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SADC HOJE Vol. 16 No 5 Agosto 2014 por Joseph Ngwawi A SADC concluiu o processo de revisão do Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP) e o resultado deste trabalho será apresentado ao Conselho de Ministros, durante a 34ª Cimeira Ordinária da SADC, no Zimbabwe. O RISDP é um plano de 15 anos, aprovado pelos Estados Membros da SADC em 2003, como um projecto de integração e desenvolvimento regional, e a revisão visa permitir a SADC implementar a sua agenda de integração e desenvolvimento através do realinhamento e reorientação dos planos de desenvolvimento da região usando intervenções críticas e realistas em consonância com a dinâmica global emergente. O RISDP, que foi desenvolvido na sequência de uma decisão da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC realizada em 1999, em Maputo, Moçambique, vai modernizar e racionalizar o Programa de Acção da SADC, com vista a aumentar a eficácia e eficiência da Agenda Comum da SADC para alcançar os seus objectivos gerais de alcançar o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza. Em consonância com essa decisão, o RISDP identificou as seguintes áreas prioritárias de cooperação e integração regional: Comércio e a liberalização económica; Infra-estrutura e serviços POLÍTICA 3 COMUNIDADE 4 ESTRUTURA 5 INFRA-ESTRUTURA 6-7 DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL 8-9 ENERGIA 10 AGRICULTURA 11 COMÉRCIO 12 PAZ & SEGURANÇA 13 ELEIÇÕES 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 de desenvolvimento regional para a integração regional; Segurança alimentar e gestão conjunta de recursos naturais transfronteiriços; Desenvolvimento social e humano, e Questões transversais, incluindo género e desenvolvimento; HIV e SIDA; ciência e tecnologia; ambiente sustentável; sector privado; e estatísticas. Em 2007, após a constatação de que as prioridades do RISDP estavam para além das capacidades dos Estados Unidos em financiar os programas de cooperação e de integração regional, traduzindo sufocando o orçamento do Secretariado da SADC, o Conselho de Ministros aprovou uma re-priorização dos programas da SADC e um quadro de re-alocação de recursos para cumprir com decisão da Cimeira sobre a revisão das operações e instituições da SADC com vista a melhorar a eficiência e aumentar a eficácia. As prioridades revistas identificadas foram as seguintes: Comércio / liberalização e desenvolvimento económico; Infra-estrutura de apoio à integração regional; Paz, segurança e cooperação (como um pré-requisito para a realização da agenda de integração regional); e Programas especiais de dimensão regional, educação abrangente e desenvolvimento de recursos humanos; saúde, HIV e SIDA e outras doenças transmissíveis; segurança alimentar e recursos naturais transfronteiriços; estatísticas; ccontinua na página 2... SADC Redefine prioridades – RISDP em Revisão

SADC Redefine prioridades – RISDP em Revisão · uma decisão da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC realizada em 1999, em Maputo, Moçambique, vai modernizar e racionalizar

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SADC HOJE Vol. 16 No 5 Agosto 2014

por Joseph Ngwawi

A SADC concluiu o processo de revisão do PlanoEstratégico Indicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP) e o resultado deste trabalho seráapresentado ao Conselho de Ministros, durante a34ª Cimeira Ordinária da SADC, no Zimbabwe.

O RISDP é um plano de 15 anos, aprovadopelos Estados Membros da SADC em 2003, comoum projecto de integração e desenvolvimentoregional, e a revisão visa permitir a SADCimplementar a sua agenda de integração edesenvolvimento através do realinhamento ereorientação dos planos de desenvolvimento daregião usando intervenções críticas e realistasem consonância com a dinâmica globalemergente.

O RISDP, que foi desenvolvido na sequência deuma decisão da Cimeira de Chefes de Estado e deGoverno da SADC realizada em 1999, em Maputo,Moçambique, vai modernizar e racionalizar oPrograma de Acção da SADC, com vista aaumentar a eficácia e eficiência da AgendaComum da SADC para alcançar os seus objectivosgerais de alcançar o desenvolvimento sustentávele a redução da pobreza.

Em consonância com essa decisão, o RISDPidentificou as seguintes áreas prioritárias decooperação e integração regional: Comércio e aliberalização económica; Infra-estrutura e serviços

POLÍTICA 3

COMUNIDADE 4

ESTRUTURA 5

INFRA-ESTRUTURA 6-7

DESENVOLVIMENTOINDUSTRIAL 8-9

ENERGIA 10

AGRICULTURA 11

COMÉRCIO 12

PAZ & SEGURANÇA 13

ELEIÇÕES 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

de desenvolvimento regional para a integraçãoregional; Segurança alimentar e gestão conjuntade recursos naturais transfronteiriços;Desenvolvimento social e humano, e Questõestransversais, incluindo género edesenvolvimento; HIV e SIDA; ciência etecnologia; ambiente sustentável; sector privado;e estatísticas.

Em 2007, após a constatação de que asprioridades do RISDP estavam para além dascapacidades dos Estados Unidos em financiar osprogramas de cooperação e de integração regional,traduzindo sufocando o orçamento do Secretariadoda SADC, o Conselho de Ministros aprovou umare-priorização dos programas da SADC e umquadro de re-alocação de recursos para cumprircom decisão da Cimeira sobre a revisão dasoperações e instituições da SADC com vista amelhorar a eficiência e aumentar a eficácia.

As prioridades revistas identificadas foram asseguintes: Comércio / liberalização edesenvolvimento económico; Infra-estrutura deapoio à integração regional; Paz, segurança ecooperação (como um pré-requisito para arealização da agenda de integração regional); eProgramas especiais de dimensão regional,educação abrangente e desenvolvimento derecursos humanos; saúde, HIV e SIDA e outrasdoenças transmissíveis; segurança alimentar erecursos naturais transfronteiriços; estatísticas;

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SADC Redefine prioridades –RISDP em Revisão

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2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2014

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

igualdade de género; ciência,tecnologia e inovação; e pesquisae desenvolvimento.

Desde 2010, o plano foisubmetido a um processo derevisão, que começou com umaanálise documental realizadapelo Secretariado da SADC em2011.

O Secretariado analisou odesempenho da SADC eidentificou os desafiosencontrados, bem como as liçõesaprendidas durante aimplementação do RISDP desde2005 a 2010. A avaliação serviude base para uma revisãointercalar independenterealizada entre 2012 e 2013.

Em Agosto de 2013, oConselho de Ministros instruiu oSecretariado da SADC paratrabalhar com os EstadosMembros na criação de umgrupo de trabalhomultissectorial para finalizar oprocesso de revisão do RISDP.

O grupo de trabalho realizouvárias reuniões em 2014 parapropor novas prioridades;principais áreas de foco;objectivos; resultados; metas eprazos para o restante doperíodo de implementação.

Este grupo também sereuniu para propor estratégiaspara a implementação doRISDP; recomendar quaisqueroutras estratégias e estruturasde implementação que podemaumentar a sua implementação,incluindo um quadroinstitucional e legal adequado;e um mecanismo sustentáveldos recursos, bem comoum mecanismo deacompanhamento e avaliaçãopara o restante período da suaimplementação.

O resultado deste trabalho foia proposta de um RISDP revisto(2015-2020), que foi analisadopelos Estados-Membros, bemcomo através de reuniõessectoriais e de segmentaçãoministerial.

O documento final deverá serapresentado ao Conselho de

Ministros, em Agosto, paraaprovação.

O grupo de trabalhoreconheceu que a visão daSADC, princípios, metas,objectivos, e a Agenda Comum -consagrados no Tratado ereafirmado no RISDP - nãomudaram. Reconheceu que ospaíses da SADC continuamcomprometidos com aintegração com o objectivo deerradicação da pobreza e alcancedo desenvolvimento sustentável.

Foram tomadas em conta asexperiências e lições aprendidas,bem como os novosdesenvolvimentos queocorreram desde 2007, quando oConselho de Ministros reavaliouas prioridades regionais duranteuma reunião realizada emLusaka. A justificativa para aredefinição de prioridades naépoca era redimensionar o focoda implementação do RISDP eestabelecer um quadro, de modoa alocar recursos para um maiorimpacto.

O grupo de trabalho apontouque, não obstante os progressosrealizados na implementação daagenda de integração regional,as expectativas do planoregional, excederam acapacidade tanto do Secretariadoda SADC e como dos Estados-Membros em cumprir todas asmetas acordadas dentro doperíodo especificado.

Estima-se que as taxas deexecução entre 2005 e 2010, emtermos do alcance das metasestipuladas, sejam de 65 porcento para a Liberalização eDesenvolvimento Comércio /Económico; 64 por cento para aSegurança Alimentar e MeioAmbiente; e 60 por cento para oApoio à Infra-Estrutura para aIntegração Regional eErradicação da Pobreza.

Outros sectores que operamem áreas onde os resultados sópodem tornar-se claramentevisíveis durante longos períodosde tempo, têm uma maiorpercentagem de conquistas

parciais, tais como ProgramasEspeciais DesenvolvimentoSocial e Humano, com 38 porcento das metas totalmenteatingidas e 46 por centoparcialmente alcançadas; eassuntos transversais queapresentam 14 por cento dasmetas totalmente atingidas e 68por cento parcialmenteatingidas.

Uma assinalável realização foifeita no comércio, indústria efinanças que têm contribuídopara o processo de integração daregião, embora a implementaçãoÁrea de Comércio Livre daSADC (ACL) seja limitada e jáhouve casos de Estados-Membros que reverteram o seucompromisso de cumprir com asexigências da ACL.

Um dos principais desafiosque se colocam nesta área emparticular, mas também em todaa gama de áreas abrangidas peloRISDP, muitas é a falta decapacidade de controlareficazmente a implementação deprotocolos acordados paragarantir o cumprimento decompromissos.

Como resultado e por causade atrasos de tempo edeficiências de recursos,algumas das metas originais doRISDP não são consideradas noRISDP revisto.

Por exemplo, a UniãoAduaneira foi adiada para operíodo remanescente do RISDPe resultados mais realistas serãoimplementadas para facilitar aeventual criação da UniãoAduaneira, bem como outrasmedidas que visam a integraçãoregional.

O desenvolvimento de infra-estruturas continua a ser uma dasprincipais prioridades, comum trabalho preparatórioconsiderável tendo sido feito paradesenvolver políticas, sistemas eprocessos que facilitam apreparação do projecto, ajudam aatrair investimentos do sectorprivado e promovem parceriaspúblico-privadas.

SADC Redefine prioridades –RISDP em Revisão

A segurança alimentar e aredução da vulnerabilidadetambém será uma prioridade eestá dependente de políticas eboas práticas agrícolas, bemcomo do acesso a alimentos emtermos de disponibilidade e seupreço.

O uso sustentável e apreservação do meio ambiente edos recursos naturais são,portanto, é fundamental talcomo a necessidade de ter emconta as mudanças climáticas naformulação de programasagrícolas e de segurançaalimentar.

Foi ainda feito progresso emáreas relacionadas com odesenvolvimento social ehumano e o RISDP revistoreconhece que odesenvolvimento da região sópode ocorrer se o grupo detrabalho for capaz de operar aum nível que torna possível oprogresso, e se os detentores depoder de decisão e os líderes dossectores público e privadotiverem um profundo domíniodo deste documento.

Apesar dos esforços feitos naintegração do género a nível depolíticas, o plano revistoreconhece que ainda há muito aser feito para ver essas políticastraduzidas em acção.

Questões emergentes queoferecem novas oportunidadespara o desenvolvimentoeconómico e social tambémforam tidas em conta nesteplano.

Exemplos de tais questõesemergentes são oaproveitamento dos recursosmarinhos ou o conceito deeconomia azul para os Estados-Membros com acesso ao mar, eos ganhos especiais dajuventude da população daregião. r

C. Cooperação para a Paz e Segurança

Prioridades do RISDP Revisto para 2015-2010

A. D

esenvolvimento

Industrial e Integração doM

ercado

B. Infra-estrutura de apoiopara a Integração

Regional

D. Program

as Especiais deD

imensão Regional

REVISTO

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A SADC aprovou um projectodo quadro de políticas demigração laboral, que visapromover a boa gestãodomovimento intra-regionalde trabalhadores para obenefício de ambos os países deorigem e de destino, bemcomo para os trabalhadoresmigrantes

A proposta de política foiaprovada pelos Ministros daSADC responsáveis peloTrabalho durante uma reuniãorealizada em Julho, em VictoriaFalls, no Zimbabwe. • O quadro político visa

promover;

• O desenvolvimento eimplementação de políticasnacionais de migração laboral;

• Acordos multilaterais ebilaterais de trabalho parao benefício das pessoasque trabalham ou pretendemtrabalharem no território dooutro Estado Membro;

• Direitos dos trabalhadoresmigrantes;

• Protecção dos trabalhadoresmigrantes no local de trabalhoe nas comunidades;

• Harmonização e padronizaçãodas políticas de migraçãolaboral; e

SADC aprova Projecto de Política de Migração Laboral

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

• Integração dos dados demigração laboral intra-regionalnos sistemas de informação doMercado de Trabalho da SADC.

No seu discurso para osministros, o vice-presidente doZimbabwe, J.T.R. Mujuru, apeloua SADC para resolver elevadoíndice de desemprego dosjovens, que está a afectar odesenvolvimento da região.

Os jovens constituem amaioria da população da SADC,mas continuam a ser afectados poraltas taxas de desemprego naregião.

Mujuru disse que SADC e osparceiros sociais devem

continuar a trabalhar juntos,tanto a nível nacional e regionalpara melhorar a vida das pessoasna região.

Os ministros tambémAnalisaram e aprovaram oprojecto de revisão do PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional,observando as suas principaisrealizações que incluem odesenvolvimento de umPrograma de Trabalho Decenteda SADC (2013-2019) paraorientar os países na promoçãoda criação de emprego, normasde trabalho, diálogo social eprotecção social na região. r

Metas de convergência macroeconómica serão revistas

Necessária Investigação sobre os Desafios de Paridade de Género

OS ESTADOS Membros da SADC concordaram em rever as metas de convergênciamacroeconómica para alinhá-las com as mudanças na dinâmica regional. A decisão de rever as metas foi tomada durante uma reunião conjunta do grupo de trabalho da SADCsobre a Integração Económica Regional e da Comissão de Governadores dos Bancos Centrais(CGBC), realizada em Julho, em Gaberone, Botswana, para discutir questões relacionadas com aagenda de integração económica regional. "Entre outras questões, a reunião conjunta concordou em rever a meta de convergênciamacroeconómica, em particular, a revisão da meta de inflação em relação à meta fixa de três porcento para um intervalo de 3-7 por cento", disse o grupo de trabalho a CGBC, num comunicadoconjunto. A reunião também concordou em manter os actuais objectivos para o défice orçamental e para adívida pública, a três por cento do Produto Interno Bruto e 60 por cento do PIB, respectivamente,para o período remanescente do RISDP. Os Estados Membros da SADC concordaram em 2002 que, para alcançar e manter a estabilidademacroeconómica, precisam de convergir as políticas económicas orientadas para a estabilidade a serimplementada através de um quadro e estrutura institucional sólida. r

OS MINISTROS Responsáveispor assuntos da mulher e génerona região da SADC têm a tarefade instar o Estados-Membros arealizar uma pesquisaabrangente que explora asprincipais barreiras quecontinuam a impedir o aumentode mulheres nos cargos políticose de tomada de decisão.

A pesquisa deverárecomendar estratégias paraenfrentar os desafios que asmulheres enfrentam para chegara posições de tomada de decisãona região.

Os ministros solicitaram aosEstados-Membros a pôr emprática a legislação, políticas eestratégias para assegurar aigualdade de representação dasmulheres nos cargos políticos ede tomada de decisão. Elesobservaram durante umareunião realizada em Julho emLilongwe, Malawi, que oprogresso em direcção àigualdade de género na região éinconsistente e regressivo.

De acordo com o Monitor doGénero da SADC 2013, lançadona 33ª Cimeira da SADCrealizada no Malawi, arepresentação das mulheres naCâmara Baixa do Parlamentovaria de mais de 40 por cento nasSeychelles e África do Sul paracerca de 10 por cento noBotswana e na RepúblicaDemocrática do Congo.

A Representação média demulheres no parlamento naSADC era de 25,8 por cento nosmeados de 2013, ligeiramenteacima dos 20,6 por cento, em2005, e dos 23 por cento, em 2011,mas está ainda longe da meta de50 por cento fixada para 2015.

Com a meta de paridade degénero nas estruturas de tomada dedecisão, em 2015, a se aproximar,apenas seis países da SADC estãopróximos de atingirem a paridadeno parlamento, tendo ultrapassadoo limiar de 30 por cento definidapreviamente pelos líderes regionaispara a representação das mulheres.

Trata-se das Seychelles com 43,8por cento de representação das

mulheres a partir de 2012, Áfricado Sul (41,3 por cento),Moçambique (39,2 por cento),Tanzânia (36 por cento) e Angola(34,1 por cento). O Zimbabwe,depois das eleições de Julho de2013, tem 31,5 por cento derepresentação de mulheres naAssembleia Nacional e 47,5 porcento de representação dasmulheres no Senado.

Os ministros instaram osEstados Membros a acelerar osesforços para implementar oscompromissos assumidos noProtocolo da SADC sobre Géneroe Desenvolvimento.

O Presidente do Malawi, PeterMutharika, que abriu oficialmente

a reunião dos ministros, exortou osEstados-Membros "para acelerar osesforços de implementação demudanças concretas etransformadoras na vida dasmulheres e raparigas na nossaregião."

O protocolo entrou em vigor noinício de 2013, após a ratificação doinstrumento pelos necessários doisterços dos Estados-Membros.

Os Ministros analisaram eaprovaram o Plano EstratégicoIndicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP) revisto (2015-2020) e recomendaram fortementeque o género seja reflectido emtodos os sectores da integraçãoregional. r

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4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2014

No plano económico, oscidadãos da SADC beneficiamagora de produtos com preçosmais baixos devido ao aumentodo comércio resultante daimplementação do ProtocoloComercial da SADC, adoptadono 2000, e do lançamento daÁrea de Comércio Livre daSADC (ACL) em 2008.

Através da ACL, osprodutores e os consumidoresda África Austral têmbeneficiado de comércio livre deimpostos para todos os produtosoriginários da região.

Mais de 85 por cento de todosos bens produzidos ecomercializados na região desde2008 não são sujeitos a impostos,enquanto a liberalização total foifinalmente alcançado em 2012,quando as tarifas sobre produtossensíveis foram removidas.

A próxima etapa para aSADC é consolidar os ganhos daACL através da criação de umaUnião Aduaneira, MercadoComum, União Monetária, e,eventualmente, adopção de umamoeda única para a região.

No que diz respeito aodesenvolvimento de energia,aumentou o número de cidadãosda SADC com acesso a serviçosmodernos de energiasustentáveis.

Isso foi sido possível graças auma série de iniciativas,incluindo a criação do Grupo deEmpresas de Electricidade daÁfrica Austral (SAPP) - um

organismo regional quecoordena o planeamento,produção, transmissão ecomercialização de energiaeléctrica em nome das empresasdos Estados-Membros da SADC.

Só em 2013, o SAPPadicionou 1.360 Megawatts(MW) de nova electricidade paraa rede regional, e a regiãoplaneia instalar mais de6,000MW em 2014 com aesperança de garantir reservassuficientes de produção para quea capacidade instalada sejaalcançada nos próximos anos.

Outra importante iniciativaregional que tem melhorado oacesso à energia para oscidadãos da SADC é aintrodução em Dezembro 2009do mercado da electricidadecompetitivo, vulgarmenteconhecido por Dia de MercadoAntecipado (DAM).

O DAM permite que ospaíses da SADC possam vendere comprar facilmenteelectricidade excedente nosoutros Estados, permitindoque os Estados Membrossatisfaçam a crescente procurade energia.

No plano político, acooperação entre os Estados-Membros conseguiu consolidara paz e a segurança na região. Aestabilidade política, paz esegurança são vistos pela SADCcomo a base para odesenvolvimentosocioeconómico.

Em 1998, tropas lideradaspelos SADC apoiaram a RDCpara defender a sua soberania,quando alguns países vizinhostentaram invadir, e a regiãocontinua a apoiar o seu caminhopara a recuperação e para arestauração total da paz na parteoriental do país.

O envolvimento da SADC noMadagáscar e no Zimbabwe émais uma história de sucesso, oque dá credibilidade àcapacidade e eficácia da SADCpara resolver os seus própriosdesafios, sem a desnecessáriainterferência externa.

Em relação ao género, aSADC tem feito progressossignificativos no reforço dopapel das mulheres na tomadade decisões.

Em Agosto de 2013, a 33ªCimeira de Chefes de Estado ede Governo da SADC fez anomeação histórica da Dra.Lawrence Stergomena Tax, daTanzânia, a primeira mulher aassumir o cargo de SecretárioExecutivo da SADC.

De acordo com o Monitor doGénero da SADC 2013, lançadona 33ª Cimeira da SADCrealizada em Lilongwe, Malawi,a representação das mulheres naCâmara Baixa do Parlamentovaria de mais de 40 por cento nasSeychelles e África do Sul paracerca de 10 por cento noBotswana e na RepúblicaDemocrática do Congo.

Seis países da SADC (Angola,Moçambique, Seychelles, Áfricado Sul, Tanzânia e Zimbabwe)estão significativamentepróximos da meta de paridadeno parlamento, tendoultrapassado o limiar de 30 porcento definido previamentepelos líderes regionais para arepresentação das mulheres.

Representação média demulheres no parlamento naSADC era de 25,8 por cento nosmeados de 2013, acima dos 20,6por cento de 2005 e dos 23por cento de 2011, mas aindaestá longe da meta de 50 porcento. r

C O M U N I D A D E

SADC – Uma Comunidade Regional Partilhadapor Kizito Sikuka

A VIAGEM foi longa, mas valeua pena.

A partir de uma série deconsultas realizadas no final dosanos 70 pelos representantes dosEstados da Linha da Frente paraforjar uma aliança mais próxima,a África Austral foi finalmentecapaz de formar umaorganização regional vibrante, aConferência para a Coordenaçãodo Comunidade para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADCC), em 1980, quemais tarde foi transformada emComunidade para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC), em 1992.

Inicialmente formada pornove países (Angola, Botswana,Lesotho, Malawi, Moçambique,Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia eZimbabwe), a SADC cresceu até15 Estados-Membros e agorainclui a República Democráticado Congo (RDC), Madagáscar,Maurícias, Namíbia, África doSul e Seychelles.

Uma cooperação mais estreitaentre os 15 Estados-Membrosfeito a região a atingir uma sériede metas que visam promover aliberdade política para aindependência socioeconómicamais ampla que garantamelhores condições de vida parao seu povo.

Por exemplo, a regiãoquebrou as barreiras coloniais,abrindo as suas fronteiras paraincentivar o movimento suavede bens, serviços e pessoas.

Este desenvolvimento temmelhorado o comércio intra-regional e facilita o movimento depessoal qualificado na região, epermite que pessoas aprofundemo intercâmbio entre os povos.

Ao contrário do passado,agora é possível para oscidadãos da SADC sedeslocarem facilmente dentro daregião sem a obtenção prévia deum visto, pois a maioria dospaíses assinaram acordosbilaterais entre si para removerquaisquer medidas rigorosas.

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

Orçamento da SADC

o presidente do órgão da Troikatem um mandato anual.

A estrutura de órgãos,operações e funções sãoreguladas pelo Protocolo dePolítica, Defesa e Segurança.

O órgão tem o seu próprioplano estratégico, o PlanoEstratégico Indicativo do Órgão(SIPO). r

OS ESTADOS-MEMBROScontribuem para o orçamento daSADC e os diversos projectos eprogramas são apoiados porParceiros de CooperaçãoInternacional (ICPs).

Os Estados-Membros foraminstados a reduzir a dependênciado financiamento dos doadorespara programas de integração ede desenvolvimento regional.

"Estamos todos de acordoque as contribuições dosdoadores só devemcomplementar os nossospróprios esforços e não devemser a base dos nossos programasde integração e desenvolvimentoregional", disse a SecretáriaExecutiva da SADC, Dra.Stergomena Lawrence Tax,falando na 16ª sessão do ComitéMinisterial do Órgão de Política,Defesa e Segurança (MCO),realizada em Julho emSwakopmund, na Namíbia.

Actualmente, o orçamento daSADC conta com 21 por cento defundos dos Estados Membros e79 por cento de contribuição dosParceiros de CooperaçãoInternacional.

"Enquanto as contribuiçõesdos doadores forem a principalfonte do nosso financiamento,será difícil materializarmos deforma independente os nossosobjectivos - sem depender dosinteresses dos outros. Estapreocupante situação requeratenção imediata ", disse. r

Estrutura de liderança política da SADC

E S T R U T U R A

Cimeira da SADC A Cimeira da SADC éresponsável pela liderança geralda política e controlo dasfunções da Comunidade, emúltima análise, tornando-se oórgão supremo de decisãopolítica na SADC.

Ela é composta por todos osChefes de Estado ou deGoverno dos Estados-Membrosda SADC e é dirigida numsistema Troika que integra oPresidente em exercício daCimeira da SADC, o presidenteseguinte (vice presidentedurante o mandato dopresidente em exercício), e oPresidente do mandatoanterior.

Portanto, antes da 34ª Cimeirada SADC, marcada para 17-18 deAgosto em Victoria Falls,Zimbabwe, a Troika é compostapelo Presidente malawiano PeterMutharika (Actual presidente),pelo Presidente do Zimbabwe,Robert Mugabe (presidenteseguinte) e pelo Presidente deMoçambique Armando Guebuza(anterior presidente).

No entanto, após a 34ªCimeira o Presidente Mugabevai assumir a presidência e aTroika será composta peloZimbabwe (Presidente emexercício), Malawi (presidenteanterior) e um outro Estado-Membro da SADC que seráeleito como vice-Presidente.

O sistema de Troika sistemaconfere autoridade a este grupode três líderes para tomaremdecisões rápidas em nome daSADC que normalmente sãotomadas em reuniões políticasagendadas em intervalos

regulares, bem como fornecerorientação política paraas instituições da SADCentre as Cimeiras regulares daSADC.

Este sistema tem sido eficaz,uma vez que foi estabelecidopela Cimeira na sua reuniãoanual realizada em Maputo,Moçambique, em Agosto de1999. Outros Estados-Membrospodem ser convidados paraTroika sempre que necessário.

O sistema de Troika opera nonível da Cimeira, do Órgão deCooperação, Paz e Segurança, doConselho de Ministros e doComité Permanente de AltosFuncionários.

A C i m e i r a r e ú n ehabitualmente uma vez por ano,em Agosto / Setembro.

Cimeira da Troika doÓrgão O Órgão da SADC sobre Políticade Defesa e Segurança é dirigidonum sistema de Troika e éresponsável por promover a pazea segurança na região daSADC. Tem a responsabilidadede orientar os Estados-Membrossobre questões que ameaçam apaz, segurança e estabilidade naregião. É coordenado por umPresidente em exercício, umpresidente seguinte e umanterior presidente, e prestacontas ao Presidente da Cimeirada SADC.

A Cimeira do Órgão daTroika da SADC é exclusiva e oPresidente do Órgão não podeser, simultaneamente, apresidência da Cimeira. Talcomo a Presidência da Cimeira,

SADC É uma organização regional que visa promover odesenvolvimento socioeconómico sustentável e equitativo na ÁfricaAustral. As suas operações estão centralizadas no Secretariado daSADC com sede em Gaberone, Botswana. As decisões políticas e depolíticas de desenvolvimento e integração regional são tomadas pelaCimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC, e / ou pelaSADC Cimeira da Troika do Órgão. Esta edição do África AustralHoje explora como essas estruturas de liderança política operam nodesempenho de suas funções.

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6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2014

por Kizito Sikuka

PELO MENOS sete projectos de infra-estruturas para a implementação naÁfrica Austral foram apresentados narecente Cimeira de Financiamento de

Dakar no âmbito do Programa para oDesenvolvimento de Infra-estruturas

em África (PIDA). O PIDA é um modelo para a

transformação das infra-estruturas Africanas para o

período 2012-2040. Oprograma foi adoptadopelos líderes africanos emJaneiro de 2012 e fornece um

quadro estratégico para projectosde infra-estruturas prioritárias visando

transformar o continente numa regiãointerligada e integrada.

Para mobilizar o investimentofinanceiro para acelerar a implementaçãodo PIDA, a Nova Parceria para oDesenvolvimento de África (NEPAD),

organizou a Cimeira deFinanciamento em Dakar, noSenegal, de 14-15 de Junho,

onde um total de 16 projectosestratégicos e regionalmente

equilibrados foram apresentadosaos potenciais doadores. Destes, sete estão na Comunidade

para o Desenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC). Estes incluem o

projecto hidroeléctrico de RuziziIII, na República Democrática do

Congo (RDC); o Projecto deExpansão Porto de Dar-es-

Salaam, na República Unidada Tanzânia; o projecto da

estrada Serenge-Nakonde, na Zâmbia; eo projecto de Tecnologia

de Informação e fibra ópticaterrestres Lusaka-Lilongwe, que

liga o Malawi e a Zâmbia. Os outros três projectos são a Linha

de Transmissão Tanzânia-Zâmbia-Quênia, ligando as redes de energia dostrês países; o projecto hidroeléctricoBatoka Gorge, envolvendo a Zâmbia e oZimbabwe; e Projecto da Ponte Rodo-Ferroviária Brazzaville-Kinshasa e dalinha férrea Kinshasa-Illebo, na RDC.

"Os 16 projectos foram seleccionadosdevido à sua importância estratégica,política e económica como projectosregionais emblemáticos", disse a NEPADnum comunicado, acrescentando que"uma vez implementados, estesprojectos irão transformar

significativamente a forma como aÁfrica realiza os seus negócios."

Todos os 16 projectos seleccionadoscobrem os três principais sectores deenergia, transportes e Tecnologia deInformação e Comunicação (TIC).

A construção da central hidroeléctricaBatoka Gorge deverá acrescentar 1.600Megawatts de electricidade, o suficientepara aliviar a escassez de energia naZâmbia e Zimbabwe.

Uma vez que os dois países estãoligados ao Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral (SAPP),que coordena a gestão de energia eléctricana região, a proposta central de energiabeneficiará também a região da SADC.

O projecto Batoka implica a construçãode uma barragem de gravidade de 181metros e a instalação de oito unidades de200 MW, com a energia dividida empartes iguais entre os dois países.

O projecto Ruzizi III, proposto naRDC, irá adicionar outros 147MW, e seráuma central hidroeléctrica com trêsunidades de energia.

No que diz respeito a interligaçãoZâmbia-Tanzânia-Quênia, o projecto vaimelhorar a integração e o comércioregional de energia dentro e entre o SAPPe o Grupo de Empresas de Electricidadeda África Oriental (EAPP), bem como aligação da Tanzânia ao SAPP.

A remodelação do Porto de Dar-es-Salaam incluirá aprofundar e reforçar ocais para embarcações de grande calado,aumentando a capacidade de operaçõesde navios maiores.

O porto de Dar-es-Salaam é asegunda porta de entrada maisimportante para o comércio regional noleste da África após Mombasa,atendendo 90 por cento do comérciointernacional da Tanzânia e uma partesignificativa do comércio de transbordopara a Zâmbia, Malawi, RepúblicaDemocrática do Congo e Uganda.

A reabilitação da Estrada Serenge-Nakonde envolverá alargamento daestrada e a sua melhoria contribuirá paraa redução de custos para o transporterodoviário ao longo dos CorredoresNorte-Sul e Dar-es-Salaam, bem comoreduzir as perdas de acidentes notransporte de passageiros e demercadorias.

No que diz respeito a Fibra ÓpticaTerrestres Lusaka-Lilongwe, o projectotem como objectivo facilitar ainterligação entre o Malawi e a Zâmbia.

O Projecto da Ponte Rodo-FerroviáriaBrazzaville Kinshasa e da linha férreaKinshasa-Illebo, na RDC, incluirá umaestrada combinada com linha férrea euma ponte, bem como uma fronteiracom paragem única. r

SADC planeia construir centro de serviços climáticos OS PLANOS estão na fase avançada paraa construção de um total de 10 estaçõesmeteorológicas automáticas na regiãopara melhorar a produção e divulgaçãode informações sobre o clima.

Uma estação meteorológicaautomática mede vários parâmetrosmeteorológicos, como velocidade dovento, direcção do vento, temperatura,humidade e pressão do ambiente.

Os dados colhidos na estaçãometeorológica podem ser monitoradosno local ou transferidos para umservidor remoto, poupando o trabalhohumano.

A Direcção da SADC para a Infra-estruturas e Serviços disse que otreinamento em manutenção ecalibração de estações meteorológicasautomáticas para os técnicos já foramrealizados, e as 10 estaçõesmeteorológicas automáticas serãoadquiridas em breve.

SADC beneficia do programa Africano de infra-eI N F R A - E S T R U T U R A S

Isto está de acordo com o recémlançado Plano Director Regional deDesenvolvimento de Infra-estruturas daSADC, que descreve os planos dedesenvolvimento da região e projectosde infra-estruturas para os próximos 25anos.

Para a meteorologia, a prioridadepara a SADC está no reforço da rede deobservação meteorológica na região daSADC.

Cerca de 81,5 milhões de dólaresnorte-americanos serão usados para asinfra-estruturas, estaçõesmeteorológicas, incluindo estaçõesautomáticas para a monitoria e análisede dados meteorológicos e climáticos.

O acesso a informações correctas erelevantes sobre o clima é fundamentalpara fins de planeamento, pois permiteaos cidadãos se prepararem paraeventuais desastres relacionados com oclima, como inundações e tempestades. r

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SADC trabalha arduamente para segurança aérea

ZÂMBIA e a República Unida daTanzânia decidiram descentralizar etransformar as operações da AutoridadeFerroviária da Tanzânia e Zâmbia (Tazara)para torná-la comercialmente viável.

Os dois governos vão mudar amodalidade da sua propriedade naempresa ferroviária, com o objectivo demelhorar sua rentabilidade e auto-suficiência.

PAÍSES DA África Austral estão atrabalhar para a melhoria das normas desegurança para o transporte aéreo naregião e SADC embarcou em diversosprogramas e actividades para manter osmais altos padrões.

Todos os Estados Membros daSADC são signatários da ConvençãoInternacional de Aviação Civil(ICAO) e são obrigados a cumprircom todas as normas internacionaisd e s e g u r a n ç a e p r á t i c a srecomendadas.

De acordo com informações maisrecentes da ICAO, a segurança dotransporte aéreo comercial na regiãoda SADC melhorou durante os seisanos do Programa Cooperativode Desenvolvimento da SegurançaOperacional e Aeronavegabilidade(COSCAP-SADC).

O Projecto COSCAP-SADCpermitiu aos Estados Membros daSADC actualizar e modernizar alegislação e regulamentos da aviação

A NAMÍBIA estádeterminada a tirar omáximo partido da sualocalização geográfica etornar-se uma verdadeirap o r t a d e e n t r a d aeconómica para a regiãoda África Austral.

O Presidente HifikepunyePohamba anunciou, no seu Discurso doEstado da Nação, que o país está aimplementar iniciativas estratégicas quegarantem que a Namíbia se torne numcentro de transporte moderno para asimportações e exportações de e para aÁfrica Austral.

Parte da estratégia permitirá aNamíbia prestar serviços como oaproveitamento de portos de doca secapara os países vizinhos do interior naregião da SADC.

Um total de seis Estados Membrosda SADC não tem litoral -Botswana,Lesotho, Malawi, Swazilândia, Zâmbia eZimbabwe.

Os outros nove têm acesso aomar - Angola, República Democráticado Congo, Madagáscar, Maurícias,

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

estruturas I N F R A - E S T R U T U R A S

civil e cumprir as normas internacionaisde segurança.

O projecto melhorou a capacidade desupervisão da segurança de inspectoresde segurança do governo pelasautoridades de aviação, agências oudepartamentos civis nos EstadosMembros.

Além disso, o projecto facilitou acriação da Organização de Segurança deAviação da SADC (SASO).

A SASO estará operacional emDezembro de 2014, e terá sede emMbabane, Swazilândia.

Os principais objectivos da SASO sãoapoiar os Estados-Membros nocumprimento das suas obrigações defiscalização da segurança,especificamente na regulamentação eobservância de procedimentos técnicosda aviação civil e das normas e práticasrecomendadas pela ICAO. r

Moçambique, Namíbia,Seychelles, África do Sule República Unida daTanzânia.

Os países do interiorn a S A D C t ê mnecessidades especiais

para serviços de transportee de trânsito, e geralmente de alto custo,para o acesso aos mercados externos.

Usando instalações portuárias dadoca seca, os países do interiorreduzirão significativamente o custode importação e exportação demercadorias, contribuindo para odesenvolvimento socioeconómico. Estaevolução também irá contribuir parao aprofundamento da integraçãoregional.

Outra iniciativa estratégica para aNamíbia é o desenvolvimento da Portade Saída da SDAC entre Swakopmund eWalvis Bay, bem como a expansão doporto de Walvis Bay.

Walvis Bay é um dos portos maismovimentados e mais populares para osnavios, devido ao seu porto natural deáguas profundas. r

Tanzânia e Zâmbia acordam modalidade de operações da Tazara

Namíbia disponibiliza portos de doca seca aos Países da SADC

Os governos da Tanzânia, Zâmbia eChina construíram uma linha férrea nadécada de 1970 para reduzir adependência económica da Zâmbia daRodésia do Sul (actual Zimbabwe) eda África do Sul, sendo que amboseram hostis e governados porgovernos de minoria branca.

A linha Tazara era o únicocaminho para o comércio a granelda Cintura de Cobre da Zâmbiapara chegar ao mar sem trânsitoem territórios hostis.

O Ministro tanzaniano dosTransportes, HarrisonMwakyembe, disse que, sob asnovas modalidades, cada paísiria operar composiçõesferroviárias dentro das suasfronteiras.

"Antes, tínhamos umcomboio de passageiros com umarota de Dar-es-Salaam para a Zâmbia, masa nova modalidade permite que cadapaís para gerir comboios depassageiros dentro das suasfronteiras", disse ele,acrescentando que uma reuniãoenvolvendo funcionários dasfinanças, indústria e transportesdos dois países decidiu sobre onovo acordo.

A Tazara, também conhecidocomo a Linha do Uhuru(Liberdade), é um corredorimportante de, principalmente decobre e outros minerais das minas daZâmbia para o porto de Dar-es-Salaame para a exportação para os mercadosinternacionais. A Tazara é uma porta deentrada para os mercados de negócios doleste e da África Austral, bem como parao transporte de passageiros. Daily News r

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D E S E N V O L V I M E N T O I N D U S T R I A L

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2014

especialmente ao lidar com qualquer um dos outros desafios acimareferidos.

Estes desafios podem, de facto, constituir grandes oportunidadesquando vistos a partir de um outro ângulo. Em primeiro lugar, a SADCé rica em recursos naturais, e simplesmente precisa transformar issoem uma vantagem competitiva através da mais-valia e benefício.

A oportunidade conexa é apresentada pelo dividendo demográficoda África. Considerando que outras partes do mundo estão a perdero dividendo demográfico, a África orgulha-se por possuir umapopulação jovem, com a proporção de jovens em alguns países atingir65 por cento da população com com idade inferior a 35 anos.

Em segundo lugar, devido a abundância de recursos em África, ocontinente está recebendo uma maior atenção das principais potênciaseconómicas - China, Europa e Estados Unidos.

No entanto, essa atenção, dada a natureza da tentação de recursosem África, pode levar a consequências indesejadas, a menos que aliderança do continente faça com que certas decisões importantes,incluindo a insistência na transferência de tecnologia, a fim detransformar os produtos primários, em produtos de alto valoracabados, para o comércio internacional.

Em terceiro lugar, a chegada da China e de outros países do BRICS(Brasil, Rússia, Índia, África do Sul) no cenário global democratizou oacesso ao capital, bem como opções alargadas.

Longe vão os dias em que as decisões sobre o fluxo de capital paraa África eram ditadas pelas ex-metrópoles coloniais. Xangai e outrosmercados de capitais internacionais já oferecem um menu muito mais

por Munetsi Madakufamba

O PRIMEIRO grande desafio para as economias da SADC, como é ocaso da maioria dos Estados africanos, é um modelo dedesenvolvimento que é impulsionado pelo consumo e produtosprimários de exportações.

As limitações deste tipo de caminho de crescimento económicoforam fortemente expostas durante a recente crise económica mundial,quando o desempenho económico da região foi severamente afectado.Além disso, o modelo de integração regional em África tende a seconcentrar demais no comércio, em detrimento do desenvolvimentodo sector industrial.

A SADC não é uma excepção. Na verdade, os seus sucessivos projectos de desenvolvimento

identificaram o comércio como a principal prioridade dedesenvolvimento. Apesar dos documentos de políticas da SADCreconhecerem a necessidade de desenvolver o sector industrial paraacompanhar o comércio, o documento do quadro da política industrialnão está ainda em vigor.

O Quadro de Política de Desenvolvimento Industrial da SADC foiaprovado pelo Comité de Ministros do Comércio, em Novembro de2012 e aprovado pelo Conselho de Ministros em Fevereiro de 2013 eainda está por ser implementado. O documento identifica três sectores para o foco inicial a médio prazo:o agro-processamento, o benefício dos minerais e os produtosfarmacêuticos.

Esta será uma questão fundamental para a discussão na 34ª Cimeirada SADC, que será acolhida pelo Zimbabwe em Victoria Falls nopróximo mês sob o tema "Estratégia para a Transformação Económicada SADC: Aproveitando os diversos recursos da região Para oDesenvolvimento Económico e Social Sustentável através do benefícioe da mais-valia."

Adicionalmente, o sector industrial é fundamental para odesenvolvimento económico global, bem como para odesenvolvimento humano sustentável de um país, devido ao efeitomultiplicador na medida em que promove a mais-valia e geração deemprego.

Um segundo desafio diz respeito às economias desenvolvidas apartir de uma base fraca de infra-estruturas económicas, incluindo opéssimo estado das estradas, redes ferroviárias e aéreas, e falta deenergia.

Em terceiro lugar, a falta de acesso a tecnologias modernasapropriados limitam a competitividade industrial e a capacidade deenvolver-se na mais-valia e benefícios.

Em quarto lugar, a maioria dos países não têm acesso ao capitaldisponível para investimento no desenvolvimento industrial.

Finalmente, enquanto estiverem a trabalhar individualmente, amaioria das economias da SADC tornam-se muito pequenas paradesfrutar da competitividade que vem com economias de escala,

Desenvolvimento Industrial - PerspectivO DESENVOLVIMENTO industrial em África tem sido, em grande partesforço nacional, registando-se pouca cooperação a escala continental ou sactual modelo de desenvolvimento Africano, que implica a integração de coloniais anteriormente fragmentados em comunidades económicas regionprincipalmente para fins de criação de mercados maiores para o comécolectivo sobre os aspectos do lado da oferta, tais como os investimenteconómica industrial e infra-estrutural.

Apesar do carácter distinto dos Estados africanos, a situação pós-cobuscado muitos modelos de desenvolvimento, principalmente influenpotências coloniais, individual ou colectivamente, como as comunidadpadrão geral de sucesso limitado. Com algumas excepções, a maioria têmpara fazer uma marca significativa no desenvolvimento humano com indde desempenho, tais como a pobreza, o desemprego e a renda per capita aifora de sintonia com as metas, enquanto, globalmente, os Estados Afrperiferia de assuntos económicos internacionais.

O futuro de África é brilhante já que o continente pode tomar as deciembarcar num caminho de desenvolvimento baseado em soluções locais e vantagens comparativas que detém sobre outras regiões do mundo, include recursos, o grupo demográfico composto pela população maioritaoportunidades de economias de escala decorrentes de uma maior integraç

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

amplo para os países que querem atrairinvestimento directo estrangeiro.

Em quarto lugar, o problema das infra-estruturas foi correctamente identificado e,portanto, deve receber atenção política emÁfrica. SADC adoptou o seu Plano Director deDesenvolvimento Regional de Infra-estruturas(RIDMP), em Agosto de 2012, como estratégiada sub-região para o desenvolvimentointegrado das infra-estruturas regionais paraatender à demanda projectada até 2027.

Em quinto lugar, a integração regionaloferece a melhor opção para os Estadosmembros aproveitarem as economias de escalaque podem ser necessárias para enfrentaralguns dos desafios actuais. Por exemplo,alguns dos projectos de infra-estruturasidentificados no RIDMP fariam sentidoeconómico somente se implementados comoprojectos sub-regionais.

Do ponto de vista demográfico, apopulação combinada da SADC é de cerca de280 milhões, enquanto a de todo o continente

é de pouco mais de um bilião de pessoas, o que é bomcomparativamente com outras regiões do mundo.

Os desafios enfrentados pela SADC e muitas outras economiasafricanas são tão diversos quanto ao número de países que compõemo continente, e é importante reconhecer desde o início que a África éum continente, não é composta por um grupo homogéneo de países,e por isso são muitas as comunidades económicas regionaisespalhados pelo todo o continente.

Todos os países em desenvolvimento que fizeram sucesso datransição de baixa renda para a situação de renda média e alta, comoa China e os Tigres Asiáticos, bem como países da América Latina, ofizeram por contarem com um sector industrial forte como o motor deuma economia de crescimento orientada para a exportação.

sso foi feito com um papel forte para o governo, especialmente nofornecimento de infra-estruturas, cujo poder magnético foi maisevidente na China na atracção de novas indústrias e outras formas dedesenvolvimento.

A SADC e o resto da África não têm escolha senão romper com oactual caminho de desenvolvimento do consumo e dos produtos deexportações para um modelo de desenvolvimento mais sustentável,baseado na competitividade industrial.

Desde os anos 1980, as zonas económicas especiais foramintroduzidos na China através de experimentação cuidadosa,sobretudo na província de Guangdong, onde a notável história deShenzhen foi transformada de vila de pescadores para cidadeindustrial ultra-moderna.

Este modelo foi replicado em outras partes da China,transformando o país de uma economia agrária para uma economiaem que cerca de 90 por cento de sua renda provem de sectoresindustriais e de serviços.

A China já está a apoiar as zonas económicas especiais no Egipto,Etiópia, Ilhas Maurícias, Nigéria e Zâmbia, e algumas lições podemser tiradas da experiência de desenvolvimento da China.

O sucesso do desenvolvimento industrial da China pode seratribuído à liberalização gradual e estratégica económica, uma políticaeficaz de investimento directo estrangeiro, os incentivos para ambasas empresas privadas e do sector público, a estratégia deinternacionalização para as empresas estatais, pesquisa edesenvolvimento, e instituições do Estado com uma orientação políticadinâmica.

O sucesso é impulsionado pelo equilíbrio estratégico deproteccionismo e liberalismo económico da China; Política deInvestimento Estrangeiro Directo (IDE) e de desenvolvimentoregional; e aumento da política económica externa orientada para aexportação.

Duas características fortes do rápido desenvolvimento económicochinês estão orientadas para o investimento e o crescimento orientadopara a exportação, com base na capacidade do governo chinês emformular uma política de desenvolvimento industrial eficaz, mantendoum clima favorável para o investimento estrangeiro.

A fim de atrair o IDE, sem ameaçar o crescimento da indústrianacional, a China adoptou medidas que incluem: • Políticas industriais regionais e estratégias de promoção das

exportações; • Regimes de IDE sustentáveis que promovam a entrada de capital,

empresas mistas locais e investimento estrangeiro orientado parao Desenvolvimento; e,

• Adopção de estratégias coerentes para as zonas económicasespeciais (ZEE). Portanto a experiência de ZEE da China oferece uma opção viável

se cuidadosamente projectada para as características africanas. O modelo de desenvolvimento até então perseguido pelos países

africanos e suas CERs não emitiu com sucesso as metas dedesenvolvimento desejadas para o continente subir de forma eficazpara fora da periferia. O Estado Africano pós-colonial tem de tomarcertas decisões radicais. Tais decisões não precisam de ser feitas pelosoutros em nome de África.

É a própria África, que tem de tomar essas decisões radicais,tirando lições e inspiração a partir da experiência da China e de outrasregiões do mundo. Só assim a África pode tirar o máximo proveito desua riqueza de recursos, bem como do seu prémio demográfica parafinalmente se libertar da gaiola da hegemonia pós-colonial.

Este artigo foi elaborado com base num trabalho apresentado numaConferência Internacional sobre a Industrialização em África, organizada pelaUniversidade de Shanghai, na China, em Junho de 2014.

vas para a SADC te, feito com base numsub-regional. Mesmo omuitos governos pós-nais maiores, tem sido

ércio, com pouco focotos numa capacitação

olonial em África temnciados pelas antigases regionais, com um

m lutado internamentedicadores importantesinda lamentavelmentericanos mantêm-se na

isões necessárias paraandar sobre as muitasindo uma abundância

ariamente jovem e asção regional. r

D E S E N V O L V I M E N T O I N D U S T R I A L

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A ÁFRICA vai lançar em breveo primeiro portal de informaçãosobre energia de todo ocontinente para permitir oacesso fácil a dados actualizados.

A Rede Informação eComunicação de África (AICN)vai apresentar o progresso daIniciativa de Energia Sustentávelpara Todos (SE4ALL) e fornecerinformações sobre o impacto dosprojectos realizados no âmbitoda iniciativa.

A SE4ALL é uma iniciativalançada pelas Nações Unidas em

África lança primeiro Portal de Informação sobre EnergiaSetembro de 2011, com foco emtrês objectivos: • Garantir o acesso universal aos

serviços energéticos modernos; • Duplicar a taxa global da

melhoria em termos deeficiência energética; e

• Duplicar a quota das energiasrenováveis na energia mistaglobal até 2030. A África assumiu a liderança

na resposta à iniciativa, com 44países do continente a aderiremo programa de um total de 84Países do mundo.

Os Estados-Membros sãoobrigados a criar mecanismospara tornar o acesso universal aserviços energéticos modernosduráveis uma prioridade.

A SE4ALL está sendocoordenada pela Agência daNEPAD, pela Comissão daUnião Africana e pelo BancoAfricano de Desenvolvimento.

O chefe de Energia daNEPAD, Professor MosadElmissiry, disse que o acessoatempado à informaçãoessencial sobre a Iniciativa

SE4ALL e seu estágio deimplementação a nível global,regional e nacional, é umaferramenta poderosa para aspartes interessadas africanasplanearem de forma eficaz eutilizar as oportunidades definanciamento que a iniciativaabre para a África.

O centro de informaçõestambém será uma importanteferramenta de controlo para osdecisores políticos, investidorese outros na recolha efornecimento de informaçõessobre projectos de energiasustentável em África. r

SADC explora Mecanismo de Desenvolvimento Limpo região, uma vez que consomemenos energia e dura maistempo do que uma lâmpadaincandescente, que actualmenteestá sendo usada pela maioria dospaíses da SADC.

O aquecimento solar de águatem a capacidade de assegurar adisponibilidade de energia naregião.

A execução dessesprogramas de gestão permitiu aÁfrica Austral economizar cercade 4.561 Megawatts (MW) deenergia eléctrica entre 2009 e 2013.

Prevê-se que a região daSADC possa economizar mais de6.000 MW em 2018, se essasiniciativas forem implementadasde acordo com o plano.

A este respeito, o SAPP estáem processo de compilação dedados para a apresentação deformulários para análise daUNFCCC sobre os dois projectosprogramáticos de LED eAquecedores solares de água.

O SAPP manifestou vontadede participar nos dois projectos,devendo o Centro deCoordenação e o SAPP estarbaseado em Harare, Zimbabwe,para coordenar os projectos.

O SAPP é um organismoregional que coordena oplaneamento, produção,transmissão e comercializaçãode energia eléctrica emnome dos Estados-membrosda SADC. r

Uma rede de distribuição debaixa tensão será instalada paragarantir que mais de 4.000 casasse beneficiem do projecto.

A construção da centralcomeçou no final de Julho edeverá ser concluída em 2015. Oprojecto está orçado em 406,5biliões de Kwanzas (cerca de 4,2biliões de dólares norte-americanos). r

A REPÚBLICA Unida daTanzânia vai iniciar, em breve, asegunda fase de um programade fornecimento de energiaeléctrica as áreas rurais após aimplementação bem-sucedidada primeira fase.

O projecto de electrificaçãorural, que está sendoimplementado pela Agência deEnergia Rural (REA) vai custar850 biliões de xelins (cerca de 513milhões de dólares norte-americanos) na segunda fase.

A Gestora do Projecto REA,Advera Mwijage, disse que maisde 17 mil clientes sebeneficiaram da primeira fase. Ameta inicial era de 20 milconsumidores rurais. "Quandofinalizamos a primeira fase",disse ela, "fomos recebidos por20.000 pedidos extras."

Mwijage disse que a segundafase está prevista para ligar maisde 250.000 consumidores ruraispara a rede nacional. A REA éum organismo autónomo noâmbito do Ministério de Energiae Recursos Minerais. r

Tanzânia reserva 512milhões de dólarespara energia rural

Rumo a electrificação rural - Angola atinge 4.000 casas rurais

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2014

A ÁFRICA Austral identificoudois projectos para apreciação noâmbito do Mecanismo deDesenvolvimento Limpo (MDL).

O MDL permite a um paísefectuar uma redução deemissões ou adoptar ocompromisso de emissõeslimitadas, no âmbito do Protocolode Quioto, para implementar umprojecto de redução de emissõesnos países em desenvolvimento.

Este mecanismo estimula odesenvolvimento sustentável eredução de emissões, dando aospaíses industrializados algumaflexibilidade em atingir as suasmetas de redução de emissões oulimitação.

Após uma reunião com oCentro de Colaboração Regionalda Convenção-Quadro dasNações Unidas sobre MudançasClimáticas, os Estados-Membrosdo Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral(SAPP) concordaram emapresentar dois projectosprogramáticos regionais de MDLpara apreciação pela ONU.

Estes são emissor de luz dediodo (LED) e o aquecedor solarde água. LED é uma tecnologia deiluminação de alta eficiênciaenergética e tem o potencial paramelhorar a situação de energia na

MAIS DE 4.000 casas poderãobeneficiar do programa deelectrificação rural a serimplementado por Angola.

O Ministro da Energia eÁguas, João Baptista Borges,disse que o projecto de umacentral de 7,5 Megawatts, naprovíncia de Cuando Cubango,visa beneficiar a populaçãorural.

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AS ESTIMATIVAS finais deprodução agrícola regionalindicam um excedente de cereaisde mais de 670 mil toneladasmétricas na época 2013/14 naSADC, representando umamelhoria significativa nos últimosquatro anos, quando a produçãoestava quase estagnada.

Uma reunião extraordináriados Ministros da Agricultura daSADC, realizada em Julho, emLilongwe, Malawi, observou quea avaliação da época decomercialização agrícola 2013/14mostrou uma grande melhora damédia global de produção decereais em comparação com anosanteriores.

"Os Ministros tomaram nota,com satisfação, que a situação desegurança alimentar na época2013/2014 na região é estávele as perspectivas para 2014/

A SADC adoptou uma estratégiaregional sobre segurançaalimentar e nutricional, noquadro da intensificação dosesforços para assegurar que osseus cidadãos tenham acesso auma alimentação adequada.

A Estratégia Regional sobreSegurança Al imentar eNutricional será implementada apartir do período 2015-2025.

O seu principal objectivo éservir de mecanismo regionalpara facilitar a obtençãouniversal do acesso económico esocial à segurança, saúde ealimentos nutritivos paragarantir o bem-estar físico dospovos da África Austral.

A estratégia, adoptada emJulho pelos Ministrosresponsáveis pela Saúde eAgricultura na SADC, éfundamental para ajudar a regiãoa reduzir o número de pessoasafectadas pela fome extrema.

No âmbito do PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional(RISDP), que está actualmenteem revisão, a SADC estabeleceua meta de reduzir em 50 por

cento a população afectada pelafome extrema até 2015.

O objectivo da União Africanapara acabar com a fome nocontinente está marcado para2050, portanto, a estratégia éfundamental para garantir que aÁfrica Austral seja capaz decumprir o prazo.

Como parte da estratégia, osEstados Membros da SADCdeverão promover o acessoaos alimentos indígenas de altovalor nutricional, incluindo osprodutos alimentares tradicionaislocalmente disponíveis.

Esse alto valor nutricional éimportante, especialmente para ascrianças. Por exemplo, uma boanutrição nos primeiros mil dias devida da criança é fundamentalpara melhorar o seu crescimentointelectual, físico e social. r

2015 são de melhoria devidoas favoráveis condiçõesmeteorológicas", indica parte docomunicado divulgado pelosministros após o encontro.

A avaliação revelou que apesarde culturas individuais, comosorgo, trigo, arroz e milho teremregistado algum défice, a situaçãogeral da produção na região ésatisfatória.

Por exemplo, o milho - oalimento básico para a maioriados países da região da SADC -registou um pequeno, massignificativo excedente de cerca de326 mil toneladas na época2013/2014.

O resultado de outras culturascomo a mandioca, que tambémé um alimento básico empartes de Angola, da RepúblicaDemocrática do Congo, Malawi,Moçambique, República Unida da

Tanzânia e Zâmbia, estevetambém acima das necessidades.

Relativamente a produção depeixe e gado, os ministrosdisseram que houve um aumento,embora pequeno.

Produção de carne aumentou2,8 por cento contra as 5,68milhões de toneladas produzidasem 2012 e as 5.840.000 toneladasproduzidas em 2013.

A produção de leite e ovosaumentou em dois e três porcento, subindo para 5,18 milhõese 0,69 milhões de toneladas,contra 5,08 milhões de toneladase 0,67 milhões de toneladas,respectivamente, em relação aomesmo período. (Ver tabela)

No entanto, a região continuaa ser um importador líquido deprodutos de origem animalporque a procura supera a oferta,assim, os ministros apelarampara que "os Estados-Membrosacelerem a implementação deprogramas destinados a aumentara produção pecuária e pesca."

Neste sentido, a região estáadoptando várias medidas paraaumentar a produção e garantirque a região seja segura emalimentos.

A agricultura é a espinhadorsal da maioria das economiasda África Austral. Por exemplo,mais de 62 por cento das 277milhões de pessoas da região daSADC depende da agriculturapara a sua subsistência, de acordocom o Secretariado da SADC.

O sector também contribuientre quatro e 27 por cento doProduto Interno Bruto regional, ecerca de 13 por cento do total dasreceitas de exportação. r

Rumo a utilização desementes agrícolasmelhoradas

Aprovada Estratégia Regional deSegurança Alimentar e Nutricional

Segurança alimentar melhora em 2013/14

A G R I C U L T U R A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

O FORNECIMENTO de sementesagrícolas melhoradas é um dosprincipais insumos críticos paraaumentar a produção e segurançaalimentar na África Austral.

O acesso a sementesmelhoradas é misto em toda aregião devido uma combinação devários factores, incluindo o acessolimitado a recursos financeiros,multiplicação inadequada desementes básicas, variações nossistemas de regulação de sementesentre os países, bem como fracasligações na área de pesquisa,extensão agrária e de mercados.

Por exemplo, mais de 80 porcento dos agricultores na África doSul usam variedades de sementesmelhoradas, enquanto uma médiade cerca de 10 por cento dosagricultores usam sementesmelhoradas no resto dos Estados-Membros.

Para enfrentar os desafios, aregião criou a Rede de Sementese Segurança Alimentar daSADC (SSSN) para liderar aharmonização das políticas desementes.

Pelo menos nove paísesassinaram o Memorando deEntendimento sobre aharmonização dos regulamentosde sementes na região da SADC,abrindo o caminho para a plenaimplementação do sistemaharmonizado de sementes. r

Produção de Gado

Bife

Carne de Carneiro

Carne de Cabrito

Suínos

Aves

Leite

Ovos

Tecido de pele de cabra

% de mudança(2013 vs

2012)

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12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2014

origem; facilitação do comércioe assuntos aduaneiros; normase questões de qualidade etécnicas; constrangimentos dolado da oferta; e a liberalizaçãodo comércio de serviços.

Os ministros elogiaram asMaurícias pela liberalizaçãoplena de todos os direitosdevidos aos produtos da SADCe, portanto, a conclusão de faseda redução das suas tarifas paraa SADC.

No início deste ano, asMaurícias tornaram-se noprimeiro Estado-membro da

O Botswana, Lesotho,Namíbia, Swazilândia eMoçambique desfrutamactualmente de acesso e dequotas isentas de impostos paraa União Europeia numa basetemporária prevista no"Regulamento de Acesso aoMercado" da UE.

Este acesso vai expirar a 01Outubro de 2014, porque essespaíses não ratificaram o acordoprovisório que negociaram coma União Europeia em 2007.

No entanto, o acordo regionalrecém-concluído irá substituir oacordo provisório existente e oacesso gratuito à UE baseia-seneste novo acordo.

A SADC continuará aproteger os sectores sensíveisdos concorrentes europeus noseu mercado interno.

A luz do acordo, a UEassumiu o compromisso de

abster-se de subsidiar as suasexportações agrícolas para aregião.

O texto finalizado do acordovai agora ser apresentado paraassinatura e ratificação deacordo com os procedimentosinternos de cada país.

A SADC participa no APEcom seis dos 15 EstadosMembros da SADC comomencionado acima. Os outrosoito países estão em negociaçõescom outras configuraçõesregionais do APE.

O Madagáscar, as Maurícias,as Seychelles, a Zâmbia e oZimbabwe concluíram um APEprovisório com a UE no final de2007 e adiantaram-se em assina-lo em Agosto de 2009, nas IlhasMaurícias.

Estes países já deram passospara a ratificação para que oacordo possa ser aplicado. r

AS SEYCHELLES apresentaramuma oferta tarifária que explicaa forma como a nação insular doOceano Índico pretende eliminargradualmente as suas tarifas aluz da Área de Comércio Livre(ACL) da SADC.

O Comité de Ministros doComércio, reunido emGaberone, Botswana, em Julho,aprovou oferta tarifária dasSeychelles sobre a sua adesão aoProtocolo sobre o Comércio.

A oferta tarifária sinaliza aprontidão das Seychelles emparticipar na ACL da SADC.

O país está a preparar osinstrumentos de adesão eimplementação, a fim definalizar o processo. Isso farácom que este País seja o 13°Estado-Membro a participarplenamente na ACL da SADC.

Dois outros países, Angola eRepública Democrática doCongo, disseram que vãoparticipar na ACL mais tarde,pois solicitaram mais tempopara reconstruir as suaseconomias após vários anos deconflito armado.

A Área de Comércio Livre daSADC foi lançada em 2008,quando foram eliminados 85 porcento das taxas aduaneiras nocomércio intra-regional entre osEstados-Membros participantes.

A liberalização tarifáriamáxima foi atingida em Janeirode 2012, quando o processo deremoção gradual de tarifas paraprodutos de categorias sensíveislista dos Estados-Membros foiconcluída.

O foco actual da ACL é a suaconsolidação.

Uma Matriz de Plano deAcção para a Consolidação daACL da SADC, adoptada pelosMinistros do Comércio emAgosto de 2010, prevê umprograma que, entre outrasactividades, implica lidar oscompromissos pendentes dafase de redução tarifária;eliminação das barreiras não-tarifárias; facilitar a adesão aoprotocolo por todos os países;resolução de problemasrelacionados com regras de

SADC e UE concluem acordo de APE NEGOCIAÇÕES ENTRE aUnião Europeia e a SADC sobreum Acordo de ParceriaEconómica (APE) foramconcluídas em Julho, quando asduas partes chegaram a umacordo.

O acordo entre a UE e algunspaíses da SADC irá abrir umaperspectiva de longo prazo deacesso isento de direitos e dequotas ao mercado da UE paraos produtos do Botswana,Lesotho, Moçambique, Namíbiae Swazilândia, enquanto a Áfricado Sul vai negociar com a UE asmelhores formas de ajustar oactual acordo existente entre aEU e África do Sul na área deCooperação de Comércio eDesenvolvimento.

A UE, por sua vez, ganha ummelhor acesso ao mercado daSADC, particularmente nosector de agricultura.

SADC a retirar direitosaduaneiros sobre os produtosimportados de outros países daSADC, como parte dos esforçospara melhorar o comércio intra-regional.

De acordo com a Câmara deComércio e Indústria dasMaurícias, todos os produtosimportados de países da SADCestão agora livres de impostos apartir de 1 Janeiro de 2014.

Para se qualificar paraisenção de imposto, todas asmercadorias devem seracompanhados de um

certificado de origem válido daSADC.

Os ministros solicitaram aosEstados-Membros que nãoassinaram o Protocolo sobre oComércio de Serviços a fazê-lodurante a 34ª Cimeira de Chefesde Estado e de Governo daSADC, marcada para Agosto, emVictoria Falls, Zimbabwe.

Eles também pediram àaqueles que ainda não ratificaramo Protocolo para iniciarem osnecessários processos.

A liberalização progressivado comércio de serviços estáprevista no Protocolo sobre oComércio de Serviços, que foiassinado em Agosto de 2012.

As negociações no âmbito doProtocolo iniciaram em 2012 e aconclusão está marcada paraAbril de 2015 para chegar aacordo sobre as listas nacionais decompromissos de acesso amercados e tratamento nacional,cobrindo inicialmente seissectores prioritários de serviçosde comunicação, construção,energia, finanças, turismo etransporte. r

Seychelles prontas para integrarem a ACL da SADC

C O M É R C I O

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P A Z & S E G U R A N Ç A

A FORÇA de Prontidão da SADC foi oficialmente lançada naCimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC realizada a17 de Agosto de 2007, em Lusaka.

Composta por militares, policiais e componente civil, a forçavai depender dos recursos prometidos pelos Estados-Membros.

O mandato da Força de Prontidão da SADC é bastante amploe abrange: • Missões de observação e monitoria; • Operações de Apoio à Paz; • Intervenções a pedido de um Estado-Membro para restaurar

a paz e a segurança; • Implantação preventiva (a fim de parar a escalada de um

conflito, ou para evitar que um conflito transborde para osestados vizinhos);

• Construção da paz em situações de pós-conflito (incluindo odesarmamento e desmobilização);

• Missões humanitárias de ajuda a civis (relacionados a conflitosou desastres naturais); e

• Quaisquer outras funções que lhe forem autorizadas pelaCimeira da SADC. r

Força de Prontidão daSADC é uma das brigadas,com outras da África Oriental,Ocidental, Central e doNorte de África, que estãosendo constituídas paraassegurar os processos depacificação.

O plano é que a força estejaoperacional a 01 de Janeiro de2016.

O s c o n t i n g e n t e sm u l t i d i s c i p l i n a r e s d eprontidão estarão estacionados

SADC inicia a implementação do SIPO revisto

nos seus Países de origem eprontos para ser implantadoimediatamente quando surgiruma necessidade.

Uma vez operacional, a ASFdeve, portanto, reforçarsignificativamente a capacidadeda África para intervir emsituações de crise e de conflito efacilitar a promoção de soluçõesafricanas para os problemasafricanos.

Amani África significa "Pazem África" em Kiswahili. r

SADC acolhe Treinamento da Força Africana de Prontidão

Amani Africa Paz em África

da SADC para a coordenação eimplementação de políticas decooperação na defesa esegurança, e foi desenvolvidopela primeira vez em 2003.

O plano abrange cincosectores fundamentais - política,defesa, segurança do Estado,segurança pública e polícia.

O objectivo central do SIPO écriar um ambiente político e de

segurança pacífico e estávelatravés do qual aregião vai atingir os

seus objectivosde desenvolvimento

socioeconómico,erradicação da

pobreza e integraçãoregional.

Após o lançamento oficial doSIPO revisto em Novembro de2012, em Arusha, RepúblicaUnida da Tanzânia, oSecretariado da SADC está emprocesso de elaboração do Planode Implementação do SIPO parafacilitar a operacionalização doplano revisto.

O plano de implementação jáfoi submetido ao ComitéMinisterial do Órgão, paraapreciação, em Julho de 2014.

Aprovação pelos Chefes deEstado e de Governo estáprevista para ser feita na 34ªCimeira da SADC marcada paraAgosto em Victoria Fall, noZimbabwe.

O plano apresenta, entreoutras coisas, os mecanismos

A SADC está em processo dedesenvolvimento de um planode implementação do PlanoEstratégico Indicativo do Órgãode Política, Defesa e Segurança(SIPO).

O SIPO é um documentoestratégico de cinco anos queestabelece o quadro institucional

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

para construir um entendimentocomum e de propriedade detodos os actores relevantes doSIPO revisto.

Após a adopção em 2003,uma série de conquistas foramrealizadas sob os auspícios daSIPO, e estas incluem: • Facilitação da cooperação

entre os Estados Membros daSADC em várias áreas dedefesa e segurança;

• Activação da SADC paradesenvolver o Pacto deDefesa Mútua da SADC;

• Fortalecimento docompromisso regional para aauto-defesa colectiva e apreservação da paz e dasegurança na região, atravésda criação de Força deProntidão da SADC;

• Contribuição para a promoçãoe avanço da cooperaçãopolicial na região, através daintegração dos Chefes daPolícia Regional no ComitéInter-Estatal de Defesa eSegurança da África Austral;

• Estabelecimento do CentroRegional de Aviso Prévio quetem a tarefa de ajudar aantecipar, prevenir e gerirconflitos; e

• Criação do ConselhoConsultivo Eleitoral da SADCe uma unidade de mediação,que são instituições quelidam com a governaçãopolítica e a observação daseleições. r

A REGIÃO Da SADC vaiacolher o segundo exercício detreinamento da Força Africanade Prontidão que está agendadopara Outubro, no Lesotho.

Os preparativos para esteexercício continental tiveraminício em Agosto de 2013 e temcomo principal objectivo é testara rápida implantação de umaForça Africana Prontidão (ASF),com particular destaque paraa capacidade de mobilizaçãoe implantação num prazode 14 dias depois de uma decisãodas autoridades competentes.

O exercício de treinamentoirá desempenhar um papelsignificativo na avaliação daprontidão da ASF pararesponder rapidamente aconflitos sem grandes encargospolíticos e pesadosprocedimentos.

O exercício, baptizado porAmani Africa II, vai ocorrerdepois do primeiro exercíciocontinental bem sucedidodo género realizado emOutubro de 2010 em AddisAbeba, Etiópia.

A ASF será constituída porcinco brigadas em torno dascapacidades das comunidadeseconómicas regionais como aSADC.

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E L E I Ç Õ E S

No entanto, pelo menos 11partidos políticos, incluindo oMovimento Patriótico para aDemocracia, partido de Uniãopara a Reconciliação, PartidoSocial Democrata e PartidoIndependente, vão participar nas

AS ELEIÇÕES gerais emMoçambique vão produzir umnovo presidente para o país, oquarto desde a independência,uma vez que o actual presidente,Armando Guebuza, está acumprir o seu segundo e últimoMANDATO.

De acordo com o ConselhoConstitucional em Moçambique(CC), apenas três dos 11candidatos presidenciais reúnemos requisitos para disputar apresidência.

Estes incluem Filipe Nyussi dopartido Frelimo no poder; AfonsoDhlakama, líder do antigomovimento rebelde Renamo; eDaviz Simango, do MovimentoDemocrático de Moçambique(MDM).

Botswana prepara-se para eleições

Moçambique elege novo Presidente

O PRESIDENTE Ian Khamadefiniu 24 de Outubro como adata para as eleições paraescolher os membros doparlamento e anunciou que oParlamento seria dissolvido a 29de Agosto.

Vários partidos, incluindo oPartido para a Democrática doBotswana (BDP), no poder, oPartido do Congresso doBotswana (BCP) e o MovimentoAliança do Botswana (BAM)pretendem participar naseleições bastante aguardadaspara a eleição de muitos novoscandidatos, incluindo umaproporção maior de mulheres.

Com o aproximar da metaregional de 50 por cento deproporção de mulheres nosórgãos de tomada de decisão em2015, o governo de Botswana eos partidos políticos estãoincentivando a nomeação demulheres. As mulheres

representam 55 por cento doeleitorado no Botswana.

O BDP, liderado por Khamaprometeu ampliar e diversificara economia através dodesenvolvimento da agricultura eda indústria.

O Parlamento do Botswanatem 63 lugares, dos quais 57 sãopreenchidos através de votaçãodirecta. Há quatro assentosreservados para o partidomaioritário no Parlamento,enquanto o presidente e oProcurador-Ceral são membrospor inerência das suas funções.

Segundo a Comissão EleitoralIndependente do Botswana, umtotal de 823.306 pessoas estãoregistadas para votar de umuniverso de 1,4 milhões depessoas com idade eleitoral.

O Botswana usa o Sistemade Pluralidade em CírculoUninominal para a eleição dosmembros do Parlamento.

Os membros eleitos doParlamento, em seguida, agemcomo um colégio eleitoral paraescolher o presidente.

Nas eleições passadas,realizadas em 2009, BDP ganhou45 lugares contra quatro para oBCP, um para BAM e seis para aFrente Nacional do Botswana. Orestante assento foi para umcandidato independente.

Um total de sete partidos e15 candidatos independentesparticiparam nas eleições de 2009.

Num discurso no qual eleanunciou planos para dissolver oParlamento, Khama exortou ospartidos políticos a darem umaoportunidade para as pessoasexercerem o seu direito de elegerum governo da sua escolha.

"É o eleitorado sozinho quem,através dos seus votos,confere as nossas instituiçõesgovernamentais a sua vida elegitimidade", disse ele. r

eleições parlamentares, de acordocom o CC.

Cerca de 10,9 milhões depessoas se registaram para votar,uma cifra ligeiramente inferioraos 12,2 milhões de potenciaiseleitores projectados pelo

APÓS A realização bem sucedida de eleições no Malawi e na África do Sul, em Maio,a África Austral está pronta para outra ronda de três países que se preparam pararealizar eleições ainda este ano. Trata-se de Moçambique e Botswana a 15 de Outubroe 24 de Outubro, respectivamente, e da Namíbia, em Novembro. Este artigo irá seconcentrar nas duas primeiras eleições previstas para o Botswana e Moçambique.

Instituto Nacional de Estatística.O número representa cerca de 89por cento da população comidade superior a 18 anos.

Guebuza apelou à paz antes,durante e depois das eleições, eexortou a Frelimo e a Renamopara concluírem urgentementeum acordo para acabar com ahostilidade que envolve asmilícias leais ao antigomovimento rebelde e as forçasdo governo.

O candidato da Frelimo,Nyussi, já se comprometeu a pôrfim à instabilidade, dizendo que" não é o uso de armas que vairesolver as diferenças entre aspessoas."

Nyussi, que foi Ministro daDefesa, tem o compromisso decontinuar a implementar aspolíticas do governo cessante.

Moçambique usa um sistemaeleitoral de representaçãoproporcional por província paraa eleição para o parlamento. Ocandidato eleito comopresidente deve reunir mais de50 por cento dos votos válidos e,se nenhum candidato obtivermais de 50 por cento dos votosexpressos, uma segunda érealizada entre os dois principaiscandidatos.

A Frelimo, que é omovimento de libertação quelutou pela independência dopaís de Portugal, nunca perdeuuma eleição desde aindependência em 1975. Nasúltimas eleições gerais realizadasem 2009, Guebuza venceu aseleições presidenciais com 77por cento dos votos válidos,enquanto o partido obteve maisde dois terços no parlamento.

A Frelimo tem 192 assentosparlamentares na Assembleia daRepública, de um total de 250assentos, enquanto a Renamoficou em segundo lugar com 48lugares e MDM com oitoassentos.

Moçambique tem a terceiramaior proporção de mulheres noparlamento entre os EstadosMembros da SADC, com 39,2por cento. r

Botswana e Moçambique preparam-se para eleições

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Agosto - Outubro 2014Agosto 17-18, Zimbabwe 34ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC

Os líderes da SADC vão reunir-se para discutir a integraçãoregional e desenvolvimento, precedida pela reunião de altosfuncionários e do Conselho de Ministros. O tema da Cimeira éEstratégia para a Transformação Económica da SADC:Aproveitando os diversos recursos da região Para oDesenvolvimento Económico e Social Sustentável através doBenefício e da Mais-Valia. Na Cimeira o Presidente doZimbabwe, Robert Mugabe, vai assumir a Presidência da SADC.

25-29, 43ª Reunião do SAPPMoçambique Chefes de serviços públicos de energia e especialistas em energia

d África Austral vão se reunir na capital moçambicana, Maputo,para avaliar a situação de energia eléctrica na região. A reuniãovai analisar as medidas que estão sendo tomadas pelos Estados-Membros para acabar com a crise de energia na região.

Por indicar Fórum Regional de Previsão Climática para a África AustralCientistas dos serviços meteorológicos nacionais nos EstadosMembros da SADC reúnem-se para rever a previsão climáticaregional, por meio de indicadores sazonais de chuvas paraproduzir uma previsão regional para a época chuvosa 2014/15.

Setembro 31 Ago-5 Set, Semana Mundial da Água 2014: Água e EnergiaSuécia Semana Mundial da Água oferece uma oportunidade única para

a troca de opiniões, experiências e práticas entre a comunidadecientífica, empresarial, política e comunidades cívicas, bemcomo um novo pensamento para a acção positiva para osdesafios relacionados com a água e o impacto sobre o meioambiente, saúde, clima, progresso económico e redução dapobreza.

8-12, Angola Congresso da Associação de Empresas de Energia em África(APUA)O congresso vai reunir as empresas de energia de África paradeliberar sobre a forma de melhorar as operações e contribuirpara o desenvolvimento socioeconómico do continente.

21-23, Zimbabwe Reunião Preparatória Regional da COP11 e Seminário deNegociação para ÁfricaEsta é uma reunião preparatória para os pontos focais nacionaisque antecede a 11ª Conferência das Partes (COP11) daConvenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias deAnimais Silvestres.

23, Nova Iorque Cimeira do ClimaA cimeira servirá como um fórum público para que os líderesdos países membros das Nações Unidas, bem como deinstituições financeiras, líderes empresariais e da sociedade civilpossam discutir as possíveis actividades e soluções para osdesafios impostos pelas mudanças climáticas.

Por indicar, Grupo Temático de Energia da SADC Botswana A reunião do Grupo Temático de Energia serve para a

coordenação da cooperação entre parceiros, especialistas daSADC e suas organizações subsidiárias e discutir formas deajudar a região no combate seus desafios energéticos.

Outubro 8-10, Namíbia 3ª Conferência Global dos Grandes Ecossistemas Marinhos

Este evento reúne líderes internacionais a volta da gestãobaseada nos ecossistemas e tem como objectivo trocarexperiências sobre as políticas de mitigação e adaptação,especialmente para os ecossistemas, face o impacto dasmudanças climáticas.

15, Moçambique Eleições Gerais em MoçambiqueOs Moçambicanos vão às urnas a 15 de Outubro para escolheros novos líderes, incluindo o Presidente e os membros daAssembleia da República para os próximos cinco anos.

E V E N T O S

SADC HOJE Vol 16 No 5 Agosto 2014

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social eoutras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,Phyllis Johnson, Danai Majaha, Shirley Pisirai, Anesu Ngadya

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pelaÁustria.

© SADC, SARDC, 2014

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H I S T Ó R I A H O J E

Uma Vela no Kilimanjaro

"Nós, o povo de Tanganyika,gostaríamos de acender uma vela ecolocá-lo no topo do MonteKilimanjaro, que irá brilhar além dasnossas fronteiras, dando esperançaonde há desespero, amor onde háódio e dignidade onde háhumilhação." Mwalimu Julius Nyerere intervindo naAssembleia Legislativa do Tanganyika,Dar-es-Salaam, a 22 de Outubro de 1959

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCAgosto - Outubro 2014

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

A CONFERÊNCIA para a Coordenação do Desenvolvimento da ÁfricaAustral (SADCC), precursora da SADC, foi criada a 1 de Abril de 1980,quando nove Chefes de Estado e de Governo da África Australadoptaram a Declaração de Lusaka - África Austral: Rumo a libertaçãoeconómica. Os Estados-membros fundadores foram a Angola, Botswana,Lesotho, Malawi, Moçambique, Tanzânia, Swazilândia, Zâmbia eZimbabwe. A Namíbia tornou-se o décimo Estado Membros após aconquista da sua independência em 1990. r

A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) foi criadaa 17 de Agosto 1992, quando os 10 Estados-Membros assinaram a Declaração,Tratado e Protocolo em Windhoek, Namíbia. O Tratado foi ratificado pelosEstados Membros em Setembro de 1993. Este teve como base a conclusão dosChefes de Estado e de Governo de que a independência política era quase totalna região. Eles se comprometeram-se, no novo Tratado, "fortalecer e consolidaras afinidades e os laços históricos, sociais e culturais de longa data entre ospovos da região". A África do Sul assinou ao Tratado após as eleições quepuseram fim ao apartheid em 1994, as Maurícias juntaram-se em 1995, asSeychelles em 1997, e o Madagáscar em 2005.

1 Agosto Dia dos Parentes RDC4 Agosto Dia dos Farmeiros Zâmbia 8 Agosto Dia dos camponeses Nane Nane Tanzânia9 Agosto Dia Nacional das Mulheres África do Sul11 Agosto Dia dos Heróis Zimbabwe12 Agosto Dia das Forças de Defesa Zimbabwe 15 Agosto Dia de Assunção Madagáscar, Maurícias,

Seychelles 17 Agosto Dia da SADC* Todos26 Agosto Dia dos Heróis Namíbia 30 Agosto Ganesh Chaturthi Maurícias

1 Setembro Dança Umhlanga Reed Swazilândia6 Setembro Dia da Independência Somhlolo Swazilândia17 Setembro Dia dos Heróis Nacionais Angola24 Setembro Dia do Património África do Sul25 Setembro Dia das Forças Armadas Moçambique30 Setembro Dia do Botswana Botswana

4 Outubro Dia da Paz e Reconciliação Nacional Moçambique4 Outubro Dia da Independência Lesotho14 Outubro Dia do Mwalimu Julius Tanzânia15 Outubro Dia da Mãe Malawi15 Outubro Dias das Eleições Moçambique24 Outubro Dias das Eleições Botswana24 Outubro Dia da Independência Zâmbia

* O Dia da SADC não é Feriado Público, mas assinala a assinatura do Tratado da SADC a17 de Agosto de 1992

Anos 1980 – 201434

Presidente H. Pohamba da Namíbia, anfitrião da 30ª Cimeira da SADCrealizada em 2010, com os galardoados com a Medalha da SADC SeretseKhama – o antigo Presidente da Zâmbia, K. Kaunda (a esquerda); antigoPresidente da Namíbia, S. Nujoma; e antigo Secretário Executivo doComité de Libertação da OUA, Brigadeiro-General Hashim Mbita. Oprimeiro galardoado com a Medalha Khama foi o Presidente fundadorda República da Tanzânia, Mwalimu Julius Nyerere, em 1985.

Atrás da esquerda para a direita: Dick Matenje, Representante do Malawi; RobertMugabe, Primeiro-Ministro do Zimbabwe independente; Príncipe MabandlaDlamini, Primeiro-Ministro do Reino da Swazilândia; Mooki Vitus Molapo, Ministrodo Comércio e Turismo do Reino do Lesotho. A frente da esquerda para a direita:José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola; Seretse Khama, Presidente fundadordo Botswana; Dr. Kenneth David Kaunda, Presidente fundador da Zâmbia; SamoraMoisés Machel, Presidente fundador de Moçambique; Mwalimu Julius K Nyerere,Presidente fundador da República Unida da Tanzânia.