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Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas do Rio Meia Ponte
Coordenador: Técnico:
Índice
2523-00-ETB-RL-0001-00 Novembro de 2012 Rev. nº 00
1/1
ÍNDICE
6. Análise da Fragilidade Ambiental na Bacia ................................................ 1/62
6.1 - Metodologia ......................................................................................... 5/62
6.1.1 - Elaboração da Síntese da Qualidade Ambiental .............................. 6/62
6.1.2 - Identificação de Indicadores e Variáveis ...................................... 6/62
6.1.3 - Peso e Valores de Ponderação .................................................. 9/62
6.1.4 - Confecção dos Mapas de Fragilidade Ambiental .............................. 11/62
6.1.4.1 - Elaboração do Mapa de Sensibilidade das Comunidades Aquáticas ... 12/62
6.2 - Síntese da Qualidade Ambiental ................................................................. 15/62
6.2.1 - Ecossistemas Aquáticos e Recursos Hídricos .................................. 15/62
6.2.2 - Meio Físico e Ecossistemas Terrestres ......................................... 21/62
6.2.3 - Aspectos Socioeconômicos ....................................................... 26/62
6.2.4 - Síntese da Qualidade Ambiental em Fotos: Sobrevoo ....................... 33/62
6.2.5 - Características Técnicas e Ambientais dos Empreendimentos ............. 45/62
6.3 - Análise e mapeamento da Fragilidade Ambiental ............................................. 55/62
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Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas do Rio Meia Ponte
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Índice das Legendas
2523-00-ETB-RL-0001-00 Novembro de 2012 Rev. nº 00
1/2
Legendas
Figura 6-1 - Fluxo das Atividades para composição da Avaliação Ambiental Integrada. ............................. 3/62
Quadro 6-1 - Componentes-Síntese, Indicadores de Sensibilidade, Variáveis, Fontes e Escala dos
dados Analisados. .......................................................................................... 7/62
Quadro 6-2 – Indicadores, Variáveis e pesos. Componente Síntese: Recursos Hídricos e
Ecossistemas Aquáticos ................................................................................. 10/62
Quadro 6-3 – Indicadores Variáveis e pesos. Componente Síntese: Meio Físico e Ecossistemas
Terrestres ................................................................................................. 10/62
Quadro 6-4 – Indicadores Variáveis e pesos. Componente Síntese: Aspectos Socioeconômicos e
Aspectos Gerencias ...................................................................................... 11/62
Quadro 6-5 - Mapas de sensibilidade (Caderno de Mapas). ............................................................. 12/62
Quadro 6-6 – Classificação das estações de amostragem utilizadas para a avaliação de
sensibilidade dos trechos do rio Meia Ponte durante as amostragens de
Ictiofauna nos meses de fevereiro e junho de 2012. ............................................... 13/62
Quadro 6-7 – Relação entre as estações amostrais e suas respectivas riquezas de espécies,
levantadas nas campanhas de campo e os valores de quartil atribuídos. ....................... 14/62
Quadro 6-8 – Valores atribuídos aos principais fatores ligados a migração no rio Meia Ponte. ................... 14/62
Figura 6-2 - Rio Meia Ponte. UTM: 697863/8148159. .................................................................... 15/62
Figura 6-3 - Ambiente de serra, circundada por depressão interplanáltica. UTM: 693068/8126658. ............ 22/62
Figura 6-4 - Planalto da Bacia Sedimentar do Paraná (UTM E: 662687/N: 8024331). ............................... 23/62
Figura 6-5 – Aspecto da Paisagem na Bacia do Meia Ponte .............................................................. 25/62
Figura 6-6 - Evolução Populacional dos cinco mais populosos municípios da bacia. ................................ 27/62
Figura 6-7 - Densidade Demográfica. ....................................................................................... 28/62
Figura 6-8 – Produto Interno Bruto dos Municípios da Bacia do Meia Ponte .......................................... 30/62
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Índice das Legendas
2523-00-ETB-RL-0001-00Novembro de 2012 Rev. nº 00
2/2
Figura 6-9 – Aspecto da paisagem associada a uso agropecuário. ...................................................... 32/62
Quadro 6.2-1 – Imagens do Sobrevoo, localização e sensibilidades. .................................................. 33/62
Quadro 6-9 – Síntese da Qualidade Ambiental entorno dos reservatórios ............................................ 46/62
Quadro 6-10 – Indicadores de Sensibilidade Ambiental para o mapeamento da fragilidade dos
Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos. ........................................................ 56/62
Figura 6-10 – Espacialização da sensibilidade das comunidades aquáticas. .......................................... 58/62
Quadro 6-11 – Indicadores de Sensibilidade Ambiental para o mapeamento da fragilidade do Meio
Físico e Ecossistemas Terrestres. ...................................................................... 60/62
Quadro 6-12 – Indicadores de Sensibilidade Ambiental para o mapeamento da fragilidade dos
Aspectos Socioeconômicos e Aspectos Gerencias. .................................................. 61/62
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6 - Análise da Fragilidade Ambiental na Bacia
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6. ANÁLISE DA FRAGILIDADE AMBIENTAL NA BACIA
Neste item, se integram as características diagnosticadas para a bacia do rio Meia Ponte. A
metodologia do Estudo de Inventário de Bacia Hidrográfica tem origem na estrutura e
terminologias adotadas no Manual de Inventário Hidrelétrico (EPE, 2007) que é considerado, em
parte, nas fundamentações deste Estudo. A Avaliação da Fragilidade Ambiental na Bacia
concentra-se na análise das sensibilidades socioambientais do território e se dá pela composição
de uma distribuição espacial de diversos elementos representativos das características
ambientais da bacia. São composta espacializações para os Recursos Hídricos e Ecossistemas
Aquáticos; Meio Físico e Ecossistemas Terrestres e Socioeconomia.
Os efeitos da chegada dos empreendimentos e seus impactos sobre o meio levando, assim como a
expressão das vulnerabilidades do território, se dão no Capítulo 7 - Avaliação Ambiental do
Potencial Hidrelétrico da Bacia. Nesse item também são compostos os Cenários Futuros (Item
7.4), para a projeção da condição da bacia em prazos de 10 e 20 anos após a inserção dos
empreendimentos. A síntese das atividades pode ser acompanhada na Figura 6-1.
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Avaliaçãoda Vulnerabilidade
Ambiental
Avaliação das Fragilidades Ambientais
Avaliação doPotenbcial
Hidrelétrico
Diagóstico dasCondições
Socioambientais
InventárioHidrelétrico
Escolha dosIndicadores deSensibilidade
e das Variáveis
Composição dasProjeções
dos Cenários Futuros
Composição dosCenários de
Geração Hidrelétrica
Espacialização dasVulnerabilidades
Cenário de 10 anosInserção de 12
AHEs
Escolha dosIndicadores de
Impactos
Avaliação dosImpactos
VulnerabilidadeCenário de 20 anos
ParcialSoma de 3 AHEs
VulnerabilidadeCenário de 20 anos
TotalSoma de 6 AHEs
Cenário de 20 anosInserção de 15
AHEs Cenário de 10 anosInserção de 18
AHEs
Figura 6-1 - Fluxo das Atividades para composição da Avaliação Ambiental Integrada.
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6 - Análise da Fragilidade Ambiental na Bacia
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6.1 - METODOLOGIA
A Avaliação da Fragilidade Ambiental na Bacia parte dos aspectos socioambientais levantados
para a elaboração do presente EIBH e tem como objetivo promover a integração dos diversos
componentes ambientais, de maneira a expressar as principais inter-relações dos meios físico,
biótico e socioeconômico. Nesta etapa, as inter-relações são tomadas como sensibilidades e
expressas espacialmente, na abrangência da Bacia do Rio Meia Ponte.
Entende-se por sensibilidade, a propriedade que possuem os sistemas ambientais e os
ecossistemas, de reagir, quando afetados por uma ação humana, alterando o seu estado original
(VEROCAI, 1990). O termo sensibilidade foi utilizado aqui de forma a identificar elementos da
paisagem que podem sofrer alterações na sua qualidade ambiental. Apresentada espacialmente,
a sensibilidade pode ser observada por meio de mapas, variando de acordo com a gradação
determinada pelos indicadores em cada região.
Para a presente Avaliação da Fragilidade Ambiental na Bacia, são apresentados a sensibilidade
dos aspectos socioambientais (Componentes-Síntese) da bacia do Rio Meia Ponte e os Indicadores
utilizados para compor este índice.
Já os Indicadores visam determinar uma gradação de sensibilidade e são elencados para cada um
desses três Componentes-Síntese, sendo discutidos espacialmente. A lista de indicadores (ou
fatores) restringem-se àqueles com relevância aos objetivos propostos no estudo, relevância esta
destacada ao longo da análise do Diagnóstico, e ou a capacidade de expressão do fator na
dimensão espacial. A cada indicador são atribuídas variáveis que serão ponderadas para a
classificação da sensibilidade. Observando o elevado nível do rio Meia Ponte na escala de bacia
hidrológias e, portanto, a reduzida dimensão do respectivo território e em adição, observando a
não disntinção de divisões clara nos indicadores estudados, somente foi considera a divisão de
subacia para o indicador de vulnerabilidade da ictiofauna.
Para a elaboração da Avaliação da Fragilidade Ambiental na Bacia, e da consequente
determinação de sensibilidade ambiental, são aplicadas quatro etapas metodológicas:
1- Elaboração da Síntese da Qualidade Ambiental com base no Diagnóstico;
2- Identificação dos Indicadores de Sensibilidade Ambiental (ISAs) e variáveis;
3- Atribuição de pesos para os ISAs e as variáveis;
4- Álgebra Geoespacial para elaboração dos mapas de fragilidade ambiental.
A seguir será apresentado o detalhamento das ações realizadas em cada uma dessas etapas.
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6.1.1 - Elaboração da Síntese da Qualidade Ambiental
Apresentada no item 6.2, esta síntese tem base no Diagnóstico Socioambiental (item 4) e ao
apresentar as principais características da bacia, objetiva subsidiar a discussão das fragilidades
ambientais da bacia. A Síntese da Qualidade Ambiental está estruturada para avaliar os
Componentes Síntese usados na análise das fragilidades.
6.1.2 - Identificação de Indicadores e Variáveis
Para composição da lista de indicadores de Sensibilidade Ambiental (ISAs), são observadas as
condições gerais diagnosticadas para a bacia, com foco nos aspectos mais sensíveis diante da
implantação de empreendimentos hidrelétricos.
Para os Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos, de maneira geral, a sensibilidade é
estruturada para representar os diferentes níveis de integridade dos corpos hídricos, e,
indiretamente, inferir sobre a atual estrutura e dinâmica da condição aquática local.
Particularmente, a ictiofauna, grupo mais comumente impactado pela implantação de
barramentos fluviais, será analisada também sob a perspectiva da interferência da
compartimentação da bacia na sensibilidade das rotas migratórias. Isto se justifica pela
distribuição restrita desse grupo aos canais fluviais, condição que implica em restrição para uso
desse elemento como um indicador diretamente relacionado à distribuição espacial, restrição
para a integração espacial. As considerações a cerca da distribuição da fauna aquática e
fragilidades são apresentadas no Diagnóstico (item 4.2. – Meio Biótico) e seu potencial de
distribuição são apresentados no 2523-00-EIBH-DE-3008 - Mapa de Potencialidade das Rotas
Migratórias.
Para o segundo componente-síntese, Meio Físico e Ecossistemas Terrestres, a sensibilidade foi
composta de forma a representar os níveis de integridade da paisagem natural da bacia do rio
Meia Ponte e, indiretamente, avaliar a distribuição e condição da biota nativa, diante do seu
quadro de conservação. Dentre os ISAs que compõem este Componente-Síntese, o maior grau é
atribuído à presença dos ecossistemas terrestres nativos, escassos ao longo do toda bacia (item
4.2. – Meio Biótico).
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Em relação aos Aspectos Socioeconômicos, para a composição da sensibilidade, buscou-se
elementos que sintetizassem o quadro social da população local, tendo em vista as
características demográficas e os pontos mais sensíveis diante dos conflitos, potenciais ou
existentes, nos 38 municípios estudados, seja pelo uso do espaço, ou principalmente, pela
dinâmica socioeconômica.
O Quadro 6-1 apresenta os elementos que compõem a presente Avaliação da Fragilidade
Ambiental na Bacia, classificados por Componente Síntese (CS), Indicadores de Sensibilidade e
Variáveis. Nesse quadro, também é possível verificar as fontes utilizadas para compor as análises
e a escala utilizada na construção da base cartográfica.
Quadro 6-1 - Componentes-Síntese, Indicadores de Sensibilidade, Variáveis, Fontes e Escala dos dados Analisados.
CS Nº Indicador Variáveis Fonte dos dados Escala
Recu
rsos
Híd
rico
s e
Ecos
sist
emas
Aqu
átic
os
1 Sensibilidade das Comunidades Aquáticas
Mata Ciliar Mapa de Uso do Solo (SIEG - GO) Bacia
Riqueza de espécies da Ictiofauna Mapa de Vulnerabilidade da Ictiofauna Bacia
Potencial de rotas migratórias Mapa de Rotas Migratórias + Mapeamento de Densidade de Açudes
Bacia
2 Sensibilidade da Qualidade da água
Despejo de Esgoto Doméstico Domicílio Sem Tratamento de Esgoto (SNIS, 2009) Municipal
Densidade demográfica Hab/km² (Censo, IBGE, 2010) Municipal
3 Sensibilidade a conflitos de uso água
Domicílios com água canalizada rede geral
Domicílios abastecidos (%, SNIS, 2009) Municipal
Demanda por Irrigação Área de Estabelecimentos Irrigados (Censo, IBGE, 2010) Municipal
Mei
o Fí
sico
e E
coss
iste
mas
Te
rres
tres
4 Sensibilidade do Meio Físico Susceptibilidade a Erosão
Mapa de Vulnerabilidade a Erosão
(SIG-Goiás - Superintendência de Geologia e Mineração)
Bacia
5 Sensibilidade dos Ecossistemas Terrestres
Remanescentes de Vegetação Nativa Mapa de Uso do Solo (2011) Bacia
Unidades de Conservação MMA, 2008 e ICMBio 2009, SEMARH, 2010 Bacia
Classificação de Áreas
Prioritárias para a Conservação MMA/PROBIO (2007) Bacia
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CS Nº Indicador Variáveis Fonte dos dados Escala
Aspe
ctos
Soc
ioec
onôm
icos
e
Aspe
ctos
Ger
enci
as
6 Sensibilidade de pressão populacional
Taxa de Crescimento Populacional (Censo, IBGE, 2010) Municipal
Núcleos Urbanos e Infraestrutura Viária
Setores Censitários (Censo, IBGE, 2010) Bacia
7 Sensibilidade Econômica do uso do solo
Produtividade Agropecuária (PIB Agrário) Anuários Estatístico (IBGE, 2009) Municipal
Atividade do Setor Terciário (PIB do Setor) Anuários Estatístico (IBGE, 2009) Municipal
8 Desenvolvimento municipal
Índice de Desenvolvimento Humano SEPIN (GO)/FIRJAN (2009) Municipal
Instrumentos de Gestão Municipal IBGE (2009) Municipal
Instrumentos de Gestão Ambiental IBGE (2009) Municipal
Ressalta-se que caberia a inclusão de outros elementos ou variáveis na lista de indicadores de
fragilidade ambiental, contudo, para a distribuição de feições espaciais na escala de uma bacia
hidrográfica, é fundamental a distribuição dos elementos nesta dimensão, condição que não se
aplica a feições de caráter pontual, a exemplo de pontos de turismo, escassos na bacia, casos de
conflito identificados, sítios arqueológicos, dentre outros. A ausência de elementos nesta análise
das fragilidades, no entanto, não descarta a inclusão destas no estudo voltado ao licenciamento
ambiental de cada empreendimento em si, estes analisados em uma escala compatível com
feições de dimensão local, a exemplo dos ecossistemas associados ao rio, com várzeas e lagoas
marginais, diretamente afetados pelo aumento do espelho d’água.
Nota-se, ainda, a ausência na análise de feições que não expressam sensibilidade para o modelo
de empreendimento proposto, ou por que o mesmo não interfere em sua condição, como no caso
da geologia e geomorfologia, indicadores que também não expressam clara diferença de
fragilidade ao longo da bacia, ou por que os impactos impostos são totalmente mitigáveis, como
o caso de atividades minerárias, prontamente negociáveis durante o processo de aquisição dos
terrenos para instalação do reservatório.
Um terceiro grupo de elementos importantes na tomada decisão para instalação de
empreendimentos hidrelétricos, não tem potencial de ocorrência na região em foco, como é o
caso de cavidades, visto que a região tem baixo potencial espeleológico, ou a presença de terras
indígenas, ausentes na bacia.
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6.1.3 - Peso e Valores de Ponderação
A integração dos Indicadores de Sensibilidade (ISAs) para composição da sensibilidade de cada
Componente-Síntese é realizada com base na metodologia da Avaliação Ambiental Distribuída
citada no Manual de Inventário Hidrelétrico (EPE 2007). Para essa análise, foi atribuído a cada
Indicador Socioambiental, um conjunto de variáveis, sendo que cada variável recebe um VALOR
DE PONDERAÇÃO (VP).
Para garantir a equidade entre os elementos, a atribuição dos pesos para os ISAs é feita de tal
maneira que a soma dentro de cada Componente-Síntese seja igual a um (1). Da mesma forma, a
atribuição de valores de ponderação (VP) para as variáveis, dentro de cada ISA, também é
condicionada para somar um (1). Tal regra deve ser imposta para que cada Componente-Síntese
tenha igual participação na definição final do grau de sensibilidade.
As variáveis tem sua avaliação determinada entre quatro Classes, ou em casos particulares, três
classes. Para variáveis de distribuição contínua é atribuída a gradação de 1 a 4, sendo usada para
tanto, a normalização dos valores com base no valor máximo (Quadro 6-2, Quadro 6-3 e Quadro
6-4).
A partir da elaboração do Diagnóstico (item 4) e da compreensão geral das questões
socioambientais da bacia do rio Meia Ponte, foi possível a organização de um banco de dados
temáticos. A organização da base temática é limitada pela necessidade de compor um quadro de
informações capaz de espacializar aspectos ambientais que expressam as sensibilidades do
território estudado. Este conjunto de informações é uma premissa e um limitante para
composição dos Indicadores de Sensibilidade Ambiental (ISAs).
As variáveis usadas na projeção são apresentadas nos Quadro 6-2, Quadro 6-3 e Quadro 6-4
apresentam o desdobramento de cada um dos Componentes-Síntese.
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Quadro 6-2 – Indicadores, Variáveis e pesos. Componente Síntese: Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos
Indicador Peso Variáveis VP Peso x VP Classes Grau
Sensibilidade das Comunidades Aquáticas 0,4
Mata Ciliar 0,4 0,16 Máximo 4
Mínimo 1
Riqueza de espécies da Ictiofauna 0,4 0,16 Máximo 4
Mínimo 1
Potencial de Rotas Migratórias 0,2 0,08 Máximo 4
Mínimo 1
Sensibilidade da Qualidade da água 0,2
Despejo de Esgoto Doméstico 0,6 0,12 Máximo 4
Mínimo 1
Densidade demográfica 0,4 0,08 Máximo 4
Mínimo 1
Sensibilidade à conflitos de uso água 0,4
Domicílios com água canalizada rede geral 0,3 0,12
Máximo 4
Mínimo 1
Demanda por Irrigação 0,7 0,28 Máximo 4
Mínimo 1
Quadro 6-3 – Indicadores Variáveis e pesos. Componente Síntese: Meio Físico e Ecossistemas Terrestres
INDICADOR Peso VARIÁVEIS VP VPC Classes Grau
Sensibilidade do Meio Físico 0,2 Susceptibilidade a Erosão 1 0,2
Muito Forte 4
Forte 3
Moderada/Forte 2
Ligeira/Moderada e Moderada 1
Sensibilidade dos Ecossistemas Terrestres 0,8
Remanescentes de Vegetação Nativa 0,5 0,4
Fragmentos de > 501 ha 4
Fragmentos de Savanas 3
Fragmento de 201 a 500 ha 2
Fragmentos de 40 a 200 ha 1
Unidades de Conservação 0,3 0,24
UC Proteção Integral 4
UC Uso Sustentável 3
Amortecimento (faixa de 10 km) 2
APP (Margem de 100m) 1
Classificação de Áreas Prioritárias para a Conservação 0,2 0,16
Insuficientemente conhecido 4
Extremamente Alta 3
Muito Alta 2
Alta 1
Para o Competente Síntese dos Aspectos Socioeconômicos, nota-se ainda a projeção de variáveis
específica, necessárias para composição de vulnerabilidades nos Cenários Futuros de 10 e 20
anos. As variáveis usadas nas projeções são destacadas no Quadro 6-4.
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Quadro 6-4 – Indicadores Variáveis e pesos. Componente Síntese: Aspectos Socioeconômicos e Aspectos Gerencias
INDICADOR Peso VARIÁVEIS VP VPC Classes Grau
Sensibilidade de pressão populacional 0,4
Taxa de Crescimento Populacional* 0,4 0,24
Máximo 4
Mínimo 1
Núcleos Urbanos e Infraestrutura Viária 0,6 0,36
Áreas Urbanas 4
Peri-urbana com margem de 5 km 3
Estradas (Margem de 100 m) 2
Ferrovias e LTs 1
Sensibilidade Econômica do uso do solo 0,3
Produtividade Agropecuária (PIB Agrário)* 0,6 0,24
Máximo 4
Mínimo 1
Atividade do Setor Terciário (PIB do Setor)* 0,4 0,16
Máximo 4
Mínimo 1
Desenvolvimento municipal 0,3
Índice de Desenvolvimento Humano* 0,4 0,16
Máximo 4
Mínimo 1
Instrumentos de Gestão Municipal 0,2 0,08
Máximo 4
Mínimo 1
Instrumentos de Gestão Ambiental 0,4 0,16
Máximo 4
Mínimo 1
*Variáveis usadas nas projeções dos cenários.
6.1.4 - Confecção dos Mapas de Fragilidade Ambiental
Para a confecção dos mapas de fragilidade ambiental, as bases usadas para a composição e
estudo do Diagnóstico ambiental são convertidas para Indicadores de Sensibilidade. Cada base
(ou ISA) recebe atributos relativos às variáveis, com seus respectivos pesos (Quadro 6-2, Quadro
6-3 e Quadro 6-4). O processamento para a elaboração dos Mapas de Fragilidade se dá pelo uso
de álgebra ponderada dos indicadores e se dá sobre a plataforma ArcGis 10.1, utilizando a
ferramenta Weighted Overlay do Spatial Analyst.
Considerando a importância do tema para o conjunto de adversidades tratadas neste estudo, a
Sensibilidade das Comunidades Aquáticas teve uma abordagem especial, discutida no item
6.1.4.1, a seguir.
A espacialização das Fragilidades se dá a cada Componente Síntese e é representado por uma
variação contínua entre baixa e alta fragilidade. A fragilidade é expressa sobre os Mapas: de
Fragilidade dos Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos; do Meio Físico e Ecossistemas
Terrestres; e do Meio Socioeconômico (Quadro 6-5).
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Quadro 6-5 - Mapas de sensibilidade (Caderno de Mapas).
Código Titulo
2523-00-EIBH-MP-5001 Mapa de Fragilidades dos Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos
2523-00-EIBH-MP-5002 Mapa de Fragilidades do Meio Físico e Ecossistemas Terrestres
2523-00-EIBH-MP-5003 Mapa de Fragilidades do Meio Socioeconômico - Cenário Atual
2523-00-EIBH-MP-5004 Mapa de Fragilidades do Meio Socioeconômico - Cenário 10 anos
2523-00-EIBH-MP-5005 Mapa de Fragilidades do Meio Socioeconômico - Cenário 20 anos
Esta ferramenta aplica uma das abordagens mais utilizadas para análise de sobreposição para
resolver problemas multicritério como a seleção local e modelos de adequação. Na análise de
sobreposição ponderada, deve-se definir o problema, romper o modelo em submodelos, e
identificar as camadas de entrada, ou variáveis.
Para a combinação das variáveis em uma única análise, cada célula de cada critério foram
reclassificadas numa escala comum variando entre 1 e 4, sendo o valor 4 expressando maior
fragilidade. Os rasters (dados matriciais) que representam os critérios ou variáveis de entrada
são multiplicados pelos pesos e depois somados.
6.1.4.1 - Elaboração do Mapa de Sensibilidade das Comunidades Aquáticas
Para a estruturação da avaliação da sensibilidade das comunidades aquáticas, dentro da
fragilidades dos Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos, foram considerados dois critérios
construídos baseando-se nos dados das estações de amostragem e posteriormente ampliado para
suas respectivas regiões. Dentro destes critérios foram avaliados parâmetros que normalmente
são considerados em avaliação de impactos em empreendimentos hidrelétricos, como a riqueza
de espécies, o uso do ecossistema e a migração dos peixes (Quadro 6-6).
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Quadro 6-6 – Classificação das estações de amostragem utilizadas para a avaliação de sensibilidade dos trechos do rio Meia Ponte durante as amostragens de Ictiofauna nos meses de fevereiro e junho de 2012.
Estação de Amostragem Localização
P1 No rio Meia Ponte, a montante de Goiânia, a montante da PCH Rochedo, ambiente caracterizado pela influência de ambientes de cabeceiras.
P2 No rio Meia Ponte, a jusante de Goiânia, a montante da PCH Rochedo, ambiente descaracterizado quanto a vegetação ciliar e influência antrópica da cidade de Goiânia e Aloândia.
P3 No rio Meia Ponte, a montante da PCH Rochedo, região com influência do rio Caldas e caracterizada por um trecho com muitas corredeiras.
P4 No rio Meia Ponte, imediatamente a jusante da PCH Rochedo, trecho de rio caracterizado por uma melhor composição ciliar e por sistemas de ilhas pluviais.
P5 No rio Meia Ponte, a jusante da PCH Rochedo, trecho de rio caracterizado por uma melhor composição ciliar e por sistemas de ilhas pluviais.
P6 No rio Meia Ponte, a jusante da PCH Rochedo, trecho de rio caracterizado por uma melhor composição ciliar e por sistemas de ilhas pluviais.
P7 No rio Meia Ponte, a jusante da PCH Rochedo, próximo a foz, trecho de rio formado por um ambiente mais homogêneo característico de foz dos rios neotropicais.
T1 Rio Dourados, tributário da margem direita, considerado por ser o maior tributário da bacia e por apresentar meandros e locais com vegetações com composição exuberante.
T2 Ribeirão Boa Vista do Rancho, tributário da margem direita, a montante de uma CGH desativada, parte medial do rio Meia Ponte, apresentar meandros e locais com vegetações com composição exuberante.
T3 Ribeirão Boa Vereda, tributário da margem esquerda, próximo a foz do rio Meia Ponte, maior contribuinte da porção inicial da bacia.
Para estimar a fragilidade dos hábitats e variações nas populações de peixes mais sensíveis foram
utilizados a riqueza de espécies, composta por dados que conjugam duas campanhas de campo, a
composição de rotas migratórias e a composição da mata ciliar, extraída do mapa de cobertura
do solo. Ao final da atribuição dos valores de medições desses parâmetros os índices foram
divididos em quartis a partir da média ponderada, com exceção da riqueza que foi separada em
quartis de acordo com as classes de riqueza.
Os dados relativos a riqueza foram utilizados a partir do total de espécies por estação de
amostragem. Neste âmbito AGOSTINHO et al. (2007) consideram a perda da diversidade de
espécies e a reestruturação da comunidade uma das principais alteração provocadas por
hidrelétricas, assim, para a construção dos cenários foram utilizados os valores totais das estações
de amostragem tomados durante as coletas de campo de fevereiro e junho de 2012 (Quadro 6-7).
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Quadro 6-7 – Relação entre as estações amostrais e suas respectivas riquezas de espécies, levantadas nas campanhas de campo e os valores de quartil atribuídos.
Estação Riqueza de espécies
Valor atribuído
P1 3 1
P2 4 1
P3 12 3
P4 15 4
P5 15 4
P6 15 4
P7 17 4
T1 4 1
T2 18 4
T3 10 2
Para se considerar as potenciais rotas migratórias contidas no rio Meia Ponte é necessário pensar
no recorte da bacia do rio Paranaíba, entre as UHEs São Simão e Cachoeira Dourada. O
impedimento das rotas migratórias é um dos impactos mais citados entre os estudos de
hidrelétricas (Silve & Pompeu, 2008). Logo, para estimar os impactos sobre a movimentação das
populações de peixes na bacia do rio Meia Ponte foi utilizado os efeitos sobre as potenciais rotas
migratórias de curta e longa distância somadas a interferência das rotas migratórias causadas
pelos açudes dos pequenos contribuintes. Os açudes foram considerados uma vez que, exista uma
hidrelétrica em região que exista alta frequência de açudes a veiculação das populações de
peixes ficará restrita ao corpo do reservatório. Este padrão é inadequado, já que o ambiente não
fornecerá rotas alternativas para o corpo do reservatório. Para as rotas foram atribuídos os pesos
de 70%, enquanto que para o efeito de fragmentação provocado pelos açudes foi atribuído um
peso de 30% (Quadro 6-8).
Quadro 6-8 – Valores atribuídos aos principais fatores ligados a migração no rio Meia Ponte.
Migração Valor atribuído
Rotas 0,7
Frequência de açudes 0,3
O terceiro parâmetro foi a composição ciliar da bacia do rio Meia Ponte. Como a estrutura da
comunidade está relacionada a composição ciliar do rio e os incrementos que a vegetação
proporciona, os regiões de vegetação ciliar apresentou maior peso do que aquela que
apresentante pastagem ou monoculturas.
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6.2 - SÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL
6.2.1 - Ecossistemas Aquáticos e Recursos Hídricos
A bacia hidrográfica do rio Meia Ponte localiza-se na porção central-leste do Estado de Goiás,
inserida na bacia do rio Paranaíba, da Região Hidrográfica do Paraná. Tal como o Paranaíba, o
período de cheia na bacia do Meia Ponte ocorre entre outubro e março, com vazante entre maio
e setembro. O rio Meia Ponte nasce na serra dos Brandões, nas proximidades de Itauçu e
Taquaral de Goiás, em cotas de aproximadamente 1.000 m e corre por 415 km até a foz no rio
Paranaíba, no reservatório da UHE de São Simão. Os principais tributários do rio Meia Ponte são:
o rio João Leite e o rio Caldas pela margem esquerda, e são considerados importantes afluentes
por serem um manancial de abastecimento público de Goiânia. O rio Dourados, é o principal
afluente do rio Meia Ponte na margem direita.
Neste EIBH, os resultados obtidos para as características limnológicas no rio Meia Ponte, foram
obtidos a partir de amostragem realizada em fevereiro e junho, referente aos períodos chuvoso e
seco de 2012, respectivamente. Foram tomadas para o estudo sete estações no rio Meia Ponte e
três em tributários, e analisados os parâmetros físicos, físico-químicos, químicos e biológicos das
amostras coletadas (2523-00-EIBH-DE-3009 - Mapa Estações de Amostragem da Limnologia).
Adicionalmente, também foram estudadas as águas subterrâneas em poços e cisternas, em locais
próximos das estações de monitoramento da qualidade da água superficial.
Figura 6-2 - Rio Meia Ponte. UTM: 697863/8148159.
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Os resultados de qualidade da água superficial nas sete estações amostradas mostraram que a
estação P2, logo a jusante de Goiânia, possui qualidade de água mais degradada. As demais
estações avaliadas apresentaram, no geral, em boas condições. De acordo com o monitoramento
realizado na região pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado de Goiás
(SEMARH) a área a montante de Goiânia possui uma melhor qualidade devido às proximidades das
nascentes, menor número de fontes poluidoras e proximidade a cidades de menor porte. À
medida que o rio se aproxima de Goiânia, suas águas tendem a perder qualidade gradativamente,
retomando ao estado de origem a jusante de Goiânia em direção à sua foz, no rio Paranaíba.
Em relação aos resultados de oxigênio dissolvido obtidos pode-se dizer que o rio Meia Ponte e
tributários apresenta boas condições de oxigenação, uma vez que o limite de 5 mg/L da
Resolução CONAMA 357/05 foi atendido em todos os casos. Outro bom indicador da qualidade das
águas é a demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), que apresentou valores médios de 2,71 ± 1,7
mg/L (média ± DP) em fevereiro de 2012 e de 2,3 ± 1,4 mg/L (média ± DP) em junho de 2012. O
limite de 5 mg/L estabelecido pela Resolução CONAMA foi desrespeitado na estação P7
(fevereiro) e em P2 (junho). A estação P2, nas duas coletas realizadas, apresentaram as maiores
concentrações de DBO. Isso se deve aos efluentes orgânicos lançados pelo município de Goiânia.
Todavia, as concentrações de oxigênio dissolvido indicaram que a carga orgânica presente não foi
capaz de contribuir para uma grande redução, uma vez que água apresentou boa oxigenação. Em
P7, a alta DBO em fevereiro pode ser uma ocorrência pontual, uma vez que em junho a DBO foi
igual a 1,1 mg/L.
Dos nutrientes avaliados, a fração de nitrato foi a que mais contribui para o total de nitrogênio
inorgânico dissolvido, seguidos pelo nitrogênio amoniacal e o nitrito. O fósforo total no rio Meia
Ponte, foi maior que o limite de 100 µg/L estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 em
grande parte dos dados em fevereiro de 2012 e nas estações P2 e P3 em junho de 2012. Maiores
valores de fósforo em P2 estão provavelmente associados a ocupação urbana as margens do Meia
Ponte e seus tributários.
Alguns elementos-traço como mercúrio, chumbo, níquel, cádmio, cromo e estanho, são tóxicos a
uma vasta gama de organismos. Suas concentrações são influenciadas pelo intemperismo de
rochas e erosão do solo da bacia de drenagem, e também por ativididades humanas, a destacar
as atividades industriais. Neste estudo, os elementos traço cádmio, cobalto, mercúrio, níquel e
selênio não foram detectados em nehuma das estações de coleta e nos meses avaliados, exceção
foi o cobre dissolvido, detectado na estação T1 (1,9 µg/L), na amostragem de fevereiro de 2012.
As concentrações de chumbo estiveram de acordo com o padrão de 10 µg/L definido pela
Resolução CONAMA 357/05 para águas de Classe 2, como é o caso. Com base nos resultados
obtidos, pode-se dizer que a água do rio Meia Ponte não é contaminada por elementos-traço.
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A presença de biocidas na água geralmente está associada com a utilização de agrotóxicos nas
culturas agrícolas da bacia. Contudo, neste estudo, as medições retornam valores abaixo do
limite de detecção para pesticidas organoclorados e organofosforados, indicando que as águas
superficiais não expressam contaminação por parte destes compostos.
Os Coliformes termotolerantes indicaram uma perda da qualidade da água em todas as estações
avaliadas no mês de fevereiro de 2012, quando os valores registrados foram superiores ao limite
de 1000 NMP/100 mL. No mês de junho, o limite supracitado só foi ultrapassado nas estações P2
e P3, localizadas a jusante de Goiânia. As altas concentrações de coliformes e nutrientes nas
estações P2 e P3 indicaram que essas estações ainda sofrem influência da carga orgânica lançada
pelo município de Goiânia.
O Índice de Qualidade da Água (IQA) resume as leituras do oxigênio dissolvido, demanda
bioquímica de oxigênio, coliformes fecais, temperatura, pH, nitrogênio total, fósforo total,
turbidez e resíduo total. De maneira geral, a maior parte dos pontos foi classificado com IQA
“Aceitáveis”, à exceção de P4 e T2, que apresentaram água “Boa” e P2, com água “Ruim”.
A riqueza de espécies de fitoplânctons (número de táxons por amostra) foi baixa em todas as
estações avaliadas no rio Meia Ponte e também em seus tributários, nos meses de fevereiro e
junho de 2012. Também foram registrados baixos valores de densidade e biovolume do
fitoplâncton, tanto no rio Meia Ponte quanto nos tributários. Esses resultados, característicos de
sistemas lóticos, eram esperados, devido à baixa estruturação da comunidade fitoplanctônica
diante das variáveis relacionadas à velocidade de fluxo da água, o transporte de sólidos
suspensos e a atenuação da luz.
Cyanobacteria foi o grupo que apresentou o maior valor de densidade (P2) em fevereiro de 2012.
A ocorrência de espécies deste grupo é preocupante, pois as florações destas algas têm
aumentado nos sistemas aquáticos brasileiros, como resultado da eutrofização, acarretando
prejuízos ecológicos, econômicos e sanitários. No entanto, ressalta-se que tais valores foram
inferiores ao limite preconizado pela Resolução CONAMA no 357/2005 para águas de Classe 2,
como é o caso. Em junho de 2012, as densidades de cianobactáerias também atenderam a
Resolução CONAMA no 357/2005.
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De maneira geral, foi registrada uma baixa riqueza taxonômica da comunidade zooplânctonica,
reflexo das alterações advindas do período chuvoso e da antropização que ocorre nesta bacia.
Assim como observado para a comunidade zooplanctônica, foi visto baixa riqueza de espécies
para os macroinvertebrados bentônicos, sendo que a maior riqueza taxonômica foi registrada no
ponto P3 (5 táxons), embora ainda muito baixa, quando comparada com trabalhos realizados em
rios e córregos do cerrado, onde são registrados até 30 táxons. Além disso, pôde ser verificada a
presença de táxons resistentes, com destaque para Chironomidae e Oligochaeta, principalmente
no rio Meia Ponte.
Uma busca bibliográfica das consequências do acidente radioativo de Goiânia, ocorrido em 1987,
mostra que grande parte dos efeitos concentra-se sobre as pessoas. Apesar das mortes e casos de
contaminação severa, as consequências hoje, são efeitos psicológicos e psicosociais, como aponta
relatórios da Fundação Leide das Neves, fundada para acompanhamento e apoio dos envolvidos.
Para o ambiente, segundo estudos do Laboratório de Radioecologia de Universidade Federal
Fluminense, cujo grupo de trabalho acompanhou mais de perto as consequências ambientais do
acidente, a contaminação de Cs-137 em terra, chegou de fato ao Meia Ponte, sendo detectada,
em estudo publicado em 1991, inclusive uma das espécies de peixe analisadas. Contudo, dado o
comportamento do elemento em meio aquático, onde rapidamente é adsorvido ao particulado
dissolvido, já em estudo de 1992, não estava mais presente na água.
Os estudos do Laboratório de Radioecologia de Universidade Federal Fluminense publicados em
1992, que mediu a concentração do Cs-137 ao longo do perfil de sedimento do reservatório da
PCH Rochedo, mostra apesar da sobre-elevação na concentração do isótopo na camada relativa
ao ano de 1987, a mesma tem rápido declínio na coluna de sedimento nas camadas relativas aos
anos posteriores.
Dado o comportamento geoquímico do elemento, tem importância sua potencial de acumulação
em compartimentos do ambiente aquático, particularmente em áreas sujeitas a sedimentação.
Diante da inevitável intervenção no leito e áreas marginais do rio pelos processos construtivos,
relativos instalação de empreendimentos hidrelétricos no Meia Ponte, este EIBH destaca
importância da busca da potencial presença do elemento no sedimento das áreas sob intervenção.
O Diagnóstico (item 4.3) nota que a bacia do Meia Ponte tem importância para a manutenção da
riqueza do táxon do alto Paraná, uma vez que atualmente, a bacia está ligada ao trecho do
Parnaíba entre as UHEs São Simão e de Cachoeira Dourada. Neste sentido, o Rio Meia Ponte
representa junto com o reservatório da UHE de São Simão, um trecho livre com 150 km até a PCH
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Rochedo, ou possivelmente até 200 km, considerando o trecho do seu afluente Rio Dourado. Em
adição, o diagnóstico compara a riqueza registrada neste estudo, onde foram encontrada a partir
de dados direto e outro estudos, 107 espécies de peixes contra um total de 310 registradas para
todo Alto Paraná (LANGEANI et al., 2007).
Um importante elemento na condição ambiental dos ecossistemas aquáticos no Meia Pontes é a
PCH Rochedo, identificada pelo Diagnóstico da Ictiofauna como um marco divisor das faunas
aquáticas na bacia. Com base na riqueza de peixes, o estudo verifica que a despeito da maior
riqueza reportada na porção montante de Goiânia, ligada as cabeceiras do rio e seus tributários,
nota-se uma muito baixa representação da guilda dos grandes migradores, esta bem
representada no trecho de jusante. Entretanto, vale destacar que foram encontradas atividades
reprodutivas e riqueza de espécies a montante da PCH Rochedo, do qual pode-se concluir que a
ictiofauna tem se mantido em atividade neste local, existindo neste trecho ambientes de
relevância ambiental, que podem estar proporcionado abrigo para as atividades reprodutivas e
de desenvolvimento para a fauna aquática.
Com relação às prováveis rotas migratórias, há que se considerar, principalmente, que a região
em questão está sujeita a uma série de grandes empreendimentos em cadeia e que na maioria
dos casos estes estão desconectados devido a ineficiência ou a falta de Sistema de Transposição
de Peixes. Assim, é necessário interpretar os resultados obtidos considerando toda a região
compreendida entre as usinas UHE São Simão e UHE Cachoeira Dourada. Portanto, além do rio
Meia Ponte, não se pode deixar de considerar, tal como referido na Avaliação Ambiental do
Paranaíba (EPE, 2007), as rotas associadas aos rio dos Bois, do rio Tijuco / Prata e dos afluentes
de menor porte desta região.
Para o rio Meia Ponte, o Mapa de Potencialidade de Rotas Migratórias (2523-00-EIBH-MP-3008)
mostra a existência de três potenciais estruturas de rotas migratórias de longa distância (RMLD).
A primeira delas é formada pelo trecho entre a barragem da UHE São Simão (no rio Paranaíba)
até a região da foz do rio Dourados no rio Meia Ponte. Esta rota, chamada de Rota 1 e apresenta
aproximadamente 200 km, dos quais cerca de 100 km estão inseridos na sub-bacia do rio Meia
Ponte. A segunda RMLD, chamada de Rota 2, é formada pelo trecho entre a barragem da UHE São
Simão e a PCH Salto Morais, no rio Tijuco, que se estende por cerca de 150 km. A terceira RMLD,
chamada de Rota 3, é formada pelo trecho entre a UHE São Simão até a foz do rio Turvo no rio
Dos Bois, com aproximadamente 350 km. A partir deste posicionamento regional, é possível
constatar que, atualmente, é considerado que o rio Dos Bois apresenta maior extensão de rio
livre para migração de longa distância.
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O estudo ainda destaca outros aspectos importantes em relação a ictiofauna, com secção das
assembleia de peixes encontrada na RMG, que tem no trecho uma baixa riqueza e biomassa em
decorrência do comprometimento dos ecossistemas aquáticos no trecho. Aí, a baixa qualidade da
qualidade da água se soma a perdas das rotas, que tem os pequenos tributários frequentemente
interrompidos pela construção de pequenos açudes para irrigação, comum em toda bacia. A partir
da RMG, para jusante, a medida que a qualidade da água melhora (tubilhonamento nas corredeiras
e afluência de tributários), tal como aponta o Diagnóstico de Limnologia, nota-se reflexo na
riqueza e biomassa da ictiofauna.
Desta forma, emerge a importância dos tributários com trecho livre fundamental para a
manutenção do táxon, pelo fornecimento de sítios de alimentação, reprodução e berçário e
distância para piracema, no período de reprodução das populações de peixes.
Outro fator de reflexos na manutenção da ictiofauna, também destacado pelo Diagnóstico, é a
elevada alteração dos ecossistemas terrestres, que chegas vegetações ciliares, ocupadas
comumente pela pastagem e práticas agrícolas. Na presente condição, os ecossistemas ciliares
tem suas funções de abrigo e forrageio da fauna aquática comprometida. Esse déficit é
particularmente agravado diante da riqueza de espécies herbívoras e fugívoras listadas pelo
diagnóstico da Ictiofauna.
Pela a análise sobre o resultado da espacialização do índice, apresentada no 2523-00-EIBH-DE-
5001 - Mapa de Fragilidades dos Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos, e com base no
conjunto desses aspectos, nota-se maior intensidade do índice de sensibilidade no Cenário Atual
em municípios como Piracanjuba, já afetado pela presença da PCH Rochedo, além de Anápolis e
Silvânia, não estando os dois últimos, em contato com o Rio Meia Ponte.
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6.2.2 - Meio Físico e Ecossistemas Terrestres
Inserido ao Sul do Estado de Goiás, o clima na bacia hidrográfica do rio Meia Ponte é fortemente
influenciado pelos sistemas atmosféricos que atuam na região Centro-Oeste brasileira. Estes
sistemas são provenientes, normalmente, da região Amazônica, quando transportam grande
quantidade de umidade e precipitação para a bacia, ou da região sul do país (massas de ar polar
fria e seca). Os principais sistemas em ação na bacia são a Zona de Convergência do Atlântico Sul,
as Linhas de Instabilidade, as Massas de ar Polar e os Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul.
Os parâmetros meteorológicos se comportam tipicamente como clima Aw – tropical quente ou de
savana. As temperaturas médias são superiores a 18 ºC, com amplitudes térmicas inferiores a
5 ºC. Pelas normais climatológicas médias anuais de Goiânia, segundo dados do INMET, coletados
entre 1961 e 1990, tem-se uma temperatura média anual de 23,2 oC, variando de 17,7 a 29,8oC.
O período chuvoso ocorre entre outubro e abril, e o período seco, entre maio e setembro,
quando a região apresenta um período de deficiência hídrica. Pela série histórica de precipitação
pluviométrica das estações, reporta-se período de sete meses, entre outubro e abril, com valores
de chuva acima de 100 mm, o que corresponde a aproximadamente 90% do total pluviométrico
anual. Destacam-se os meses de novembro a fevereiro, com precipitação média mensal superior
a 200 mm, coincidindo com o período de maior excedente hídrico do solo. A concentração de
chuvas na bacia, no período de verão, está relacionada com a umidade vinda da região
Amazônica e a incidência de frentes frias aliada ao compartimento topográfico regional. Já a
subsidência atmosférica, muito influenciada pelo Anticiclone do Atlântico Sul, é responsável pelo
período de estiagem na bacia.
Do ponto de vista de formação geológica e história tectônica, a Bacia do Rio Meia Ponte está
situada na porção centro-oeste do Brasil e engloba seis terrenos distintos. A Bacia do Rio Meia
Ponte encontra-se majoritariamente na Província Estrutural Tocantins, que se estende desde os
estados do Pará, passando por Tocantins. A província Tocantins é uma entidade tectônica
formada por um sistema de orógenos essencialmente Neoproterozóicos, denominados Faixas
Brasília, Paraguai e Araguaia, e Arco Magmático de Goiás.
Já a porção meridional da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte situa-se sobre a Bacia Sedimentar
do Paraná, que contém uma sucessão sedimentar-magmática com idades entre o Neo-
Ordoviciano e o Neocretáceo, numa área total que ultrapassa 1.500.000 quilômetros quadrados.
Na área de estudo afloram os derramamentos basálticos originados na abertura do rift que
fragmentou o megacontinente Gondwana, separando a América do Sul e a África.
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Cinco domínios tectono-estratigráficos abrangem a Bacia do Rio Meia Ponte, sendo eles: Faixa
Brasília (Zona Interna), Terrenos Granito-Greenstone (Sequências Vulcano-Sedimentares e
Complexo Granítico-Gnaissico), Rift Intracontinental (Complexos Indiferenciados), Arco Magmático
de Goiás (Sequências Vulcano-Sedimentares) e a Bacia do Paraná. Além desses cinco domínios,
afloram, também, as unidades lito-estratigráficas de intrusões de diques básicos mesozóicos
(jurássico-cretácicos) e diversos depósitos sedimentares cenozóicos (paleogênicos e neogênicos).
Figura 6-3 - Ambiente de serra, circundada por depressão interplanáltica. UTM: 693068/8126658.
Com as cabeceiras localizadas no planalto que divide a bacia hidrográfica do Rio Paranaíba com o
Alto Tocantins, a bacia do Rio Meia Ponte é marcada por um relevo planáltico, bastante
degradado, esculpido em litologias Pré-Cambrianas diversas em sua porção setentrional e central
– notadamente os micaxistos e quartzitos do Grupo Araxá e os gnaisses e granitos do Complexo
Goiano – e por derramamentos basálticos Cretáceos na sua porção meridional. A Figura 6-3 um o
aspecto da paisagem próximo ao Morro Feio, circundada por uma depressão interplanáltica.
Esta topografia planáltica dissecada, de vertentes suaves, tem baixa declividade, típica do
grande Planalto Central Brasileiro. Com altimetria máxima de 1.240 m, a bacia hidrográfica do
Rio Meia Ponte registra uma amplitude de relevo média de 300 m, entre os topos dos interflúvios
e os fundos de vale (Figura 6-4). As colinas presentes apresentam um caráter senil, trabalhadas
por processos intempéricos de longa data. Localmente, as resistências litológicas promovidas por
intrusões ígneas e quartzitos sustentam serras e morros isolados que apresentam perfis
irregulares nas vertentes, com setores semi-escarpados em que o processo de dissecação se dá
através de ravinas.
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Figura 6-4 - Planalto da Bacia Sedimentar do Paraná (UTM E: 662687/N: 8024331).
O manejo agrícola das terras nestas serras e morros isolados exige técnicas especiais, tendo em
vista o frágil equilíbrio morfodinâmico que depende da condição das rochas e intempéries. O
manejo inadequado do solo nestes ambientes pode deflagrar processos erosivos acelerados, uma
vez que a susceptibilidade à erosão é alta nestes locais por conta das vertentes com alta
declividade e dos solos rasos que recobrem este relevo. Como destacado pelo Diagnóstico dos
aspectos climáticos, observa-se riscos de erosão e risco de perda de solo em decorrência de
chuvas intensas na região, uma vez que a região está sujeita a episódios de precipitação
concentrada no período chuvoso, com valores chegando a 149,9 mm em dezembro.
A rede de drenagem no Rio Meia Ponte se estrutura em um padrão que varia do subparalelo a
ligeiramente dendrítico. Estes padrões ressaltam o forte controle lito-estrutural sobre a malha
hidrográfica da bacia, uma vez que é dendrítica sobre os micaxistos da Formação Araxá e
retangular nos trechos em que é controlado por fraturamentos e falhas.
Dentre as 37 unidades de solo listadas na baica do Meia Ponte, as unidades de maior abrangência
foram os LATOSSOLO VERMELHO distrófico textura argilosa, ARGISSOLO VERMELHO eutrófico não
cascalhento e cascalhento e moderadamente pedregoso, NITOSSOLO VERMELHO eutrófico férrico
A moderado e chernozênico não rochoso e ligeiramente rochoso textura argilosa, VERMELHO
distrófico mesoférrico textura argilosa e ARGISSOLO VERMELHO distrófico latossólico textura
média/argilosa, todos variando de 9 a 11%, da cobertura.
A partir desse conjunto, e sua conjugação com o relevo observado, boa parte das unidades de
mapeamento apresentam grau de suscetibilidade à erosão de moderada à forte (2523-00-EIBH-
DE-2010 - Mapa de Susceptibilidade à Erosão). Esta condição é explicada pela presença da fase
cascalhenta e/ou pedregosa e pelo relevo acidentado. O alto grau de suscetibilidade à erosão foi
conferido para as unidades de mapeamento que apresentam declividades consideráveis ou as
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unidades de mapeamento que possuem classes de solo com características associadas a processos
erosivos. Dentre eles, destacam-se os Neossolos Litólicos, que possuem maior potencial de
ocorrência de movimentos de massa, devido a pouca profundidade do perfil, estrutura maciça e
contato abrupto solo-rocha, o que lhes confere uma baixa capacidade de armazenamento de
água e uma redução da sua resistência ao cisalhamento. Soma-se à isso, a ocorrência de fase
pedregosa ou cascalhenta nestas classes de solo.
Embora as evidências de processos erosivos ativos na região estejam associadas à evolução
natural da rede de drenagem, que além de solapar a base dos taludes marginais, promovem
incisões na superfície formando novos eixos de canais de drenagem, não se descarta o papel da
ação antrópica, sobretudo pela remoção da vegetação nativa, na aceleração desses processos.
O mapeamento da aptidão agrícola das terras, abrange, na classe regular para lavoura, no nível C,
grande parte das unidades de mapeamento. As unidades com o Neossolo Litólico possuem aptidão
agrícola destinada à preservação pelo fato desta classe de solo ser tipicamente pouco profundo,
dificultando o crescimento e estabelecimento das raízes, além disso, apresentam relevo
acidentado que além de dificultar o uso de máquinas agrícolas, apresentam alta suscetibilidade à
erosão. A unidade GLEISSOLO HÁPLICO Tb + PLINTOSSOLO HÁPLICO + NEOSSOLO FLÚVICO (GXBD1),
também recebe classificação como terras destinadas à preservação, pelo fato de constituírem as
margens de rio sendo consideradas, portanto, como Áreas de Proteção Permanente.
Quanto as formações fitofisionômicas, observa-se que a região do rio Meia Ponte encontra-se
inserida no bioma Cerrado, possuindo as características morfo-climáticas peculiares desse bioma.
Este bioma se distribui principalmente pelo Planalto Central Brasileiro, nos Estados de Goiás,
Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal, ocupando
mais de 2 milhões de km², e abrigando cerca de 23% do território brasileiro. Goiás,
particularmente, está completamente inserido no bioma Cerrado.
Sendo dominado pelas fitofisionomias savânicas, o Bioma Cerrado possui elevada relevância
mundial, em termos de seu patrimônio natural, por apresentar ampla variedade de ecossistemas,
grande extensão territorial, elevada biodiversidade e alto grau de endemismo das espécies,
reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade, com a presença de diversas
fitofisionomias, riquíssima flora, sendo apontado em alguns estudos, ambiente para 12.000
espécies de plantas, das fisionomias savânicas, florestais e campestres, 199 espécies de
mamíferos, 837 espécies de aves, 180 de répteis, 150 de anfíbios, 1.200 peixes e mais de 67.000
de invertebrados. Alguns estudos dão um indicativo do número de espécies que só ocorrem no
Cerrado, quando computam a 4.400 espécies de plantas endêmicas; 19 de mamíferos, 45 de
anfíbios e igualmente 45 de répteis endêmicos. Para o presente estudo, o levantamento das
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espécies da fauna de ocorrência potencial na da Bacia do Rio Meia Ponte, composto a partir de
estudos realizados nas proximidades deste território, foram listadas 256 espécies de mamíferos,
265 de aves, 120 de répteis, 59 de anfíbios e 45 de insetos.
A partir do desenvolvimento das técnicas agrícolas de manejo químico do solo associado à oferta
de incentivos financeiros e de infraestruturas para ocupação do Centro Oeste brasileiro, a partir
da década de 1960, as atividades agrícolas passaram a impor grande pressão sobre a cobertura
vegetal da região. Hoje, estima-se que somente 35% das áreas nativas estejam preservadas, das
quais apenas 12% estão localizadas dentro de unidades de conservação. Neste contexto, nota-se
que Goiás ocupa o 4º lugar na produção de grãos e o 3º maior rebanho bovino do país.
Porém, a bacia do rio Meia Ponte hoje, conta com menos de 1/4 da cobertura vegetal nativa,
distribuídos em fragmentos, em sua maioria, de vegetação secundária com composição florística
alterada em função de interferências antrópicas.
No passado, na bacia do Rio Meia Ponte, predominava as Florestas Estacionais Submontana em
Argissolos, Cambissolos e ou Neossolos Litólicos eutróficos e as feições de Savana, nas morrarias
de quartziticos, como exemplo, fitofisionomias de Savana Gramíneo-Lenhosa, Savana Parque e
Savana Arborizada. Hoje, a principal vegetação nativa é representada pelas Florestas Estacionais
Submontana.
Na bacia do Rio Meia Ponte, a partir composição do mapa 2523-00-EIBH-DE-3003 - Mapa de Uso
e Cobertura Vegetal, construído sobre imageamento LANDSAT 5, com imagens tomadas em 2011,
observa-se que as áreas nativas somam 24,4% do território, compostas por vegetação florestada e
Cerrado aberto, que ocupam, respectivamente, 10,4 e 14,0% na bacia.
Figura 6-5 – Aspecto da Paisagem na Bacia do Meia Ponte
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Destaca-se, ainda, que, ao contrário de outros biomas com predomínio de formações florestais, o
Cerrado apresenta um mosaico de formações vegetais que incluem formações florestais
naturalmente distribuídas em manchas circundada por uma matriz de savanas abertas. Desta
forma, muitas espécies do Cerrado, geralmente são adaptadas a viver no contato entre áreas
abertas e vegetação florestal densa, sendo dependentes desses espaços, em pelo menos algum
momento de seu ciclo de vida.
Pela espacialização apresentada no 2523-00-EIBH-DE-5002 - Mapa de Fragilidades do Meio
Físico e Ecossistemas Terrestres, cabe ressaltar a importância das ações associadas a
conservação formal na bacia, que aparecem com maior sensibilidade, tanto nas unidades de
conservação a montante, quanto a indicação de área prioritária para conservação (Probio/MMA
2009) a jusante. Em adição, o índice expressa sensibilidade mediana na porção média da bacia,
em região de maior susceptibilidade a erosão. No outro extremo, para os ecossistemas
terrestres, notam-se as menores sensibilidades associadas aos solos de declividade nula, platôs
frequentemente ocupados pela agricultura intensiva, por exemplo, no extremo sul da bacia.
6.2.3 - Aspectos Socioeconômicos
A bacia do Rio Meia Ponte representa a região mais populosa do estado de Goiás, onde a capital,
Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis representam os municípios mais populosos, tanto da
área em estudo quanto do estado, com cerca de 35% da sua população. Na bacia, estes
municípios, concentram 80% da população. Assim, a bacia do Rio Meia Ponte conta com grande
concentração populacional e a Região Metropolitana de Goiânia, região que constitui o grande
polo urbano e populacional da Bacia, é a referência econômica e industrial regional.
Neste sentido, nota-se que a dinâmica populacional da área é bastante díspar, contrastando um
polo populacional de escala nacional, a RM de Goiânia, com uma maioria de 20 municípios com
menos de 10.000 habitantes. A população dos municípios, a exemplo da própria capital Goiânia,
é predominantemente urbana, com destaque para Senador Canedo e Nerópolis, focos do intenso
processo de urbanização da década de 1980.
De modo geral, a bacia vem apresentando crescimento demográfico intenso desde a década de
1980, especialmente Anápolis, Aparecida de Goiânia e Goiânia, onde os sucessivos censos medem
grande aumento demográfico (Figura 6-6).
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(Fonte de dados: IBGE, Censo Demográfico 2010)
Figura 6-6 - Evolução Populacional dos cinco mais populosos municípios da bacia.
Todos os municípios contemplados no presente estudo contam com predomínio de população
urbana, condição comum à maioria dos municípios brasileiros. Entretanto, destacam-se os
municípios com grande população rural, como Aragoiânia, Cachoeira Dourada, Caldazinha,
Hidrolândia, Leopoldo de Bulhões, Mairipotaba e Silvânia, variando entre 34 e 42% de moradores
presentes em áreas rurais.
Além de Anápolis e Senador Canedo, com população acima de 300 hab/km², Goiânia e Aparecida
de Goiânia, com população acima dos 1.500 hab/km², são os municípios de maior densidade da
bacia, e contrastam fortemente com a média dos demais municípios, que apresenta densidade de
20 hab/km² (Figura 6-7).
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Fonte: Censo IBGE, 2010
Figura 6-7 - Densidade Demográfica.
O Rio Meia Ponte foi considerado um dos mais poluídos do Brasil, no Relatório da Conjuntura
Nacional dos Recursos Hídricos no Brasil, de 2009. Já no Relatório de 2012, consta que a carga
orgânica lançada nos rios é maior em áreas de concentração urbana, como é na sua passagem por
Goiânia. Este fato corrobora a condição apontada pelo Diagnóstico, de que a maior parte dos
municípios da Bacia não conta com sistemas de tratamento de efluentes ou coleta de resíduos
sólidos, tendo o esgoto e o lixo destas cidades, destino final os corpos d’água próximos, afluentes
ou o próprio Rio Meia Ponte. Contudo, apesar da situação crítica, o investimento em tratamento
de esgoto tem aumentado e a carga poluidora remanescente nas bacias tende a diminuir. Essa
condição pode até estar sendo refletida no Diagnóstico Limnológico, que como apresentado,
apresenta o índice de Qualidade da Água com classe Aceitável em grande parte dos pontos
amostrados nas duas estações.
De acordo com o Atlas do Abastecimento Urbano de Água da Agência Nacional de Águas, nas
cidades com menos de 50.000 habitantes de Goiás, predominam sistemas de abastecimento
exclusivamente subterrâneos. Na atual situação, 54% das sedes municipais têm abastecimento
satisfatório, mas os municípios de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás,
Bonfinópolis, Goiânia e Silvânia necessitam de novos mananciais para captação de água e em
outros onze, inclusive Goianira e Senador Canedo, há necessidade de ampliação do sistema de
captação. Em relação à projeção de demanda, a ANA aponta necessidade de ampliação urbana
do abastecimento para 2015, nos municípios mais populosos, como Anápolis, Aparecida de
Goiânia e Goiânia.
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Dentre os municípios da Bacia, apenas Aparecida de Goiânia e Goiânia utilizam o Rio Meia Ponte
para captação de água visando abastecimento humano. Segundo dados do Atlas do
Abastecimento Urbano de Água, 48% do abastecimento em Aparecida de Goiânia vem do Rio Meia
Ponte, percentual que é de 52% em Goiânia. Contudo, os dados não consideram a entrada em
operação do reservatório de abastecimento João Leite, inaugurado em 2011, operado pela
SANEAGO, companhia de abastecimento, que atende a 85% da bacia do Meia Ponte e capaz de
atender, segundo reporta a companhia, as demandas da região metropolitana até 2025.
O Relatório supracitado também aponta para condição crítica relativa à disponibilidade de água,
considerando a alta demanda local para usos urbanos e industriais (ANA, 2012). Além do
abastecimento humano, na Bacia do Rio Meia Ponte, o principal uso da água é para irrigação, não
sendo descartada a dessedentação de animais, lazer, geração de energia e atividades industriais.
A captação de água para irrigação, muitas vezes, é feita diretamente no Rio Meia Ponte e
córregos afluentes. O levantamento de barramentos artificiais em corpos hídricos na bacia
contou mais de 1300 açudes ou formas semelhantes nos tributários do Meia Ponte.
Conforme o Censo Agropecuário (IBGE, 2006), dos 38 municípios da Bacia, 23 apresentam a maior
parte de seus territórios em uso para pastagens e lavouras. Considerando a baixa disponibilidade
hídrica durante determinado período do ano e o manejo agrícola ajustado para produção de duas
ou até três safras por ano, percebe-se a necessidade de água para irrigação, inclusive para
manutenção de pastagens. Ainda segundo o Censo (2006), os principais métodos de irrigação
utilizados na Bacia são a Aspersão e os Pivôs Centrais. Os municípios que, de acordo com dados
do Censo Agropecuário do IBGE (2006), mais utilizam métodos de irrigação são Anápolis, Bela
Vista de Goiás, Goiânia, Leopoldo de Bulhões e Morrinhos. Goiatuba teve destaque no uso de
pivôs centrais.
É importante ressaltar o aumento do uso de pivôs entre 2001 e 2006, resultado da intensificação
das atividades produtivas, com destaque para a pecuária e a cana-de-açúcar. A lavoura
temporária irrigada por pivô central permite a produção ao longo de todo o ano, com o plantio
de produtos secundários em duas ou três safras anuais, com destaque para a produção de milho,
soja e sorgo na chamada “safrinha”.
A produção agrícola de grãos se concentra nos municípios de Goiatuba, Jolivânia, Pontalina e
Morrinhos, sendo que esta produção utiliza métodos de irrigação. Já na região ao sul da bacia, no
entorno de Itumbiara e Cachoeira Dourada, se faz presente a criação de gado, alimentado
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exclusivamente por pasto irrigado por pivôs centrais. O Diagnóstico ainda destaca-se a
participação da expansão da produção de cana de açúcar nos municípios do sul da bacia na
ruptura com os modos de produção tradicionais com instalação de novas dinâmicas
socioeconômicas e ambientais decorrente da instalação de usinas de transformação. Os
assentamentos de reforma agrária, identificados nos municípios de Goiatuba, Morrinhos,
Piracanjuba e Panamá são também focalizados na análise de uso do solo, participando do
desenho dinâmico das relações territoriais neste trecho da bacia do rio Meia Ponte.
A maior parte dos municípios goianos tem economia fomentada, principalmente, pela
agropecuária e administração pública, ainda que sua participação no PIB estadual seja baixa. Os
municípios mais importantes em termos econômicos são aqueles cuja economia está vinculada
aos setores industrial e de serviços: Anápolis, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Goiânia e
Itumbiara, como destaca a Figura 6-8. Nesses, o setor de serviços é aquele com maior
contribuição para o PIB da área em estudo. No entanto, em alguns destes municípios o PIB
agropecuário tem destaque na economia municipal, tais como Morrinhos e Ouro Verde de Goiás.
Figura 6-8 – Produto Interno Bruto dos Municípios da Bacia do Meia Ponte
A configuração territorial desta área ressalta a importância regional de sua vocação econômica
para o agronegócio. A consolidação progressiva da região como grande produtora de soja a partir
dos anos 1980 transformou seu cenário econômico e produtivo com o estabelecimento de uma
agricultura moderna, com altos investimentos em maquinários e equipamentos, elevados custos de
produção, uso intensivo de fertilizantes e defensivos agrícolas, além do uso crescente da irrigação.
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Este modelo, caracterizado pela agricultura em grande escala e modernizada, associada a um
parque industrial, comercial e de serviços, estabelece o agronegócio como principal motor da
economia regional. De forma contrastante, no entanto, o baixo aproveitamento de mão de obra
agrícola deste sistema produtivo, leva reflexos à dinâmica social espacial, provocando o inchaço
urbano da periferia.
Apesar de a atividade rural na bacia do Meia Ponte ser bastante diversificada, no que diz respeito
à configuração da paisagem e à sua reprodução econômica e social, observa-se a predominância
da pecuária na ocupação do espaço. Mesmo com a expansão do setor agrícola em grandes
extensões nas últimas décadas, a pecuária ainda é a atividade produtiva dominante, estando
presente na grande maioria dos estabelecimentos rurais da Bacia em questão.
Caminhando em direção ao sul da bacia, podemos compreender uma regionalização das formas
de uso e ocupação do solo pelas atividades produtivas. Na região entre Goiânia e Morrinhos, há
incidência da produção agrícola de lavouras temporárias, principalmente de grãos, entretanto, é
mais expressiva a produção pecuária. Na região que abrange os municípios de Hidrolândia, Bela
Vista e a parte sudeste de Aparecida de Goiânia, nota-se um sistema de propriedades mais
tradicionais, ligado à pecuária extensiva de corte leiteiro, com a titularidade das terras
permanecendo com as mesmas famílias por gerações. Os municípios de Piracanjuba, Hidrolândia
e Bela Vista constituem a bacia leiteira do estado de Goiás.
A produção agrícola de grãos se concentra nos municípios de Goiatuba, Jolivânia, Pontalina e
Morrinhos, sendo que esta produção utiliza métodos de irrigação. Já na região ao sul da bacia, no
entorno de Itumbiara e Cachoeira Dourada, se faz presente a criação de gado, alimentado
exclusivamente por pasto irrigado por pivôs centrais. Também forma identificados a criação de
gado confinado como ilustrado na, tomada em sobrevoo em agosto de 2012.
O Diagnóstico ainda destaca a expansão da produção de cana de açúcar nos municípios do sul da
bacia. Essas propriedades rompem com os modos de produção tradicionais para a instalação de
novas dinâmicas socioeconômicas e ambientais, decorrentes da instalação de usinas de
transformação.
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Figura 6-9 – Aspecto da paisagem associada a uso agropecuário.
Na pequena produção agrícola familiar, quando presente, o cultivo é de mandioca, frutíferas em
geral, milho, criação de pequenos animais e gado leiteiro em menor escala. Esse sistema não é
relevante do ponto de vista quantitativo se comparado com o vulto do cultivo no contexto do
agronegócio, mas movimenta a economia local como fonte de sustento para as famílias de
pequenos agricultores, inclusive pelo uso mais intenso da mão de obra local.
Os assentamentos de reforma agrária que envolvem os municípios de Goiatuba, Morrinhos,
Piracanjuba e Panamá são também indicados como retrato do desenho dinâmico das relações
territoriais neste trecho da bacia do rio Meia Ponte.
De acordo com a Superintendência de Estatísticas, Pesquisa e Informações Socioeconômicas
(SEPIN), o município de Anápolis é o principal polo industrial do interior, tendo destaque pelos
serviços de educação e saúde, além do grande número de indústrias. Anápolis tem o 2º maior PIB
do Estado e vem se consolidando como polo logístico de excelência, situado no cruzamento de
dois importantes eixos rodoviários, a BR 153 e a BR 060, integra o eixo Goiânia–Brasília. Já a
polaridade econômica de Senador Canedo tem forte relação com a presença de um centro de
distribuição de combustíveis da Petrobrás e, Itumbiara, polo do sul do Estado, tem ganhado
importância com a expansão da agropecuária na região.
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Com a espacialização do índice de sensibilidade, ilustrado no 2523-00-EIBH-MP-5003 - Mapa de
Fragilidades do Meio Socioeconômico - Cenário Atual, mias uma vez fica claro o contraste da
extensa zona urbana associado a RMG, em relação ao restante da bacia, ao dar expor esse território
com a mais elevada sensibilidade na área estudada. Senão por essa área, são ainda destacadas as
zonas urbanas dos demais municípios, quando presente nos limites da bacia, que pontilham a
paisagem com sensibilidade mediana. No restante da bacia, a sensibilidade socioeconômica é
reduzida, refletindo neste aspecto o grau de urbanização da população neste espaço.
6.2.4 - Síntese da Qualidade Ambiental em Fotos: Sobrevoo
Para melhor visualização das condições gerais da Bacia, em 16 de Agosto de 2012 foi realizado
um sobrevoo ao longo do Rio Meia Ponte, de Inhumas a Itumbiara. O voo contribui para a
construção de uma visão mais ampliada das condições observada na baca, indicadas num escala
mais restrita, na visita de cada um dos meios, Físico, Biótico e Socioeconômica, ao campo,
garantindo, desta forma uma melhor discussão das análises de Fragilidade e Vulnerabilidade.
Uma síntese da condição observada, associada às sensibilidades identificadas no Diagnóstico é
apresentada no Quadro 6-1.
Quadro 6.2-1 – Imagens do Sobrevoo, localização e sensibilidades.
Imagem Comentário
UTM 22, X = 680308
Y = 8166379;
A RM de Goiânia, maior concentração populacional de todo estado de Goiás, é elemento marcante na paisagem da bacia do Meia Ponte.
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Imagem Comentário
UTM 22, X = 680966
Y = 8174365;
O uso do solo, desenhado ao longo do processo histórico na bacia, primeiro com a implantação das pastagens, e recentemente com uso da vegetação como biomassa e o aumento das áreas agrícolas; restringem a vegetação florestal original a pequenos fragmentos.
Em campo, identifica-se a forte alteração da condição ecológica dos fragmentos visitados.
UTM 22, X = 663291
Y = 8016980;
A escassez da cobertura nativa e mais acentuada na porção sul da bacia, onde está mais amplamente representada a agricultura.
UTM 22, X = 666678
Y = 8186824;
Grande parte da vegetação florestal remanescente está concentrada no entorno dos canais de drenagem, sendo representado por veredas e matas ciliares.
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Imagem Comentário
UTM 22, X = 697503
Y = 8138981;
O fortalecimento da legislação ambiental e o aumento da consciência ambiental não impedem contudo, intervenções sobre áreas e valor para conservação, como nos grandes fragmentos, que ainda tem suas áreas afetadas por diversas ações de desmatamento.
UTM 22, X = 698967
Y = 8132811;
A Floresta Estacional Semidecidual Submontana é a cobertura original de maior abrangência na bacia do Meia Ponte.
Sua cobertura atual, está no entanto, próximo dos 10% da área, distribuídos em mais de 114.854 acima de 1 ha, porém somente sete fragmento tem tamanho maior que 500 ha.
UTM 22, X = 673175
Y = 8053333; Feições menos comuns como a Floresta Decidual e a Savana Florestada estão ainda presente, estas normalmente associadas a solos pedregosos, em áreas abandonadas pelo modelo de agropecuária adotado no presente.
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Imagem Comentário
UTM 22, X = 696459
Y = 8092455;
Estes fragmentos caracterizados pela vegetação de sazonalidade decidual bem marcada estão comumente abrigadas sobre solos pedregosos, pouco útil a agropecuária.
UTM 22, X = 649240
Y = 7976050;
Nota-se o avanço das práticas agropecuárias, principalmente a agricultura, sobre as Áreas de Preservação Permanente, feição comum no trecho mais a jusante do Meia Ponte.
UTM 22, X = 702306
Y = 8125788;
Em diversos trechos sobrevoados, a APP está restrita a uma única fileira de árvores, comprometendo fortemente sua função ecológica.
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Imagem Comentário
UTM 22, X = 691065
Y = 8084058;
Em trechos específicos, particularmente nas margens do rio Meia Ponte em seu trecho médio, as matas de galeria estão bem representadas e boa sua condição ecológica é favorecida pelo contato direto com fragmentos de tamanho considerável.
UTM 22, X = 690532
Y = 8083485;
Nas margens e zonas afetadas pela própria dinâmica do rio, principalmente no seu trecho mediano, pode estar representados ecossistemas de várzeas e ou lagoas marginais.
Sua relevância para conservação ambiental cresce em importância quando ligados aos fragmentos da vegetação nativa.
UTM 22, X = 694308
Y = 8188443;
Elemento comum na paisagem da Bacia do Rio Meia Pontem são os sucessivos barramentos de açudes para guarda de águas, frequentemente e sucessivamente instalados nos tributário.
Além de implicar em evidente acirramento do conflito pelo uso da água, o barramento de tributários representa forte impacto a migração da ictiofauna.
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Imagem Comentário
UTM 22, X = 668272
Y = 8184066;
Parte dos barramentos mostra evidências de um uso diferenciado podendo ser usado algumas vezes para piscicultura e ou turismo.
Outros usos turísticos forma pouco evidenciados.
UTM 22, X = 699695
Y = 8100101;
Os açudes de barramento nos canais estão distribuídos em toda bacia, mas são mais comuns nas zonas de maior intensidade da economia agrícola.
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Imagem Comentário
UTM 22, X = 678090
Y = 8169855;
Apesar do avançado estado de alteração, o típico uso do solo na bacia, a agropecuária, representa ainda forte pressão sobre essas os remanescentes de vegetação nativa.
UTM 22, X = 692031
Y = 8156662;
Na passagem por Goiânia, o ainda pequeno rio Meia Ponte recebe intensa carga de efluentes urbanos, comprometendo de forma marcante a sua qualidade ambiental.
UTM 22, X = 692995
Y = 8152998;
A pressão sobre sua função ecológica é intensificada com o estreitamento da Área de Proteção Permanente durante a passagem entre Goiânia e Senador Canedo.
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Imagem Comentário
UTM 22, X = 671898
Y = 8182039;
A exceção da RMG, todo o restante da população da bacia está concentrada em pequenas cidades. A ocupação residêncial rural não é comum, e muito escassa a jusante da RMG.
UTM 22, X = 688291
Y = 8077202;
A exceção de Rochedo, as margens da PCH de mesmo nome, em Piracanjuba, e Santa Rosa do Meia Ponte, localidade do município de Itumbiara, próximo a foz (abaixo), nenhuma outra concentração residencial esta na margem do Meia Ponte a jusante da RMG.
UTM 22, X = 646696
Y = 7972158;
Santa Rosa do Meia Ponte, localidade do município de Itumbiara, está a 300 m das margens do Rio Meia Ponte.
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UTM 22, X = 692626
Y = 8087771;
Podem estar presente, contudo, pequenos núcleos rurais, identificadas comumente como casas de campo e sedes de fazenda.
UTM 22, X = 691928
Y = 8086007;
Parte dessas edificações rurais são para visita temporária e ou para frequência turística rural, como aponta o Diagnóstico. O turismo, se ocorre, é representado por esta forma de atividade.
UTM 22, X = 697616
Y = 8139378;
A pastagem domina amplamente o uso e ocupação do solo, porém, no sobrevoo de agosto de 2012, notou-se uma muito rara a presença do gado nestas pastagens, ou mesmo completa ausência.
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UTM 22, X = 679046
Y = 8060893;
A zonas centrais da bacia marcam o contado da pecuária com a agricultura extensiva.
UTM 22, X = 649414
Y = 7978949;
Em Alolândia, Potalina e Morrinhos destaca-se na paisagem, as extensas glebas, em entressafra, durante o sobrevoo em agosto de 2012.
UTM 22, X = 678427
Y = 8056714;
Os pivôs centrais, dependentes da constante irrigação, produzem em duas ou três safras ao ano e são um contraste nas paisagem agrícola durante na data do sobrevoo.
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UTM 22, X = 704992
Y = 8123864;
O plantio florestal, embora presente, é raro e ainda incipiente na bacia, como exemplifica a gleba de eucalipto da foto.
UTM 22, X = 690850
Y = 8078077;
Para o Rio Meia Ponte, elemento marcante, como aponta o Diagnóstico, é a PCH Rochedo, identificada como fator seccionante deste corpo hídrico como ecossistema aquático.
UTM 22, X = 692717
Y = 8076397;
O reservatório da PCH Rochedo pode exemplificar o típico impacto associado a construção de barramentos, que é o aumento do espelho d’águam com invasão das terras do entorno.
Tal impacto é relativo a condições específicas locais, como presença de vegetação, uso econômico da terra e representação social e sempre dependente do tamanho do aumento da área alagada.
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UTM 22, X = 675646
Y = 8055110;
A presença da infraestrutura também se dá pela presença de uma dezena de pontes, das rodovias que cruzam o rio, a exemplo da passagem da BR-153. Contudo, as rodovias estão presente sempre de forma perpendicular ao rio. A partição de queda usada na presente análise evita impactos as pontes e rodovias.
UTM 22, X = 675646
Y = 8055110;
O rio Meia Ponte mostrou-se de fundo pedregoso em diversos trechos, com corredeiras em diversos pontos.
Corredeira elevam a oxigenação da água e representa ecossistema diferenciado.
Em pontos de corredeiras, é comum a chegada de acessos, provavelmente usados para a pesca.
UTM 22, X = 666028
Y = 8038233;
Corredeiras atuam como importantes oxigenadoras da águas, ação determinante na remoção das cargas orgânicas e excesso de nutrientes.
A despeito da baixa qualidade da água a jusante de Goiânia, a Jusante da PCH Rochedo, as águas se mostraram em qualidade de aceitável a boa neste Estudo.
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UTM 22, X = 669279
Y = 8050514;
Corredeiras e pequenas cascatas são atrativos turísticos locais, e podem levar ao desenvolvimento de atividades do setor em sua proximidade.
UTM 22, X = 660175
Y = 8014407;
Somente um fragmento florestal acima de 1000 foi identificado neste estudo. Neste quadro, outros fragmentos de tamanho expressivo as Margens do Meia Ponte é indicado para ação conservacionista, diante da geração de recursos da compensação ambiental, referente a implantação de AHEs na bacia.
6.2.5 - Características Técnicas e Ambientais dos Empreendimentos
A lista, localização e características dos empreendimentos, assim como a análise de seus
impactos, será apresentada no item 7 – Avaliação Ambiental do Potencial Hidrelétrico da Bacia. A
seguir, no Quadro 6-9 é resumido as características gerais dos locais que irão potencialmente
receber os futuros empreendimentos.
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Quadro 6-9 – Síntese da Qualidade Ambiental entorno dos reservatórios
AHE Vau das Pombas
Geologia: Depósitos Aluvionares Solo: CXbd3 Uso do Solo: Gado, mandioca e milho.
Relevo: Planície Aluvial Aptidão Agrícola: 3(bc)- Pesca: Pesca identificada em campo
Suscetibilidade à erosão: Fo/MF Vazão (MLT): 42,8 Residências na Área: Até 10
Municípios Atingidos: Goiânia, Senador Canedo
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Esta AHE encontra-se em um relevo suave, com uma pequena planície de inundação a montante do barramento. O solo neste barramento é pouco profundo e sua suscetibilidade à erosão é Fo/MF. Não foram observadas feições erosivas ativas próximas ao barramento, assim como processos minerários requeridos junto ao DNPM.
Bosques ciliares florestais presentes principalmente na metade de montante. Ecossistemas marcados pelo contato do entorno com zonas de contato rural urbano.
Área de pequenas propriedades familiares, produtores de gado leiteiro. Pequena produção de leite, mandioca e milho; Distrito Agroindustrial a 500 m do Barramento; Aterro a cerca de 500m. Vila Galvão a menos de 50m
AHE Caldas
Geologia: Grupo Araxá Solo: LVdm5 Uso do Solo: Gado
Relevo: Depressão do Alto Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c Pesca: Pesca identificada em campo
Suscetibilidade à erosão: Mo/Fo Vazão (MLT): 48,7 Residências na Área: Entre 10 e 20
Municípios Atingidos: Goiânia, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Com amplitude de 100 metros, o relevo neste aproveitamento é suavemente ondulado, moldado sobre os micaxistos do Grupo Araxá. A dissecação se dá na forma de sulcos ravinados, que possuem um forte poder erosivo. Próximo ao barramento existem áreas de solo exposto sofrendo processo de erosão por escoamento superficial das águas pluviais. Neste ponto existe um processo minerário (ouro) com autorização de pesquisa liberada pelo DNPM.
Bosques ciliares florestais presentes, principalmente, na metade de jusante, com áreas maiores associadas aos meandros. Ecossistemas marcados pelo contato do entorno com zonas de contato rural urbano na porção de montante.
Área caracterizada pela produção de gado de corte e leiteiro, com a presença de pequenas propriedades entremeando as fazendas de maior porte.
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AHE Pontal
Geologia: Grupo Araxá Solo: LVdm5 Uso do Solo: Gado
Relevo: Depressão do Médio Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Mo/Fo Vazão (MLT): 69,4 Residências na Área: Entre 10 e 20
Municípios Atingidos: Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Neste barramento o relevo é composto por amplas colinas de dorso convexos. Próximo ao eixo da AHE foram observadas feições erosivas na margem direita do Rio Meia Ponte. Neste aproveitamento existem dois processos minerários de extração de areia em fase de licenciamento junto ao DNPM.
Interferência do Reservatório com Hotel Fazenda Idéia Molhada (Turismo). Área caracterizada pela produção de gado de corte e leiteiro, com a presença de fazendas de maior porte.
AHE Areias
Geologia: Grupo Araxá Solo: CXbd5 Uso do Solo: gado
Relevo: Depressão do Médio Meia Ponte Aptidão Agrícola: 4p-+ Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Fo/MF Vazão (MLT): 73,3 Residências na Área: Entre 1 e 10
Municípios Atingidos: Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás, Piracanjuba
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Os divisores que drenam diretamente para esta AHE estão aproximadamente na cota topográfica de 780 m, enquanto o fundo de vale, por onde segue o rio Meia Ponte está na cota de 640 m. Estes valores constituem uma amplitude média de 140 m, esculpida na forma de dorsos amplos e convexos. Neste trecho da bacia o rio Meia Ponte segue encachoeirado, formado corredeiras. Neste local a suscetibilidade à erosão é Fo/MF, sobretudo pela ocorrência de solos pouco desenvolvidos, como os Cambissolos. Neste aproveitamento existe um requerimento de pesquisa de areia no DNPM.
Estreitas faixas ciliares florestais imersas na paisagem dominada pela pecuária. No entorno dos meandros, há fragmentos de tamanho representativo em contato com a margem do rio.
Área da Barragem interfere diretamente em propriedade. Região de criação de gado de corte.
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AHE Saltador
Geologia: Grupo Araxá Solo: PVd1 Uso do Solo: gado
Relevo: Depressão do Médio Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c- Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Fo/MF Vazão (MLT): 79 Residências na Área: Entre 20 e30
Municípios Atingidos: Piracanjuba, Professor Jamil
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Este aproveitamento está localizado em um relevo de baixa amplitude, onde os taludes marginais ao rio Meia Ponte apresentam baixa declividade. Existe um processo de extração de areia junto ao DNPM em fase de concessão de lavra. A drenagem neste ponto disseca o relevo através de sulcos, que assemelham-se a ravinas.
Estreitas faixas ciliares florestais imersas na paisagem dominada pela pecuária.
Área caracterizada pela produção de gado de corte e leiteiro, com a presença de fazendas de maior porte.
AHE Rochedo II
Geologia: Grupo Araxá Solo: PVe1 Uso do Solo: gado
Relevo: Depressão do Médio Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2ab(c) -+ Pesca: Pesca no Reservatório da UHE Rochedo
Suscetibilidade à erosão: Fo Vazão (MLT): 82,6 Residências na Área: Entre 1 e 10
Municípios Atingidos: Piracanjuba
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Neste local o relevo é ondulado e as encostas possuem uma declividade mais acentuada. Não foram observadas feições erosivas ao redor do aproveitamento e tampouco existe processo minerário junto ao DNPM. Próximo ao barramento são observados afloramentos rochosos no leito do Meia Ponte, que sustentam pequenas ilhas fluviais.
Estreitas faixas ciliares florestais imersas na paisagem dominada pela pecuária.
O remanso do reservatório próximo a algumas casas no povoado de Rochedo
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AHE Entre Pontes
Geologia: Ortognaisses do Oeste de Goiás Solo: PVd1 Uso do Solo: gado
Relevo: Depressão do Médio Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c- Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Fo/MF Vazão (MLT): 104,4 Residências na Área: Entre 10 e 20
Municípios Atingidos: Piracanjuba, Professor Jamil, Mairipotaba
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Neste barramento o relevo é suave ondulado com vertentes amplas e convexas com presença de ilhas na calha do rio Meia Ponte. Neste local há um requerimento de pesquisa de ouro junto ao DNPM. Não foram observadas feições erosivas nos taludes marginais do futuro aproveitamento.
Estreitas faixas ciliares florestais imersas na paisagem dominada pela pecuária. Estão presentes fragmentos de tamanho representativo, sendo atingidos pelo barramento.
Área caracterizada pela produção de gado de corte e leiteiro, com a presença de fazendas de maior porte.
AHE Mota
Geologia: Depósitos Aluvionares Solo: PVe1 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Planície Alvuial Aptidão Agrícola: 2ab(c) -+ Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Fo Vazão (MLT): 115 Residências na Área: Entre 10 e 20
Municípios Atingidos: Pontalina, Morrinhos
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Próximo a este barramento existem pequenas planícies de inundação que acumulam sedimentos aluvionares. Tais sedimentos são alvo de processos minerários para extração de areia junto ao DNPM. A dissecação do relevo suave ondulado neste barramento se dá através de sulcos entalhados, semelhantes à ravinas.
Estreitas faixas ciliares florestais imersas na paisagem dominada pela pecuária. Estão presentes fragmentos de tamanho representativo.
Área caracterizada pela produção irrigada, com a presença de pivôs em fazendas de maior porte.
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AHE Chapéu
Geologia: Ortognaisses do Oeste de Goiás Solo: PVd1 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c- Pesca: Referência no Google
Suscetibilidade à erosão: Fo/MF Vazão (MLT): 124,8 Residências na Área: Entre 1 e 10
Municípios Atingidos: Pontalina, Morrinhos
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Neste ponto da bacia o relevo é de baixa amplitude e as encostas possuem baixa declividade. Existem dois processos junto ao DNPM para extração de ouro neste aproveitamento.
Faixas ciliares de florestas imersas na paisagem dominada pela pecuária, com diversos fragmentos de tamanho significativo, inclusive próximo ao barramento.
Zona de intensa atividade de extração de areia por dragagem no leito do rio. Área caracterizada pela predominância de propriedades de menor porte, entre 5 e 20 alqueires, dedicadas à pequena pecuária de corte e lavoura de subsistência. Barramento interfere diretamente com Rancho de Pesca.
AHE Aloândia
Geologia: Grupo Araxá Solo: PVd1 Uso do Solo: Agricultura e Gado
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c- Pesca: Ranchos de Pesca em Ilhas no Meia Ponte
Suscetibilidade à erosão: Fo/MF Vazão (MLT): 121,6 Residências na Área: Entre 10 e 20
Municípios Atingidos: Morrinhos, Aloândia
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
O entorno do barramento apresenta relevo suave de baixas declividades, com presença de pequenas ilhas fluviais. A dissecação do relevo se dá através de sulcos superficiais semelhantes à ravinas, contudo, não foram identificados processos erosivos no entorno. Junto ao DNPM, há requerimento de areia em fase de licenciamento nas planícies de inundação do rio Meia Ponte.
Faixas ciliares florestais ausentes.
Criação de gado de corte na divisa dos municípios de Aloândia e Morrinhos. Propriedade utilizada por pescadores para acesso ao rio. Áreas próximas com presença de dragagem para extração de areia. Presença de ilha fluvial utilizada para lazer de fim de semana.
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AHE Volta Grande
Geologia: Ortognaisses do Oeste de Goiás Solo: LVdm1 Uso do Solo: Agricultura e Gado
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c Pesca: Não Identificado
Suscetibilidade à erosão: Li/Mo Vazão (MLT): 129,7 Residências na Área: Entre 10 e 20
Municípios Atingidos: Pontalina, Morrinhos, Aloândia
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Este barramento possui relevo de baixas declividades com solo exposto devido às práticas agrícolas. Apresenta ilha fluvial com aproximadamente 240 m de extensão. Não foram identificados processos minerários requeridos junto ao DNPM.
Trecho com meandros sem vegetação ciliar. Há apenas um fragmento florestal associado ao rio, em um de seus meandros.
·Fazenda com cerca de 2.000 ha, produz sorgo, milho, soja e pecuária de corte. Emprego de agricultura de precisão, com informatização de ponta em todas as etapas da produção. Alternam confinamento de gado e produção de grãos Possui represa em ribeirão afluente do Meia Ponte onde havia hidrelétrica para alimentar a fazenda em funcionamento até 2004.
AHE Jacaré
Geologia: Ortognaisses do Oeste de Goiás Solo: LVdm1 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Li/Mo Vazão (MLT): 130 Residências na Área: Até 10
Municípios Atingidos: Pontalina, Morrinhos, Goiatuba
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Este aproveitamento está em ambiente de colinas com vertentes amplas de baixa declividade e os tributários de primeira ordem do rio Meia Ponte, dissecam o relevo em forma de sulcos. Por vezes, são observadas feições erosivas de escoamento superficial do solo.
Reservatório sem vegetação ciliar. Há um fragmento florestal associado ao rio, abrigado na Reserva da Vida Silvestres do Meia ponte, unidade de conservação afetada pelo reservatório. A pastagem domina o entorno, mas agricultura também está presente.
Grandes propriedades produtoras de grãos.
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AHE Goiatuba
Geologia: Grupo São Bento Solo: NVe1 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Fo Vazão (MLT): 135,7 Residências na Área: Até 10
Municípios Atingidos: Goiatuba
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Próximo a este barramento destaca-se uma ilha fluvial, com relevo de baixa amplitude. Devido as características do solo neste local (Nitossolo Vermelho eutrófico), boa parte das terras é destinada à produção agrícola, com a presença de pivôs centrais.
Trecho com estreita vegetação ciliar. Produção irrigada em grandes fazendas.
AHE Cachoeira do Meia Ponte
Geologia: Grupo São Bento Solo: NVe1 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(b)c Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Fo Vazão (MLT): 148,4 Residências na Área: Entre 1 e 10
Municípios Atingidos: Goiatuba, Panamá
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Neste aproveitamento, o embasamento composto por rochas basálticas da Formação Serra Geral originaram solos férteis que são amplamente utilizados para fins agrícolas nesta porção da bacia.
Trecho com estreita vegetação ciliar. Produção irrigada em grandes fazendas.
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AHE Campo Limpo
Geologia: Depósitos Aluvionares Solo: NVe1 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Planície Aluvial Aptidão Agrícola: 2(b)c Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Fo Vazão (MLT): 142,5 Residências na Área: Entre 10 e 20
Municípios Atingidos: Goiatuba, Panamá, Bom Jesus de Goiás, Itumbiara
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Este barramento encontra-se próximo a um trecho sinuoso do rio Meia Ponte que é definido por estruturas do embasamento geológico. As margens do rio são compostas por pequenas planícies aluviais e os solos neste trecho também são férteis utilizados na produção de grãos através de pivôs centrais.
Trecho sem vegetação ciliar. Produção irrigada em grandes fazendas.
AHE Meia Ponte
Geologia: Grupo São Bento Solo: LVdf2 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(a)bc+ Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Mo Vazão (MLT): 156,6 Residências na Área: Entre 1 e 10
Municípios Atingidos: Bom Jesus de Goiás, Itumbiara
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Próximo à este barramento há um tributário de primeira ordem do rio Meia Ponte que possui depósitos aluvionares que poderão ser afogados pelo reservatório. Não há a presença de processos erosivos e títulos minerários neste aproveitamento.
Trecho sem vegetação ciliar. Núcleo urbano de Santa Rosa do Meia Ponte a cerca de 300m. Produção irrigada em grandes fazendas.
AHE Santo Rosa II
Geologia: Grupo São Bento Solo: LVdf2 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(a)bc+ Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Mo Vazão (MLT): 164,9 Residências na Área: Entre 1 e 10
Municípios Atingidos: Itumbiara, Cachoeira Dourada
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Neste trecho, o rio Meia Ponte deposita sedimentos arenos quaternários em ambas as margens. Nos topos alongados das suaves colinas que circundam este aproveitamento são observados pivôs centrais para produção agrícola.
Trecho com estreita vegetação ciliar. Produção irrigada em grandes fazendas. Reservatório incide diretamente sobre Pivôs Centrais.
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AHE Tabocas
Geologia: Grupo São Bento Solo: LVdf2 Uso do Solo: Agricultura
Relevo: Depressão do Baixo Meia Ponte Aptidão Agrícola: 2(a)bc+ Pesca: Não identificado
Suscetibilidade à erosão: Mo Vazão (MLT): 152,2 Residências na Área: Até 10
Municípios Atingidos: Cachoeira Dourada
Síntese do Meio Físico Síntese dos Ecossistemas Terrestres Síntese da Socioeconomia
Este aproveitamento possui processo minerário de extração de areia nas margens do rio Meia Ponte em fase de requerimento de lavra.
Trecho com estreita vegetação ciliar. Produção irrigada em grandes fazendas.
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A partir deste quadro, destaca se a presença de pesca, identificada em campo, nas AHE Vau das
Pombas, Caldas, Areias, Saltador Alto e Chapéu, assim como ranchos de pesca em ilhas no Meia
Ponte na AHE Aloândia. Na AHE Pontal, próximo ao eixo, foram observadas feições erosivas na
margem direita do Rio Meia Ponte. Neste aproveitamento existem dois processos minerários de
extração de areia em fase de licenciamento junto ao DNPM. Também em processo de
licenciamento junto ao DNPN, para extração de areia nas AHE Saltador Alto e Tabocas. A
Suscetibilidade à erosão na classe Forte / Muito Forte aparece próximo as AHE Vau das Pombas,
Areias, Saltador Alto, Entre Pontes, Chapéu e Aloândia.
Na síntese dos ecossistemas terrestres nota-se a presença de fragmentos de tamanho
considerável em contato com a margem do rio próximo as AHE Areias, Entre Pontes, Mota e
Chapéu. Na AHE Jacaré, há um importante fragmento florestal, de aproximadamente 100 ha,
associado a margem do rio, que é objeto de estudo para criação unidade de conservação. Por fim
destaca-se a presença de algumas casas próximas ao remanso da futura AHE Rochedo II.
6.3 - ANÁLISE E MAPEAMENTO DA FRAGILIDADE AMBIENTAL
Conforme apresentado anteriormente, a espacialização da sensibilidade ambiental da bacia do
Rio Meia Ponte é organizada em três componentes sínteses: (i) Recursos Hídricos e Ecossistemas
Aquáticos; (ii) Meio Físico e Ecossistemas Terrestres e (iii) Aspectos Socioeconômicos.
Para o primeiro Componente Síntese, foram determinados três indicadores de sensibilidade: das
Comunidades Aquáticas; da Sensibilidade da Qualidade da Água; e de Conflitos de Uso Água. A
análise desses indicadores abrange todo território da bacia, com foco sobre a calha do canal
principal e as áreas de alagamento, possibilitando a análise dos potenciais impactos do
aproveitamento do meio para implantação de empreendimentos hidrelétricos (Quadro 6-10).
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Quadro 6-10 – Indicadores de Sensibilidade Ambiental para o mapeamento da fragilidade dos Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos.
Indicadores (ISAs) Peso Variáveis Fonte
Sensibilidade das Comunidades Aquáticas 0,4
Mata Ciliar Mapa de Uso (SIEG)
Riqueza de Espécies Pontos de Coleta
Potencial de rotas migratória Mapa de Rotas Migratórias + Densidade de Açudes
Sensibilidade da Qualidade da água 0,2
Despejo de Esgoto Doméstico Domicílio Sem Tratamento de Esgoto (SNIS, 2009)
Densidade demográfica Censo, IBGE, 2010
Sensibilidade à conflitos de uso água 0,4
Domicílios com água canalizada rede geral Domicílio abastecidos (%, SNIS, 2009)
Demanda por Irrigação Área de Estabelecimentos Irrigados (Censo, IBGE,2010)
De maneira geral, o Rio Meia Ponte apresenta o seu leito encaixado, formando barrancos
íngremes em suas margens. Pontualmente são observadas planícies de inundação com depósitos
aluvionares, depositados pela retenção de sedimentos promovida por níveis de base locais.
Destacam-se as planícies fluviais existentes no Rio Meia Ponte a montante de Goiânia e próximas
à sua desembocadura no rio Paranaíba.
Entre Goiânia e o reservatório da PCH Rochedo, os ecossistemas aquáticos e a qualidade da água
respondem à presença do adensamento populacional e industrial da RM de Goiânia e sua carência
de sistemas de tratamento de efluentes, tanto sanitários quanto industriais. Neste trecho, a
condição ambiental precária coloca o Meia Ponte entre os mais poluídos rios do Brasil, como
apontado na Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil (ANA, 2008), ainda que ações recentes
voltadas para a coleta e tratamento dos efluentes tenham proporcionado o início da reversão do
quadro. Essa condição reflete tanto na qualidade da água, como atesta o estudo de Limnologia,
que coloca a maioria dos pontos com Índice de Qualidade da Água (IQA) aceitável, porém
enquadra como Ruins ou, próximos do limite, os pontos de amostragem no referido trecho (item
4.1.9 - Qualidade das Águas, P2, P3 e P4). Essa condição é, em parte, também reportada pelo
estudo do Ictioplâncton, que encontrou uma baixa densidade de larvas e ovos neste trecho,
fatores que aferem a condição degradada para todo ecossistema aquático (4.2.6 -
Ictioplâncton).
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Por outro lado, a condição turbilhonada do rio, eleva o potencial de depuração das águas. Este
fator, somado à presença escassa da população nas margens, eleva a qualidade da água no
sentido de descida do rio. Embora o ponto amostral a jusante da RMG (P2) seja marcante neste
cenário, sendo representado pela baixa qualidade da água, a jusante do barramento da PCH
Rochedo (P4) já se registra-se boa condição ambiental, com a água em classe Aceitável e valor
de IQA similar ao ponto a montante de Goiânia (P1).
A RMG também marca os potenciais conflitos pelo uso da água ao concentrar no seu entorno o
maior volume de captações e descargas e ao atrair para seu entorno, o maior número de
usuários, seja outorgados, ou não outorgados, seja consultivos, ou não consultivos, como
exemplifica o 2523-00-EIBH-DE-4004 - Mapa de Fontes Poluidoras. Na sua abrangência, estão
presentes pescadores e mineradores de areia, dependentes dos produtos do rio, assim como
indústrias e cidades, dependentes de sua capacidade de diluição e transporte de efluentes.
Na porção jusante da bacia, próxima à foz, cresce o número de usuários da água para irrigação.
Nesta região nota-se também maior densidade de açudes (2523-00-EIBH-DE-4004 - Mapa de
Fontes Poluidoras), construídos como barramentos dos tributários. A se considerar pelo modelo
de agricultura adotado, irrigado e com diversas safras ao longo do ano, nota-se que a
agroindústria é um importante usuário e interventor dos recursos nesta porção.
Na espacialização da sensibilidade dos Ecossistemas Aquáticos e Recursos Hídrico fica destacada,
mais uma vez, a importância de Goiânia, que obteve graduação comparável apenas a Anápolis
(2523-00-EIBH-DE-5001 - Mapa de Fragilidades dos Recursos Hídricos e Ecossistemas
Aquáticos). De menor destaque, mais ainda de elevada sensibilidade, podem ser citados
Aparecida de Goiás, também da RMG, Leopoldo de Bulhões, Bela Vista de Goiás, Morrinhos e Bom
Jesus de Goiás. No outro extremo, ficaram, com menor sensibilidade, os territórios de Itauçu,
Cromínia, Maripotaba e Professor Jamil. Na bacia como um todo, além dos destaques para os
territórios municipais acima citados, têm destaque as zonas urbanas e toda a malha hidrográfica.
Considerando apenas a sensibilidade das comunidades aquáticas (Figura 6-10), a análise de
sensibilidade demonstra que o trecho do alto rio Meia Ponte, até as imediações do grande centro
de Goiânia, a espacialização do índice demostra região pouco sensível, apesar de apresentar
algumas regiões pontuais de sensibilidade mediana. Neste trecho estão localizadas as estações de
amostragem P1 e P2, que apresentaram baixos índices de riqueza e abundância de larvas. Esta
região está sobre influência da cidade de Goiânia.
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O trecho da bacia que compreende o rio Dourados (região de T1) e o ribeirão Boa Vereda (região
de T3) também foi constatado um padrão pouco sensível. Para essas regiões dois fatores,
emergem na composição da sensibilidade: o primeiro está relacionado a baixa riqueza da
Ictiofauna e segundo pelo uso do solo, representado pela baixa cobertura vegetal e comum
instalação de açudes.
Figura 6-10 – Espacialização da sensibilidade das comunidades aquáticas.
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Portanto, para essas regiões e outras de cabeceira é sugerido esforços de recomposição
ambiental voltado a manutenção das populações de peixes lá estabelecidos, com fortalecimento
da capacidade de abrigo e reprodução das mesmas. De modo geral os habitats de reprodução
estão localizados nas porções superiores de grandes rios e afluentes, onde são encontrados os
ambientes de cabeceira. Isso se deve pela elevada ocorrência de indivíduos no estádio de
maturação e pela distribuição e abundância de ovos, que aumenta em direção a parte superior
de tributários (VAZZOLER et al., 1997). AGOSTINHO et al. (2007) ainda consideram que os
empreendimentos construídos em ambientes de cabeceiras de rio podem causar danos ainda
maiores, devido a grande chance de afetar espécies endêmicas.
A região compreendida entre a bacia do rio João Leite, Caldas e o médio rio Meia ponte
apresentou regiões de sensibilidade media tendendo a elevada. Esse padrão reflete a função do
rio Caldas como contribuinte de água em melhores condições quando comparada com aquela
proveniente de Goiânia. Além disso, a jusante da foz do rio Caldas, o rio Meia Ponte começa a
apresentar corredeiras, o que também contribui para reduzir a carga orgânica e elevar a
oxigenação da água proveniente do centro urbano. O diagnóstico demonstrou que existem
espécies de peixes migradores a montante da PCH Rochedo, ao longo das corredeiras e a
montante da RMG. Ainda considerando que a PCH Rochedo apresenta um sistema de transposição
de peixes até o presente momento não existem estudos que atestem a sua eficiência. Assim, é
provável que a rota migratória esteja parcialmente limitada pela PCH Rochedo e pela poluição
proveniente da RMG, levando ao uso de alguns trechos da calha e principalmente os tributários
para processo migratórios.
Já ao trecho entre o médio rio Meia Ponte até a sua foz (região que compreende os pontos P4, P5, P6
e P7, 2523-00-EIBH-DE-3009 - Mapa de Estações de Amostragem da Ictiofauna) foi classificada
variando de sensível a muito sensível em sua maior parte. Essas regiões foram as que apresentaram
os melhores índices de diversidade e de reprodução e migração durante os levantamentos de dados.
Visto que estas regiões apresentam atualmente conectividade com o rio Paranaíba e os
empreendimentos instalados nestas regiões devem apresentar estudos sobre necessidade de STPs,
principalmente relacionados as espécies que realizam migração de longa distância.
Adicionalmente, as espécies de peixes do Brasil apresentam os eventos reprodutivos ligados ao
período de cheia (AGOSTINHO et al., 2007) e, dependendo da organização das barragens, e a
mudança na velocidade das águas nos reservatórios, nota-se que pode haver modificação dos
hábitos reprodutivos de algumas espécies. Assim, os Estudos para licenciamento devem
contemplar temas como a identificação de sítios de alimentação e reprodução atuais e futuros
para que não desestabilizem o habitat das comunidades aquáticas.
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Para o Componente-Síntese Meio Físico e Ecossistemas Terrestres, com indicadores definidos
para os dois respectivos elementos, a análise foca em dois importantes elementos de dinâmica
do espaço: os processos erosivos e o uso do espaço (Quadro 6-11).
Quadro 6-11 – Indicadores de Sensibilidade Ambiental para o mapeamento da fragilidade do Meio Físico e Ecossistemas Terrestres.
INDICADORES (ISAs) Peso VARIÁVEIS Fonte
Meio Físico 0,2 Susceptibilidade a Erosão Mapa de Solos (Embrapa 2006)
Sensibilidade dos Ecossistemas Terrestres
0,8
Remanescentes de Vegetação Nativa Mapa de Uso (Diagnóstico)
Conflito Territorial (UC) MMA, 2008 e ICMBio 2009, SEMARH, 2010 (Caderno de Mapas)
Classificação de Áreas Prioritárias para a Conservação MMA/PROBIO (2007) (Caderno de Mapas)
Tem destaque neste componente a susceptibilidade a erosão na porção mediana da bacia, entre
os municípios de Goianira, Piracanjuba, Pontalina, Alolândia e Morrinhos, onde predominam os
índices de Forte e Forte/Muito Forte. As feições erosivas refletem as classes de solo e são
agravadas pelo manejo agrícola adotado associado ao avançado estado de alteração da cobertura
vegetal nativa. A distribuição do índice ao longo da bacia pode ser observada no 2523-00-EIBH-
DE-5002 - Mapa de Fragilidades do Meio Físico e Ecossistemas Terrestres.
Apesar da cobertura vegetal original com diversas fisionomias de cerrado, hoje a área em estudo
está restrita a manchas disjuntas e estreitas, formações ciliares no entorno dos corpos hídricos.
Fragmentos florestais expressivos, inclusive de mata ciliares, estão presentes de maneira muito
escassa nas margens do rio Meia Ponte. Outros ambientes de potencial guarda da biodiversidade
nativa estão presentes nas faixas mais declivosas associadas às bordas dos platôs, onde o solo se
mostra muito inapropriado para a agropecuária. Nesse aspecto têm destaque ao fragmento da
Floresta Estacional Decidual de outras formações savânicas, único com tamanho maior que
1000 ha em toda bacia, abrigado na APA João Leite, que serve de abrigo para o reservatório de
abastecimento de mesmo nome. Desta forma, têm destaque na distribuição da sensibilidade
Terezópolis de Goiás, Campo Limpo de Goiás e, no outro extremo da bacia, parte do território de
Panamá e Cachoeira Dourada (2523-00-EIBH-DE-5002 - Mapa de Fragilidades do Meio Físico e
Ecossistemas Terrestres).
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Desconsiderando esses fragmentos, a bacia do Rio Meia Ponte é ocupada essencialmente por
formações antrópicas, principalmente a pastagem e, onde o solo é mais propenso, pela
agricultura mecanizada em largas extensões. Tem destaque, ainda, na ocupação do espaço, a RM
de Goiânia, que ocupa fração considerável da bacia.
Por último, o Componente Síntese que aborda os Aspectos Socioeconômicos usa de três
indicadores: Sensibilidade de pressão populacional; Sensibilidade Econômica do Uso do Solo; e
Desenvolvimento Municipal (Quadro 6-12).
Quadro 6-12 – Indicadores de Sensibilidade Ambiental para o mapeamento da fragilidade dos Aspectos Socioeconômicos e Aspectos Gerencias.
Indicadores (ISAs) Peso Variáveis Fonte
Sensibilidade de pressão populacional 0,4
Taxa de Crescimento Populacional Censo, IBGE, 2010
Núcleos Urbanos e Infraestrutura Viária IBGE, 2010
Sensibilidade Econômica do uso do solo 0,3
Produtividade Agropecuária (PIB Agrário) IBGE (2009)
Prestação de Serviços (PIB do Setor Terciário) IBGE (2009)
Desenvolvimento municipal 0,3
Índice de Desenvolvimento Humano
Instrumentos de Gestão Municipal
SEPIN (GO)/FIRJAN (2009)
IBGE (2009)
Instrumentos de Gestão Municipal IBGE (2009)
Nos três indicadores, a RMG tem posição marcante na distribuição das sensibilidades na bacia. A
concentração de pessoas, condição de vida e da economia neste ambiente contrasta fortemente
com os demais municípios do entorno. A densidade demográfica, por exemplo, acima de
1500 hab./km² nesta região, contrasta com os 20 hab./km² no restante da bacia. Outro exemplo
é o PIB, concentrado em mais de 80% na RMG, se sobrepondo à produção agrícola significativa em
alguns municípios como Itumbiara e Morrinhos, fora da RM (2523-00-EIBH-DE-5003 - Mapa de
Fragilidades do Meio Socioeconômico - Cenário Atual).
No âmbito deste componente, a expressão maior dos conflitos se dá pela ocupação dos espaços,
sendo marcante a valorização destes pelas formas de economia mais preponderantes. Nos
espaços urbanos, os conflitos são marcados pelo avanço dessa nova fronteira sobre as antigas
áreas agrícolas e o confronto silencioso das economias fundiárias e imobiliária. Independente de
ambas, observa-se a ocupação irregular da periferia, decorrente da atratividade exercida pela
economia dos grandes centros urbanos.
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Outro motor de conflito pelo uso do espaço é ilustrado pela agricultura e, mais recentemente,
pela agroindústria que associa a produção agrícola intensiva com a transformação industrial, seja
pela soja e outras culturas, seja, pela cana-de-açúcar. Neste caso, as zonas de conflito são a
porção mediana da bacia, em torno de Morrinhos e Joviânia ou a porção sul, em torno de
Itumbiara e Panamá. Nesses locais, o conflito se dá pelo avanço da preponderância econômica da
agricultura extensiva sobre formas mais locais de produção, onde é marcante a substituição dos
modos de produção tradicionais por outros cada vez mais mecanizados, o que leva à escassez de
postos de trabalhos nos núcleos rurais e pequenas cidades e induz a processos migratórios.
Neste caso, a espacialização se dá pela expressão do produto interno bruto associado à
agricultura, forma mais expressiva de medida da economia agrícola.
Na espacialização do índice de sensibilidade para este Componente Síntese, essas relações se
expressam com baixa sensibilidade em toda bacia, com destaque concentrado somente nas zonas
urbanas, a RM de Goiânia e o território de Anápolis, pela concentração da população assim como
da atividade econômica expressa através do PIB (2523-00-EIBH-DE-5003 - Mapa de Fragilidades
do Meio Socioeconômico - Cenário Atual).