãe, Regina, que desde cedo na vida vem trabalhando a resistência emocional diante das maluquices da filha. Se já era tenso quando Karina passava vários minutos debaixo d’água sem respirar, imagine agora. “Não achei que fosse piorar tanto”, ela brinca. No entanto, apesar das aflições, Regina nunca tentou dissu-adir a moça de seus sonhos. “Está dentro dela, não tem como mudar.

pitaya filmes

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Karina toma neve no Chile e segue para o mar de Maresias (SP), uma das

praias da rodovia Rio-Santos, para onde seguimos na próxima matéria

Se fosse bater de frente, ia ficar em desarmonia com a minha filha. Ia afastá-la”. Por via das dúvidas, Karina esperou para contar à mãe sobre os planos do Everest quando a expedição já estava montada.

Tirando injeções, não há coisa no mundo capaz de frear a deter-minação dessa taurina nascida com o ascendente em touro – dupla-mente persistente, portanto. E isso porque a vida não exige pouco dela. Além das aventuras para a TV e do trabalho como médica de expedições, ela faz pós-graduação em Medicina de Emergência e Ur-gência, dá plantões semanais de 12 ou 24 horas no pronto-socorro e ainda atende no consultório que tem em sociedade com a irmã, onde prepara viajantes para jornadas que requeiram muita adrenalina. Também cumpre uma agenda cada vez mais requisitada de palestras. Nelas, ensina os funcionários de ambientes corporativos a traçar me-tas e perseguir sonhos. O tema: “Qual é o seu Everest?” Parte dessa energia provém de uma rotina estrita de exercícios: Karina pratica treino funcional cinco vezes por semana, sem contar os treinos espe-cíficos quando está se preparando para alguma expedição. Se há uma montanha nos planos, ela sobe diariamente a pé os 21 andares até o seu apartamento no Alto da Lapa. E se diverte tentando bater o recor-de, hoje na casa dos 6 minutos. Em outras situações, dependendo do desafio, se dedica ao aprendizado de mais um esporte, ampliando, as-sim, uma lista que já supera as 20 modalidades. Entre elas, motocross, canoagem, hipismo, snowboard, paraglider e jiu-jítsu.

Momentos de ócio? Bem, Karina diz que não tem. Mal dorme

à noite, tamanha a energia acumulada no corpo. Muito embora às vezes se dê o nobre direito das férias. Quando isso acontece, ela e o marido, Marcelo, pegam o Mitsubishi Pajero (“O único carro que me aguenta”) e saem Brasil adentro em busca de contato com a nature-za. Isso não quer dizer, é claro, que Karina fique parada. Passar horas surfando ou mergulhando tem mais a cara dela do que gastar o dia na piscina de um resort. E anda até convencendo o marido a fazer o mesmo: recentemente, Marcelo tirou o certificado de mergulho.

Quando não são as férias de descanso, são as férias de trabalho voluntário. Karina agora está indo para a África, onde passará 20 dias trabalhando com a erradicação da fome de crianças em Uganda e na Etiópia. É a segunda vez que vai ao continente para esse tipo de ser-viço: em 2012, esteve em Ruanda realizando transplantes de córnea e cirurgias oftalmológicas. Antes disso, fez trabalhos voluntários no sertão do Piauí e na Amazônia, onde morou em um barco-hospital, tratando da saúde das comunidades ribeirinhas. Agora, anda às voltas com um projeto para levar água a um vilarejo do Nepal. “Esse é meu Everest hoje.” Outros Everests virão – até que chegue a realização do sonho de entrar em órbita. Karina já deu o pontapé inicial: matricu-lou-se num curso à distância de Medicina Aeroespacial, sediado... no Rio Grande do Sul. Depois seguirá para a Nasa, nos Estados Unidos. Ali terá de percorrer o longo caminho de outros como ela, muitos dos quais também médicos especializados em áreas remotas. Alguém duvida que ela pode se tornar a primeira astronauta brasileira?

pitaya filmes riCardo rollo

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rio-sa ntosA bordo de uma Mitsubishi L200 Triton – e a pé, de barco e de caiaque – revelamos as praias mais escondidas e desertas da estradaP o r l u í s p a t r i a n i F o t o s r i c a r d o r o l l o

A praia da Figueira. Ao fundo, a cidade de Caraguatatuba

off

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rio-sa ntos

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No estado de São Paulo vivem 44 milhões de pessoas. No Rio de Janeiro, a população passa dos 16 milhões. Difícil acreditar que no caminho litorâneo entre dois dos mais populosos estados do Brasil existam praias desertas, vazias, sem ninguém e, até pro-

va em contrário, distantes de qualquer especulação imobiliária. Nem estradas chegam até essas faixas de areia quase virgens. As curvas da Rio-Santos até passam ali perto. Mas é preciso fazer um delicioso off-road e, em muitos casos, estacionar o carro e gastar a sola da sandália para se banhar no mar dessas imprová-veis penínsulas que quase escapam do continente.

Uma dessas ignoradas porções de terra fica entre Caraguata-tuba e Ubatuba. Os viajantes da Rio-Santos nem sequer suspeitam que por trás daquelas montanhas forradas de mata Atlântica há uma sequência de praias desertas e selvagens, mas acessíveis. A entrada para esse inverossímil recanto passa quase despercebida – logo depois da placa indicando a divisa Caraguatatuba-Ubatuba, um portal se abre para a estradinha de terra, daquelas esburaca-das, castigadas pelas chuvas de verão. É um saudável obstáculo a filtrar os exploradores dispostos a sair do trivial. A Mitsubishi L200 Triton, nossa nave nessa viagem, cumpre seu papel com o pé nas costas: desdenha do piso arrebentado, faz as curvas com a estabilidade de sempre e alcança o topo da montanha que separa

o burburinho do litoral norte paulista da solidão da península. De um lado, a vista dos prédios de Caraguatatuba, cuja população chega a meio milhão de pessoas na alta temporada. Lá embaixo, em primeiro plano, a praia da Figueira, onde um único pescador jogava sua rede numa manhã ensolarada de outubro.

O off-road segue rumo à praia da Ponta Aguda (a única com uma pequena infraestrutura para receber campistas). Quando uma porteira coloca fim à estrada, é hora de botar os pés na trilha. Des-tino: praia da Lagoa. A caminhada pela mata Atlântica é leve. Dez minutos e uma grande praia se abre aos olhos, a essa altura da pai-sagem, arregalados. Do lado esquerdo, um rio deságua no mar – na maré baixa, o curso d’água fica represado e forma uma grande lagoa, daí o nome da praia. Exceto pelas aves marinhas, pelos carangue-jos e por um ou outro ser humano, a enorme faixa de areia, repleta

É preciso estacionar a L200 Triton e gastar a sola da sandália para se banhar no mar destas improváveis penínsulas que se desprendem da Rio-Santos

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De caiaque, entre as praias do Bonete e do Cedro. Nesta página, a praia da Fortaleza

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de conchas, está vazia. As montanhas costeiras, diferentemente do que acontece em muitas praias da região, não ficam tão próximas da areia. Entre elas, uma planície costeira é permeada por mangues e restinga. Uma natureza selvagem toma conta do lugar.

A perfeita calmaria visual é quebrada por colunas de tijolos es-palhadas de maneira disforme no meio de um capão de mata alta que esconde as ruínas de uma fazenda colonial. Sua data de constru-ção é incerta, mas imensas figueiras, cujas raízes cobrem as paredes do velho casarão, indicam que ele deve ser da segunda metade do século 19, quando o cultivo local migrava da cana-de-açúcar para o café. É possível ver os blocos de pedra que formavam o piso, parte das paredes, as aberturas das janelas... Oferendas de orixás no canto do porão feitas nos dias de hoje mostram o respeito pelos escravos traficados que ficavam presos ali até serem levados para o interior.

A sequência de praias continua. Em uma nova caminhada, che-ga-se à praia do Simão, também conhecida como Brava do Frade. É uma das mais inexploradas e de difícil acesso. Os surfistas, no entan-to, não estão nem aí para o cansaço da jornada de uma hora e meia. Eles vêm atrás das boas ondas formadas pelos ventos que sopram do sul ou do leste. É possível ir adiante caminhando, mas a dica é voltar, embarcar novamente na Triton e acessar as demais praias pela outra entrada da península. A estradinha de terra vai até a praia da Caçan-doca, onde fica o primeiro quilombo reconhecido oficialmente no litoral norte de São Paulo. A comunidade, que só conseguiu o título da propriedade depois de uma briga judicial contra um empreen-dimento imobiliário, vive hoje do cultivo de bananas, da coleta de mariscos e do trabalho em condomínios de Ubatuba.

O acesso às praias da Caçandoquinha, Raposa, São Lourenço, Saco do Morcego e Saco da Banana pode ser feito a pé ou pelo mar. A segunda alternativa é a preferida do caiaquista Christian Fuchs, proprietário da Aroeira Outdoor, empresa que faz roteiros de caia-que pelo litoral da Rio-Santos. Na península seguinte, Fuchs teve finalmente a chance de visitar algumas das praias a bordo de seu caiaque oceânico. A moderna canoa parte da praia da Fortaleza, onde a estradinha que sai da Rio-Santos termina. A praia é ideal para pernoitar. É possível alugar uma casa ou se hospedar na pousa-da Refúgio do Corsário.

Fuchs esnoba quem não sabe remar e precisa ir andando. Mes-

na maioria destas praias isoladas, dorme-se na casa de pescadores ou em barracas. na Martim de sá, o camping é tocado por seu Maneco, patriarca da única família que vive ali

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Na página ao lado, uma lagoa formada na praia da... Lagoa durante a maré baixa. Nesta

página, em sentido horário: Lua cheia reflete no mar da praia da Fortaleza, igreja na comunidade Cruzeiro, caranguejos na vertical

no mangue do Saco do Mamanguá, seu Orlando com suas redes

caiçaras, a L200 Triton passeia na estrada de terra entre as praias da Ponta Aguda e da Lagoa, barco de pescador no Saco do Mamanguá, um pássaro colore a paisagem de

mata Atlântica e o artesão Benedito Rita, que fabrica remos de madeira

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esPíriTo 4X4

mo contornando os costões de rocha, em menos de 20 minutos ele chega à pequena e deserta praia do Cedro – metade do tempo da caminhada. “E ainda passei por duas tartarugas”, conta. A próxima praia se chama Bonete (não confundir com a homônima da Ilha-bela). Quando chegamos a essa comunidade de caiçaras, Fuchs já estava lá. Dessa vez, ao lado do barqueiro Ramon Pereira, 28 anos, que prometeu levar os cansados andarilhos de volta em sua voadei-ra. “A comunidade do Bonete é muito unida. A gente se faz respei-tar e é por isso que o convívio entre os caiçaras e as pessoas de fora que construíram casas de veraneio aqui é tão bom”, conta Ramon. De segunda a sexta, ele pega seu barco no fim da tarde, vai até a praia da Lagoinha, monta em um ônibus e segue até Caraguatatuba para estudar educação física.

A expedição segue em direção à maior península da Rio-San-tos, já no Rio de Janeiro. São duas entradas. A primeira, pelo con-domínio Laranjeiras, dá acesso às praias do Sono, Antigos e Ponta Negra. A segunda fica no povoado de Paraty-Mirim, a menos de 10 minutos de carro da cidade de Paraty. O barco sai da vila em direção ao Mamanguá Eco Lodge, a única pousada do Saco do Ma-manguá, um braço de mar com jeito de fiorde tropical que fura a península por dentro. No caminho, tartarugas flutuam e golfinhos saltam ao lado do barco. Ao longo dos 8 quilômetros de extensão desse fiorde, singelas vilas caiçaras dividem o cenário com man-sões. Na comunidade Cruzeiro, seu Orlando, 65 anos, dos quais 36

como capitão de grandes barcos de pesca, divide o tempo entre o mar e seu camping. “Sou um dos poucos que ainda fazem rede de pesca artesanal”, ele conta. “É uma técnica antiga que aprendi com meu pai.” As grandes levam 15 dias para ficar prontas. “Hoje em dia os pescadores compram a rede feita, mas ela pega bem menos peixe”, explica seu Orlando. “É uma pena, mas esta tradição está se acabando por conta da preguiça e da ignorância.”

O último dia da expedição reserva a distante praia Martim de Sá, a mais isolada de toda a península, na reserva da Joatinga. Chegar até lá, para quem não estiver disposto a andar mais de cinco horas, só se for de barco. É preciso sair bem cedo para não correr riscos. A ponta da Joatinga, apelidada pelo velejador Amyr Klink como o cabo Horn brasileiro, é traiçoeira e não hesita em virar embarcações quando o vento sopra forte, o que acontece com frequência no período da tarde. Uma hora depois e a peque-na voadeira chega à Martim de Sá. A sensação é de exílio. Apenas a família de Manoel dos Remédios, 69 anos, vive aqui. Seu Mane-co mora com a mãe, a mulher, as duas filhas e os cinco netos. Cui-da do camping e relembra o passado embaixo da sombra de um pé de jamelão. “Aqui era uma fazenda de cana-de-açúcar”, conta. “Meu avô veio cuidar dela e ficou de vez, pescando e cuidando da roça.” Seu Maneco diz se orgulhar de manter a tradição, mas afirma que a cabeça do caiçara está mudando. “Hoje em dia se pensa muito em dinheiro”, conta. “Eu não!”

O anoitecer na praia da Fortaleza e, na outra página, o lusco-fusco do Pantanal mato-grossense, nosso próximo destino

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Quando é preciso ser 4x4a preservação da cultura caiçara e do meio ambiente na praia Martim de sá e nas demais listadas no mapa acima, em todas

as outras penínsulas, só acontece por um detalhe geográfico. o isolamento proporcionado pela distância da rodovia rio-

santos é determinante. Mais do que ter um 4x4 é preciso ser 4x4 para chegar, respeitar e aproveitar um dos pedaços mais

selvagens e mais bonitos do Brasil – a despeito de estar em dois estados onde se espremem 60 milhões de habitantes.

04brasil 4x4

RIO-SANTOS

Caraguatatuba

Ubatuba

SP RJ

Figueira

PontaAguda Lagoa Simão

(Brava do Frade)

Bonete

CaçandocaCaçandoquinha

Fortaleza

Cedro

Praia doSono

Antigos eAntiguinhos Martim

de SáPontaNegra

Ponta daJoatinga

Pouso deCajaíba

Saco doMamanguá

Paraty-Mirim

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Brasil 4x4

P o r F E R N A N D O P A I V A F o t o s m A R I N A b A N D E I R A k l I N k

QUASE Um oUtro plAnEtAASSim é o pAntAnAl mAto-groSSEnSE nA dEfinição dE Um dE SEUS mAiS

conhEcidoS morAdorES, o cAntor E violEiro Almir SAtEr

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Ao lado, o pantanal visto de cima, com suas lagoas e capões de mato.

E um vaqueiro na lida com o gado

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O estado de São Paulo tem 260 mil quilômetros quadrados. Imagine uma área pouco menor, com 230 mil. Esse é o Pantanal. Um mundão de água, regido pelos humores dos rios que cortam os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

– isso do lado brasileiro. Sim, porque o Pantanal também se esten-de, com o nome de Chaco, à Bolívia e ao Paraguai. Mas o que nos interessa é o Pantanal Mato-Grossense. Nele quem manda são os rios São Lourenço, Piquiri, Taquari, Negro, Miranda, Aquidauana e Aquidabã. Juntos, eles correm para oeste. Vão engrossar o já cau-daloso rio Paraguai, o mais importante da região.

Coisa curiosa. Apesar do nome, o Pantanal nada tem a ver com pântano. Tem tudo a ver, isso sim, com a chuva. É ela que regula a vida. A seca vai de maio a setembro. E aí surgem ilhas, campos e bancos de areia. Os rios voltam ao leito natural, nem sempre se-guindo o curso da estação anterior. A água escorre pelas depres-sões, os braços de rio secam.

De repente, o mundo desaba. É outubro. Chove torrencial-mente na cabeceira dos rios. A planície rebrota e fica verde. Os rios transbordam, alagam os campos. Apenas morros isolados, as “cor-dilheiras”, servem de refúgio aos animais. Viajar fica difícil, pois

as estradas desaparecem. Gente, mercadoria e animais domésticos passam a ser transportados por barco – ou com a ajuda dos an-fíbios cavalos pantaneiros. Cidadezinhas se isolam. Para chegar, só de barco ou avião. É essa alternância de enchente-vazante que torna o Pantanal único – e um dos lugares mais belos do planeta.

No Brasil, quando se fala na região, dois artistas são imediata-mente lembrados. O poeta Manoel de Barros, recentemente morto aos 97 anos, e o cantor e violeiro Almir Sater. Natural de Campo Grande (MS), aos 58 anos ele se divide entre São Paulo, cercado pelo verde da serra da Cantareira, e sua fazenda pantaneira. Numa manhã de outono, bem à vontade – sandálias Havaianas, calça de moletom, faixa paraguaia na cintura, camiseta e com o chapéu de feltro marrom que já se tornou sua marca registrada –, ele recebeu a MIT Revista para falar da vida e do lugar que mais ama.

vÁrioS pAntAnAiS“Não existe um único Pantanal. Há regiões pantaneiras,

cada uma distinta da outra em função do relevo, da quanti-dade de rios e de água. Há, por exemplo, o Pantanal do rio Taquari, que separa a região da Nhecolândia da região do Paiaguás. Acima do Paiaguás você encontra o rio São Louren-

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Ao lado, garoto prepara a tropa para sair. Acima, pôr do sol na região de porto Jofre, enquanto jacaré engole peixe em barranco do rio Aquidauana

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ço, que divide Mato Grosso do Mato Grosso do Sul. Eu estou no Pantanal do rio Negro, no rumo da cidade de Aquidauana. O rio Negro é cercado por brejos. Como vem muito embalado da serra, quando chega na planície pantaneira ele se espalha. Forma um brejo de 100 quilômetros de extensão. Na época da cheia, as águas do Negro, antes de chegarem ao Paraguai, num lugar chamado brejo da Redenção, se espalham tanto que se juntam com as do Taquari, ao norte, com as do rio Aqui-dauana, ao sul.”

ÁgUAS EScUrAS“O rio Negro pantaneiro

lembra muito o seu homônimo, que deságua no Amazonas – água escura, cor de Coca-Cola. Visto do alto ele parece negro, mas a água é limpa. Tanto que é um rio que não tem mosqui-to, o peixe não é tão saboroso quanto o de água barrenta. Tem pouco nutriente, o pessoal fala que a água é mais ‘tanina’. Água ácida, que mosquito não gosta. Só tem mosquito na minha re-gião quando chove. Quando a água suja, as ovas do mosquito eclodem. Passou a chuva, mosquito some.”

cordilhEirAS E vAZAntES“O relevo pantaneiro tem uma série de termos próprios. Cordi-

lheiras são morros que sempre ficam fora d’água, mesmo na cheia. Ali o gado come e dorme protegido. Corixo é um braço que perde a ligação com o rio na época da seca. Aí se formam lagoas cheias de jacarés, piranhas, peixinhos – os passarinhos comem o que sobrou. Vazante é um braço de rio que corre, mas quando seca fica como um

campo de golfe. E tem também as salinas, lagoas de água sal-gada. Quando tem vegetação, é água doce. Quando não tem, é água salgada – bicarbonatada. O gado gosta muito.”

A primEirA vEZ“Quando eu tinha 8 anos, fui com um amigo do meu pai

para o Pantanal pela primeira vez. Eu sou de Campo Gran-de, meu pai era contador e tinha uma padaria, não tinha nada a ver com fazenda. Fui com um senhor chamado Silas Paes Barbosa, um dos grandes pecuaristas, pessoa muito genero-sa, grande mestre da pecuária, ensinava tudo às pessoas. Ele

“QUAndo EU tinhA 8 AnoS fUi com Um Amigo do mEU pAi Ao pAntAnAl pElA

primEirA vEZ. E mE ApAixonEi”

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tinha filhos pequenos e me levou junto, para passar as férias na fazenda Rancho Grande, na cabeceira do rio Negro. Fiquei apaixonado. Já gostava de fazenda e disse: ‘Quero isso para a minha vida’.”

fériAS no rio nEgro“A partir daí, eu fazia tudo para não causar problema e ser con-

vidado novamente para a fazenda do seu Silas. E era sempre convi-dado. Eu passava julho inteiro lá. E, no fim do ano, mais 90 dias nas férias de verão. A gente pescava, eu nunca gostei de caçar, de atirar em bicho. Era pescaria de guri: piau, sauá, lambari. Passava o dia pescando ou dentro do rio Negro, nadando. Engraçado, nunca nin-guém falou em jacaré, piranha, arraia. A única coisa que seu Silas fazia era esticar um laço de uma margem a outra – o rio ali tinha uns 12 metros –, e dali ninguém podia passar. Fui lá até que ele re-solveu vender todas as fazendas dele e comprar uma em Maracaju. Seu Silas me ensinou tudo sobre o Pantanal e a pecuária.”

diSciplinA pAntAnEirA“Essas férias na fazenda me ensinaram muita coisa. A gente

ajudava a cuidar do gado, ia para o campo, todo mundo tinha sua

função. Porque um menino a cavalo, se ele for bom, é quase igual a um homem. Faz muito serviço. A gente tinha que acordar cedo, ajudar a tirar leite das vacas, tomar leite no mangueiro [curral], co-mer alguma coisa e sair para o campo. Fui a essa fazenda durante quatro anos seguidos. Depois ele acabou vendendo e nunca mais fui ao Pantanal, durante uns 12 anos. Até que conheci o Guilherme Rondon, que é compositor também, e comecei a frequentar a fa-zenda dele, lá no Pantanal do Paiaguás. Foi dessa fazenda que saiu a Comitiva Esperança.”

comitivA ESpErAnçA“Comitiva Esperança foi um projeto de exploração cultural

pantaneira, nos anos 80. Fui com meu parceiro Paulo Simões, o maestro e violinista Zé Gomes, o jornalista e crítico Zuza Homem de Mello e o fotógrafo Raimundo Alves. Andamos a cavalo durante 60 e tantos dias, parando de fazenda em fazenda, mais 15 de barco. Fomos do Paiaguás até até o Forte Coimbra, no rio Paraguai. E fi-zemos um documentário sobre a viagem.”

fAZEndEiro, Enfim“Foi depois da Comitiva Esperança que conheci essa região

A vocação do pantanal é pecuária, diz Almir Sater. nesta página,

novilha nelore mostra sua raça

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Brasil 4x4

os pequenos monomotores de asa alta, com suas cabines envidraçadas, proporcionam uma visão inigualável do pantanal, com todos os detalhes

em que moro hoje no Pantanal, uma fazenda que era da família do Guilherme Rondon. Eu conhecia o Pantanal inteiro, só não conhecia aquela parte do rio Negro. E quando conheci falei: ‘Puxa, isso aqui é muito lindo’. E disse para o Guilherme: ‘Fala com a sua tia pra ver se ela não me vende um pedacinho de terra aqui’. Mas não teve jeito. Fiquei dez anos jogando charme na viúva. E eu queria só um cantinho na beira do rio, um murundu [montinho] pra botar uma casa. Depois de muito tempo, aca-bei fazendo a novela Pantanal, em 1990. Por coincidência, foi rodada ao lado dessa fazenda que eu queria. Aí um dia fiz uma proposta de compra. E ela me disse: ‘Bom, agora que você está famosinho eu vou te vender o terreno’. Mas disse que, para eu ficar com o canto do rio, tinha que comprar o fundo também. Foi assim que virei fazendeiro pantaneiro, dono da fazenda Campo Novo. No ano seguinte fiz minha casa e, como não tinha filho nem nada, éra-mos só minha mulher e eu, gravei mais uma novela – Ana Raio e Zé Trovão – e fiquei oito anos morando lá.”

pEcUÁriA E EcologiA“A vocação pantaneira é pecuária. O Pantanal precisa

do boi. Ele é o cortador de grama, mantém o mato baixo. Porque lá é muito quente e, na seca, qualquer fagulha faz fogo. Há ONGs que na maior das boas intenções compra-ram grandes áreas ali. Tiraram o boi, cercaram tudo, o mato cresceu e hoje essas áreas são os maiores focos de incêndio na região. Pior: não há como voltar atrás, não pode voltar a botar boi, pois se transformaram em APAs – Áreas de Pro-teção Ambiental. Resultado: o cara tem de comprar trator e ficar roçando aquilo o dia inteiro. É por isso que eu digo que

o Pantanal é indomável.”

o povo“Imagine um lugar em

que as distâncias de um vi-zinho pro outro são imensas. Onde a demografia é baixís-sima. Então no Pantanal as pessoas são generosas, gostam de receber os outros porque não veem gente. Quando chega alguém, é um acontecimento. São pessoas muito generosas. É um lugar que não tem fome, não tem doenças, não tem mi-séria. Não tem violência – apesar de todo mundo andar com faca na cintura e revólver pendurado, não existe a violência gratuita. São pessoas muito educadas, à moda antiga. É qua-se um outro planeta.”

“ApESAr dE todo mUndo AndAr com fAcA nA cintUrA E rEvólvEr pEndUrAdo, no pAntAnAl não hÁ violênciA grAtUitA”

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carro05Ônibus atravessa estradinha pantaneira na seca. Na época das águas, porém, só mesmo um Pajero Full para fazer o mesmo trajeto (ao lado)

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carro

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fulloflifee não só isso: o novo Pajero 2015 é full of style, full of energy, full of adventure, full of comfort, full of dreams...P o r h e n r i q u e s k u j i s

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carro

Uma saga se constrói com grandes feitos e pequenos detalhes. Desde que veio ao mundo, em 1981, o Mitsubishi Pajero Full faz jus a essa máxima. Entre os grandes feitos, o mais clássico dos 4x4 ostenta 12 vitórias no rali Dakar, a mais

difícil prova off-road do planeta. Os pormenores ficam por conta dos aperfeiçoamentos que o carro recebe a cada ano para se manter na vanguarda da indústria automobilística.

A palavra saga faz todo o sentido quando se fala do carro-embaixador da marca. Logo de cara, ao ser lançado, ele balançou o mercado ao juntar dois conceitos até então dissociados na indústria automobilística: conforto e tecno-logia 4x4. Com essa ousadia dos japoneses, dirigir na chuva com os filhos no banco traseiro deixou de esfriar a espinha do motorista – e viajar para o campo ficou mais seguro e aconchegante. “A segurança é o principal motivo que me leva a comprar o carro”, diz Jesse Velmovitsky, 59 anos, do Rio de Janeiro. Ele sabe do que fala, pois está em seu 16º Pajero Full.

“Os controles de estabilidade são incríveis.”Nestes mais de 30 anos de vida, o Pajero Full acompanhou a

enxurrada de novas tecnologias que tomaram conta das linhas de montagem. Mais do que isso, seguiu na linha de frente, ditando o ritmo das novidades. O carro tem uma tecnologia invisível e uma gama de equipamentos de conforto que o fazem um dos mais modernos veículos à venda no mundo. O sistema multimídia, por exemplo, tem, entre outras coisas, receptor de TV digital, câmera de ré, sensor de estacionamento, DVD e GPS com mais de 2.550 cidades mapeadas. Os bancos diantei-ros têm ajustes elétricos e aquecimento. O ar-condicionado é independente para a terceira fileira de banco. A tração Super Select SS4-II é outro exemplo desse patamar avançado. Trata-se de um sistema com 24 combinações de marchas utilizadas nas diversas situações em ambientes urbano e off-road.

Essa tecnologia, diga-se, é herança do universo das com-petições, no qual a Mitsubishi fez e continua fazendo história. O sistema de frenagem é outra mostra da simbiose entre rua

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e pista tão bem equalizada nos carros da marca: o Pajero Full vem equipado com ABS (antitravamento), EBD (distribuidor de frenagem) e EBAC (para ladeiras e superfícies deslizan-tes). “Certa vez, na estrada, precisei desviar de repente de um deslizamento de terra”, conta Luiz Pinto Coelho, de Registro, São Paulo, que desde 1996 já teve “umas dez” Pajero Full. “Pisei no freio, o carro subiu numa lombada, saltou e bateu no chão novamente”, lembra-se. “Apesar de tudo isso, manteve a trajetória. Posso dizer que a tecnologia embarcada no Pajero Full salvou minha vida.”

Na recém-lançada linha 2015, a dianteira está de para--choque novo e grade reestilizada. Os faróis contam agora com luzes diurnas de LED. A traseira ficou mais moderna. As rodas de liga leve com aro de 20 polegadas ganharam novo desenho. Um pacote antirruído mais eficiente deixou o interior do carro ainda mais silencioso. Somem-se ainda pedais de alumínio, chave no estilo canivete e acabamento interno renovado.

“Foi essa performance no Dakar que fez com que eu me

interessasse pelo carro”, revela o baiano Pedro Acioli Filho, 46 anos. O triunfo, no entanto, foi apenas a porta de entrada do advogado para a marca. Desde os anos 1990, ele só tem Pajero Full. A cada dois anos, troca por um modelo zero-quilômetro. A jornalista Joyce Pascowitch é outra cliente fiel ao carro. “Eu e o Pajero Full temos um caso sério”, diz. “Do que eu mais gosto? Além do fato de nunca precisar ir para o conserto, a altura e o porte: impõe respeito. Para nós, mulheres, isso é ainda mais importante.” Fã do conforto do carro, o médico mineiro Alvaro Luis Barroso, 55 anos, teve nove Pajero Full desde 2002. “Por dentro, é 100%”, diz. Ele cita uma viagem de emergência que precisou fazer do Jalapão (TO), onde passava férias, para Belo Horizonte. “Foram mais de 1.600 quilômetros em 16 horas – e tudo na maior tranquilidade.” Figura constante no rali Mitsu-bishi MotorSports, Barroso está em dúvida sobre qual será seu próximo carro. Dúvida quanto à cor, é claro.

www.mitsubishimotors.com.br

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Sistema multimídia Luzes diurnas de LED Bancos de couro e oito airbags

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“a segurança é o maior motivo para eu comprar o Pajero full – os controles de estabilidade são incríveis. mas o motor e a arrancada também são impressionantes.”Jesse Velmovitsky, que já teve 16 Pajero Full

“gosto da segurança e da visibilidade durante minhas viagens. viajo muito tranquila. desde 2005, só tenho Pajero full. estou no meu terceiro.”Mette Thorgaard, hoteleira dinamarquesa, há 27 anos no Brasil

“é ótimo no asfalto e na terra. tem o melhor custo-benefício da categoria. é ideal para quem tem fazendas, como eu, para famílias e para aventureiros.”Luiz Coelho, que desde 1996, troca de Pajero Full a cada dois anos

“ele nunca precisa ir para o conserto. gosto da altura e do porte: isso impõe respeito. Para nós, mulheres, isso é ainda mais importante.”Joyce Pascowitch, em relacionamento sério com o Pajero Full

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ASX RAcing vence no AtAcAmA

Sob o comando do piloto portu-guês Carlos Sousa, o Mitsubishi ASX Racing dominou o rali do Atacama, realizado entre 27 de outubro e 1º de novembro no de-serto chileno. Ao lado do navega-

dor e conterrâneo Paulo Fiuza, Sousa venceu quatro das cinco etapas da competição. O Ata-

cama faz parte do campeonato sul-ameri-cano de rali cross-country e é considerado a antessala do Dakar – já que 80% de seu percurso de 2 mil quilômetros, com larga-da e chegada em La Serena, acontece num terreno bastante difícil, arenoso e repleto

de dunas. “Foi um rali muito interessante, um

ótimo treino para o grande desafio que é o Dakar”, disse o pi-loto, que já subiu ao pódio três vezes na prova mais desafiado-ra do mundo. “Além, da vitória, foi importante testar o carro e melhorar o entrosamento da equipe”, explicou Sousa depois de erguer o troféu.

A competição marcou a estreia da dupla Sousa-Fiuza na equipe Mitsubishi Petrobras, que conta com os brasileiros Guilherme Spi-nelli e Youssef Haddad, atuais campeões do Rally dos Sertões. “Foi uma prova muito dura, e o ASX se comportou de maneira excelen-te”, disse Spinelli. “Agora, é fazer a revisão e seguir para o Dakar.”

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Mitsubishi do português Carlos Sousa dominou o rali chileno

Os portugueses Carlos Sousa e

Paulo Fiuza: vitória no deserto

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LanCer evo X: CamPeão brasiLeiroulysses bertholdo ganha pela 17ª vez o Campeonato brasileiro de rally de velocidade

O gaúcho Ulysses Bertholdo conquistou seu 17º título no Rally de Velocidade. A bordo do Lancer Evolution X, o piloto e seu navegador, Marcelo Dalmut, venceram o cam-

peonato com uma etapa de antecedência. “É emocionante levar esse troféu para casa”, comemorou Ulysses, ganhador de três das cinco etapas realizadas até o fechamento desta edição. “Ao longo do ano, enfrentamos diversas condições de pista, e o Lancer Evolution X foi o melhor carro que podíamos esperar”, disse o piloto. “Além de rápido, ele tem o sistema eletrônico de controle de tração, que sempre nos dei-

xou em vantagem. A comprovação disso aconteceu na última etapa”, ressaltou o campeão, referindo-se à prova de Panambi (RS). “Enfrenta-mos um grande temporal. A pista ficou com muita lama, escorregadia. Mesmo assim o Lancer Evo X se manteve na mão.”

A história de Ulysses com a Mitsubishi tem quase 20 anos. Em 1996, ele venceu a Copa Colt. Dois anos mais tarde, venceu o Rally dos Sertões com a primeira Mitsubishi L200 preparada para com-petições. Desde então, acumulou mais de 50 títulos. “Com o Lancer Evo, fui campeão em todos os anos”, conta.

o reinado da L200 triton ersnas mãos de Glauber fontoura e minae miyauti, picape vence o brasileiro de Cross-Country

A Mitsubishi conquistou o título do Campeonato Brasileiro de Rally Cross-Country na categoria Super Production, destinada a carros de produção – com poucas modificações. A bordo de uma L200 Triton

ERS, a dupla formada por Glauber Fontoura e Minae Miyauti subiu ao lugar mais alto do pódio com 100% de aproveitamento depois de ganhar todas as pro-vas. “Fomos campeões com duas etapas de antecedência”, comemorou o piloto. “O trabalho da Ralliart Brasil foi fundamental.” A navegadora engrossa o coro da vitória: “Foi sensacional. Batalhamos o ano todo para chegar até aqui.” Para Guilherme Spinelli, diretor da Ralliart Brasil, a conquista representa a evolução do trabalho. “Estamos muito felizes com o título de um campeonato duro e disputado como é o brasileiro. A L200 Triton ERS tem se mostrado um carro rápido, resistente e muito confiável”, concluiu Spinelli.

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Dalmut, Bertholdo e o Lancer Evo X:

trinca campeã

A L200 Triton ERS salta para mais uma vitória

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88 [Mitrevista] Novembro 2014

vela

vento forte

O veleiro Pajero ganhou dois títulos no mês de novembro. O primeiro deles foi o da 45ª edi-ção do Circuito Rio de Vela de Oceano, um dos mais tradicionais eventos da vela oceâ-nica nacional, disputado na baía de Guana-b a r a .

O segundo foi o campeo-nato brasileiro de S40, rea-lizado em Angra dos Reis, também no Rio de Janeiro. Nas duas conquistas, os tri-pulantes do Pajero foram comandados por Eduardo de Souza Ramos.

No Circuito Rio, o barco venceu cinco das oito regatas. A prova reu-niu mais de 200 velejado-

res na raia do Iate Clube do Rio de Janeiro. Segundo Mario Tinoco, técnico de vela e tripulante da embarcação campeã, as condições de clima foram primordiais para o sucesso. “A regata exigiu um nível técnico altíssimo: tivemos ventos for-tes, sol e calor”, contou. “Foi emocionante ver o Eduardo,

aos 70 anos, capitanear o nosso barco e conquistar mais essa vitória”.

Já no campeonato bra-sileiro, o Pajero teve ape-nas 15 pontos perdidos nas sete regatas realizadas em quatro dias. “Foi um cam-peonato difícil, com vento muito rondado, mas bas-tante divertido e intenso”, disse Santiago Lange, táti-co da embarcação.

veleiro Pajero conquista dois campeonatos nas águas do Rio de Janeiro

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Job: 20454-033 -- Empresa: africa -- Arquivo: AF-FER-20454-033-An-Rev-Pag-Simples-MIT-SEGUROS-208x275_pag001.pdfRegistro: 159757 -- Data: 12:26:19 25/11/2014

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93[Mitrevista] dezembro 2014

universomitsubishi

“Da equipe de mecânicos à organização, cada prova foi especial nesta temporada.

Por isso tenho total confiança em fazer parte

desta competição.”Glauber Fontoura, piloto da categoria Triton ER

(MITSUBISHI CUP)

“O Mitsubishi Motorsports é uma emoção sem fim. Tudo

é muito bem organizado e ainda aproveitamos as

belas paisagens.” Fabio Lira Diniz, piloto, categoria Turismo Light

(MITSUBISHI MOTORSPORTS NORDESTE)

“Fazer parte do Evo Day é sensacional. Aqui podemos tirar o máximo

do Lancer Evo com o máximo de segurança.”Edwin Araújo, empresário

(MITSUBISHI EVO DAY)

“Você começa a levar a marca como um estilo de vida. E, como o carro é 4x4, também se vive essa vida no dia a dia.”

Alan Enz, piloto da categoria Graduados

(MITSUBISHI MOTORSPORTS)

“Ter um Mitsubishi é um estilo de vida. Não é qualquer marca que

possibilita essa experiência para seus clientes.”

Felipe dos Santos, empresário(MITSUBISHI FUN DAY)

on&off

“É um prazer ser parte da Lancer Cup. Aqui corremos, nos divertimos e fazemos

amigos. O clima não poderia ser melhor.”

Luiz Barcellos, empresário e piloto da categoria Lancer R(MITSUBISHI LANCER CUP)

DIVERSãO E ADRENALINA

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“O Mitsubihi Outdoor é perfeito para descontrair

ao lado da família, rir com os amigos e ainda

desfrutar das atividades culturais e de aventura.” Luis Fernando Sorrentino,

piloto da categoria Fun (MITSUBISHI OUTDOOR)

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94 [Mitrevista] dezembro 2014

As duas etapas finais da temporada 2014 da Lancer Cup

foram de tirar o fôlego. O público presente ao autódromo

Velo Città presenciou disputas, ultrapassagens, toques,

reviravoltas e sucessivas alternâncias de posições na

pista. Nessa reta final do campeonato, três competidores

despontavam como favoritos na categoria principal da Lancer Cup, a

RS. Eram eles Bruno Mesquita (campeão de 2013), Sergio Alves e Fabio

Viscardi. Mesmo tendo um bom desempenho nas últimas disputas, o

piloto Elias Jr. estava fora da briga – mas, como veremos, ele teria papel

importante na definição do campeão.

Na sexta etapa, disputada numa tarde nublada de setembro, havia

muita expectativa sobre se a leve garoa se tornaria chuva de fato. Em

lancer cup

pé embaixoas duas últimas etapas da temporada 2014 foram as mais

emocionantes da história da mitsubishi lancer cup

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95[Mitrevista] dezembro 2014

meio a essa dúvida, que poderia mudar a estratégia de cada um dos

competidores, Mesquita fez o melhor tempo no treino classificatório,

largou em primeiro e foi absoluto de ponta a ponta. “A pole vale muito

aqui no Velo Città. Se você largar bem e não cometer erros, consegue

uma grande vantagem”, afirmou ainda nos boxes. Na categoria R,

Fernando Ewerton voltou a pilotar em alto nível e entrava de vez na

disputa do título com Luiz Santiago, que ficou na segunda colocação.

A segunda prova do dia foi de Elias Jr. Mesmo com o grid invertido

e largando na sétima posição, ele já era o líder na terceira curva da

primeira volta. Não demorou muito para o carioca se distanciar da

confusão e liderar até a bandeirada final. “Larguei bem e achei um

caminho em meio ao bolo. Essa é sempre a preocupação de quem

larga atrás”, disse. No meio da confusão, dois postulantes ao título,

Bruno Mesquita e Fabio Viscardi penaram para tomar posições, mas

conseguiram se recuperar e ficaram em segundo e terceiro lugares.

Sergio Alves ficou na quinta colocação.

Entre os Lancers R, o que se viu foi uma disputa entre os irmãos

Fernando e Felipe Ewerton, que fizeram a dobradinha. “Por causa da

garoa, optei por fazer uma prova mais segura no começo. Mas chega

uma hora que não dá para não acelerar”, resumiu Fernando. Na RS

Master, Paulo Pomelli e Eduardo Souza Ramos se revezaram no lugar

mais alto do pódio entre a primeira e segunda prova. Já na R Master,

Renato Favatti não deu chance para a concorrência e faturou mais duas

vitórias para sua coleção.

Disputa ponto a pontoApós seis etapas disputadas ao longo de 2014, era chegada a hora

da grande final. Com o título em jogo, o treino classificatório era essen-

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cial. ironicamente, elias Jr., que estava fora da briga, se tornou o prota-

gonista ao bater o recorde do velo Città com o tempo de 1’43” e sair na

frente. Logo atrás dele vinham sergio Alves, Bruno Mesquita e Fabio

viscardi, justamente os três pilotos com chances de título. A promessa

de uma boa briga foi interrompida com um acidente logo na primeira

curva, em que Bruno Mesquita e Fabio viscardi tentaram buscar posi-

ções, mas acabaram se chocando, sendo assim obrigados a abandonar

a corrida. Após a entrada do safety car e a relargada, bastaram algumas

voltas para que sergio Alves ultrapassasse elias Jr. e assumisse não só

a liderança da prova, mas também a do campeonato.

restava a derradeira prova da temporada. A equipe ralliart

trabalhou duro e colocou os dois carros de volta à disputa. Com o

grid invertido, tudo poderia acontecer, já que sergio Alves largaria

em oitavo e Fabio viscardi, em nono. Até então, pelos critérios da

competição, a briga pelo título da Lancer Cup se limitava aos dois

pilotos. Por incrível que pareça, Alves largou mal e perdeu algumas

posições. Por outro lado, viscardi pulou da nona para a terceira co-

locação logo na segunda volta. A essa altura, elias Jr. liderava, após

ultrapassar Carlos Falletti, e se manteve assim até o fim, enquanto

Alves travava uma batalha por posições com Bruno Mesquita. Foram

momentos emocionantes, nos quais tudo podia acontecer.

Após a bandeirada, ninguém tinha certeza sobre quem era o cam-

peão. o carioca sergio Alves ou o paulistano Fabio viscardi? Contas

precisavam ser feitas. Após a confirmação da direção da prova, deu

sergio Alves. e com um detalhe: por apenas um ponto de diferença.

“não imaginei que seria tão difícil, pois até a quinta etapa estava lide-

rando com 20 pontos de frente. Tive contratempos, mas consegui me

recuperar e conquistar o título”, disse o campeão. Já resignado com a

segunda posição, Fabio viscardi fez questão de ressaltar a qualidade

do campeonato. “não tenho do que reclamar, faz parte do esporte.

Poderia ter sido o contrário. o que só mostra a qualidade da Lancer

Cup”, afirmou.

na categoria Lancer r, tinha chegado finalmente a hora de

Fernando ewerton comemorar sua conquista, numa vitória com di-

ferença de somente três pontos para o segundo colocado, Luiz san-

tiago. Mais uma comprovação do alto nível entre os competidores,

independentemente de categoria. entre os pilotos vintage, festa

para Paulo Pomelli e renato Favatti, respectivamente campeões da

rs Master e da r Master. Que venha 2015. será que é possível um

final mais emocionante que esse?

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os campeões falam

SERGIO ALVESCategoria RS

O que você pode dizer da temporada 2014 da Lancer Cup?Emocionante. As mudanças na competição e no carro foram excelentes. A organização está de parabéns. Cada prova foi sensacional e a estrutura da Lancer Cup não tem igual.Como foi segurar a pressão na última prova e garantir a vitória por apenas um ponto?Eu estava nervoso, larguei mal e tanto o Viscardi quanto o Bruno me passaram. Tive que buscar a tranquilidade e tentar me recuperar. Ultrapassei o Bruno e mais dois pilotos até chegar uma posição atrás do Viscardi, que me dava pontos suficientes para ser campeão.Quais são suas expectativas para 2015?Continuar acelerando e testando meus limites. Espero fazer uma temporada tão boa quanto esta. não vejo a hora de começar tudo de novo.

PAULO POMELLICategoria RS Master

Como você resume a temporada?Foi uma experiência incrível em vários sentidos. Como piloto, tem a evolução que se conquista a cada prova. no âmbito pessoal, tem a questão da disciplina, algo que tento passar como exemplo para meus filhos.Você é pai de 10 filhos, e nessa última etapa contou com uma torcida e tanto.Foi muito emocionante. Principalmente no fim da segunda prova de hoje [sétima etapa], quando vi que todos vestiam uma camiseta dedicada a mim. não tem prêmio maior.Que tal fazer parte da Lancer Cup?Uma competição de alto nível e que exige muito de cada piloto. Eu me considero mediano, mas tive a oportunidade de vencer uma etapa na geral e mostrei que sou capaz. Espero uma temporada em 2015 melhor ainda.

FERNANDO EwERTONCategoria R

Você é acostumado ao off-road, mas se adaptou muito bem ao asfalto. Qual sua avaliação da temporada?Melhor impossível. Ter a oportunidade de dirigir um carro como o Lancer R num circuito como este é um privilégio. Fiz um bom campeonato no começo, mas vacilei na quinta etapa e deixei o segundo colocado se aproximar. Ainda bem que consegui me recuperar e garantir o campeonato.Qual foi o seu melhor momento?Comecei muito bem, com duas vitórias. Isso me deu muita confiança para o restante da competição.Quais são os planos para 2015?Subir de categoria, para a Lancer RS. Era algo que já tinha em mente faz um tempo. Esse período na categoria R foi muito bom para me adaptar.

RENATO FAVATTICategoria R Master

Como se sente com o título?na minha carreira como piloto amador, sempre passei perto, mas nunca tinha ganhado um título. Por isso este é tão importante e especial. Além de tudo, hoje [sétima etapa] finalizei a prova como o primeiro na geral na categoria R. não poderia ser melhor.Você faz parte da Lancer Cup desde o começo. Como vê a evolução da categoria? Eu digo sempre para os meus amigos que me sinto um privilegiado por fazer parte da Lancer Cup. o relacionamento entre mecânicos, direção de prova e pilotos é muito saudável. o meu carro foi perfeito nesta temporada, não teve uma quebra. Só tenho a agradecer.Quais os planos para a próxima temporada?Espero que o grid do ano que vem esteja mais cheio e que as provas continuem emocionantes.

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CLAssiFiCAçÃO FiNAL 2014LANCEr rs

1) Sergio alves 261 ptos2) Fabio Viscardi 260 ptos3) elias Jr. 246 ptos4) bruno mesquita 246 ptos

LANCEr r1) Fernando ewerton 272 ptos2) luiz Santiago 269 ptos3) eduardo Viscardi 263 ptos

LANCEr rs MAsTEr1) paulo pomelli 297 ptos2) eduardo Souza ramos 182 ptos

LANCEr r MAsTEr1) renato Favatti 300 ptos2) luiz barcellos 283 ptos3) eduardo Santos 66 ptos

É só ChEgAr E ACELErAr.A locação do Lancer r e do Lancer rs para participar da Mitsubishi Lancer Cup utiliza o conceito sit&drive: as questões logísticas, como mecânicos, manutenção do carro e peças de reposição, ficam sob a responsabilidade da Mitsubishi, por meio da ralliart Brasil, que cuida de tudo. na Lancer Cup, basta o piloto colocar o capace-te, ajustar o cinto de segurança, acelerar e se divertir. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 3818-4319.

“Foi mais uma temporada com organização impecável. A qualidade dos carros e da equipe de mecânicos me deixa totalmente seguro para disputar as provas.”Bruno Mesquita, empresário e piloto da categoria Lancer RS

“A sensação de correr numa pista como o Velo Città é indescritível. Não tem como a adrenalina não ir lá para cima.”Felipe Ewerton, piloto da categoria Lancer R

PATrOCiNADOrEs: armura, btG pactual, columbia, lubrax, pirelli

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99[Mitrevista] dezembro 2014

teoria da evolução

em 2015, quando os motores voltarem a roncar, a Mitsubishi

Lancer Cup vai largar com uma série de novidades para

tornar o campeonato ainda mais emocionante. A primeira

mudança será a separação das largadas entre as categorias

r e rs – nada mais de grid misturado. A ideia é deixar as corri-

das ainda mais competitivas e atraentes para os pilotos, para o público e

para a televisão. sim, televisão. A terceira temporada da Lancer Cup terá

a cobertura do canal Bandsports. outra novidade é o tamanho do grid:

cada uma das categorias vai contar com 15 carros, todos preparados

pela equipe ralliart Brasil, a divisão de alta performance da Mitsubishi.

“estamos implantando uma nova refrigeração para o motor e para o

piloto”, conta Guilherme spinelli, o Guiga, diretor da ralliart Brasil.

ele revela ainda que três das sete etapas da Lancer Cup 2015

serão realizadas fora do vello Città. Tudo leva a crer que os palcos

dessas provas serão os autódromos internacionais de Curitiba, Goiâ-

nia e são Paulo (interlagos). “Mas tivemos convites de outras cidades

que contam com bons circuitos. eventualmente, pode haver a subs-

tituição de algumas dessas provas”, diz Guiga. o que pesa na escolha

é encontrar um local que tenha o mesmo nível do velo Città, onde

pilotos, público e organização contem com uma estrutura com padrão

da Federação internacional de Automobilismo. “estamos levando em

conta não somente a pista, mas também a segurança para os pilotos

e a comodidade para o público”, explica Fernando Julianelli, diretor de

marketing da Mitsubishi.

Para finalizar o pacote de evoluções previstas para o ano que

vem, uma mudança que incide diretamente no bolso dos gentlemen

drivers. Todos os carros da Lancer Cup 2015 contarão com patrocínio

de uma concessionária Mitsubishi, o que facilita a adesão ao sistema

sit&drive. “essa novidade vai diminuir os custos para os pilotos em

média em 25%. Queremos incentivar o aumento do grid e tornar essa

experiência ainda mais acessível”, conclui.

no mais, a Lancer Cup continuará emocionante e disputada nos

3.430 metros do velo Città e, agora, nos demais circuitos. Do lado de

fora, seguirá em alta a camaradagem dos gentlemen drivers, sempre

acompanhados de familiares e amigos. no intervalo entre as duas

provas do dia, a velocidade dá lugar ao conforto Mitsubishi racing

Center, onde acontece o almoço e o clima é de um encontro de ami-

gos. o dia termina com troféus e banho de champanhe no pódio.

GRids separados, novos circuitos e custos mais baixos estão entre as novidades da mitsubishi lancer cup 2015

em 2015, a lancer cup será transmitida pelo bandsports

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eVo day

Foram sete etapas. sete oportunidades para

acelerar o Lancer evolution no local mais indica-

do para quem é fã do carro: o autódromo velo

Città, em Mogi Guaçu (sP). Quem já participou

do evo Day é só elogios. Do alto nível da pista

(homologada pela Federação internacional de Automobilis-

mo) à estrutura oferecida aos participantes e convidados,

o track-day dedicado ao mito do World rally Championship

(WrC) virou referência. Ao longo do ano, proprietários dos

quatro cantos do Brasil vieram pisar fundo no velo Città.

Foi para aproveitar essa chance que o empresário João

Luiz Quagliato viajou os 500 quilômetros que separam

ourinhos (sP) de Mogi Guaçu. Ao volante do seu Lancer

evo, que ele diz ser praticamente original, com exceção dos

freios, Quagliato aguardava sua vez na segunda bateria do

dia. seu semblante era o de uma pessoa realizada. “esta é

uma oportunidade fantástica. Decidi comprar o Lancer não

só pelo carro, que é maravilhoso, mas também por causa

de toda estrutura e competições que a Mitsubishi oferece”,

comentou. Com a garoa fina da última etapa, ele decidiu

manter uma pilotagem mais conservadora e terminou o dia

na sexta colocação na geral.

outro participante que acumulou quilometragem para

participar do evo Day foi o também empresário Juliano

Freitas, o Caju. Foram 2 mil quilômetros de estrada desde

sua cidade natal, Cuiabá (MT). Dentro de seu Lancer ralliart

sportback, no qual freios, escapamentos e bancos foram

modificados, ele conferia pelo notebook o seu desempenho

de iniciante. “Por ser minha primeira vez aqui, acho que fui

bem. É uma pista muito técnica, precisa ter algumas ma-

nhas. Mas a gente pega os conselhos dos mais experientes.”

Caju alcançou o décimo lugar e promete voltar ano que vem.

um desses conselheiros de plantão é o piloto de teste

eric Darwich, que faz um balanço positivo do evento e

comenta sobre o clima de amizade entre os participantes

do evo Day, principalmente sobre as customizações que

cada um faz no carro. “rola uma grande parceria. ninguém

esconde o jogo. Muitas vezes, mesmo nós da Mitsubishi

aprendemos com eles. É uma troca bacana de experiências”,

afirmou. A última prova do ano terminou com a vitória de

sergio Laureano, com o tempo de 1’46’’. o piloto mais regular

nas três baterias foi rodolfo Lanezi, que ficou em terceiro

na geral. Festa para os vencedores e para todos que partici-

param do evo Day em 2014.

o paraíso é aquipara quem tem um lancer evo não há lugar melhor do que o autódromo velo cittá

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101[Mitrevista] dezembro 2014

“Participar de eventos como este me levou a comprar meu Lancer Evo. Não tem nada igual no Brasil.”Leandro Toledo, consultor

“Não tem nada melhor do que correr com seu Mitsubishi Lancer Evo numa pista com a qualidade do Velo Città.”Mauro Babour, empresário

autódromo Velo città @nacaomitsubishi @mundomit

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antes de ir para a pista acelerar, um briefing para tirar o máximo do carro

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102 [Mitrevista] dezembro 2014

Fun day

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em sua primeira temporada, o mitsubishi Fun day,

prova de regularidade disputado no autódromo Velo

città, caiu no gosto dos donos do lancer, do aSX

e do outlander, os modelos autorizados a participar

da competição. São três baterias de 30 minutos.

em cada uma delas, os participantes precisam passar no tempo

correto nos pontos de cronometragem espalhados pela pista

e completar a volta no tempo determinado pela organização.

a velocidade máxima permitida é de 140 quilômetros por hora.

Quanto mais regular for o piloto, menos pontos ele perderá.

na etapa derradeira, o título ficou com o engenheiro paulistano

bruno ansara de abreu.

mas a verdade é que, mais do que uma competição, o evento

se tornou uma reunião de amigos, como se pôde notar nessa

última prova, quando entre os participantes estavam 25 lancer

vindos em comboio desde São paulo. eles faziam parte do grupo

mitsu Fans. um desses fanáticos era o analista de sistemas bru-

no cardoso, que veio ao volante de seu lancer Gt 2012. “poder

usar o câmbio manual nesta pista foi sensacional. a adrenalina

no fim das curvas é indescritível. Sempre tive paixão por pista

e agora pude realizar meu sonho”, disse o “veterano” no Fun day

– essa foi sua segunda participação na competição. cardoso ficou

em quinto na geral. nada mau.

Quem estava estreando era o engenheiro paulistano arman-

do Stefani. a bordo do seu lancer mt 2012, ele afirmou ter sofri-

do um pouco no começo com a adaptação à prova de regularida-

de. nessas horas contou com a ajuda do amigo leandro Guida,

no papel de navegador. “É uma parceria para segurar meu

diversão garantidaprimeira temporada do fun day termina com encontro de fãs do lancer

São três baterias de 30 minutos para donos de lancer, aSX e outlander acelerarem no Velo città

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103[MiTrEVisTA] dezembro 2014

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“Quando entrei na pista, a adrenalina foi lá em cima. Depois de participar do Fun Day, posso dizer que sei do que meu Mitsubishi é capaz.”Grazzia Guglielmino, médica

“A oportunidade de andar com seu Mitsubishi numa pista de corrida é única. Algo que vai ser difícil de esquecer daqui para a frente. Quero mais.”Derrick Mackenzie, engenheiro

autódromo Velo città @nacaomitsubishi @mundomit

www.mitsubishimotors.com.br

ímpeto”, brincou o piloto. “o circuito aqui é técnico e exige

do piloto e do carro. mas assim é possível descobrir o real

desempenho do meu mitsubishi”, completou. a parceria deu

certo, já que os novatos ficaram em quarto lugar.

no intervalo entre as baterias, pilotos e acompanhantes

podem subir no paddock e assistir às duas provas da lancer cup

– é permitida inclusive a entrada nos boxes para conhecer de

perto o lancer r e lancer rS. o almoço é servido no mitsubishi

racing center, onde o clima é de uma festa entre amigos.

no final do dia, os cinco pilotos mais regulares sobem no pódio,

recebem troféu e estouram champanhe. agora, é aguardar

2015 para mais uma temporada cheia de adrenalina e diversão.

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104 [Mitrevista] dezembro 2014

Festa de Famíliadepois de seis etapas, Ficou para os metros Finais da etapa de ribeirão preto (sp) a decisão dos campeões da 20ª temporada do mitsubishi motorsports

motorsports sudeste

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105[Mitrevista] dezembro 2014

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l200 Triton na etapa decisiva, em ribeirão Preto (SP)

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106 [Mitrevista] dezembro 2014

motorsports sudeste

A 20ª temporada do Mitsubishi MotorSports terminou com

o astral e a adrenalina em alta. Depois de cruzar a linha de

chegada em uma das etapas mais emocionantes da história do

rali, no dia 15 de novembro em Ribeirão Preto (SP), a Nação 4x4

cantou, pulou e se esbaldou ao som das clássicas músicas dos Paralamas

do Sucesso. A banda comandada por Herbert Vianna levantou o público

– formado por pilotos e navegadores, acompanhados de seus familiares e

amigos. “Esta festa vale mais do que qualquer resultado na pista”, disse o

navegador Allan Enz. O jovem de cabelos longos, no entanto, desconfiava:

assim que o show terminasse e os campeões fossem anunciados, salvo

alguma grande zebra, ele e seu pai, Otávio, subiriam no topo do pódio da

categoria Graduados. Mas, antes de falarmos dos grandes vencedores da

temporada 2014, vamos recordar duas etapas que antecederam a grande

final: Penedo (RJ) e Joinville (SC).

Ao contrário do que aconteceu em Ribeirão Preto, essas duas etapas

foram bem molhadas. Em Penedo, a chuva que caiu durante a semana

enlameou a trilha. “Tivemos que prestar muita atenção, mas o que move

a gente é justamente isso: o desafio”, disse o piloto Adhemar Silva Jr, que

venceu na categoria Turismo. Na Graduados, a vitória ficou com Olair

Fagundes e Waldemberg Barros, de Cuiabá (MT). “É maravilhoso. Venho

tentando há dois anos levar esse boné. Estamos bem entrosados e agora

encaixou”, contou o piloto, referindo-se ao boné amarelo com o número 1

bordado com destaque, exclusivo dos campeões das etapas. Já na Turismo

Light, a vitória foi da dupla mista Daniel Manse e Mirella Kurata, de São

Paulo. “Houve muitas trocas repentinas de direção e de médias de veloci-

dade. Foi uma prova muito gostosa”, celebrou Daniel.

Em Joinville, a lama também proporcionou mais emoção à etapa. Os

amigos fluminenses Roberto Mendes e Uesley Teixeira, que já haviam

participado em Penedo, aproveitaram o rali para viajar e conhecer várias

cidades catarinenses: foram para Blumenau (onde participaram da

Oktoberfest), Pomerode, Brusque, Balneário Camboriú e, finalmente, para

Joinville, onde se alinharam na categoria Turismo Light. “Existem pessoas

na etapa de penedo, a planilha levou a nação 4x4 ao topo da serra fluminense

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107[Mitrevista] dezembro 2014

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que usam o carro 4x4 só para passear”, brincou Mendes. “E existem aque-

les que usam o carro para pôr na lama – é o meu caso.” Depois do 144º lugar

na etapa de Penedo, conseguiram a 42ª colocação em Joinville. Nada mau.

Os melhores na categoria foram os paulistas Eduardo e Ilídio Sanches, pai e

filho. “O trajeto estava gostoso, com muita lama. Esta é minha sexta etapa,

e já ganhar é muito legal”, disse Eduardo. “O Mitsubishi MotorSports mistu-

ra emoção, adrenalina e amizade. Virou programa imperdivel”, completou

Ilídio. Na categoria Graduados, a dupla local, Paulo Roberto Goes/Jhonatan

Ardigo, ficou com a vitória. “Ano passado venci aqui e hoje estou de volta”,

contou o piloto catarinense. “É a melhor sensação do mundo. Só quem está

aqui sabe como é”, disse o navegador. Rafael Brochier Cardoso e Marcelo

Mello levaram a melhor na categoria Turismo. “A navegação não foi fácil,

mas deu tudo certo e estamos muito felizes”, emocionou-se o piloto.

Voltemos agora a Ribeirão Preto, palco da grande final. E voltemos a

falar da dupla campeã na categoria máxima, a Graduados. Otávio e Allan

chegaram ao estrelato por causa da regularidade ao longo do ano: apesar

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108 [Mitrevista] dezembro 2014

motorsports sUDEstE

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pilotagem, família e amigos na etapa de Joinville (sc)

de não terem vencido nenhuma das sete etapas, ficaram entre os seis

primeiros em todas elas. “Desde 2008 a gente acelera atrás desse título.

E correr ao lado do meu pai torna essa conquista ainda mais emocionante”,

afirmou Allan, minutos depois do show, já encharcado de champanhe.

“O que a Mitsubishi faz por nós não existe. A gente vem com a família,

encontra amigos, viaja, se diverte. Fazer parte do Mitsubishi MotorSports

não tem preço”, disse Otávio, após dar a célebre cambalhota da comemora-

ção ao subir no pódio. Pai e filho ganharam como prêmio uma viagem para

quatro pessoas para o resort Kiaroa, na península de Maraú, na Bahia.

Em Ribeirão, Otávio e Allan chegaram na quinta colocação. A vitória

ficou com o casal Maria Eveli e Waldir Barbosa, de Bragança Paulista (SP). E

foi um triunfo histórico: pela primeira vez em 20 anos de MotorSports, uma

dupla mista venceu uma etapa. “É uma surpresa deliciosa. Confesso que

não esperava”, revelou a navegadora. “Vencer na classificação geral é de

arrepiar”, disse o piloto. Na categoria Turismo, a exemplo do que aconteceu

na Graduados, o título também ficou com uma dupla formada por pai e

filho. Charles Marcelo Ritter e Marcelo Almada Ritter, de Florianópolis (SC),

deram um sprint fantástico, com duas vitórias e um segundo lugar nas três

etapas finais da temporada. “Vencer um rali é a realização de um sonho de

adolescente”, contou Charles. “Além disso, participar ao lado do meu filho

tem me unido ainda mais a ele.” Marcelo sabe que no ano que vem a vida

será mais dura na categoria Graduados: “Muda a pilotagem, a navegação.

Será bem mais difícil.” Como prêmio pelo título, a família Ritter vai para o

hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu (PR).

Entre os competidores da categoria Turismo Light, na qual não há dispu-

ta de campeonato, a vitória em Ribeirão Preto foi dos paulistas Daniel Manse

e Cesar Pereira. “Nada melhor do que ganhar uma etapa tão concorrida e

divertida, com tantos competidores”, comemorou Pereira. Quem também se

divertiu em Ribeirão foi a dupla Mário Kesegi e Paula Gonçalves, de São Paulo.

“Você nem imagina a ansiedade que eu estou sentindo”, revelou Mário, minu-

tos antes da largada. Durante a prova, não faltou adrenalina para o casal de

namorados. Ele fazia questão de passar por cima de todas as poças d’água.

“Adoro um barro”, disse. A navegadora de primeira viagem também fez bonito

e conduziu o piloto com desenvoltura. “Essa é uma oportunidade sem igual

de fazermos uma atividade diferente. Tem adrenalina, concentração e muita

emoção”, afirmou Paula. Eles não subiram ao pódio. Entre os 183 carros da

categoria, ficaram na 106ª posição. “Foi muito divertido e com certeza esta-

remos nos próximos”, contou a navegadora. “Você ainda vai nos ver no pódio”,

garantiu o piloto enquanto se dirigia para o almoço de confraternização que

antecedeu o show dos Paralamas do Sucesso.

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110 [Mitrevista] dezembro 2014

campeões temporada 2014 Graduados (piloto) 1) otavio enz marreco Apucarana (PR) 118 pontos 2)

acyr hideki rodrigues da silva Corupá (SC) 110 pontos 3) paulo roberto Goes Joinville (SC) 107 pontos 4) hamilton medeiros Curitiba (PR) 90 pontos 5) José marques souza Junior Belo Horizonte (MG) 89 pontos Graduados (naveGador) 1) allan enz Apucarana (PR) 118 pontos 2) renan pamplona medeiros Corupá (SC) 102 pontos 3) alexandre martinez São Paulo (SP) 91 pontos 4) rafain Walendowsky Curitiba (PR) 90 pontos 5) claudio roberto Flores Belo Horizonte (MG) 89 pontos turismo (piloto) 1) charles marcelo ritter Florianópolis (SC) 128 pontos 2) Jorge thirige Rio de Janeiro (RJ) 121 pontos 3) José carlos selbach eymael Santana de Parnaíba (SP) 121 pontos 4) carlos Frederico bauer bauer São Bento do Sul (SC) 118 pontos 5) ivan azevedo Belo Horizonte (MG) 91 pontos turismo (naveGador) 1) marcelo almada coelho ritter Florianópolis (SC) 128 pontos 2) Farley Geraldo miranda Rio de Janeiro (RJ) 121 pontos 3) claudia renata bernt eymael Santana de Parnaíba (SP) 121 pontos 2) alexandro silva São Bento do Sul (SC) 118 pontos 5) alessandro bonsucesso Belo Horizonte (MG) 91 pontos

ribeirão preto (sp)Graduados 1) Waldir barbosa/maria eveli G. barbosa Bragança Paulista

(SP) 2) paulo roberto Goes/Jhonatan ardigo Joinville (SC) 3) olair Fagundes/Waldemberg barros Cuiabá (MT) 4) acyr hideki da silva/renan pamplona medeiros Corupá (SC) 5) otavio enz marreco/allan enz Apucarana (PR) turismo 1) charles marcelo ritter/marcelo almada ritter Florianópolis (SC) 2) carlos Frederico bauer /alexandro silva São Bento do Sul (SC) 3) Jorge thirige/Farley Geraldo miranda Rio de Janeiro (RJ) 4) Jose carlos eymael/claudia renata eymael Santana de Parnaíba (SP) 5) ivan azevedo/alessandro bonsucesso Belo Horizonte (MG)

turismo liGht 1) daniel manse/cesar pereira São Paulo (SP) 2) roberto baptista/marcelo ribeiro Carapicuíba (SP) 3) iran andrade de assis/marcio Ferreira agostinho São Paulo (SP) 4) Fabio Gadioli/sandra Gadioli São Paulo (SP) 5) Victor navarro da cruz Filho/luiz sergio Jr S. José do Rio Preto (SP)

penedo (rJ)Graduados 1) olair Fagundes/Waldemberg barros Cuiabá (MT) 2) ernesto

Kabashima/luiz durval brenelli paiva São Paulo (SP) 3) Fabio Vernizi/alexandre martinez São Paulo (SP) 4) carlos bevilaqua/Fabiano bonafé São Paulo (SP) 5) ricardo barra/Vanderlei hirt Niterói (RJ) turismo 1) adhemar silva Jr/michel conessa São Paulo (SP) 2) rafael brochier cardoso/robson roloff Novo Hamburgo (RS) 3) Jorge thirige/Farley miranda Rio de Janeiro (RJ) 4) José carlos eymael/claudia renata eymael Santana de Parnaíba (SP) 5) ivan azevedo/alessandro bonsucesso Belo Horizonte (MG) turismo liGht 1) daniel manse/mirella Kurata São Paulo (SP) 2) Fernando ribas/natasha maues São Paulo (SP) 3) suellem araujo/thais silva São Paulo (SP) 4) evaldo indig alves/reginaldo r. lemos Junior São Paulo (SP) 5) otavio nakamura/Vinicius zarantonello machado Rio de Janeiro (RJ)

Joinville (sc)Graduados 1) paulo roberto Goes/Jhonatan ardigo Joinville (SC) 2) acyr

hideki da silva/renan pamplona medeiros Corupá (SC) 3) renato martins/enedir Junior Belo Horizonte (MG) 4) otavio enz marreco/allan enz Apucarana (PR) 5) José marques souza Junior/claudio roberto Flores turismo 1) rafael brochier cardoso/marcelo mello Novo Hamburgo (RS) 2) charles marcelo ritter/marcelo almada ritter Florianópolis (SC) 3) José carlos eymael/claudia renata eymael Santana de Parnaíba (SP) 4) carlos Frederico bauer/alexandro silva S. Bento do Sul (SC) 5) sidnei rank/leandro José machado S. Bento do Sul (SC) turismo liGht 1) eduardo sanches/ilidio paulino sanches São Paulo (SP) 2) adriana de azevedo roldan/amanda azevedo roldan São Paulo (SP) 3) marcio Ferreira agostinho/iran andrade de assis São Paulo (SP) 4) patricia bertozzi/monica da costa trindade São Paulo (SP) 5) neosandro domingues/dea marcia domingues Rio de Janeiro (RJ)

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show dos paralamas do sucesso fechou a 20a temporada do motorsports

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112 [Mitrevista] dezembro 2014

motorsports NorDEstE

L200 savana cruza um rio na etapa de João pessoa

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113[Mitrevista] dezembro 2014

espelho d̀águacom praias, dunas e rios, as etapas de fortaleza, natal

e joão pessoa fecharam a temporada do motorsports nordestep o r j u l i a n a a m a t o

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114 [Mitrevista] dezembro 2014

Fortaleza, natal e João pessoa, três dos destinos mais de-

sejados para uma viagem em família ou com os amigos,

foram os palcos da etapas finais do mitsubishi motor-

-sports nordeste. por praias, dunas, mangues, matas e

pequenas cidades, a nação 4x4 desfilou e curtiu o rali de regulari-

dade mais tradicional e bonito do brasil. “andar com o nosso paje-

ro tr4 em um cenário maravilhoso desse não tem preço”, disse o

potiguar sidney barreto. ao lado do amigo rafael Feijó, ele era um

dos felizes participantes da etapa de natal (rn), a antepenúltima

da temporada, mas que foi decisiva para a classificação final.

sidney e rafael participam da categoria turismo light, na

qual se alinham os iniciantes e onde não há uma disputa de

campeonato. portanto, tudo é mais suave, tranquilo, um deli-

cioso passeio pelo nordeste. além de percorrer trechos de areia

branca de frente para o mar, o rali seguiu rumo às cidades de são

João de mipibu e parnamirim. uma leve chuva refrescou o clima

e colocou um bocado de lama diante de pilotos e navegadores.

“com água é muito mais gostoso”, disse rafael. o pajero tr4

aguentou firme a pressão das curvas feitas na velocidade ditada

pela planilha. “temos que ficar atentos. nem muito rápido, nem

muito devagar. afinal, é um rali de regularidade.” os amigos se

divertiram e ainda conseguiram um surpreendente 20º lugar. os

irmãos Fernando Fernandes e caio de souza, também de natal,

levaram a melhor na categoria logo na estreia. “além da sorte,

estudamos bem a planilha”, ponderou caio.

a l200 triton nas dunas de natal. no

alto, a festa no pódio

motorsports nordeste

na categoria turismo, os cearenses fizeram a festa: das cinco

melhores duplas, quatro eram de Fortaleza. a vitória ficou com

marcio botelho e leonardo belizário. “Foi maravilhoso. e a chuva

foi um diferencial, já que sabemos bem como dirigir nesse tipo

de solo”, revelou leonardo. entre os mais experientes, na cate-

goria Graduados, os mineiros Fabio carvalho e claudio Flores,

viajaram mais de 2 mil quilômetros desde belo horizonte para

vencer a etapa e, como veremos mais adiante, rumar a caminho

do título. “Foi desafiador. Vocês sabem... minas Gerais não tem

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116 [Mitrevista] dezembro 2014

praia, nem dunas... Não estamos acostumados à areia”, disse o piloto.

Na etapa de Fortaleza (CE), a penúltima da temporada, a vitória

na Graduados ficou com os locais Aristóteles Filho e Aristóteles Neto,

que ainda tinham chance de conquistar o título. “Já havíamos vencido

em casa quando disputamos nas categorias Turismo Light e Turismo”,

disse o piloto, feliz com o triunfo ao lado do filho. Na Turismo, Nestor

Magalhães e Leonardo Bezerra, também de Fortaleza, venceram a

terceira etapa seguida e conquistaram o título da temporada por

antecipação. “Passamos por dunas e trilhas que exigiram muito do

carro e não tivemos nenhum problema”, contou Leonardo.

Na Turismo Light, os estreantes Arthur Castelo Branco e Hélio

Pessoa, outra dupla local, ficou com a vitória. “Não achávamos que

novatos conseguiriam ganhar”, contou Hélio. Nessa mesma categoria,

competiu o casal Denise e Ronaldo Nogueira, também fortalezenses.

Há quatro anos eles participam do MotorSports na cidade. “Além da

diversão, o rali é bom pois brigamos aqui dentro e depois a gente faz

as pazes”, contou o piloto. “Adoramos pôr o carro na areia”, amenizou

a navegadora. Ao final do dia, o casal conseguiu a 26ª colocação.

A grande final aconteceu em João Pessoa (PB). Se na categoria

Turismo o título já havia sido decidido em Fortaleza, na Graduados

pelo menos cinco duplas ainda tinham chance de conquistar o

campeonato. Mas os mineiros Fabio Carvalho e Claudio Flores con-

quistaram a etapa de novo e não deram chance a ninguém. Com 96

pontos, venceram o MotorSports Nordeste 2015. “Tivemos compe-

tidores de alto nível. Mas fizemos uma etapa muito boa”, disse Fabio,

depois do título confirmado. “Subir neste pódio é a melhor sensação

que existe”, concluiu Claudio. Como premiação a dupla, com direito

a dois acompanhantes, vai passar deliciosos dias no Carmel Charme

Resort, em Aquiraz, no Ceará.

Na Turismo, os já campeões Nestor Magalhães e Leonardo

Bezerra ficaram na segunda colocação. Quem subiu ao lugar mais

alto do pódio da etapa foi a dupla Charles Rabelo e Renan Fernandes,

também de Fortaleza. “Começamos a fazer rali por causa da Mitsu-

bishi. Sempre sonhamos com esse boné amarelo. E hoje realizamos

esse sonho”, comemorou Renan. Entre os novatos na Turismo Light,

os amigos de longa data Romulo Cavalcanti e Humberto Waldy

conquistaram o primeiro lugar da etapa. “Nós já tínhamos ficado três

vezes em segundo lugar”, disse Renan. Para terminar a temporada

em alto-astral, depois da premiação, a Nação 4x4 dançou ao som da

banda Forró Bakana. Ano que vem, tem mais.

motorsports nordeste

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três takes da etapa de Fortaleza: estudo da planilha, passeio diante do mar e banho de champanhe no pódio

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118 [Mitrevista] dezembro 2014

classiFicaÇão campeonatoGraduados 1) Fabio carvalho/claudio Flores (Belo Horizonte–MG) 2)

Kwong Yiu Fai/mateus Fialho (Natal – RN) 3) Fernando oliveira/Jean paul bernhardt (Teresina–PI) 4) omar dantas/aristóteles neto (Natal–RN) 5)aristóteles Filho/Glauco holanda (Fortaleza–CE) turismo 1) nestor magalhães/ leonardo bezerra (Fortaleza-CE) 2) marcos José dos santos/renan Fernandes (Fortaleza-CE) 3) marcos renan pontes/pedro lima Gomes (Fortaleza-CE) 4) charles nobre/americo bezerra (Fortaleza-CE) 5) david espinola batista/Fabio da silveira (João Pessoa-PB)

João pessoa (pb)Graduados 1) Fabio carvalho/claudio Flores (Belo Horizonte-MG) 2)

Kwong Fai / matheus Galvao (Natal-RN) 3) Fernando oliveira/Jean paul bernhardt (Teresina-PI) 4) omar dantas/Fabio marinho (Natal-RN) 5) José rufino/Glauco holanda (Fortaleza-CE) turismo 1) charles nobre/renan Fernandes (Fortaleza-CE) 2) nestor magalhães/leonardo bezerra (Fortaleza-CE) 3) carlos lopes/ivanildo lopes (Fortaleza-CE) 4) pedro barbosa/sirio lima (Fortaleza-CE) 5) Walter santana/Francisco claudio (Fortaleza-CE) turismo liGht 1) romulo cavalcanti/humberto Waldy (Fortaleza-CE) 2)raimundo chaves/Jardel almeida (Fortaleza-CE) 3) George William alves/michel nunes (Neópolis-SE) 4) alberto barbosa/arthur compasso (Recife-PE) 5) Fernando heleno/dennis duarte (João Pessoa-PB)

Fortaleza (ce)Graduados 1) aristóteles Filho/aristóteles neto (Fortaleza-CE) 2)

omar dantas/rogério almeira (Natal-RN) 3) paulo rogério/cristovam neto (Fortaleza-CE) 4) Fabio carvalho/claudio Flores (Belo Horizonte-MG) 5)Fernando oliveira/Jean paul bernhardt (Teresina-PI) turismo 1) nestor magalhães/leonardo bezerra (Fortaleza-CE) 2) marcos José dos santos/pedro rafael Gomes (Fortaleza-CE) 3) ewerton aquino/david campos (Fortaleza-CE) 4) Walter santana/Francisco claudio (Fortaleza-CE) 5) carlos lopes/ivanildo lopes (Fortaleza-CE) turismo liGht 1) arthur castelo branco/helio pessoa (Fortaleza-CE) 2) romulo lima Jr./humberto Waldy milério neto (Fortaleza-CE) 3) romulo Gomes/marcela peixoto Vasconcelos (Fortaleza-CE) 4) sávio azevedo/plácido Gonçalves Ferreira (Fortaleza-CE) 5) Francisco dalter mendes/dalmo mendes (Fortaleza-CE)

natal (rn)Graduados 1) Fabio carvalho/claudio Flores (Belo Horizonte-MG) 2)

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depois da adrenalina nas trilhas de João pessoa,a nação 4x4 comemorou no pódio

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120 [Mitrevista] dezembro 2014

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121[Mitrevista] dezembro 2014

Caça ao tesouroPenedo (rJ), Joinville (sC) e ribeirão Preto (sP) feCharam a temPorada 2014 do rali de estratégia da mitsubishi

Pedalada molhada na etapa de

Curitiba

Prova de aventura durante a etapa de Joinville (sC)

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122 [Mitrevista] dezembro 2014

outdoor

“Olha o tucano!” “Voou.” “Ali, ali, um monte, naquela

árvore.” “Onde, onde?” “Voaram...” Entre uma tarefa

e outra em Ribeirão Preto, os olhos da Nação 4x4 se

voltavam para os céus. Quando viu que um vídeo do

pássaro valia mais de 300 pontos no passaporte, a equipe Tamboré, a

maior vencedora da história do rali de estratégia da Mitsubishi, deixou

os celulares preparados. Verdade que, no começo, ninguém acreditou

ser fácil encontrar os bichos. Mas foi. E muito. O difícil era filmá-los.

A caça ao tucano, no entanto, foi apenas uma das diversões listadas

na planilha da última etapa da 11ª temporada do Mitsubishi Outdoor.

“Desce, desce.” Jeferson apontou o caminho e Julio se mandou.

Era preciso encontrar a sempre desejada bandeira laranja na beira de

um rio. Parecia simples. Quase 15 minutos depois, no entanto, com

água até quase a cintura, Julio continuava sua busca. “Uma aventura

logo de cara”, disse. Outras equipes iam e vinham numa verdadeira

caça ao tesouro – ora em meio à mata fechada, ora no rio de água bar-

renta. “Isso é demais!”, exclamou um garoto ao ver o pai encharcado,

sem terno nem gravata. “Muito legal estar com meu pai aqui”, disse o

menino, antes de meter o pé na lama.

A etapa de Ribeirão Preto seguiu em direção às serras e vales da

região de Patrocínio Paulista, na divisa de São Paulo com Minas Ge-

rais. Teve trekking rumo ao topo da montanha, rapel cachoeira abaixo,

pedalada e outras tantas atividades para deixar qualquer participan-

te feliz com a vida, fosse o mais aventureiro, fosse o mais contempla-

dor. No fim do dia, o suor de Julio e da equipe Tamboré deu resultado.

Apesar de não conseguirem fotografar o tucano e de terem perdido

o prazo para a entrega do quiz, a experiente equipe, a bordo de uma

L200 Triton e de uma L200 HPE, subiu ao topo do pódio com 3.938

pontos, 577 a mais do que a River Stones. Na categoria Fun, onde

competem os menos experientes, a vitória foi do time da Nem Chama

II, com duas L200 Triton. “É a terceira vez que participamos, e a cada

uma nos divertimos mais”, comemorou Marcelo Devita.

As etapas de Joinville (SC) e Penedo (RJ), que antecederam Ribei-

rão Preto, não foram menos emocionantes. Na cidade catarinense a

organização privilegiou as atividades aquáticas. No PC 5, batizado de

Água e Areia, foi preciso fazer a travessia a nado do rio Saí-Guaçu,

caminhar quatro quilômetros em uma praia deserta e, finalmente,

cruzar outro rio, o Saí-Mirim. Além disso, as fortes chuvas que caíram

na semana antes da prova deixaram repleta de lama a teia de trilhas

4x4 e o single-track a ser percorrido de mountain bike.

Houve até pescaria: no PC 23, os competidores entraram no mar

para jogar tarrafa (rede em formato circular) – os peixes capturados

foram depois devolvidos à água. Outra atividade que encantou os

participantes foi a visita a uma casa colonial do século 19, da qual

Em Penedo (rJ), os competidores da categoria Extreme enfrentaram o mais difícil off-road da história do Mitsubishi outdoor

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124 [Mitrevista] dezembro 2014

saía uma trilha até uma das mais belas cachoeiras da região. A equipe

Vikings conquistou o lugar mais alto do pódio da categoria Fun. “Foi

a etapa mais técnica do ano e exigiu muita experiência”, comentou

Claudio Hang. Na categoria Extreme, a vitória ficou com a Speedy

Gonzales.

Já em Penedo, a tarefa que mais chamou a atenção foi um

trecho de pilotagem off-road reservado apenas aos competidores

da Extreme. “Achei que não ia conseguir passar”, disse Wilson Filho,

da Flexsoft. “A L200 chegou a ficar em uma roda só, mas o carro tem

uma suspensão impressionante mesmo”, completou Marcos Santana,

o outro piloto da equipe. “Participar do Mitsubishi Outdoor é um dos

grandes presentes desta vida”, afirmou Santana, que costuma vir

acompanhado da mulher e da filha (“Quando ela não tem balada”).

Bike, família, rapel, travessia de rio e a alegria da premiação nas etapas de Penedo (RJ) e Ribeirão Preto (SP)

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126 [Mitrevista] dezembro 2014

Penedo (RJ)Fun 1) Mit Galo 2) Primos 4x4 II 3) Primos 4x4 IextReme 1) Omellets Sem Noção 2) Absolut Lama 3) Bailune Motors

Joinville (SC)Fun 1) Vikings 2) Primos 4x4 3) Mit Ira da LamaextReme 1) Speedy Gonzales 2) Bomba Bala 3) Flexsoft

RibeiRão PReto (SP)Fun 1) Nem Chama II 2) Esse ano vai! 3) Busca lamaextReme 1) Tamboré 2) River Stones 3) Tô na Rossa

PatRoCinadoReS: Atlantica/Midori, Axalta, Brascabos, Cisa Trading, Clarion, Columbia, Lubrax, Mapfre, Pilkington, Pirelli, Transzero, Unirios. aPoio Artfix

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“Nossa equipe é de Santo André (SP), mas muitos se conheceram

aqui. Além de nos vermos nos ralis, nos encontramos às terças em um

pub pra conversar e dar risada...” Mesmo a bordo, o que essa turma

mais faz é conversar e dar risada. Querem ganhar, se preocupam com

o pódio – chegaram até a convidar Fred Macedo, piloto campeão da

Mitsubishi Cup, para ser o navegador da equipe. Mas o que importa

mesmo é a diversão. “Em 2015 vamos juntos aos Estados Unidos

fazer a rota 66”, contou Guilherme Adalto, enquanto enxugava o suor

causado por uma pedalada de quase seis quilômetros, na qual cruzou

com “cavaleiros pastoreando um rebanho de gado perto de um brejo”.

A Flexsoft conseguiu a décima colocação na categoria Extreme,

na qual a vitória ficou com a já experiente Omellets Sem Noção. “A

gente vem pra se divertir”, disse Mauricio Marengoni, que compete

a bordo de um Pajero Full e de uma L200 Outdoor. “Vencer é um

detalhe.” Na categoria Fun, quem levou a melhor foi a Mit Galo.

“Foram três anos batendo na trave. Mas hoje finalmente vencemos”,

comemorou Geraldo Marchiori, que já faz planos para 2015. “Gostei

do topo do pódio, vou querer subir de novo.”

É esse o espírito. Diversão, esporte, amizade, aventura, 4x4. Tudo

num pacote chamado Mitsubishi Outdoor. Em 2015, a Nação 4x4

volta a se encontrar para caçar os tesouros escondidos pelo Brasil.

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Teve até pescaria de tarrafa na etapa de Joinville. Ao lado, banho de champanhe no

pódio da categoria Extreme em Ribeirão Preto

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128 [Mitrevista] dezembro 2014

Emoção até a última provaa 15ª tEmporada da mitsubishi Cup tErminou Com três Etapas nas quais a adrEnalina falou alto

L200 Triton RS acelera em Jaguariúna, quarta etapa do campeonato

Cup

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129[Mitrevista] dezembro 2014

Emoção até a última provato

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Depois de encarar frio, chuva e lama, era a vez de os

pilotos que fazem parte do mais tradicional rali cross-

-country de velocidade do país enfrentar o calor, o sol

e a poeira do interior paulista. mais especificamente

nas cidades de indaiatuba, Jaguariúna e mogi Guaçu, sedes das

três últimas etapas da histórica 15ª temporada da mitsubishi

Cup. Histórica porque são poucas as competições do automobi-

lismo brasileiro que alcançaram tal longevidade com tamanha

qualidade. além disso, as novidades introduzidas em 2014

deram ainda mais emoção ao campeonato – entre elas a restri-

ção de velocidade para os vencedores de cada etapa e as duas

provas de 50 quilômetros em vez das tradicionais três voltas de

30 quilômetros. Sem falar que durante a reta final aconteceram

disputas das mais intensas em cada uma das cinco categorias.

Uma temporada para se guardar na memória.

indaiatuba, sede da quinta etapa, contou com uma prova

inesquecível para pilotos, público e fotógrafos. a direção criou

uma área chamada de Zona de Espetáculo, composta por uma

sequência de curvas de arrepiar e com um salto próximo do loun-

ge, de onde familiares e amigos dos gentleman drivers assistiam

à etapa. “Quando chegávamos mais perto do público, a vontade

de vencer era ainda maior. Não tinha como não acelerar”, resumiu

o piloto Carlos Scheffer, que ao lado do navegador rafael malu-

celli venceu na categoria triton Er (a mais disputada de 2014).

ainda na quinta etapa, houve surpresa na triton rS. os até

então imbatíveis lucas moraes e Kaique Bentivoglio não conse-

guiram completar a primeira prova do dia e deixaram de somar

pontos importantes. melhor para a dupla rafael Cassol e lelio

vieira Jr., que faturou a etapa. “aproveitamos a chance, tivemos

um ritmo bom em todas as provas e o trabalho com o navegador

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130 [Mitrevista] dezembro 2014

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pajero tR4 ER faz tempestade de areia em Indaiatuba, quinta etapa da temporada

foi certinho”, resumiu o piloto. Na TR4 ER, Fred Macedo e Marcelo

Haseyama não deram chance à concorrência e faturaram. Na TR4 ER

Master, Fabricio Zanella e Elaine Machado se sagraram vencedores,

assim como Thiago Wilson e Carlos Piacentini na TR4 R.

Já em Jaguariúna houve a volta das duas provas de 50 quilôme-

tros. Na Triton RS, melhor para Lucas Moraes e Kaique Bentivoglio,

que venceram e garantiram o título da categoria com uma etapa de

antecedência. “O carro foi impecável numa prova tão longa como

essa. Só tenho que agradecer ao meu navegador e à equipe Ralliart”,

disse o piloto. Quem estava muito feliz era Kaique. “Vencer a catego-

ria RS, sempre foi um objetivo para mim. Bati na trave algumas vezes,

mas agora sou campeão”, comemorava o navegador. Outra dupla

que se sagrou campeã por antecipação em Jaguariúna foi a de Fred

Macedo e Marcelo Haseyama. O jovem piloto contou com a parceria do

experiente navegador e evoluiu como poucos na competição. “Devo

muito ao Marcelo”, disse. “Aprendi muito com ele.”

Mas se duas categorias foram definidas, outras três ainda ficaram

com a decisão para a etapa final, em Mogi Guaçu. Na TR4 ES Master,

os favoritos Sergio Gugelmin e Marcos Maia tiveram uma queda de

rendimento e viram os jovens Andre Miranda e Alison Pedroso se

aproximarem na briga pelo título. Na TR4 R, a briga estava em aberto,

assim como na Triton ER, em que duas duplas tinham chance.

A grAnde finAlNa madrugada que antecedeu a grande final, uma chuva pesada

caiu na região de Mogi Guaçu, o que obrigou os navegadores a troca-

rem de planilhas, já que um traçado para pista com chuva já havia sido

criado pela organização.

Na categoria TR4 ER, os já campeões Fred e Marcelo venceram a pri-

meira prova do dia e se garantiram matematicamente como a dupla com

maior número de pontos a ter completado todas as provas da temporada.

Como prêmio ganharam uma viagem para o hotel explora, no deserto do

Atacama, no Chile – premiação especial dos 15 anos da Mitsubishi Cup.

Na RS, para variar, Lucas e Kaique venceram as três voltas do dia e

somaram 16 vitórias em 19 provas disputadas. Um feito impressionan-

te na história da competição. “Exigimos muito um do outro. Não entra-

mos na pista para brincar. O objetivo sempre é fazer o melhor”, afirmou

o piloto, que em 2013 já havia se sagrado campeão na Triton ER.

E quem fez bonito nessa categoria, a Triton ER, de longe a mais

disputada do ano, foi a dupla Ricardo Feltre e André Munhoz. A pri-

meira prova do dia foi vencida por Carlos Scheffer Jr. e Rafael Malucelli,

também na briga pelo título. No entanto, o jogo virou nas voltas

seguintes, com duas vitórias incontestáveis de Feltre e Munhoz. O

jovem piloto era somente sorrisos ao lado da namorada, família e ami-

gos. “Comecei o ano bem, com pódio em várias etapas, mas o Carlos

cresceu na competição e chegou forte no final. Foi uma bela disputa,

o que valoriza a nossa conquista.”

Na TR4 R, Marco Tulio Lana, veterano da Mitsubishi Cup e que

há cinco anos não disputava a competição, voltou em grande estilo:

foi o campeão da categoria. “É um prazer voltar a fazer parte deste

ambiente, ser vencedor de uma competição de alto nível e que

prioriza não só a competitividade, mas também a segurança de seus

competidores”, enfatizou o piloto, que contou com a parceria do nave-

gador Leonardo Magalhães. Já a dupla formada por Sérgio Gugelmin e

Marcos Maia confirmou o favoritismo na TR4 ER Master, mesmo com

um susto na primeira prova do dia. Precisando apenas pontuar para

garantir o campeonato, eles não conseguiram completar a primeira

volta, o que deu um frio na barriga do experiente piloto. “A gente

sabia que aquilo não poderia se repetir nas duas provas seguintes”,

disse Gugelmin. A dupla concluiu o dia sem problemas e se sagrou

bicampeã da categoria.

Terminava assim mais uma temporada da Mitsubishi Cup. Uma

década e meia de muita adrenalina, lama e poeira. Que venha

a 16ª temporada.

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132 [Mitrevista] dezembro 2014

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classificação final 2014

pajero tr4 r - pilotos 1) marco tulio Lana 461 ptos 2) thiago Wilson 428 ptos 3) Bartolomeu de carvalho 419 ptos 4) Roberto padro 408 ptos 5) flavio Donizeti 379 ptos

pajero tr4 r - navegadores 1) João alvarenga 408 ptos 2) Leonardo magalhães 389 ptos 3) José Luis marcon 379 ptos 4) Jorge Luis Diener 315 ptos 5) Jorge peters 269 ptos

pajero tr4 er - pilotos 1) fred macedo 492 ptos 2) celso macedo 444 ptos 3) marcelo fiuza 420 ptos 4) carlos Girolla 390 ptos 5) paulo Godim 378,5 ptos

pajero tr4 er - navegadores 1) marcelo Haseyama 492 ptos 2) Belén macedo 444 ptos 3) Dalmo Bergantin 420 ptos 4) Gilberto cecílio 390 ptos 5) Glauco alencastro 361 ptos

pajero tr4 er Master - pilotos 1) sergio Gugelmin 469 ptos 2) andré miranda 428 ptos 3) Wagner Roncon 387 ptos 4) fabricio Zanella 369 ptos 5) Rodrigo meinberg 352,5 ptos

pajero tr4 er Master - navegadores 1) marcos maia 469 ptos 2) alison pedroso 436,5 ptos 3) João Luis stal 407,5 ptos 4) Joselito Vieira 387 ptos 5) Elaine machado 369 ptos

l200 triton er - pilotos 1) Ricardo feltre 479 ptos 2) carlos scheffer Jr. 476 ptos 3) Glauber fontoura 410 ptos 4) marco falchetti 384 ptos 5) fabricio Bianchini 377 ptos

l200 triton er - navegadores 1) Rafael malucelli 476 ptos 2) andré Lucas munhoz 437 ptos 3) minae miyauti 410 ptos 4) Ivo mayer 384 ptos 5) Eduardo Bampi 311 ptos

l200 triton rs - pilotos 1) Lucas moraes 525 ptos 2) marcelo mendes 444 ptos 3) felipe Ewerton 437 ptos 4) Juliano Diener 420 ptos 5) Rafael cassol 408 ptos

l200 triton rs - navegadores 1) Kaique Bentivolgio 525 ptos 2) Breno Rezende 444 ptos 3) Rodrigo mello 437 ptos 4) Vitor muench 420 ptos 5) Lelio Vieira 408 ptos

L200 triton ER na etapa decisiva, em mogi Guaçu

pajero tR4 R

pajero tR4 ER

pajero tR4 ER master

L200 triton ER

L200 triton Rs

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Page 133: MIT Revista 56

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Page 134: MIT Revista 56

134 [Mitrevista] dezembro 2014

cup

Nova categoria e novo carro na pista. Para sua 16ª tempo-

rada, a Mitsubishi Cup apresenta um novo protagonista

na história do off-road brasileiro: o ASX R. Desenvolvido,

preparado e supervisionado pela equipe de engenheiros e

mecânicos da Ralliart Brasil, o carro chega como um marco não ape-

nas para a competição. Trata-se também de motivo de comemoração

para a marca dos três diamantes – desde 1999, a Mitsubishi soma a

produção de mais de 500 carros de corrida no Brasil.

Os atributos do novo ASX R são muitos. Vão desde o motor 2.0

com 16 válvulas e 172 cavalos ao sistema de tração 4x4. Sem falar

no design arrojado desse crossover que ganhou suspensão mais alta

e ficou com ar mais agressivo – nos moldes do ASX Racing, pilotado

por Guilherme Spinelli no Rally dos Sertões e no Dakar. Apresentado

durante as duas últimas etapas da Mitsubishi Cup, ele despertou a

curiosidade de pilotos e navegadores. Tanto que as 20 unidades pre-

paradas pela Ralliart Brasil para fazer parte do grid de 2015 já foram

locadas pelo sistema sit&drive. “O carro está maravilhoso”, disse o

piloto Fabrício Bianchini, que no ano que vem migra para a categoria

ASX R. “Não vejo a hora de acelerar.”

Outra novidade para 2015 acontece na categoria L200 Triton

ER. Os carros deixam o sistema sit&drive e passam a ser vendidos

aos pilotos. Apesar de deixar a supervisão desses carros, a Ralliart

se prontificou em oferecer treinamento para que os mecânicos

conheçam todos os detalhes do veículo. O novo formato agradou os

Vem aí o aSX RNoVo caRRo é a pRiNcipal NoVidade da mitSubiShi cup 2015p o r R e n a t o G ó e s

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pilotos: até o fim da última etapa do ano, em Mogi Guaçu, metade das

unidades já estava vendida.

A próxima temporada da Mitsubishi Cup contará, portanto, com

seis categorias: Pajero TR4 R, Pajero TR4 ER, Pajero TR4 ER Master,

L200 Triton ER, a nova ASX R e a top Triton RS. “Será a primeira vez

que teremos um crossover em nossos ralis. Além disso, com a estreia do

ASX R, poderemos acompanhar três modelos no grid da Mitsubishi Cup,

algo inédito até aqui”, diz Guilherme Spinelli, diretor da Ralliart Brasil.

Quanto às regras da competição, uma mudança introduzida em

2014 se mantém para 2015. O tradicional formato de três provas será

mais uma vez modificado em duas etapas durante a próxima temporada.

Nessa oportunidade, em vez de três provas de 30 quilômetros, serão

duas provas de 50 quilômetros, a exemplo do que ocorreu este ano em

Guarapuava (PR) e em Jaguariúna (SP). “Esse formato agradou pilotos e

navegadores pela mudança de estratégia, pois a corrida se torna mais

longa. Dessa forma outros pilotos podem se destacar, e a competitivida-

de aumenta”, afirmou Detlef Altwig, diretor técnico da Mitsubishi Cup.

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Page 135: MIT Revista 56

ONDE VOCÊ QUER CHEGAR?

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É MAIS QUE MOVIMENTAR CONTÊINERES. É FAZER VOCÊ CHEGAR ONDE QUISER.

Investimentos, inovação, respeito pelas pessoas e pelo meio ambiente. Foi assim que a Santos Brasil tornou-se referência na movimentação de contêineres e soluções logísticas no Brasil. Mas nosso trabalho vai além disso. Oferecemos soluções inteligentes para ajudar empresas a chegarem onde quiserem. Do porto à porta, da fábrica à distribuição, direto na mão do consumidor. Por isso, queremos saber os seus planos, seus objetivos. Será um prazer ajudar a sua empresa a chegar até lá.

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Para a Custom Editora, os conceitos de Custom Publishing e Branded Content vão muito além do papel impresso. Sim, é verdade que nosso portfólio tem títulos reconhecidos e premiados, como a MIT Revista (a revista de luxo de maior tiragem auditada pelo IVC), a The President (publicação que chega aos principais presidentes e CEOs do Brasil), a Revista Telhanorte (que une conteúdo diferenciado e ofertas), a Prestígio Metrópole (novíssima revista de estilo de vida) e a revista mmartan Home (que traz o melhor em cama, mesa & banho). Mas também

mantemos a missão de expandir horizontes e quebrar paradigmas no mercado editorial. Por isso, também produzimos o Designbook, a revista digital da Tok&Stok, disponível para tablets com riquíssimo conteúdo interativo. No ramo de Branded Content, atuamos em projetos especiais da Avon. Se você quer uma editora que vai muito além do papel, procure-nos.

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Revistas e Catálogos

MIT (Mitsubishi Motors)Living Alone

Samsung Viewmmartan Home

Prestígio MetrópoleTelhanorte

The PresidentDesignbook (Tok&Stok)

Branded Content

AvonRNN Sports

www.customeditora.com.brAv Nove de Julho 5593 9º andar

São Paulo SP tel +55 11 3708 9702 [email protected]

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MIT ParcerIas

Reduzir o consumo de combustível de seus veículos é questão de sobrevivência para as montadoras, ainda mais para as que atuam no Brasil, agora que as novas medidas do Inovar-Auto,

programa governamental, prometem descontos no IPI para quem produzir carros mais econômicos.

Felizmente, há um leque de tecnologias disponíveis que podem ser utilizadas. Não há uma única solução predominante, mas diver-sas tecnologias e custos compatíveis, que juntos permitirão atingir as metas do Inovar-Auto. Entre os mecanismos de controle do mo-

tor, se destacam os Sistemas de Gerenciamento de Energia, com uso mais racional da bomba de combustível e eletroventiladores (econo-mia de 1% a 2%), e o Gerenciamento Térmico Avançado, por meio de controle integrado dos ventiladores, bomba d’água elétrica e válvula termostática (economia de 1%).

Outras tecnologias são o Gerenciamento Inteligente do Alterna-dor, que permite economia de 2% a 2,5% com uso de freios regene-rativos, e o Gerenciamento de Combustão Lean (mistura pobre), que oferece entre 7% a 8% de redução no consumo. Há, ainda, o recurso

Rodar mais, gastar menosCONHEçA AS TECNOLOGIAS dA MAGNETI MARELLI PARA REduzIR O CONSuMO dE COMBuSTívEL

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MIT ParcerIas

Reduzir o consumo de combustível de seus veículos é questão de sobrevivência para as montadoras, ainda mais para as que atuam no Brasil, agora que as novas medidas do Inovar-Auto,

programa governamental, prometem descontos no IPI para quem produzir carros mais econômicos.

Felizmente, há um leque de tecnologias disponíveis que podem ser utilizadas. Não há uma única solução predominante, mas diver-sas tecnologias e custos compatíveis, que juntos permitirão atingir as metas do Inovar-Auto. Entre os mecanismos de controle do mo-

tor, se destacam os Sistemas de Gerenciamento de Energia, com uso mais racional da bomba de combustível e eletroventiladores (econo-mia de 1% a 2%), e o Gerenciamento Térmico Avançado, por meio de controle integrado dos ventiladores, bomba d’água elétrica e válvula termostática (economia de 1%).

Outras tecnologias são o Gerenciamento Inteligente do Alterna-dor, que permite economia de 2% a 2,5% com uso de freios regene-rativos, e o Gerenciamento de Combustão Lean (mistura pobre), que oferece entre 7% a 8% de redução no consumo. Há, ainda, o recurso

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de Desativação de Cilindros, que pode reduzir o consumo, em média, 4%. Outro método é a Injeção Direta, para a qual a Magneti Marelli desenvolveu uma técnica avançada de controle capaz de estender a faixa dinâmica de utilização de injetores GDI (Gasoline Direct Injection), adequando-os à tecnologia Flex.

Por fim, mas não menos importante, o mecanismo Start & Stop, que permite o uso de roda livre (banguela eletrônica), e o aperfeiçoamento da tecnologia para Ve-ículos Híbridos, com o desenvolvimento de uma nova transmissão, batizada de PERFET (PERForming Efficient Trasmission), que permite o uso de caixas manuais, sem perdas de funções.

www.magnetimarelli.com.br

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MIT ParcerIas

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Os motores de combustão interna atualmente têm a admissão da

mistura ar-combustível gerenciada por um sistema eletrônico. O

cérebro do sistema é a ECU (Electronic Control Unit), ou unidade

de controle eletrônico, que monitora inúmeros parâmetros, como

tipo de combustível, posição de acelerador, temperatura, e deter-

mina as quantidades de ar e combustível que os bicos injetores

devem injetar nas câmaras de combustão, de maneira que esta

seja realizada com o maior aproveitamento. A tecnologia avança

sempre no sentido de entregar a maior potência com cada vez

menos combustível. A Magneti Marelli é líder no mercado nacio-

nal e internacional de injeção eletrônica de combustível, desen-

volvendo e produzindo, por intermédio da unidade de negócios

Powertrain, ECUs, bicos injetores e corpos de borboleta.

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Page 141: MIT Revista 56

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142 [Mitrevista] dezembro 2014

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MIT ParcerIas

Fazer de cada entrega uma operação realizada com confiabilida-de, segurança e pontualidade é a missão da Transzero, trans-portadora da Mitsubishi em todo o país. A empresa também

faz a armazenagem, a inspeção e a revisão de entrega dos veículos. Os mais de 50 anos de atividades no setor contribuíram para que a Transzero aprimorasse todos os seus processos e alcançasse a exce-lência em suas operações. A conquista da certificação de Qualidade NBR ISO:9001 está completando 17 anos. Em 1997 a transportadora foi certificada pelo seu Sistema de Gestão da Qualidade, atendendo rigorosamente às normas ISO, estabelecidas pela ABNT e avaliadas pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini. As normas atestam os pro-cessos adequados adotados pela empresa, que oferece operações ágeis, precisas e eficientes aos clientes.

A Transzero exercita a melhoria contínua dos processos na busca

da eficácia da gestão integrada, de acordo com legislação ambiental, saúde e segurança ocupacional, minimizando a poluição e seus im-pactos ambientais expressivos, prevenindo acidentes e doenças ocu-pacionais. O atendimento às normas envolve a capacitação criteriosa de seus colaboradores, o foco no cliente e a observância aos critérios de sustentabilidade em todas as etapas da operação.

A Transzero utiliza e aprimora continuamente sistemas avançados de comunicação e informação. A matriz está situada em São Bernardo do Campo (SP). Onze filiais dão apoio administrativo e operacional, co-brindo os principais polos de fabricação e distribuição de veículos novos. Além de montadoras, a Transzero atende também às principais conces-sionárias, locadoras de veículos, frotistas e pessoas físicas.

www.transzero.com.br

Eficiência e sustentabilidadeTRANSzERO é A TRANSPORTAdORA dA MITSuBIShI EM TOdO O PAíS

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