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DRIVE YOUR WORLD IRMãOS CAMPANA De Brotas para o mundo LEIA TAMBéM A MIT NO TABLET

MIT Revista 58

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Toda aventura e adrenalina da MIT Revista onde você quiser. Eleita a melhor revista de luxo do Brasil, ela tem a maior tiragem do setor: 100 mil exemplares.

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BTG Pactual: O Private Bank com a melhor estratégia de expansão global e a mais completa gama de serviços da América Latina.

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Page 3: MIT Revista 58

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Page 4: MIT Revista 58

4 Mit revista junho 2015

Editorial

Como você vai perceber, a sua MIT Revista mudou.

Mudou bastante. tornou-se mais abrangente

porque a família de veículos Mitsubishi também

mudou. Nos últimos anos, sem perder a essência

4x4, a marca dos três diamantes ampliou sua linha de

modelos com o lancer e com os crossovers aSX e New

outlander. Para acompanhar essas mudanças, refizemos

nosso projeto gráfico-editorial. assim como na gama de

carros Mitsubishi, a revista comporta agora o Mundo Urbano,

o Mundo Sem Fronteiras e o Mundo 4x4.

Você com certeza tem entre os amigos alguém totalmente

movido a adrenalina urbana – que adora música clássica e

não perde uma boa exposição de arte por nada deste mundo.

Para eles, esta edição trata da cena gastronômica de Nova

York e mergulha na vida e na obra dos irmãos Campana, dois

dos designers mais premiados da atualidade. Nascidos e

criados em Brotas, interior paulista, hoje eles vivem entre São

Paulo-londres-Milão.

Há aqueles que mesclam esse mundo urbano com

esportes ao ar livre e com viagens para os mais diversos

lugares do planeta. Exemplo singular desse mundo é o

empresário-maratonista amilcar lopes Jr., de 51 anos. de

segunda a sexta, ele comanda um grande negócio baseado

em alta tecnologia, mas em seu tempo livre é detentor de

tempos inacreditáveis em maratonas pelo planeta.

os leitores com o dNa 4x4, claro, continuam contemplados

com reportagens com alto teor de adrenalina. Você já tinha

ouvido falar de andrea Moller? Essa paulistana mudou-se para

o Havaí, tornou-se a rainha do downwind (stand up paddle em

alto-mar) e, entre outras façanhas, foi a primeira mulher na

história a surfar a temida onda gigante de Jaws.

E então, caro leitor? Qual desses três mundos é o seu?

Seja qual for, você vai encontrá-lo na MIT Revista. Se você

tem um Pajero, uma l200 triton, um lancer, um aSX ou

um New outlander, o que interessa é que você esteja no

comando de seu mundo. Drive your world.

drive your world

New Outlander

Por feRNaNdO paIva, diretor editorial

3revMIT58editorial.indd 4 01/06/15 15:28

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Page 8: MIT Revista 58

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10 Mit revista junho 2015

sumário

Mundo 4x4Mundo uRBAno Mundo seM fRonteiRAs

48 The BrothersDepois de deixarem Brotas (sP),

os irmãos Campana estão entre os

designers mais cultuados do mundo

56 A onda dos gastropubsCozinha com identidade e excelente

oferta de bebidas marcam o cardápio

desses pubs de Nova York

62 Arte em dobroum dos museus mais populares

do mundo, o Tate modern comemora

15 anos planejando sua expansão

66 Na linha de frenteA história de Amilcar Lopes Jr.,

o empresário que virou lenda

entre os maratonistas amadores

72 The New OutlanderCom mais de 100 inovações na

linha 2016, o crossover esportivo

da mitsubishi segue na vanguarda

78 Durma na adegaQuatro hotéis de luxo nos quais

o hóspede dorme (e bebe)

de frente para as vinícolas

84 Andrea Molleruma das mais consagradas remadoras

do planeta e primeira mulher a surfar

Jaws, a paramédica está no topo

90 Esplendor amazônicoA viagem dos 20 anos do mitsubishi

motorsports para o Cristalino Lodge,

um paraíso no coração do Brasil

96 Relatos selvagensAs poucas e boas histórias que

fazem a fama das corridas de

aventura mundo afora

n junho/julho/agosto 2015 n edição 58

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12 Mit revista junho 2015

PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor Executivo André [email protected] ComercialOswaldo Otero Lara Filho (Buga)[email protected] de Publicidade e Novos NegóciosMarco Taconi [email protected] de NegóciosFernando Bonfá[email protected] de NegóciosBruna do [email protected]

REPRESENTANTESBBI PublicidadeInterior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833Tel. (16) 98110-1320

GRP - Grupo de Representação PublicitáriaPR – Tel. (41) 3023-8238SC/RS – Tel. (41) 3026-7451

Media Opportunities Comunicação Ltda.DF – Tel. (61) 3447-4400MG – Tel. (31) 2551-1308RJ – Tel. (21) 3072-1034

DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVOAnalista FinanceiraCarina [email protected] AssistenteAlessandro [email protected]

Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem102.000 exemplares

Auditado por

Custom Editora Ltda.Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200Tel. (11) 3708-9702E-mail: [email protected]

ATENDIMENTO AO [email protected] ou tel. (11) 3708-9702

MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOREm caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo

REDAÇÃODiretor Editorial

Fernando [email protected]

Diretor Editorial Adjunto Mario Ciccone

[email protected]

Henrique [email protected]

RepórterJuliana Amato

[email protected] Estagiário

Raphael [email protected]

ARTEDiretor

Ken [email protected]

Editor Guilherme Freitas

[email protected]

Raphael [email protected]

Prepress Roberto Quevedo

[email protected]

Projeto Gráfico Ken Tanaka

PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENSRita Selke

[email protected]

COLABORARAM NESTE NÚMEROTexto

Alessandra Lariu, Gabriella Bonnatelli, Junior Bellé, Luiz Braga, Mara Gama, Marcello Borges, Maria Clara Vergueiro, Renato Góes,

Silvana Assumpção, Walterson Sardenberg So, Xavier Bartaburu

Fotografia Adriano Carrapato, Adventure Camp, Alirio de Castro, Cadu Rolim, Carma Casul/Age Fotostock/Other Images, Christian Kerber/Laif,

Daniel Krieger, David Howells/Latinstock, David Santos Jr, David Spurdens/Corbis, Elaine Bayma, Fernando Laszlo,

Guillem Lopez/Photoshot/AGB Photo Library, Glowimages, Henrique Ribas, Istock, Jordan Siemens/Corbis, Kiko Ferrite, Latinstock, Leon Neal/AFP

Photo, Leticia Godoy, LuÌs Real /AGB Photo, Luiz Braga, Marcos Mandez/Mitsubishi, Markus Lange, Nicole Franzen, Paul Wagtouicz, Paulo Fridman,

Rafael Campos, Ricardo Leizer, Sion Touhig/Getty Images, Tom Papp, Victor Affaro, Vidler Steve/AGB Photo, Wenn/Other Images, Wiliam Costa

Ilustração Fernanda Guedes

Revisão Goretti Tenorio

Publicação trimestral da Custom Editora Ltda.Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A.

CONSELHO EDITORIALAndré Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva,

Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli

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14 Mit revista junho 2015

O escorpiano Luiz Braga,

58 anos, já representou o Brasil

na Bienal de Veneza e tem fotos

nas coleções do Masp e do MAM-RJ.

Nascido e criado em Belém, onde

vive, seu olhar sensível capta de forma

ímpar a alma do povo ribeirinho e a

paisagem amazônica, nas frequentes

viagens que realiza pela região. É dele

o roteiro personalíssimo do que fazer,

ver e curtir em Belém.

cOlABORAdORes

Titular de uma coluna sobre

sustentabilidade e design no site da

Folha de S.Paulo, Mara gaMa, 51,

é consultora de qualidade de texto

do jornal. Autora do livro Carlos Motta

(dBA, 2004), participou da coletânea

Brazil: A Celebration of Contemporary

Brazilian Culture, da prestigiosa

Phaidon Press. Nesta edição,

Mara desvendou a vida e a obra

dos irmãos campana.

Italiana de Florença, safra 1970,

gaBrieLLa BonateLLi mora no

Brasil há dez anos. estudou moda

e design em Milão, viveu na Tailândia

e no Japão. Trabalhou anos como

confeiteira em Manhattan – para

onde volta sempre que possível.

Apaixonada por ópera, livros, comida

e grande conhecedora de vinhos,

Gabi assina o saboroso roteiro dos

gastropubs de Nova York.

adrian Kojin foi diretor

da edição brasileira da revista

The Surfer’s Journal e é correspon-

dente da Fluir e do site Waves. em

1987, veio de moto da califórnia ao

Brasil, experiência que virou livro e

que ele planeja repetir em 2017. Até

lá, segue contando as boas histórias

do surfe. como a da waterwoman

brasileira Andrea Moller, primeira

mulher a surfar Jaws.

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Maria CLara Vergueiro, 34,

foi fisgada pelos esportes de ação

quando cursava ciências sociais

na UsP. Na época, entrou para o

time de apresentadores do sportv.

A diretora da divisão de livros da

editora Rocky Mountain adora correr

nas trilhas da fazenda do marido,

ao lado dos filhos. Nesta Mit,

Maria clara assina a reportagem

sobre corridas de aventura.

Jornalista pós-graduado em ma-

rketing do esporte, ary Pereira

jr. trabalhou nas rádios eldorado e

Record e na Folha de S.Paulo. cobriu

olimpíadas (Atlanta, sydney e Atenas),

jogos pan-americanos e a copa do

Mundo da África do sul. Vela é a sua

especialidade – esteve na Regata Volta

ao Mundo, na America’s cup e, no mês

de abril, cobriu para a Mit o mundial

da classe s40 em Florianópolis.

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18 Mit revista junho 2015

Se alguém me disser: “Tenho

apenas meio dia em Belém”,

eu indicaria na hora uma visita

ao tradicional mercado Ver-

-o-Peso. Mas, considerando que você já

sabe disso, faço aqui algumas sugestões

que completam o caleidoscópio formador

da nossa Belém. O Teatro da Paz (acima)

é, sim, um belo teatro, especialmente no

seu interior. Portanto, não se conforme

em passar na frente. Você vai descobrir

o requinte que fazia de Belém, nos anos

1900, a “Paris dos Trópicos”. Observe a

gloriosa pintura do teto, de uma beleza

vertiginosa. E não deixe de ir ao foyer.

A Estação das Docas é o melhor lugar

para apreciar o pôr do sol descortinando

a vastidão da baía do Guajará. De águas

doces sempre pontuadas pelo vaivém

dos barcos de pesca, é um lugar aprazível

para passear, conversar ou simplesmente

deixar o olhar anoitecer. Se não bastasse

a paisagem, ela ainda abriga diversos res-

taurantes e o sorvete imbatível da Cairu.

Peça para provar o de bacuri, a princesa

de nossas frutas. Se gostar de cerveja,

a Amazon Beer é o lugar para provar

sabores exclusivos e premiados.

Parque à beira do rio Guamá, o

Mangal das Garças é um dos mais

significativos exemplos da arquitetura e

do paisagismo amazônicos. Ali ficam um

amplo borboletário, um museu naval, um

ótimo restaurante para almoçar, centenas

de pássaros e tartarugas. E do alto do

farol você terá uma magnífica vista aérea

da cidade velha e do rio.

Fundado em 1895, o Museu Paraense

Emílio Goeldi é um centro de referência

em pesquisa de fauna, flora e antropolo-

gia da Amazônia. Seu parque zoobotâ-

nico, de uma vegetação exuberante, faz

parte da infância de muitos belenenses

como eu. Não deixe de conhecer o acervo,

riquíssimo, ou apreciar as exposições de

arte temporárias que ali ocorrem.

Ao percorrer esse roteiro entre a

Belém de influência europeia e a vertente

cabocla, permeada pela natureza, você

perceberá por que seus chefs e artistas

estão brilhando no cenário mundial.

O premiado fotógrafo Luiz Braga traça um roteiro turístico-sentimental de sua terra

Ver além do peso em Belém

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20 Mit revista junho 2015

mundo sem fronteirasonde o concreto encontra a terra

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Soldados, crianças, esportistas

e descolados em geral. Foram

esses, sucessivamente, os

responsáveis pelo sucesso das

garrafas de alumínio Sigg, uma marca

suíça que, no decorrer de 107 anos,

passou dos bornais de anônimos recrutas

às mãos de celebridades dignas desse

nome, do piloto Fernando alonso a gisele

Bündchen. ambos foram fotografados

com a garrafinha colorida.

a Sigg tem um design tão vistoso que

foi parar na coleção do MoMa, o Museu

de arte Moderna de nova York. de olho no

mercado fashion, a marca chegou a lan-

çar um modelo acomodado em um cinto

louis vuitton. nem precisava. o nome

Sigg já se tornara um poderoso chamariz,

seja entre praticantes de fitness, trekking

e ciclismo e outros esportes, como

também entre quem quer apenas matar

a sede com elegância. Bem, os elegantes

não matam a sede. Hidratam-se.

Se o design e a diversidade de cores

estão entre os principais fatores de atra-

ção, é preciso realçar, também, que as

garrafas – disponíveis em seis tamanhos,

de 300 ml a 1,5 litro – emprestam ao usu-

ário a imagem de quem respeita o meio

ambiente. Quem tem uma Sigg, afinal,

provavelmente filtrou água em casa, em

vez de comprá-la em embalagem Pet .

isso se chama consciência ecológica.

a história da garrafa teve início em

1908, quando o especialista em pro-

cessamento de metais Ferdinand Sigg

associou-se ao colega Xaver Küng. a ideia

era fabricar produtos de alumínio nos

arredores de Zurique. as primeiras safras

renderam panelas, frigideiras e cantis.

estes últimos foram de muita valia para

os soldados ao longo da Primeira guerra

Mundial (1914-1918). a grande virada

ocorreu no início da década de 1980,

quando o governo suíço proibiu a utiliza-

ção de garrafas para líquidos nas escolas

públicas. nenhum recipiente passara

pelo crivo de higiene e saúde. a Sigg foi in-

cumbida de criar uma garrafa padrão – e

caprichou. o modelo aceita qualquer tipo

de bebida, não deixa cheiro, não altera o

gosto original e não cria fungos. graças

ao revestimento interno e a uma tampa

hermeticamente perfeita, mantém o

frescor do líquido por 12 horas, desde que

não tome sol. nesse caso, será preciso

adquirir um saco térmico, também produ-

zido pela Sigg. Se o conteúdo for quente,

a temperatura é mantida por 6 horas.

as primeiras garrafas esportivas da

empresa chegaram ao mercado nos anos

1990. Foi tamanha a procura que a Sigg

deixou de fabricar outros produtos, à

exceção do copo, com o mesmo sistema

de tampa. antes de ser garrafa, o material

se resume a uma porção de 100% de alu-

mínio, semelhante a um disco de hóquei.

Prensado por um golpe de 600 toneladas,

a peça começa a se transformar em

cilindro. o processo completo de fabrica-

ção exige 26 etapas. nas derradeiras, a

garrafa recebe o revestimento interno de

verniz atóxico à base de água e vai para o

forno. a pintura é o toque final.

todos os anos a Sigg lança uma nova

coleção, elevando o portfólio para mais

de 100 modelos, sem contar as edições

comemorativas ou licenciadas. tal atitude

tem por intuito não só atualizar a marca,

mas também incentivar a prática de

colecionar. enfim, depois de soldados,

crianças, esportistas e descolados em

geral, o público da Sigg é, também, de

maníacos por coleções.

a garrafa de alumínio suíça que se tornou símbolo de status entre descolados

divisor de águasPor walterson sardenberg so

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Page 21: MIT Revista 58

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Page 22: MIT Revista 58

22 Mit revista junho 2015

Mundo 4x4por um planeta sem asfalto

O turismo espacial está

prestes a ganhar uma

alternativa aos perigosos

voos impulsionados por

foguetes. Em 2016, a World View

Entrerprises, companhia americana de

Tucson, no Arizona, deve sair à frente

nessa corrida valendo-se de uma

tecnologia centenária: o balão de gás

hélio. As viagens transportarão seis

passageiros e dois tripulantes até a

fronteira do espaço numa estranha e

magnífica invenção. O balão suspende

uma espécie de parapente, que, por sua

vez, leva uma cápsula, que, por sua vez,

acomodará os felizes seres humanos

em sua viagem quase espacial.

Quando alcançar os 37 quilômetros

de altitude, próxima à da borda

superior da estratosfera, a nave

“pousará” sobre a atmosfera, assim

como uma pedra de gelo flutua sobre

a água. A própria natureza a manterá

ali, sem risco de escape para o espaço

– balões flutuam no ar e, portanto,

não vão a lugar algum onde não existe

ar. A experiência da Word View não

envolve a perda de gravidade, uma vez

que não chega realmente ao espaço

– para isso o balão teria de subir

pelo menos 100 quilômetros. Mas no

visual do topo da estratosfera já está

garantido o emocionante espetáculo

da Terra circundada pela fina linha

azul da atmosfera contra a escuridão

estrelada do cosmos.

A subida levará duas horas, assim

como a descida. Outro par de horas

será reservado para a navegação e o

deleite na luxuosa cápsula equipada

para o máximo conforto e prazer

dos viajantes. O veículo se encontra

em fase avançada de testes e as

passagens já estão à venda por US$ 75

mil – bem menos que os US$ 250 mil

que deverão ser cobrados pela Virgin

Galactic, do bilionário inglês Richard

Branson. As reservas podem ser feitas

pelo site http://worldviewexperience.

com mediante o pagamento de um

sinal de US$ 7,5 mil. A Word View

é uma das duas companhias que

desenvolvem voos turísticos espaciais

em balão – a outra é a espanhola

Zero2infinity, que ainda não tem data

prevista para estrear. As viagens da

empresa ibérica, no entanto, levam

somente quatro passageiros e dois

tripulantes. Ao módico preço de 110 mil

euros por pessoa.

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um voo de seis horas e us$ 75 mil até a fronteira do espaço

De balão na estratosferapor Silvana aSSumpção

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Page 23: MIT Revista 58

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26 Mit revista junho 2015

PORTA-MALAS A bAgAgeM dO viAjAnTe

POR walterson sardenber so

O primeiro montanhista foi um poeta. dos

grandes, por sinal. O italiano Francesco Petrarca

criou a forma dos sonetos. não só. Também é

considerado um precursor do humanismo – além

do montanhismo. em abril de 1336, ele subiu ao cocuruto

do monte ventoux (1.912 metros), na França. Seu objetivo:

encontrar um lugar sossegado para meditar. Petrarca é tido

e havido como o pioneiro do montanhismo por um motivo

simples: inaugurou – e documentou – a prática de subir em

montanhas sem o objetivo de conquista territorial ou de

exploração. ele subiu por esporte, digamos.

É preciso distinguir montanhismo de alpinismo. Muita

gente boa confunde. Uma coisa é o trekking na altitude – o

montanhismo. Pode exigir, vez por outra, subir por encostas

íngremes, vá lá. Mas a maior parte do trajeto consiste em

caminhadas. Outra coisa, radicalmente diferente, é o alpinismo,

a escalada épica de paredões de rocha na vertical, o que requer

muita técnica – além de perseverança e coragem. Subir

ao topo do everest, por exemplo, a 8.848 metros. Acima dos

8 mil metros, a concentração de oxigênio é apenas um terço da

encontrada no nível do mar. A temperatura dentro da barraca

chega a 20 graus Celsius negativos – e a sensação térmica, a

70 graus negativos. não bastasse, há o risco de avalanches.

eliseu Frechou, montanhista e alpinista, foi o consultor

para a escolha de equipamentos das linhas que se seguem.

dos seus 45 anos, esse paulistano radicado em São bento

do Sapucaí, no interior de São Paulo, dedicou três décadas

a encarar montanhas. em 1989, criou a primeira escola

brasileira de escalada, a Montanhismus. Subir é com ele

mesmo. Ao alto, pois.

Com menos esforços e técnica que o alpinismo, o montanhismo leva a lugares fabulosos

Sobe!

Itatiaia: um bom começo

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27junho 2015 Mit revista

Exagero suíço

Sonho quente

O termo canivete suíço deriva de

Swiss Army Knife – ou faca do exército

suíço. Foi criado pelos soldados ameri-

canos. Não só porque o viram no bornal

dos suíços. Há outras razões. Desde

1909, o objeto traz a bandeira suíça

estampada. Mas o motivo principal do

batismo foi o fato de os americanos

não conseguirem pronunciar o nome

original, offiziersmesser.

A criação do canivete com mais

de uma lâmina deve-se ao suíço

Karl Elsener, em 1896. Um ano

depois, o objeto já tinha seis

ferramentas embutidas. Mais

tarde, Elsener deu ao canivete

a marca Victoria, que seus filhos

transformariam em Victo-

rinox quando passaram a

utilizar aço inoxidável.

Tendo como con-

corrente a Wenger, de

Theodore

Wenger, a

companhia

jamais parou

de incrementar o

seu artigo principal –

mesmo depois de adquirir

a fábrica rival, em

2005. Hoje, o mo-

delo mais apreciado,

o SwissChamp, tem

33 funções. De acordo

com Eliseu Frechou, não

é preciso tanto. “Quase

sempre, um montanhista recorre

ao canivete só para cortar cor-

das”, diz. “O meu tem apenas

duas lâminas e uma tesoura”,

conta, admitindo que também vai bem

um modelo com alicate acoplado. “Mais

do que isso, vira trambolho.”

www.victorinox.com

O primeiro saco de dormir foi

patenteado pelo galês Pryce Jones no

ano de 1876. Tornou-se um sucesso. O

exército russo comprou 60 mil peças,

e o exército britânico também fez co-

piosas encomendas. Já nos primeiros

tempos usavam-se plumas de ganso

como revestimento. De fato, é o melhor

isolante térmico já descoberto. Não se

recomenda, porém, utilizá-lo no Brasil.

“Aqui chove muito e a pluma estraga

quando fica úmida”, explica Frechou.

Reza o bom senso preferir, portanto,

material sintético, tanto para a área

externa quanto interna do sleeping

bag. Alguns deles: Polaguard Delta,

Polar-loft e Thermolite Extreme. Um fa-

bricante de primeiríssima? A The North

Face, americana.

Também é importante escolher um

modelo com formato de sarcófago e

que se adeque ao tamanho do corpo.

Outra dica: jamais compre um saco de

dormir tendo por base a temperatura

extrema indicada pela fabricante. Ho-

mens devem levar em conta a tempera-

tura-limite. Mulheres, a temperatura de

conforto. Isso não é sexismo. Homens

sentem menos frio que mulheres.

www.thenorthface.com.br

Elsener inventou o canivete com mais de uma lâmina. Hoje, o SwissChamp tem 33 funções

Um moderno sleeping bag, da The North Face

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Page 28: MIT Revista 58

28 Mit revista junho 2015

O mundo nos ombros

A gênese das mochilas perde-se nos

tempos. O nome tem origem romana.

Mutilus era palavra para referir-se aos

escravos. Eles tinham os cabelos “mu-

tilados”, cortados bem curtos. Naquela

época, longas madeixas significavam

poder. No País Basco, o vocábulo deri-

vou para motxil, designando os sacos

levados às costas pelos servos, carre-

gando as tralhas dos seus senhores.

Data da década de 1930 o surgimento

da mochila específica para montanhis-

mo. Embora várias marcas disputem a

autoria, ela costuma ser atribuída a uma

fábrica alemã, a Deuter – ainda hoje na

vanguarda do segmento.

As mochilas para montanhismo

dividem-se em três tipos, conforme o

período da jornada. Quem vai e volta no

mesmo dia usa um modelo de ataque

(com capacidade de 12 a 35 litros). Para

um máximo de três dias, as semicar-

gueiras são as indicadas: acomodam

barraca, saco de dormir e fogareiro em

espaço de até 60 litros. Acima dessa

amplitude, as mochilas são cargueiras.

Um bom modelo de ataque é confec-

cionado com cordura, tecido sintético

leve e duradouro; e revestimento duplo

no fundo. Embora resistente à chuva,

vem com uma capa impermeável

acoplada. Para aliviar peso, tem menos

compartimentos. As alças nos ombros

devem ser estreitas

e as barrigueiras, removíveis. Tudo para

não atrapalhar a mobilidade. Embora

não cheguem à altura das Deuter,

há boas marcas nacionais,

com destaque para a

Conquista

e para a Curtlo. www.deuter.com.br

PORTA-MALAS

Ao buscar um exemplo das

dificuldades da língua portuguesa,

o Barão de Itararé encontrou: “Bota

é coisa que se calça, e calça é coisa

que se bota”. Ainda mais complicado

é descobrir o primeiro sujeito a usar

botas. Alguns atribuem o pioneirismo

a Átila, o imperador dos hunos. Bem,

ele pisou com força brutal nos povos

conquistados, ao longo do século 5. Já

as modernas botas de montanhismo

têm um autor: o italiano Vitale Bramani.

Sobrevivente de uma infausta

excursão numa montanha suíça,

em 1935, ele notou: a maioria dos

acidentados usava calçados impróprios

para terreno escorregadio. Assim,

foi buscar a solução na

aderência da ranhura

dos pneus; e contou

com a colaboração de

Leopoldo Pirelli (sim,

o da fábrica de pneus).

Surgia o solado Vibram.

Vitale Bramani (ao centro) é o pai das

botas de montanhismo, como a brasileira Snake

Pés ao alto

O nome é a soma das sílabas iniciais

do nome e do sobrenome de Bramani.

Foi a grande mudança. Ainda hoje,

as melhores botas de montanhismo

utilizam solados Vibram.

De resto, o material ideal para o

corpo da bota continua sendo o couro

natural. “Ele tem mais resistência

à abrasão e respira melhor”, explica

o montanhista Eliseu Frechou, que

aconselha o cano alto, a fim de proteger

o calcanhar de eventuais entorses nas

caminhadas. Ele também recomenda

as botas da marca nacional Snake, de

Londrina. E justifica: “São adequadas

para os trópicos, onde há mais lama do

que rochas lisas”. www.snake.com.brFO

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Page 29: MIT Revista 58

Siga pelo caminho mais seguro: Escolha a blindagem ofi cial da Mitsubishi. Saiba como em www.armura.com.br ou ligue 0800 171715Copyright© 2015. DuPont. Todos os direitos reservados. DuPont™ e DuPont™ Armura® são marcas ou marcas registradas da E.I.

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Page 30: MIT Revista 58

30 Mit revista junho 2015

O maciço das Prateleiras (2.548

metros) não é tão alto quanto o seu

vizinho, o pico das Agulhas Negras

(2.791 metros). Seja como for, lá de cima

oferece um visual tão ou mais aliciante. A

escalada de Prateleiras costuma ser uma

das primeiras jornadas de fôlego de um

praticante de montanhismo. Isso se dá

por várias razões. A começar pelo fato de

ficar dentro de um parque nacional com

razoável estrutura – O Parque Nacional

de Itatiaia, o primeiro do Brasil, inaugu-

rado no ano de 1937 pelo presidente Ge-

túlio Vargas. Além disso, está encravado

entre as duas maiores cidades do país, a

179 quilômetros do Rio de Janeiro e a 274

quilômetros de São Paulo. “Dá para fazer

a subida e voltar em um mesmo dia”, diz

Frechou. De quebra, basta sair do parque

para encontrar hotéis e restaurantes

nas cidades fluminenses de Itatiaia e

Engenheiro Passos. Frechou recomenda

outros pontos bem aquinhoados em

atrações para os iniciantes: a pedra do

Baú (1.950 metros), em São Bento do

Sapucaí (SP), o pico dos Marins (2.420

metros), em Piquete (SP) e o Parque

Nacional da Serra dos Órgãos (RJ).

CINCO dIas Na mONtaNha

Ele está fincado em uma tríplice

fronteira entre Brasil, Guiana e Venezue-

la. Seu acesso se dá por este último país.

Embora jamais tenha saído do mapa dos

montanhistas de primeira linha, só nos

anos mais recentes o monte Roraima

entrou no GPS da massa de ecoturismo.

Não porque seja fácil subir ao topo (2.810

metros). Mas porque os índios venezue-

lanos das redondezas montaram esque-

mas bem azeitados de excursão, em que

funcionam como guias e carregadores.

A jornada leva, no mínimo, cinco dias.

“Não é para iniciantes”, alerta Frechou.

“O trecho realmente íngreme pode ser

cumprido em um único dia. É cansativo.

Para chegar a ele é preciso caminhar

muito e atravessar rios, entre outros

percalços.” Se vale a pena? No alto há

um platô com visão para outros platôs

e cachoeiras. Não por acaso, o escritor

britânico Arthur Conan Doyle baseou-se

no monte Roraima para criar, ainda em

1912, o romance O Mundo Perdido.

depOIs dO frIO, O sOl

Só vai à Tanzânia, na África, quem

sabe que Zanzibar não é verbo, mas o

nome de um espetacular arquipélago do

país, além de ser um de seus dois prin-

cipais chamarizes turísticos. O outro

tem o nome de Kilimanjaro. É a maior

montanha do continente, com 5.892

metros de altitude. Tudo no Kili, como

o tratam na intimidade, impressiona.

O pico africano coleciona três vulcões

inativos. Mais: tem neve eterna no topo,

embora esteja em uma região tropical

e exista quem diga que a coroa branca

pode derreter definitivamente até 2020

em virtude do aquecimento global. Não

bastasse, é a maior montanha livre do

planeta. Isso quer dizer que não faz par-

te de uma cordilheira, como o Everest

ou o Aconcágua. O Kili é único – tam-

bém no sentido estrito da palavra.

Subi-lo não requer tanta técnica quan-

to se alçar aos outros sete maiores picos

do mundo. Ainda assim, só candidatos

com razoável experiência, preparo físico

e paciência alcançam o cume. Há dois

adversários principais. O primeiro é o frio.

A temperatura no alto chega a 20 graus

negativos. Outra dificuldade são as bai-

xas taxas de oxigênio na atmosfera. Elas

desabam a 50% daquela encontrada

no nível do mar. Sem aclimatação, nada

feito. Isso quer dizer que o montanhista

deve, no jargão, “carregar alto e dormir

baixo”. Em outras palavras, precisa subir

com carga até determinada altitude e

voltar para passar a noite em altitude

mais baixa. Uma excursão bem planejada

exige um mínimo de seis dias, incluindo a

descida. Na volta, o prêmio: comemorar

nas praias ensolaradas de Zanzibar.

primeiros passos

O monte roraima, na fronteira

com a Venezuela: muito atraente

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Page 31: MIT Revista 58

Sem título-1 1 19/02/15 14:47

Page 32: MIT Revista 58

32 Mit revista junho 2015

clássicos lugares e objetos que nasceram para ser eternos

por fernando paiva

poucos bares podem se gabar

de haver inventado um drinque

consumido em todo o planeta.

Da mesma maneira, são raros

os restaurantes que criaram um prato

apreciado mundialmente. mas é o que

acontece com o Harry’s bar. Desde que

abriu, em 1931, ele funciona num sólido

edifício de pedra calcária, no número

1323 da calle Vallaresso, em Veneza, itália.

a menos de 100 metros da basílica de

são marcos, não se trata apenas da casa

de onde saíram o bellini e o carpaccio.

com exíguos 4,5 por 9 metros no térreo, o

Harry’s é o maior bar do mundo.

o bellini leva uma parte de polpa de

pêssego branco e três de prosecco di

conegliano. Foi inventado nos anos 1930

e batizado em 1948. Dois anos depois,

para agradar a uma condessa que não

podia comer carne processada, criou-se

o carpaccio – contrafilé fresco, jamais

congelado, cortado em lâminas e tempe-

rado com maionese, suco de limão, molho

Worcestershire, pimenta-branca moída e

sal. o autor das obras-primas: giuseppe

cipriani (1900-1980), sócio-fundador e

barman de mão cheia, que homenageou

dois mestres da pintura veneziana – gio-

vanni bellini e Vittore carpaccio. Harry?

ora, era Harry pickering, jovem bebum

americano que emprestou 40 mil liras a

cipriani para que este realizasse o sonho

de ter um bar.

e que bar! tornou-se de imediato um

sucesso graças à simpatia de cipriani e

aos detalhes que lá permanecem há 74

anos: balcão acolhedor logo à entrada,

poltronas de braço, redondas e aconche-

gantes, forradas de couro, mesas baixas

cobertas por toalhas de linho amarelo-

-claro ou branco-marfim, iluminação

suave, uma experiente brigada com mais

de duas décadas de casa – e pratos e

drinques clássicos como a vista para

ele fica em Veneza, tem tanta história quanto a própria cidade e atende pelo nome de Harry’s

o maior bar do mundog

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Page 33: MIT Revista 58

33junho 2015 Mit revista

o Grand Canal. No passado, o Harry’s

se celebrizou graças a frequentadores

como o pintor Georges Braque, o escritor

Truman Capote, o casal Maria Callas-

-Aristóteles Onassis, a colecionadora

de arte e mecenas Peggy Guggenheim

e o cineasta Orson Welles – que, mal se

instalava, já dizimava quatro porções de

sanduíches de camarão e duas garrafas

de Dom Pérignon, apenas para começar

os trabalhos. A aura de ponto de encontro

dos rich & famous se mantém, principal-

mente durante o Festival do Cinema de

Veneza, quando você pode encontrar ali

Nicole Kidman, Martin Scorsese, Helen

Hunt e Woody Allen.

Agora, quem imortalizou mesmo o

lugar foi Ernest Hemingway (1899-1961).

No implacável inverno de 1949-50, ao

revisar em Veneza as provas de seu

romance Do Outro Lado do Rio, Entre

as Árvores, o futuro prêmio Nobel de

literatura menciona o bar como cenário

das lembranças do atormentado coronel

Richard Cantwell. Um cinquentão às vol-

tas com uma garota de 18 anos, o militar

retorna ao norte da Itália após a Segun-

da Guerra Mundial (1939-45), dividido

entre o amor e a morte. Quem acha que

é autobiografia ganha um Bellini. Dois

toques: o lugar é caro e, à noite, invadido

por turistas, em sua maioria americanos.

Portanto, vá para o almoço. E peça uma

mesa no térreo. Os habitués dizem que

o primeiro andar, aberto em 1960, não

conta. www.harrysbarvenezia.com

Pequeno, sim. Mas repleto de histórias, incluindo as de Ernest Hemingway

Duas imortais criações do Harry’s: o Bellini (na foto, preparado pelo barman Ruggero Caumo) e o carpaccio

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Page 34: MIT Revista 58

34 Mit revista junho 2015

painel objetos do desejo com alta tecnologia

por AlessAndrA lAriu, de Nova York

cinco gadgets para tornar sua vida mais fácil

Vamos ser práticos

n 1. FAlA que eu trAduzoo sigmo, aparelhinho que cabe na palma da mão, sabe 25 línguas. Você fala no idioma que quiser e ele traduz imediatamente no idioma que você desejar. www.sigmo-translator.com

n 2. 3d nA pAlmA dA mãoesses óculos da Zeiss transformam o smartphone em um cinema pessoal em 3d. exibido no aplicativo da Zeiss Vr, o filme é convertido em tela dupla e as lentes fazem a mágica. www.zeiss.com

n 3. escândAlo se alguém se atrever a abrir a porta do seu quarto ou de onde quer que você pendurar o belle Hop, um barulho capaz de acordar a vizinhança inteira soará para espantar o intruso.

n 4. ordem e progressocâmeras, celulares, fios, carteiras, cabos, canetas, batons, chaves... tire tudo da bolsa e coloque no gridit, placa hi-tech com elásticos que vai organizar sua vida. www.grid-it.eu

n 5. isto é umA máquinA de lAvAraberto, o scrubba mede 54 por 54 centímetros. dobrado, fica do tamanho de um livro de bolso. o mais bacana: ele lava até dois pares de meia, dois calções e duas camisetas em poucos minutos. basta enchê-lo de ar, adicionar água, sabão líquido, e esfregar. companheiro ideal para viagens. www.thescrubba.com

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Page 35: MIT Revista 58

as boas-novas da marca dos três diamantes pelo mundo

em 1999, quando a mitsubishi electric começou a vender ra-

dares oceanográficos, eles serviam para monitorar as correntes

oceânicas. após o grande terremoto na costa leste do Japão

em março de 2011, porém, percebeu-se que os radares haviam

detectado com sucesso os devastadores tsunamis. Foi quando

a empresa resolveu concentrar esforços para aprimorar a coleta

de dados feita pelos radares. no começo deste ano, conquis-

tou-se finalmente um grande avanço. uma nova tecnologia

melhorou de maneira substancial a detecção e a previsibilidade

dos tsunamis. com extrema precisão, ela permite acompanhar,

em tempo real, o tamanho, a velocidade e a direção das ondas

gigantes. assim, a mitsubishi electric pretende antecipar os aler-

tas, dando mais tempo para que as pessoas sigam os procedi-

mentos de evacuação e ajudando a salvar vidas.

mitsubisHi electric

mundo mitsubisHipor junior bellé

caça-tsunamis

Quando é preciso ser rápidoum detector de tsunamis em tempo real, a câmera mais veloz do mundo, a busca pelo 5G e a transmissão wi-fi de energia. conheça as novidades do grupo mitsubishi nos quatro cantos do planeta

35junho 2015 Mit revista

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Page 36: MIT Revista 58

mundo mitsubishi

Ela é a rainha do gatilho. tem o mais rápido disparo contí-

nuo do mundo. Assim é a recém-lançada nikon 1 J5,

a câmera digital mais veloz do mercado. Capaz de

capturar até 60 quadros por segundo sequencial-

mente, a J5 é uma dsLR, câmera digital reflex que

permite a mudança de lentes. Ela faz impressio-

nantes imagens de 20,8 megapixels de resolução

e vídeos em Full hd 1080/60p – ou seja, filma

em 4K. Passar os arquivos para o computador ou

enviá-los para uma nuvem também é simples: a J5

já vem com conexão wi-fi. E, para usuários de Android,

oferece a tecnologia nFC (near Field Communication).

niKon

mitsubishi ELECtRiC CoRPoRAtion

Que venha o 5GEnquanto o 4G ainda galga sua popularização no mundo, a

mitsubishi Electric Corporation já avança no sonhado território

do 5G. A companhia se valeu de uma tecnologia já com amplo

uso comercial em outros sistemas, particularmente em satéli-

tes, e a adaptou para estações de transmissão 5G. o protótipo

da antena equipada com o sistema APPA (Active Phased Array

Antenna) foi testado com sucesso em abril, numa parceria

com a nokia, no brooklyn 5G summit, em nova York, Estados

unidos. o 5G aumentará bastante a velocidade e a capacidade

de tráfego de dados de nossos mobiles.

o click mais veloz do mundo

36 Mit revista junho 2015

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Page 37: MIT Revista 58

Uma tela não que não se quebra

ASAHI GLASS

Microscópio maiúsculoHá cinco anos, a Nikon desenvolveu o microscópio N-

-Storm e revolucionou o setor com imagens dez vezes maio-

res do que a óptica convencional conseguia alcançar.

O N-Storm vinha responder a uma demanda urgente

da medicina e da química por aparelhagem mais

precisa e potente. No último mês de abril,

a Nikon deu outro passo importante no universo

da microscopia. A empresa lançou o N-Storm

4.0, o primeiro a fazer imagens com super-reso-

lução – especificamente 20 nm de resolução – de

fenômenos em células vivas. Isso sem contar que

ele é dez vezes mais rápido que seu antecessor.

NIKON

Celulares, tablets e alguns computadores trabalham com

telas touchscreen feitas de vidro e plástico. Pensando nisso,

a Asahi Glass, companhia do grupo Mitsubishi, desenvolveu a

linha Dragontrail, um grande salto em termos de resistência a

riscos e impactos. A tela aguenta pressões de mais de 16 quilo-

gramas. A produção da Asahi Glass é ambientalmente correta,

pois o Dragontail é feito sem chumbo, arsênio ou antimônio.

Aliás, você pode estar usando o Dragontail neste exato momen-

to: ele já está nas telas de celulares como o Sony Xperia Z, Z1, Z2

e Z3, o Samsung Galaxy Nexus e muitos outros modelos.

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37junho 2015 Mit revista

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Page 38: MIT Revista 58

mundo mitsubishi

Vento digital

mitsubishi hEAVY industRiEs

A mitsubishi heavy industries acaba de fazer o teste em

solo de sua mais nova turbina de vento para produção de

energia eólica. o evento aconteceu no centro de testes de

hunterston, Reino unido. trata-se da primeira turbina em larga

escala equipada com transmissão hidráulica digital. ou seja:

seus sistemas de transmissão de energia são feitos por meio

do chamado digital displacement – marca registrada da mhi

–, capaz de substituir os sistemas tradicionais e mecânicos

por outro computadorizado. Com o sucesso do teste, a mhi

pretende construir uma segunda turbina ainda em 2015. desta

vez numa plataforma flutuante no parque eólico a ser implan-

tado ao largo da província de Fukushima, no Japão.

Energia sem fio Já imaginou um mundo sem cabos, em que a eletricidade

fosse transmitida pelo ar, como num sistema wi-fi? Esse é o

futuro que a mitsubishi heavy industries (mhi) está mirando.

um passo importante aconteceu em março, no centro de testes

da mhi no Japão, conhecido como Kobe shipyard & machinery

Works. Ali, micro-ondas transmitiram 10 kilowatts a uma distân-

cia de 10 metros, fazendo um pequeno painel de LEd acender.

Foi o sinal verde para a mhi seguir um ousado projeto de energia

renovável, que envolve a construção de um satélite geoestacio-

nário, 36 mil quilômetros acima da superfície da terra, com um

painel solar cuja energia acumulada será enviada via wireless.

mitsubishi hEAVY industRiEs

38 Mit revista junho 2015

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Page 39: MIT Revista 58
Page 40: MIT Revista 58

40 Mit revista junho 2015

combustível bebidas para abastecer a alma

por marcello borges

produzido exclusivamente na

região que lhe empresta o

nome, no oeste da França,

o conhaque é um destilado

de vinho branco que passa duas vezes

pelo alambique e depois vai descansar,

envelhecer e ganhar cor e aromas

sutis em barris de carvalho das

florestas de limousin ou tronçais.

documentado desde o século

16, tem na inglaterra, na china e

nos estados unidos seus maiores

mercados. com preços que vão

de r$ 195 (um rémy martin, por

exemplo) a r$ 10 mil (um louis

Xiii da mesma rémy) ou mais,

sua complexidade, sua sutileza

– e seu preço – são tão maiores

quanto mais envelhecidos.

tem teor alcoólico de 40%.

deve ser bebido em taças

tulipa, e não em balões,

como erroneamente se

convencionou – esse tipo

de taça libera vapores

etílicos em excesso e

prejudica a degustação.

selecionamos três

conhaques para beber

no inverno, puros

ou na companhia

de queijos como

roquefort, brie ou o

raro mimolette.

o rémy martin

(1) não chega a ser

“de entrada”, como

se diz no jargão

enogastronômico, mas

representa bem o tipo

vsop (very special

old pale), com uma

comme il fautenvelhecidos em barris de carvalho francês, os conhaques saem do armário no inverno

1

mistura de bebidas de cinco anos de

barril, no mínimo. ao nariz é frutado,

com aromas de laranja, figo, baunilha

e cravo. tem corpo médio, com final

médio-longo. (r$ 195)

subindo um pouco na escala de

envelhecimento e ganhando mais

atrativos, temos os Xo (extra

old), como o courvoisier Xo (2),

produzido com bebidas de 20 a

35 anos. a marca ficou famosa

por fazer os conhaques prediletos

do imperador Napoleão, cujo

desenho aparece nos rótulos da

casa. É bem aromático, com toque

floral, de laranja e de cacau. Na

boca, lembra creme brûlée, e tem um

final longo. (r$ 675)

chegando aos conhaques haute

de gamme, encontramos o Hennessy

Paradis extra (3). seu nome vem do

lugar onde são guardados os garrafões

de conhaques com 50 anos ou mais,

usados nos cortes mais finos das casas

produtoras. É um hors d’age, o que signi-

fica que tem no seu blend bebidas de 30

a 50 anos, em média – além de algumas

destiladas em 1880. ao nariz, pimenta,

especiarias, frutas e rosas. No final,

notas de mel e trufas. (r$ 3.620).

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Preços no Rei dos Whiskys & Vinhos, em São Paulo.

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Job: 21812-030 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFCS-21812-030-Mitsubishi-AnRv-PajeroDakar-OneMillionViews-416X275_pag001.pdfRegistro: 168678 -- Data: 17:07:49 28/05/2015

Page 43: MIT Revista 58

Job: 21812-030 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFCS-21812-030-Mitsubishi-AnRv-PajeroDakar-OneMillionViews-416X275_pag001.pdfRegistro: 168678 -- Data: 17:07:49 28/05/2015

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44 Mit revista junho 2015

André SturmGaúcho radicado em São Paulo, ele mudou a vida cultural da cidade. E não tira férias há 30 anos

quAl o SEu mundo PESSoAS quE fAzEm A difErEnçA

Por Juliana amato rEtrAto leticia godoy

Prestes a completar 49 anos, ele foi responsável por

elevar de 60 mil para 600 mil o público anual do

museu da imagem e do Som (miS). também liderou

a reabertura do cinema Belas Artes, tradicional ponto

de encontro cultural paulistano. mesmo com todo esse barulho,

André Sturm é discreto. nascido em Porto Alegre (rS), mudou-

-se para São Paulo aos 5 anos e foi morar perto do aeroporto de

Congonhas. descobriu sua paixão pelo cinema aos 17 anos, no

curso de administração de empresas na fundação Getulio Var-

gas, onde se encantou com o cineclube da faculdade. foi um pulo

até assumir a programação da sala e passar a garimpar filmes

raros em distribuidoras. também não tardou para se tornar pro-

gramador da Cinemateca Brasileira e escrever o roteiro de Arre-

pio, seu primeiro curta-metragem. Em 1989, durante o festival de

Berlim, adquiriu os direitos de distribuição de quatro filmes, entre

eles Vozes Distantes, de terence davies. o sucesso o ajudou a

criar a Pandora, produtora que lançou no Brasil diretores como

o grego theo Angelopoulos e o polonês Krzysztof Kieslowski.

Como cineasta, foi eleito melhor diretor em Gramado com Do-

mingo no Campo, de 1994. Quem Você Mais Deseja, de 2008, foi

o melhor filme no festival internacional de Curtas-metragens de

São Paulo. Conheça um pouco do mundo de André Sturm.

o que torna um filme ou uma

exposição inesquecível?

A emoção. o que não quer dizer

chorar ou rir. Boa parte das exposições

do miS teve esse resultado positivo

por causa das experiências sensoriais.

uma coisa meramente intelectual

não funciona. Acho que meu desafio

é tentar fazer atividades das quais

as pessoas gostem, mas antes disso

procuro o que eu gosto. dessa forma

as pessoas acabam se surpreendendo

também. desde o primeiro fim de se-

mana da exposição do Castelo rá-tim-

-Bum, a fila estava enorme. fomos pe-

gos de surpresa. o sol estava forte. Até

que ouvi uma mulher perguntar para

um ambulante o preço do refrigerante.

Custava 8 reais – o cara se aproveitou

da situação. Por isso, resolvemos ta-

belar os preços para os visitantes não

serem explorados. A minha preocupa-

ção chega até esse ponto.

a arte pode transformar o mundo?

não acredito nisso. mas o trabalho

cultural, este sim, é capaz de mudar a

vida das pessoas.

a que você atribui a boa aceitação

das suas ideias?

A busca por ideias diferentes.

ofereço as coisas de um jeito diferente.

Sempre quero trazer o mais difícil, o mais

bacana. toda segunda passo duas horas

quebrando a cabeça para pensar em coi-

sas novas e em como oferecê-las de for-

ma interessante. tenho grande interesse

em tentar perceber o que as pessoas

ainda não sabem que querem ver.

entender a arte nos dias de hoje é

um processo complicado?

Parte da arte contemporânea é mais

complexa e requer um nível intelectual

para ser fruída. mas não cabe a quem

cuida da programação a tentativa de

entender a quem a arte se destina. não

dá para ter a petulância de achar que

será legal para todo mundo se o paladar

não está preparado. não dá pra tocar

Schönberg para crianças. mozart é mais

palatável. É preciso saber dosar e mis-

turar coisas diferentes e que estimulem,

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Page 45: MIT Revista 58

45junho 2015 Mit revista

para aproximar o público de mundos

diferentes.

Prefere o pop ou erudito?

Gosto dos dois.

O que você costuma ouvir?

Tenho uma coleção enorme de CDs

e DVDs. Tenho ouvido muito Leonard

Cohen, Bob Dylan e Deep Purple.

E seus filmes preferidos?

Difícil de escolher, mas eu citaria

Quanto Mais Quente Melhor, Apocalypse

Now e A Última Gargalhada.

Contra ou a favor das selfies?

No primeiro dia da exposição do Ku-

brick, vi que era proibido fotografar. No

dia seguinte, chamei a equipe e cancelei

a proibição. Ver as fotos de uma exposi-

ção acaba dando mais vontade de ir. E o

sucesso se deve muito a isso. É a mesma

coisa dizer que não vai ao estádio porque

o jogo de futebol passa na TV.

Salas de cinema estão morrendo?

Os cinemas de rua têm dificuldade

para se manter justamente por estarem

na rua. O entorno decai e as pessoas pa-

ram de ir. Quem é que vai ao cinema na

avenida São João [centro de São Paulo]

hoje em dia? Quando a área valoriza, a

especulação imobiliária toma conta e

eles não têm como competir.

Tem algum sonho?

Fazer um filme para ser selecionado

no Festival de Cannes. Já tenho o roteiro

pronto. Mas no momento não dá para

tocar, pois precisaria me afastar por no

mínimo dois meses.

O que diferencia as exposições do

MIS?

Muitos não sabem que o que viram

aqui em São Paulo só viram aqui em São

Paulo. Na exposição do Stanley Kubrick,

as cenografias – como o corredor do

O Iluminado, a sala do 2001, a sala com

inclinações e neon do Laranja Mecânica

– foram criações nossas em parceria

com um arquiteto. Tudo para colocar as

pessoas dentro dos filmes.

Qual o seu mundo?

Sou bem mais urbano. Tem gente

que parte em busca de suas raízes. Eu

gosto é de ver os meus alicerces.

n 1. fIlME ”Senhor das Moscas, dirigido por Harry Hook, é uma adaptação brilhante do livro de William Golding, que ganhou o prêmio Nobel de literatura pela obra.” n 2. lIvrO ”Cemitério de Praga, do Umberto Eco, foi um que marcou muito.” n 3. PrOgraMa “Definitivamente o MIS é o meu programa ideal em São Paulo, mas não descarto outros eventos culturais em cartaz.” n 4. ObjETO ”O meu preferido é uma bola de futebol, paixão que divido com a turma com quem jogo no Paulistano.” n 5. MúSICa “Ouço muita. Então, um aparelho de som é meu brinquedo favorito. Tenho uma coleção enorme de CDs e DVDs.” n 6. vIagEM “Adoraria conhecer Bora-Bora, na Polinésia Francesa, mas, como não tiro férias há 30 anos, não sei bem quando isso vai acontecer.”

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Vidros blindados com composto especial

anti-estilhaçamento, garantia de 10 anos

contra delaminação e SteelGlass, que

dispensa o uso de overlap.

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Vidros blindados com composto especial

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contra delaminação e SteelGlass, que

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48 Mit revista junho 2015

Com “um tom que beira o caipira”, os irmãos Humberto e Fernando Campana deixaram Brotas e hoje estão entre os designers mais cultuados do mundo

mundo uRBAno capa

por mara gamafotos fernando laszlo

The

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49junho 2015 Mit revista

Humberto e Fernando: do interior paulista para os grandes museus

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Page 50: MIT Revista 58

Humberto queria ser índio. Pé no chão.

Fernando, astronauta. Mundo da

Lua. Nasceram em Brotas, no inte-

rior de São Paulo, para onde os avós,

italianos, imigraram para trabalhar

na lavoura de café. O pai trabalhou

como engenheiro agrônomo. A mãe,

professora primária. Na infância, di-

vidiam o dia entre brincadeiras no quintal e o cinema. “A cida-

de tinha uma sala com uma programação incrível, era a nossa

janela para o mundo”, conta Fernando, hoje com 54 anos. “Tí-

nhamos uma vida híbrida entre a natureza e a cultura”, lembra-

-se Humberto, que está com 62 anos. Nos anos 1970, foram

para São Paulo. Humberto entrou em direito na USP, no largo

São Francisco. Foi morar em um pequeno apartamento perto

da Biblioteca Mário de Andrade, no Centro. Fernando fez parte

da primeira turma da faculdade de arquitetura da Belas Artes.

Morou em cima do cine Bijou, onde a janela para o mundo

abriu-se ainda mais – o cinema, vizinho do colégio Equipe e

dos teatros Arena e Oficina, era célebre por exibir filmes de

arte e pela frequência de intelectuais.

Formado, Humberto não demorou a largar o emprego em

um escritório de advocacia e se mandar para Itabuna, a 426

quilômetros de Salvador, no sul da Bahia. Havia decidido ser

artista e foi trabalhar numa cooperativa de cacau fazendo ar-

tesanato de conchas e mosaicos. Ficou nessa por dois anos.

Já Fernando foi fazer curso de monitores para a Bienal Inter-

nacional de Artes de São Paulo de 1983. Ajudou na instalação

do francês Daniel Buren e conheceu artistas como Keith He-

ring, Anish Kapoor, Sandro Chia e Tony Cragg. Isso abriu seus

os olhos para a arte internacional. Quando Humberto voltou

da Bahia, queria fazer esculturas. Os interesses artísticos

dos dois começaram a coincidir. Passaram a trabalhar juntos

numa oficina na rua Peixoto Gomide, perto do Museu de Arte

de São Paulo (Masp).

E veio o dia em que Humberto resolveu fazer uma cadeira

inspirado num desenho de espiral que lhe aparecera num so-

nho. Uma placa de metal recortada fez as vezes do encosto de

uma cadeira e a espiral recortada virou o encos-

to da outra. Nasciam ali as Desconfortáveis,

a gênese do trabalho dos irmãos Campa-

na. Expostas na galeria Nucleon, em 1989,

elas deram o que falar. Pronto. Meio

sem querer, Fernando e Humberto

haviam virado designers.

Corte para 2015

Humberto está no po-

rão da Lasvit, na República

Tcheca. Enquanto acompa-

nha os últimos detalhes da

produção das novas

luminárias coloridas

Candy, ele se depara

com moldes de ma-

deira antigos para a

produção de vidro.

Eles estão cobertos

de fungos. Imediata-

mente a forma original

e fortuita lhe desperta

a vontade de criar um

novo objeto. Em meia hora, m o -

biliza a jovem equipe de técnicos para

produzir o primeiro exemplar do que viria a

ser a linha Fungo: um candelabro de madeira

com gotas de vidro soprado que parecem ger-

minar espontaneamente da madeira. “Nosso

trabalho sempre foi inspirado pela natureza”,

diz Humberto. “Nós quisemos misturar isso

com a tradição da Lasvit para fundir suas

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50 Mit RevistA junho 2015

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51junho 2015 Mit revista

A cadeira Favela, a thousand Eyes e a

cadeira Vermelha. Acima, o lustre

Ring Chandelier

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Page 52: MIT Revista 58

mundo uRBAno capa

técnicas com materiais naturais.” A cena dá uma mos-

tra sobre o modo de fazer dos irmãos Campana, a dupla

de designers brasileiros de maior prestígio

global. Revela ainda as experimentações

e posição de liberdade criativa conquista-

da – mesmo se a produção for para

marcas tradicionais. “Somos

a alta costura para algu-

mas empresas, a alfaiata-

ria”, define Fernando. Esse

tipo de trabalho personali-

zado e com acabamento re-

quintado pode ser visto também em

duas outras produções recentes da dupla

para empresas estrangeiras: o projeto Co-

coon, da Louis Vuitton, e a poltrona Thousand

Eyes, da Fendi. O Cocoon é um assento móvel e estofado

de pendurar, para ambiente externo ou interno. Foi moldado em

resina, em formato de ovo recortado, e encapado com couro.

A peça é parte de uma série inspirada em viagens, a Objetos

Nômades, com utensílios elaborados para celebrar o que a

Vuitton chama de “encontro entre o savoir-faire e o design”. Eles

são confeccionados com materiais nobres e produzidos em

edições limitadas. A coleção remete ao departamento de Pedi-

dos Especiais da Louis Vuitton, um laboratório criativo de onde

saíram invenções como a cama-baú (1880) e

o baú-biblioteca (1923).

Para a Fendi, com lançamento no Sa-

lão de Milão de abril deste ano, os Cam-

pana criaram a poltrona Thousand Eyes

(Mil Olhos) usando os chaveiros que os

artesãos da Fendi produzem em pelú-

cia com imagens de olhos estilizados.

A poltrona faz referência à cadeira

Banquete, um dos maiores sucessos

da dupla. O toque de luxo vem do bron-

ze-dourado usado na estrutura da peça. Mas o

acabamento artesanal de artigos de luxo não

fica só no mobiliário. A série de luminárias Can-

dy, da já citada Lasvit, foi toda produzida em

vidro soprado e metal e inclui os lustres Sphe-

re e Anel e Lollipop, um candeeiro de mesa.

“O brilho do vidro e o aspecto visual das

linhas coloridas fazem com que você

imagine a peça como um doce, da-

queles coloridos que se vendem nos

mercados populares no Brasil, daí o nome Candy”,

diz Humberto. “Eles buscavam novas técnicas e nós,

vindos de um país com pouca tradição no

vidro, demos uma visão nova e fresca

para o projeto”, diz Fernando.

preço justo

No Brasil, grandes

projetos esquentam o

ano de 2015, mostrando

a versatilidade dos Cam-

pana: a produção limitada,

construída artesanalmente, de

forma lenta e com referências culturais

fortíssimas, na coleção de peças Cangaço,

para a Firma Casa, e a série Estrela, primeiro

projeto industrial de mobiliário dos Campana no país.

A coleção Cangaço surgiu da pesquisa da dupla sobre manu-

faturas originais de comunidades de artesãos. Por meio da

Artesol, instituição que mapeia o artesanato de tradição para

preservar o patrimônio cultural do Brasil, os designers conhe-

ceram o talento e a originalidade de Espedito Seleiro, criador

de roupas, bolsas, calçados e chapéus e dono de um estilo

marcante. “Queremos valorizar o fazer, o improviso brasilei-

ro e resgatar processos que estão morrendo”, diz Humberto.

“Por isso, investimos em trocas com artistas e comunidades.”

O interesse por conhecer e registrar processos manu-

ais dominados por pequenos núcleos de artesãos no Brasil

segue no centro das atenções. A dupla estuda um modo de

preservar o capim dourado, com ajuda do Banco Mundial, no

Jalapão, em Tocantins. Em breve, os irmãos devem partir para

conhecer a fundo o artesanato têxtil do estado de Sergipe.

Na série Estrela, o encontro com uma empresa jovem e com

disposição de investir em produção nacional – a A Lot of Bra-

sil – foi uma ótima surpresa. “Chegamos a um bom produto,

industrializado, bonito e com preço justo”, acredita Humberto.

Questionado sobre o conforto da série, feita em ferro, Fernan-

do analisa: “Talvez o irregular das formas cause desconforto

visual, mas fizemos muitos testes para atestar seu conforto”.

Será que o peso de um estilo já tão marcante no cenário

do design chega a cercear a liberdade de criação? “O jogo de

não se repetir é prazeroso”, diz Fernando. “Quando alguém es-

pera que a gente siga para um lado, a gente já está no outro.

Mas não estamos fugindo de nada. Gostamos de manter a

mente em permanente exercício. A invenção não vem pronta,

ela é um processo”, avalia. É em um galpão alugado na região

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Peças admiráveis: abajur Lollipop, lustre Fungo e cadeira Estrela

53junho 2015 Mit revista

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54 Mit revista junho 2015

mundo uRBAno capa

da Barra Funda, centro de São Paulo, que os

irmãos mantêm a sua usina criativa desde

1983. Adaptado para abrigar pequenas salas

de reunião e escritórios, o espaço é um mis-

to de laboratório, ateliê de costura, fábrica

de estofados e oficina de marcenaria, com

soldas, ferramentas, couros e ferros retorci-

dos, onde trabalha uma equipe afinada. De lá

saem protótipos e testes de materiais e tra-

mas que compõem suas coleções, vendidas em vários países,

com materiais nobres misturados com produtos baratos –

mármores com arames, ralos com cerâmicas, cordas, reta-

lhos, espelhos, vime, pano...

O trabalho da dupla começou a aparecer em 1989, com

a exposição de cadeiras batizadas de Desconfortáveis, já

indicando o caráter provocativo e nada utilitário do

design dos irmãos. Em 1990, uma mostra no

MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova

York) deu a largada para o reconhecimen-

to internacional, que hoje se consolida em

parcerias com marcas como Edra, Alessi,

Baccarat, Nodus, Magis, Moleskine e Veni-

ni, entre outras. Uma importante parceria

com a Melissa produziu sandálias e bolsas

com as varetas que os irmãos já haviam

usado em mesas, estante e utensílios. Nos

últimos anos, esculturas, cerâmicas, instala-

ções, cenografia, design de interiores e paisagismo

ficaram mais frequentes no portfólio. Os Campana

assinam o café do Theatro Municipal de São Paulo e o

Café Campana, no Museu D’Orsay, em Paris, além de

interiores de hotéis como o New Hotel, na Grécia, e

Iniala Beach House, em Phuket, na Tailândia. Os

Campana também conquistaram lugar cati-

vo nas coleções permanentes de museus

como o Georges Pompidou e o Museu de

Artes Decorativas, em Paris; o MoMA,

em Nova York; o Museu Vitra, em Weil am

Rhein, na Alemanha; e o Museu de Arte

Moderna, em São Paulo.

prêmios e mais prêmios

Para a estudiosa e professora de de-

sign Ethel Leon “a pesquisa formal dos

Campana remete ao universo duscham-

peano”. Para ela, desde quando apa-

receram, eles vêm “questionando as

fronteiras do design e da intervenção

artística, ao acentuar o caráter simbóli-

co de seus objetos”, conforme escreve no

livro Design Brasileiro - Quem fez, Quem Faz. O

papel de destaque no design contemporâneo

vem sendo reconhecido em diversos prê-

mios, como o de Designer do Ano na Design

Miami (2008), o Maison & Objet, na França

(2012) e a seleção do comitê Colbert Prize,

também na França. Os Campana receberam

a Ordem de Artes e Letras do Ministério da Cul-

tura na França e a Ordem de Mérito Cultural em

Brasília. Listados pela revista Forbes no top 100

das personalidades mais influentes no Brasil em

2013, foram selecionados pela revista Wallpaper

para o top 100 do design no planeta em 2014.

Maria Cecília Loschiavo dos Santos, filósofa

e professora da Faculdade de Arquitetura e Ur-

banismo da USP, afirma em Móvel Moderno no

Brasil que os materiais têm “destacada prece-

dência no processo criativo” dos Campana e são

parte decisiva da “crítica contundente por eles empreendida

ao funcionalismo do móvel”. “A dimensão simbólica da obra dos

Campana vem do uso de recursos e conceitos com

grande apelo midiático, quase como fetiches exóti-

cos, a citação direta ou o mimetismo de elementos

presentes na cultura brasileira. Esteticamente,

essas obras apresentam um duplo estatuto:

no design e na arte”, observa Maria Cecília.

Fernando concorda e frisa que, apesar de

terem saído da cidade de Brotas, Brotas

não saiu deles: “Nós chegamos à sofis-

ticação máxima de peitar o mainstream,

mas temos um tom que beira o caipira”.

poltrona, cadeira e armário da

série cangaço

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56 Mit revista junho 2015

mundo uRBAno gastronomia

por gabriella bonatelli ILUSTrAÇÃo fernanda guedes

Cozinha com identidade e excelente oferta de bebidas marcam os gastropubs, protagonistas estrelados

da cena gastronômica na cidade

nYE

m uma esquina no coração do West Village, a poucas quadras

do rio Hudson, um salão acolhedor abriga mesas pequenas e

próximas, ao lado de um extenso balcão. No andar de cima, o

clima é mais intimista e aconchegante – ideal para um encontro

a dois. os lugares são disputados por um público eclético. Não

há dress code. Nem se exigem maiores refinamentos. A dose ca-

prichada de apuro na execução dos pratos, no entanto, garante

ao lugar, há sete anos, uma estrela no Guia Michelin de Nova

York. Não se trata de um bistrô ou de restaurante descolado cheio de vanguardices,

daqueles definidos como trendy, mas de um lugar que oferece comida substanciosa.

o nome: The Spotted pig. Aberto em 2004, ele marcou o início de um novo capítulo

na cena gastronômica de Nova York: o movimento gastropub. o termo, resultado da

união das palavras “gastro”, de gastronomy, e “pub”, de public house, foi cunhado em

1991 pelo crítico britânico Charles Campion, em uma resenha sobre o The Eagle, pub

fundado naquele ano em Londres por David Eyre e Mike Belden. Sem saber que estava

criando um conceito, a dupla investiu em pratos clássicos ingleses com inspiração me-

diterrânea. Tudo preparado na hora, com ingredientes de qualidade, em uma cozinha

minúscula e aberta, localizada atrás do balcão.

Até então, uma clara barreira dividia restaurantes e pubs ingleses. A chamada pub

grub, comida básica e gordurosa servida nesses estabelecimentos, era tão ruim que o

novo termo acabou se tornando útil para distinguir os lugares que se esforçavam para

oferecer pratos elaborados por um staff profissional, a preços acessíveis. A fórmula

pegou, e vários gastropubs começaram a surgir, revigorando a cultura gastronômica

britânica: muitos viraram sucesso instantâneo ao dar oportunidade para jovens chefs,

ávidos por mostrar seu talento.

Comer & beber em

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57junho 2015 Mit revista

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58 Mit revista junho 2015

Foi o que aconteceu com April Bloomfield, chef inglesa natu-

ral de Birmingham. Ela trabalhou em várias cozinhas na Irlanda

do Norte e em Londres, até cruzar o Atlântico em 2003, passar

pela Califórnia e fincar bandeira em Manhattan ao inaugurar

seu Spotted Pig (314 West 11th Street, tel. 212 620-0393, thes-

pottedpig.com), pub que inaugurou o conceito em Nova York. A

novidade apresentou um revival de clássicos esquecidos, agora

preparados com ingredientes sazonais, e estabeleceu uma exci-

tante diversidade de bebidas: em vez de oferecer um ou dois ti-

pos de vinho e uma seleção modesta de cervejas, os gastropubs

passaram a estimular o conhecimento e o consumo de cervejas

artesanais e vinhos bem selecionados. Hoje, passada uma dé-

cada, a chef britânica, conhecida pelo perfeccionismo, consa-

grou-se como uma das melhores dos Estados Unidos, e os gas-

tropubs proliferaram pela cidade com sua abordagem high-low,

tremendamente atraente.

Muitas vezes, eles seguem o conceito farm-to-table – da fa-

zenda à mesa, ao pé da letra –, reduzindo os intermediários en-

tre fornecedor e consumidor. Isso significa que os ingredientes

utilizados vêm, em geral, dos melhores produtores, açouguei-

ros, padeiros e queijeiros da região. O foco é a essência do sabor

e para isso não se medem pudores na utilização competente

e equilibrada de condimentos. “As pessoas vão aos gastropubs

por causa da atmosfera aconchegante e da comida, ótima para

ser apreciada com a bebida fantástica que eles oferecem”, diz a

carioca Lorena Ringoot, premiada chief concierge do hotel The

Surrey, há 30 anos vivendo em Nova York.

Um lugar ideal para começar a noite com uma happy hour

é The Wren (344 Bowery, 212 388-0148, thewrennyc.com), no

SoHo. Quem entra tem a impressão de estar em uma típica

casa de fazenda britânica, com paredes e móveis proposital-

mente desgastados. O cardápio combina clássicos britânicos e

americanos. No brunch, bastante concorrido, a estrela é o full

irish: ovos fritos, linguiça, black pudding (morcela), feijão, ba-

con, cogumelos e mostarda – tudo servido com pão de cerveja.

Para o jantar, mexilhões com pimenta em conserva e bacon, o

inevitável fish & chips e o imperdível beef shortrib, sanduíche de

carne de costela assada, preparado com cebolas carameliza-

das e rúcula. Há um cuidado especial com os coquetéis, como o

back in black, feito com cerveja Guinness, uísque irlandês, açú-

car queimado e café. A carta de cervejas não é exagerada, mas

traz curiosidades como a white ale japonesa Hitachino Nest.

Aconchegante e diminuto, o Wilfie & Nell (228 West 4th

Street, 212 242-2990, wilfieandnell.com), no West Village, é a

casa primogênita dos donos do Wren, com uma seleção im-

pressionante de cervejas e, como gastropub que se preze, um

cardápio de comidinhas bastante sedutor para os foodies de

plantão. Lá estão descritos, orgulhosamente, ingredientes lo-

cais e seus produtores – entre eles queijos da Murray’s Che-

ese Shop e picles de Bob McClure. Tijolos aparentes e mesas

comunitárias, nas quais é preciso se espremer para conseguir

espaço, criam a atmosfera informal e ruidosa que vai ao en-

contro da essência dos gastropubs. Ainda assim, há um espa-

ço mais ou menos escondido do resto do ambiente, separado

por duas portas. Conte com a sorte: quem chegar primeiro

leva. A carta de vinhos, com três brancos e três tintos, sepa-

ra os rótulos por variedades de uvas. Peça o hambúrguer dry

aged, com picles e queijo tallegio ou gruyère. Ou renda-se ao

cordeiro ao molho de cerveja Guinness, servido com raízes e

torradas com manteiga de mel.

A inspiração irlandesa também domina o Penrose (1590 Se-

cond Avenue, 212 203-2751, penrosebar.com), com atmosfera

informal e retrô. Os picles são famosos e realmente incríveis,

dos orgânicos aos picantes. Outro destaque é o spiced beef

sandwich, preparado com carne curada por 40 dias, tempera-

da com mostarda picante e, claro, picles. Entre os clássicos do

O The Wren é ideal para iniciar a noite.

Na outra página: Spotted Pig e

sanduíche do Breslin

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60 Mit revista junho 2015

mundo uRBAno gastronomia

menu, a britânica shepherd’s pie divide

espaço com o americaníssimo mac &

cheese. A carta de uísques traz 50 ró-

tulos. E inclui preciosidades como o Pa-

ppy Van Winkle, um dos bourbons mais

raros do mundo.

A rusticidade domina o ambien-

te do Cannibal Beer & Butcher

(113 East 29th Street, 212 686-5480,

cannibalnyc.com). Verdadeiro templo

para os amantes de carnes e cervejas,

o lugar funciona como açougue e café

durante o dia. À noite, se transforma

em um bar descontraído que atrai um

público sem frescuras para devorar far-

tos cortes. Peças inteiras de presunto e

carne ficam penduradas por ganchos

de aço, e as geladeiras estão sempre

abastecidas com mais de 300 rótulos

de cervejas. No cardápio, disponível em

papel de embrulho, seleções de carnes

curadas, salsichas preparadas na hora e

lascas de presunto são ideais para com-

partilhar. Obrigatórios, os cannibal dogs

são dois cachorros quentes cobertos

com ragu de costela, chili, cebolinha e

mostarda chinesa. Faz sucesso, tam-

bém, o filé de costela maturado a seco,

com tutano e molho béarnaise.

the Breslin (20 West 29th Street,

212 679-1939) é o segundo gastropub

de April Bloomfield, aberto em 2009

seguindo o sucesso do Spotted Pig.

Em outras palavras, também já con-

quistou (e preserva) sua estrela no

Michelin. Trata-se de um bar aconche-

gante ao lado do lobby do descolado

Ace Hotel. O ar é vagamente britânico:

um espaço escuro, com janelões que durante

o dia absorvem a luz natural, talvez na tentativa

de reproduzir o fog londrino. O lugar vive lotado, ge-

ralmente por um público jovem e bonito, ávido por

ver e ser visto. Mas isso não significa que outras faixas

etárias não se sintam à vontade ali. A atmosfera é levemente

mais elegante do que nos demais gastropubs e, como que para

compensar, o cardápio traz pratos ultracalóricos, em porções

generosas. A vedete do menu é o hambúrguer de cordeiro:

com carne suculenta e tempero de cominho, ganha uma fatia

delicada de queijo feta e algumas rodelas de cebola. O

pão, rústico, tem superfície crocante e interior de-

liciosamente macio, acompanhado de fritas levíssi-

mas. Em tempo: o brunch do The Breslin é considerado

um dos melhores de Nova York.

Um pouco distante, o Brooklyn vive seu momen-

to de centro das atenções na Big Apple.

É certo que a região já teve dias mais

alternativos e vem adquirindo um ar

mais arrumadinho no que diz respeito

a gastronomia e frequência. Mas alguns

estabelecimentos locais, como o trophy Bar

(351 Broadway, 347-227-8515 trophy-

bar.com), parecem se manter imunes

a essa atmosfera cool, preservando,

dignamente, a própria essência. A parte

externa é discreta: não há placas ou nomes

indicando o lugar, apenas a foto de um troféu

dourado indicando a entrada. Lá dentro, é

possível ouvir o metrô rugindo acima do

salão, em meio a prateleiras adornadas com

troféus. O menu de drinques inclui coquetéis

clássicos e exclusivos e a carta de cervejas arte-

sanais traz garrafas e latas. A cozinha destaca os

chamados clássicos de estádio com pegada gour-

met – leiam-se asinhas

de frango com molho

apimentado, búrguers com

bacon e rolinhos de camarão

com batatas crocantes. E por

aí vai. Não à toa, o lugar se au-

todefine “um oásis para

quem vive em South

Williamsburg e um des-

tino para qualquer pes-

soa à procura do má-

ximo de diversão e do

mínimo de atitude”.

trophy Bar 351 Broadway

the Wren344 Bowery

Wilfie & nell228 West 4th Street

the Breslin20 West

29th Street

spotted Pig314 West

11th Street

Penrose1590 Second

Avenue

Cannibal Beer & Butcher

113 East 29th Street

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61junho 2015 Mit revista

No sentido horário: Penrose, Cannibal

Beer & Butcher, Wilfie and Nell e

Trophy Bar

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62 Mit revista junho 2015

mundo uRBAno arte

tatem o d e r n

um dos museus mais populares do mundo comemora 15 anos planejando sua expansão

por xavier bartaburu

arte em dobro

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Page 63: MIT Revista 58

63junho 2015 Mit revista

Com quatro dias – dois em trânsito e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque

O Turbine Hall: espaço para

grandes obras

luÌs

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Page 64: MIT Revista 58

64 Mit revista junho 2015

mundo uRBAno arte

Torrões de açúcar. Sem eles, o museu de arte mo-

derna e contemporânea mais visitado do mundo

não existiria. Foi graças aos cubinhos adoçantes

que Sir Henry Tate, magnata das refinarias britâni-

cas, fez fortuna no final do século 19. Tate gostava

também de pintura: era um dedicado colecionador

de arte inglesa. Ao completar 70 anos, desconfiado do destino que

tal patrimônio teria na mão de seus herdeiros, resolveu doar sua

coleção à Coroa britânica. Como o acervo não coube na National

Gallery, foi preciso criar, em 1897, um museu só para as obras do

barão dos torrões de açúcar: um edifício neoclássico às margens

do rio Tâmisa, em Londres, inicialmente denominado National Gal-

lery of British Art, mas depois rebatizado para Tate Gallery,

O conjunto de obras da Tate cresceu. Precisava aparecer. Criou-

-se, então, um novo museu inteiramente dedicado à arte do século

20. A antiga usina termelétrica de Bankside foi o espaço escolhido.

Projetada nos anos 1940 pelo mesmo criador das cabines telefô-

nicas vermelhas de Londres (o arquiteto Giles Gilbert Scott), tam-

bém nas barbas do Tâmisa, a construção de aço e tijolos dispõe de

34 mil metros quadrados iluminados pela luz natural que atraves-

sa janelas e claraboias. Ao mesmo tempo, é um marco da arquite-

tura industrial londrina. Assim, na esteira do Musée d´Orsay, em

Paris, onde uma estação de trem desativada fora transformada

em museu de arte moderna anos antes, o escritório suíço Herzog

& De Meuron (que depois projetaria o estádio olímpico de Pequim)

reconfigurou o edifício. Sem mexer em sua estrutura original – tan-

to que a chaminé da velha usina continua lá, bem como a antiga

sala das turbinas, com seu pé-direito monumental, transformada

em átrio de entrada e espaço de exposição para o deleite de artis-

tas como Louise Bourgeois, Anish Kapoor e Olafur Eliasson.

Em 11 de maio de 2000, estava oficialmente inaugurada, pelas

mãos da rainha, a Tate Modern – enquanto a galeria original, por

sua vez, assumia o nome definitivo de Tate Britain. Não bastasse

um novo espaço para as artes na capital do país, o governo inglês

encomendara também a construção de uma ponte futurista ligan-

do as duas margens do Tâmisa, em frente ao museu. Projetada

pelo arquiteto inglês Norman Foster, a Millenium Bridge foi inaugu-

rada dois dias antes. Naquele mesmo ano, o Tate Modern tornou-

ao lado, cenas de um museu construído

na extinta usina elétrica de Londres

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65junho 2015 Mit revista

-se o museu de arte do século 20 mais visitado do globo, na casa

dos 5 milhões de pessoas. Hoje, aos 15 anos de vida, mantém o

sucesso de crítica e público. Seus 15 mil visitantes por dia o tornam

a quarta atração turística mais popular de Londres.

Essa multidão é impulsionada, sobretudo, pelas grandes retros-

pectivas organizadas pela Tate. Caso das colagens de Henri Matis-

se, em 2014, recordista em número de visitantes: foram 560 mil

em cinco meses. Damien Hirst atraiu 463 mil pessoas em 2012.

Diante desses blockbusters sobra pouco espaço para a produção

de nações não europeias, ainda que se note certo esforço. Em se-

tembro, por exemplo, uma mostra reunirá diversas manifestações

da pop art ao redor do mundo, incluindo obras de artistas de paí-

ses como Japão, Colômbia, Argentina, Islândia e Brasil. Vale lem-

brar que, nestes 15 anos de vida, apenas três nomes da arte brasi-

leira tiveram retrospectivas de fôlego na Tate: Hélio Oiticica (2007),

Cildo Meireles (2008) e Mira Schendel (2013).

A expansão do museu, nesse sentido, pode ser vista como uma

janela de oportunidade para artistas menos conhecidos em solo

inglês. O novo edifício, de 11 andares, previsto para ser inaugurado

em 2016, quase duplicará a área das exposições. Concebido pelos

mesmos arquitetos que revitalizaram as instalações da antiga usi-

na, o prédio também terá impacto significativo na receita do mu-

seu. E essa é, declaradamente, a intenção por trás da expansão:

diversificar as fontes de renda num momento em que os recursos

públicos andam cada vez mais escassos. Foi-se o tempo em que

torrões de açúcar sustentavam a arte por aqui.

Próximas exPosiçõesn sonia Delaunay - 15 de abril a 9 de agosto. Primeira grande retrospectiva em Londres da pintora russa, uma das pioneiras do abstracionismo n The World Goes Pop - 17 de setembro de 2015 a 24 de janeiro de 2016. Pop art dos cinco continentes entre os anos 1960 e 70 n alexander Calder: Performing sculpture - 11 de novembro de 2015 a 3 de abril de 2016. Além dos célebres móbiles modernistas, a mostra exibirá incursões do escultor americano nos campos do cinema, do teatro e da música

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66 Mit revista junho 2015

a1000car

por walterson sardenberg so fotos paulo fridman

a história de amilcar lopes Jr., o empresário que virou lenda entre os maratonistas amadores

N a l i N h a d e f r e N t e

Completar uma maratona em menos de três horas é tarefa árdua demais para

um amador. por melhor que ele seja. só de imaginar o tamanho do trajeto, o desafio

faz doer a panturrilha. são 42 quilômetros mais 192 metros, geralmente em meio

a dezenas de milhares de competidores. Quase o triplo do itinerário da tradicional

Corrida de são silvestre, em são paulo, com seus 15 quilômetros de asfalto. pois o

empresário paulista Amilcar Lopes Jr., 51 anos, conseguiu romper essa barreira das

três horas já na sua primeira maratona internacional, a de Nova York, em 1999. Um

fenômeno. Não por acaso, ele se tornou não só uma lenda – mas também o homem

a ser vencido no meio esportivo-empresarial.

o portuga, como gosta de se referir a si próprio, em seu linguajar ao mesmo tem-

po irreverente e ultracompetitivo, virou a medida, a referência. “os caras não acredi-

tavam que eu pudesse fazer aquele tempo”, lembra o filho de portugueses, ex-presi-

dente da companhia Águas petrópolis paulista e atual CEo da rastreabilidade Brasil,

empresa de rastreamento de remédios. “Eu disse a eles: ‘Calma que vocês ainda não

viram nada’.” segue-se uma sonora gargalhada.

Eis aí um fanfarrão assumido. Em Nova York, ele cravou 2h54min24seg, para es-

panto dos parceiros de treinamento, dos motoristas paquistaneses dos táxis ama-

relos, dos patos dos lagos do Central park e do primeiro treinador de Amilcar, o in-

trépido Marcos paulo reis, que sempre lhe recomendou economizar o ímpeto no

início das provas para dosar as forças. Uma estratégia, aliás, esnobada sem qualquer

cerimônia desde os primeiros passos.

mundo sem fronteiras perfil

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67junho 2015 Mit revista

Ele tornou-se até tema de um livro, em que outros executivos encaram o desafio de vencê-lo

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Page 68: MIT Revista 58

68 Mit revista junho 2015

Ao arrepio da cautela de Reis, o desobediente Amilcar pôs em

prática aquilo que, bem-humorado, trata por “Método Portuga”,

uma cartilha nada convencional. “Não acredito nessa história

de split negativo, em que a segunda metade da corrida deve ser

mais rápida que o início”, provoca. “Eu já começo acelerando tudo

o que posso.” Amilcar recorreu ao mesmo estratagema quando

baixou o próprio tempo, na Maratona de Chicago, em 2004. Para

assombro até dos ventos poderosos vindos do lago Michigan, ele

terminou a competição em 2h48min. No parecer de seu criador,

o “Método Portuga” pode ser resumido em dois momentos dis-

tintos durante as provas. O primeiro é uma pergunta: “Que raios

estou fazendo aqui?” O segundo, uma decisão, pouco solene:

“Está doendo o corpo todo. Preciso correr o mais rápido possível

para terminar o quanto antes esse sacrifício”.

Outras particularíssimas ousadias do “Método” são o desa-

pego à tecnologia e até mesmo o desprezo pela constante hidra-

tação no decorrer da prova. O Portuga utiliza um relógio comum,

apenas para marcar o tempo, e bebe água só depois de comple-

tar mais da metade do trajeto – o que parece ainda mais insólito

em se tratando do sócio-proprietário da companhia Águas Pe-

trópolis Paulista.

Pelo menos para seu autor, a excêntrica metodologia se

mostrou ainda mais eficiente no dia 22 de outubro de 2006.

Os incrédulos parceiros de treinamento, em São Paulo, de fato,

ainda não haviam visto nada semelhante. Naquele dia, 33.659

pessoas zarparam das ruas de Chicago, disputando a maratona

anual. Menos de mil cruzaram a linha abaixo do limite de 3 horas.

Amilcar, então com 43 anos e os cabelos começando a embran-

quecer, foi o 320º colocado, com o tempo de 2h43min57. À sua

frente, a rigor, chegaram apenas profissionais. Refeito da exaus-

tão do esforço, o Portuga, como costumava fazer, espicaçou o

treinador Marcos Paulo Reis: “Cadê sua garotada? Não tem nin-

guém melhor para concorrer comigo?”

A pirraça resultou em um desafio concreto. Reis selecionou

três entre seus alunos – todos eles executivos – e passou a

treiná-los com afinco para que desbancassem a marca daquele

tagarela. Em comum, o trio tinha ricas histórias de superação. O

empresário Marcelo Apovian, o Lelo, por exemplo, passara por

sucessivas cirurgias para recompor o tamanho de uma perna,

encurtada em 6 centímetros em uma queda praticando esqui.

perseverança é a palavra

Quem, enfim, quebraria o tempo do quarentão voador? A

história tinha tal dimensão humana que chamou a atenção do

jornalista Sérgio Xavier Filho. Nasceu assim o livro Operação

Portuga (Ed. Arquipélago), lançado em 2011 e agora na quarta

edição. A ampla reportagem pode ser lida como um romance.

Daqueles difíceis de largar. Na concepção do autor, o perso-

nagem mais complicado de captar em sua essência foi justa-

mente o que aparece no título. “Por trás da primeira imagem

de um sujeito extrovertido e fanfarrão, descobri um empresário

que, ao contrário da maioria, não usa o esporte como válvula

de escape, mas como maneira de turbinar ainda mais a vida do

homem de negócios”, diz Sérgio, diretor de redação da revis-

mundo sem fronteiras perfil

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69junho 2015 Mit revista

ta Playboy, comentarista de futebol da

rádio Bandnews FM e, também, mara-

tonista (seu melhor tempo: 3h30min32

em Chicago, na edição de 2010). “Amil-

car vive com extrema intensidade. Treina

duro, trabalha duro e ainda consegue ter vida social”, resume.

Amilcar concorda com a análise. Diz ele: “A atividade empresa-

rial exige metas, treinamento e garra. Exatamente como no espor-

te. Busco a energia nas competições e transponho essa receita

para a vida profissional”. Para o empresário, esporte e negócios

são complementares. “Um dá energia para o outro.” No entender

de Sérgio, a extrema dedicação de Amilcar a tudo aquilo que faz

tem a ver com o relacionamento com o pai, falecido em 2008. “No

fundo, ele sempre quis mostrar ao pai, um imigrante simples e tra-

balhador, que também poderia ser um vencedor. Simples assim.”

Perseverança é palavra corrente em seu vocabulário. “Tanto no

esporte quanto na vida profissional, surgem entraves e sofrimen-

tos. Se você desistir antes, não chega lá.” O pai de Amilcar imigrou

de Trás-os-Montes, norte de Portugal, nos anos 1930, pegou no

batente como entregador de pães, conferente de cargas na Águas

Petrópolis, juntou economias e comprou uma distribuidora de be-

bidas na rua Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, que ainda não era

o bairro badalado de hoje. “Morávamos nos fundos. Eu fazia en-

tregas de bicicleta”, conta Amilcar, que, ainda garoto, descobriu a

vocação esportiva. “Fui jogar como ponta-direita e notei que corria

muito mais que os outros. O que me atrapalhava era a bola.”

Daí para se tornar sócio-militante do Esporte Clube Pinheiros,

como corredor e atleta de salto triplo, foi um pulo, ou melhor,

um João do Pulo – o João Carlos de Oliveira, então o recordista

mundial da modalidade e influência decisiva. Naquela época, o

pai vendeu a distribuidora de bebidas e adquiriu a Águas Petró-

polis, a única fonte de água mineral do mundo situada dentro de

uma metrópole, no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.

“Só tinha o dinheiro da entrada. O resto pagou na raça, em quatro

anos, inaugurando o ‘Método Portuga’ na família”, brinca. O entu-

siasmo do filho com o esporte, no entanto, não o empolgava. “Du-

rante um bom tempo, ele achava que era coisa de vagabundo”,

Amilcar guarda os objetos das provas, de pulseiras aos tênis. Enquadrou até os números de peito das camisas

diz Amilcar, pai de um skatista de 16 anos, de um boxeador de 22

e padrasto de um praticante de MMA de 23.

Quando cursava biologia na PUC de Campinas, descobriu o

triatlo e o duatlo – respectivamente, competições que incluem,

numa mesma prova, natação, ciclismo e corrida e somente as

duas últimas modalidades. Em 1988, ajeitou uma bicicleta na ca-

pota de seu Escort XR3 e foi disputar uma competição de triatlo

em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Chegou na frente. Ga-

nhou várias outras. “Estava tão bem que pensei até em viver do

esporte”, conta. Não fosse o seu temperamento impulsivo dispu-

taria o título nacional de 1995 do duatlo. Acabou vice-campeão.

Não pôde disputar a derradeira prova do calendário por ter toma-

do um gancho na penúltima. Ao ouvir que havia sido eliminado

por, supostamente, ter aproveitado o vácuo do carro de apoio no

trecho de bicicleta, subiu no palanque e deu um chute no troféu.

ElE trEinA Até Escondido

Portuga desistiu por uns tempos da modalidade. Voltou com

tudo já na década seguinte. Em 2002, realizou outra proeza. Fi-

cou em quarto lugar na categoria de corredores entre 35 e 39

anos no Ironman de Florianópolis. É uma das mais difíceis pro-

vas de triatlo do planeta. Além de correr uma maratona inteira,

o competidor precisa cumprir 180,2 quilômetros de ciclismo e

outros 3,8 quilômetros de natação.

A índole explosiva também despontou quando Amilcar resol-

veu “brincar de piloto”. No início da década de 1990, ele correu de

automóvel em diversas categorias. Chegou a disputar duas edi-

Ele já praticou duatlo, triatlo, correu várias maratonas e até foi piloto de automóvel. Teve sucesso em todas essas atividades. Sempre utilizando o particularíssimo “Método Portuga”, que deixa os adversários pasmos

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70 Mit revista junho 2015

mundo sem fronteiras perfil

ções das Mil Milhas de Interlagos. “Ganhei provas no Brasileiro de

Corsa e fiquei entre os dez melhores no Brasileiro de Palio”, re-

corda. Em um treino em Interlagos, em que os modestos carros

da Fórmula Palio dividiam a mesma pista com os lépidos veículos

da Stock Car, Wilsinho Fittipaldi, irritado pela demora de Amilcar

em dar passagem ao seu bólido, acabou “fechando” o carro do

Portuga, que foi parar na grama. Para quê! Amilcar entrou no boxe

de Wilsinho com uma chave de roda nas mãos e ganas de quebrar

tudo. Ficou na ameaça. Uma conversa reservada com o irmão de

Emerson resolveu o assunto.

Dito assim pode parecer que Amilcar se envolveu em muitos

atritos. Não é o caso. Longe disso. Ele está sempre cercado de

amigos e, apesar das brincadeiras recorrentes com os adversá-

rios das corridas, é muito benquisto no meio. Que o diga aquele

que já foi o seu maior rival nas competições e, também, o pri-

meiro a quebrar o seu recorde em maratonas: Marcelo Apovian,

o Lelo, que, três anos depois da principal façanha do Portuga,

cravou 2h27min58 numa disputa em Berlim. “O Amilcar é mes-

mo um fanfarrão. No meio de uma corrida, encosta ao seu lado e

brinca: ‘Você não vai aguentar’”, revela. “Mas, ao mesmo tempo,

é um grande sujeito, um cara super do bem, um amigo leal. Sei

que, como executivo, cobra bastante dos seus funcionários. É as-

sim porque tem por princípio a perseverança e a meritocracia.”

Quanto ao já famoso “Método Portuga”, Lelo admite que o

rival “não é muito ortodoxo”. Lembra, contudo, que os espetacu-

lares resultados de Amilcar como corredor se devem, sobretu-

do, a três componentes: o gosto pelos desafios, a garra e muito

treinamento. “Ele chega a treinar escondido”, entrega. O gosto

pelos desafios também se revela na vida profissional. Depois de

29 anos dando duro na Águas Petrópolis Paulista, Amilcar deci-

diu “parar de botar água na garrafa”. Embora continue sócio da

próspera companhia, com 180 funcionários, resolveu abrir outro

negócio. Há três anos, com aporte de capital do banco BTG Pac-

tual, inaugurou a Rastreabilidade Brasil. A empresa começou a

operar ainda antes da determinação da

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância

Sanitária) que obriga os laboratórios mé-

dicos a rastrear cada caixa de remédio

que fabrica. “Apostei que a norma sairia,

pois era tendência mundial”, explica.

Mais uma vez a ousadia. Mais uma vez

o “Método Portuga”.

esquentado, amilcar já chutou troféu e quis brigar com Wilsinho fittipaldi. mas é homem de muitos amigos, que admiram a sua garra, determinação e persistência tanto no esporte quanto no mundo dos negócios

No automobilismo, fez amigos como

Tony Kanaan. Mas seus resultados

mais expressivos foram conquistados

com a bicicleta do triatlo e do duatlo. Ou nas maratonas.

Como a de Chicago, no ano de 2006

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71junho 2015 Mit revista

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72 Mit revista junho 2015

mundo sem fronteiras carro

Newoutlander

Com mais de 100 inovações na linha 2016, o crossover esportivo da Mitsubishi segue na vanguarda

por henrique skujis, do autódromo Velo Città

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73junho 2015 Mit revista

Os novos faróis ganharam luzes diurnas de LEDd

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74 Mit revista junho 2015

O New Mitsubishi Outlander acelera

sozinho. Ele também freia sem que

você precise pisar no pedal de freio.

Se começar a chover, o limpador do

para-brisa entra em ação automati-

camente. Escureceu? Os faróis acen-

dem sem que o motorista se preocu-

pe com isso. Na hora de estacionar,

uma câmera de ré torna a manobra muito mais fácil e rápida.

Para ligar o carro, esqueça a chave – basta apertar um botão

no painel e você já escuta o ronco suave do motor. Na estrada,

caso você se distraia e mude de faixa involuntariamente, um

sinal sonoro soa para que você tome o rumo certo. Errou a tra-

jetória da curva? Controles de tração e estabilidade entram em

campo para minimizar o risco de derrapagem. Ou seja: além de

primar pela segurança (o carro recebeu nota máxima dos três

principais institutos mundiais no gênero), dirigir o crossover da

marca dos três diamantes é um grande prazer.

Mais adiante, falaremos como funciona essa tecnologia

que faz o New Outlander acelerar e brecar sozinho. Antes, no

entanto, vamos falar um pouquinho sobre a história do carro.

Quando desembarcou no Brasil, em setembro de 2013, o All

New Outlander trouxe o seguinte aposto: o mais moderno carro

já produzido em série pela Mitsubishi. Pois o modelo 2016 do

crossover deu um passo ainda mais adiante na linha evolutiva

da marca. Nada menos do que 100 inovações foram feitas para

mantê-lo na vanguarda da indústria automobilística.

Tais aperfeiçoamentos vão de detalhes no design à sinto-

nia fina na suspensão. Da melhoria no isolamento acústico ao

incremento no desempenho. Das rodas de liga leve redesenha-

das a uma nova opção de motores. Neste mês de junho, quando

chegar às concessionárias vindo do Japão, ele será o primeiro

crossover movido a diesel que a Mitsubishi importa para o Bra-

sil. Um crossover de tecnologia, requinte e desempenho que

mantém sua aura de objeto do desejo.

ACC, FCM, LDW, ASC, ATC e HSA são siglas de alguns dos

equipamentos que tornam a pilotagem do New Outlander extre-

mamente confortável e segura. ACC significa Adaptive Cruise

Control, sistema que acelera ou freia o carro automaticamente.

Trata-se da geração mais recente do tradicional controlador de

mundo sem fronteiras carro

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Page 75: MIT Revista 58

75junho 2015 Mit revista

velocidade. Ele mantém a velocidade desejada, mas vai muito

além. Quando um veículo mais lento surge à frente, ela é redu-

zida para que uma distância segura seja mantida. Não é preciso

tocar no pedal do freio nem mesmo se o veículo da frente parar.

Para segurança semelhante no trânsito urbano, o New Ou-

tlander tem o FCM (Forward Collision Mitigation). A uma veloci-

dade de até 30 km/h, o sistema faz soar um sinal e, se necessá-

rio, na iminência de uma colisão dianteira, para completamente

o carro. Como já dito, o veículo também ajuda motoristas de-

satentos que mudam de faixa involuntariamente. O LDW (Lane

Departure Warning) percebe o descuido e faz soar um sinal para

que o condutor corrija a trajetória a tempo.

Vamos agora falar do motor. Os já existentes 2.2 (160 cava-

los) e 3.0 V6 (240 cavalos), ambos a gasolina, foram aperfeiço-

ados na linha 2016. Ficaram mais econômicos e ganharam per-

formance – principalmente em baixa rotação, com menor perda

de torque. Torque, diga-se, é um dos destaques do novo motor

2.2 de quatro cilindros a diesel: são 36,7 kgf.m entre 1.500 e

2.750 rpm. Isso significa força de sobra à disposição do pé direi-

to, mesmo em baixas rotações. Aliado a uma relação peso/po-

tência de apenas 6,6 kg/cavalo proporcionada pelos 165 cavalos

de potência, esse torque torna a condução do Outlander extre-

mamente prazerosa e dinâmica. O silêncio e a vibração quase

imperceptível também chamam a atenção na versão a diesel.

Nas três motorizações, o carro vem com os divertidos paddle

shifters (“borboletas” atrás do volante para a troca de marchas),

e nas versões V6 e a diesel com a possibilidade de o motorista se-

lecionar por meio de um botão três opções de tração: Eco, Auto

e Lock. A primeira mantém a tração preferencialmente em 4x2.

A segunda tem predileção pela 4x4. E a terceira é 4x4 em tempo

integral, ideal para pisos escorregadios ou de terra. O câmbio

das versões a diesel e V6 a gasolina possuem o exclusivo Invecs-

-II, que analisa o modo de dirigir de cada motorista, tornando as

ACC e FCM são capazes de frear o carro sem que o motorista faça nada. O LDW avisa em

caso de mudança involuntária de pista. O ASC e ATC são controles de estabilidade e

tração que evitam derrapagens

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mundo sem fronteiras carro

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n 1. A terceira fileira de banco aumenta a capacidade do New Outlander para sete passageiros n 2. A tampa do porta-malas agora abre 3,7 cm a mais. n 3. O carro conta com nove airbags n 4. Outra novidade são os espelhos eletrocrômicos n 5. Detalhe no painel do piloto automático adaptativo, capaz de frear o carro sozinho n 6. No painel, destaque para a tela de 7 polegadas do sistema multimídia n 7. Detalhe dos controles do aquecimento do banco, da tração e o câmbio automático n 8. Um sensor no alto do para-brisa aciona o limpador automaticamente em caso de chuva

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77junho 2015 Mit revista

trocas de marchas mais suaves. A versão 2.0 é equipada com

câmbio CVT de nova geração e sistema Invecs-III.

Do lado de fora, é perceptível o esmero dos designers. O carro

manteve seu visual inconfundível, mas ganhou traços mais mo-

dernos. Para-lamas e para-choques também mudaram, com no-

vos faróis e uma entrada de ar maior. Os faróis passam a contar

com luz de iluminação diurna de LED, aumentando a segurança.

No interior, a sofisticação fica evidente. Os bancos de couro, pre-

to ou bege, receberam nova costura para aumentar ainda mais

o conforto. O volante, onde se esconde um dos nove airbags do

carro, também está entre os cem aperfeiçoamentos recebidos

na linha 2016: além do acabamento de couro e de trazer os con-

troles do som e do ACC, ganhou empunhadura mais anatômica.

O computador de bordo tem 13 funções. O sistema multimí-

dia, com tela de 7 polegadas, traz GPS, Bluetooth, áudio strea-

ming, USB e o DIS (Dynamic Information System), com acelerô-

metro, bússola e indicações da aceleração lateral, da inclinação

frontal e da altitude. São 25 porta-objetos e oito luzes de corte-

sia. O New Outlander tem ainda a opção de uma terceira fileira

de bancos, elevando a capacidade do carro para oito pessoas.

Com os bancos rebatidos, o porta-malas acomoda generosos

1.600 litros. Para se ter uma ideia do minucioso aperfeiçoamen-

to feito na linha 2016, até a abertura da tampa do porta-malas

entrou na lista: ela agora abre 3,7 centímetros a mais para faci-

litar a colocação de bagagem. Com três anos de garantia sem

limite de quilometragem, o New Outlander chega às concessio-

nárias Mitsubishi a partir de R$ 114.990.

Silencioso e com baixíssima vibração, o novo motor diesel é um dos mais modernos do mundo. Tem 165 cv e um incrível torque

de 36,7 kgf.m. A relação peso/potência do carro é de apenas 6,6 kg/cv

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78 Mit revista junho 2015

mundo sem fronteiras viagem

Durma na adega

por marcello borges

a sala de degustação e as outras amenidades do algodón ficam diante das parreiras

Quatro hotéis nos quais o hóspede dorme (e bebe) de frente para vinícolas

o enoturismo tornou-se uma das atividades mais

atraentes e de crescimento mais rápido da

indústria turística: 17% dos turistas de lazer nos

EUA dedicaram-se a atividades relacionadas ao

vinho, segundo a Travel Industry Association. Dados brasilei-

ros recentes mostram que entre 2001 e 2010 o número de

visitantes de vinícolas saltou de 45 mil para 200 mil por ano

– crescimento de 340%. Mas o que se faz no enoturismo?

obviamente, a principal atividade é a degustação de vinhos.

Mas isso não é suficiente para sustentar hotéis nas vinícolas.

os proprietários encontram atrativos adicionais para manter

o visitante entretido entre um copo e outro.

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79junho 2015 Mit revista

Eleito recentemente pelo guia Frommer’s como um

dos melhores destinos em vinícolas, o Algodón fica em

Mendoza, a mais famosa região da Argentina na produção

da Malbec. A propriedade tem nove suítes com lareira,

pátio e outras amenidades, e todas ficam perto da sala de

degustação. O restaurante Chez Gaston permite acompanhar

os vinhos locais com excelentes pratos. Recentemente,

foram construídas cinco suítes no espaço chamado Wine

& Golf Lodge. Um campo de golfe de nível internacional e

11 quadras de tênis fornecem a inspiração para o hóspede

queimar calorias. O hotel também não decepciona os fãs de

esportes radicais, de caminhadas e de hipismo. A vinícola

data de 2002, e entre seus vinhos encontram-se variedades

de Malbec (tinto e rosé), Bonarda, Cabernet Sauvignon, um

vinho de corte Cabernet/Syrah, Merlot, Chardonnay, um Gran

Reserva (corte de Malbec com Cabernet, Syrah e Merlot) e

outros, como o Pima, cujo nome evoca um tipo de algodão da

mais alta qualidade e cuja produção é feita com uvas colhidas

em videiras datadas de 1946. A diária sai por US$ 260. www.

algodonwineestates.com

Algodón Wine estAte Argentina

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80 Mit revista junho 2015

Projeto do Marqués de Riscal é do canadense Frank Gehry

mundo sem fronteiras viaGeM

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81junho 2015 Mit revista

Conhecido por obras notáveis como a Casa Dançante,

em Praga, e o Museu Guggenheim, em Bilbao, o arquiteto

canadense Frank Gehry projetou este hotel com cara de obra

de arte. São 14 suítes de luxo, dois restaurantes – o 1860 e o

Marqués de Riscal, ambos cuidados pelo chef Francis Panie-

go, estrelado pelo Michelin –, um spa da Vinothérapie Cau-

dalie, com diversos tratamentos baseados na uva, e um Wine

Bar, no qual é possível provar toda a gama de vinhos da cole-

ção, tanto em taça quanto na garrafa, a preços convidativos. A

especialidade da vinícola são os vinhos tintos feitos com uva

Tempranillo, emblemática da região e que produz bebidas de

corpo médio, com aromas como couro, cereja, tomate, bau-

nilha e cravo. Geralmente, o tempo na madeira confere-lhes

mais complexidade, caso do Marqués de Riscal Gran Reserva,

que passa no mínimo 24 meses em barrica e 36 em garrafa.

A colheita na região começa em setembro – confira com a

vinícola a possibilidade de acompanhar esse ritual. A diária é

a partir de US$ 380. www.hotel-marquesderiscal.com

hotel marqués de riscal Espanha

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82 Mit revista junho 2015

mundo sem fronteiras viagem

Considerado pela revista Departures

um dos dez melhores hotéis em

vinhedos do mundo e pelo Trip Advisor

o 13º melhor hotel da América, o Ponte

Vineyard fica dentro da Ponte Winery.

Sua vinícola produz em média apenas

1.500 caixas de cada rótulo, mas tem

uma variedade bastante interessante.

Com vários tipos de acomodações

– inclusive quatro quartos onde o

seu cão pode ficar acomodado – e

amenidades completas (wi-fi de alta

velocidade grátis, HDTV de 42” e

outras), conta ainda com um Cellar

Lounge, sala de ginástica com esteiras

e halteres, serviços de spa, giros pelas

vinícolas e até passeio de balão. Para

os românticos, um passeio de charrete

de 90 minutos leva os hóspedes pelos

vinhedos – com direito a uma garrafa

de vinho e sanduíches. Quartos a partir

de US$ 209. www.pontewinery.com

PONTe viNeYaRD iNN Estados Unidos

O Ponte vineyard foi eleito um dos

dez melhores hotéis do gênero

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83junho 2015 Mit revista

Não é de hoje que a Turquia se transformou num destino

turístico importante, e a Capadócia, lar do hotel Argos, é,

em grande parte, a responsável por essa fama: passeios

de balão levam o visitante a mais de 300 metros de altura,

permitindo-lhe vislumbrar a paisagem fascinante de uma

das mais antigas civilizações do planeta. Na encosta de uma

montanha, o Argos está instalado num antigo mosteiro – o

maior do mundo. Em seu vinhedo, cultivam-se uvas como a

Syrah e a Kalecik Karasi, uma variedade da Pinot Noir.

Os vinhedos são visíveis desde os terraços da propriedade.

Um dos passeios mais interessantes faz-se pelos

túneis situados sob o velho mosteiro: são mais de cinco

quilômetros, com adegas privadas e salas de reunião onde

antes dormiam os monges. O pernoite custa a partir de

US$ 200 e inclui a degustação de 21 vinhos da região. www.

argosincappadocia.com/EN/

Argos in CAppAdoCiA Turquia

o Argos fica em um antigo

mosteiro na Capadócia

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84 Mit revista junho 2015

mundo 4x4 perfil

por adrian kojin

andreamollerUma das mais consagradas remadoras do planeta e primeira mulher na história a surfar Jaws, a paramédica paulistana chegou ao topo

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86 Mit revista junho 2015

Quem vê Andrea buscando a filha Ke-

ala, de 11 anos, na escola da pacata

cidadezinha de Paia, em Maui, no Ha-

vaí, não distingue muito além de uma

mãe carinhosa. Já quem a flagrar

durante um atendimento de emer-

gência, saltando apressada de uma

ambulância, estará testemunhando o

trabalho de uma dedicada paramédica em ação. Nos dois

cenários, no entanto, o que ninguém consegue ima-

ginar é do que essa mulher é capaz de aprontar quando entra

no mar. As revistas especializadas em stand up paddle chamam

Andrea de “Rainha do Downwind”. Além de ser a número 1 nessa

que é uma das mais difíceis condições de remada em alto-mar,

ela tem lugar cativo no panteão dos esportes marinhos. Pudera:

foi a primeira mulher a surfar Jaws, a onda mais desafiadora do

planeta. Andrea tem outros feitos que permitem colocá-la entre

as maiores atletas da Terra. Antes de enumerá-los, porém, va-

mos entender como ela chegou lá.

Andrea é filha de Gunnar Moller, um dos pioneiros do windsur-

fe no Brasil. Nasceu em São Paulo, mas mudou-se aos 7 anos para

Ilhabela, no litoral norte do estado. Desde cedo, acompanhava o

pai em competições. “Minha inspiração e

minha ligação com o mar vêm dele”, con-

ta. Ao fundar a Marina Porto Ilhabela, hoje

uma das mais bem aparelhadas da ilha,

Gunnar proporcionou as condições ideais

para que a vocação de Andrea aflorasse.

Cercada de mar, a garota, apaixonada pelas ondas e pelo vento,

tinha pela frente a infância que pediu a Deus. Fundamental nes-

se período foi o convívio com uma turma de meninos que viriam

a se tornar destacados esportistas – entre eles futuros campe-

ões mundiais e medalhistas olímpicos, como o velejador Robert

Scheidt, o kitesurfista Guilherme Brandão, o windsurfista e rema-

dor Paulo dos Reis e os mountain bikers Vando e Juninho Cruz.

Era uma garotada que desde cedo procurava aventuras na ter-

ra e no mar. Andrea ia junto. Fazia questão de não ser deixada para

trás. “A gente ia de bicicleta para a praia do Bonete por trilhas de

barro praticamente intransponíveis”, lembra-se. “Não tinha isso de

‘ai, sou uma menina’. Por estar sempre na companhia de homens,

eu precisava ser como eles. Não podia pedir para irem mais de-

vagar, me esperar.” Talvez esteja aí a chave para entender o que a

levaria a protagonizar feitos tão excepcionais ao trocar Ilhabela por

Maui, no Havaí. A mudança deu-se em 1998, aos 17 anos, quando

ela aproveitou um curso de inglês em San Diego, na Califórnia, para

escapar e adotar a meca do surfe como sua nova casa. Ali, Andrea

não demorou pra virar o que se chama de waterwoman. Além do

windsurfe, aperfeiçoou-se no surfe e nos esportes a remo.

Fisicamente forte e mentalmente determinada, logo se des-

tacou no remo. Passou a figurar entre as melhores do planeta e

tornou-se a primeira mulher a quebrar uma série de barreiras nos

esportes de mar. Nos últimos 16 anos, foi a que mais acumulou

travessias e obteve vitórias de canoa havaiana no canal de Kaiwi,

entre as ilhas de Molokai e Oahu – no universo do remo, o desa-

fio equivale à escalada do Everest para os montanhistas. São 54

quilômetros entre ondas enormes, correntes traiçoeiras e ventos

fortíssimos, que exigem esforço sobre-humano. A isto se chama

downwind, modalidade na qual Andrea é chamada de rainha por

quem entende do assunto. Com sua equipe de OC6 (canoa com

seis integrantes), venceu sete vezes a prova, da qual detém o re-

corde de 5 horas e 22 minutos. Remando solo, completou cinco

travessias, chegando em primeiro em duas delas. No reveza-

mento da OC1, foram oito travessias, com quatro vitórias.

Da mesma grandeza são seus feitos cruzando Kaiwi de stand

up paddle. Ou talvez ainda maiores, pois foi ela a primeira mulher,

junto com a parceira Maria Souza, também brasileira, a atraves-

sar o canal remando em pé sobre uma prancha, em 2005. Desde

então, já completou a prova oito vezes, consagrando-se como re-

cordista mundial feminina em número de travessias. De 2005 a

2008, venceu fazendo dupla com Maria Souza. De 2009 a 2013,

fez o percurso solo, chegando em primeiro lugar em 2010 e 2011.

Aos 36 anos, Andrea se mantém firme no topo. Em abril, venceu

pela sétima vez seguida a prestigiada OluKai Ho’olaule’a SUP

Race, em Maui, registrando um novo recorde nos anais do espor-

te, com o maior número de vitórias consecutivas numa prova.

Listados os louros de Andrea, fica mais fácil dizer que es-

tamos diante de uma das maiores atletas do planeta, ainda

que tal reconhecimento seja restrito àqueles que circulam no

mundo do remo. Visibilidade maior, extrapolando o universo

da canoa havaiana e do stand up paddle, Andrea colhe no

surfe de ondas gigantes, atividade à qual se dedica com mais

prazer atualmente. Em 2004, rebocada pelo brasileiro Eraldo

Gueiros, foi a primeira mulher a surfar Jaws. Formou, também

com a parceira de remo Maria Souza, a primeira dupla femini-

na de tow in. E logo se tornaram a primeira dupla feminina de

tow in a vencer as gigantescas ondulações de Jaws.

Tais feitos só seriam superados em termos de impacto no

surfe feminino quando uma mulher chocou o mundo ao surfar

Jaws na remada. A façanha, considerada impossível até para ho-

mens há não muito tempo, coube a... Andrea Moller. Nesse dia,

mundo 4x4 perfil

No downwind, remada em alto-mar,

Andrea é imbatível

Na infância, em Ilhabela (SP), conviveu com meninos que viriam a se tornar destacados esportistas, como o velejador Robert Scheidt. Única menina da turma,

fazia questão de não ser deixada para trás

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88 Mit revista junho 2015

como não havia saído de casa com essa intenção, improvisou o

equipamento com uma prancha emprestada e desceu uma onda

monstruosa para a esquerda, direção que a levava para o lado da

baía no qual um erro pode jogar o surfista de encontro às pedras.

Andrea relata assim a experiência: “Quando vi, já estava na trilha

do barranco em frente à Jaws com a prancha debaixo do braço.

Tive que passar a arrebentação pulando das pedras e varando

o quebra coco na remada. Não sabia o risco em que estava me

colocando, mas a adrenalina é tanta que acabei indo na roubada

e me dando bem. A onda era grande e muito rápida. Quando você

completa uma onda como aquela e sai vivo, você dá mais valor

à vida. Uma dose de irresponsabilidade sempre está presente, o

problema é que a gente só percebe isso depois de anos, quando

paramos para nos perguntar como pudemos ser tão loucos”.

o pior inimigo

Não foi em Jaws, no entanto, o maior sufoco de Andrea em sua

vida de aventuras no mar. A morte passou perto em uma traves-

sia solo do canal de Kaiwi. Duas horas após a largada, quando já

se encontrava a uma enorme distância da costa, Andrea perdeu

contato com seu barco de apoio, que tivera uma pane seca. Sozi-

nha, desorientada, exausta, sem ter como saciar a sede e a fome,

e pressentindo a presença de enormes criaturas sob sua canoa,

dependia dela mesma para se salvar. O canal de Kaiwi já tirou mui-

tas vidas em histórias trágicas, entre elas a do salva-vidas havaia-

no e surfista de ondas grandes Eddie Aikau, em 1978. “Me lembro

de cada momento dessas quatro horas remando sozinha, sem o

amparo do barco, até Oahu. Sei todos os pensamentos que vie-

ram à minha cabeça”, conta Andrea, explicando que, quando você

se desidrata e se cansa, o corpo dói e você passa por situações

em que tudo pode acontecer. “Eu já não via mais ninguém – e o

medo, principalmente o medo do mar, é o pior inimigo.” Andrea

achou o caminho da praia e saiu viva do encontro com a morte.

Seu próximo projeto é colocar em prática mais uma edição do

Ike Moana, evento idealizado por ela desde 2013 e que oferece a

crianças com necessidades especiais a oportunidade de passar

um dia em contato com o mar, aprendendo stand up paddle com

atletas profissionais. O evento é um aquecimento para a Imua,

corrida anual de stand up paddle que levanta fundos para o Imua

Family Services, tradicional instituição de Maui dedicada a crian-

ças que requerem uma atenção diferenciada. Como paramédica,

Andrea também encontrou a oportunidade de contribuir de ma-

neira significativa para a comunidade que a recebeu de braços

abertos. O emprego lhe garante ainda a segurança financeira não

proporcionada pelo esporte, apesar de todas as glórias elenca-

das nesse texto. “Não existe nada como salvar vidas e ver o sorri-

so no rosto de uma criança”, diz. “Hoje, minha vontade é de com-

petir para isso, não para a mídia ou por dinheiro. Quero remar,

estar com minha filha e ajudar as pessoas. Isso é a perfeição.”

mundo 4x4 perfil

1. na piscina da casa em ilhabela (Sp); 2. Com o pai, gunnar moller, pioneiro do windsurfe no Brasil; 3. os primeiros passos no windsurfe; 4. Com a filha; 5. Como paramédica no Havaí, onde vive

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n Siga Andrea no instagram.com/andreamollermaui e no facebook.com/andrea.moller.161.

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Andrea enfrenta e vence mais uma

gigantesca onda de Jaws, no Havaí

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mundo 4x4 viagem

esplendor amazônicoNo Cristalino Jungle Lodge, uma jornada ao coração da floresta

por ferNaNdo paiva , de Alta Floresta fotos kiko ferrite

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92 Mit revista junho 2015

mundo 4x4 viagem

Uirapuru dá no chão, não no alto.

Estávamos na trilha das Casta-

nheiras, prontos para mais uma li-

ção, ao vivo, em cores e com direito

a áudio, sobre a floresta amazônica.

De uniforme verde-oliva camuflado, o

guia José, peruano de Lima, tocou no

gravador para o uirapuru o canto de

um outro macho. o pássaro, territorial por natureza, veio se

aproximando devagarinho. Cauteloso, respondia ao pio. Que-

ria porque queria saber onde estava o “intruso”.

Enquanto isso, francisco Carvalho de sousa, piauiense de

Luzilândia, evangélico da Assembleia de Deus, 42 anos, guia

há 18, varejava com seu binóculo o emaranhado de galhos no

chão da mata. pronto! “Corram aqui para ver”, sussurrou. E fo-

cou o telescópio, assestado num tripé, para todos apreciarem

o cantor mais célebre da Amazônia.

Demos sorte. Era um uirapuru-verdadeiro, passarinho bra-

vo, marrom-acinzentado, garganta e peito cor de ferrugem.

Nos seus ínfimos 10 centímetros de comprimento, ele soltava

o canto inconfundível, curto e forte, semelhante aos sons da

clarineta e da flauta. Irapuru, corneta, mandingueiro, realejo,

tangará, o nome não importava. “o que importa é que a pre-

sença dele é um índice biológico de que o lugar não foi desma-

tado”, explicou José. “Na Amazônia peruana, é difícil de achar.”

Mas não aqui, na margem esquerda do rio Cristalino, norte de

Mato Grosso, quase na divisa com o pará. Integrávamos a trupe

dos felizes ganhadores da viagem ao Cristalino Jungle Lodge,

em comemoração aos 20 anos do rali Mitsubishi Motorsports.

Um lugar que todos os brasileiros deveriam conhecer.

A aventura começou quando, vindos de Alta floresta de

micro-ônibus, deixamos o rio teles pires e suas águas barren-

tas para subir a escura massa líquida do Cristalino. A impo-

nência da floresta, margeando o rio cheio, remetia ao paraíso

intocado que os irmãos Villas-Bôas encontraram perto daqui

nos anos 1940, durante a expedição roncador-Xingu. Nunca o

chavão “vegetação luxuriante” foi tão apropriado para descre-

ver um lugar. Depois de um dia voando horas desde são paulo,

nada como um mergulho naquela água cor de chá-preto para

limpar corpo e alma.

Eleito pela National Geographic Traveler como um dos me-

lhores hotéis de selva do mundo, o local é a materialização do

sonho da empresária e ecologista Vitória Da riva Carvalho. filha

do célebre colonizador Ariosto Da riva (1915-1992), cofundador

de diversas cidades do norte do paraná, de Naviraí (Ms) e funda-

dor de Alta floresta, Vitória formou-se em letras pela pUC-sp, foi

professora de inglês e mais tarde estudou administração na fGV.

No começo dos anos 1990, quando resolveu trabalhar com eco-

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Com quatro dias – dois em trânsito

e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque

ao lado, torre de observação. Nesta página, a sede do lodge e guarantã tombado

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94 Mit revista junho 2015

Cenas da amazônia no Cristalino Jungle Lodge: jacaré flagrado à noite;

macaco-aranha encara a teleobjetiva; sapo venenoso do gênero Dendrobates;

casal de araracangas voa sobre o rio; anambé-azul no meio da galhada; mutum-de-penacho e seu topete;

o veloz voo do pato-do-mato; e iguana descansa no alto de árvore.

para saber mais, entre no site cristalinolodge.com.br

e no instagram @cristalinolodge

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95junho 2015 Mit revista

turismo e começou a falar em preservação ambiental numa área

devastada pelo garimpo e pelas serrarias, foi chamada de louca.

E ali estávamos, instalados em bangalôs ultraconfortáveis

e totalmente ecológicos, aproveitando o resultado da “lou-

cura” de Vitória. Vivenciando o esplendor selvagem de 12 mil

hectares de reservas florestais particulares, encostados em

185 mil hectares de um único parque nacional, hábitat de 595

espécies de aves (um terço das existentes no Brasil), 50 espé-

cies de peixes, 102 de répteis e anfíbios e 2 mil de borboletas.

Mas deixemos as cifras de lado e voltemos à mata.

o Cristalino é o paraíso dos birdwatchers. Gente que, em

bom português, adora passarinhar. Do alto das suas duas tor-

res metálicas de observação, a 50 metros do solo e acima da

copa das árvores, a turma se deliciou com o topete encara-

colado do araçari-mulato, o indescritível sete-cores-da-ama-

zônia e as penas multicoloridas da araracanga. No meio da

floresta, aprendemos a diferenciar o pequenino inhambu-de-

-cabeça-vermelha do imponente mutum-de-penacho.

A adrenalina subiu quando, na mata fechada, fomos surpre-

endidos pelo barulho forte, ritmado, de uma martelada seca e

invisível. “Macaco-prego tentando abrir coco de castanha pra

comer”, traduziu francisco. “Entrar na mata e ver de perto a al-

tura das árvores é impressionante”, disse Carla Guimarães, sor-

teada na etapa de penedo (rJ) e que, ao lado do marido, parti-

cipa do Mitsubishi Motorsports desde 2005. Carla se referia à

emoção de olhar para cima depois de chegar aos pés de uma

castanheira de estimados 800 anos de vida, tão grossa que oito

pessoas de mãos dadas mal davam conta de abraçá-la.

Quintanista de engenharia civil na Usp de são Carlos, Heytor

Biagiotti pessoa, premiado na etapa de ribeirão preto (sp), con-

tou que “o mais legal foi o sapo”. Ele se referia ao simpático ba-

tráquio amarelo com manchas pretas, encontrado sob algumas

folhas. ficou fascinado com a explicação do guia José: “Esse bi-

cho é muito perigoso, solta um veneno que índio põe em ponta

de flecha para torná-la mortal”. outro hit foi subir o rio num fim de

tarde e descê-lo de motor desligado, mas com as lanternas ace-

sas. De repente, flagramos um big dum jacaré saindo para jantar.

Bem educado, nos cumprimentou jogando água com a cauda.

para terminar, teve até causo de assombração. Quem con-

tou foi o francisco, que já trabalhou em garimpo. Certa vez uns

caboclos foram pescar na nascente do Cristalino. Lugar de mui-

to peixe porque ficava em lugar proibido, quase dentro da base

aérea de Cachimbo. Mal tinham montado acampamento, ouvi-

ram uns uivos horríveis vindos da mata. “Com certeza é índio

brabo”, disseram. E se mandaram de volta para Alta floresta.

Anos depois, retornaram. Antes, porém, foram fazer o reconhe-

cimento do terreno. Acharam uma choça. Dentro, uma rede de

garimpeiro, dessas de náilon, armada. Dentro da rede, algo.

“Abriram e deram com a ossada de um homem com um

vidro de analgésico na mão”, explicou francisco. o sujeito ti-

nha quebrado a perna, não podia se mover. Quando ouviu os

pescadores chegando, começou a gritar. “E vocês vejam que

azar: o povo se mandou, achando que era índio.”

abraçar em oito pessoas a castanheira com idade estimada de oito séculos foi uma das inúmeras experiências vividas pelos sortudos que comemoraram na mata os 20 anos do mitsubishi motorSports

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96 Mit revista junho 2015

mundo 4x4 esporte

por maria clara vergueiro

selvagensrelatos

Há 17 anos, as corridas de aventura desembarcaram no Brasil e conquistaram os corações de atletas amadores e profissionais

No final dos anos 1990, o paulistano Alexandre Freitas, hoje com 53 anos, participou de uma competição na Nova

Zelândia muito diferente de tudo o que ele já havia experimentado. Era uma espécie de corrida com imersão

na natureza, leitura de mapas topográficos, trabalho em equipe, estratégia e múltiplas modalidades esportivas.

A primeira prova do gênero, a Coast to Coast, havia estreado naquele país em 1980. o brasileiro ficou fascinado

com a competição, cujos desafios para as equipes formadas por quatro pessoas incluíam corridas, remadas e pedaladas

por longas distâncias em percursos indicados em um mapa recebido poucas horas antes da largada. os atletas carrega-

vam em suas mochilas o mínimo necessário para sobreviver durantes os dias de expedição, dormiam um par de horas por

dia, precisavam administrar os humores e desconfortos dos companheiros de equipe e, após centenas de quilômetros por

matas fechadas, rios, corredeiras, mar e montanhas, chegavam ao final da competição tão realizados quanto destruídos. DA

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97junho 2015 Mit revista

correr na altitude: uma das

dificuldades

selvagens

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98 Mit revista junho 2015

Contagiado pela nova modalidade, Alexandre trouxe a ideia

para o Brasil. organizou em 1998 a primeira corrida de aven-

tura do país, a Expedição Mata Atlântica (EMA). Foram três

dias e 220 quilômetros de percurso. para atrair adeptos e in-

centivar o esporte, criou a Sociedade Brasileira de Corridas de

Aventura (SBCA) e lançou um circuito brasileiro de provas. Em

2002, Freitas precisou sair de cena para cuidar de uma doen-

ça devastadora provocada por um parasita que se instalou em

seu corpo durante uma prova nas ilhas Fiji. Seus esforços, no

entanto, formaram um seleto grupo de adeptos do esporte;

gente que tinha espírito inquieto e aventureiro, como o empre-

sário José pupo, 48 anos. “As corridas de aventura uniram três

coisas que eu amo: natureza, estratégia e gente”, explica pupo,

tricampeão brasileiro de rafting e técnico da seleção brasileira

de canoagem na olimpíada de Barcelona (1992).

Nesses 17 anos, inúmeras provas foram realizadas em

cenários como Chapada Diamantina (BA), Serra dos Órgãos

(rJ), Serra da Bocaina (Sp), Lençóis Maranhenses (MA), Jala-

pão (To) e Amazônia (AM), entre tantos outros. o melhor mo-

mento da corrida de aventura no Brasil deu-se entre 2000 e

2008, quando eventos como o Ecomotion pro, principal prova

de aventura do país, chegavam a somar 60 quartetos nacio-

nais e estrangeiros. Naquele período o esporte recebia aten-

ção da mídia atraída pelo aspecto pitoresco do esporte. Afinal

de contas, quem eram aquelas pessoas que, em sã consci-

ência e por vontade própria, dedicavam parte da vida para

treinar, investiam um bom dinheiro em inscrições e viagens e

torravam os fins de semana para se meter no meio do mato,

passando por situações de adversidade e privação? os relatos

de sobreviventes – com o perdão do exagero – são selvagens

(leia três no final da reportagem).

única equipe 100% feminina

No dia 15 de novembro deste ano, o Brasil vai sediar pela

terceira vez uma etapa do campeonato mundial de corridas

de aventura. Será no pantanal (MT) e contará com os mes-

mos organizadores que adquiriram a marca Ecomotion em

2012. responsável por aquela prova e pela etapa deste ano no

pantanal, Shubi Guimarães revolucionou as corridas quando

montou, em 2000, a única equipe 100% feminina do mundo,

a Atenah, que chegou a ser a melhor equipe brasileira no Eco-

motion 2006, com as atletas Cristina de Carvalho, Fernanda

Maciel e Nora Audrá ao seu lado. Hoje, Shubi reúne forças, co-

nhecimento e coragem para divulgar o esporte que a ensinou

algumas das lições mais importantes da vida. “A corrida de

aventura é uma ferramenta para ajudar na promoção da biodi-

mundo 4x4 esporte

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99junho 2015 Mit revista

com quatro dias – dois em trânsito

e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque

versidade, da identidade cultural e da conservação das nossas

áreas, mas sofre com leis que priorizam só o futebol, com o

desinteresse da mídia e a consequente falta de renovação dos

atletas”, avalia.

Mesmo assim existem no Brasil cerca de 30 equipes “cons-

tantes”, que disputam provas regionais e se arriscam em com-

petições fora do país, já que não há campeonato nacional.

um dos circuitos mais importantes da região Sudeste, que há 14

anos serve de porta de entra-

da para aspirantes e de treino

paras atletas experientes, é

o Adventure Camp. por lá já

passaram mais de 40 mil pes-

soas, segundo os cálculos do

organizador, Sergio Zolino, ve-

terano com mais de 70 corridas de aventura no currículo. Longe

daqui, uma mulher se consagra e coleciona títulos. A brasiliense

Barbara Bonfim vive como atleta profissional e integra a equipe

espanhola Columbia vidaraid, líder do ranking mundial – a equi-

pe brasileira BMS Multisport ocupa a oitava colocação.

Capitão da QuasarLontra, equipe mais longeva do país (17a

no ranking mundial), rafael Campos, 37 anos, passou pelas

Forças Armadas e encontrou na aventura, em 1999, o ambien-

te perfeito para praticar técnicas de sobrevivência na selva e o

autocontrole, adquiridos nas experiências extremas dos tem-

pos de exército. Atleta-referência das corridas de aventura no

Brasil, rafael chegou a participar de 18 competições por ano,

nacionais e internacionais. pai da recém-nascida Manuela,

ele diminuiu o ritmo, mas é presença certa em ao menos dez

provas anuais, sendo duas delas expedicionárias (acima de

300 quilômetros). “Continuo motivado graças à paixão pelo

esporte, às experiências pro-

porcionadas pela interação

com as pessoas e a natureza,

e principalmente porque sigo

aprendendo em cada compe-

tição”, diz o único brasileiro

a vencer, em 2006, os 250

quilômetros da dificílima prova solo Between 2 Continents,

Between 2 oceans, na Costa rica.

Afastados desde 2012 das corridas de aventura (mas não

das provas de montanha), os amigos Caco Alzugaray e Cristina

de Carvalho aplicam os princípios das corridas no dia a dia. os

empresários – ele preside a Editora Três, da revista IstoÉ, e ela

é sócia da assessoria esportiva Núcleo Aventura – gerenciam

crises, lidam com equipes e cuidam dos problemas pessoais

As provas realizadas no Brasil, embora sem grande divulgação, atraem apaixonados

como o multiatleta José pupo. “As corridas unem três coisas que amo: natureza,

estratégia e gente”, diz ele

os cenários podem ser floridos. ou inóspitos, como o da patagônia

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100 Mit revista junho 2015

com recursos mentais aprendidos nas competições. “Nunca

perco de vista o curto, o médio e o longo prazo. Assim como

fazia na aventura, equilibro na minha vida essas três perspec-

tivas: é preciso vencer cada dia todos os pequenos desafios

do percurso, sem ficar imobilizado por um contratempo pon-

tual e sem investir toda a energia de uma vez”, ensina o publi-

sher. “A prova é longa e exige que se administrem muito bem

os recursos.”

para Cristina, o maior aprendizado é caminhar com otimis-

mo, sem remoer os desconfortos físicos ou lamentar os ine-

vitáveis erros de estratégia e navegação. “A postura é seguir

adiante sem fricote, consertando tudo que estiver ao alcance,

com determinação e respeito pela equipe. isso é sensacional

em todos os aspectos da vida”, arremata a atleta. Se para al-

guns as corridas de aventura parecem selvagens demais, e

exigem mais do que o corpo e a mente humanas são capazes

de dar, para outros a modalidade veio para nos reaproximar

da natureza e foram um choque na mentalidade consumista,

acomodada e viciada em conforto, que impõe o ritmo da vida

nas cidades grandes. E você, o que acha?

mundo 4x4 esporte

a bússola ajuda um bocado e o mapa orienta os competidores, mas não tem jeito: muitos trajetos exigem enfrentar a lama

cartilha de veteranoAventureiros com muitos quilômetros rodados compartilham a experiência em poucas lições:

n fé em deus e pé na tábua Bolhas, cortes, queimaduras e problemas nas unhas são comuns e levam muita gente a desistir. Manter os pés secos, lubrificados e protegidos é crucial para seguir adiante.

n comer, beber e gastar Enquanto uma pessoa ativa consome cerca de 2.500 calorias por dia, um atleta de longa distância consome 10 mil calorias ou mais em apenas meio dia de prova.

n antecipe os problemaso bom corredor de aventura sabe prever

os melhores e os piores cenários – e atua preparado para todos eles.

n “nada é tão ruim que não possa piorar”A aventura começa quando algo sai errado. Ter em mente que um obstáculo ainda não é o limite e olhar de forma construtiva para o problema é fundamental.

n “depois da tempestade, sempre vem a calmaria”Geralmente trechos muito sofridos são recompensados com momentos inesquecíveis e belos.

n acredite no seu instinto o contexto da aventura reaproxima as pessoas da natureza e das sensações mais primárias. Nesse cenário, poucos

conhecimentos podem funcionar mais do que o seu instinto.

n mantenha a fé inabalável É muito importante acreditar que tudo vai dar certo no final.

n saia da zona de conforto, sem perder a linha os que desistem antes do máximo nunca evoluem. os que extrapolam os limites costumam lidar com consequências pesadas.

n escolha bem seus parceirosSempre que possível, corra com pessoas de quem você gosta muito e que você já sabe como funcionam em situações extremas e de stress.

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101junho 2015 Mit revista

atravessar rios e encarar o rapel são percalços que costumam fazer parte de uma modalidade rigorosa em relação ao preparo físico

n percursos

Costumam ter de 50 km (curtas) a 500

km (expedicionárias). podem levar de

algumas horas a alguns dias.

n modalidades

Normalmente, os percursos alternam

trechos de trekking (caminhada ou

corrida em terrenos rústicos), mountain

bike, canoagem e técnicas verticais

(rapel, escalada, canyoning). A leitura de

mapas topográficos é obrigatória.

n equipes

Formadas por quatro integrantes,

que precisam permanecer juntos

por todo o trajeto. obrigatoriamente

um deles tem que ser uma mulher.

Cada equipe tem um capitão, que

geralmente monta a estratégia e atua

em momentos decisivos. Embora não

seja uma regra, tende a ser um líder. o

navegador é responsável pela leitura

do mapa da prova.

n pcs e ats

os postos de Controle (pC) são pontos

estratégicos que servem para fiscalizar

a passagem obrigatória e a colocação

das equipes na prova. As Áreas de

Transição (AT) consistem em pontos

em que há troca de modalidade, onde

os atletas podem ou não encontrar

sua equipe de apoio, fazer refeições

rápidas, trocar peças de roupas e até

dormir por alguns minutos.

n apoio

Existem dois modelos distintos de

provas: as que contam com equipes de

apoio – que acompanham os atletas

nos pCs e ATs, cuidando do conforto

físico, alimentação e do transporte

de seus equipamentos – e as que

não contam com apoio, exigindo que

os atletas sejam autossuficientes.

Nestas, a organização se encarrega de

transportar equipamentos.

n restrição de sono

A administração do sono é uma parte

estratégica fundamental. Alguns

eventos contam com Dark Zone, um

momento em que a organização

paralisa a prova para que todas as

equipes durmam. No Brasil, a maioria

dos eventos é non stop, ou seja, sem

pausa estabelecida para sono.

o beabá das corridas de aventuraJo

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102 Mit revista junho 2015

rafael campos (ao centro) e shubi

guimarães (de óculos) estão entre

os principais atletas brasileiros desse

esporte radicalíssimo

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103junho 2015 Mit revista

poucas e boas

perdidas no quirguistãoPor Shubi Guimarães

“Em 2003, corremos com a equipe

Atenah o raid Gauloises, no Quirguis-

tão, uma das provas expedicionárias

mais tradicionais e duras do mundo.

Durava cerca de sete dias. No segundo

dia, a prova foi paralisada por causa da

morte de uma atleta francesa no rio.

Evacuaram todas as equipes do rio e

levaram para a beira do lago issy Kull.

Lá, sofrendo com o frio, nossa equipe

encontrou abrigo em uma casa para

nos aquecermos antes de prosseguir.

Mas, enquanto dormíamos, a organi-

zação reuniu todo mundo em alguns

ônibus para levar os atletas até outra

transição, e nós ficamos esquecidas

na casa do tiozinho que nos acolheu.

Quando acordamos, não tinha mais

ninguém, mais nada, nem sinal da orga-

nização. Estávamos sem mochila, sem

mapa, sem dinheiro, abandonadas no

meio do nada, no Quirguistão. Durante

12 horas vagamos a pé por estradas

completamente desertas, paramos e

invadimos o único carro que passou por

lá (depois de fazermos uma barreira

humana no meio da estrada, obrigando-

-o a parar). Trocamos oito pilhas por um

saco de biscoito murcho e uma garrafa

de Coca-Cola e descolamos uma ca-

rona, fazendo mímica, até o lago issy

Kull. Quando chegamos, encontramos

os membros da organização confabu-

lando. Disse para eles que tinham nos

abandonado e que tínhamos passado o

maior dos perrengues. o chefe da prova

respondeu: ‘vocês são brasileiras, eu

sabia que iam se virar’.”

oásisPor Rafael Campos

“Foi durante o sexto dia do Eco Challen-

ge, nas ilhas Fiji. Àquela altura da prova,

já caminhávamos bastante debilitados,

cansados, com os pés cheios de bolhas,

uns quatro quilos mais magros. pas-

sando por uma vila, encontramos uma

fijiana diante de uma mesa improvisada

em tábuas de madeira com algumas

frutas. Nos aproximamos, imaginando

que ela as venderia (na nossa situação,

estávamos dispostos a pagar bem

caro, se tivéssemos dinheiro). Mas ela

simplesmente disse que poderíamos

comer tudo, que teria mais para dar

às outras equipes. Não estava ven-

dendo, mas oferecendo. Aquilo era um

sonho! Fruta fresca depois de tantos

dias comendo gel, comida liofilizada,

suplementos... uma situação completa-

mente inusitada que eu nunca esqueci.

Esses pequenos confortos, com os

quais estamos acostumados, ganham

um valor incomensurável durante ou

depois de uma prova de aventura.”

entrando pelo canoPor Cristina Carvalho

“No meio de um trekking de uma prova,

caminhávamos por um trecho de terra

onde originalmente havia um córrego

pequeno, mas que havia enchido muito

nos dias anteriores e virado um rio.

Não dava para ver muito bem o chão,

os limites da trilha sumiam embaixo

da água. Dei um passo para fora da

trilha sem perceber e caí em uma

manilha (tubo de concreto para fossas

e esgotos). Fiquei com metade do

corpo dentro dela e outra metade fora,

presa pelo meio das pernas, uma fora

outra dentro, com um volume de água

absurdo na minha cara, totalmente sub-

mersa. Eu poderia ter morrido se meus

parceiros de equipe demorassem para

ver onde eu tinha me enfiado. Lembrei

das lições básicas de resgate de rio:

manter a calma e botar a mão para fora

d’água para ser vista. Meus companhei-

ros viram minha mão e me puxaram

com força. Saí toda machucada e tive

que fazer a etapa seguinte, de mountain

bike, completamente destruída, mal

conseguia sentar no banco.”

próximas paradasNas corridas de aventura, os percursos precisam ser inéditos, e por isso cada evento é único. Conheça abaixo algumas das competições mais legais do planeta, que integram o circuito mundial (ArWC)

áfrica n nome: Expedition Africa n onde: Suazilândia, país no sul da África n quando: de 5 a 14 de junho de 2015 n quilometragem: 500 kmn kineticgear.co.za

américa do norten nome: Expedition Alaska n onde: Alasca, EuA n quando: de 28 de junho a 4 de julho de 2015

n quilometragem: 473 km n expeditionak.com

austrália n nome: XpD n onde: região de Queenslandn quando: de 3 a 14 de agosto de 2015n quilometragem: cerca de 700 quilômetrosn xpd.com.au

europan nome: raid in France n onde: Ain, leste da Françan quando: de 16 a 20 de setembro de 2015n quilometragem: 370 quilômetrosn raidinfrance.com

brasiln nome: ArWC pantanal

n onde: Serra do Amolar, pantanal n quando: de 11 a 21 de novembro de 2015n quilometragem: ainda não divulgadan arwcpantanal.com

nova Zelândia n nome: GoDZone n onde: Lake Wanakan quando: 2016 (sem data definida) n quilometragem: 557 quilômetrosn godzoneadventure.com

américa do sul:n nome: Tierra vivan onde: patagônia Chilenan quando: 2016 (sem data definida) n tierraviva.com.ar

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105junho 2015 Mit revista

universomitsubishi

No asfalto, na terra ou na água, a marca dos três diamantes tem a diversão certa para você

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106 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi

por ary pereira jr., de Jurerê (sc) FOTOS Marcos Mandez/Mitsubishi

Mundial de vela

o mitsubishi motors s40

World championship ga-

rantiu seu lugar na história

da vela. realizado entre

os dias 12 e 16 de abril nas águas de

jurerê, em florianópolis (sc), tratou-se

da terceira edição do mundial da classe

s40 – as anteriores aconteceram no

chile (2013) e na espanha (2014). o

evento reuniu 11 veleiros e 110 velejado-

res, sendo oito medalhistas olímpicos,

donos de 17 condecorações. na flotilha,

destaque para nomes como torben

Grael (brasil), jochen schümman (ale-

manha), santiago lange (argentina) e

nuno barreto (portugal).

o campeonato foi marcado pela

emoção a cada boia e por um impres-

sionante equilíbrio entre as tripulações.

vale dizer que, na classe soto 40, os

barcos estão entre os mais velozes

do iatismo e são one design, rigoro-

samente iguais. o que decide são a

habilidade e o entrosamento da equipe

a bordo. no mitsubishi motors s40

World championship, dos 11 veleiros,

sete venceram ao menos uma das dez

regatas. tamanha igualdade de forças

levou a decisão para o último dos cinco

dias de prova.

Graças ao vento nordeste em torno

de 10 nós (18 km/h) e ao sol, que

permaneceu iluminando os velejadores

por três dias, o Patagonia (argentina)

ganhou as duas primeiras regatas.

Oito medalhistas olímpicos estiveram no Mitsubishi Motors S40 World Championship

os Medalhistas olíMpicosn jochen schümman (Alemanha): 4 medalhas (3 ouros) n santiago lange (Argentina): 2 n javier conte (Argentina): 1 n juan de la Fuente (Argentina): 2 n torben Grael (Brasil): 5 (2 ouros) n clínio de Freitas (Brasil): 1 n nuno barreto (Portugal): 1 n hugo rocha (Portugal): 1

Senhores do vento

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107junho 2015 Mit revista

tripulações fazem contrapeso em

busca da liderança

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Page 108: MIT Revista 58

108 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi Mundial de vela

equilíbrio: dos 11 veleiros, sete venceram ao

menos uma etapa

no segundo dia, a intensidade do vento

aumentou. o chileno Estampa del Vien-

to e o brasileiro carioca venceram. na

quinta e sexta regatas, o Pajero (brasil)

foi absoluto: aproveitou ao máximo as

rajadas de até 20 nós, as mais fortes da

competição. no penúltimo dia o vento

diminuiu, chegaram as nuvens e só deu

chile, com vitórias do Mitsubishi Motors

e do santander.

no esperado dia da decisão, o vento

de nordeste a noroeste, predominante

em florianópolis, rondou para sul na

entrada da frente fria, trouxe chuva,

mas não ultrapassou os 10 nós de velo-

cidade. com 12 pontos de vantagem, o

líder Patagonia precisava apenas mar-

car o Pajero. foi o que sua tripulação

fez, com eficiência, na nona regata. os

argentinos chegaram em quarto lugar,

apenas uma posição atrás do Pajero.

na prova final, o Pajero conquistou sua

terceira vitória e assegurou o vice-cam-

peonato mundial. para garantir o título,

bastava ao Patagonia cruzar a linha de

o soto 40n comprimento total: 12,3 m n boca máxima: 3,75 m n calado: 2,6 m n Área vélica: 100 m² n deslocamento: 4,2 t n peso máximo de tripulação: 770 kg n projetista: javier soto acebal (arG) n Material do casco: fibra de vidro e carbono

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110 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi Mundial de vela

chegada. os argentinos assim fizeram

e levaram a taça para casa. “É incrí-

vel vencermos uma competição com

tantos grandes velejadores na disputa”,

disse o tático do Patagonia, mariano

parada, hexacampeão mundial de vela

em várias classes.

o alemão jochen schümman, tri-

campeão olímpico e tático do Earlybird,

quinto colocado em florianópolis, ficou

impressionado com a competição.

“disputar uma classe oceânica one

design é como correr em uma olimpía-

da”, afirmou. “É minha primeira vinda à

américa do sul e fiquei muito feliz com

o ambiente saudável e com a organi-

zação.” torben Grael, comandante do

Energisa, o 11º colocado, fez coro. “o

nível do campeonato, o local e a orga-

nização foram ótimos”, disse. “temos

corrido apenas regatas no rio, mas não

poderíamos deixar de vir a um evento

desta dimensão.”

além de contar com o talento de

nomes consagrados, o mundial

acrescentou experiência à bagagem

dos brasileiros que estão em campa-

nha para os jogos olímpicos rio 2016,

como jorge Zarif, larissa juk, samuel

“samuca” albrecht e henrique haddad.

o momento de emoção, fora da água,

ficou para a abertura da cerimônia de

premiação. ausente do mundial por

motivos profissionais, eduardo de

souza ramos, comandante do Pajero,

participou em vídeo, gravado em são

paulo horas antes da entrega dos tro-

féus e medalhas. “estou muito feliz por

concretizar o sonho do inédito mundial

de s40 no brasil, com os melhores

barcos e os melhores velejadores no

campeonato de oceano mais impor-

tante do país”, disse. “será uma delícia

se pudermos fazer os três próximos

também no brasil.”

veleiro Patagonia: os campeões vieram

da argentina

o pódio 1) patagonia (Argentina)2) pajero (Brasil)3) itaú (chile)

“sofremos um pênalti, tivemos uma largada escapada, enfrentamos os melhores velejadores do mundo, mas nossa tripulação mostrou que é forte para superar as dificuldades.”sergio rocha, capitão do veleiro pajero (Brasil)

“na s40, valem a tripulação e o treinamento. os barcos são iguais para todos. É como um ditado muito popular no chile: ‘Mais valem os índios do que as flechas’.”dag von appen, secretário-geral da classe s40 e comandante do itaú (chile)

“não poupamos esforços para trazer tripulações estrangeiras. os barcos do chile cruzaram a cordilheira dos andes sobre carretas.”carlos sodré, o cuca, diretor técnico do Mitsubishi Motors s40 World championship

as nacionalidadesn alemanha n argentina n austrália n brasil n chile n espanha n méxico n portugal n suécia n uruguai

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Page 111: MIT Revista 58

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Page 112: MIT Revista 58

112 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi

por renato Góes autódromo velo città @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br

lancer cup

depois de uma longa espera, o

autódromo velo città voltou

a ouvir o emocionante ronco

dos motores. a abertura

da terceira temporada da lancer cup

aconteceu no dia 14 de março. para 2015,

a mitsubishi preparou novidades que ele-

varam o nível da competição e tornaram

as disputas entre os gentleman drivers

ainda mais acirradas. a partir deste ano, o

campeonato traz o selo da confederação

brasileira de automobilismo (cba). outra

novidade são os novos circuitos: além

do tradicional velo città, em mogi Guaçu

(sp), entram em cena os autódromos de

Goiânia (Go), tarumã (rs) e interlagos

(sp). todas as etapas terão cober-

tura do canal bandsports.

as duas primeiras etapas

foram disputa-

das no velo

città. para

aumentar

a emoção e

a imprevisibilidade dos resultados, foram

feitas duas alterações no traçado da pista.

a primeira foi a criação de um trecho de

alta velocidade que recebeu o nome de

curva do caipirinha, mais amena que a

curva do r – a mudança tornou a volta

em média cinco segundos mais rápida. a

outra novidade foi o aumento do raio da

curva da vitória, que antecede a reta final.

tais mudanças abriram a possibilidade de

quatro diferentes circuitos no velo città.

a chuva fina que persistiu durante

a manhã interferiu nos tempos dos

treinos classificatórios da

primeira etapa. a iminente

troca de pneus causou um

pequeno atraso e aumen-

tou a ansiedade dos pilotos. Quan-

do o safety car deixou a pista, a

ansiedade transformou-se

em adrenalina. na cate-

goria rs, bruno mesquita,

Com novo traçado, o Velo Città recebeu as duas primeiras etapas da Lancer Cup 2015

Equilíbrio em alta rotação

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113junho 2015 Mit revista

ultrapassagens marcaram a etapa

de abertura da temporada

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114 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi lancer cup

a chuva foi um desafio a mais para

os pilotos no velo città

campeão da temporada de 2013, largou

bem e não deu brecha para o segundo

colocado, elias jr. o campeão de 2014,

sérgio alves, iniciava sua recuperação

saindo da quinta para a terceira coloca-

ção. a disputa ganhou em emoção quan-

do o carro do líder perdeu um pouco de

desempenho. elias jr. ameaçou tomar a

posição, mas bruno segurou a pressão.

“o carro começou a escorregar de

traseira”, explicou bruno. Quem também

estava feliz era o piloto da categoria r, o

estreante rodrigo mange. “corri com o

segundo colocado na minha cola, mas

soube administrar a vantagem”, resumiu.

paulo pomelli venceu na rs master,

e ricardo feltre “bolão”, que divide a

pilotagem com o filho ricardinho, foi o

primeiro na r master. na segunda prova

do dia, o grid invertido trouxe surpre-

sas. com os pilotos mais rápidos na

primeira prova tendo que sair no meio

do bolo, o momento da largada sempre

é essencial para o ganho de posições.

foi o que pensaram os sete pilotos que

se chocaram logo na primeira curva. o

safety car precisou entrar na pista e a

bandeira amarela permaneceu hasteada

por quase metade da prova. Quem se

deu bem foi o estreante na categoria

lancer rs luiz santiago. após a relar-

gada, ele não cometeu erros e venceu.

na lancer r, ricardinho feltre, figura

conhecida nas competições off-road da

mitsubishi, mostrou talento também

no asfalto. “a experiência na mitsubishi

cup foi essencial para que eu saísse da

confusão quando um carro rodou na mi-

nha frente.” e comemorou: “voltei para

a pista, me recuperei e consegui minha

primeira vitória.” na categoria r master

quem venceu foi bernardo parne.

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Page 116: MIT Revista 58

116 Mit revista junho 2015

seGunda etapa

a segunda etapa da lancer cup 2015

começou diferente da anterior: com

sol forte e pista seca. melhor para os

gentleman drivers. nada menos do que

seis pilotos andaram na casa do 1’37”.

bruno mesquita mais uma vez foi o mais

rápido nos treinos e largou na frente,

seguido por sérgio alves e elias jr. só

que os dois pilotos cariocas tiveram

problemas durante a prova. sérgio foi

perdendo o freio e não demorou para

cair da segunda para a sexta colocação.

já elias teve problemas elétricos e foi

obrigado a abandonar. bruno venceu

com folga. atrás dele chegou eduardo

de souza ramos, que, além do segundo

lugar, venceu na categoria rs master. na

categoria r, novamente ricardo feltre

se destacou, assim como bernardo

parne na r master.

as emoções mais fortes acontece-

ram na segunda prova. assim como

na primeira etapa, uma nova confusão

ocorreu na largada, sendo necessária a

entrada do safety car. após a relargada,

elias jr. saiu da 12ª para a segunda posi-

ção. começou então uma disputa entre

ele e o líder, sérgio alves. uma série de

ultrapassagens entre os dois deixou a

disputa emocionante. a briga possibi-

litou a aproximação do bloco interme-

diário. na metade da prova, a distância

entre primeiro e quinto colocados era

mínima. um erro poderia custar a prova.

foi o que aconteceu com elias jr.: uma

vacilada o derrubou da liderança para a

quinta colocação. sérgio alves também

errou. sylvio de barros assumiu a dian-

teira e ali se manteve até a bandeirada

final. “consegui tirar vantagem da briga

deles”, disse sylvio, momentos após ser

premiado tanto na categoria rs como

na rs master. na lancer r, mauro neu-

enschwander foi o vencedor. bernardo

parnes venceu novamente na r master.

“a emoção de fazer parte de um cam-

peonato tão forte é muito grande”, disse

parnes. emoção, diga-se, não vão faltar

nesta terceira temporada. na próxima

etapa, no dia 21 de junho, a lancer cup

deixa pela primeira vez o velo città e

desembarca em Goiânia, no autódromo

ayrton senna.

É só cheGar e acelerar.a locação do lancer r e do lancer rs para parti-cipar da mitsubishi lancer cup utiliza o conceito sit&drive: questões logísticas, como mecânicos, manutenção e peças de reposição, ficam sob a responsabilidade da mitsubishi, por meio da ralliart, seu departamento de competições. basta o piloto colocar o capacete, ajustar o cinto de segurança, acelerar e se divertir. para mais infor-mações, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 3818-4319.

classiFicação Geraln lancer rs 1) bruno mesquita - 72 ptos 2) eduardo souza ramos - 70 ptos 3) sérgio alves - 66 ptos 4) luiz santiago - 49 ptos 5) elias jr. - 42 ptos n lancer r 1) ricardi-nho feltre - 100 ptos 2) mauro neuenschwan-der - 94 ptos 3) rodrigo mange - 75 ptos 4) alexandre navarro - 62 ptos 5) pedro h. costa - 62 ptos n lancer rs Master 1) eduardo souza ramos - 70 ptos 2) luiz santiago - 49 ptos 3) sylvio de barros - 41 ptos n lancer cup r Master 1) bernardo parnes - 92 ptos 2) ricardo “bolão” feltre - 50 ptos 3) vital menezes - 45 ptos

próxiMas etapasn 19 e 20 jun Goiânia (GO) n 24 e 25 jul Velo Città (SP) n 21 e 22 ago Interlagos (SP) n 02 e 03 out Tarumã (RS) n 13 e 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

patrocinadores: armura, artfix, btG pactual, lubrax, pirelli, sky, unirios

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Page 118: MIT Revista 58

118 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi evo day

o lancer evolution é o tipo

de carro que mexe com o

imaginário de quem gosta

de velocidade. não à toa

o lancer evo day, organizado pela

mitsubishi motors no autódromo velo

città, tornou-se o evento favorito de

quem é fanático pelo carro. veteranos

e novatos dividem espaço nas retas e

curvas em busca de mais performance.

donos do modelo que virou um mito

após vencer quatro vezes o World rally

championship (1996 a 1999) têm a

pista à disposição

para acelerar e ti-

rar tudo do carro.

figura presente

desde as primei-

ras etapas do evo

day em 2013, o

empresário edras

soares, de itapira (sp), se habituou a

fazer os melhores tempos do track day.

seu lancer evo a cada ano ganha mais

pimenta. na atual temporada, para

reduzir o peso do carro, edras tirou

o revestimento interno e os bancos.

“também mandei colocar gaiola, subs-

tituí a tampa do porta-malas e coloquei

para-lama com extração de ar para

os freios”, conta. nas duas primeiras

Veteranos e novatos se misturam no Lancer Evo Day

Pé embaixo

várias gerações do lancer evo dividem

a pista do velo città

por renato Góes autódromo velo città @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br

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Page 119: MIT Revista 58

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Page 120: MIT Revista 58

120 Mit revista junho 2015

“a gente que partici-pa desde o começo sabe como o evo day evoluiu e se tornou um evento obrigató-rio para quem ama velocidade.” jiho Kim, empresário

“além da oportuni-dade de correr no velo città, a gente encontra os amigos e outros fanáticos pelo lancer evo.”rodrigo rodrigues, empresário

etapas do ano, ele conseguiu andar

abaixo de 1’40”. “É um evento sólido e

sério, que a cada etapa demonstra sua

qualidade. o velo città tem a melhor

pista para um evento desse tipo.”

já eric varga, administrador de

empresa de limeira (sp), estreou no

lancer evo day na primeira etapa do

ano. ele havia comprado seu lancer

evolution X dois meses antes. “sou

dono recente e esta é a minha primeira

vez numa pista de verdade”, disse.

“depois de muita conversa com gente

que entende, a decisão sobre o melhor

custo-benefício para um carro esportivo

ficou para o lancer. É esportivo, tem

preço acessível e conta com o suporte

da mitsubishi”, afirmou. a experiência foi

tão boa que ele retornou para a etapa

seguinte. dessa vez, com reforços no seu

lancer. “mandei reprogramar a ignição e

troquei o filtro de ar e o radiador de óleo.”

após as duas primeiras provas do dia,

já era possível observar seu semblante

feliz. “o carro é uma máquina. acelerar

no velo città é uma experiência única e

obrigatória pra qualquer um que goste

de velocidade.” se você quer sentir essa

adrenalina, veja abaixo o calendário das

próximas etapas.

universo mitsubishi evo day

próxiMas etapasn 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

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Page 122: MIT Revista 58

122 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi Fun day

nardolei campos e carlos pa-

raventi estavam de asX com

menos de 600 quilômetros

de vida. rodrigo ronzella, de

outlander Gt, trouxe o pai, cleuci, para

ser seu navegador. no lancer cvt de

tiago rossetti estavam sua namorada,

samanta, e os amigos denis e fernanda.

essas e outras dezenas de turmas a bor-

do de seus mitsubishi estiveram nas duas

primeiras etapas da segunda temporada

do fun day, nos dias 14 de março e 25 de

abril. no entanto, quem mais chamou a

atenção no velo città foi o casal luiz mi-

guel pedroso filho e Gabriela akemi Koga.

os dois resolveram incrementar o álbum

de fotos do futuro casamento com

imagens na pista. sem deixar o lancer

fora do enquadramento, luiz,

devidamente trajado de terno

e gravata, e Gabriela, de

vestido longo, posaram

para as fotos em meio

ao ronco suave dos

motores. “conse-

gui juntar minhas

duas grandes

paixões: a Ga-

briela e o lancer”,

afirmou luiz. o

fun day é um dia

no qual o velo città

fica aberto à disposição de quem tem

um mitsubishi. trata-se de uma prova de

regularidade realizada em um autódromo

– no caso, um autódromo homologado

pela federação internacional de auto-

mobilismo (fia). em cada uma das três

provas, de 30 minutos, os participantes

precisam passar no tempo correto em

diversos pontos da pista e fazer a volta no

tempo determinado pela organização. o

piloto mais regular leva o troféu para casa.

nardolei, aquele do asX seminovo, ficou

na 13ª colocação da primeira etapa. “foi

excelente, inesquecível.

na próxima, estarei aqui de novo.” cleuci e

rodrigo, pai e filho que vieram de outlan-

der Gt, também aprovaram a brincadeira.

“em 70 anos de vida nunca havia passado

por uma experiência como essa. foi

revigorante”, disse cleuci. “eu sabia que

tinha um ótimo carro, mas agora tenho

certeza”, concluiu rodrigo. já Gabriela, a

noiva, estava extasiada com o fun day:

“Que meu casamento seja sempre assim,

que momentos como esse continuem

fazendo parte da nossa vida.”

Entre os presentes nas etapas de abertura, famílias, amigos e um casal de noivos

Regular e sempre

por renato Góes autódromo velo città @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br

próxiMas etapasn 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

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Page 123: MIT Revista 58

123junho 2015 Mit revista

do Fun day, podem participar o outlander, o asx e o lancer

“É emocionante participar deste evento numa pista como o velo città. daqui para a frente não vou perder uma etapa.” hans sartori beran, estudante

“o carro respondeu muito bem na pista. Mas o mais legal foi compartilhar esse momento com meus amigos e minha namorada.”tiago rossetti, programador

fotos adriano carrapato

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124 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi

por juliana aMato

Motorsports @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br

Campos do Jordão (SP) e Tiradentes (MG), no Sudeste, e Gravatá (PE), no Nordeste, abriram a temporada 2015 do Mitsubishi MotorSports

A Nação 4x4 está de volta

túnel de árvores nos arredores da histórica tiradentes

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Page 126: MIT Revista 58

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REFERÊNCIAno transporte

126 Mit revista junho 2015

já fazia quatro meses que a

nação 4x4 não se encontrava.

a última etapa do mitsubishi

motorsports sudeste havia sido

no dia 15 de novembro, em ribeirão

preto. após uma longa espera, lá

estavam os felizes clientes mitsubishi

prontos para a largada de mais uma

temporada do rali de regularidade.

dia 21 de março, campos do jordão

(sp). frio sob medida. chuva mais sob

medida ainda. tudo do jeito que estes

pilotos e navegadores gostam. a prova

exigiu habilidade dos competidores

para executar curvas com o piso liso,

além de driblar a neblina e a garoa.

os mais de 250 carros inscritos

espirraram muita lama pela serra

da mantiqueira. entre idas e vindas

pela divisa entre são paulo e

minas Gerais, a planilha levou os

participantes pelas cidades são bento

do sapucaí, marmelópolis, delfim

moreira, brasópolis, piranguçu e

Wenceslau braz. sobrou adrenalina.

marcio roberto torres e carolina

merisse, proprietários de uma l200,

participaram pela primeira vez.

“sempre quisemos participar do

motorsports”, contou ele. marcio,

10 anos, filho do casal, entrou na

brincadeira para ajudar os pais e adorou

a experiência.

na categoria Graduados, o primeiro

lugar foi para os irmãos alfredo e

camilo turcatto, de são paulo (sp),

a bordo de um pajero full. “voltamos

agora a competir juntos e estamos

felizes com o resultado”, disse o

navegador. “viemos focados para

competir. começar o ano assim

aumenta a nossa confiança”, completou

o piloto. na categoria turismo,

quem levou a melhor foi o casal luiz

renato lopes e debora carvalho, de

pouso alegre (mG), a bordo de uma

l200 triton. “buscamos o rali para

fazer programas com nossos filhos

adolescentes. e quando entramos no

carro esquecemos o papel de marido

e mulher, viramos piloto e navegador”,

contou debora. na categoria para os

iniciantes, a turismo light, leandro

de mendonça thurler e rodrigo vieira,

de rio das ostras (rj), venceram a

bordo de um pajero tr4. “foi uma

emoção enorme. vale muito a pena.

Quando chegamos da trilha, senti que

estávamos bem, mas não tínhamos

a noção de que daria para ganhar”,

comemorou o navegador, que pretende

estar “em todas as etapas deste ano”.

Enquanto a etapa de Campos o Jordão foi debaixo de uma garoa que deixou o piso como a Nação 4x4 gosta, em

Tiradentes a prova foi em um dia de sol e vento fresco

universo mitsubishi Motorsports sudeste

uma l200 triton rs vence as

montanhas de campos do jordão

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Page 127: MIT Revista 58

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128 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi Motorsports sudeste

o pódio da categoria turismo light em campos do jordão e o sorriso no rosto dos competidores

classiFicação caMpos do jordãon Graduados 1) alfredo turcatto/camilo turcatto (são Paulo/sP) 2) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 3) acyr hideki silva/Gustavo schmidt (corupá/sc) 4) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 5) ernesto Kabashima/luiz durval brenelli paiva (são Paulo/sP) n turismo 1) luiz renato lopes/debora a. de carvalho (Pouso Alegre/MG) 2) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 3) carlos frederico bauer/ alexandro silva (são Bento do sul/sc) 4) valdir de lacerda/elisa borges lacerda (Pouso Alegre/MG) 5) paulo rochadel lima/ daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) n turismo light 1) leandro thurler/rodrigo j. vieira (Rio das Ostras/RJ) 2) claudio lemos/ any Karoline lemos (Rio de Janeiro/RJ) 3) ricardo sant’ana/samila colla (são Paulo/sP) 4) fernando cesar louro/victor Gomes barcellos (são Paulo/sP) 5) reginaldo rocha junio /evaldo alves (são Paulo/sP)

classiFicação tiradentesn Graduados 1) bruno eymael/victor eymael (santana de Parnaíba/sP) 2) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 3) daniel Krabbe/marcello ladeira (Jacareí/sP) 4) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 5) luciano Wanzuit/renan pamplona medeiros (Gaspar/sc) n turismo 1) carlos frederico bauer/alexandro silva (são Bento do sul/sc) 2) eduardo Kruger/fabiane Kruger (Jaraguá do sul/sc) 3) paulo rochadel lima/daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) 4) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 5) celio mauro fonseca/matheus ribeiro fonseca (Pouso Alegre/MG) n turismo light 1) claudio rafael/any Karoline lopes (Rio de Janeiro/RJ) 2) Guilherme sodre / Gustavo Gasparian (são Paulo/sP) 3) leonardo menarim/adriana micheli (castro/PR) 4) reginaldo rocha junior/evaldo alves (são Paulo/sP) 5) leandro thurler/rodrigo vieira (Rio das Ostras/RJ)

próxiMas etapas sudesten 20 jun Goiânia (Go) n 04 jul curitiba (pr) n 08 ago penedo (rj) n 22 ago vitória (es) n 07 nov joinville (sc) n 28 nov ribeirão preto (sp)

patrocinadores: petrobras, itaú, dalgas, W. truffi, transzero, pirelli, clarion, unirios, embracon, stp, tecfil, mapfre, pilkington, flamma, rede, sky, sideral e artfix.

“Mesmo sem conhecer ninguém, fui muito ajudada durante o rali. você faz amigos, se diver-te. esse é o espírito da nação 4x4.” any Karoline lemos, rio de janeiro (rj)

“além do prazer de acelerar, fazer parte de um rali de verda-de e de estar entre amigos, você viaja, conhece cidades pelo brasil.”leandro thurler, rio das ostras (rj)

tiradentes

a segunda etapa do ano do mitsu-

bishi motorsports sudeste aconteceu

nos arredores da cidade histórica de

tiradentes (mG). de pajero dakar, josé

carlos coelho e alexandrina souza, de

campinas (sp), casados há mais de

30 anos, formavam uma das duplas. o

engenheiro e a professora eram pura ani-

mação na companhia do casal de amigos

Waldeques e regina. a planilha levou os

competidores aos municípios de prados,

lagoa dourada e dores de campos. “na

primeira etapa tivemos muitos desafios,

pois choveu. mas foi maravilhoso”, con-

tou o piloto, sobre a prova de campos do

jordão (sp). em tiradentes, mais expe-

rientes, perderam-se pouco e estavam

mais habituados à planilha. apesar da

diversão, não foi dessa vez que a turma

foi ao pódio. “mas valeu. Quem sabe

na próxima?”, comentou regina. Quem

venceu na categoria turismo light foi o

casal claudio rafael e any Karoline le-

mos, do rio. “batalhamos. o espírito 4x4

é indescritível!”, disse any. na turismo,

carlos bauer e alexandro silva, foram

ao topo. “foi um trabalho em equipe”,

contou bauer. na Graduados, a vitória

foi de bruno e victor eymael, com um

pajero full. “foi nossa primeira vitória. tá

difícil acreditar”, contou bruno.

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130 Mit revista junho 2015

classiFicação GravatÁn Graduados 1) fernando Gomes/amarino duarte (Fortaleza/cE) 2) fernando oliveira/ jean paul bernhardt (Teresina/PI) 3) paulo roberto Goes/jhonatan ardigo (Joinville/sc) 4) fabio carvalho / claudio flores (Belo Horizonte/MG) 5) paulo coelho/cristovam coelho neto (Fortaleza/cE) n turismo 1) fernando siqueira/fabio saboia (Fortaleza/cE) 2) pedro barbosa/sirio silva (Fortaleza/cE) 3) romulo cavalcanti junior/humberto Waldy neto (Fortaleza/cE) 4) marcio botelho/leandro belizario (Fortaleza/cE) 5) thiago soares ferreira/emerson toshio arakaki (Fortaleza/cE) n turismo light 1) ronaldo nogueira/denise nogueira (Fortaleza/cE) 2) eduardo lopes / erico sousa (Fortaleza/cE) 3) victor de lima saraiva/joão paulo rodrigues (Recife/PE) 4) thiago barreto de souza/rodrigo barreto da cunha (Olinda/PE) 5) alberto borba/ricardo maciel de Gouveia (Recife/PE)

próxiMas etapas nordesten 12 set joão pessoa (pb) n 26 set natal (rn) n 24 out fortaleza (ce)

patrocinadores: petrobras, itaú, dalgas, W. truffi, transzero, pirelli, clarion, unirios, embracon, stp, tecfil, mapfre, pilkington, flamma, rede, sky, sideral e artfix.

“É um fim de semana diferente. você tem a chance de colocar seu carro na trilha em um evento superorganizado.”eduardo callou, Barbalha (PE)

universo mitsubishi Motorsports nordeste

“vai-te embora! vai-te

embora!” com o

inconfundível sotaque

pernambucano,

eduardo callou dava o impulso para

ricardo dos santos acelerar a l200

triton pelas serras dos arredores de

Gravatá. a cidade, a 84 quilômetros

do recife, recebeu a etapa de abertura

do mitsubishi motorsports nordeste.

eduardo é mineiro de uberaba. foi lá pra

cima estudar medicina, conheceu a irmã

de ricardo, casou-se e mudou-se para

barbalha. apesar de ser estreante no

papel de navegador, eduardo parece à

vontade com a planilha. na primeira hora

de prova, nenhum vacilo, nenhum erro.

bastou, no entanto, receber um

elogio do cunhado para aparecer uma

ponte de madeira que não tinha que

aparecer. meia-volta. era preciso buscar

alguma referência que os fizesse voltar

à prova. um mata-burro, um cacto,

uma casa, um rio, uma ponte, uma torre

eólica... foram quatro minutos de atraso.

era preciso ultrapassar os carros que os

haviam deixado para trás. e tome poeira.

e tome emoção. “vai-te embora, vai-te

embora!” ricardo e eduardo mandaram

bem. conseguiram minimizar o erro.

passaram por chã Grande, bezerros,

cumaru... depois de cruzar a linha

de chegada, a dupla estava feliz com

o desempenho e, principalmente,

com a diversão. “É um fim de semana

diferente. a gente se esquece de tudo. e

curte a adrenalina”, diz ricardo.

a ponte que apareceu onde não tinha

que aparecer fez um estrago no desem-

penho dos amigos. não que eles tenham

ido mal: ficaram em 34º lugar entre os

86 carros da categoria turismo light.

“mais da metade dos pontos perdemos

naqueles quatro minutos”, lamentou

eduardo. a vitória na categoria ficou com

ronaldo e denise nogueira, de fortaleza

(ce). casados há 35 anos, eles garan-

tem que o motorsports é um excelente

hobby de casal. “estamos com os filhos

criados. o rali acaba sendo um objetivo

comum, que une o casal”, diz ronaldo.

na categoria turismo, melhor para os

também cearenses fernando siqueira e

fabio saboia, de fortaleza. na Gradua-

dos, a vitória ficou com fernando Gomes

e amarino duarte, outra dupla de forta-

leza. “não me venha falar em favoritismo.

tem muita poeira até o fim do campeo-

nato”, alertou fernando. a próxima aven-

tura da nação 4x4 no nordeste acontece

no dia 12 de setembro, em joão pessoa

(pb). vai encarar ou vai-te embora?

terra e cactos no caminho até o pódio de Gravatá (pe) fo

tos

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Page 131: MIT Revista 58

Mulmídia ASX, TR4, L200, Pajero Dakar, Lancer e Pajero Full

Compabilidade: uso

Compabilidade: Mulmídia ASX

Page 132: MIT Revista 58

132 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi

por henrique skujis

outdoor mitsubishi outdoor @mitoutdoor www.mitsubishioutdoor.com.br

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Page 133: MIT Revista 58

133junho 2015 Mit revista

Com bike, trekking, canyoning e muita lama, Campos do Jordão (SP) abriu a temporada

A aventura recomeçou

Travessia de rio em busca de mais

um carimbo

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Page 134: MIT Revista 58

134 Mit revista junho 2015

Uma trilha por uma extinta

linha de trem que escoava a

produção de marmelo. Um

canyoning bem molhado

na cachoeira de São Sebastião. Um

pequeno trekking por um pedaço

do Caminho da Fé. Dois trechos 4x4

para Mitsubishi nenhum botar defeito.

Uma pedalada de seis quilômetros

montanha enlameada abaixo. A busca

de um ponto no mapa apenas com o

uso de coordenadas geográficas. A

manufatura de uma bússola utilizando

agulha e rolha. Tudo isso debaixo

de uma chuvinha fina que deixou as

estradas de terra molhadas o suficiente

para aumentar a emoção na pilotagem.

Esse foi um pouco do cardápio

servido durante a etapa de abertura

da 12ª temporada do Mitsubishi

Outdoor, em Campos de Jordão.

Os competidores aceleraram por

pedaços menos conhecidos da serra

da Mantiqueira, ziguezagueando entre

os estados de São Paulo e Minas Gerais

e avistando os rios Sapucaí e Santo

Antônio. Entre as cidades do caminho,

Delfim Moreira e Marmelópolis, que

já foram as maiores produtoras de

marmelo do Brasil – a fábrica da Cica

virou centro cultural. “Essa mistura

de adrenalina com tarefas culturais

é fantástica”, diz João Felipe Pestana,

piloto da equipe Isso Paulista. “A gente

vem pra subir no pódio, mas o que mais

nos atrai para o Mitsubishi Outdoor é a

oportunidade de viajar e se divertir em

família.”

A bordo de um Pajero TR4, ele veio

com a mulher, o filho, a nora e um casal

de amigos. A Paulo, filho de João Felipe,

couberam as tarefas mais “adrenadas”,

como as duas pedaladas da planilha.

“O pior é que eu não sei o que é lama

e o que é estrume de vaca”, brincou

Paulo, depois de vencer a pirambeira

sobre duas rodas. João Felipe é 4x4 das

antigas. Daqueles que desde moleque

abrem o sorriso ao encontrar uma trilha

enlameada. Quando ficou sabendo

da existência do rali de estratégia da

Mitsubishi, comprou o Pajero TR4 para

poder participar.

Quem também apareceu de carro

novo foi André Xavier, estrategista da

Crazy Birds, uma das principais equipes

do Mitsubishi Outdoor. O carro, no

caso, era o Mitsubishi ASX 4x4 do pai.

“Comprei pra usar na cidade, mas o

Os competidores aceleraram por pedaços menos conhecidos da serra da Mantiqueira, ziguezagueando

entre os estados de São Paulo e Minas Gerais

UnIvERSO MITSUBIShI outdoor

No caminho, um túnel por onde

passava uma hoje extinta

linha de trem

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Page 136: MIT Revista 58

136 Mit revista junho 2015

classificação campos do jordãon fun 1) Coragem 2) Crazy Birds 3) Mittrail n Extreme 1) Omelletes Sem Noção 2) Futura Tintas 3) Flexsoft

próximas Etapasn 04 jul Curitiba (PR) n 08 ago Penedo (RJ) n 22 ago Vitória (ES) n 07 nov Joinville (SC) n 28 nov Ribeirão Preto (SP)

patrocinadorEs: Petrobras, Mapfre, Transzero, Atlântica, Midori, Pirelli, Clarion, Unirios, Pronutri, Brascabos, Cisa Trading, W. Truffi, Pilkington e Artfix.

“no mitsubishi outdoor, você faz amizades e conhece novos lugares. tudo com muito espírito de aventura.”Eduardo Lopes, equipe Promed

trekking, canyoning e pilotagem no

caminho até o pódio

UNiVERSO MiTSUBiShi outdoor

“nossa equipe é de amigos, não de atletas. nos divertimos na sexta, no sábado, no domingo.”Ricardo Perazatta, equipe Omelletes Sem Noção

André é apaixonado por isso aqui e me convenceu a vir com

ele”, disse Eduardo Lucas Xavier, 67 anos, feliz da vida ao ver

seu novo carro pintado de lama. “Fiquei impressionado que

o mesmo ASX que eu uso no dia a dia é capaz de enfrentar

trilhas de terra com tanto desempenho mesmo debaixo de

chuva.” E por pouco os “pássaros loucos” não voaram até

o topo do pódio. Quase. Ficaram na segunda colocação da

categoria Fun.

A vitória ficou com a equipe Coragem, que entre os seus

dez integrantes tem seis mulheres e duas crianças, de 9 e 12

anos. Na categoria Extreme, os melhores da etapa foram os

Omelletes Sem Noção. “Somos uma equipe de amigos”, diz

Mauricio Marengoni. “Não somos atletas. A gente vem pela

alegria. Nos divertimos na sexta, no sábado e no domingo”,

completa Ricardo Perazatta. O próximo fim de semana de

festa e aventura é no dia 4 de julho, em Curitiba.

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138 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi

por juliana aMato e renato Góes

cup

o Mitsubishi asx r acelera nas trilhas de ribeirão preto (sp)

A nova categoria ASX R foi o destaque das duas primeiras etapas da Mitsubishi Cup 2015

Terra à vista!

@nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br

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Page 139: MIT Revista 58

139junho 2015 Mit revista

@nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br

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140 Mit revista junho 2015

em sua 16ª temporada,

a mitsubishi cup, o mais dis-

putado rali cross-country de

velocidade do país, ganhou

uma nova categoria. a novidade atende

pelo nome de asX r e tem como prota-

gonista o a asX racing, carro desen-

volvido pela ralliart.

na primeira etapa do ano, em ribei-

rão preto (sp), 56 carros aguardavam

a contagem regressiva para percorrer

o circuito criado na fazenda francesca.

o dia começou lamacento e escorre-

gadio. na segunda prova do dia, com

o terreno mais seco, as ondulações no

solo aumentaram. a piloto sandra dias

se surpreendeu com as curvas cegas,

escondidas pela cana alta. “essa foi a

minha primeira experiência, é muita

adrenalina, é maravilhoso”, disse ela,

que, ao lado de minae miyauti, faz

parte da única dupla 100% feminina

da mitsubishi cup. mais tarde, com o

sol a pino, a terceira prova fez parti-

cipantes enfrentarem um solo seco e

com cascalho. “foi um circuito novo

e desafiador”, contou o piloto marcos

ermírio de moraes.

seGunda etapa

pela quarta vez a cidade de Mafra

(sc) sediou uma etapa da mitsubishi

cup. o palco novamente foi a fazenda

campo novo. com a colheita de soja

e milho já realizada, a visibilidade era

total, mas as beiradas da pista estavam

traiçoeiras por causa da palha que

forrava o chão. bastava sair um pouco

do trilho para que segundos preciosos

fossem perdidos. dirigir muito rápido

se mostrou uma tática menos eficaz

do que se manter na pista andando

com mais prudência. um bom exemplo

ocorreu na categoria pajero tr4 er, em

que luiz carlos parente e Glauco alen-

castro se sagraram campeões sem ter

vencido nenhuma das três provas. “foi

uma prova muito técnica e o nosso en-

trosamento foi perfeito”, afirmou o pi-

loto. na pajero tr4 er master, a dupla

andré miranda/allison pedroso havia

vencido as duas primeiras provas. na

terceira prova, ficaram em quarto lugar,

a um décimo da terceira colocação.

com isso, os fred e nickolas macedo,

que venceram a terceira prova, ficaram

com o título. na asX r, peterson oli-

veira e Gilson rocha venceram duas de

três provas. na l200 triton er, quem

não deu mole para a concorrência foi a

dupla albano dos santos e joão Gilber-

to ferreira, que faturou as três etapas

do dia. Quem seguiu a mesma linha foi

o piloto fernando ewerton na triton rs,

que fez a trinca em mafra.

com a colheita feita, a visibilidade aumentou nas trilhas de Mafra (sc)

universo mitsubishi cup

Ribeirão Preto (SP) e Mafra (SC), duas das mais tradicionais etapas da história

da Mitsubishi Cup, abriram a temporada 2015

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Page 142: MIT Revista 58

142 Mit revista junho 2015

universo mitsubishi cup

classiFicação ribeirão preto (sp)n l200 triton rs 1) marcelo emerichk men-des/breno de almeida resende 2) ricardo feltre/andré lucas munhoz 3) fernando ewerton/alberto andreotti n l200 triton er 1) renato Kahn/Gizle araújo 2) ivan machado terni/eduardo pereira e. costa 3) pietro branchina/henry Kirst n asx r 1) marcelo tomasoni/luis felipe eckel 2) marcelo fiuza/dalmo bergantin 3) peterson oliveira/Gilson rocha n pajero tr4er Master 1) rodrigo meinberg/joão luis stal 2) eder benito/fernando abe 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) vitor josé muench/jorge adriano peters 2) paulo cesar Gondim/antonio chagas júnior 3) luiz claudio parente/Glauco alencastro

classiFicação MaFra (sc)n l200 triton rs 1) fernando ewerton/alberto andreotti 2) juliano jorge vieira diener/luiz afonso poli 3) marcelo emerichk mendes/breno de almeida resende n l200 triton er 1) albano dos santos parente jr/ joão Gilberto ferreira 2) ivan machado terni/eduardo pereira e costa 3) renato Kahn/ Gizle araújo n asx r 1) peterson oliveira/ Gilson rocha 2) Wagner roncon/joselito viei-ra júnior 3) fabio ruediger/eduardo bampi n pajero tr4 er Master 1) fred macedo/nick macedo 2) andré miranda/alison pedroso 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) luiz claudio parente/Glauco alencastro 2) carlos alberto Girolla/Gilberto cecilio junior 3) alessandro césar tozoni/fabio peralli

próxiMas etapasn 27 jun jaguariúna (sp) n 29 ago a definir n 19 set indaiatuba (sp) n 17 out a definir n 14 nov mogi Guaçu (sp)

patrocinadores: axalta, itaú, transzero, petrobras, pirelli, magneti marelli, unirios, clarion, sky, italspeed, stp e artfix.

“o asx r tem po-tência, estabilidade e ainda é o carro mais bonito da Mitsubishi cup.” fabrício bianchini,categoria AsX R

“a Mitsubishi cup é a grande escola para surgirem novos pilotos e fazer crescer o esporte no brasil.”marcos moares,categoria AsX R

“o sistema sit&drive facilita muito a vida de quem corre. basta chegar e acelerar, sem preocupação com as partes logís-tica e mecânica.”Glauber fontoura, categoria Triton Rs

lama em Mafra. concentração e

champanhe em ribeirão

universo mitsubishi cup

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Page 143: MIT Revista 58

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Page 144: MIT Revista 58

144 Mit revista junho 2015

mit parceria pirelli

“as pistas funcionam

como um laboratório

a céu aberto.” a frase é

facilmente ouvida em

entrevistas com a participação da pirelli

e nos corredores da fabricante. com vo-

cação secular para os esportes a motor

e apreço italiano pelo design, a empresa

desenha pneus exclusivos tanto para os

mais prestigiados veículos como para

competições monomarcas. competições

de rua, ralis e pistas de circuito fechado

recebem essa atenção, visto que a his-

tória da pirelli se mistura à trajetória do

automobilismo mundial.

em 2011, quando a mitsubishi iniciou

o projeto do Lancer evo r, chamou a

pirelli para conversar a respeito do pneu

que deveria ser utilizado na categoria.

passada essa fase, as duas empresas cal-

çaram o veículo com um dos modelos de

linha para ter ideia de como o pneu iria se

comportar e o tanto de desenvolvimento

que seria necessário para se chegar ao

calçado ideal para essa competição.

Vários protótipos foram desenhados e

testados para se chegar, enfim, ao pneu

mais adequado. a pirelli, inclusive, desen-

volveu um novo composto, que, naquele

momento, tornou-se exclusivo para essa

categoria de turismo.

apesar de os pneus do Lancer evo de

passeio e de corrida possuírem medidas

semelhantes e o mesmo nome, eles não

são iguais. Os compostos de rodagem

para competição e algumas estruturas

são exclusivos para esse tipo de utilização.

trata-se de compostos de altíssima per-

formance. Os pneus de rua e o de compe-

tição atendem a diferentes requisitos. Se

o modelo de competição fosse para a rua,

o rendimento quilométrico seria baixo.

tendo isso em vista, o trabalho da pirelli

é balancear essa utilização de modo que

cada produto tenha o seu uso específico.

por outro lado, a competição serve de

laboratório a céu aberto, sim, pois alguns

dos componentes utilizados em pista

podem, no futuro, ir para a rua. isso não

será necessariamente perceptível aos

olhos do usuário. porém, quando um dos

pesquisadores da pirelli está estudando

um composto ou uma estrutura diferente

para alguma competição, pode também

encontrar uma solução que se encaixe

perfeitamente em algum pneu de passeio

que esteja igualmente em desenvolvimen-

to. em laboratório a céu aberto ou dentro

do centro de pesquisa e Desenvolvimento

da pirelli, acontece a mesma coisa: a fabri-

cante de pneus trabalha para desenvolver

e melhorar os pneus que estão tanto no

seu veículo como no monoposto ou bólido

da competição de que você mais gosta.

Os pneus de rua e de pista têm o mesmo nome e medidas semelhantes, mas são diferentes

cada Lancer evo com seu pneu

pOr marco moretti*

(*): gerente de produto Car e Motorsport da Pirelli para a América do Sul.

mitsubishi lancer cup: pneus pirelli desenvolvidos para a categoria

tOm

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Page 145: MIT Revista 58
Page 146: MIT Revista 58

146 Mit revista junho 2015

mit parceria transzero

“a qualidade não é

alcançada e sim

desenvolvida por

todos diariamente.” a

frase, que é parte do Sistema de Gestão

da transzero, sintetiza com precisão

o compromisso da empresa com a

satisfação dos clientes a cada entrega

de veículo. como resultado do foco no

aprimoramento dos processos internos,

a transzero conquistou há 17 anos a

certificação iSO NBr iSO 9001:2008

pela Fundação carlos alberto Vanzolini.

a certificação impulsiona as atividades

da empresa, que atua há mais de 50

anos no setor de transporte de veículos

e é a transportadora mitsubishi para

todo o país, realizando operações ágeis,

precisas, eficientes e sustentáveis.

O objetivo estratégico da transzero é

a busca contínua pela satisfação dos

clientes com serviços prestados por

pessoal qualificado e melhoria constante

dos nossos processos.

a empresa mantém uma moderna

e eficiente estrutura logística de

transporte, que cobre todo o território

nacional. a matriz está situada em São

Bernardo do campo (Sp). Onze filiais

dão apoio administrativo e operacional,

cobrindo os principais polos de

fabricação e distribuição de veículos

novos. além de montadoras, a transzero

atende as principais concessionárias,

locadoras de veículos, frotistas e pessoas

físicas. cem por cento rastreada por

satélite e apoiada por computadores

de bordo, a frota transzero permite

o gerenciamento de informações

integradas e a identificação da posição

dos veículos e equipamentos em todas as

etapas do transporte.

transzero atua há mais de 50 anos no setor de transporte de veículos

compromisso com a qualidade

Matriz da empresa é em são Bernardo

do Campo (sP)

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Page 147: MIT Revista 58

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Page 148: MIT Revista 58

148 Mit revista junho 2015

mit parceria unirios

interligar a região Norte ao Sul do

Brasil em lugares de difícil acesso

é o objetivo do grupo UNiriOS

desde 1993. Desenvolvendo

projetos logísticos como distribuição de

cargas em geral e operações especiais

de transbordo de navios, a UNiriOS

destaca-se no mercado nacional e

internacional como operador portuário

e pela excelência no cumprimento

dos prazos, segurança e investimento

contínuo em capacitação para os

colaboradores.

com frota de transporte moderna, o

grupo UNiriOS trabalha nas rodovias

com cavalos mecânicos, basculantes

e carretas baú, pranchas, siders,

cegonhas, extensivas, rebaixadas,

frigoríficas, linhas de eixo e transporte

de contêineres e big bags. Sobre as

águas, a empresa conta com grandes

balsas e empurradores, capazes de

transportar até 5 mil toneladas.

O grupo UNiriOS tem certificação

iSO 9001:2008, o que transmite ainda

mais credibilidade e confiança aos

clientes. a empresa possui um moderno

sistema de comunicação via satélite

e monitoramento de todas as cargas

24 horas por dia, aliando agilidade e

competência à garantia de integridade

dos produtos transportados.

a UNiriOS mantém contrato de

parceria na modalidade milk run com

a mitsubishi motors do Brasil, com

origem em São paulo, para transportar

peças importadas e nacionais para

abastecer a fábrica de catalão, no

interior de Goiás, inclusive com entrega

de embalagens aos fornecedores. Dentre

os serviços prestados está o transporte

de peças por meio de equipamentos

com cavalos mecânicos, carretas-baús,

siders e double decks com sistema

de rastreamento via satélite. com

esses e todos os outros trabalhos,

sempre cumprindo o que é firmado na

negociação, a UNiriOS se consolida,

cada dia mais, como a melhor empresa

de transporte rodofluvial do Brasil.

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Page 150: MIT Revista 58

150 Mit revista junho 2015

retrovisor um olhar para o passado

por rodrigo ribeiro

a trajetória de sucesso do mitsubishi lancer nos ralis se mistura com a própria história do modelo. lançado em 1973, o carro

era oferecido em várias versões. a mais rápida delas era batizada de Gsr. seu motor 1.6 de 110 cv era capaz de levar seus 825 kg

a 185 km/h. essa variante esportiva foi feita de olho nas competições off-road, nas quais sua potência subia para 171 cv. o resultado

nas pistas chegou rápido: o lancer Gsr estreou com vitória no rali australiano southern Cross em 1973. a consagração veio no

ano seguinte, no safari rally, competição africana com mais de 5 mil quilômetros de extensão e comparável com o mítico dakar.

este carro da foto venceu a prova por quatro anos seguidos, de 1974 a 1977. uma das raras unidades ainda em ação do lancer Gsr,

um modelo verde, ano 1975, está exposta no autódromo velo Città, em mogi Guaçu (sp).

mitsubishi lanCer 1600 Gsr 1975

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Page 151: MIT Revista 58

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