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A SADC LANÇA a sua zona de comércio livre este Agosto, assinalando a criação de uma das maiores zonas de comércio livre no continente africano com cerca de 250 milhões de pessoas. Espera-se que o lançamento oficial seja durante a XXVIIIª Cimeira da SADC na África do Sul, um evento histórico que anunciará uma nova era de integração económica e industrialização rápida na sub-região através da expansão de oportunidades de negócio. Postulado sobre a remoção gradual de barreiras ao comércio, a Zona de Comércio Livre (ZCL) é o culminar de um processo de oito anos que começou com a assinatura do Protocolo Comercial da SADC em 1996, que entrou em vigor em 2000. Acrescido ao Protocolo Comercial, os Estados membro da SADC adoptaram o Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP) que delineia um roteiro para maior integração económica regional. O RISDP delineia metas de integração económica que inclui o estabelecimento de um ZCL em 2008, um União Aduaneira até 2010, um Mercado Comum até 2015 e criação de uma União Monetária até 2016, enquanto se espera por um banco central regional e moeda única até 2018. Pelo que, a criação de uma ZCL este Agosto significa o alcance de um maior marco rumo à procura de uma maior integração económica na SADC. A ZCL é enraizada no princípio de economia clássica de vantagens comparativas. O argumento crasso é de que os Estados membro produzirão para exportação apenas os bens com os quais têem vantagens comparativas ao mesmo tempo que importam produtos dos países vizinhos que não podem produzir com mais eficiência em casa. Os industrialistas gozarão de maior acesso ao mercado, bem como beneficiar de economias de escala à medida que produzirem para um mercado regional maior do que um nacional. Por outro lado, os consumidores terão maior acesso à uma gama de produtos mais baratos e mais amplo nas prateleiras dos supermercados, visto que os produtos entrarão nas fronteiras nacionais isentos de taxas aduaneiras. Uma ZCL fornece um ambiente ideal para uma rápida industrialização e modernização porque as empresas aumentam os níveis de produtividade para manter um vantagem competitiva sobre os outros. continua na página 2 SADC lança Zona SADC lança Zona de Comércio de Comércio Livre Livre POLÍTICA 3 COMÉRCIO 4 INFRAESTRUTURA 5 ÁFRICA 6 ENERGIA 7-10 MUDANÇAS CLIMÁTICAS 11 BREVES DE NEGÓCIOS 12 GÉNERO 13 LIVROS 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 8 6 SADC Today port 11.1 _Cathy 8/13/08 10:14 AM Page 1

6 SADC lança Zona de Comércio Livre - sardc.net · constrangido pela fala de infraestrutura. Assim sucede sem surpresas que os líderes da SADC ... facilitar o movimento inter-Estado

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A SADC LANÇA a sua zona de comércio livre esteAgosto, assinalando a criação de uma das maiores zonasde comércio livre no continente africano com cerca de250 milhões de pessoas.

Espera-se que o lançamento oficial seja durante aXXVIIIª Cimeira da SADC na África do Sul, um eventohistórico que anunciará uma nova era de integraçãoeconómica e industrialização rápida na sub-regiãoatravés da expansão de oportunidades de negócio.

Postulado sobre a remoção gradual de barreiras aocomércio, a Zona de Comércio Livre (ZCL) é o culminarde um processo de oito anos que começou com aassinatura do Protocolo Comercial da SADC em 1996,que entrou em vigor em 2000.

Acrescido ao Protocolo Comercial, os Estados membroda SADC adoptaram o Plano Indicativo Estratégico deDesenvolvimento Regional (RISDP) que delineia umroteiro para maior integração económica regional.

O RISDP delineia metas de integração económicaque inclui o estabelecimento de um ZCL em 2008, umUnião Aduaneira até 2010, um Mercado Comum até2015 e criação de uma União Monetária até 2016,enquanto se espera por um banco central regional emoeda única até 2018.

Pelo que, a criação de uma ZCL este Agosto significao alcance de um maior marco rumo à procura de umamaior integração económica na SADC.

A ZCL é enraizada no princípio de economia clássicade vantagens comparativas. O argumento crasso é deque os Estados membro produzirão para exportaçãoapenas os bens com os quais têem vantagenscomparativas ao mesmo tempo que importam produtosdos países vizinhos que não podem produzir com maiseficiência em casa.

Os industrialistas gozarão de maior acesso aomercado, bem como beneficiar de economias de escala àmedida que produzirem para um mercado regionalmaior do que um nacional.

Por outro lado, os consumidores terão maior acesso àuma gama de produtos mais baratos e mais amplo nasprateleiras dos supermercados, visto que os produtosentrarão nas fronteiras nacionais isentos de taxasaduaneiras.

Uma ZCL fornece um ambiente ideal para umarápida industrialização e modernização porque asempresas aumentam os níveis de produtividade paramanter um vantagem competitiva sobre os outros.

continua na página 2

SADC lança ZonaSADC lança Zonade Comérciode Comércio

LivreLivre

POLÍTICA 3

COMÉRCIO 4

INFRAESTRUTURA 5

ÁFRICA 6

ENERGIA 7-10

MUDANÇAS CLIMÁTICAS 11

BREVES DE NEGÓCIOS 12

GÉNERO 13

LIVROS 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

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continção da página 1

Estas assumpções estão prenhesde muitas complexidades naconduta diária do comérciointernacional e realidades ao nívelnacional.

Por exemplo, com poucasexcepções, as exportações dosEstados membro da SADC não sãoapenas similares masmaioritariamente matéria prima eprodutos inacabados enquanto asimportações são principalmentebens de capital e intermediários.

Ademais, a maioria daseconomias da SADC são menosdesenvolvidas, apoiados porindústrias nascentes que aindarequerem algum cuidado antes dese exporem aos ventos frios docomércio internacional.

O receio prevalecente de que osprodutos das maiores economiascomo a África do Sul podeminundar as economias mais fracas,levando ao colapso das suasindústrias tende a reduzir oprogresso rumo às metaspreconizadas.

Numa tentativa para abordaresses receios, a SADC adoptaram oprincípio de geometria variável,que permite uma liberalizaçãocomercial assimétrica baseadosobre o nível de desenvolvimentoeconómico de cada país.

Esta abordagem permitiu que aÁfrica do Sul, que é a economiamais desenvolvida, conjuntamentecom os seus co-membros na UniãoAduaneira da África Austral(SACU) – Botswana, Lesotho,Namíbia and Suazilândia – paraliberalizar mais rápido do que osoutros.

Desde 2000, os Estados membrotêem gradualmente removidobarreiras tarifárias e não-tarifáriasao comércio com o objectivo dealcançar uma fasquia de 85

porcento de comércio intra-regional à tarifa zero até

2008.O s r e s t a n t e s 1 5porcento constituem

principalmente de produtossensíveis tais como téxteis,vestuário e automóveis que serãoliberalizados até 2012. poucosprodutos tais como metaispreciosos e estratégicos(ouro, prata e platina) e bensusados foram excluidos daliberalização.

Principalmente, a ZCLpermitirá que bens originários dosEstados membro da SADC entremas economias dos países vizinhosisentos de taxas aduaneiras. Paraqualificarem como isentos de taxasaduaneiras, os produtos devemsatisfazer um certo critériodelineado nas acordadas regras deorigem.

Embora em crescimento, ocomércio intra-SADC é aindamenor em cerca de 25 porcento.Muito desse comércio estáconcentrado na região da SACUenquanto muito comérciointernacional vai acontecendo sobacordos bilaterais entre Estadosmembro da SADC ou com asantigas potências coloniais comutilização limitada do ProtocoloComercial.

O comércio intra-SADC estáconstrangido pela fala deinfraestrutura. Assim sucede semsurpresas que os líderes da SADCcolocaram alta prioridade sobre odesenvolvimento de infraestruturaregional.

À luz da ZCL e UniãoAduaneira, tornou-se maisimportante do que antes anecessidade para mais eficientes erápidos corredores de transporteque ligam melhor a região.

Espera-se que novos corredorescomplementem as tradicionaisrotas rodoviárias que foramhistoricamente concebidas paratransportar produtos de e para oresto do mundo através dos portosmarítimos regionais. Actualmenteestes não são suficientes parafacilitar o movimento inter-Estadode produtos. ❒

2 SADC HOJE Agosto 2008

SADC lança Zona de Comércio Livre

Produtos de Exportações e Importações Chavedos Estados Membro da SADC Estados Membro

Angola

Botswana

RDC

Lesotho

Madagáscar

Malawi

Maurícias

Moçambique

Namibia

África do Sul

Swaziland

Tanzania

Zámbia

Zimbabwe

Principais Importações

Maquinaria e equipamento eléctrico,veículos e sobressalentes, medicamentos,alimentos, téxteis, bens militares.

Produtos alimentares, maquinaria,produtos eléctricos, equipamento detransportes, téxteis, combustível eprodutos petrolíferos, madeira e produtosde papel, metal e bens metálicos.

Produtos alimentares, mineração eoutras maquinarias, equipamento detransportes, combustíveis.

alimentos; material de construção,veículos, maquinaria, medicamentos,produtos petrolíferos.

Bens de capital, combustível, bens deconsumo, alimentos.

Alimentos, produtos petrolíferos, produtossemi-manufacturados, bens de consumo,equipamento de transportes.

Bens manufacturados, equipamento decapital, produtos alimentares, produtospetrolíferos, químicos.

Maquinaria e equipamento, veículos,combustível, químicos, produtosmetálicos, produtos alimentares, téxteis.

Produtos alimentares, produtospetrolíferos e combustível, maquinaria eequipamento, químicos.

Maquinaria e equipamento, químicos,produtos petrolíferos, instrumentoscientíficos, bens alimentares.

Veículos automóveis, maquinaria,equipamento de transportes, produtosalimentares, produtos petrolíferos,químicos.

Bens de consumo, maquinaria eequipamento de transportes, matériaprima industrial, crude.

Maquinaria, equipamento detransportes, produtos petrolíferos,electricidade, fertilizantes, produtosalimentares, vestuário.

Maquinaria e equipamento detransportes, outros produtosmanufacturados, químicos, combustíveis.

Principais Exportações

Crude, diamantes, produtos petrolíferosrefinados, gás, café, sisal, peixe eprodutos marinhos, madeira, algodão.

Diamantes, cobre, níquel, soda ash,carne.

Diamante, cobre, crude, café, cobalto.

Manufacturas 75% (vestuário, calçado),lã e mohair, alimentos e animais vivos.

Café, baunilha, especiarias, moluscos,açucar, tecido de algodão, cromo,produtos petrolíferos.

Tabaco 60%, chá, açucar, algodão,café, amendoim, produtos de madeira.

Vestuário e téxteis, açucar, flores,bagaço.

Alumínio, camarão, castanha de caju,algodão, açucar, citrinos, madeira,electricidade.

Diamantes, cobre, ouro, zinco, chumbo,uránio, gado, peixe processado, peles dekarakul.

Ouro, diamantes, platina, outros metaise minérios, maquinaria e equipamento.

Concentrados de refrescos, açucar,polpa de madeira, estame de algodão,refrigeradores, citrinos e frutasenlatadas.

Ouro, café, castanha de caju, algodãosintético.

cobre/cobalto 64%, electricidade,flores, algodão.

Algodão, tabaco, ouro, ferroalloys,texteis/vestuário.

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Agosto 2008 SADC HOJE 3

POLÍTICA

A IMPLEMENTAÇÃO do Protoco-lo Comercial da SADC foi umlongo e difícil processo regionalque continuará além do lançamen-to oficial da Zona de ComércioLivre em Agosto.

Desde 1996, quando o Protoco-lo Comercial foi assinado, entran-do em vigor em 2000 após oprocesso de ratificação, 12 Estadosmembro assinaram o protocolo,pelo que são parte da Zona deComércio Livre (ZCL), com a ex-cepção de Angola e a RepúblicaDemocrática de Congo que solici-taram mais tempo antes dejuntarem-se à ZCL.

O principal instrumento da lib-eralização comercial como descritono protocolo foi a eliminação dastarifas aduaneiras e barreiras não-tarifárias sobre o grosso do comér-cio intra-SADC.

Logo que o Protocolo Comer-cial entrou em vigor em 2000, oprimeiro passo foi de os Estadosmembro entrarem em negociaçõespara a redução gradual de tarifas,o que significa a eliminação de im-postos aduaneiros.

O processo de negociações foiconduzido através de uma “abor-dagem de solicitação de ofertas”sob os auspícios do Fórum de Ne-gociação Comercial que reuniu-seregularmente à luz do ProtocoloComercial.

O que foi crítico no processo denegociações foi o princípio de as-simetria, que resultou da com-preensão de que, entre outros, osEstados membro da SADC tinhamvariados níveis de desenvolvimen-to económico. Para o propósito deimplementação DO ProtocoloComercial, os Estados membro daSADC foram colocados nasseguintes categorias:

✦ Países Desenvolvidos (prin-cipalmente a África do Sul, mas defacto a União Aduaneira da ÁfricaAustral - SACU);

✦ Países em Desenvolvimento(Maurícias e Zimbabwe) e;

Uma Revisão a Meio Termocomissionado pela SADC em 2004revelou que os Estados membroestavam a implementar o Protoco-lo Comercial mas que o progressoera geralmente fraco. Uma dasprincipais recomendações em as-segurar o cumprimento era que osEstados membro efectivassem a re-dução de tarifas no 1º de Janeiro decada ano.

Uma auditoria feita pelo Cen-tro do Comércio da África Australpara o Secretariado da SADC indi-cou que de Fevereiro de 2008, asMaurícias, Moçambique, os paísesda SACU, República Unida daTanzania, Zámbia e Zimbabwe tin-ham legislado sobre as suas ofertasde tarifas ou emitido intençõesefectivando uma redução de tari-fas até 2008. Esperava-se queMalawi o fizesse antes do lança-mento, em Agosto de 2008, en-quanto Madagáscar apenasacedeu ao Protocolo em 2006 e foi-lhe permitido mais tempo para re-cuperar.

Acrescido à remoção de tarifas,os Estados membro também acor-daram noutras medidas de facili-tação de comércio tais como aeliminação de barreiras não-tarifasao comércio. A remoção de bar-reiras não-tarifárias envolve a har-monização de leis aduaneiras eprocedimentos, a harmonizaçãode medidas sanitárias e fito-san-

itárias, bem como a adopção e im-plementação das regras comuns deorigem.

Os Estados membro estão ac-tualmente a desenvolver os mode-los de Lei Aduaneira que facilitaráa harmonização os regulamentos eprocedimentos aduaneiros. Trabal-ho sobre o Esquema de Garantiasde Tesouro Aduaneiros da SADCfoi completado enquanto se esperaa decisão sobre o DocumentoÚnico Aduaneiro e o Sistema deTrânsito de Produtos Regionais,ambos já pilotados.

Dado que nem todos os produ-tos se qualificam para a isenção dedireitos sob uma ZCL, tempo con-siderável foi despendido nas nego-ciação das regras de origem, acor-dado como específico para cadaproduto. Um Certificado deOrigem da SADC, que autentica osprodutos que originam da região,já funciona nos Estados membro.

As regras de origem são paraassegurar que os produtos nãooriginários da região não gozemde tarifas preferenciais. Elas sãotambém para assegurar que aregião não seja inundada por im-portações de outros países.

Embora trabalho considerávelfoi sido dedicado nas negociaçõese acordos de instrumentos region-ais da ZCL, o enfoque será sobre onível nacional onde o cumprimen-to é mais importante.❒

✦ Países Menos Desenvolvidos- LCDs (sendo os restantes, i.e. An-gola, Madagáscar, Malawi,Moçambique, RDC, Tanzania eZámbia).

Com base nestes agrupamen-tos, a SADC levou a cabo o progra-ma de redução gradual de tarifas àdiversos níveis de velocidade, nosquais esperava-se que geralmenteo agrupamento de países desen-volvidos a serem os primeiros assuas reduções de tarifas para al-cançar a fasquia de “substancialcomércio” até o ano cinco da im-plementação, ou seja até 2005.

Esperava-se que geralmente oagrupamento de países em desen-volvimento fosse o segundo na re-dução de tarifas para alcançar amesma fasquia até sete ou oitoanos de implementação, isto é, até2007-9, enquanto se esperava que aúltima categoria, os LCDs, fosse oúltimo na redução de tarifas paraalém da fasquia de oito anos masnão exceder 12 anos.

Porém, para os produtos dacategoria A e B (vide caixa), esper-ava-se que as tarifas alcançassem onível de zero porcento em todo ocomércio na ZCL.

A fasquia “substancial comér-cio” para a SADC é constituídopor 85 porcento de todos os pro-dutos, constituindo os produtos dacategoria A e B mas excluindo osprodutos da categoria C.

Implementação do Protocolo Comercialda SADC sobre os carris

Categorização da Redução de Tarifas da SADC

Categoria de Produtos Descrição

A Produtos cujas tarifas chegariam a 0% (ou já eram 0%) no início do processo de gradualismo, i.e. 2000

B Produtos sujeitos à redução de tarifas até 0% durante um período deoito anos até 2008

C Produtos sensíveis durante um período de 12 anos até 2012

E Excluídos do comércio preferencial

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COM

ÉRCI

O

essência, a Zámbia aceitoupromover simultaneamente ocomércio livre com a África do Sul emanter as tarifas da COMESAcontra o mesmo país.

O problema de múltiplaafiliações fragmentou os países daSADC durante as negociações paraAcordos de Parceria Económica

A REGIÃO da caminharapidamente rumo à uma UniãoAduaneira, sendo que a questão desobreposição de afiliações torna-semais pertinente.

Um Grupo de TrabalhoTripartido, envolvendo a SADC, oMercado Comum para a ÁfricaAustral e Oriental (COMESA) e aComunidade da África Oriental(EAC), foi estabelecido paraencontrar formas de harmonizar osregimes comerciais dos três blocoscomerciais.

O trabalho do grupo de trabalhovai fornecer insumos à umaCimeira Tripartida marca paraOutubro de 2008.

A sobreposição de afiliaçõesexiste na SADC, COMESA e EAC, ecriaram-se desafios pelo facto deque os três planeiam criar uniõesaduaneiras, uma situação queapresenta desafios técnicos vistoque um país não pode pertencer amais de uma união aduaneira.

Como a Zona de Livre Comércio(ZLC) da SADC entra em vigor esteano, o caminho é em direcção aocompletar da União Aduaneira em2010. A COMESA, que criou a suaZCL em 2004 planeia lançar a suaUnião Aduaneira até Dezembro de2008, enquanto há planos em cursopara uma União Aduaneira daEAC.

Todos os membros da UniãoAduaneira de África Austral(SACU) pertencem à SADC, o quesignifica que com a criação de umaUnião Aduaneira da SADC, oarranjo da SACU desaparece.

Sete países da SADC - Angola,Malawi, Maurícias, RDC,Suazilândia, Zámbia e Zimbabwe -são ambos membros da SADC eCOMESA. A República Unida daTanzania é membro da EAC.

A sobreposição de afiliaçõesapresenta desafios, particularmente

quando os blocos comerciaiscaminham rumo à níveisprofundos de integração

económica.Por exemplo, a Zámbia

pertence a ambos a SADCe COMESA. Ao abrigo do

Protocolo Comercial da SADC, aZámbia deve dar tratamento deisenção de impostos aos produtosda África Austral. Todavia, porcausa da sua afiliação à COMESA, aZámbia deve implementar umatarifa externa comum em linha coma União Aduaneira da COMESA,que exclui a África do Sul. Na

4 SADC HOJE Agosto 2008

por Richard Nyamanhindi

Estados confrontam-se com decisão sobresobreposição de afiliações

A ZÁMBIA E Zimbabwe assinaramum acordo bilateral que resultará natransformação de Chirundi num postofronteiriço de atendimento único.

O projecto está em linha com osplanos para uma integração económicaregional sob os auspícios da SADC eCOMESA.

Falando na cerimónia deassinatura do acordo em Harare, oMinistro da Indústria e ComércioInternacional do Zimbabwe, ObertMpofu, disse que “a maturação doconceito de posto fronteiriço debalcão de atendimento único é umimportante marco rumo aoaprofundamento do nível deintegração económica.”

O acordo preconiza que os doispaíses aumentem o comércio em 20porcento ao mesmo tempo que

poupam US$450 milhões através daredução do tempo de tránsito.

Falando na mesma ocasião, oMinistro zambiano de Comércio eIndústria, Felix Mutati, disse que“embora o assinar deste acordo vaiassegurar a consolidação deaprofundamento da integraçãoeconómica dentro da área dos objectivosda COMESA/SADC para 2008 e 2010, écrítico que os desafios destacados deagências múltiplas e procedimentos dedesalfandegamento sejam abordados.”

Alguns dos benefícios preconizadosseriam a redução do tempo despendidonos postos fronteiriços, redução decustos de fazer negócios ao mesmotempo que indirectamente se lida comquestões sócio-económicas queresultavam das demoras no postofronteiriço. ❒

A UNIÃO Aduaneira da ÁfricaAustral (SACU) concluiufinalmente um pacto de comérciopreferencial com o bloco decomércio da América do Sul,Mercosur, após quase três anos denegociações.

O acordo é uma extensão dooriginal arranjo comercial entre aSACU e Mercosur - que consiste daArgentina, Brasil, Paraguai eUruguai - concluído em 2004, masconsiderado lacunoso em muitasáreas.

O negociador chefe da SACU,Xavier Carim, disse recentementeque todas as negociações técnicastinham sido concluídas, o queinclui a linha dos produtos de2000.

O acordo seria submetido àsautoridades nacionais paraassegurar o cumprimento com asleis nacionais, após o qual umadata seria estabelecida paraassinatura de ministros eratificação.

Mas uma larga porção deprodutos manufacturados nas duasregiões comerciais continuarão asofrer barreiras tarifárias naentrada, principalmente produtosde automóveis, que continuamfortemente protegidos nalgunspaíses regionais tais como a Áfricado Sul e Namíbia.

Questões da nova geração taiscomo serviços e investimentostambém não foram incluídos.

Entretanto, Carim disse que oacordo incluía uma provisão parauma futura ampliação do acordo, seas partes assim o quisessem.

Espera-se que o acordo entre emvigor antes do fim do ano. ❒

A Zámbia e Zimbabwe assinamacordo fronteiriço

Pacto comercial aumenta as relaçõesda SACU com aAmérica do Sul

(EPAs) com a União Europeia,tendo alguns Estados membronegociado fora dos auspícios daSADC. ❒

Blocos de Comércio Regional naÁfrica Oriental e Austral

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Agosto 2008 SADC HOJE 5

INFR

AESTRU

TURA

OS MINISTROS dos transpotesda SADC levantaram preocupaçõescom relação ao pobre estado deestradas na região, que constrangeo fluxo dos transportes.

Numa recente reunião naNamíbia, convocada para rever oprogresso sobre os corredores dedesenvolvimento, os ministrosdisseram que a pobre infraestruturana região é responsável pelos altoscustos de bens, especialmente nospaíses regionais do interior.

“As estradas nos corredores docentro e do norte necessitam de ser

reparadas visto tornar impossível ofácil fluxo de transporte emovimento de bens e serviços,”acordaram os ministros.

Os ministros também notaramque deve existir um planodirectório para a modernização daslinhas férreas da região,acrescentando que uma linha férrearápida e moderna para aregião reduzirá a carga sobreas estradas e aumentará avelocidade do movimento degrandes cargas para dentro e forada região. ❒

PELO FACTO da África Australestar a levar a integraçãoregional à níveis sem precedentecom a inauguração da Zona deComércio Livre (ZCL) em Agostode 2008, torna-se mais urgentedo que nunca a necessidade deinfraestruturas de corredoreseficientes, rápidos e custo-efectivos.

O comércio na SADC éminado pela multiplicidade defronteiras e dos atrasos emmuitos postos fronteiriçosenquanto os documentos ecargas são inspeccionados.

Como indicado pelo Directorda Direcção de Infraestruturas eServiços no Secretariado daSADC, Remmy Makumbe, osucesso da zona de comérciolivre depende de um planoefectivo para a implementaçãode infraestrutura dedesenvolvimento de corredoresaos níveis nacional einternacional.

Makumbe sublinhou ainda anecessidade de mobilizarrecursos para se abordar aquestão da infraestrutura detransportes, especialmenteestradas, linhas férreas e portos.Isso, disse ele, vai requerer umfinanciamento de US$20 biliõesque se espera venha dos Estadosmembro e parceiros decooperação.

O aumento do comércio intra-SADC requer uma infraestruturade transportes vibrante aomesmo tempo que se precisa deredes rápidas para interligar ospaíses do interior, bem comoligá-los aos principais portos.

Historicamente, a região daSADC tem tido corredores detransporte terrestre tradicionaisoperando como rotas naturaispara e do mar. Estes têem sidousados principalmente para aexportação de matéria prima daregião para o resto do mundo,bem como de importação deprodutos acabados do resto domundo para a região.

Entretanto, as operações dealguns desses corredores,disse Makumbe, têem sidominadas pelos variadosgraus de constrangimentos deinfraestruturas tais como“estradas, pontes, curvas,desenho de infraestruturafronteiriça e logística pobres,bem como dedesnecessariamente longos,complicados e não-harmonizados procedimentos edocumentos aduaneiros.”

“O desempenho destescorredores, quando avaliadoscontra os corredores detransporte pelo mundo fora,revela níveis pobres de eficiência,pobre tempo de viragem e dai osaltos custos de transporte,resultando na pobrecompetitividade das exportaçõesda região aos mercados globais,bem como os altos custos deentrada de produtos na região,”disse Makumbe, que é também oDirector Chefe interino daSADC.

Inevitavelmente, estes altoscustos foram passados aoconsumidor final pelos váriosprovedores de serviços. Estasituação aumentou arelativamente baixa qualidade devida da maioria dos cidadãos daSADC.

Em resposta à uma directivada Cimeira da SADC de 2007, oSecretariado está a desenvolveruma Estratégia dos Corredoresda SADC em consulta com osEstados membro. Makumbedisse que a SADC lançou umestudo para aglutinar asmelhores práticas dos

corredores, bem como doutroscantos do mundo como umaparte integral de estratégiasamplas dos corredores paradesenvolver e modernizar todosos corredores da SADC.

Os corredores da SADC queestão sendo desenvolvidosconjuntamente com os Estadosmembro incluem: o Corredor deDar es Salaam, o Corredor deDesenvolvimento de Mtwara, oCorredor de Desenvolvimento deNacala, o Curso de Águas doShire-Zambeze, o Corredor daBeira, o Corredor do Limpopo, oCorredor de Maputo, o Corredorde Desenvolvimento dosLibombos, o Corredor de Trans-Kalahari, o Corredor de WalvisBay, o Corredor de Trans-Caprivi,o Corredor Norte-Sul, o CorredorTrans-Kunene, o Corredor deLobito e o Corredor de Malanje.

A proposta Ponte deKuzungula, que se espera ligue o

Botswana, Zámbia e Zimbabwe,é um projecto que é instrumentalno estímulo do comércio dentrodo contexto da Zona deComércio Livre da SADC eUnião Aduaneira em 2010.

“Estou convencido de queembora os três países estejam aimplementar este projecto, o seuimpacto será sentido em toda aregião [SADC],” disse Makumbe.

Encontram-se em curso asconsultas sobre a implementaçãodo Projecto da Ponte deKazungula e espera-se que umcontrato seja assinado logo queas partes envolvidas concordemsobre todas as questõespendentes.

A construção da Ponte deKazungula pretende substituir aexistente linha férrea queconstitui um grandeconstrangimento à livrecirculação de bens e pessoasentre os três países. ❒

Rumo à infraestrutura de corridores rápidospor Tigere Chagutah

Estradas pobres reduzem movimento de bens

O crescente comércio intra-SADC requer uma vibrante infraestrutura de tranportes.

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AFRIC

A

OS LÍDERES AFRICANOS adiarama sua discussão sobre o governo deunião até Janeiro do próximo ano,após não alcançarem consenso na suaCimeira de Egipto, em Julho.

Um grupo de peritos de altonível de 12 chefes de estado foiestabelecido na Xª Cimeira da UniãoAfricana (UA) em Gana, nos iníciosdeste ano, especificamente paraacelerar o processo de estabelecerum governo de união, mas oconsenso continua uma ilusão.

Os chefes de estado e governoparticipantes na XIª Sessão daCimeira da UA de 30 de Junho à 1 deJulho, em Egipto, decidiu adiar adiscussão até a sua próxima cimeiraem Janeiro de 2009, a ser realizadaem Adis Ababa, Etiópia.

Até à data, os líderes africanostêem tido perspectivas diferentessobre um calendário deimplementação, com a Líbia e alguns

estados da África Ocidental,incluindo o Senegal, a pressionarpara o estabelecimento imediato deum governo de união e nomeação deministros.

Outros países, incluindo a Áfricado Sul, Etiópia e muitos da ÁfricaOriental e Ocidental adoptaram umaabordagem mais cautelosa para aimplementação, desejando maiorconsenso e clareza sobre asoperações e mandato de tal governo.

Embora a UA tenha concordadosobre uma direcção rumo à umgoverno de união, existem diferentespontos de vista sobre a calendarizaçãoe modelo de governação.

A África Oriental e Ocidentaladvoga o fortalecimento dasC o m u n i d a d e s E c o n ó m i c a sRegionais (RECs) como fundação,levando o tempo para construir aseconomias regionais.

A Líbia e Senegal estão insistindosobre a transformação imediata paraum Estados Unidos da África,advogando uma abordagem cimapara baixo, começando com aformação de um governo de união eeleição do seu líder como umaquestão de urgência, para substituira actual Comissão da UA.

“Vamos anunciar o governo deunião no próximo Janeiro,” disseapós a Cimeira o Presidentesenegalês, Abdoulaye Wade.

As áreas de divergência lembramos debates originais na Cimeira defundição da Organização daUnidade Africana (OUA) em Maiode 1963, quando o PresidenteKwame Nkrumah do Gana queriauma unificação imediata dos poucospaíses que estavam independentesnum governo pan-Africano.

O Presidente Julius Nyerere daRepública Unida da Tanzania foitambém eloquente em advogar umaabordagem “bloco a bloco”,começando com a prossecução deindependência política para osrestantes países sob jugo colonial ouapartheid, que incluíam então amaioria da África Austral.

O actual debate foi relançado apósa finalização da independênciapolítica marcada pelo fim do

apartheid na África do Sul, em 1994,assinalando o alcance daindependência política e subsequentetransformação da OUA para UA.

Na conclusão da Cimeira, oslíderes africanos exprimiram o seucometimento às estratégiasnacionais e planos de acção para oalcance das metas dos Objectivos deDesenvolvimento do Milénio(ODMs) para água e saneamentodurante os próximos sete anos. ❒

A CIMEIRA da Uniao Africanarealizada no Egipto apelouas Comunidades EconómicasRegionais (RECs) para acelerarem aagenda de integração numatentativa de alcançar todos osobjectivos através do continente.

A agenda de integração inclui omovimento de pessoas e bensatravés do continente, que é a casade mais de 900 milhões de pessoas.

Como parte da iniciativa deintegração, uma reunião do Comitéde Coordenação da União Africana, oBanco Africano de Desenvolvimento(BAD) e as RECs foi realizada nasmargens da XIª Sessão da Cimeira daUnião Africana.

O Presidente da Comissão daUnião Africana, Jean Ping,reafirmou o cometimento rumo à

uma forte cooperação da UAcom as RECs.

“Não podemos falhar.Falhar significaria falhar asnossas populações econdená-los mais para apobreza,” disse Ping. ❒

O BANCO Africano deDesenvolvimento (BAD) investiráUS$1.2 biliões sobre odesenvolvimento de infraestruturade água em África, durante ospróximos três anos.

A notícia foi confirmada pelopresidente do banco, DonaldKaberuka, na XIª Sessão da Cimeirada União Africana no Egipto,realizado sob o tema “Alcançandoos Objectivos de Desenvolvimentodo Milénio (ODMs) sobre Água eSaneamento”.

“A implementação deste[programa de] desenvolvimento daágua foi levada a cabo em ambas asáreas urbanas e rurais dos paísesafricanos com fracas infraestruturasde acesso à água e saneamento,”disse Kaberuka. ❒

Apela-se que asRECs promovam aintegração Africana

BAD vai despenderUS $1.2 biliões naágua em África

6 SADC HOJE Agosto 2008

UA adia governo continental até para o ano

A Assembleia da União Africana, reunida na sua XIª Sessão Ordinária realizada de 30 deJunho à 1 de Julho de 008, em Sharm El Sheikh, Egipto,PROFUNDAMENTE PREOCUPADO com a actual situação no Zimbabwe;PROFUNDAMENTE PREOCUPADO com os relatórios negativos dos observadores daSADC, União Africana e Parlamento Pan-Africano sobre a segunda volta das eleições pres-idenciais realizadas no dia 27 de Junho de 2008;PROFUNDAMENTE PREOCUPADO com a violência e perda de vidas que ocorreu no Zim-babwe.CONSIDERANDO a necessidade urgente de prevenir que a situação pior mais e visandoevitar que o conflito se espalhe com o consequente impacto negativo sobre o país e sub-região;CONSIDERANDO AINDA a necessidade de criar um ambiente conducente para a democ-racia, bem como o desenvolvimento do povo do Zimbabwe;EXPRESSANDO a sua apreciação com a SADC e o Órgão sobre Cooperação em Política, De-fesa e Segurança, bem como com o Facilitador do diálogo intra-SADC, Sua ExcelênciaThabo Mbeki, Presidente da República da África do Sul, e Sua Excelência, Jean Ping, Presi-dente da Comissão da União Africana pelo trabalho em curso visando reconciliar os par-tidos políticos;RECONHECENDO a complexidade da situação no Zimbabwe;NOTANDO a vontade dos líderes políticos do Zimbabwe para entrar em negociações paraestabelecer um Governo de Unidade Nacional;NOTANDO AINDA as discussões preparatórias sobre a questão já iniciaram sob a facili-tação da SADC;Decidiram asssim:1. ENCORAJAR o Presidente Robert Mugabe e o líder do MDC, Sr Morgan Tsvangirai, ahonrarem o seu cometimento em iniciar o diálogo visando promover a paz, estabilidade,democracia e reconcialiação do povo Zimbabweano;2. APOIAR o apelo para a criação de um Governo da Unidade Nacional;3. APOIAR a Facilitação da SADC e recomendar que os esforços de mediação da SADCdevem continuar para resolverem os problemas que estão a enfrentar. Neste sentido a SADCdeve estabelecer um mecanismo sobre o terreno de modo a continuar o esforço para umasolução negociada;4. APELAR aos estados e todas as partes envolvidas para se absterem de qualquer acção quepode impactar negativamente sobre o clima de diálogo;5. No espírito das iniciativas da SADC, a UA permanece convicta de que o povo do Zim-babwe será capaz de resolver as diferenças e trabalhar juntos mais uma vez como umaNação, desde que recebam apoio incondicional da SADC, a UA e todo o mundo.

Resolução da Cimeira da UA sobre o Zimbabwe

President Jakaya KikweteChairperson, African Union

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PrPreços de eços de combustívcombustível perigamel perigameconomias reconomias regionaisegionais

do combustível na forma deaumento dos custos de alimentos etransporte, aumento de taxas dejuros e um ambiente económicogeralmente de alta inflação.

No mês de Junho, as taxas dejuros subiram na África do Sul,Botswana e Namíbia em mais decinco porcento.

Os combustíveis fósseiscontabilizam cerca de 95 porcento daenergia usada nos transportes,transformando o sector a maispropensa aos aumentos de preços decombustível. Embora as pessoaspossam continuar com as suasactividades diárias, serãoinevitavelmente a reduzir outrasnecessidades básicas.

Apenas nos passados dois meses,o preço dos transportes públicosaumentou em mais de 60 porcentoem alguns países da SADC.

Por exemplo, na Namíbia, opreço de combustível subiu pelasexta vez este ano em Julho, umasituação que foi sintetizada peloMinistro de Minas e Energia, ErkkiNghimtina, como “detrimental aospassageiros viajantes.”

O custo dos produtospetrolíferos afecta quase todas as

actividades económicas, directa eindirectamente.

Uma vez que o petróleo émotora da agricultura, o aumentodo seu custo também fará subir ospreços de alimentos, tornando maise mais pessoas, especialmente asdas zonas rurais, vulneráveis àpobreza.

Para os países completamenteimportadoras de combustível, dosquais encontra-se a maioria naregião, a subida dos preços decombustível costuma reduzir oprogresso económico.

Por exemplo, países tais como aÁfrica do Sul e Zámbia, que temgozado de uma saudável taxa decrescimento entre três e cincoporcento por ano, foram forçados arever as suas perspectivas decrescimento devido aos altos preçosde combustível.

O Banco Africano deDesenvolvimento estima que aactual alta de preços decombustível será traduzido - comoum efeito da primeira ronda - poruma média alta de inflação de um àtrês pontos para muitos países naSADC para 2008 e 2009,respectivamente.

A ÁFRICA Austral confronta-se coma alta global de preços decombustível causado por váriosfactores que elevaram o preço de umbarril do crude para uma marca semprecedentes de US$150.

Os preços globais de petróleosubiram de menos de US$100 obarril (bbl) no começo de 2008 parauma alta de US$146 nos inícios deJulho, com os economistas aadvertirem que o preço atingiráUS$200 bbl antes do final do ano.

A actual subida de preços decombustível representa umaumento de 25 porcento nosúltimos quatro meses e 400porcento desde 2001.

Em termos reais, exceptuando ochoque de preços de combustível em1979, este é o mais alto preço desempre.

Enquanto alguns analistasculpam o aumento da demanda daÁsia Oriental, especialmente aChina, outros colocam a culpa daforte demanda sobre os paísesdesenvolvidos, e distúrbios políticosnos países produtores de petróleotais como o Iraque, Irão e Nigéria.

Os consumidores da SADC estãosentindo o aperto da alta dos preços

Segundo, à medida que ademanda de petróleo a curto prazo éaltamente inelástica, osconsumidores são forçados a reduziro seu consumo de outros produtos eserviços para satisfazer as altascontas de energia.

Terceiro, os países totalmenteimportadoras de combustívelenfrentam constrangimentos debalanças de pagamentos, visto quetêem de assegurar recursosadicionais para pagar a alta conta daimportação de petróleo.

Concomitantemente , osg o v e r n o s e n f r e n t a mconstrangimentos de orçamentosmais apertados, o que pode afectar asua capacidade de financiar osprogramas sociais enquanto outrospodem ser forçados a pedir maisempréstimos de fontes externas,ameaçando uma nova armadilha dedívida.

A alta dos preços de combustívelobrigou aos países a reconsiderar asua sobre-dependência sobrecombustíveis fósseis e trouxe àproeminência a necessidade deusarem mais recursos alternativos deenergia limpa tais como bio-combustíveis e energia geo-témica. ❒

E1

por Richard Nyamanhindi

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Centro de Coordenação da SAPPtem estado a monitorar a situaçãopor perto para assegurar queprojectos de reabilitação e geraçãoa curto prazo estão em curso paracomplementar a oferta de energiana região.

O relatório observa que acapacidade instalada de55,000MW da região não ésuficiente para abrandar ainevitável escassez de energia quea região está a experimentar.

“Sem dúvidas, se tivessehavido investimento suficiente nosector de energia, a RepúblicaDemocrática do Congo (RDC)teria alcançado uma capacidadede geração de mais de 44,000MWna Barragem de Inga sobre o rioCongo,” lê-se no relatório.

Até à data, a barragem produzmenos que 3,000MW.

A situação é a mesma nascentrais hidro-eléctricas emAngola, Moçambique, Tanzania,Zámbia e Zimbabwe, onde a falta

de investimento restringiu ageração de energia e capacidadede transmissão.

Espera-se que a escassez sejareduzida a zero através daimplementação de projectos dereabilitação e geração a curtoprazo em que os Estados membroestão envolvidos.

O actual desafio para a região éde ser capaz de satisfazer a

crescente demanda de energia,tomando em conta que acapacidade instalada e acapacidade disponível não estão acrescer ao mesmo ritmo.

A capacidade instalada daSAPP em Abril de 2008 era de55,032MW, enquanto que acapacidade fiável era de cerca de47,067MW indicando um déficede cerca de 8,000MW sem dar

A oferta-demanda de energia pela SAD

E2

por Richard Nyamanhindi

Capacidade Instalada versus Disponível

No.

123456

789101112

País

AngolaBotswanaRDCLesothoMalawiMoçambique

NamibiaÁfrica do SulSuazilândiaTanzaniaZámbiaZimbabwe

Empresa

ENEBPCSNELLECESCOMEDMHCBNamPowerEskomSEBTANESCOZESCOZESA

CapacidadeInstalada

[MW]Abril 2008

1 128132

2 44272

302233

2 250393

43 061 51

1 186 1 7372 045

55 032

52 416

CapacidadeDisponível

[MW]Dez 2006

590120

1 17070

241174

1 675360

36 20850

6801 0951 085

43 518

42 007

CapacidadeDisponível

[MWAbril 2008

94390

1 17070

246173.8

2 075360

38 76470

7801 2001 125

47 067

45 098

% Alterações

60-25

0020

2407

4015104

8

7

SAPP TOTAL

SAPP Total Inter-conectores

ASITUAÇÃO de oferta-demanda de electricidade naregião continua a ser instável

como provado pelos recorrentesapagões e restrições emvirtualmente quase todos os paísesda SADC, com a excepção dasMaurícias.

A informação é de acordo comum relatório do primeiro semestredo Grupo de Energia da ÁfricaAustral (SAPP).

“Esta situação é indesejável etem consequências negativassobre o comércio, indústria,s e r v i ç o s s o c i a i s edesenvolvimento económico geralnos países afectados se não forrevertida,” diz o relatório.

O relatório adverte que estasituação poderá impactar sobre aagenda de integração regional daSADC, que depende sobre adisponibilidade de energia einfraestruturas de serviços.

Por isso, o Secretariado daSADC conjuntamente com o

Fonte: SAPP

Projectos de inter-conexão são chave para as necessidades energéticas de procura eoferta da SADC.

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Arede do Grupo de Energia daÁfrica Austral encontra-se

completamente operacional apóster operado como três “ilhas”separadas nos últimos cincomeses devido à falhas técnicassobre os principais inter-conectores.

Segundo o Gestor do Centrode Coordenação da SAPP,Lawrence Musaba, o últimointer-conector a ser ligado à redefoi o da Zámbia-Zimbabwe em 1de Julho.

O inter-conector Zámbia-Zimbabwe foi abaixo em Janeiroe desde então a Zámbia estevesozinha e sem ser capaz decomercializar com outrosmembros da rede da SAPP.

A desconexão significoutambém que a Zámbia eRepública Democrática doCongo (RDC) não foram capazesde importar ou exportar energiana região austral.

Os outros inter-conectores queforam afectados em Fevereiro sãoZimbabwe-Moçambique (ZESA eEDM/HCB) e África do Sul,Botswana, Moçambique, Lesothoe Namíbia (Eskom, EDM, LEC eNam-Power).

Musaba confirmou que aSAPP encontra-se no processo deassegurar que outros membrosda SADC que ainda não estãoconectadas à rede da SAPP, que osejam num futuro próximo. ❒

OS FORNEEDORES de energia daÁfrica reunidos recentemente noQuénia acordaram em iniciar umprocesso que culminará em padrõescomuns de electricidade nocontinente.

A medida visa acelerar o passode inter-conectividade através defronteiras nacionais, que foibloqueado pelos diferentes padrõesnos diferentes países.

Os sistemas de energia emmuitos países africanos funcionamem diferentes frequências deoperação e voltagem, têemdiferentes métodos de compras epadrões de equipamento.

A geração de energia e padrões dedistribuição são também diferentes.Isso acontece apesar do facto de quequase todos os blocos comerciaisregionais estabeleceram quadros paraa partilha de electricidade através degrupos de energia e têem aspirações alongo prazo para estabelecer umgrupo continental.

Um grupo de energia africano évisto como a melhor solução paraassegurar um fornecimento deenergia adequado e regular,especialmente para paísesenfrentando escassez.

Espera-se que o grupo facilite odesenvolvimento de potencial

latente de geração de energia empaíses tais como a RepúblicaDemocrática do Congo.

Dados do Grupo de Energia daÁfrica Austral (SAPP) mostramque a RDC tem um potencial derecursos hídricos de 44,000MW norio Congo que ainda não foidomesticado. Existem planos paradomesticar este potencial eexportá-lo à outros países naregião.

Peritos em energia dizem que ainter-conectividade regional éimportante porque protege ospaíses de uma emergência dedemanda electricidade. ❒

conta dos dez porcento demargem de reserva.

Um novo centro de geraçãofoi comissionado na África de Sul(1,050MW) e outro centro queesteve temporariamente fora deoperações foi reaberto (2 x190MW) em Camden.

Na Suazilândia, foicomissionado um novo centrocom 20MW em Dezembro de2007. Em Angola, foramcomissionados duas unidades de2x130MW em Capanda, em

Março e Julho de 2007,respectivamente.

A Angola, Tanzania e Malawiainda são membros nãooperadores da SAPP, o quesignifica que ainda não estãoconectados à rede da SAPP, sendoque não gozam dos benefícios dacomercialização de energia naregião.

Os membros operadores sãoÁfrica do Sul, Botswana, Lesotho,Moçambique, Namíbia, RDC,Suazilândia, Zámbia e Zimbabwe.

Espera-se que a situação sejarevertida até 2011 em muitos paísesda SADC quando a reabilitação decentros de geração termine e novasestações hidro-eléctricas entremem funcionamento.

Espera-se que se construam osplaneados inter-conectores, logoque a SADC recapture auto-suficiência em electricidade.

Estes incluem o inter-conectorMoçambique-Malawi de 220kv, ointer-conector Zámbia-Tanzania-Quénia de 330kv, a reabilitaçãodo inter-conector RDC-Zámbiade 220kv, um segundo inter-conector RDC-Zámbia de 330kv,o inter-conector Zámbia-Namíbiade 220kv, o inter-conectorHwange-Livingstone de 330kv ea terceira linha de Cambane-Luanda de 220kv, em Angola.

A diferença entre acapacidade instalada e adisponível deve-seprincipalmente à manutençãopontual, estações de energiaauxiliares, constrangimentos decombustível e infraestruturaobsoleta.

A SAPP apelou aos seusmembros que as empresas deenergia devem esforçar-se nacomissão de projectos de geraçãocomo planeado. Qualquer atraso

levará à mais capacidadedeficitária.

Os Estados membro devemimplementar medidas de Gestãode Procura (DSM) quemostraram-se aptas para reduzira pressão sobre os sistema deenergia na África do Sul, demodo a influenciar o tempo,padrão e quantidade dademanda de electricidade comouma medida alternativa de curtoprazo à expansão do sistema. ❒

SADC continua instável, SAPP

Rede da SAPPrestaurada

E3

Fornecedores de energia da África vão padronizaras redes de electricidade

Previsão de oferta e demanda 2007-2015O seguinte gráfico mostra a situ-ação de oferta e demanda à meioprazo. A capacidade de geraçãoapropriada seria alcançada até o

ano 2013. A situação poderá mel-horar mais cedo se as medidas degestão das cargas forem imple-mentadas.

Capacida Planeada Capacidade Pretendida Alta da demanda após DSM

Fonte: SAPP

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07

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08

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09

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Anos

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DEVIDO À défices naprodução de energia ealta de preço do

petróleo nos mercados globais,os países na África Austral estãoa procura de alternativas paradar à famílias rurais meioseficientes de cozinhar alimentose iluminar suas casas.

Fontes únicas de energiacomo solar e eólica podem ajudara tapar o fosso.

Sob a Nova Parceria para oDesenvolvimento de África(NEPAD), foi acordado que parase alcançar a desejadaprosperidade social e económica,os países devem aumentar oacesso à energia barata e fiável,visto que apenas 20 porcento dapopulação na região tem acesso àenergia, maioritariamente naszonas urbanas.

Este dado cai para umamédia de dois porcento naszonas rurais onde a maioria dapopulação vive - muito menosdos 36 porcento do nível deconsumo que os líderesafricanos se cometeram aalcançar na VIIIª Sessão daCimeira da União Africana em2007.

cozinha. Isso ocorre à um custoelevado para o ambiente vistoque as famílias continuam acortar árvores para a procuradalenha.

Talvez o projecto maisambicioso para domesticar aenergia solar foi um projecto noZimbabwe apoiado pelo PNUDatravés do Mecanismo Global doAmbiente (GEF).

Sob esta iniciativa, cerca de9,000 sistemas de energia solarforam instaladas pelo país numamedida visando melhorar ospadrões de vida, mas tambémpara desacelerar a degradação daterra e poluição.

Com toda as suas vantagens,os sistemas solares não sãobaratos para instalar; um sistematípico doméstico na região custaentre US$500 e US$1000,segundo o Banco Africano deDesenvolvimento.

O uso de esquemasinovadores de financiamento,tais como arranjos de pagamentopor serviço, é uma forma deultrapassar estes altos custosiniciais. Instalar paineis solarespara iluminar múltiplas casas deuma única vez também reduz oscustos.

A cooperação regional parafacilitar o comércio de energia éum outro grande objectivo. Orelatório do PNUD-GEF sobrefinanciamento solar e modelosde provisão de serviços nota queas vendas privadas, através decomerciantes, inicialmentedominou o mercado na Áfricado Sul, mas mais tarde ogoverno iniciou um esforçogrande fora de rede que seencontra plenamente activo.

O Botswana, Namíbia,S u a z i l â n d i a e Z á m b i adesenvolveram mercadossolares, em muitos casos comfundos especiais para apoiar ocrédito de consumo.

Fora o uso doméstico, aspessoas estão a domesticar eenergia solar para operarpequenos negócios.

Não existe uma grandecomercialização para convenceraos cidadãos regionais para setransferir para a energia solar.A demanda é alta. O quefalta é acessibilidade edisponibilidade de unidadessolares nas zonas rurais ondesão mais precisas. ❒

Para alcançar a visão daNEPAD, deve-se encontrarfontes de energia barata aomesmo tempo que se minimizamos danos ambientais e assegura-se a sustentabilidade. Nestesentido, a energia solar, que élimpa e renovável, vem a calhar.

A maioria da população naÁfrica Austral ainda depende defontes tradicionais de energia. Alenha ou outras biomassas taiscomo restos de culturas sãocombustível dominante para a

Energia Solar: Fonte barata de energia para a região

Cresce apetite para fontes alternativas de energia

GOVERNOS da ÁfricaAustral fortaleceram os

esforços para domesticarenergia renovável entrereceios de um aumentocrescente dos preços globaisdo petróleo e escassez deelectricidade na região.

O governo sul-africanoanunciou que estava aalocar cerca de US$300milhões para energiaalternativa durante ospróximos três anos.

O governo namibianoemitiu uma directiva nocomeço de 2008, dizendo

que todos os edifíciosgovernamentais devem terpaineis solares deaquecimento de água comouma medida de poupançade energia.

A directiva inclui todosos edifícios e agênciaparastatais do governo.

No Zimbabwe, medidaspolíticas reintroduzirambio-combustíveis parareduzir os custos econtrariar os crescentes altospreços globais do petróleo.

Segundo o Ministro deEnergia e Desenvolvimento

de Energia, Mike Nyambuya,a política instrui todas ascompanhias petrolíferas paralevarem a cabo das suasactividades comerciais com ameta de uso de combustíveisalternativos limpos nospróximos cinco anos.

Um dos projectos sob oprograma de bio-combustíveis é a ressurreiçãoda mistura de petróleo eetanol. Uma refinaria foicomissionada no Triangle, nosudoeste do Zimbabwe e aprodução de etanol competróleo já começou. ❒

E4

Energia na África Austral é produzido com a colaboração do Grupo de Energia da África Austral com oapoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega

Fontes de energia alternativa limpas e baratos são ideiais para a região.

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PAÍSES DA ÁFRICA AUSTRALestão a explorar novas formas demitigar mudanças climáticas causadaspelo homem, que ameaçam descarrilaro progresso do desenvolvimento.

Um desafio chave na batalhacontra mudanças climáticas na região écomo reduzir as emissões dos gases deefeito estufa enquanto, ao mesmotempo, que se avançam os esforços dedesenvolvimento.

O Protocolo do Quioto - o actualquadro global para a redução dosgases do efeito estufa até 2012 -providencia três mecanismos baseadosno mercado através dos quais asreduções de emissões podem seralcançados de forma custo-efectivo aomesmo tempo que promove-se odesenvolvimento sustentável.

Os mecanismos - Desenvolvimentode Mecanismos Limpos, ImplementaçãoConjunta e Comercialização deEmissões - conjuntamente perfazem o“mercado de carbono”, um mercadoglobal no qual o comércio de emissõesde carbono ocorre.

O Desenvolvimento deMecanismos Limpos (CDM)emergiram como uma forma concretano quais países na região podemactualmente aceder ao crescentemercado do carbono, com a África doSul lidera a corrida para participar nocomércio da emissão de carbono namedida em que os outros paísescontinuam para aceder ao mercado.

O CDM permite que o país comcometimentos de redução de emissõesou limitação de emissões sob oProtocolo de Quioto para implementarprojectos de redução de emissões nospaíses em desenvolvimento.

Tais projectos podem ganharcréditos vendáveis de certificados deredução de emissões (CER), cada umequivalente a uma tonelada do gás dedióxido de carbono (CO2) - o maiscomum dos gases de efeito estufa.

Sob o CDM, os investidores nospaíses em desenvolvimento podemcomprar esses créditos certificados decarbono para ajudar a satisfazer essasmetas.

Em 2007, o Banco Mundial estimavaque o mercado global do CDM foramequivalentes a mais de US$13 biliões,

MINISTROS AFRICANOS doambiente lançaram o África: Atlasdo Nosso Ambiente em Mudança,que mostra um panoramarapidamente em mudança, o maisproeminente das quais é odesaparecimento dos glacierssobre o Monte Kilimanjaro, naTanzania, e as Montanhas deRuwenzori, na RepúblicaDemocrática do Congo.

O atlas, lançado naConferência Ministerial Africanosobre o Ambiente (AMCEN) emJunho, na África do Sul, traz à luzestórias de mudanças ambientaispor cada país em África.

Usando imagens actuais ehistóricas, o atlas providenciaevidência científica do impactoque as actividades naturais ehumanas têem tido sobre oambiente de África nas últimasdécadas.

“A intenção do livro é detrazer evidência visual e científica

forte de mudança ambientalderivada do ObservatórioCientífico da Terra para umaaudiência maior e para construiruma consciencialização da rápidamudança ambiental,” disse odirector executivo do Programadas Nações Unidas sobreAmbiental, Achim Steiner, nolançamento.

O atlas também oferece 36anos de mudanças ambientais,incluindo “o crescimento decidades cinzentas numa zonarural antes verdejante, diminuiçãode áreas protegidas à medida emque as farmas se estendem sobreas suas fronteiras, os tractos deredes de estradas através deflorestas, poluentes se espalhandosobre as fronteiras dos paísesvizinhos, a erosão dos deltas, eglaciers montanhosos emdiminuição.”

O atlas de cobertura africanafigura uma série de mudançasna África do Sul. As mudanças

paineis solares, a instalação de maismáquinas de eficiência energética eprojectos de geração de energiarenovável.

Um dos tais projectosdesenvolvimento feitos pela Cidade deCabo em parceria com aSouthSouthNorth implementa projectos

com a África a perfazerem cincoporcento do total das vendas.

Em 2006, cerca de 475 milhões detoneladas de CO2 foramcomercializados a preços entreUS$6/tonelada e US$27/tonelada.

Exemplos de projectos do CDMinclui a electrificação rural usando de

Agosto 2008 SADC HOJE 11

MU

DAN

ÇAS CLIMÁTICAS

O comércio de carbono é chave para odesenvolvimento sustentável

incluem o alargamento docorredores de deflorestamentono RDC seguindo-se à colheitasde madeira e a abertura denovas estradas e expansão dasantigas.

As imagens satélites tambémdestacam sinais positivos de que agestão de recursos naturais estáprotegendo contra, e mesmorevertendo, a degradaçãoambiental.

Segundo o atlas, odeflorestamento é uma dasmaiores preocupações em 35países, incluindo a RDC e Malawi.

A África está a perder quatromilhões de hectares de florestapor ano, e isso é o dobro da taxamédia mundial dedeflorestamento.

A perda de biodiversidade égrande em 34 países, enquanto adegradação de terra é a maiorpreocupação em 32 países,incluindo a África do Sul,Malawi, e Zimbabwe. ❒

de energia eficiente na concepção deedifícios, iluminação e aquecimentosolar de água em habitações sociais emKuyasa, parte do subúrbio deKhayelitsha na Cidade de Cabo.

O projecto verá 2,300 habitações debaixo custo construídas de tal formaque as fornece água quente, reduzir asfacturas de energia e mais casasconfortáveis.

As casas manterão as temperaturasde 21 graus Celsius enquanto as facturasde energia serão reduzidas em cerca deUS$100 por cada habitação por ano.

Os benefícios locais incluempoupanças de combustível para 2,300casas ao mesmo tempo que a reduçãototal de emissões para cada habitação foicalculada em 2.75 toneladas de dióxidode carbono evitados anualmente.

Maior eficiência energéticaassegurará menos queima decombustível dentro de portas, assimpermitindo uma poluição reduzida doar interno e melhorada saúde esegurança. ❒

por Tigere Chagutah

por Clever Mafuta

Ministros africanos do ambiente lançam atlas do ambiente

Emissões tais como esta de uma fábrica de cimento na África do Sul sãp nocivasao ambiente.

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BREV

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S

Países da SADC lutam contra pesca ilegalOS OITO países costeiros naSADC acordaram sobremedidas severas pararestringir a pesca ilegal,atracagem e comercializaçãode tais produtos nos seusportos.

Ao todo, estima-se que apesca ilegal causa perdas derendimento em US$1.1 biliõespor ano na região da SADC.

“Assinamos um acordo decometimento que significa oestabelecimento de um grupode trabalho regional, umcentro regional de monitoria,controle e vigilância, multasseveras às embarcaçõesencontradas com pescadoilegal e para proibir que taisembarcações entrem nosnossos portos,” disse o

ANGOLA E China assinaramtrês acordos financeiroscomplementares à luz da linhade crédito do Banco China-Exim.

O primeiro acordo visa umfinanciamento para areabilitação de uma rede deelectricidade e projecto deexpansão para as cidades deDundo e Saurimo, e é estimadoem cerca de US$50 milhões.

O segundo acordo éestimado em US$28.79milhões, com o financiamentovisando a reabilitação daestação de tratamento deáguas residuais em Luanda e aconstrução de um centro dedistribuição no distrito deCacuaco, bem como o

estabelecimento de novosprojectos de habitação.

O terceiro forneceráfinanciamento para a melhoriade estradas nas cidades deCaxito, Uíge e Negage,estimado em US$56 milhões.

O financiamento permitiráque Angola lance um projectono Porto de Luanda avaliadoem US$116 milhões a serimplementado num período decinco anos.

O projecto aumentará acapacidade de armazenamentoda terminal de contentores eintroduzir um sistema avançadopara aumentar a produtividade euso da terminal, assimreduzindo os custos de operação.(Angola Economic Bulletin) ❒

MOÇAMBIQUE DIZ que oporto central da Beiraactualmente manuseia bensdestinados à RepúblicaDemocrática do Congo (RDC).

O presidente daConfederação das AssociaçõesEconómicas (CTA), SalimoAbdula, disse que desde o iníciode Julho, a RDC tem estado aimportar/exportar produtospetrolíferos, cemento e outrosbens através do porto da Beira.

“Agora que estamos ainvestir em portos de qualidade,a região dependerá deles paratodos os seus prerequisitos demanuseamento. Apenas nosúltimos três meses, a RDCexportou 1.2 milhões de litros deprodutos petrolíferos através doporto da Beira e esperamos que oBotswana também aumentará asua utilização do porto,” Abduladisse.

Actualmente, o porto daBeira serve os países do interiorcomo Malawi, Zámbia eZimbabwe.

Moçambique planeia investirUS$900 milhões para melhoraros seus principais dois portosnas regiões centro e norte comoparte da sua intenção de tornar-se num provedor topo deserviços na SADC, aumentandoinvestimentos nos portos daBeira e Nacala, incluindo amelhoria de estradas e linhasférreas ligando os Estadosvizinhos do interior. ❒

Ministro das Pescas eRecursos Marinhos, AbrahamIyambo.

“Qualquer embarcaçãotransitando através de áreassob a nossa jurisdição nacionaldevem notificar a sua entrada esaída das zonas económicasexclusivas de qualquer Estadomembro da SADC,”acrescentou Iyambo.

Ele falava na conclusão deuma conferência técnica eministerial de três dias sobrepesca ilegal, não reportada enão regulada, que ameaça osestoques de peixe e os meiosde vida das comunidadeslocais.

Todos os oito paísescosteiros na SADC – África doSul, Angola, Madagáscar,Maur íc ias , Moçambique ,N a m í b i a , R e p ú b l i c aDemocrática do Congo eRepública Unida da Tanzania –estiveram representados naconferência.

A pesca ilegal priva ospaíses costeiros de impostos,taxas dos portos e empregosque doutro modo podiam sercriados no processamento dopeixe.

Os oito países terão dedesenhar os seus planosde acção nacionais pararestringir a pesca ilegal, umatarefa que a Namíbia jácompletou. ❒

Angola, China assinam acordosfinanceiros

TRÊS PAÍSES DA SADC –Madagáscar, Maurícias eMoçambique – estabeleceramum empresa regional alimentarcomo uma medida paraaumentar a segurançaalimentar na região.

O Ministro mauriciano deAgro-Indústria, ArvinBoolell, confirmou od e s e n v o l v i m e n t o ,

dizendo que aFacilidade Global deResposta à CriseAlimentar (GFCRF),

instituído pela Banco Mundialcom um fundo de US$1.2 biliões,será utilizado para este projecto.

Fora estas organizações dostrês países, as acções serãotambém vendidas à instituiçõesfinanceiras internacionais elocais, investidores individuais,e pequeno e médio farmeiros.

Boolell disse que o BancoAfricano do Desenvolvimentoacordou em ajudar as Mauríciasem iniciativas trans-fronteiriçasc o m M o ç a m b i q u e eMadagáscar. ❒

A ANGLO-AMERICAN, ogigante mineiro baseado emLondres diz que investiráUS$400 mi lhões nodesenvolvimento de uma m i n ad e p l a t i n o n o Zimbabwe.

“Estamos a desenvolver oprojecto de platina de Unkiporque temos responsabilidadepara com os nossostrabalhadores, contratados ecomunidade local,” disse oporta-voz da companhia.

A companhia emprega 188pessoas e mais 450 contratadosem Unki.

Em Fevereiro, o giganteglobal reportou um salto de 18porcento do lucro líquido de2007 para US$7.3 biliões. ❒

Madagáscar, Maurícias, Moçambique estabelecem companhia regional para segurança alimentar

Portos moçambicanosservem a RDC e outros

12 SADC HOJE Agosto 2008

A Anglo-American vaiinvestir US$400 milhões na mineraçãoda platina do Zimbabwe

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Agosto 2008 SADC HOJE 13

Protocolo da SADC sobre o género será apresentadoem cimeira

A proposta do Protocoloserá discutida pelo ComitéPermamente dos FuncionáriosSeniores e Conselho de Ministrosda SADC que se reúne de em 10-12 de Agosto e 14-15 Agosto,respectivamente, na África doSul.

Embora a proposta foidiscutida pelos Chefes deEstado e Governo na Cimeira

anterior em Lusaka, em 2007,eles a devolveram aos Estadosmembro para mais consultasaos níveis nacionais.

O processo de consultasprocura assegurar que aproposta do Protocolo que serásubmetida à Cimeira é sólida eque os Estados membroalcancem consenso para que odocumento seja adoptado.

As auscultações com umavasta gama de funcionários emministérios chave tais comogénero e justiça assegurarão umsentido de pertença prático dodocumento na implementação.

Uma assinado, espera-se oProtocolo sobre o Géneroacelere o processo do alcance daigualdade e equidade dogénero, e melhorar o estatuto damulher na região.

A proposta tem metasespecíficas calendarizadas eobjectivos para assegurara responsabilização naabordagem das desigualdadesnos direitos constitucionais elegais; governação; educação eformação, entre outros.

Na região, a mulher sofrediscriminações devido às lei dematrimónio e divórcio não-uniforme, a aplicação de direitode propriedade costumeiro efalta de acesso igual paraeducação.

A proposta propõe que osEstados membro da SADCassegure que a mulher e homemgozem de direitos iguais e sejamvistos como iguais.

A proposta também aborda asquestões emergentes depreocupação na região tais comoo tráfico de mulheres e raparigase propõe legislação para preveniro tráfico na região até 2015.

Entre as questões candentesque devem ser resolvidas, comoidentificadas pelos ministros dogénero quando se reuniram emAbril antes do encontro dosministros da justiça, era aquestão de que a linguagemutilizada em alguns dos artigos émuito mandatória e obrigaçõesfinanceiras que se impõem aosEstados partes é enorme.

Um Protocolo é o instrumentolegal mais vinculativo da SADCe se o Protocolo sobre o Géneroé aprovado, asseguraria oalcance as metas do géneroestabalecidas dentro docalendário 2010-2020. ❒

MINISTROS DA JUSTIÇA daÁfrica Austral reuniram-serecentemente para considerara proposta regional doProtocolo sobre o Género eDesenvolvimento na últimafase de auscultação antesde ser apresentado aosChefes de Estado e Governodurante a Cimeira emAgosto.

Fazer com que a Zona de Comércio Livre da SADC sejainclusivo ao géneroCOM A SADC a lançar a Zonade Comércio Livre em Agosto,muitos esperam que um novoregime comercial tome emconsideração as necessidadesespeciais da mulher envolvidasno comércio trans-fronteiriço sevai ser inclusivo ao género.

Segundo um estudo regionalconduzido pelo Centro deDocumentação e Pesquisa paraÁfrica Austral (SARDC), cercade 70 porcento de comerciantesinformal trans-fronteiriços naSADC são mulheres.

O estudo mostrou queembora o comércio é informal,traz implicações positivas sobreas economias nacionais regionais.

Embora o ProtocoloComercial da SADC foi criticadopor não ser sensível ao género, anecessidade de considerar asdimensões de género docomércio é delineada na propostado Protocolo da SADC sobre oGénero e Desenvolvimento a serapresentado em Cimeira, mAgosto.

O Artigo 17 da proposta doProtocolo que focaliza sobre oempoderamento económicoencoraja aos Estados partespara, até 2015, adoptarempolíticas e legislar sobre leis queassegurem acesso igual,benefícios e oportunidades paramulheres e homens emnegócios, tomando emconsideração o contributo da

mulher nos sectores formal einformal.

O estabelecimento da ZCLpode potencialmente abordaralguns dos desafios que oscomerciantes informais trans-fronteiriços enfrentam taiscomo taxas aduaneirasexcessivas; processos difíceis deregistro na obtenção de licençase numerosas barreiras naspostos fronteiriços que frustammuitos comerciantes.

Entrevistas comcomerciantes trans-fronteiriçosna SADC revelam que a maioriados comerciantes nada sabemsobre o Protocolo Comercial enão compreendem asimplicações qu pode ter sobreas actividades comerciais.

Mesmo se os comerciantesinformais tivessem informaçãosobre o Protocolo Comercial, asmedidas estabelecidas parafacilitar o comércio beneficiam

mais as companhias bemestabelecidas do que ospequenos comerciantes.

Por exemplo, o Certificado deOrigem da SADC, que valida seos bens qualificam ou não para aisenção aduaneira nos Estadosmembro têem pouca relevânciapara os pequenos comerciantesporque o documento requerespecificamente que em casosonde o produtor não é umexportador, então ele devefornecer ao exportador com umdeclaração escrita significandoque os produtos qualificamcomo originários nos Estadosmembro.

Os pequenos comerciantes, amaioria dos quais são mulheres,muitas vezes lidam com váriaslinhas de produtos em pequenasquantidades e consequentementenão seria possível obterem ocertificado de origem para cadalinha de produto. ❒

GÉN

ERO

por Patience Zirima

Mais de 70 porcento de comerciantes trans-fronteiriços na SADC são mulheres

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LIVR

OS

AS MUDANÇAS climáticas estão aacontecer e com grande impacto como éconfirmado pelo Quarto Relatório deAvaliação do Painel Inter-governamentalsobre Mudanças Climáticas, e este éenfoque do Livro do Ano da UNEP 2008.

Em três secções, o almanaque leva oleitor através do desenvolvimento eeventos na frente ambiental, bem comoos resultados científicos, com particularenfoque sobre mudanças climáticas.

A secção um fornece um calendáriode eventos significativos seleccionados, aprincipal entre eles é o encontro deDezembro, em Bali, que resultou naadopção do Roteiro de Bali.

A região da SADC sofre dos seuspróprios impactos com Moçambique ater as piores cheias em seis anos e aÁfrica do Sul a ter a sua caídasignificativa de neve desde 1981.

Sob a secção do Enfoque doPanorama, a ênfase é colocada sobre asrespostas às mudanças climáticas,

Official SADC Trade, Industry and Invest-ment Review 2007/2008Gaborone, Botswana, Southern African Marketing Co.(Pty) Ltd. e SADC, 2007287pp.Esta XIIª edição da publicação anual focaliza sobreoportunidades de negócios na região da SADC, e apresentao perfil corporativo da SADC. Inclui os relatórios dasDirecções, projctos da SADC, perfis dos países,actualização do comércio e indústria, oportunidade deinvestimento, contratos de negócios, e o calendário dasfeiras comerciais de toda a região da SADC, e cobre os anos2007 e 2008.Disponível no Secretariado da SADC, Private Bag 0095,Gaborone, Botswana; e Southern African Marketing Company (Pty) Ltd, CaixaPostal 201112, Gaborone, Botswana Página da Web: www.sadcreview.com

Trade as an Instrument for Achieving theMillennium Development Goals in South-ern AfricaJudith Kaulem e Donald P ChimanikireHarare, Zimbabwe, Centro de Estudos do Comércio eDesenvolvimento, 200722p.Esta publicação analisa algumas das áreas chave do comérciopela forma como relacionam-se com os Objectivos doMilénio, focalizando especificamente sobre o Objectivo 8. Esteobjectivo olha para o comércio como um instrumento para sealcançar os ODMs e como o comércio pode ajudar no alcancedas metas. Conclui que o comércio deve ser justo eestruturado de tal sorte que permite as economias frágeis aparticiparem.Disponível no Centro de Estudos do Comércio eDesenvolvimento, 3 Downie Avenue, Belgravia, Harare,ZimbabweEmail: [email protected] Página da Web:www.tradescentre.org.mw

Economic Report on Africa 2008Africa: Progress Towards Attaining the Mil-lennium Development Goals 2007Tunis, Tunísia, Divisão de Estatísticas Económicas eSociais, Departamento de Estatísticas, Banco Africano deDesenvolvimento (BAD), 2007Dados específicos dos países são apresentados, incluindográficos mostrando o progresso dos países africanos noalcance das metas dos Objectivos de Desenvolvimento doMilénio. Os objectivos são de erradicação da pobrezaextrema e fome, alcance da educação primária universal emtodos os países até 2015, promoção da igualdade do géneroe empoderamnto da mulher, melhoria da saúde materna,combater ao HIV e SIDA, malária e outras doenças,assegurar a sustentabilidade ambiental, desenvolver umaparceria global para o desenvolvimento.Disponível da Agência de Colocação Temporária do BAD,BP 323, 1002 Tunis Belvedere, Tunis, TunísiaEmail: [email protected]ágina da Web: www.afdb.org

Biopiracy of Biodiversity: Global Exchange as EnclosureAndrew Mushita e Carol B. ThompsonTrenton, USA e Asmara, Eritrea, Africa World Press, 2007330p.Este livro fornece uma análise reveladora do roubo dabiodiversidade da África e como os africanos estãotrabalhando para preveni-lo no Século XXI. A análisedelineia o contexto das anteriores expropriações dosrecursos continentais, tais como o roubo de pessoasdurante a escravatura e o roubo de minérios, mesmo atéaos nossos dias. O estudo refere-se ao continente africanoem geral e especificamente a África Austral de onde fazreferências às experiências reais da vida. Muito bempesquisado e escrito, a publicação é uma obrigação deleitura para todos os que estão preocupados sobre aprotecção dos recursos do continenente.Disponível na Africa World Press, Box 48, Asmara, Eritrea;Caixa Postal 1892, Trenton, NJ 08607, EUAPágina da Web: www.africaworldpressbooks.com

incluindo actores do sector privado. Opapel do governo é enfatizado paraestabelecer padrões, apoiar a pesquisa efornecer incentivos para a transição parauma economia sã, de baixa emissão decarbono.

A última secção olha para os desafiosemergentes, incluindo o Clima daAntarctida, metano do descongelamentode permafrost e metano de hidratos. Aemissão de grandes quantidades demetano na atmosfera pode levar àmudanças abruptas no clima que podemser irreversíveis.

Anteriormente intitulado GEO Livrodo Ano para acompanhar o PanoramaGlobal Ambiental (GEO) publicado emcada quatro anos, recentemente em 2007,este é o Xº relatório anual produzido peloPrograma das Nações Unidas para oAmbiente e está disponível na UNEP emNairobi, Quénia (2008)Email: [email protected] Página daWeb: www.unep.org ❒

Livro do Ano da UNEP 2008Um Olhar da Nosso Ambiente em Mudança:“A mudança climática é real”

PUBLICAÇÕES

Economia forte: A riquezadas comunidades e o futuro duradoiro

FORTEMENTE ARGUMENTADO com deestatísticas e relatos mundiais, este livro diz quea humanidade deve caminhar rumo à umaversão melhorada de economias baseadas nascomunidades que enfatizam a compra e vendaao nível local em primeiro lugar.

Especificamente, a humanidade deve comeralimentos produzidos localmente, usar maisenergia localmente produzida, e, mesmo, terarranjos financeiros locais.

Tal mudança poderá reduzir as emissões decarbono através da redução de energia usadapara transportar alimentos ao mesmo temposervindo para dissociar a produção de alimentose energia de fontes centralizadas e intensivas decombustível.

Por seu turno, isso abriria a porta para umare-descoberta das alegrias da vida emcomunidade, que está enraizada nas fundaçõesda felicidade humana, contrariamente aoconsumerismo sem fim e a abordagem “híper-individualizada” à vida que é actualmentecomercializada pelo mundo inteiro como o topoda civilização.

“O crescimento choca contra os limites físicostão forte - como mudanças climáticas e alta depetróleo - que continuar a expandir a economiapode ser impossível; a sua tentativa pode serperigosa.”

“Mas também existe algo, uma consideraçãoque estamos começar a entender: novaspesquisas de muitos cantos começam a mostrarque mesmo quando o crescimento torna-nosricos, a maior riqueza já não nos faz feliz.”

Deep Economy de Bill McKibben é escritonuma voz e estilo que encoraja a sua leitura. O

livro é um tesouro de ideias sobre como ahumanidade pode melhorar o lado escurodo consumerismo. É, pelo menos, uma

prescrição positiva sobre como viver maisleve no nosso pequeno planeta. (OneCountry, Jan-Março 2008)Disponível na Times Books/Henry Holte Companhia, Nova Iorque, 2007 ❒

14 SADC HOJE Agosto 2008

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Agosto 2008 SADC HOJE 15

EVENTO

SDIÁRIO DE EVENTOS 2008 Agosto 31 Julho – 1 AgostoNamíbia Reunião Técnica da SADC sobre o Ambiente

Directores do ambiente dos países da SADC reunem para discutir oprogresso sobre a implementação do Programa Ambiental dosEstados Membros, o Programa Regional Educacional Ambiental daSADC, e o desenvolvimento de um programa regional sobreMudanças Climáticas, bem como o lançamento iminente doPanorama Ambiental da África Austral.

11- 12, Líbia Conferência de Peritios sobre o Projecto da História Africana O objectivo da conferência sera de mostrar as relações históricasentre as várias partes do continente, muitas vezes sub-divididasem trabalhos publicados até à data. Organizado pela UNESCO eUA, a conferência irá rever as ligações históricas de África comoutros continents.

10-12, África do Sul Comité Permanente de Funcionários Seniores da SADC O comité técnico de aconselhamento ao Conselho de Ministrosreune antes do Conselho e é presidido pela Zámbia, o actualpresidente da SADC.

14-15, África do Sul Conselho de Ministros da SADCO conselho consiste dos ministros dos negócios estrangeiros,cooperação internacional, desenvolvimento económico ou plano efinanças de cada Estado membro. O Conselho precede a Cimeira eprepara recomendações de políticas para adopção pelos líderes daSADC for adoption by SADC leaders.

16-17, África do Sul Cimeira da SADCA Cimeira dos Chefes de Estado e Governo é a instituiçãosuperior da SADC para fazer políticas. A Cimeira em Midrandassistirá a entrega oficial da cedira rotativa da SADC peloPresidente Levy Mwanawasa da Zámbia ao Presidente ThaboMbeki da África do Sul.

18-21, Turquia Cimeira África-Turquia A cimeira oferece aos participantes de África e Turquia umaoportunidade para troca de pontos de vista e considera áreas decooperação. As discussões centrar-se-ão sobre o proposto Fórumde Cooperação África-Turquia.

28-30, Etiopia VIª Conferência sobre Medicina Tradicional Africana A conferência espera sublinhar a importância da medicinatradicional em África na prevenção, diagnóstico e tratamentosocial, doenças mentais e físicas antes do aparecimento damedicina convencional. A conferência será acolhidaconjuntamente pela União Africa e UNESCO.

Setembro5, Angola Eleições legislativas

As eleições legislativas serão realizadas pela primeira vez desde ofim formal da guerra civil de 27 anos em 2002. as últimaseleições ocorreram em 1992. as eleições foram adiadas em maisde um ano para permitir a finalização do censo eleitoral.

11 - 12, África do Sul Conferência sobre a Infraestrutura dos Transportes A conferência planeia fortalecer a compreensão dos efeitos daglobalização sobre a infraestrutura dos transportes em África.Acolhida pela Federação Africana dos Transportes, a conferênciatambém espera reconhecer a necessidade de construir redesestratégicas de carga consistindo de rotas e nódulos de altos volumes.

A ser anunciado Eleições legislativas na SuazilândiaEleições legislativas terão lugar após a finalização do censoeleitoral em Julho. Os nacionais na Diáspora serão capazes devotar pela primeira vez através de votos postais.

A COMUNIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO

DA ÁFRICA AUSTRAL HOJESADC Hoje, Vol 11 No 1 Agosto 2008

SADC HOJE é produzido como uma fonte de referência das actividades e oportunidadesna Comunidade de Desnvolvimento da África Austral e um guia para os decisores a todosos níveis de desenvolvimento nacional e regional. Os artigos podem ser reproduzidoslivremente nos mida e outras publicações, citando a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIALRichard Nyamanhindi, Patience Zirima, Patricia Munemo,

Bayano Valy, Tomas Vieira Mario, Clever Mafuta, Phyllis Johnson, Shiela Chikulo

ASSESSORA EDITORIAChefe da Unidade das Corporações de Comunicação da SADC

Leefa Penehupifo Martin

TRADUTORBayano Valy, Tomás Vieira Mario

SADC HOJE é publicada seis vezes ao ano pelo Centro de Documentação e Pesquisa daÁfrica Austral (SARDC), para o secretariado da SADC em Gaborone, Botswana como umafonte de conhecimentos fiável sobre a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Oconteúdo considera os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDGs) e a Nova Parceriapara o Desenvolvimento da África, como essenciais ao desenvolvimento da região.

© SADC, SARDC, 2008

SADC HOJE recebe de bom grado contribuições individuais e de organizações na região daSADC sob a forma de artigos, foto, notícias e comentários, bem como artigos relevantes defora da região. É pago um montante padrão pelos artigos, fotos e ilustrações usados napublicação. O editor reserva-se ao direito de seleccionar ou rejeitar artigos, e a editar segundoo espaço disponível.Os conteúdos não reflectem necessariamente as posições e opiniõesoficiais da SADC ou SARDC.

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SADC HOJE é publicada em Iglês e Português bem como disponível em formata elec-trónico em Francês.

COMPOSIÇÃO E MAQUETIZAÇÃOTonely Ngwenya

FOTOS & ILUSTRAÇÕESp1 SARDC, SA Tourism; p5 SARDC, MOTRACO;

p10, 11 South Africa Photo Galleries, IRIN Gallery p13 SARDC

ORIGEM & IMPRESSÃODS Print Media, Johannesburg

A correspondência deve ser endereçada à:O Editor, SADC TODAY

SARDC, 15 Downie Avenue, Belgravia, Harare, ZimbabweTel 263 4 791141 Fax 263 4 791271

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Website do Information 21 www.sadc.int www.sardc.net; www.ips.org; www.saba.co.za

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Zambian Air ways e Air Zimbabwe.

A SADC Hoje é apoiada pelaSouthern Africa Trust

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CELEBRADO ANUALMENTE no dia 26 deAgosto, o DIA DOS HERÓIS, tambémconhecido como Dia da Namíbia, comemoramuitos eventos na história namibiana.Oficialmente, o dia honra os namibianos quemorreram pela independência durante a luta delibertação que começou aos 26 de Agosto de1966.

As celebrações nacionais ocorremanualmente em locais tais como a cidade de Eenhana na regiãode Ohangwena, na fronteira com Angola, onde as pessoas sejuntam para ver os líderes tais como o actual PresidenteHifikepunye Pohamba e o presidente fundador, Sam Nujoma,comemora oficialmente os veteranos do Exército de Libertaçãodo Povo da Namíbia (PLAN), a ala militar da SWAPO durantea guerra.

A guerra de libertação trouxe um fim à ocupação ilegal daNamíbia pelo regime do apartheid da África do Sul.

A SWAPO sob a liderança de Nujoma e do falecidocomandante militar do PLAN, Peter Nanyemba, levou a cabouma longa guerra de independência que terminou com ocessar-fogo e eleições democráticas em 1989, e independênciaaos 21 de Março de 1990.

Cada ano, milhares de Hereros também convergem sobre acidade de Okahandja em 26 de Agosto para honrar o chefeHerero, Samuel Maharero, e o seu retorno pós-morte e re-enterro na cidade em 1923. Eles marcham em formaçõesmilitares e vestem vestuário tradicional no evento.

É considerado “um gesto de desafio e um símbolo deorgulho conquistado para a origem do povo Herero após ogenocídio de Hereros e Namaquas ao virar do Século XXdurante o período colonial germânico.

A contribuição essencial dos heróis de libertação que pagaramcom as suas vidas foi apresentada na autobiografia de SamNujoma, Where Others Waged (Onde os Outros Lutaram), onde eledisse que “o sangue de todos os filhos e filhas da Namíbia regoua árvore da nossa libertação e será sempre lembrado pelasgerações presentes e futuras na República da Namíbia.”

O monumento em Omugulug-Ombashe dedicado àsvítimas e sobreviventes da primeira batalha da luta delibertação tem os dizeres: “26 de Agosto de 1966. A tocha daluta armada foi acendida e o caminho para a liberdade foiiluminado. A independência era o seu objectivo.”

A SWAPO lutou em várias frontes, através da mobilizaçãodo povo dentro do país, bem como da comunidadeinternacional para apoiar a sua causa de independêncianacional, e através de formação militar dos seus quadros, comotambém os educando para construirem a nação.

Um factor chave na luta de libertação na Namíbia, bemcomo noutros pontos da região, foi o apoio dos países vizinhos.A SWAPO tinha a sua sede e base de retaguarda primeiro naTanzania, depois na Zámbia e Angola. A solidariade doutrospaíses da África Austral contribuiu significativamente para osucesso da luta para a independência na Namíbia.

Feriados na SADCAgosto - Outubro 2008

1 Agosto Dia dos Pais RDC4 Agosto Dia dos Farmeiros Zámbia8 Agosto Dia dos Farmeiros Tanzania9 Agosto Dia Nacional da Mulher África do Sul11 Agosto Dia dos Heróis Zimbabwe12 Agosto Dia das Forças de Defesa Zimbabwe15 Agosto Dia da Assunção Madagáscar, Maurícias26 Agosto Dia dos Heróis Namíbia

1 Setembro Umhlanga/Dança de Caniço Suazilândia4 Setembro Ganesh Chathurti Maurícias5 Setembro Eleições Legislativas Angola6 Setembro Dia de Somhlolo (Dia da independência) Suazilândia7 Setembro Dia do Fundador da Nação e Dia dos Heróis Nacionais Angola24 Setembro Dia do Património África do Sul25 Setembro Dia das Forças de Defesa Moçambique30 Setembro Dia do Botswana Botswana

1 Outubro Feriado Público Botswana3 Outubro Eid ul Fitr* Maurícias, Tanzania4 Outubro Dia da Independência Lesotho4 Outubro Dia da Paz Moçambique13 Outubro Dia da Mãe Malawi14 Outubro Dia do Mwalimu Nyerere e Tanzania

Clímax of “Corrida da Tocha de Uhuru”21 Outubro Divali Maurícias24 Outubro Dia da Independência Zámbia

* Depende da vizualização da lua.

Um futuro compartilhado dentro de uma comunidade

Namíbia, a lutapela independência

A Segunda Guerra do Congo, também conhecida como a Grande Guerra da África, ini-ciou 10 anos em Agosto de 1998 na República Democrática do Congo (RDC).

A maior guerra na história moderna africana, envolveu directamente oito paísesafricanos, bem como 25 grupos armados.

A Primeira Guerra do Congo (Novembro de 1996 até Maio de 1997) terminou quandoas forças rebeldes apoiadas pela Uganda e Ruanda depuseram o Presidente Mobutu SeseSeko em Maio de 1997, no país que ele chamava de Zaire. O líder dos insurgentes, Laurent

Kabila, tomou posse como presidente.A guerra estabeleceu a fundação para,

e foi rapidamente seguida de, a SegundaGuerra do Congo, que começou em 2 deAgosto de 1998.

Kabila tinha divergências com os seusantigos aliados que o acusaram de nãohonrar o seu acordo para garantir a paz esegurança nas suas fronteiras. Um gruporebelde apoiado pela Ruanda e Ugandaemergiu e rapidamente dominou asprovíncias orientais ricas em recursos.

Em menos de duas semanas, até 13 deAgosto, os rebeldes tinham se movimentadopelo país e tomado a estação hidro-eléctricasde Inga que fornece energia à Kinshasa, bemcomo o porto de Matadi através do qualmuitos alimentos de Kinshasa passam.

O centro de diamantes de Kisanganicaiu nas mãos de rebeldes aos 23 de Agos-

to e forças avançando do leste começaram a ameaçar Kinshasa nos finais de Agosto.Um Kabila sitiado procurou ajuda nos estados viznhos. A ofensiva rebelde foi abrup-

tamente repelida visto os esforços diplomáticos de Kabila teremd dado frutos.Os primeiros países africanos a responder à solicitação de Kabila de ajuda foram

membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Os governosde Angola, Namíbia e Zimbabwe enviaram tropas para apoiarem ao governo de Kabilaapós uma reunião no Zimbabwe, em 19 de Agosto.

Esta intervenção salvou o governo e empurrou as frentes rebeldes da capital. Váriasoutras nações se juntaram ao conflito em apoio à Kabila, notavelmente o Chade, Líbia eSudão. Até Setembro de 1999, os rebeldes tinham acordado em acordo de cessar-fogo eem Fevereiro de 2000 o Conselho de Segurança da ONU autorizou uma força de 5,500membros para monitorar o cessar-fogo, mas as escaramuças persistiram.

RDC: Uma década após a Grande Guerra

Presidente da SWAPO, Sam Nujoma (centro) com orepresentante da SWAPO nas Nações Unidas, Theo-BenGurirab (direita), actual Presidente da Assembleia Nacional,e Sean McBride, o Comissário da ONU para Namíbia,numa discussão fora da Sala do Conselho de Segurança daONU em Nova Iorque, 28 de Setembro de 1978.

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