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Toda aventura e adrenalina da MIT Revista onde você quiser. Eleita a melhor revista de luxo do Brasil, ela tem a maior tiragem do setor: 100 mil exemplares.
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4 [Mitrevista] setembro 2014
As páginas estavam reservadas. Não que houvesse uma certeza arrogante da
vitória. Mas a confiança era muito grande. O Mitsubishi ASX Racing estava
redondo, afiado. Havia passado por testes intensos com a dupla Guilherme
Spinelli-Youssef Haddad. Encerrados os 2.300 quilômetros e as sete etapas
entre Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG), nossas esperanças se confirmaram. Pela 11ª
vez, a Mitsubishi subiu ao lugar mais alto do pódio no Rally dos Sertões 2014.
Foi uma vitória da organização, do talento e da qualidade da empresa que faz de
suas conquistas nas pistas um laboratório de tecnologia para seus carros de passeio.
A cada triunfo nas competições, quem sai ganhando é você, cliente da marca dos três
diamantes. Além da conquista do ASX na classificação geral, fomos campeões em
outras três categorias.
Vencemos também no mar, mais especificamente na 41ª Semana de Vela de Ilhabela.
As águas do litoral norte de São Paulo viram a tripulação do veleiro Pajero brilhar
de maneira incontestável contra equipes formadas por diversos competidores e até
medalhistas olímpicos do iatismo, como Torben Grael.
Nesta edição você vai conhecer também uma verdadeira lenda viva do surfe: Jack
O’Neill. Sem ele, o inventor da roupa de neoprene, o esporte estaria até hoje restrito ao calor
das águas tropicais. Aos 91 anos, Jack nos recebeu em sua casa em Santa Cruz, Califórnia,
onde rememorou sua vida, os obstáculos que enfrentou, e falou do futuro – a O’Neill
Foundation, criada por ele para ensinar às crianças a importância de preservar os oceanos.
Leia ainda, por falar nisso, sobre o lançamento no Brasil do Pajero TR4 O’Neill. Trata-se
de uma série especial da Mitsubishi em parceria com a empresa californiana, desenvolvida
para quem curte esportes aquáticos – como a chef Renata Vanzetto, criada em Ilhabela e
perfilada neste número.
Voltando do mar à terra, acompanhe a expedição formada pelos felizes ganhadores
do sorteio em comemoração aos dez anos do Mitsubishi Outdoor – que se deliciaram no
explora Patagônia, no Chile. E as aventuras dos integrantes da Nação 4x4 que percorreram
mais de 2 mil quilômetros pelas províncias argentinas de Mendoza e Tucumán.
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8 [Mitrevista] setembro 2014
sumário
86
foto de capa: tuca reinés
46momentos mágicosA cordilheira dos Andes, o deserto por onde
passa o Rally Dakar e o verdadeiro parque
dos dinossauros estiveram no caminho da
Expedição Mitsubishi pelo norte da Argentina
56jack o’neillEle inventou a roupa de neoprene
e com ela o surfe deixou os trópicos,
se espalhando mundo afora
64forever youngCom a assinatura de Jack O’Neill, Mitsubishi
lança série especial do Pajero TR4
68simplicidade à la carteCom apenas 25 anos, misturando
talento, criatividade e paixão por praia,
a chef Renata Vanzetto busca na
infância em Ilhabela a inspiração para
suas criações
74peixe 4x4Veleiro Pajero vence uma das mais
disputadas edições da Semana de Vela
de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo
86salto para a vitória!Equipe Mitsubishi Petrobras vence
o Rally dos Sertões. Marca dos três
diamantes leva quatro das cinco
categorias da prova
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12 [Mitrevista] setembro 2014
PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor André [email protected] de Publicidade e Novos NegóciosMarco Taconi [email protected] Otero Lara Filho (Buga)[email protected] de NegóciosFernando Bonfá[email protected]
REPRESENTANTES
BBI PublicidadeInterior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833Tel. (16) 98110-1320
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DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVOGerenteAndrea Barbulescuandreabarbulescu@customeditora.com.brAssistenteAlessandro [email protected] FinanceiraCarina [email protected]
Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem108.300 exemplares
Auditado por
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ATENDIMENTO AO [email protected] ou tel. (11) 3708-9702
MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOREm caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo
REDAÇÃODiretor Editorial
Fernando [email protected]
Redator-chefe Henrique Skujis
[email protected]órter
Juliana [email protected]
EstagiárioRaphael Alves
ARTEDiretor
Editora Karen Yuen
Guilherme [email protected]
Prepress Roberto Quevedo
Projeto Gráfico Alessandro Meiguins e Mariana Henriques
PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENSRita Selke
COLABORARAM NESTE NÚMEROTexto
Alessandra Lariu, Emilio Fraia, Marcello Borges, Patricia Broggi, Pedro Henrique Araújo, Renato Góes,
Ronaldo Bressane, Walterson Sardenberg So
Fotografia Adriano Carrapato, Black Ballon, Cadu Rolim, Caprocat,
Columbia TriStar (Getty Images), David Santos JR, Gabriel Barbosa, Gustavo Epifanio, John Kobal Foundation (Getty
Images), Jonne Roriz, Marcelo Machado, Marcos Mendez (SailStation.com), Pablo Vaz (SectorOne), Paulo Fridman, Renato Parada, Ricardo Leizer, Sidney Bloch, Tom Papp,
Tuca Reinés, Victor Eleuterio, Whare Kea Logde
Vídeo Atrás da Moita Filmes
Ilustração Pedro Hamdan
Infografia Paulo Nilson
ProduçãoAdriana Tanaka
Revisão Goretti Tenorio
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Publicação trimestral da Custom Editora Ltda.Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A.
CONSELHO EDITORIALAndré Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva,
Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli
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16 [Mitrevista] setembro 2014
Nascido em São Paulo em 1982, Emilio Fraia
é editor, jornalista e escritor. Autor da graphic
novel Campo em Branco e do romance O Verão
do Chibo, foi um dos 20 melhores jovens
escritores brasileiros eleitos pela revista
britânica Granta. Trabalhou como repórter das
revistas Trip e Piauí e foi editor de literatura
da Cosac Naify. Aqui, escreveu o perfil da chef
Renata Vanzetto. “Gostei muito de conhecer a
trajetória dela, principalmente a maneira como
ela se relaciona com sua vida em Ilhabela.”
O jornalista paulistano Renato Góes acaba
de fazer sua terceira cobertura do Rally dos
Sertões – confira nesta edição seu texto sobre
mais uma vitória da Mitsubishi na prova. Sósia
de Chico Science, Renato é figura constante
nas competições da Nação 4x4, como a Mitsu-
bishi Cup e a Lancer Cup. Guia de turismo, divide
o tempo entre reportagens e a Urban Bike SP,
empresa de cicloturismo da qual é proprietário e
que organiza passeios de bicicleta pela cidade.
Engenheiro que queria ter sido músico e se
tornou fotógrafo, Paulo Fridman morou
em Nova York e estudou no International
Center of Photography e na School of
Visual Arts. Fotografou mais de 350 capas
de publicações como Time, The New York
Times e Forbes. Atua também na fotografia
publicitária e corporativa. Teve trabalhos
expostos no Masp, na Pinacoteca (SP) e na
The Photographers Gallery (Londres). Nesta
edição, clicou a chef Renata Vanzetto.
Apreciador de relógios desde a juventude,
o paulistano Marcello Borges foi um dos
fundadores, em 1998, da revista Pulso, com
a qual colabora atualmente como consultor
editorial. Enófilo, é professor de conhaque e de
charutos na Associação Brasileira de Sommeliers,
coordenando ali o curso de marketing do vinho. É
também autor de diversos textos sobre bebidas,
relógios e o universo do alto luxo para várias
publicações brasileiras e estrangeiras.
Formado em arquitetura e urbanismo,
o paulistano Tuca Reinés começou a
fotografar nos anos 1970. Seu trabalho pode
ser visto em museus, fundações, revistas e
em diversos livros – um deles, sobre o hotel
Emiliano, premiado com um Leão de Ouro em
Cannes. Nesta edição Tuca foi a Santa Cruz, na
Califórnia, para retratar Jack O’Neill, nossa capa.
“Foi especial vê-lo com sua caneca de chá
diante daquele mar que marcou e transformou
sua vida”, disse. “Nunca me esquecerei.”
Patricia Broggi, nossa colunista de beleza
na seção Porta-Luvas, começou como
jornalista em uma revista de motos. Pilotava e
até acompanhava corridas. “Quando achei que
viveria com graxa nas mãos, a vida deu uma
virada: fui parar em uma publicação feminina
e depois na revista Capricho.” Desde então,
escreveu sobre jovens, casamento, artesanato
e finanças (para filhos). No momento, finaliza
um livro sobre felinos brasileiros.
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20 [Mitrevista] setembro 2014
o chão sob nossos pés {por Walterson Sardenberg So}20
terra
Francis Ford coppola foi o godfather dos cineastas independen-
tes americanos até 1982, quando quebrou a cara ao bancar
e dirigir O Fundo do Coração. Fracasso de bilheteria, o filme
esgotou a paciência da crítica — e as reservas pecuniárias do
produtor. coppola só conseguiu livrar-se das dívidas oito anos depois,
com o estrondoso sucesso da última fita da trilogia O Poderoso Chefão.
Escaldado, pôs as barbas de molho e diversificou os negócios. Expandiu
sua vinícola da califórnia (leia texto na página 42) e, três anos mais
tarde, começou a montar resorts de luxo, com poucas suítes, mas muito
espaço. Foi assim em belize, na Guatemala e até na Argentina — ele tem
um hotel-boutique em buenos Aires, o Jardin Escondido.
Ao adquirir, no ano de 2004, o palazzo Margherita em bernalda, na
região da basilicata, no sul da Itália, pensou, antes de tudo, em uma
casa de férias. Tinha motivos afetivos para isso. bernalda é a cidade de
seu avô Agostino. Além disso, o casarão estava bem preservado, com
mármores e afrescos ainda dos idos da inauguração, em 1872. coppola
acabou mudando de ideia. “percebi que deveria estender a propriedade
e o vilarejo a outros hóspedes”, diz. por fim, chamou o arquiteto superb
Jacques Grange para cuidar da restauração e da decoração, feita com
mobiliário contemporâneo. cada um dos nove aposentos tem seu
próprio décor. o Francis’s Room era a suíte do cineasta, assim como o
sofias´s Room, a de sua filha — que, por sinal, se casou no palazzo, com
o roqueiro Thomas Mars, da banda phoenix.
Embora some somente 12 mil moradores, bernalda é uma pre-
ciosidade, com ruínas da Magna Grécia, de mais de 2.700 anos. nos
arredores, lá estão a cidade barroca de Martina Franca e a vila medieval
de craco. Dá para fazer esses passeios de bicicleta. Tem mais: as praias,
de cara para o azul-cobalto do mar Jônico, ficam a apenas 20 minutos.
claro que vale destinar um bom tempo para aproveitar a piscina, o bar e,
em especial, o restaurante do palazzo Margherita. De noite, recomenda-
-se curtir o cinema montado por coppola, em ambiente aristocrático,
influenciado pelos filmes de Luchino Visconti. À disposição do hóspede,
uma lista dos 300 longa-metragens que o cineasta considera os melho-
res da história do cinema.
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22 [Mitrevista] setembro 2014
a essência da vida no planeta {por Walterson Sardenberg So}22
agua´
o governo da espanha teve uma ideia e tanto para preservar o
patrimônio histórico: transformar prédios centenários — como
mosteiros e mansões da aristocracia — em hotéis de primeira
linha. são os paradores. agindo dessa maneira, não só conser-
va as construções como reforça o cofre. a iniciativa foi tão bem-sucedida
que inspirou o dito capital privado. assim nasceu o incomparável hotel
cap Rocat, em Maiorca, uma das quatro ilhas Baleares — as outras são
Menorca, ibiza e Formentera.
não há outro do gênero. o cap Rocat está instalado em uma fortaleza
militar, erguida em uma encosta no final do século 19 para conter a
esquadra dos estados Unidos, depois de a espanha declarar guerra ao
país por culpá-lo de intervenção na independência de cuba. o forte, no
entanto, jamais foi usado para esse fim, e chegou incólume aos nossos
dias. ainda assim, as espartanas acomodações da Marinha espanhola de
100 anos atrás não condiziam, claro, com um hotel de estirpe. por isso,
foi convocado um arquiteto local que havia desenhado as mansões de
Michael douglas e claudia schiffer na ilha. seu nome: antonio obrador.
Fazendo jus ao batismo, realizou um trabalho competente.
obrador não adulterou as características principais da construção —
antes de tudo, um forteeM MaioRca, vale a pena conheceR o hotel cap Rocat, instalado nUMa FoRtaleza do sécUlo 19
CaPR
OCa
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ServiçoCap Rocat – Carretera d’Enderrocat, Cala Blava, Mallorca, tel. (34-971) 747-878, www.caprocat.com. Diárias para casal a 450 euros. Por causa da localização, o hotel não aceita hóspedes com menos de 15 anos.
como pontes móveis e trincheiras. Recorreu aos antigos depósitos de
munição para criar os 24 luxuosos quartos e suítes, ligados uns aos ou-
tros por uma série de rampas. no pátio interno, colocou quadras de tênis
e uma espetacular piscina de borda infinita. Bolou, também, uma ligação
direta com o mar, onde o hóspede veleja, mergulha ou apenas nada nos
arredores da ilha, na qual, diga-se, nasceu o tenista Rafael nadal, atual
número 1 do mundo.
a localização do forte foi engenhosa para a guerra. hoje, é estraté-
gica para o hedonismo. cap Rocat está encarapitado em uma região de
preservação da natureza — chamada pelos espanhóis de Área natural
de especial interés. isso quer dizer que os incansáveis baladeiros da ilha
vizinha de ibiza, com sua ruidosa música eletrônica, não têm nenhum
interesse especial pelo hotel. Mas quem aprecia agitação não precisa
reclamar. palma de Maiorca, a maior cidade da ilha, está a apenas 20
minutos de carro.
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Se r P r i va te é i r
24 [Mitrevista] setembro 2014
aro mundo visto do alto {por Walterson Sardenberg So}24
A Nova Zelândia foi a última porção significativa de terras
ocupada pelo homem branco, com a Revolução Industrial
já em pleno vapor. O país tem duas manias: velejar e criar
ovelhas. Uma terceira é a criação de pequenos hotéis, ex-
clusivos, salpicados em lugares improváveis. Assim pode ser descrito o
Whare Kea Lodge. O nome significa, no idioma dos maoris — habitantes
originais do arquipélago do Pacífico Sul —, “a terra dos keas”, sendo os
keas algo ainda mais improvável: um papagaio de grandes altitudes.
O hotel é tão exclusivo que a maioria dos hóspedes chega de
helicóptero. Eis a maneira mais sensata. Do contrário, passa-se por
um périplo de transportes um tanto cansativo para quem está de
férias. Construído a 1.737 metros de altitude ao lado do cristalino lago
Wanaka — o quarto maior da Nova Zelândia —, cercado por picos de
neve eterna, o Whare Kea era, na origem, a casa de campo de um casal
de australianos, Martyn e Louise Myer. Ele, um astrônomo amador com
cacife de profissional. Por isso, montou no local um observatório com
um telescópio poderoso. Dali se enxergam até distantes nebulosas,
compostas por poeira de estrelas. Poético, claro.
O resort tem apenas seis suítes. Isso significa acolher no máximo
12 hóspedes que, além de observar o cosmos, sobrevoam glaciares,
pescam trutas, cavalgam, velejam, descem cachoeiras em caiaques,
esquiam e percorrem estupendas trilhas de mountain bike. Tudo na
esplendorosa região que serviu de locação para várias sequências da
série de filmes O Senhor dos Anéis.
De noite, exauridos e felizes, os hóspedes apreciam um excelente
Pinot Noir à beira da lareira. É o mote para o jantar preparado pelo chef
britânico James Stapley. Trata-se de um craque que trabalhou no Hilton
e no Selfridges, em Londres, antes de se recolher a esse fim de mundo.
Sua culinária tem um adorável toque asiático. Inaugurado em 1996,
o Whare Kea foi guindado, seis anos mais tarde, à associação Relais &
Châteaux, que certifica os melhores pequenos hotéis do planeta. É,
sem dúvida, o caso do Whare.
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28 [Mitrevista] setembro 2014
a bagagem do aventureiro {por Marcello Borges}
porta-malas28
em tempo de velocidadedas corridas de cavalo às competições automobilísticas, uma lista de cronógrafos clássicos para enfeitar o seu pulso
o primeiro cronógrafo comercial foi produzido em 1821 por
Mathieu Rieussec a pedido do rei luís 18, da frança,
que queria saber quanto durava cada corrida de cavalos
no arrondissement de la seine. ponha nele um botão de
reset e você tem o cronógrafo, praticamente em sua funcionalidade
moderna. como os nomes confundem, cronômetro e cronógrafo,
muita gente acha que o primeiro é que tem aqueles dois botões
extras. não é. cronômetro é o nome de um relógio mais preciso do
que os modelos normais. cronógrafo é o que pode medir intervalos de
tempo, como a largada e a chegada de um cavalo numa pista. muitos
aficionados de corridas de carros se valem dos cronógrafos para
saber quem está com o melhor tempo numa volta. fizemos uma lista
com os melhores relógios associados a pilotos, corridas e velocidade
em geral. divirta-se!
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Paul Newman (no cockpit) popularizou o Daytona com o filme 500 Milhas, em 1969
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29[Mitrevista] setembro 2014
Rolex DaytonaCriado em 1963, ele não foi muito procurado porque o público
gostava dos Rolex automáticos, e este era de corda manual.
Ganhou fama porque Paul newman o usou num filme de 1969,
Winning (500 Milhas), sobre corridas da Fórmula Indy, aparecendo
com ele nas capas de revistas. Mas atenção: nem todos os Daytona
são Paul Newman. O que os faz raros – e caros nos leilões – é o
mostrador contrastando a parte externa com a parte central. Hoje,
os Daytona têm movimento Rolex, são maiores e têm os botões
do cronógrafo rosqueados, o que os torna à prova d’água. E,
enquanto o Daytona original pegava poeira nas prateleiras
dos revendedores, o atual tem fila de espera.
Daytona: versão atual de ouro (esquerda) e o modelo original (acima)
ebeRhaRD tazio nuvolaRiUm dos maiores pilotos de todos os tempos, tazio nuvolari estreou nas motos em
1920, com 28 anos, vencendo em Monza apesar de estar com as duas pernas quebradas
e engessadas. Foi duas vezes vencedor nas Mille Miglia e na Targa Florio, além de ganhar
três vezes o Grande Prêmio da Itália e outros. Para homenageá-lo, a Eberhard criou em
1992 o modelo que leva seu nome. Uma de suas peculiaridades é que o taquímetro
gravado no aro dá a média de velocidade em milhas, e não em quilômetros por hora,
mais comum. A versão Grande Taille, como o nome indica, tem caixa de aço de 43 mm
de diâmetro (resistente a até 30 metros de profundidade) e mecanismo automático. No
mostrador preto, as iniciais TN do piloto e os contadores do cronógrafo. Os botões são
quadrados, e a pulseira de couro de crocodilo castanho vem com fecho de aço.wikimedia commons
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30 [Mitrevista] setembro 2014
TAG Heuer CArrerAPoucas marcas têm seu nome tão associado a corridas e a cronógrafos
quanto a TAG Heuer. Com uma parceria iniciada com a McLaren em 1985, a
primeira entre uma marca de relógios e uma equipe de Fórmula 1, a relação
entre a grife e as pistas se consolidou. Mas bem antes disso, em
1963, Jack Heuer criou um modelo em homenagem à Carrera Panamericana, competição
realizada entre 1950 e 1954.
O Carrera original era simples,
com corda manual; em 1969,
ganhou movimento automático,
o primeiro cronógrafo com esse
tipo de mecanismo. Em 1996, o
nome Carrera voltou ao cenário
com o lançamento do TAG
Heuer Carrera Chronograph,
um dos modelos mais vendidos
pela empresa. Na minha lista
de favoritos, incluo o Carrera
Calibre 1887, com caixa de
43 mm, visual bem esportivo
e bracelete de aço, mesmo
material da caixa.
TAG Heuer MonACoDificilmente um aficionado de Fórmula 1 vai discordar se eu disser que
o Grande Prêmio de Mônaco é o mais charmoso, e um dos mais difíceis,
de todo o circuito de corridas. E Steve McQueen, que incorporou
um piloto no filme Le Mans, de 1971, tornou o Heuer Monaco
legendário. Com a coroa de corda do lado esquerdo e botões do
cronógrafo do lado direito, facilitava o manuseio. O mostrador
tinha um tom azul elegante, contrastando com os ponteiros
com detalhes vermelhos. A pulseira furada era o apogeu da
esportividade. Em 2012, o Monaco usado por Steve McQueen
no filme foi leiloado pela bagatela de US$ 799,5 mil.
Hoje, o TAG Heuer Monaco tem a coroa de corda à
direita, mas a marca ainda faz uma versão
em edição limitada com a disposição original,
inclusive com janela de data na posição
6 horas. Cool.
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paramount home entertainmentreprodução
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31[Mitrevista] setembro 2014
HUBLOT AYRTON SENNAA Hublot homenageia o brasileiro desde 2007, quando lançou o primeiro
Big Bang Senna, com caixa de cerâmica de 44,5 mm de diâmetro. Em
2009 foi apresentado em Tóquio o Big Bang Senna Foudroyante,
modelo com tiragem limitada a 500 exemplares. A exemplo do
anterior, ele exibia as cores do Brasil. No ano seguinte, para
celebrar os 50 anos de nascimento do piloto, o King Power
Ayrton Senna fez sua aparição no Grande Prêmio de São
Paulo, com caixa de fibra de carbono. Em 2013, a Hublot
lançou o MP-06 Senna (foto) em três versões (para
lembrar os três títulos do piloto), com tiragem de 41
exemplares cada (41 vitórias em corridas), com caixas
em King Gold, titânio e titânio preto no formato
barrilete. Os relógios são dotados de mecanismo
turbilhão e de reserva de corda para até 120 horas. A
pulseira de couro, com perfurações, permite ver o fundo
amarelo, verde ou vermelho, dependendo da versão.
Todos os modelos vêm numa caixa especial,
acompanhada de uma miniatura do
capacete do homenageado.
CHOpARd MiLLE MigLiARealizada em 24 edições entre 1927 e 1957 (13 antes da Segunda
Guerra Mundial e 11 depois), a Mille Miglia foi a corrida que fez
a fama de carros esportivos Gran Turismo – GT para os íntimos –,
como Alfa Romeo, Maserati, Ferrari, Porsche e outros. Renasceu em
1977 como prova de regularidade para carros clássicos e antigos,
produzidos até 1957, que tenham participado das corridas originais.
Como patrocinadora do evento desde 1988, a Chopard criou o
relógio, que é remodelado todos os anos. Com um taquímetro (que
ajuda a saber a média de velocidade) e detalhes em vermelho, verde
e branco (cores da bandeira da Itália), o Mille Miglia deste ano tem
bela caixa de ouro rosa, numa edição limitada a 2014 exemplares: a
tiragem sempre equivale ao ano de produção de cada modelo. Ah: o
mecanismo tem certificado de precisão.
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É mágica? quatro gadgets que parecem tirados da cartola
32 painel
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objetos do desejo com alta tecnologia {por Alessandra Lariu, de nova York}
32 [MitrevistA] setembro 2014
iMpressorA de boLsoela é um pouco maior que um celular, pesa 212 gramas e, sem tinta, imprime instantaneamente fotos no tamanho 5 x 7,5 centímetros. É só selecionar a imagem desejada e transmitir via bluetooth. www.lg.com/us/cell-phone-accessories/lg-PD233-pocket-photo
trAnsforMAção eLétricAcolocado na roda traseira da bicicleta, este pequeno motor de 250 watts a transforma
em um modelo elétrico. o Flykly pesa apenas 3 quilos, é recarregável, leva a magrela aos 25 km/h, tem uma autonomia de 40 quilômetros e é vendido em três cores. www.flykly.com/smart-wheel
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ligado na tomada via Wemo pode ser controlado de longe
por meio de um celular ou tablet. ideal, por exemplo,
para ligar a cafeteira antes de levantar, ou o ar-condicionado
antes de chegar em casa. www.belkin.com/us/Products/
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2. Por um FioUm produto que Vic nunca deixa de usar para tratar as pontas dos cabelos é o tradicional óleo de argan: moroccanoil treatment (SAC 0800 8889091). R$ 14
[mitrEviSta] setembro 2014
34 porta-luvasBelezA SemPRe AO AlCAnCe dAS mãOS {por Patrícia Broggi}
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Pluggedde lOndReS, Onde VIVe, vic cEridono, edItORA de BelezA dA Vogue
e AUtORA dO BlOG Dia De BeautÉ, mAndA SUAS dICAS de BelezA
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3. EScova com maSSagEmVic é viciada nas escovas de cabelo tangle teezer (SAC 11 4563-0893), que penteiam e ainda massageiam o couro cabeludo.R$ 70
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novidades de alta tecnologia do universo mitsubishi {por Juliana Amato | ilustrações Pedro Hamdan}
inovar é precisocarros elétricos superpotentes. aviões supereconômicos. escadas de vidro. e até uma fonte termal
no centro de tóquio. tudo isso integra o universo da marca dos três diamantes
35 mit hi-tech
vitória elétrica deu mitsubishi no lugar mais alto no pódio entre os carros elétricos da mais tradicional corrida de subida de montanha do mundo, a pikes peak, no estado do colorado, estados unidos. o protagonista da vitória foi o miev evolution iii. sob o comando do americano greg tracy, o carro da marca dos três diamantes percorreu o trajeto de 19 quilômetros em 9 minutos e 8 segundos. “a mitsubishi motors preparou um automóvel de corrida fantástico para mim”, comemorou o piloto, que também conquistou o segundo lugar na classificação geral. a bordo do outro miev evolution iii, o piloto japonês hiroshi masuoka, que já venceu o rali dakar duas vezes, veio logo atrás de tracy, com o tempo de 9 minutos e 12 segundos. o modelo elétrico da marca conta com tração integral e quatro motores que somam 603 cavalos de potência. sua estrutura é tubular e o capô é de fibra de carbono. “o sistema s-aWc, que distribui a tração nas quatro rodas, não deixa o carro derrapar. isso me permitiu atacar todas as curvas com muita confiança”, disse tracy depois de cruzar a linha de chegada. mantendo a tradição de importar o que há de mais moderno nas competições para as ruas, a mitsubishi usará toda a tecnologia e aprendizado adquiridos pela equipe de engenheiros e mecânicos envolvidos na pikes peak para aprimorar seus carros elétricos.
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Água quenteBanhar-se nas águas quentes de uma fonte natural é um dos maiores símbolos da cultura japonesa. a partir de 2016 será possível fazer essa imersão em Otemachi, um dos mais “nervosos” centros de negócios de tóquio. a Mitsubishi estate, uma das principais companhias do grupo Mitsubishi, anunciou ter descoberto uma fonte próxima ao palácio imperial e à estação de metrô central da cidade. a mina foi descoberta a 1.500 metros de profundidade em uma área destinada à construção de um hotel e de um centro empresarial. análises revelaram que a água encontrada, rica em sódio e iodo, tem temperatura de 36º C – o que a torna ideal para combater dores nas articulações, problemas circulatórios e desordens digestivas.
MItSuBISHI eState
Água purauma jarra com design de primeira e tecnologia de ponta, capaz de enfeitar a mesa e ainda cuidar da saúde de quem tiver sede. essa é a ideia da Mitsubishi rayon com o lançamento da Cleansui gp001. Desenhada por guzzini, renomado escritório italiano de peças de cozinha, ela traz uma membrana de fibra com microporos para filtrar a água – remove partículas de ferrugem, bactérias e outras impurezas. O produto, por ora, está disponível apenas na europa.
www.cleansui.com/en/news/index.html
MItSuBISHI raYOn
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hi-tech
cresce a frota aéreaas encomendas do MrJ, o novíssimo jato da Mitsubishi, chegaram a 375 unidades. em julho, a divisão de aviação da marca dos três diamantes, Mitsubishi aircraft corporation, fechou a venda de mais seis aeronaves. o cliente dessa vez foi a air Mandalay. a companhia aérea de Mianmar escolheu a configuração com 92 lugares – há uma versão para 78 passageiros. o negócio foi fechado por Us$ 281 milhões e a entrega está prevista para 2018. Desde o anúncio do projeto da aeronave, em 2008, o maior pedido de MrJ foi feito pela skyWest (eUa), com 200 aviões. a também americana trans states airlines encomendou 100, e a aNa holding, do Japão, 25. o governo japonês já demonstrou interesse em comprar um MrJ para servir ao primeiro-ministro shinzo abe. o jato vai concorrer num segmento seleto,
no qual voam modelos fabricados pela brasileira embraer e pela canadense Bombardier. entre os trunfos do MrJ para chegar à produção de mil unidades nas próximas duas décadas está o baixo consumo de combustível: 20% menor que o da concorrência. o MrJ é o primeiro avião comercial construído no Japão desde o Ys11, movido a hélice e cuja produção foi interrompida em 1973.
MitsUBishi aircraft corPoratioN
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Job: 18659-007 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFF-18659-007-MITSUBISHI-RALLY-RV MIT-208X275_pag001.pdfRegistro: 141840 -- Data: 20:39:10 17/02/2014
40 [Mitrevista] setembro 2014
A históriA de objetos que nAscerAm pArA superAr obstáculos {por Ronaldo Bressane}
40 clássicos 4x4
501. todo mundo temcomo um tecido usAdo em cArroções no Velho oeste se trAnsformou em um dos mAiores ícones dA culturA modernA
Agora você pode usar um par de
calças destruídas, arranhadas
e esfiapadas por leões,
tigres ou ursos. A marca
Zoo jeans — “o único desenhado por
animais perigosos” — foi lançada
pelo zoológico Kamine, em hitachi,
no japão. o objetivo é arrecadar
fundos para manter os animais. pneus
e bolas são cobertos com brim, jogados
nas jaulas e depois reaproveitados na
forma de calças descoladas. cada uma
custa us$ 1.200. o modelo padrão para a
confecção de roupas tão originais? uma
originalíssima levi’s 501.
trata-se de mais um capítulo da saga
iniciada há 140 anos por levi strauss, um
comerciante da califórnia, e jacob davis,
um alfaiate de nevada. quando a dupla
de origem judaico-alemã patenteou em
1873 os bolsos rebitados com tachas
de cobre em calças para mineiros, jamais
desconfiaria de seu impacto sobre a
cultura moderna. Afinal, as levi’s foram
usadas por ícones de steve mcqueen a
steve jobs, passando por marilyn monroe
e marilyn manson.
A primeira calça jeans nasceu em 20
de maio de 1873, mas, na verdade, a 501
apareceu mesmo só em 1890, ano em
que o número foi atribuído à vestimenta.
originalmente o tecido era marrom,
usado como cobertura para tendas e car-
roções dos mineiros em conestoga, cali-
fórnia – até que o comerciante alemão de
24 anos tivesse a ideia de transformar
o tecido duro em roupa. quando levi
strauss (nada a ver com o antropólogo francês claude lévi-strauss, autor
de Tristes Trópicos) chegou à barulhenta são francisco em 1853, a febre
do ouro na califórnia ainda atingia altas temperaturas.
o jovem imigrante pensou que os mineiros pudessem se interessar
pelos botões e tesouras que vendia, bem como pelos vários metros de
tecido denim, que imaginava úteis para cobrir
os carroções. o próprio levi saía a cavalo
para vender seus produtos aos trabalha-
dores. de tanto ouvir queixas de que as
calças de algodão se rasgavam facilmente nos fundilhos e nos bolsos,
pesquisou um tecido resistente — como os das velas de navios.
esgotado seu suprimento de tecidos náuticos, levi
descobriu um outro chamado serge denim, uma
sarja (trama feita a partir do algodão) produzida
em nîmes, frança — daí vem a palavra denim.
em português também se usa o brim, a mesma
coisa — brin é o termo francês para a tal
trama. já jeans é a versão americanizada para
o termo francês genes, referência pejorativa
à sarja produzida em Gênova, itália, para a
confecção de calças usadas por marinheiros,
de qualidade inferior à sarja de nîmes. por
isso o próprio levi strauss detestava o ter-
mo jeans. com o desenvolvimento de uma
tintura índigo, o marrom foi substituído
pelo azul profundo, marca registrada dos
modelos de hoje.
do século 19 para o 20, poucas
mudanças foram aplicadas à roupa:
bolsos a mais, rebites a menos (como
uma incômoda tachinha na região
genital, que costumava esquentar
demais quando os caubóis se reuniam
à beira da fogueira, provocando uma
dolorosa tatuagem). A levi’s venderia
calças com suspensórios e passado-
res para cinto até 1937 — malvistos
entre os caubóis, eles tinham ficado
meio bregas. em uma passagem
clássica de Era Uma Vez no Oeste,
de sergio leone (1969), o malvado
pistoleiro henry fonda explica o motivo dessa
má vontade com o ambivalente modelo quando tira um oponente
da reta: “como confiar em um homem que usa cinto e suspensórios?
Você não confia em suas próprias calças?” a última mudança essencial
ocorreria em 1955, com os zíperes.
com o sucesso dos faroestes de john Wayne, Gary cooper e roy
Levi Strauss e uma das primeiras 501 com tintura
índigo: um só bolso e botão para suspensório
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41[Mitrevista] setembro 2014
Rogers, os jeans se difundiram. O que inicialmente havia sido desenha-
do para trabalhadores agora ganhava aura irresistível de aventura. Os
jeans não tinham esse nome até que adolescentes começaram a cha-
mar os overalls assim nos anos 1950, quando a rebeldia d’O Apanhador
no Campo de Centeio, de JD Salinger (1951), conquistava a imaginação
jovem. E em 1955 a Levi’s finalmente abolia o termo overalls.
Os jeans se tornaram o uniforme dos beatniks Jack Kerouac e Al-
len Ginsberg; do outro lado do oceano, em Paris, Sartre falava
no Café de Flore para jovens existencialistas vestindo
jeans, e Brigitte Bardot surfava a onda de cabelo ba-
gunçado, violão em punho e jeans quentíssimos. Bad
boys diabólicos estabeleceram o blue denim como
uniforme, como os personagens de Sementes da
Violência (1955) e O Selvagem (com Marlon Bran-
do, de 1953). Enquanto James Dean incorporava
o novo conflito de gerações, Marilyn Monroe
mostrava suas curvas sob um jeans em O Rio
das Almas Perdidas (1954) e Os Desajusta-
dos (1960). E Elvis Presley tomava conta do
cinema e dos palcos invariavelmente usando
uma 501.
Já nos anos 1960 a aura
romântica ou agressiva do
jeans virou sinônimo de
liberdade, como se via no
festival de Woodstock.
O flerte da peça com o
rock e a arte under-
ground se mistura na
capa do álbum Sticky
Fingers, dos Sto-
nes, criada por Andy
Warhol em 1971, que
trazia um zíper de verdade
colado à foto de uma Levi’s.
Orientados por Vivienne
Westwood, os punks
rasgavam seus jeans e os
torturavam com tachinhas,
badges e alfinetes. Já Bru-
ce Springsteen mostra seu
musculoso glúteo ornado
por uma 501 na capa do
álbum Born in The USA, de
1984. Na virada do milênio,
a 501 seria eleita pela revista
Time o melhor item da moda
do século 20, à frente da minissaia
e do tubinho preto. E hoje, quando
hipsters japoneses desembolsam até
US$ 1.200 por uma 501 mascada
por tigres, é fácil deduzir que esta
história ainda terá pernas longas.
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Desenhada para trabalhadores, a 501 passou a vestir estudantes, beatniks e artistas. Nas fotos, Marilyn Monroe, James Dean, Bruce Springsteen e Marlon Brando
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42 [Mitrevista] setembro 2014
42 combustível
todos os preços sujeitos a alteração sem aviso prévio.
bebidas para abastecer a alma {por Marcello Borges}
poderoso chefãoVale a pena conhecer os rótulos produzidos por Francis Ford coppola em sua Vinícola nos estados unidos
1. o Coppola Rosso & BianCo shiRaz 2011 é um dos vinhos ditos de “entrada”. produzido em sonoma, é quase um monovarietal de shiraz (97%), com a Viognier (que é uma uva branca, daí o nome) respondendo pelos 3% restantes. o resultado é surpreendente, com frutas vermelhas e especiarias da shiraz e toques florais da Viognier. o estágio em barril de carvalho francês confere o gosto de baunilha. Vai muito bem com carnes. r$ 108.
2. o FRanCis Coppola DiaMonD ColleCtion MeRlot 2011 sobe um pouco a nota. embora o nome sugira que a uva é exclusivamente a merlot, esta entra com 80%, e a ela se somam 19% de petite sirah e 1% de syrah. mesmo a merlot não é de uma única região ou vinhedo, mas de três – napa, monterey e sonoma. o resultado é um vinho com notas de frutas vermelhas (especialmente framboesa e amora) e ameixa, com taninos macios. sai por r$ 178.
3. para coroar a obra, que tal o DiReCtoR’s Cut DRy CReek Valley zinFanDel 2011? com 78% de zinfandel, uva que na itália é mais conhecida como primitivo, e 22% de petite sirah (que entra para dar um toque exótico de tabaco e cacau), este vinho expressa bem uma das uvas prediletas dos viticultores californianos, a zin, como eles chamam, variedade de cor intensa, quase fechada. ameixa, frutas vermelhas e licor de cereja ao nariz, com corpo pleno na boca. r$ 228.
Juntem-se duas paixões – cinema e uvas – e o resultado sempre será, no mínimo, intrigante. Foi o que o cineasta Francis Ford coppola fez. seu avô agostino já produzia vinhos no porão de casa quando emigrou da itália para nova York; Francis criou uma bela e cinematográfica vinícola em Geyserville, califórnia. provamos três dentre os que a distribuidora ravin traz para o brasil.
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Validade
Membership Nº ABRABLIN026 - 10
Data da entrega
Julho/2012 2º SEMESTRE 2012
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Data da entrega
Julho/2012 2º SEMESTRE 2012
abrablin
46 [Mitrevista] setembro 2014
aventuras a bordo de um mitsubishi {por Henrique Skujis, de Tucumán / fotos Sidney Bloch}
46 on the road
momentosmágicos
a cordilheira dos andes, o deserto por onde passa o rally dakar
e o verdadeiro parque dos dinossauros estiveram no caminho
da expedição mitsubishi pelo norte da argentina
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47[Mitrevista] setembro 2014
Permitido estacionar: passeio pelo lago Cuesta del Viento, em San Juan
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49[Mitrevista] setembro 2014
pose mit diante dos paredões do parque nacional talampaya, patrimônio natural da humanidade pela unesco
disposição para uma sesta antes da relargada que levaria a expedi-
ção ao lago seco descrito no primeiro parágrafo.
Mais adiante foi a vez de visitar um lago cheio, o Costa del Viento
– veja na foto de abertura. Sob a imponente presença do
Famatina, mais alto pico da América do Sul fora dos An-
des, a chegada ao povoado de Villa Unión aconteceu
depois de uma estrada tão estreita e com curvas tão
fechadas que espelhos convexos estrategicamente
posicionados nas curvas ajudam os motoristas a
ver quem vem no sentido contrário. Apesar disso,
as L200 Triton traçaram as curvas com surpreen-
dente agilidade.
No dia seguinte, o destaque foi o parque nacional
Talampaya, declarado patrimônio natural da humanidade pela
Unesco. Ali, no meio do deserto, as L200 Triton permaneceram
estacionadas e os expedicionários embarcaram em um caminhão
panorâmico para conhecer o mais importante sítio arqueológico do
mundo do período triássico (45 milhões de anos). É que em nenhum
outro lugar foram encontrados tantos fósseis de dinossauro desse
período como aqui. Os paredões de pedra de várias tonalidades, com
até 180 metros de altura, e as impressionantes formações rochosas
deixaram todos boquiabertos. A visão de diversas raposas correndo e
condores voando deram um testemunho da rica fauna local.
Terceiro dia de viagem. Primeira parada: parque
estadual de Ischigualasto. Trata-se de uma continua-
ção do Talampaya e, por isso mesmo, também leva o
título de patrimônio natural da humanidade. Além de
pinturas rupestres, um dos destaques é o “campo
de bocha”, onde inexplicáveis pedras redondas
agruparam-se para desespero dos cientistas –eles
até têm uma explicação para o fenômeno, mas os
místicos de plantão deitam e rolam. A caravana seguiu
levantando poeira pelo Ischigualasto. Índio, fungo e até um
submarino estavam entre as formas avistadas nas pedras. E foi
justamente atrás da “embarcação” que veio a surpresa: no meio do
deserto, uma orquestra tocava Astor Piazolla, um casal dançava tan-
go e foram servidos vinhos produzidos na região. Tão surreal quanto
o campo de bocha. O pernoite? No Hotel Cassino Catamarca.
tinto e branco: depois de cruzar as vinícolas de mendoza, as l200 triton sobem a cordilheira dos andes
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48 [Mitrevista] setembro 2014
Era uma daquelas estradas lindas, vazias e intermináveis. Típicas
da Argentina. Um retão atapetado com nada de um lado e
nada do outro. “Nada” é modo de dizer. Um imenso campo de
ervas douradas a perder de vista ladeava o asfalto impecável.
Ao fundo, montanhas avermelhadas disparavam rumo ao céu azul. Foi
quando, pelo rádio, chegou o recado: “Pessoal, coloquem o 4x4”. Gritos de
felicidade ecoam de volta. Alinhadas, dez cabines duplas L200 Triton dei-
xam o asfalto e rumam por um caminho de terra, areia, pedras e buracos.
Pouco mais de 300 metros adiante, a caravana mergulha em um lago
seco, de piso argiloso. A turma acelera, para, brinca. Anda mais um pouco,
sai do carro, corre. Apalpa o chão, dá risadas, posa para foto.
Esse foi um dos diversos momentos mágicos vividos pelos viajan-
tes de mais uma Expedição Mitsubishi. A jornada havia começado em
Mendoza e rumou até Tucumán, no norte da Argentina. Foram cinco
dias e dois mil quilômetros de um roteiro repleto de atrações on e off-
-road, dentro e fora do carro. Logo no primeiro dia da jornada, depois
de cruzar as vinícolas que cercam Mendoza e ladear muros pichados
bradando que las Malvinas son argentinas, as L200 Triton subiram os
Andes e chegaram aos 3.200 metros de altitude.
tinto e branco: depois de cruzar as vinícolas de mendoza, as l200 triton sobem a cordilheira dos andes
Sob um frio próximo de zero grau centígrado e rodeados de neve,
os aventureiros estacionaram e tiraram de letra uma caminhada
até o mirante de onde se descortina o monte Aconcágua (6.960
metros), a maior montanha da América do Sul. “Está sendo mais que
uma viagem, é uma experiência de vida”, disse Gustavo Simões, de
Vitória (ES), um dos 20 integrantes da expedição. Depois de baixar
dos Andes, a expedição seguiu o curso sinuoso do rio Calingasta. A
suspensão da L200 Triton voltou a trabalhar, mas agora para mostrar
a estabilidade nas curvas. “Um dia maravilhoso logo pra começar”, dis-
se Michela Patricia Cardoso, de Campinas, durante o jantar no hotel
de San Juan, local do primeiro pernoite.
A surpresa do segundo dia foi um trecho por dunas nem tão
arenosas assim nas quais, supeita-se, acontecerá uma das etapas do
Rally Dakar 2015. “É muito bom ver os limites do carro e andar num
lugar que pode ser a pista do Dakar”, comentou Reinaldo Cardoso,
marido de Michela. O almoço aconteceu na fazenda El Martillo, em
Rodeo, vila de pouco mais de dois mil habitantes. O prato escolhido
para todos foi a picañita à milanesa, cuja porção era capaz de servir
três pessoas. Do lado de fora, lhamas pastavam e redes estavam à
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49[Mitrevista] setembro 2014
pose mit diante dos paredões do parque nacional talampaya, patrimônio natural da humanidade pela unesco
disposição para uma sesta antes da relargada que levaria a expedi-
ção ao lago seco descrito no primeiro parágrafo.
Mais adiante foi a vez de visitar um lago cheio, o Costa del Viento
– veja na foto de abertura. Sob a imponente presença do
Famatina, mais alto pico da América do Sul fora dos An-
des, a chegada ao povoado de Villa Unión aconteceu
depois de uma estrada tão estreita e com curvas tão
fechadas que espelhos convexos estrategicamente
posicionados nas curvas ajudam os motoristas a
ver quem vem no sentido contrário. Apesar disso,
as L200 Triton traçaram as curvas com surpreen-
dente agilidade.
No dia seguinte, o destaque foi o parque nacional
Talampaya, declarado patrimônio natural da humanidade pela
Unesco. Ali, no meio do deserto, as L200 Triton permaneceram
estacionadas e os expedicionários embarcaram em um caminhão
panorâmico para conhecer o mais importante sítio arqueológico do
mundo do período triássico (45 milhões de anos). É que em nenhum
outro lugar foram encontrados tantos fósseis de dinossauro desse
período como aqui. Os paredões de pedra de várias tonalidades, com
até 180 metros de altura, e as impressionantes formações rochosas
deixaram todos boquiabertos. A visão de diversas raposas correndo e
condores voando deram um testemunho da rica fauna local.
Terceiro dia de viagem. Primeira parada: parque
estadual de Ischigualasto. Trata-se de uma continua-
ção do Talampaya e, por isso mesmo, também leva o
título de patrimônio natural da humanidade. Além de
pinturas rupestres, um dos destaques é o “campo
de bocha”, onde inexplicáveis pedras redondas
agruparam-se para desespero dos cientistas –eles
até têm uma explicação para o fenômeno, mas os
místicos de plantão deitam e rolam. A caravana seguiu
levantando poeira pelo Ischigualasto. Índio, fungo e até um
submarino estavam entre as formas avistadas nas pedras. E foi
justamente atrás da “embarcação” que veio a surpresa: no meio do
deserto, uma orquestra tocava Astor Piazolla, um casal dançava tan-
go e foram servidos vinhos produzidos na região. Tão surreal quanto
o campo de bocha. O pernoite? No Hotel Cassino Catamarca.
tinto e branco: depois de cruzar as vinícolas de mendoza, as l200 triton sobem a cordilheira dos andes
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50 [Mitrevista] setembro 2014
O último dia reservou aos viajantes a subida da cuesta del
Portezuelo, uma linda serra que vai dos 600 aos 2 mil metros de
altitude em apenas 7 quilômetros. Um verdadeiro ziguezague com
mais de 300 curvas, coalhado de mirantes nos quais pode-se com-
prar queijos, salames e doces feitos por produtores locais. No topo,
a paisagem se transforma. Para muitos, foi mesmo o ‘ponto alto’ da
viagem. “Fiquei surpreso com o visual lá em cima – pra mim, é o lugar
mais bonito que visitamos”, cravou João Victor, de 15 anos, que via-
jou ao lado da irmã, Maria Paula, de 11, e do pai, Reinaldo Colepicolo,
47. “Costumo fazer viagens assim de moto e nunca deu pra levar os
dois”, explicou Reinaldo. “Essa jornada está sendo perfeita por isso,
para mostrar a eles como é gostoso viajar, estar na estrada.”
A descida rumo a Tucumán, ponto final da aventura, deu-se pelo
lado oposto da montanha, menos íngreme que a cuesta del Porte-
zuelo, mas, opiniões à parte, mais bonito. Pelo rádio, alguém diz que o
visual lembra muito a paisagem das Highlands escocesas. O jantar de
encerramento manteve a descontração. Conversas, gastronomia de
ponta, risadas, vinhos de primeira e, agora, um arsenal de histórias.
Recheado por cinco dias de uma experiência só vivida por quem sabe
que viajar é bom, mas viajar 4x4 é só Mitsubishi.
Cenas de uma expedição 4x4 (em sentido horário): descida de trenó pelos Andes, uma raposa passa pelas L200 estacionadas, uma estranha planta amarela, as lhamas do Parque Nacional
Talampaya, lã “fresquinha” de ovelha nos arredores de
Mendoza, o enigmático “campo de bocha” no Parque Estadual
Ischigualasto, os viajantes Mitsubishi sobre
o caminhão panorâmico no Talampaya e as L200 Triton no
início da subida dos Andes
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52 [Mitrevista] setembro 2014
Para participar da Expedição Mitsubishi não
é preciso ter um carro da marca. Os veículos
usados pertencem a Mitsubishi. Ao viajante,
basta desembarcar no local da largada. A
organização cuida de tudo. Restaurantes
e hotéis já estão reservados. Não é preciso
pensar nisso nem antes e nem durante a
viagem. Os hotéis escolhidos, diga-se, são
sempre os melhores das cidades por onde a
expedição passa. Uma equipe sempre atenta
e de bom humor toma conta de tudo, inclu-
sive do abastecimento dos carros. O roteiro
é traçado minuciosamente para incluir as
melhores atrações da região. A próxima ex-
pedição, Rumo ao Rally Dakar, será no fim do
ano saindo do Brasil com destino a Buenos
Aires, local da largada da prova.
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www.facebook.com/expedicaomitsubishi
Não requer PrátiCa Nem exPeriêNCia
Foto para a posteridade no Parque Provincial ischigualasto. ao lado o mapa da expedição: cinco dias e dois mil quilômetros por uma argentina desconhecida da maioria dos brasileiros
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MonteAconcágua (6.960 m)
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JackO’Nei
Ele inventou a roupa de neoprene e com ela o surfe deixou os trópicos,
se espalhando mundo afora. Veja como esse ícone do esporte nos
recebeu para uma conversa em sua casa nos Estados Unidos
P o r F e r n a n d o P a i v a , d e S a n t a C r u z , C a l i f ó r n i aR e t r a t o s T u c a r e i n é s
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57[Mitrevista] setembro 2014
Jack no leme de sua escuna Marie Celine, nos anos 1970
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ACAPA
história que vamos contar é a de um típico selfmade man americano. A saga de um homem apaixonado pelo que faz, mo-vido a energia e paixão que, aos 91 anos de idade, depois de con-versar por quase uma hora com dois brasileiros desconhecidos, se despede com uma gargalhada, um forte aperto de mão e uma frase reveladora: “A vida é mesmo fantástica: todo dia eu acordo e aprendo uma coisa nova”.
É abril de 2014 e estamos em Santa Cruz, Califórnia, na am-pla sala de estar envidraçada com vista para o oceano Pacífico. Na água, dezenas de surfistas disputam as pequenas ondas que quebram com regularidade. Apesar do dia ensolarado, a tempe-ratura do mar é fria, por volta dos 14 graus centígrados. E, se não fosse pelo homem à nossa frente, de sandálias havaianas, mole-tom cinza e camiseta preta de mangas compridas, não haveria ninguém surfando ali.
Sim, porque até meados do século passado, o surfe e a maio-ria dos esportes aquáticos estavam irremediavelmente confina-dos às águas tropicais e ao calor do verão. Fora dos trópicos, al-guns poucos e audazes pioneiros enfrentavam o mar gelado e o vento com improvisados casacos de lã. Ou eram obrigados a sair da água a cada meia hora, para se aquecer em fogueiras na areia. No começo dos anos 1950, a ideia de uma “segunda pele”, capaz de envolver o corpo humano e esquentá-lo dentro d’água, era coisa de ficção científica. Principalmente se essa “pele” permitis-se total liberdade de movimentos.
Na verdade, o homem à nossa frente, de espessa barba grisalha e um tapa-olho de couro preto no olho es-querdo – sua marca registrada –, não apenas pensou
muito sobre essa segunda pele. Criou a solução para que surfistas possam hoje enfrentar com todo o conforto as águas da Escócia em pleno inverno; praticantes de windsurf aproveitem o vento gelado do Canadá; e mergulhadores russos explorem o fundo do mar Báltico em dezembro. Jack O’Neill, o homem do tapa-olho, inventou a roupa de neoprene. Criou uma marca que é referência nos esportes aquáticos, um pequeno império hoje comandado por seu filho Pat O’Neill, que nos recepcionou na casa do pai.
Fanático por novas tecnologias, sempre interessado no novo, Jack teve uma infância muito humilde. Começou como empreende-dor bem cedo. Foi construindo, com a ajuda da família e dos amigos,
não apenas um negócio rentável. Criou uma marca respeitada, que leva seu nome como avalista. Nos dias que passamos em Santa Cruz, pudemos comprovar que a maioria dos surfistas, mergulhadores, praticantes de wind e wakesurf vestiam sua criação.
Como se verá na conversa a seguir, foram incontáveis os obs-táculos que Jack superou em sua vida. Mas, a exemplo das pesso-as 4x4, tirou tudo de letra – sempre com um sorriso.
Jack, você é um símbolo da Califórnia, e muita gente acha que você nasceu aqui.
Vim para cá pequeno, mas nasci em Denver, Colorado, no dia 27 de março de 1923.
Ou seja, deve ter tido uma infância difícil, em plena Gran-de Depressão.
Sim, moramos em Los Angeles, West Hollywood e depois em Long Beach. Me lembro que íamos para a escola primária descal-ços. Não tínhamos sapato. Mesmo assim eu me divertia. Gostava de pegar carona nos vagões ferroviários e adorava fazer aviõezi-nhos com caixa de sapato. Acho que sempre gostei de voar.
Quando você começou a trabalhar?Com 9 anos eu já era jornaleiro. Era tão pobre que não tinha
nem sacola – pegava um maço de 25 jornais, Examiner, Herald Express, punha debaixo do braço e saía para vender na Sunset Boulevard. Ficava na rua gritando: “Olha o jornal!” Quando ter-minava, embolsava 25 centavos – cada jornal custava 3 cents, eu ficava com um terço. Dava o dinheiro para minha mãe – éra-mos sete irmãos e meu pai ficou muito tempo desempregado – e guardava 10 centavos, quando sobrava, para ver filmes de faro-este sábado à noite. Eu adorava Tom Mix, Gene Autry. Apesar de tudo, era divertido. Me lembro até de um tio que nos convidou para irmos nadar na casa dele. No dia seguinte ele iria esvaziar a piscina para limpeza. Achei o máximo ele deixar a gente nadar naquela água suja [risos].
Você se lembra da primeira onda que pegou?Claro! Eu tinha 11 anos, foi em Santa Mônica, 1934. Entrei
no mar, fiquei de costas e, quando vi, estava sendo impulsionado por aquela espuma branca, movido pela natureza. Aquilo gru-dou em mim para sempre. Em Long Beach fui aperfeiçoando a arte de pegar jacarés. E também foi lá que vi pela primeira vez uma prancha, mas elas eram enormes, pesadas, eu era muito pe-
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Jack aos 91 anos, em retrato feito
em abril deste ano
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Os filmes de surfe não começaram naquela época?Sim. Eles foram importantes para o sucesso do meu negócio.
Me lembro de que no início dois amigos e eu fomos até o dire-tor Bud Browne para trazer os filmes dele para San Francisco. Nos anos 1950, ele fazia um por ano. E graças a ele aprendi muito sobre o Havaí e a Austrália – lu-gares bem exóticos então. Mas, além de cuidar da loja e da fábrica, tinha de fazer tudo: alugar a sala de exibi-ção, vender bilhetes, contro-lar o caixa. E no final dividia os lucros. Depois de três anos tendo prejuízo, me livrei dos sócios e toquei tudo sozinho.
queno – não dava para ter uma.Onde você aprendeu a voar?Nós nos mudamos de Long Beach para Portland, Oregon,
em 1938. Eu estava me preparando para a faculdade quando a guerra estourou, em 1941. Aí decidi entrar para a Força Aérea da Marinha e fui para um campo de treinamento em Minnesota, Northfield. A cidadezinha era famosa porque o banco local havia sido assaltado por Jesse James... em 1876! [risos]. O bom é que aprendi a navegar, voando em zigue-zague, o que foi bastante útil depois. Não cheguei a entrar em combate, a guerra acabou e fui trabalhar com publicidade aérea, puxando aquelas faixas de publicidade. Me casei e fomos morar em San Francisco.
E aí você começou a surfar...Sim, a gente ia para uma praia, Kelly’s Cove, ao norte de Oce-
an Beach. Em Ocean Beach era proibido nadar e surfar. A vigi-lância era feita pela polícia montada, bombeiros e salva-vidas. Mas em Kelly’s Cove eles faziam vista grossa. A gente entrava na água e, por causa do frio e do vento, tinha de sair depois de uma hora. Havia muita madeira, detritos, pneus na areia naquela época. A gente juntava tudo, tacava fogo e ficava ali, se aque-cendo antes de voltar ao mar. Minha primeira prancha era feita de madeira balsa. Eu tinha um conversível, encaixava ela no banco de trás e saía pelas praias. Ninguém sabia o que era aquilo.
Em 1952 você abriu a pri-meira surf shop do mundo.
Sim, comecei fazendo pranchas na garagem de casa. E também pesquisas para uma roupa de borracha que funcionasse. Com o fim da Se-gunda Guerra, havia muitas lojas de equipamento militar usado. Comecei trabalhando com borracha e PVC quando um amigo, Harry Hind, que pegava jacaré, me falou do neoprene, substân-cia que ele estava desenvolvendo e o tornou milionário. Não me lembro mais como consegui a primeira manta, mas fiz um colete e... acho que o resto é história, não?
Você chegou a usar seus filhos como garotos-propaganda?Sim, à época eu tinha três filhos, Pat, Mike e Bridget, a caçula.
Mais tarde nasceu a Shawne. Eles gostavam de mergulhar e ser-viram de modelo para as roupas. Depois do colete, fiz a jaqueta de mangas compridas beavertail (cauda de castor), que passava sob as pernas e segurava a calça de neoprene. E passei a divul-gar as roupas em feiras náuticas com os meninos, pois se poucos sabiam o que era uma prancha de surfe, imagine então roupa de neoprene! [risos].
1. Aos 3 anos, na Califórnia; 2. A família O’Neill no
começo dos anos 1930 – Jack está de pé à direita; 3. Como piloto, durante a Segunda Guerra Mundial;
4. Em 1952, ele abre a primeira loja de surfe do mundo; 5. A modelo Sue Brown e Jack posam com a roupa de neoprene em
1964; 6. Um protótipo de colete feito por Jack:
espuma revestida com PVC; 7. Em suas primeiras
pranchas, ele se utilizou de madeira balsa; 8. Jack e os filhos Pat e Mike testam a elasticidade da
roupa de borracha sintética; 9. Pat
O’Neill com as garotas-propaganda;
10. Com fones de ouvido, Jack toca tambor japonês
taikô, um de seus hobbies;
11. Nosso herói voa de balão
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O filme Alegrias de Verão (The Endless Summer), do Bruce Brown, deve ter ajudado muito, não?
Sim, só que isso foi mais tarde. Eu patrocinei o Bruce antes de Alegrias de Verão ser um tremendo sucesso, em 1966.
Quando você veio para Santa Cruz?Em 1959. É engraçado, porque foi aqui que o surfe califor-
niano começou, em 1885. Três príncipes havaianos que estuda-vam na escola militar de St. Matthew’s encomendaram pran-chas de sequoia numa serraria e naquele ano caíram no mar, bem em frente à barra do rio San Lorenzo. Mas quando cheguei aqui, 125 anos depois, um amigo foi pedir ao xerife para traba-lhar na polícia. O xerife olhou para o carro dele, viu a prancha em cima e disse: “Policiais não surfam”. Naquela época surfe era palavrão! [risos].
Como foi que você perdeu o olho?Foi em 1972, num dia bonito aqui em Santa Cruz, num point
chamado The Hook. O mar não estava grande, mas bastante ir-regular. Resolvi pegar uma onda até a praia e sair. Pat, meu filho, estava desenvolvendo a cordinha, e eu estava usando uma. Caí da prancha, ela voltou e me atingiu no olho esquerdo.
O que você pensou na hora?Cheguei a ver estrelas. Mas pensei: “Putz, vou ganhar um
belo olho roxo”. Não dei muita atenção. Por coincidência, eu ti-
nha uma consulta agendada naquele dia no centro médico da Universidade de Stanford, para resolver um outro problema. Entrei com a gaze no olho e a enfermeira que me atendeu foi conferir o ferimento.
O que ela disse?Disse: “Ah...”, de um jeito muito sério. Minha íris havia girado
sobre si mesma. E o médico teve de tirar minha lente de contato, colocar a íris de volta e abri-la. Depois disso, quando saí no sol, ela permaneceu aberta. Quando eu fechava o olho, ficava tudo bem. Mas, se ficasse de olho fechado por muito tempo, o múscu-lo acabaria travando. É por isso que uso tapa-olho.
Isso incomoda?Sim, a perda da visão é sempre um inconveniente. Por outro
lado, graças ao tapa-olho me tornei mais conhecido. A morte de sua mulher causou uma mudança profunda na
sua vida, não?Marge morreu de repente, e já fazia tempo que eu queria
levar as crianças para uma longa viagem de barco. Era 1974, eu tinha duas adolescentes em casa, e Santa Cruz era uma cida-de muito louca, dava medo. Eu também pretendia passar mais tempo com Mike. Foi quando apareceu no porto um sujeito com um barco que ele estava trazendo do Havaí, onde inclusive havia sido usado na série Havaí 5-0. Era uma escuna com a qual
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Vista externa da casa de Jack O’Neill no East Cliff, em Santa Cruz. No centro, a placa rememora o lugar onde ele abriu sua primeira loja na cidade, no ano de 1959
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eu sempre havia sonhado: 60 pés (18 metros) de comprimen-to, elegante, sólida. E precisando de muito trabalho para ficar no ponto. Passei quase dois anos nela com as crianças. Apren-demos muito, conhecemos muita gente, foi uma das melhores experiências da minha vida.
Queria que você falasse um pouco do programa Sea Odissey.Olha, é a minha maior conquista. Já tínhamos esse catamarã
grande, o Team O’Neill, e resolvemos dar a ele uma outra desti-nação em 1996. Queremos ensinar às crianças a importância do mar na vida humana, a importância da preservação dos oceanos. E também mostrar a elas a riqueza da vida marinha. Levamos as crianças para velejar, 95% delas nunca estiveram numa embarca-ção, imagine a emoção. E os professores são todos marinheiros, de modo que sabem do que falam, e as crianças prestam mui-ta atenção. É muito importante essa experiência, ter uma aula a bordo de um barco. Tiramos fotos de cada um no leme do cata-marã, elas aprendem os elementos básicos de navegação – e aí aprendem a gostar de matemática e geometria.
Você acha mesmo que o Sea Odissey é a coisa mais impor-tante que você fez?
Sim, tenho absoluta certeza. Soube disso quando ouvi uma menina dizer alto, quando desembarcou: “Este foi o dia mais feliz da minha vida!” Acho que da minha também.
Jack descansa no sofá da sala de sua casa em Santa Cruz. Pela enorme janela de vidro, vê-se ao fundo a sequência de pequenas ondas num dia de mar calmo
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Da casa de Jack para o banco de neoprene do Pajero tr4 o’Neill
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foreveryoungCom a assinatura de JaCk o’neill, mitsubishi lança série espeCial do paJero tr4
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lançamento
Jack O’Neill você já conhecia – ou acabou de conhecer nas páginas anteriores. Agora é a vez de conhecer o Pajero TR4 O’Neill. A mais nova série especial da Mitsubishi Motors homenageia o criador da roupa de neoprene que revolucionou os esportes
aquáticos. Em parceria com o departamento de estilo da O’Neill, os designers da Mitsubishi se debruçaram sobre o Pajero TR4 e desenvolveram equipamentos e acessórios que deixaram o carro com uma cara ainda mais esportiva e jovem. A série especial conta com protetor no para-choque dianteiro e rodas de liga leve na cor grafite. Nas portas, faixas verticais criadas pelos designers trazem o logo da O’Neill.
O rack traz a identificação da marca californiana e já vem com travessas revestidas de espuma – prontas para o transporte de pranchas. A capa do estepe é rígida e tem as assinaturas Mitsubishi e O’Neill. Do lado de dentro, as
novidades estão nos bancos revestidos de neoprene e na plaqueta exclusiva fixada ao painel. “Ela traz o número de produção do carro [ao todo, serão apenas 600 unidades] e a assinatura de Jack O’Neill”, revela Reinaldo Muratori, diretor de engenharia e planejamento da Mitsubishi Motors do Brasil. O carro chega ao mercado em outubro na versão completa, tração 4x4 com câmbio automático e duas opções de cor: prata cool silver e verde-floresta. O motor será o valente flex, quatro cilindros, 16 válvulas, 2 litros. “Fizemos essa parceria com a O’Neill porque se trata da marca mais inovadora no mundo do surfwear”, explica Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi. “Assim como nós, eles ficaram muito honrados em ter a história da marca ligada à marca dos três diamantes.”
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1. O rack já vem com travessas e protetor de espuma para a prancha; 2. A capa do estepe é rígida; 3. Maçanetas são na cor prata; 4. As rodas são de liga leve e na cor grafite; 5. No painel, a assinatura de Jack O’Neill, o mito do surfe; 6. A chef Renata Vanzetto, de Pajero TR4, é a nossa próxima personagem
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Simplicidade à la carteCom apenas 25 anos, misturando talento,
criatividade e paixão por praia, a chef Renata Vanzetto busca na infância em Ilhabela a
inspiração para suas criaçõesP o r E m i l i o F r a i a
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Nos últimos anos, um es-pectro ronda os restau-rantes paulistanos — o espectro da simplicidade. O ar solene de outrora pa-rece gasto, fora de moda.
No final de 2013, a chef Renata Vanzetto esta-va em busca disso: um lugar pequenino, con-fortável, nada pomposo, onde pudesse colocar em prática suas criações. Descendo pela rua da Consolação, nos Jardins, ela viu num sobradi-nho uma placa de “aluga-se”. Não pensou duas vezes. Acionou a prima e sócia Aline Frey e decidiu que iniciaria ali um novo capítulo de sua cozinha. Assim nascia o Ema. “Acho que as pessoas estão cada vez mais atrás de lugares assim, despretensiosos”, diz Renata, os cabelos negros longos, os olhos rápidos. No Ema, não há maître, hostess ou sommelier. Os cozinheiros anotam os pedidos, preparam e servem cada prato. “O chique, hoje, não é ser caro, formal, ter um piso de mármore de não sei quantos milhões”, descreve Renata. “As pessoas estão cada vez mais em busca do simples, do despojado.”
Renata é paulistana, mas com pouco mais de 1 ano de idade foi com os pais para Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. O pai, empresário do ramo de confecção, queria mudar de vida. Vendeu o negócio que tinha em sociedade com um irmão e passou a tocar uma marina na ilha. Foi lá, cercada de mar, que Renata moldou seu gosto culinário. “A gente vai construindo o paladar a partir de tudo o que experimenta”, ela explica. “Na Ilhabela, tive uma in-fância com muito peixe, frutos do mar. Eu estudava num colégio no meio do mato onde não entrava nada que não fosse integral, orgânico. Não tinha refrigerante, não tinha doce, nada disso. Embora eu coma de tudo e seja completamente apaixonada por hambúrguer, acho que esse estilo de vida saudável, de natureza, de praia, carrego até hoje.” O Ema tem muito a ver com a infância e a adolescência caiçaras de Renata. “A ideia é fazer uma releitura de tudo aquilo que fui acostumada a comer; de certa forma, investigar minha história”, comenta. “Num quiosque, na beira do mar, a gen-te pede isca de peixe, polvo à vinagrete, lula na farinha, casquinha de siri. Eu queria voltar a esses pratos. Mas de um jeito diferente. Pegar o clássico de praia e dar um ar moderno, que tivesse a ver com tudo o que aprendi depois.”
Renata começou a cozinhar aos 9 anos, guiada pela avó. “Ela me ensinou a picar cebola, fazer bolo de chocolate, essas coisas”, recorda-se. “E preparava comidas que eu amava: batata gratina-da, gemada, brigadeiro.” Aos 13, viu a mãe abrir um pequeno restaurante na ilha. Renata se animou. Passou a ser a responsá-
vel pelas “entradinhas com toque tailandês” do lugar. A partir daí, não parou mais. Aos 17 anos fez estágios na Brasserie Les Varietés, em Saint Rémy, sul da França, e no Villaurrutia, res-taurante em Tarragona, nordeste da Espanha. Quando voltou, começou uma faculdade de gastronomia, em São Paulo. Mas não se acostumou. No quarto dia de curso, decidiu voltar para o lito-ral. “Hoje, adoro São Paulo, não me vejo em outro lugar. Mas na época fiquei assustada. Achava isso aqui o inferno”, ri.
Renata completou 18 anos e, com o retorno à ilha, começou a preparar e vender sanduíches na marina do pai para donos de barcos, gente que ia passar os fins de semana velejando, curtindo o sol no iate clube da cidade. A coisa foi dando certo. Trouxe um fogão de casa, uma mesa. Começou a preparar pratos mais ela-borados. De repente, surgia, ali na beira da praia, um restauran-te, o Marakuthai. “Foi tudo espontâneo, nada programado, e deu
renata coloca a mão na massa no ema, seu novo restaurante. “o chique hoje não
é ser caro e formal. As pessoas estão cada vez mais em busca do simples”
“A gente constrói o paladar a partir do que experimenta. Tive uma infância com peixe e frutos do mar. No meu colégio, não entrava doce nem refrigerante. Só comida integral”
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muito certo”, orgulha-se. Chico Ferreira, chef e sócio do Le Jazz (outro representante dessa geração de restaurantes que combi-nam qualidade da cozinha e clima despreten-sioso do salão), conheceu o Marakuthai bem no início. “Meu pai tem casa na ilha, e me lembro dele comentar sobre um restaurante excelente de uma menina supernova”, con-ta Chico. “O Marakuthai é lindo. De frente para o mar, com as canoas caiçaras. A culinária é de inspiração tailandesa, mas sem a obrigação de ser étnica ou superfiel à tradição daquele país. Uma cozinha mais de autora mesmo, com influências variadas que conversam muito bem entre si.”
Há cinco anos, Renata resolveu dar um passo ousado: mudar para São Paulo a bordo do seu Marakuthai. Juntou economias, fez um empréstimo e atracou uma filial do restaurante num sobrado
na alameda Itu, nos Jardins. “É muito di-ferente tocar operações em São Paulo e na
Ilhabela. No litoral, tem um lado maravilho-so de ter a praia ali, perto, os peixes e frutos do
mar superfrescos. Mas é preciso criatividade em muitos aspectos”, pondera. “Tem dias, por exem-
plo, que não entregam alface, salsinha etc. Qual-quer enguiço com a balsa e pronto: Ilhabela inteira
fica sem carne. Em São Paulo, os imprevistos são me-nores. É possível planejar melhor. O movimento também é mais constante.”
Outra mudança depois do desembarque em São Paulo aconteceu no dia a dia da moça. Aficionada por esportes,
ela levou um tempo para se encontrar na praia da cidade. “Na ilha, sempre velejei, andava de bike, fazia caminhadas, kitesurf, wake”, conta. “Quando me mudei para cá, minha vida ficou um bocado sedentária, não tinha tempo para nada. Também não sou do tipo que vai à academia cinco vezes por semana. Queria encontrar um novo esporte.” Foi então que se deparou com o circo. “Fiquei vicia-da, fiz durante dois anos e meio – até que um dia quebrei o nariz”, conta. “A pior dor da minha vida: fui dar um mortal e meu joelho veio no rosto, com tudo.” Depois do incidente, ela encerrou sua pas-sagem por trapézios e camas elásticas. Voltou às trilhas e pedaladas em Ilhabela, para relaxar e se desconectar da rotina paulistana. Por essas e por outras, tem um Mitsubishi Pajero TR4. “Vou muito para
Tudo começou com os sanduíches que fazia para os clientes da marina do pai, em Ilhabela. Ali, nasceu o Marakuthai, que depois migraria para São Paulo
No Ema, as paredes são decoradas com desenhos da ave feitos pela própria
Renata. Nos detalhes, ela aos 4 anos e no aeroporto, ao lado do pai, da irmã e do avô
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Ilhabela em dois momentos: passarela para o wakeboard de
Renata e palco da Semana de Vela, assunto de nossa próxima matéria
a ilha e para a Barra do Sahy, lugares sem asfalto, com buracos. O TR4 é forte, alto. Não bate em nada.”
O corre-corre de São Paulo (e o crescente sucesso do Maraku-thai), porém, cobrou sua conta. “De repente, percebi que estava cada vez mais distante da cozinha, entrando e saindo de reuniões, resol-vendo problemas o dia inteiro, só administrando”, diz. Combinado a isso, Renata havia passado por uma experiência transformadora: um estágio no restaurante Noma, em Copenhague, na Dinamarca. Eleita quatro vezes como melhor do mundo pela revista britânica Restau-rant (atualmente, voltou ao topo), a casa do chef René Redzepi serviu de inspiração. “Trabalhava 16 horas por dia. Acordava cedo e ia até a fazenda buscar ovos ou até a praia, de galochas e com uma tesoura na mão, colher alga”, relembra. “Aprendi muito lá. Desde a relação com cada ingrediente, com cada fornecedor, até a finalização dos pratos, a montagem clean, tudo me pareceu incrível. Transformou minha maneira de encarar a cozinha.” Quando voltou do Noma, passou um tempo avaliando sua trajetória. “Senti que algo precisava mudar, eu precisava de um novo projeto, algo que voltasse a me estimular.”
Em busca desse algo novo, sem saber muito bem o que era, Re-nata desceu a rua da Consolação, pensando. “As pessoas dizem: você tem só 25 anos, é muito nova, tem responsabilidades demais. Acho, na verdade, é que não tenho muita noção do que está acontecendo.” Ela conta que sempre foi precoce, começou a namorar cedo, no pri-meiro colegial já dava aulas de culinária para as crianças da escola.
Caiu na estrada aos 17, foi morar fora. “Então acho que me acostu-mei a começar as coisas antes.” Hoje, enquanto boa parte das amigas está na balada, ela está no restaurante. “Mas é uma coisa natural para mim”, diz. “Meu hobby é cozinhar, não é um peso.” O que não a im-pediu de ter problemas. “Tive uma crise quando vim para São Paulo, quando os críticos caíram em cima, falaram mal do restaurante”, re-corda-se. “Tive outra quando perdi um namorado, num acidente na Ilhabela.” Ela diz que foi uma fase em que tudo pesou. Aí, quis sumir.
“Passei um tempo na ilha, meio que isolada”, afirma. Renata diz que chegou até a sentir raiva de cozinha, não conseguia encostar numa panela. Mas conseguiu superar. “Em nenhum momento fi-quei pensando: ‘Ah, por que eu, por que comigo?’” Ela confessa que houve ocasiões em que quis não ter tantas responsabilidades. “Que-ria simplesmente dizer: ‘Tchau, estou indo para não sei onde’ – e não podia.” Hoje, garante, não tem mais isso. “Amo o que faço, vivo para cozinhar, não sinto nenhum tipo de arrependimento”, explica. “Comecei cedo e tenho muito claro do que eu gosto, o que eu quero.”
Então Renata viu num sobradinho a placa de “aluga-se”. Não pensou duas vezes. Hoje, no alto dessa casa na Consola-ção, o Ema segue a todo vapor. O restaurante só abre às terças, quartas e quintas-feiras. Então, nessas noites, é sagrado: Renata está na sua praia, a cozinha.
arquivo pessoal Marcos Mendez/sailstation.coM
Assista ao vídeo da entrevista no aplicativo da MIT Revista
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Veleiro Pajero vence uma das mais disputadas edições da Semana de Vela de ilhabela
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Classe S40: o Pajero navega para a vitória no litoral
norte de São Paulo
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semana de vela
A mais recente conquista da Mitsubishi veio na água. O veleiro Pajero fez bonito e venceu a Semana de Vela de Ilhabela, realizada em julho, na classe S40. A 41ª edição do evento reuniu 130 veleiros de nove classes e mais de mil tripulantes, en-
tre brasileiros, argentinos, uruguaios, espanhóis, italianos e até uma equipe sul-africana. Entre os competidores, diversos velejadores olímpicos, como os irmãos Torben e Lars Grael, Bruno Prada, Reinaldo Conrad, Mauricio Santa Cruz, André Fonseca e Santiago Lange.
O veleiro Pajero, capitaneado pelo paulista Sergio Rocha, terminou com apenas sete pontos perdidos, dois a menos que o segundo colocado. Na primeira regata da competição, a vi-tória ficou com o Magia V, que tinha Torben Grael na tripu-lação. Na prova seguinte, porém, o Pajero levou a melhor e assumiu a dianteira, de onde não saiu mais. Os veleiros S40 são considerados os Fórmula 1 da vela oceânica. “Antes tínha-mos de viajar à Europa para velejar em alto nível”, explicou o argentino Santiago Lange, tático do Pajero. “Mas, com este barco, temos esse nível aqui mesmo, na América do Sul.”
Mais de mil tripulantes em 130 veleiros de nove
classes participaram da prova
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Dos mares de Ilhabela para os lagos da Patagônia, nosso próximo destino
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O hotel explora, no Parque Nacional Torres del Paine, foi o destino da Nação 4x4
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P o r F e r n a n d o P a i v a , d e T o r r e s d e l P a i n e F o t o s T u c a r e i n é s
patagôniaas aventuras dos ganhadores da viagem em comemoração aos 10 anos do mitsubishi outdoor num dos lugares mais belos e selvagens do planeta – o explora, no extremo sul do chile
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Durante o ano passado, ao fim de cada etapa e para comemorar os dez anos do Mitsubishi Outdoor, algo animou ainda mais a cerimô-nia de premiação das cate-gorias Fun e Extreme. Foram seis disputa-dos sorteios, nos
quais cada piloto podia concorrer apenas com um cupom. Todos querendo ganhar a viagem inesquecível para o explora Patagônia, um dos lodges de aventura mais premiados do mundo*. Como cada sortudo podia levar um acompanhante, foram 12 os integrantes da Ex-pedição Patagônia que deixou o Brasil em abril deste ano. Esses felizardos da Nação 4x4 tiveram o privilégio de vivenciar a paisagem, a hospitalidade, a cul-tura e a culinária de uma região única e selvagem. Um lugar tão remoto que os próprios chilenos o chamam, muito apropriada-mente, de “o fim do mundo”.
O convívio dos expedicionários começou logo no aeroporto internacional de São Paulo, ponto de encontro para o voo a San-tiago do Chile. O casal paulistano Ana Paula e Alberto Hosoda, ela enfermeira, ele engenheiro, comentava que fora sorteado
logo na primeira etapa, a de São José dos Campos (SP). “Como o Alberto tem uma letra péssima, acabei
preenchendo o cupom para ele”, contava Ana. “E, antes de botar o papel na urna, cada um deu um beijinho nele”, disse Alberto. Tanto romantismo deu sorte. “A viagem acabou sendo nosso presente de dez anos de casa-dos”, explicou a dupla.
RUMO AO PARQUEApós o pernoite em Santiago, a equipe voou
no dia seguinte para Punta Arenas, extremo sul chi-leno. Dessa cidade portuária de feições europeias, plan-
tada à margem do estreito de Magalhães e ponto de passagem dos grandes navegadores há quase 500 anos, embarcamos em duas vans. Uma jornada de quatro horas e meia nos esperava.
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Na página anterior, o grupo reunido. Aqui, os diversos tons de azul do glaciar Grey
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Deixamos o litoral onde os oceanos Atlântico e Pacífico se jun-tam – e seguimos subindo. Inicialmente por vales entre colinas suaves, e gradativamente rumo às montanhas mais altas, com seus cumes cobertos de neve. Dos dois lados da estrada bem as-faltada, bandos de emas corriam pelos pastos, entre rebanhos de gado angus e hereford. Depois de passar pela cidade de Puerto Natales, entramos nos domínios do Parque Nacional Torres del Paine, onde fica o lodge.
Chegar ao explora é uma sensação que poucos esquecem. Tome-se por exemplo o casal carioca Gilberto e Regina de Azevedo, contemplado na etapa de Joinville (SC). “Você per-cebe que está num lugar especial quando dá de cara com as Torres del Paine antes mesmo de descer da van”, relembra-ria mais tarde Gilberto. “Tínhamos visto imagens no Google e nos vídeos exibidos após as etapas do Mitsubishi Outdoor,
Chegar ao explora é uma sensação que pouCos esqueCem. a presença majestosa e
imponente das torres del paine, dominando a paisagem, lembra as melhores Cenas dos
bons doCumentários sobre a natureza
mas ao vivo não dá para comparar, é uma coisa maravilhosa”, disse Regina. Realmente. Majestosas, imponentes, as monta-nhas Paine Grande (3.050 metros de altitude), Torres del Paine (2.850) e Cuernos del Paine (2.600) dominam o lugar, recorta-das no horizonte. Melhor: a arquitetura do explora foi pensada de maneira a que todos os seus 49 apartamentos tivessem vista panorâmica para elas.
Com mais de 240 mil hectares, um dos mais belos do mun-do, o parque nacional é considerado reserva da biosfera pela Unesco, área onde vivem cerca de 500 espécies de animais. En-tre as aves, destacam-se emas, águias, patos e gansos selvagens, flamingos e condores – o grande símbolo alado da cordilheira dos Andes. Diversos mamíferos também podem ser observa-dos de perto, como guanacos (um parente da lhama) e raposas. Se você der sorte, poderá até avistar um puma. Caminhadas guiadas, cavalgadas e passeios de barco, num total de 40 tipos de explorações, compõem o cardápio de aventuras. Ao fim do dia, programa obrigatório é descer até a Casa de Baños del Ona, com piscina coberta e aquecida, saunas seca e a vapor, salas de massagem e deliciosas jacuzzis indoor e a céu aberto – para dar aquela relaxada básica antes do jantar.
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VISITA AO GLACIARUm dos programas clássicos é visitar o mirante do lago Nor-
denskjöld para apreciar as três enormes montanhas de perto. Aproveitando o dia claro, foi o que os expedicionários fizeram na primeira manhã, com direito a outra espetacular caminhada à tarde, agora para visitar as águas turquesa do lago del Toro. Uma lenda curiosa envolve o nome do lugar. Conta-se que um touro, depois de escapar de diversos rodeios, foi se tornando cada vez mais selvagem – virou um “bagual”, na linguagem campeira. E passou a atacar os vaqueiros e viajantes da região. Até que certo dia, encurralado pelos cavaleiros num precipício na borda do lago, preferiu pular nas águas a ser capturado.
O melhor, no entanto, estava reservado para o dia seguinte. Um trekking de 12 quilômetros até o glaciar Grey, no lago ho-mônimo. Às 8 da manhã a equipe já estava pronta no cais do hotel, para cruzar o lago Pehoé, em cujas margens fica o explo-ra. Em 40 minutos desembarcávamos no fundo do lago, onde a caminhada teve início. No trajeto por uma trilha íngreme, cheia de sobe e desce, paisagens literalmente de tirar o fôlego, entre elas cachoeiras brotando da rocha negra, além de visões magníficas do enorme lago. Três horas depois, sanduíches,
saladas e uma providencial sopa quente nos aguardavam no refúgio Grey. Embarcamos novamente, agora rumo ao glaciar.
Espetacular. Esse talvez seja o melhor adjetivo para qua-lificar a impressionante visão dos enormes blocos de gelo se desprendendo do paredão rumo às águas tranquilas do lago. Com um ronco surdo, que lembrava um trovão, eles despen-cavam do glaciar, formando grandes ondas na superfície e en-chendo o lago de pequenos icebergs. Um momento único para fotografar e filmar. Cerca de hora e meia depois, estávamos de volta ao explora, exaustos, famintos – e felizes. “Este hotel é maravilhoso, a comida é ótima e a paisagem parece a de um filme”, comparou Marilucia Gomes, do Paraná. Ela e Victor Bertocco foram os sortudos justamente na etapa do Mitsubishi Outdoor de Curitiba, onde também ganharam na categoria Fun. “Olhe, hoje fiz uma coisa que não fazia há muito tempo”, contou Victor. “Andamos muito, até arrisquei um pouco, pois sou bastante sedentário – mas a caminhada me mostrou que sou capaz de fazer exercício.”
Mineiros de Três Corações, Maura Magalhães e Roma-no Grossi comentavam que levarão para sempre na memória o passeio ao glaciar. Na etapa final do Mitsubishi Outdoor em
Na página anterior, os expedicionários embarcam para ver de perto o glaciar Grey. Acima, visitante e guia aproveitam o prazer de uma cavalgada nos confins do planeta
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2013, em Ribeirão Preto (SP), eles tiraram a sorte grande. “Gos-tei também das caminhadas, bom demais da conta”, confessou Romano no mais puro mineirês. “Além do mais, conhecemos pessoas maravilhosas, que vamos fazer questão de encontrar novamente, durante os ralis”, completou Maura.
TREKKING E CAVALGADANo último dia, a expedição embarcou novamente em duas
vans e tomou o rumo do quincho da estância 2 de Enero. Si-tuado a cerca de 50 quilômetros do hotel, trata-se um galpão rústico de madeira, típico da cultura gauchesca. Ali os expe-dicionários se dividiram: uma parte seguiu para um trekking, enquanto a outra resolveu cavalgar.
Composta por magníficos cavalos criollos chilenos, a tropa do explora está preparada para enfrentar o terreno pedregoso, o frio e o vento sul que varre a região. Da laguna Azul à Amar-ga, passando ao longo do rio de Las Chinas, o hotel oferece 15 cavalgadas diferentes, com percursos desenhados sob medida para novatos ou cavaleiros experientes, sempre lideradas por tarimbados peões.
Ao final da cavalgada e do trekking, com uma chuva gelada caindo e seguindo a filosofia “luxo do essencial”, que é o lema do explora, estávamos prontos para desfrutar do acolhedor fogo de chão no quincho. Vindos de São Paulo, os irmãos Oleg e Eric Loretto, sorteados na etapa de Penedo (RJ), comentavam que por pouco não perderam a oportunidade de desfrutar de tudo aquilo. “Durante o almoço de confraternização da etapa, fui buscar a sobremesa e perguntei para o Eric se ele havia colocado
o cupom na urna”, rememorou Oleg. “E só então descobrimos que estava dentro do carro.” Oleg disse que, apesar do cansaço, correu – foi um dos últimos a depositar na urna o cupom salva-dor. Solteiro, publicitário por profissão e aventureiro – ele corre, nada e pedala – por devoção, Oleg contou que para ele a visita ao glaciar Grey foi o ponto alto da viagem.
Para Eric, casado, pai de dois filhos, o lado mais forte da aventura foi o humano. “Trabalho com tecnologia o tempo todo, por isso é que prezo tanto a troca de experiências entre as pessoas”, explicou o engenheiro. “E a turma aqui é sensacional.”
A tarde chegava ao meio enquanto os gaúchos terminavam o preparo do legítimo cordeiro da Patagônia e de outras carnes, e os vegetarianos já saboreavam saladas e pratos naturais. No bar do quincho, a turma se servia de uma providencial taça de vinho tinto para espantar o frio. Momento de confraternizar. De conversar com tranquilidade, sem preocupação, sobre as pe-ripécias do dia. Hora de dar risada. E de comemorar em grupo um momento raro – uma aventura em pleno fim do mundo.
(*): O explora Patagônia ganhou os seguintes prêmios, entre outros – Trip Advisor: Top Luxury Hotel in Chile 2014; Travel & Leisure: No. 1 Adventure Lodge in South America (The World’s Best Hotels 2013); Men’s Journal: Best Wilderness Lodges 2013; USA Today: 10 Amazing New Travel Adventures (Horseback ri-ding in wild Patagonia 2013) e Condé Nast Traveller: Gold List in South America 2012.
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ao lado, a partir da esquerda, em sentido horário: piscina aquecida coberta, quartos com vista panorâmica, guanacos, o glaciar visto do alto, a exuberância da flora patagônia, lago del Toro, o grupo de aventureiros e o restaurante classe a
Árvores retorcidas na paisagem da Patagônia chilena e no trajeto
do rally dos Sertões 2014
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EquipE Mitsubishi pEtrobras vEncE o rally dos sErtõEs. Marca dos três diaMantEs lEva quatro das cinco catEgorias da prova
salto para a vitória!
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Voo 4x4: o ASX Racing da dupla Guilherme Spinelli e Youssef Haddad
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Deu Mitsubishi. De novo. Pela 11ª vez a marca dos três diamantes venceu o Rally dos Sertões. Ao volante do ASX Racing, Guilherme Spinelli e Youssef Haddad chegaram na frente em uma das mais acirradas e emocionantes edições da prova. Foram 2.300 quilô-metros divididos em sete etapas entre
Goiânia e Belo Horizonte. Além da vitória na classificação ge-ral, a Mitsubishi colocou quatro carros entre os dez primeiros colocados. Mais do que isso: das cinco categorias da prova, a marca levou a melhor em quatro (T1 FIA, Protótipo T1, Super Production e Production T2). Para chegar ao topo do pódio, Guiga e Youssef contaram com a força e a resistência do ASX
Racing, projeto da Ralliart (o braço de competição da Mitsu-bishi) sob a supervisão do francês Thierry Viardot, projetista e construtor de carros que soma 12 títulos no Dakar. “O ASX esteve impecável durante todo o rali”, disse o piloto da equi-pe Mitsubishi Petrobras depois de erguer o troféu. No cami-nho para o título, além dos percalços típicos do maior rali do Brasil, a dupla precisou enfrentar equipes de ponta de marcas como Toyota e Ford. “Foi um dos Sertões mais disputados que já corri”, contou Guiga, que agora soma cinco títulos na prova (2003, 2004, 2010, 2011 e 2014). “Sabia que o nível seria alto, mas não imaginava um ritmo tão forte.”
Guiga e Youssef assumiram a ponta na segunda etapa. A partir de então foram perseguidos por um esquadrão de res-peito. Eram todos contra a Mitsubishi. Um dos momentos mais
a l200 sr de Franciosi e Capoani levanta poeira no cerradão de Goiás
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tensos da prova ocorreu na quinta etapa, entre as cidades mi-neiras de São Francisco e Diamantina. Guiga e Youssef pisa-vam forte no acelerador quando encontraram pela frente um UTV que não deu passagem. Foram aproximadamente 20 qui-lômetros na poeira, sem poder andar num ritmo forte. O inci-dente fez com que perdessem preciosos três minutos – os con-correntes se aproximaram e o fim do rali se tornou ainda mais emocionante. Na última etapa, entre Diamantina e Belo Hori-zonte, quando tudo caminhava para um final feliz, um pneu furado quase colocou tudo a perder. “Eu estava extremamente frustrado ao fim da especial”, confessou Guiga. “Não entendia por que, depois de tanto cuidado em administrar a nossa van-tagem, um furo de pneu, a poucos quilômetros do fim, poderia tirar nosso título.”
Mas tudo se resolveu. A vantagem aberta ao longo da com-petição e o encurtamento da última especial em razão de um acidente foram mais do que suficientes para o triunfo. Guiga e Youssef cruzaram a linha de chegada com o tempo de 17h06min 43s, quase dois minutos à frente do Toyota da dupla Reinaldo Varela-Gustavo Gugelmin e quase três à frente do Ford de Cris-tian Baumgart e Beco Andreotti. Na quarta colocação, chegou a Mitsubishi L200 SR de João Franciosi e Rafael Capoani, compa-nheiros de equipe de Guiga e Youssef. O resultado deu aos gaúchos o bicampeonato na categoria Protótipo T1, na qual competem car-ros com grande liberdade de preparação. “O trabalho da equipe Mitsubishi Petrobras foi incrível. Passaram muita segurança du-rante todo o rali”, atestou Franciosi.
Figuras conhecidíssimas na Mitsubishi Cup, a dupla forma-
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Com todas as rodas no ar, o ASX Racing de Guiga Spinelli e Youssef Haddad mostrou por que foi o campeão
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da por Glauber Fontoura e Minae Miyauti, a bordo de uma L200 Triton ERS, sagrou-se bicampeã da categoria Super Production, para veículos com preparação limitada e que sejam regularmente vendidos no Brasil. “Com a equipe Ralliart não tem para nin-guém”, disse Fontoura. “Todo dia, antes da largada, o carro es-tava novo, pronto para encarar qualquer desafio.” O outro título da Mitsubishi no Rally dos Sertões veio na Production T2, a mais próxima dos carros originais. Wagner Roncon e Joselito Melo Júnior, também com passagem na Mitsubishi Cup, venceram no comando de um Pajero TR4. “É muita emoção. Foi um rali de muita superação”, comemorou o jovem piloto, que já pensa no Sertão 2015. Que ronquem os motores. A Mitsubishi novamente vai estar lá para protagonizar o maior rali do Brasil.
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www.facebook.com/RalliartBrasil
1) Guilherme Spinelli/Youssef
Haddad (Mitsubishi Petrobras)
17h06min43s
2) Reinaldo Varela/Gustavo
Gugelmin (divino fogo Rally
team/overdrive) 17h08min38s
3) Cristian Baumgart/Beco
Andreotti (X Rally team/NvM)
17h09min11s
4) João Franciosi/Rafael
Capoani (Mitsubishi Petrobras)
18h26min40s
5) Jorley Jr./Maykel Justo (Mem
Motorsport) 18h54min09s
6) Romeu Franciosi/Rogerinho
de Almeida (Mitsubishi Ralliart
Brasil) 18h56min28s
7) Glauber Fontoura/Minae
Miyauti(Mitsubishi Ralliart Brasil)
19h23min41s
8) Rodrigo Terpins/Fabricio
Bianchini (Mem-Bull Sertões)
20h18min41s
9) Roberto Correia/Fabricio
Bianchini (Promacchina Raly)
20h30min32s
10) Regis Braga/Kika Braga
(Bahia Rally) 20h34min012s
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Youssef e Guiga comemoram o 11o título da Mitsubishi no Rally dos Sertões
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nesta foto e na do meio, o Pajero TR4 de Roncon e joselito, vencedores da Production T2. Mais
abaixo, a l200 Triton eRS de Fontoura e Miyauti, bicampeões da Super Production
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diversão Na água e Na poeira
em Curitiba a Nação 4x4 eNfreNtou Chuva e lama. Já em uberlâNdia, a etapa foi sob sol e poeira
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“Eu estava torcendo para chover”, disse Raphael Larsen
Silva, 39 anos, um dos participantes da terceira etapa
do Mitsubishi MotorSports Sudeste, em Curitiba (PR).
A torcida do piloto se concretizou e já na largada a
chuva deu o tempero do que viria pela frente. “Por ter o sobrenome
Silva, está no meu sangue gostar de rodar embaixo d’água”, expli-
cou Raphael, em referência ao piloto Ayrton Senna da Silva, rei das
ultrapassagens nos dias molhados. Por causa da água, alguns trechos
ficaram intransponíveis, por isso o trajeto sofreu alguns ajustes.
Mesmo assim, nada tirou a animação dos 258 pilotos presentes.
Afinal, um 4x4 foi feito para encarar qualquer tipo de adversidade. E
não faltaram desafios. Os carros atravessaram rios, terrenos repletos
de ondulações, de onde se destacavam belas montanhas e trilhas de
lama pelas regiões de Rio Branco, Itaperuçu e Almirante Tamandaré.
Aliás, “tamanda-ré”, na língua
tupi, significa “o que veio depois
da chuva”. Após a largada, a turma
de advogados de Curitiba, forma-
da por Raphael, sua navegadora
e namorada, Nikolle Amadori, 30,
e o amigo Gustavo Athayde, 28,
estava ansiosa para aproveitar
toda a lama.
No retrovisor, um amuleto
havaiano portador da boa sorte.
“Dependendo da situação, é ele
que guia o carro”, contou o piloto.
“Mas hoje quem está no comando
sou eu.” Os homens da turma já
conheciam bem a prova. No entan-
to, essa seria a estreia de Nikolle
no universo off-road. “Estou mais
ansiosa do que nervosa”, avaliou.
Durante o percurso, muitas risadas
e descontração. Mesmo assim, não
faltaram seriedade e cooperação
entre os membros da equipe: “5,
4, 3, 2, 1, 0!”, contava a navegadora, mostrando o momento certo para
o piloto seguir as indicações da planilha. O amigo Gustavo, no banco de
trás, também ajudou. Com bom humor, o zequinha engrossava o coro da
contagem e aproveitava seu lugar no banco traseiro para curtir o visual
dos arredores da capital paranaense. Apesar de não subir ao pódio, a tur-
ma conquistou a 39° colocação na categoria Turismo Light. “Na próxima
levaremos um troféu para casa”, prometeu Nikolle.
Depois de uma prova aguada em Curitiba, no Paraná, as irmãs Noe-
li e Joceli Lara Ribeiro rodaram mil quilômetros até chegarem ao
sol de Uberlândia (MG) para a quarta etapa do Mitsubishi MotorSports.
“Adoro esse espírito 4x4. Participo há anos. É a minha alegria”, comen-
tou Noeli, a piloto que guiou a dupla ao 31º lugar. Com muito sol e
poeira, a quarta etapa do Mitsubishi MotorSports agitou a cidade do
Triângulo Mineiro. A vitória na categoria ficou com os paulistas Daniel
Manse e Mirella Kurata. Eles já haviam experimentado o pódio outras
vezes, mas nunca o primeiro lugar. “Estamos casados há quatro anos
e há quatro fazemos rali. Nós amamos”, contou Mirella. Na Turismo,
Charles Marcelo Ritter e Marcelo Almada Coelho Ritter vieram rodan-
do de Florianópolis (SC) direto para o topo do pódio. “Foi uma etapa
muito veloz, perfeita. Gostamos de prova rápida e nos sentimos em
casa. Agora é começar a brigar pelo campeonato”, disse Ritter. Entre
os mais experientes, a vitória também ficou com uma dupla que nun-
ca tinha vencido. José Marques Souza e Claudio Roberto Flores sur-
preenderam e deixaram os favoritos para trás. Na classificação geral,
Otavio Enz Marreco e o cabeludo Allan Enz, seu filho, de Apucarana
(PR), estão na primeira posição, mas tudo ainda está embaralhado. As
três etapas finais da temporada serão de arrepiar.
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classificação curitiba (pr)Graduados 1) Marcos Bortoluz/Marcelo Bortoluz Caxias do Sul (RS) 2) José
Marques Junior/Claudio Roberto Flores Belo Horizonte (MG) 3) Bruno Bernt Eymael/Victor Bernt Eymael Santana de Parnaíba (SP) 4) otavio Enz Marreco/Allan Enz Apucarana (PR) 5) Jurandir Amaral Junior/Andrea Lucia Amaral Bragança Paulista (SP) turismo 1) Lucas Hemb/Eduardo Homrich Granzotto Porto Alegre (RS) 2) Fabio Veras/Avelino Veras São Paulo (SP) 3) Luiz Renato Rezende Lopes/debora Avila Pouso Alegre (MG) 4) Valdir de Lacerda/Elisa Borges Lacerda Pouso Alegre (MG) 5) Camilo Martins/Marcio da Silva Pereira Conceição de Macabu (RJ)
turismo liGht 1) Izaias Salamaia/Milton Silvério Irati (PR) 2) João Vinicius Haluche/Wellington Haluche Curitiba (PR) 3) Iran Andrade de Assis/Marcio Ferreira Agostinho São Paulo (SP) 4) Paulo Cavalcanti Neto/Bernardo Cavalcanti União da Vitória (PR) 5) Sandro Ivan Erzinger/Heros Hamilton Kleis Joinville (SC)
classificação uberlândia (mG)Graduados 1) José Marques Souza Junior/Claudio Roberto Flores Belo
Horizonte (MG) 2) Fabio Vernizi/Alexandre Martinez São Paulo (SP) 3) otavio Enz Marreco/Allan Enz Apucarana (PR) 4) daniel Krabbe/Marcello Ladeira Jacareí (SP) 5) Acyr Hideki Rodrigues da Silva/Renan Pamplona Corupá (SC) turismo 1) Charles Marcelo Ritter/Marcelo Almada Coelho Ritter Florianópolis (SC) 2) Jorge Thirige/Farley Geraldo Miranda Rio de Janeiro (RJ) 3) Paula Breves/Vilma Rafael Rio de Janeiro (RJ) 4) Carlos Frederico Bauer/Alexandro Silva São Bento do Sul (SC) 5) Pamela Bueno da Fonseca/Ariel Bueno da Fonseca Goiânia (GO) turismo liGht 1) daniel Manse/Mirella Kurata São Paulo (SP) 2) Roberto Baptista/Marcelo Ribeiro Carapicuíba (SP) 3) Rodrigo Souza/Patrícia Rocha Ribeiro Brasília (DF) 4) Victor Navarro da Cruz Filho/Luis Sergio Grecca São José do Rio Preto (SP) 5) Leandro Mariano/Marcia Tristao Mariano Caldas Novas (GO)
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próximas etapas sudeste 27 set Penedo (RJ) 18 out Joinville (SC) 15 noV Ribeirão Preto (SP)Datas e locais sujeitos a alteração
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motorsports NorDEstE
fEsta NorDEstiNaCom DuNas, rios E a CoNfratErNização DE sEmprE, araCaju marCou a abErtura Da tEmporaDa NorDEstE Do mitsubishi motorsports
muita areia e muita água no caminho da Nação 4x4 até
o champanhe no pódioriC
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classificação aracaju (se)Graduados 1) Aristóteles Filho/Aristóteles Neto Fortaleza (CE) 2) Kwong
Yiu Fai/Matheus Galvão Fialho Rocha Natal (RN) 3) José Rufino da Silva Neto/Glauco Holanda Junior Fortaleza (CE) 4) Paulo Coelho/Francisco Cristovam Vasconcellos Neto Fortaleza (CE) 5) Fernando Oliveira/Jean Paul Bernhardt Teresina (PI) Turismo 1) Nestor Magalhães/Leonardo Bezerra Fortaleza (CE) 2) Marcus Renan Pontes /Américo Oliveira Bezerra Fortaleza (CE) 3) Charles Nobre Rabelo/Renan Fernandes Felix Fortaleza (CE) 4) Carlos Lopes/Ivanildo Lopes Fortaleza (CE) 5) Marcos José dos Santos/Pedro Rafael Lima Gomes Fortaleza (CE) Turismo liGhT 1) Raimundo Nonato Chaves Neto/Francisco A. Moreira Fortaleza (CE) 2) Petherson Campos/Henrique Guzman Aracaju (SE) 3) Alberto Borba/Ricardo Maciel de Gouveia Recife (PE) 4) Sergio Mendonça/Carlos Henrique Oliveira Moura Aracaju (SE) 5) Reginaldo Mendonça/Flavio Sandro de Albuquerque Aracaju (SE)
paTrocinadores: [Nordeste] Axalta, Clarion, Columbia, Crocs, Flamma, GW Logistics, Itaú, Lubrax, Mangels, Mapfre, MitFinanciamentos, Pilkington, Pirelli, Tecfil (Sofape), Transzero, Unirios, W. Truffi Blindados. apoio Artfix e Cerveja Petra
próximas eTapas nordesTe13/seT Natal (RN) 1º/noV Fortaleza (CE) 29/noV João Pessoa (PB)
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A temporada 2014 do Mitsubishi MotorSports Nordeste co-
meçou em clima de festa. Os nordestinos estavam ansiosos
para voltar a acelerar – a última etapa ali havia acontecido no
dia 30 de novembro. Coube a Aracaju a primazia de receber
a etapa de abertura. A capital sergipana sempre agradou em cheio a Nação
4x4 por causa de sua beleza ímpar e dos trechos de dunas. A chuva fina da
véspera deu lugar ao sol na hora da largada.
Entre os participantes da categoria Turismo Light, muitos marinheiros
de primeira viagem, como os locais Endrigo Rodrigues e Alysson Carvalho,
acompanhados dos zequinhas Luis Artur Araujo e Rodrigo Rodrigues. Os
quatro amigos eram pura descontração. Brincavam, estudavam a planilha
e sonhavam com o que viria. “Estamos felizes só de termos conseguido
nos juntar para estar aqui”, disse Rodrigues, piloto e médico. “E o mais legal
é colocar o carro à prova”, concluiu, referindo-se à sua L200 Triton. Até a
largada, o coração do cardiologista parecia bater normalmente. Mas, após
o início da prova, a emoção tomou conta do quarteto. Depois da passagem
por trechos sinuosos e da travessia de um rio, a aceleração (da L200 e
dos corações) foi inevitável. Carvalho navegava e mantinha os amigos no
rumo certo. Acostumados a desvendar os arredores de Aracaju a cavalo e
de lancha, puderam se divertir a bordo de um 4x4. “E ainda passamos por
caminhos que não conhecíamos”, disse Araujo, advogado.
Durante o almoço de confraternização, o anúncio do resultado
surpreendeu os amigos. Com apenas 720 pontos perdidos, ficaram na 18ª
colocação entre os 121 inscritos na categoria. A vitória ficou com uma dupla
de Fortaleza. A bordo de um Pajero TR4, Raimundo Nonato Neto e Francisco
Moreira subiram no topo do pódio. “Não tem emoção maior. A prova teve
lama, areia, laços...”, contou Nonato. “O MotorSports faz a gente extrava-
sar essa paixão pelo 4x4.” Na categoria Turismo, a vitória foi de Nestor
Magalhães e Leonardo Bezerra, também de Fortaleza e também de Pajero
TR4. “Foi uma prova deliciosa, mas não foi fácil. Tivemos que nos superar”,
disse Bezerra. “Era um sonho ganhar uma etapa”, comemorou o piloto. Entre
os Graduados, Aristóteles Filho e Aristóteles Neto, pai e filho, venceram. “Ga-
nhar ao lado do filho é uma sensação maravilhosa”, contou o piloto, também
de Fortaleza. “A gente gosta muito disso aqui. A gente até treina. Nem tenho
palavras para descrever minha felicidade”, disse emocionado o navegador.
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114 [Mitrevista] setembro 2014
De geleia a siriema
participantes usaram a força Do 4x4 na pilotagem e muita criativiDaDe nas etapas De curitiba e uberlânDia
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Pedalada molhada na etapa de
Curitiba
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outdoor
Mostrar domínio com a bola, andar de bicicleta sobre troncos
e pedras, atravessar riachos, caminhar no meio de uma
floresta de pinheiros, testar geleias... Na segunda etapa do
Mitsubishi Outdoor, em Curitiba (PR), a Nação 4x4 precisou
provar que não é boa apenas ao volante. A largada aconteceu no parque
Birigui, o mais visitado e um dos mais antigos da capital paranaense. De
lá, as equipes partiram rumo sul em direção a Mandirituba, Agudos do Sul
e Quitandinha. Com um mapa que cobria uma área de mais de 800 qui-
lômetros quadrados na mão e muita sede de aventura, os competidores
tiveram de colocar cabeça e corpo para funcionar para cumprir as tarefas.
Uma das missões culturais mais gostosas foi um teste às cegas para
identificar geleias produzidas pelas freiras do mosteiro do Encontro, em
Mandirituba. De olhos vendados, os participantes provaram os doces para
adivinhar ao menos três sabores. Prova bem mais radical foi uma entrada
na floresta, entre árvores nativas da Mata Atlântica, na busca por uma
bandeira. “Era uma área sem trilhas, fechada”, disse Fernando Gualberto,
diretor de prova. Na categoria Fun, reservada aos iniciantes, os guerreiros
da equipe Vikings levaram o troféu de primeiro lugar. “Nosso time teve
espírito de aventura e estava disposto a cair mesmo na lama”, contou
Célio de Oliveira, de Belo Horizonte (MG). Na categoria Extreme, deu
Tamboré de novo. “A união da equipe fala mais alto. A gente vem pra se
divertir, mas queremos sempre o primeiro lugar”, avaliou o piloto Ricardo
Stiepcich. “Passamos um fim de semana entre amigos, criamos uma rede
de amizades que vale a pena”, afirmou. “Vou embora sentindo orgulho – e
com a certeza de voltar na próxima etapa.”
Na etapa de Uberlândia, a largada foi em frente ao gigante Estádio
Municipal João Havelange, ou Parque do Sabiá. Uma das equipes prontas
que deu o que falar atendia pelo nome de Tô na Rossa (assim mesmo, com
dois esses). Ao volante da Triton L200 Savana estava o paulista de São
Carlos Mateus Silva de Oliveira, que faz a prova acompanhado de sua es-
posa, a sorridente navegadora Maristela Stoianov. Completava o primeiro
carro o curinga Eduardo Pereira de Sousa, especialista no quiz do Outdoor.
Atentos e comunicativos, o animado grupo se comunica por rádio com o
outro carro da equipe, um Pajero TR4 onde estão Diego José Brandão, sua
esposa, Fernanda Motta Del Caro, e o animado advogado-ambientalista-
-cicloativista-e-bom-de-pedal Danilo Priseajniuc Bifone.
No cardápio do dia, um trekking de 2,5 quilômetros no morro do
Urubu, uma tirolesa em um dos afluentes do rio Paranaíba e trechos de
cerrado e mata a serem vencidos de bicicleta. A surpresa maior ficou por
conta de uma passagem pela fábrica da Mitsubishi Motors, em Catalão
(GO). As equipes entraram no berço dos 4x4 mais desejados do Brasil e
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tarefa na fábrica da mitsubishi, em catalão, durante a etapa de uberlândia.
abaixo, uma pelada em curitiba
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Sorriso no rosto em Curitiba e muita adrenalina nas tarefas esportivas da etapa de Uberlândia.
Ao lado, os craques da equipe Tamboré
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até participaram do processo de montagem de um carro. Mateus
e Danilo mandaram ver com precisão e agilidade para prender uma
tampa de carroceria. “O cara da linha de montagem falou que fomos
os mais rápidos”, comemorou Danilo. Outra prova que agitou as 26
equipes foi a busca pelo retrato de uma siriema: típica do cerrado, a
ave pode ter até 90 centímetros e pesar 1,5 quilo. A sorte jogou a
favor e os olhos atentos de Diego encontraram o pássaro. Os dois
carros pararam rápido e todos desceram munidos de seus celulares
com câmeras. A siriema ameaçou fugir, mas os hábeis fotógrafos
captaram seu melhor ângulo.
Há algumas edições margeando o pódio, e com uma medalha
de prata na bagagem, a equipe terminou a etapa confiante, mas
sempre com um olho atento à Tamboré, o bicho-papão da categoria
Extreme do Mitsubishi Outdoor. Por uma diferença de 188 pontos
mais uma vez coube à Tô na Rossa a segunda posição, atrás justa-
mente da Tamboré. “Não tem problema”, disse Danilo. “Com a mesma
empolgação, estaremos de volta na próxima etapa, em Penedo
(RJ).” Na categoria Fun, a vitória foi do time Barro Seco, formado por
amigos de Sorocaba (SP) e Campinas (SP). “Nossa equipe tem muitos
engenheiros, então foi um privilégio conhecer a fábrica da Mitsu-
bishi”, disse Nilton Carvalho. “A prova foi maravilhosa, com um visual
lindo. Quanto à vitória, os méritos são para a estratégia traçada.”
classificação curitibaExtrEmE 1) Tamboré 2) omellets Sem Noção 3) River Stonesfun 1) Vikings 2) 40x40 3) mit Ira da Lama
classificação ubErlândiaExtrEmE 1) Tamboré 2) Tô na Rossa 4x4 3) Crazy Birdsfun 1) Barro Seco 2) pé na Lama 3) Taca Lhe pau
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120 [Mitrevista] setembro 2014
L200 Triton levanta lama na etapa de Guarap uava, no Paraná
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piso escorregadioNa terceira e Na quarta etapas do aNo, a chuva torNou
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cup
A 15ª temporada da Mitsubishi Cup, rali cross-country de ve-
locidade mais disputado do Brasil, chegou à sua metade. É
hora de olhar a tabela de classificação e verificar que muita
lama ainda vai espirrar até a bandeirada final do campe-
onato, no dia 8 de novembro. Depois das etapas de Jaguariúna (SP)
e Mafra (SC), disputadas em dias de muito calor e debaixo de muita
poeira, pilotos e navegadores precisaram trocar o chip para enfrentar
frio, pista molhada e muita lama nas etapas de Guarapuava (PR), em
junho, e Pirassununga (SP), em julho.
No caso de Guarapuava, a expectativa do público paranaense era
grande. A cidade fazia parte do calendário 2013, mas teve a etapa
cancelada pelas fortes chuvas que caíram na região. Além disso, a
terceira etapa do ano tinha um ingrediente a mais: era a primeira com
duas provas de 52 quilômetros, em vez das tradicionais três provas
de 30 quilômetros. O lounge, montado para familiares e amigos
acompanharem os embates na pista, era um oásis aquecido em meio
ao frio paranaense. Para os pilotos o divertido desafio foi acelerar so-
bre um tapete de lama. Para os navegadores, a precisão do hodôme-
tro desaparecia a cada derrapada. Ou seja, tinha que ser no talento e
na raça. Quem seguiu essa linha à risca foi a dupla da categoria Triton
ER formada pelo piloto Fabricio Bianchini e Marcos Finato. Eles foram
dos últimos a completar a segunda prova antes que a organização
decidisse pelo fim da etapa por causa da chuva, cada vez pior. “Teve
uma hora que pensei: ‘Poxa, não viajei mais de mil quilômetros para
desistir’”, contou Bianchini. “Vim numa tocada persistente e fui até o
final.” Outra dupla que conseguiu completar a segunda prova e saiu
vencedora foi a formada por Marco Tulio Lana e Leonardo Magalhães,
da categoria Pajero TR4R. “Foi um grande desafio, mas conseguimos
nossa segunda vitória seguida, o que nos motiva muito”, resumiu o
navegador.
Nas outras três categorias, valeu o resultado da primeira prova
do dia. Quem se deu bem foi a dupla da Pajero TR4ER Fred Macedo
e Marcelo Haseyama, que manteve a liderança do campeonato. Na
Pajero TR4ER Master, Jocimar Ristow e Isac Pinto venceram e entra-
ram de vez na disputa pelo título. Na Triton RS, Fernando Ewerton e
Pedro Eurico foram os mais rápidos do dia. “A diferença no hodômetro
por causa da lama atrapalhou a navegação. Foi tudo praticamente no
visual”, disse Eurico.
PiRassununGaDepois de uma breve pausa por causa da Copa do Mundo, a
quarta etapa aconteceu em Pirassununga (SP). A organização mais
uma vez caprichou no circuito, que atravessou plantações, contornou
formações rochosas e cruzou trechos de mata nativa. Desta vez, o
frio veio acompanhado de uma garoa fina pela manhã e neblina com
chuva no fim de tarde. A disputa regressava às habituais três provas
de 30 quilômetros. Os pilotos tiveram que se adaptar ao piso liso.
A chuva deixou alguns trechos mais lamacentos e formou facões,
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classificação guarapuaVa (pr)tr4r 1) marco tulio Lana/Leonardo magalhães 81 pts 2) roberto
sampaio/João alvarenga rossi 78 pts 3) daltro maronezi/guilherme rezende 75 pts
tr4er 1) Fred macedo/marcelo haseyama 67,5 pts 2) celso macedo/ Belém macedo 63 pts 3) carlos girolla/gilberto cecílio 58,5 pts
tr4er Master 1) Jocimar ristow/isac pinto 64,5 pts 2) Wagner roncon / Joselito vieira 63 pts 3) andré miranda/alison pedroso 58,5 pts
triton er 1) Fabricio Bianchini/marcos Finato 81 pts 2) peterson oliveira/Jorge peters 72 pts 3) cristian domecg/Weidner moreira 63 pts
triton rs 1) Fernando ewerton/pedro eurico 45 pts 2) marcelo mendes/Breno resende 42 pts 3) Lucas moraes/Kaique Bentivoglio 39 pts
classificação pirassununga (sp)tr4r 1) Juliano Jorge diener Filho/Jorge Luís cubas diener 90 pts
2) Bartolomeu Nunes/Jorge peters 74 pts 3) daltro maronezi/guilherme rezende 70 pts
tr4er 1) Fred macedo/marcelo haseyama 88 pts 2) marcelo Fiuza/ dalmo Bergantin 82 pts 3) celso macedo/Belém macedo 72 pts
tr4er Master 1) sergio gugelmin/marcos maia 88 pts 2) Jocimar ristow/isca pinto 76 pts 3) henry grosskopf/gunnar dums 74 pts
triton er 1) glauber Fontoura/minae myiauti 72 pts 2) ricardo Feltre/ andre Lucas munhoz 72 pts 3) marco antonio mendes/ivo mayer 64 pts
triton rs 1) Lucas moraes/Kaique Bentivoglio 90 pts 2) Felipe ewerton/rodrigo mello 84 pts 3) marcelo mendes/Breno resende 78 pts
próxiMas etapas13 set Indaiatuba (SP) 11 out Jaguariúna (SP) 08 noV Mogi Guaçu (SP)
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exigindo muito da tração 4x4 dos Pajero e das L200 Triton. Fred
Macedo superou essas dificuldades e cravou mais uma vitória, se
tornando assim o favorito para o título na categoria TR4ER. “Conse-
guimos abrir uma diferença do segundo colocado. Outro jovem piloto
que se destacou foi Juliano Jorge Diener Filho, na categoria TR4R.
Sobrinho de Jorge Luis e filho de Juliano Jorge Diener, que competem
na categoria Triton RS, ele comprovou que tem DNA off-road: venceu
as três provas do dia. “Na primeira e na segunda foi mais fácil pilotar,
mas a chuva dificultou muito a terceira prova”, disse Diener Filho.
Na TR4ER Master, Sergio Gugelmin e Marcos Maia venceram e
passaram a liderar a categoria. “É um momento muito bom da nossa
dupla. Temos que manter o foco porque tem muito a ser disputado
ainda”, afirmou o navegador. A categoria mais concorrida da tempo-
rada tem sido a Triton ER: a cada etapa há alternância de lugares no
pódio. Quem se deu bem nessa vez foram Glauber Fontoura e Minae
Myiauti. “O nível está cada vez mais alto. Essa etapa foi uma das mais
difíceis do ano”, resumiu a navegadora.
Já na Triton RS, a vitória ficou com a dupla Lucas Moraes e Kaique
Bentivoglio. Os dois venceram três das quatro etapas disputadas e
despontam como favoritos ao título. “Nossa intenção ao subir de ca-
tegoria era ficar entre os cinco primeiros colocados. Estou feliz pelas
vitórias, mas tem muito ainda para acontecer. Não podemos relaxar
até o fim”, disse, numa antecipação das fortes emoções que estão
por vir nas próximas etapas da Mitsubishi Cup.
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BaRRa do Bié cunha/ sP Uma descoberta de novas emoções, o despertar dos sentidos,
sons, cheiros, sabores e cores. A pousada está entre Cunha e Paraty, a 6 km do asfalto, na serra do Mar, entre araucárias, castanheiras e carvalhos. Todo o projeto visa o atendimento personalizado, o conforto, a descontração e contemplação de uma área de rara beleza. Celulares não funcionam para não atrapalhar a paz do lugar. www.pousadabarradobie.com.br
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Assim como a indústria automobilística, o setor bancário está sempre inovando e buscando soluções para facilitar a vida de seus clientes. E quem tem recebido atenção e investi-
mento especial são os celulares. Cada vez mais sofisticados e com recursos antes inimagináveis, hoje esses aparelhos são utilizados para praticamente tudo: receber e enviar e-mails, tirar fotos, fazer videoconferências, acessar a internet, pagar contas e muitas outras funções, inclusive substituir os aparelhos GPS, muito comuns para quem gosta de enfrentar uma trilha.
Porém, o número de celulares no país traz uma informação inte-ressante. Dados do mercado indicam que existem hoje aproximada-mente 112 milhões de aparelhos no Brasil. Desse total, 78 milhões são os chamados feature phones, celulares mais simples e com me-nos recursos do que os smartphones, sendo que 60,2% pertencem às classes C, D e E. Ou seja, uma grande parcela de proprietários de celulares não pode aproveitar a infinidade de aplicativos disponíveis e fica sem acesso a diversas facilidades. Pensando nesse público, o Itaú passou a disponibilizar para seus clientes novas funcionalida-
Tudo pelo celular. Ou quase tudoClIEnTES ITAú AGOrA PODEm rECEBEr InfOrmAçõES DE SuAS COnTAS POr mEnSAGEm SEm PrECISAr DE COnExãO COm A InTErnET
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Mafra
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des via SMS Bidirecional. Assim, até mesmo os donos de aparelhos mais simples podem receber informações de conta corrente ou car-tão de crédito de maneira prática e rápida. Com o SMS Itaú, o cliente envia uma mensagem de texto para um determinado número e, em segundos, recebe a resposta com a informação solicitada. É possível consultar o saldo e extrato da conta, lançamentos no cartão de cré-dito, limites, entre outros serviços.
O objetivo é oferecer uma opção fácil e rápida para o cliente re-ceber informações de sua conta onde quer que leve o celular, seja em casa, no trabalho, nas ruas ou até mesmo em uma fila. E, diferen-temente dos outros tipos de serviços de mobile banking, o SMS Itaú não precisa de uma conexão com a internet.
Outra funcionalidade que o Itaú está oferecendo aos seus clien-tes usuários dos feature phones é a possibilidade de recarregar cré-ditos para celulares por mensagem de texto, sem precisar acessar a conta bancária. A novidade está disponível para clientes das opera-doras Claro, Nextel, Oi, Vivo e TIM.
Porém, apesar de tantos recursos e facilidades que os aparelhos celulares oferecem, não devemos nos esquecer de que a combina-ção “dirigir e utilizar celular” não é nada segura. O celular veio para ficar, conectando e facilitando a vida das pessoas, mas saber a hora certa de usá-lo é fundamental.
(*): Luis Fernando Staub é diretor-executivo do Itaú Unibanco.
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Um acessório simples na concepção, elegante no conceito e funcional no uso. Foi pensando nisso que a Keko Acessórios desenvolveu o novo rack de teto original para a L200 Triton.
Homologado pela Mitsubishi, o produto passou por um redesenho completo: ganhou linhas e curvatura mais suaves para ficar total-mente integrado ao veículo. Confeccionado em alumínio, o produto tem travas de aço acopladas ao sistema de fixação do carro, sem necessidade de qualquer tipo de furação. Tem pintura automotiva a pó na cor preta, dentro do padrão da montadora, oferecendo resis-tência aos raios UV.
O acessório foi desenvolvido para instalação na parte traseira do teto da cabine dupla, auxiliando no transporte de cargas. Supor-tes metálicos nas laterais do rack facilitam a amarração da carga, ampliam a funcionalidade do carro e a utilização da caçamba. Sua
capacidade de carga é de 50 quilos. Além da praticidade, o rack confere robustez e personalidade para a Mitsubishi L200 Triton. Aumenta ainda mais a personalização do veículo quando instalado em conjunto com outros acessórios originais produzidos pela Keko.
Líder brasileira no segmento de personalização automotiva, a Keko disponibiliza uma linha completa de acessórios originais que agregam valor ao veículo, de acordo com o estilo e personalidade de cada perfil de consumidor. A empresa produz protetores frontais, que garantem robustez e imponência à dianteira; estribos, que trazem pro-teção e funcionalidade para a lateral; santantônios com design exclu-sivo e capotas marítimas, entre outros itens de personalização para tornar cada veículo único e com a cara do dono.
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Já faz tempo que blindar um automóvel deixou de ser sinônimo de altos custos de instalação e manutenção. Nos últimos anos, as empresas especializadas no mercado de proteção criaram tecno-logias avançadas em blindagem automotiva, levando ao desen-
volvimento de sistemas de proteção cada vez mais leves, acessíveis e eficazes. Um exemplo é o Armura®, lançado em 2008 pela DuPont com o propósito de estender a blindagem automotiva para uma par-cela ainda maior da população. Disponível para 24 modelos, o pro-duto se diferencia pelo baixo peso – aproximadamente 90 quilos – e pelo seu sistema de instalação, mais prático quando comparado ao
tradicional. O resultado é o baixo impacto nos componentes do ve-ículo e, consequentemente, custo reduzido de manutenção. “Esse é um diferencial importante e que levou a uma associação com a DuPont para o fornecimento da blindagem automotiva aos clientes Mitsubishi Motors”, destaca Fernando Julianelli, diretor de marketing da montadora.
Firmado em 2010, o acordo com a Mitsubishi Motors resultou em uma parceria de sucesso. Atualmente, mais de 90% da frota co-mercializada pela empresa no Brasil pode ser blindada com o siste-ma Armura®. Entre as facilidades, destaque para a possibilidade de
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instalação do produto no momento da compra e a garantia de três anos oferecida pela DuPont. “Vale destacar que os clientes Mitsu-bishi Motors não perdem a garantia dada pela montadora”, ressalta Julianelli. Além da parceria na oferta da blindagem, a DuPont apoia o Mitsubishi Lancer Cup.
“É um produto altamente eficaz e seguro. Armura® é certificado pelo Ministério da Defesa no Nível I da norma NBR 15000 da ABNT e o único sistema de blindagem do mercado que passa por testes balísticos antes do lançamento da tecnologia para novos modelos”, comenta Carlos Benatto, gerente de negócios da DuPont.
expansão – Para ampliar as vendas do produto no país, a Du-Pont fechou uma importante parceria com a RT blindados, empresa de acessórios automotivos do grupo Russi. Enquanto a DuPont atua no desenvolvimento de novos modelos de Armura® e no estabele-cimento de acordos estratégicos, a RT Blindados é responsável pe-las atividades de vendas e expansão do modelo de negócio. “Nossa proposta é estender a tecnologia para um número maior de brasilei-ros”, completa Benatto.
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instalação do produto no momento da compra e a garantia de três anos oferecida pela DuPont. “Vale destacar que os clientes Mitsu-bishi Motors não perdem a garantia dada pela montadora”, ressalta Julianelli. Além da parceria na oferta da blindagem, a DuPont apoia o Mitsubishi Lancer Cup.
“É um produto altamente eficaz e seguro. Armura® é certificado pelo Ministério da Defesa no Nível I da norma NBR 15000 da ABNT e o único sistema de blindagem do mercado que passa por testes balísticos antes do lançamento da tecnologia para novos modelos”, comenta Carlos Benatto, gerente de negócios da DuPont.
expansão – Para ampliar as vendas do produto no país, a Du-Pont fechou uma importante parceria com a RT blindados, empresa de acessórios automotivos do grupo Russi. Enquanto a DuPont atua no desenvolvimento de novos modelos de Armura® e no estabele-cimento de acordos estratégicos, a RT Blindados é responsável pe-las atividades de vendas e expansão do modelo de negócio. “Nossa proposta é estender a tecnologia para um número maior de brasilei-ros”, completa Benatto.
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A Magneti Marelli faz parte de um grupo internacional focado na produção de componentes automotivos de alta tecnolo-gia. Em 19 países, a empresa soma 85 unidades de produ-
ção, 12 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento e 26 Centros de Aplicação. No Brasil, a Magneti Marelli está presente nos estados de São Paulo (Amparo, Hortolândia e Mauá) e Minas Gerais (Contagem, Itaúna, Lavras e Sete Lagoas), atuando nos mais importantes seg-mentos de fornecimento de autopeças.
Com a marca Cofap, a empresa é líder no setor de amortecedores de suspensão, com 75% do mercado original e 65% do mercado de
reposição. No segmento de powertrain, produz sistemas de controle do motor (injeção eletrônica de combustível e centrais eletrônicas) e a transmissão manual automatizada Free Choice. Além disso, detém a patente do sistema Common Rail para motores diesel.
Na área de iluminação, a Magneti Marelli é responsável por inovações como fontes de luz de xenônio ou LED e o desenvolvi-mento de funções específicas como o AFS (Sistema Adaptativo de Iluminação Dianteira), o IR-System (Sistema Infravermelho) e o DRS (Luz Diurna). No mercado de sistemas de exaustão, a empresa inova com dispositivos de pós-tratamento para redução do NOx do
Inovação em todos os camposMAGNEtI MARELLI FABRICA EM SEtE PLANtAS BRASILEIRAS PRODutOS PARA AS MAIORES EMPRESAS DO SEtOR
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diesel, como o SCR (Conversor de Redução Seletiva Catalítica) e o NSC (Conversor de Armazenamento de NOx). No campo de sistemas eletrônicos, a companhia fornece painéis de instrumentos e tem 20 anos de experiência em navegação por satélite, oferecendo confor-to, segurança e entretenimento. Fabrica suspensões com sistemas dinâmicos inovadores como F.L.E.C.S (Flexible Link, Elevated Com-pliance Suspension) e T.O.R.C.S (Torsion Rod Compliant Suspension).
Produz componentes e módulos plásticos para interiores e exte-riores de veículos. Agrega aos para-choques, por exemplo, elemen-tos de design, aliando estilo à segurança. Já a produção de tanques
de combustível de termoplástico representa redução de peso e eli-minação do risco de faíscas e explosões e de corrosão, típico das versões feitas em chapa metálica.
A Magneti Marelli também marca forte presença no mercado de reposição de autopeças, sendo a segunda maior empresa do setor, oferecendo um portfólio de mais de 50 linhas de produtos com as marcas Cofap e Magneti Marelli por meio de cinco escritórios regionais de vendas em Curitiba, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
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A Mitsubishi e o Consórcio Embracon, uma das principais admi-nistradoras do país, com 26 anos de solidez no mercado, cele-bram em 2014 dez anos de sucesso da parceria do MitConsór-
cio. Nessa década, o público 4x4 encontrou uma maneira econômica de adquirir um automóvel com planejamento e segurança.
O cliente Mit pode programar a compra do veículo em até 100 parcelas, com juro zero, além de contar com diversas vantagens, como o Plano Troca de Chaves, no qual o cliente pode oferecer seu carro atual ao negociar a compra de um automóvel com qualquer concessionária Mitsubishi, utilizando esse valor para cobrir parcial ou totalmente o lance. Sem contar que os grupos de consórcio Mitsu-bishi têm mais contemplações mensais e o Lance Facilitado, no qual o cliente pode utilizar 25% do próprio crédito como lance. Há ainda outro diferencial: o índice de aprovação automática chega a 80%.
Dados do primeiro quadrimestre deste ano, divulgados pelo Ban-
co Central, comprovam que o brasileiro continua confiante no siste-ma de consórcio para a aquisição. As contemplações representaram 21,1% do total de créditos liberados ao mercado para aquisição de veículos automotores. Pelo MitConsórcio, o cliente tem a garantia de entrega pela fábrica e o padrão de qualidade do Embracon. Quando é contemplado, o consorciado pode escolher seu carro em qualquer concessionária Mitsubishi do território nacional. Tem também à dis-posição uma Central Telefônica exclusiva, com atendimento perso-nalizado pelo 0800 817 6566. No site www.consorciomitsubishi.com.br, o cliente pode realizar simulações e compra de planos e, ainda, conversar com os consultores por chat e acompanhar as as-sembleias mensais. Além da compra on-line, o MitConsórcio pode ser adquirido nos concessionários Mitsubishi de todo o país.
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Dez anos de parceria Embracon e MitsubishiCONSórCiO SE CONSOLiDA COMO MANEirA ECONôMiCA DE PLANEjAr A COMPrA DO AuTOMóvEL
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