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TRÊS BLOCOS económicos regionais tomaram um passo gigantesco rumo ao objectivo concebido há muito sobre uma Comunidade Económica Africana, aprovando o estabelecimento expedito de uma alargada Zona de Comércio Livre (ZCL) consistindo de 26 Estado membro nas três sub- regiões. Reunindo-se numa Cimeira Tripartida no dia 22 de Outubro, em Kampala, Uganda, os líderes dos Estados membro da SADC, do Mercado Comum para África Oriental e Austral (COMESA) e da Comunidade da África Oriental (EAC) acordaram sobre o que muitos descreveram como um importante marco rumo à integração continental como previsto pela União Africana (UA). Segundo o comunicado final, a histórica Cimeira Tripartida “concordou sobre um programa de harmonização de arranjos comerciais entre as três RECs [Comunidades Económicas Regionais], livre circulação de homens de negócio, implementação conjunta de programas de infraestruturas inter-regionais, bem como de arranjos institucionais na base do qual as três RECs podem promover a cooperação.” A Cimeira resolveu começar imediatamente a trabalhar rumo à fusão dos três blocos comerciais numa única REC com o objectivo de acelerar a realização da Comunidade Económica Africana. Neste sentido, a Cimeira dirigiu o Grupo de Trabalho Tripartido composto dos Secretariados das três RECs para “desenvolver um roteiro para a implementação desta fusão para consideração na sua próxima reunião.” por Munetsi Madakufamba Passo Gigantesco rumo Ao mercado único da SADC-COMESA-EAC POLÍTICA 3 AGRICULTURA 4 ELEIÇÕES 5 ENERGIA 6-7 BREVES DE NEGÓCIOS 8 AMBIENTE 9 GÉNERO 10 EVENTOS 11 HISTÓRIA HOJE 12 4 6 continua na página 2

Ao mercado único da SADC-COMESA-EAC · Reafirmando o cometimento da África Austral ao processo de cooperação tripartida, o presidente da SADC e Presidente sul-africano, Kgalema

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Page 1: Ao mercado único da SADC-COMESA-EAC · Reafirmando o cometimento da África Austral ao processo de cooperação tripartida, o presidente da SADC e Presidente sul-africano, Kgalema

TRÊS BLOCOS económicos regionais tomaramum passo gigantesco rumo ao objectivo concebidohá muito sobre uma Comunidade EconómicaAfricana, aprovando o estabelecimento expeditode uma alargada Zona de Comércio Livre (ZCL)consistindo de 26 Estado membro nas três sub-regiões.

Reunindo-se numa Cimeira Tripartida no dia22 de Outubro, em Kampala, Uganda, os líderesdos Estados membro da SADC, do MercadoComum para África Oriental e Austral(COMESA) e da Comunidade da África Oriental(EAC) acordaram sobre o que muitosdescreveram como um importante marco rumo àintegração continental como previsto pela UniãoAfricana (UA).

Segundo o comunicado final, a históricaCimeira Tripartida “concordou sobre um

programa de harmonização de arranjoscomerciais entre as três RECs [ComunidadesEconómicas Regionais], livre circulação dehomens de negócio, implementação conjunta deprogramas de infraestruturas inter-regionais,bem como de arranjos institucionais na base doqual as três RECs podem promover acooperação.”

A Cimeira resolveu começar imediatamente atrabalhar rumo à fusão dos três blocoscomerciais numa única REC com o objectivo deacelerar a realização da ComunidadeEconómica Africana. Neste sentido, a Cimeiradirigiu o Grupo de Trabalho Tripartidocomposto dos Secretariados das três RECs para“desenvolver um roteiro para a implementaçãodesta fusão para consideração na sua próximareunião.”

por Munetsi Madakufamba

Passo Gigantesco rumoAo mercado único da SADC-COMESA-EAC

POLÍTICA 3

AGRICULTURA 4

ELEIÇÕES 5

ENERGIA 6-7

BREVES DE NEGÓCIOS 8

AMBIENTE 9

GÉNERO 10

EVENTOS 11

HISTÓRIA HOJE 12

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continua na página 2

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R e a f i r m a n d o ocometimento da África Australao processo de cooperaçãotripartida, o presidente daSADC e Presidente sul-africano, Kgalema Motlanthe,disse que a região “acreditaque o tempo chegou para aCOMESA, EAC e a SADCrealizarem os nossosrespectivos programas deintegração regional de modo aalargar ainda mais os nossosmercados, alavancar o nossopotencial produtivo, aumentaros níveis do comércio intra-Africano, e melhorar asnossas perspectivas dedesenvolvimento.”

A criação da grande ZCLabrirá fronteiras paraliteralmente metade docontinente, cobrindo toda aregião austral e oriental deÁfrica, do Cabo ao Cairo.Qualquer que seja a medida,será um bloco económicoformidável com um ProdutoInterno Bruto (PIB) combinadode US$625 biliões.

Com uma combinadapopulação de 527 milhões, agrande ZCL coloca os Estadosmembro numa posição forte deresponder efectivamente àintensa competição global etransformará o bloco económicomais atraente ao investimentodirecto estrangeiro.

“O processo que iniciamoshoje marca um passo históricorumo à realização das nossasobrigações sob o quadro da UAe o Tratado de Abuja sobreintegração continental, quereconhece que as RECs sãoblocos de fundação daComunidade EconómicaAfricana,” disse Motlanthe, quedirigiu-se à Cimeira na suacapacidade de presidente da

SADC.A Cimeira foiconsiderada histórica

dado que pelaprimeira vez desde onascimento da UA,três dos oito

oficialmente reconhecidosblocos de fundação chave daComunidade EconómicaAfricana reuniram-se sobrecomo integrar os seus separadosprogramas num programaglobal coerente dentro doquadro do Tratado de Abuja,que estabelecer a comunidadeeconómica continental.

Sobre as modalidades, aCimeira Tripartida dirigiu astrês RECs a levarem a cabo umestudo incorporando, entreoutras questões, odesenvolvimento de umroteiro dentro de um períodode seis meses para oestabelecimento de uma ZCL,tomando em consideração oprincípio de variabilidadegeométrica; o quadro legal einstitucional a fortalecer aZCL; e as medidas parafacilitar a circulação de pessoasatravés das RECs.

A Cimeira acordou aindasobre um Conselho de MinistrosTripartido a ser convocadodentro de 12 meses paradeterminar o calendário para oestabelecimento da ZCL única,enformado pelos resultados doestudo.

Sobre questões multilaterais,a Cimeira Tripartida ordenouaos presidentes do Conselho deMinistros das três RECs para“assegurar que os Secretariadosparticipem, coordenem eharmonizem posições dasnegociações dos Acordos deParceria Económica (EPA).”

A mesma abordagem podeser aplicada à outrasnegociações multilaterias,incluindo a Ronda de Dohasobre Desenvolvimento daOrganização Mundial deComércio.

Na área do desenvolvimentode infraestrutura, a Cimeiralançou a Autoridade Mista deCompetição (JCA) sobre aLiberalização do TransporteAéreo que “dirigirá a completaimplementação da Decisão deYamoussoukro sobre o

Transporte Aéreo nas três RECscomeçando em Janeiro de2009.”

Segundo o comunicado, aJCA consiste de sete membros,dois cada para a EAC,COMESA e SADC, mais umpresidente numa base rotativa.

Os líderes ordenaram às trêsRECs para colocarem em lugar,dentro do período de um ano,programas conjuntos para aimplementação de:✦ um único alto espaço aéreosem barreiras;✦ uma Rede inter-regional deTIC de Infraestrutura de BandaLarga acelerada, sem barreiras;e ✦ uma política harmonizadae quadro regulatório queg o v e r n a r á a s T I Ce desenvolvimento deinfraestrutura nas três RECs.

Dentro do mesmocalendário, espera-se que asRECs “coordenem eharmonizem efectivamente” osPlanos Mestre de TransporteRegional e os Planos Regionaisde Investimento Prioritário deEnergia, bem como dos PlanosMestre de Energia das trêsRECs.

Ordenou-se aos trêssecretariados a trabalharemnum mecanismo conjunto definanciamento e implementaçãopara o desenvolvimento deinfraestrutura, dentro de umano.

Com relação ao quadro legale institucional, um Memorandode Entendimento (ME) seráelaborado para a aprovação doConselho de Ministros de cadauma das três RECs, dentro deum período de seis meses. OME, que cobrirá em geral acooperação e integração inter-regional, definirá os poderes decada nível de tomada dedecisão.

A Cimeira acordou sobreuma Cimeira Tripartida dosChefes de Estado e Governoreunir-se-á uma vez em cadadois anos.

A nova medida na integraçãoregional irá resolverpermanentemente o velhoproblema de sobreposição deafiliações, que tem dado doresde cabeças à medida em que astrês RECs caminham rumo àuma maior integraçãoeconómica.

Tecnicamente, um país nãopode pertencer a mais de umaUnião Aduaneira. NumaUnião Aduaneira, os membrosacordam, entre outrasquestões, em cobrar uma tarifaexterna comum à paísesterceiros.

Mas a COMESA, EAC e aSADC atingiram todos osestatuto de ZCL, e encontram-seem vários estágios deestabelecer Uniões Aduaneirasseparadas.

A EAC está mais avançadadas três RECs, tendo já lançadoa sua União Aduaneira,enquanto a COMESA planeiater a sua até Dezembro de2008.

A SADC lançou a sua ZCLem Agosto de 2008 e planeiacriar uma União Aduaneira até2010.

Se implementados comsucesso, as decisões da CimeiraTripartida resultarão nas trêsRECs agrupar-se numa únicaZCL com o objectivo finalde estabelecer uma únicaUnião Aduaneira, umdesenvolv imento queparcialmente satisfaria a metado tratado, estabelecendoa Comunidade EconómicaAfricana.

O tratado estabelecendoa Comunidade EconómicaAfricana, popularmenteconhecido por Tratado deAbuja, foi assinado em 1991pelos líderes da Organizaçãoda Unidade Africana, apercursora da UA. O tratadoprevê uma zona económicacontinental até 2028,gradualmente construídosobre a fusão das muitas RECsno continente africano. ❒

2 SADC HOJE Dezembro 2008

Passo Gigantesco rumo

ao mercado único da SADC-COMESA-EAC continuação da página 1

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O ROTEIRO da SADC sobreenergia adoptada nos iníciosde 2008 por ministrosde energia é o último planodirec tór io para umarecuperação acelerada daactual devastadora escassez deenergia e está centrado sobre areanimação da rede regional deplanificação de energia.

Com algumas daseconomias em mais rápidaexpansão, a região da SADCesgotou a capacidadeexcedentária de energia, umasituação que tornou-se maisevidente em 2007, como tinhasido previsto de forma precisapelo Grupo de Energia daÁfrica Austral (SAPP) há maisde uma década.

Desde Fevereiro de 2008, ademanda combinada deelectricidade da SADC era de47,067MW em relaçãocapacidade disponível de43,518MW.

O roteiro de recuperaçãoenergéticaO Plano de RecuperaçãoEnergética da SADC contémprogramas e actividadespriorizadas cobrindo o sector deenergia a ser revisto numa baseanual.

Após uma reunião deemergência do GrupoMinisterial de Energia sobre aImplementação do Programado Sector de Energia emBotswana, em Fevereiro de2008, e mais tarde a ReuniãoMinisterial sobre Energia naRepública Democrática doCongo (RDC) em Abril, osEstados membro da SADCacordaram:o integrar a conservação de

energia; o criar ligações regionais de

energia; o adoptar um Plano de

Conservação de BiomassaEnergética e;

o executar um Programa deCapacidade de Utilização daEnergia Excedentária.

Na sua reunião na RDC, osministros de energia tambémnotaram a importância dereavivar o Programa dePlanificação Energética eFormação de Gestão Ambiental.

Avaliação de projectos regionais de energia

Um comité permanente daSAPP que reuniu-se em Agostode 2008 para avaliar o progressosobre a implementação deprojectos energéticos concluiuque a situação de oferta-demanda de electricidadecontinua sendo instável.Advertiu que a situação podiater um impacto sobre a agendade integração regional daSADC, cuja sucedidaimplementação depende muitosobre a disponibilidade desuficiente energia e outrasinfraestruturas de serviço.

Ademais, um comité derevisão estabelecido peloSecretariado da SADC emconjunção com a SAPP tambémdisse em Setembro que muitosdos projectos de geração etransmissão que foraminiciados em 2005 não tinhamsido concluídos à tempo.

O comité atribuiu o vagarosoprogresso aos constrangimentosfinanceiros resultando de baixastarifas, políticas nacionais nãoapropriadas e falta de vontadepolítica da parte de algunsEstados membro.

O Gestor do Centro deCoordenação da SAPP,Lawrence Musaba, disse que aestrutura de políticas daindústria de electricidade naregião tem um impacto sobre odesenvolvimento do sector epor conseguinte, apelou parauma revisão imediata de taispolíticas.

Musaba disse que quando oPlano Regional de RecuperaçãoEnergética for à sua revisãoanual em Fevereiro de 2009, osEstados membro precisam detomar em conta a necessidadede urgentemente abordar a falta

de uma política regional nosector de energia.

A SAPP recomendou que em2009 os Estados membroprecisam de rapidamenteimplementar projectos de curtoprazo que encontram-seactualmente atrasados.

Conforme demonstradopelo relatório da SAPP doestatuto do meio ano naCimeira da SADC, em Agosto,a implementação dos projectosde geração e transmissão decurto e longo prazoencontravam-se atrasados porum e dois anos.

Projectos energéticos regionaisprioritáriosOs projectos regionais degeração que precisam deatenção urgente incluem o Inga-3 e o Inga Grande-Fase 1 comum potencial total decapacidade de geração de9,500MW.

O projecto de transmissão einter-conexão WESTCOR é umaoutra iniciativa regional quecontinua atrasado.

O projecto foi concbidoatravés de in ic ia t ivascombinadas do Secretariado da

SADC e companhias deelectricidade da África do Sul,Angola, Botswana e Namíbia em1996, mas quase nada aconteceupara que seja realidade.

Contudo, outros projectosnacionais ou bilaterais que seespera melhorem a fiabilidadede sistemas de energia eaumentarem a troca de energiaestão quase completos,esperando-se que alguns osejam nos finais de 2008.

Estes incluem um inter-conectador de 600MW entreRDC-Zâmbia, um inter-conectador de 300MW entreMalawi-Moçambique, um inter-conectador de 400MW entreZámbia-Tanzania-Quênia eoutros pequenos projectoshidroeléctricos espalhados pelaregião.

Desafios e constrangimentospara 2009A SADC continua a enfrentarum número de desafios nosector de energia apesar deactuais esforços em lidar com aescassez. Apagões e restriçõesprevalecem em alguns Estadosmembro, enquanto ocrescimento económico empaíses como a Angola e Zâmbiairão inevitavelmente a colocarexigências da capacidadedisponível.

Segundo a SAPP, o processode consolidação e actualizaçãode informação sobre programasde energia da SADC quealinham-se aos planos regionaisde longo prazo requer maissuporte técnico e recursoshumanos do que se tinhaprevisto:o Inabilidade de estruturas de

políticas nacionais paraconformarem com asrecomendações do GrupoMinisterial feitas ao nívelregional;

o Recursos f inance i rosd e s a j u s t a d o s p a r aimplementar os projectos e;

o Infraestruturas e recursoshumanos desajustados. ❒

Dezembro 2008 SADC HOJE 3

POLÍTICA

Revisão do Progresso sobre a Estratégiade Recuperação Energética da SADC

Fortalecendo os gruposregionais de energia

SEGUNDO A AssociaçãoRegional de Regulamentaçãode Electricidade (RERA),existe uma necessidade decomeçar um processo queculminará com padrõescomuns de electricidade nocontinente e ajuntar osgrupos regionais de energiacomo parte de uma soluçãopara a actual escassez deenergia.

A medida visa acelerar opasso da inter-conexãoatravés das fronteirasnacionais, que tem sidoemperrado pela existência dediferentes padrões nos váriospaíses. ❒

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A REVIRAVOLTA no Malawi,de um país deficitário emalimentos para um produzindoexcedentes cereais e vencendodéfices alimentares demonstraque os países regionais podemter capacidade para teremsegurança alimentar seaplicarem políticas correctas.

O programa de subsistênciacereal que foi introduzido em2005 viu o governo a aumentara provisão de sementes demilho e fertilizantes parapequenos camponeses em maisde 75 porcento.

Como resultado, o Malawitriplicou a produção de milhode 1.2 milhões de toneladaspara 3.4 milhões de toneladasna época agrícola de 2007/2008.

A política de intervenção dogoverno - uma re-introdução desubsídios de fertilizantes esementes que começou em 1999 -é profundamente apoiado peloPresidente malawiano, Bingu waMutharika, que também servecomo Ministro da Agricultura.

Começando em 2005, ogoverno distribuiu senhaspara pequenos camponesespermitindo que comprassemdois sacos de fertilizantes de 50quilos, equivalente a US$7, umquinto do preço do mercado.

Acrescido a isso, o governoprovidenciou senhas para acompra de sementes suficientespara o plantio de meio acre cada.Como resultado, a média deprodução dos camponesesaumentou para duas toneladaspor hectare de 0.8 toneladas em2015.

Na época agrícola de2007/2008, o programa desubsídios custou ao governoUS$62 milhões ou 6.5 porcentodo seu orçamento total.

O programa foi inicialmentecriticado por economistas e

agências multilateraisque argumentaram quea expansão de subsídios

podia piorar odéfice orçamental ecriar distorções nomercado.

Mas os recentes sucessos deMalawi em virar o sector daagricultura e assegurando asegurança alimentar do paístem confundido os críticos. Defacto, o aumento fenomenal daprodução de milho poupouao país US$120 milhõesanuais que tinha gasto em2005 importando ajudaalimentar.

Como destacado pelo vice-Ministro de Agricultura doMalawi, Frank Mwendifumbo,a importante lição para osfazedores de políticas na regiãoé de que os subsídiosgovernamentais são necessáriospara o crescimento na agrícola.Tal intervenção está em linhacom a Declaração da SADCsobre Agricultura e Segurança

Alimentar que foi adoptadapelos Estados membro daSADC na Tanzania.

Dentre os objectivos a médio elongo prazos, os líderes da SADCacordaram em assegurar quetodos os Estados membroprogressivamente aumentar aalocação de financiamentoagrícola em pelo menos dezporcento dos orçamentosnacionais dentro de um períodode cinco anos.

Na época agrícola de2008/2009, o Malawi planeiagastar US$186 milhões numambicioso programa desubsídios de insumos agrícolaspara 1.7 milhões de camponeses,anunciaram recentemente asautoridades agrícolas. ❒

AGRIC

ULT

URA

Programa malawiano de subsistência cerealfortalece segurança alimentar

MOÇAMBIQUE VISA lideraruma “revolução verde” naÁfrica sub-Sahariana, usando aciência e inovação paramelhorar as variedades deculturas e aumentar a produção.

Inaugurando, em Setembro,um conferênc ia sobreBiotecnologia, Fomento eSistemas de Sementes paraCulturas Africanas, em Maputo,Moçambique, o Ministromoçambicano de Ciência eTecnologia, Venâncio Masingue,declarou que precisa-se uma“revolução verde” paradesenvolvimento na região.

“Incorporando a ciência naagricultura em Moçambique échave para a modernização daeconomia e prover empregos nazonas rurais e urbanas. Esta é arazão porque a ciência melhoraas vidas das pessoas,” disseMassingue.

Ele disse que a tentativa dopaís em fazer uma “revoluçãoverde” pode ser possível se oscientistas fomentar variedades deculturas de alto rendimento paraaliviar a fome nas zonas rurais.

Moçambique alocou maisde US$30 milhões para adistribuição de sementes e

fertilizantes, e o governo estáolhando para parcerias dosector privado para alargar oprograma de sementes.

O Presidente moçambicano,Armando Guebuza, declarou queo seu governo está caminhandorumo à “revolução verde” paraaumentar e diversificar aagricultura e aumentar aprodução de alimentos.

Calisto Bias, Director doInstituto Nacional de Pesquisa

Agrícola de Moçambique, disseque a pesquisa desempenhaum papel importante nodesenvolvimento e promoçãode novos produtos agrícola.

“O uso de sementesmelhoradas é quase baixa emMoçambique e África em geral.As empresas de sementessempre queixam-se dopequeno mercado comparadocom o custo de produção,”disse Bias. ❒

UM PROGRAMA de seis anosvisando melhorar o rendimentodos camponeses angolanos e oacesso aos mercados recebeuuma concessão de US$6.4milhões da Fundação Bill eMelinda Gates.

O projecto, que será geridopelo governo angolano, esperaabrir novas oportunidades demercados para os camponesesrurais em Angola.

O projecto PRORENDA,como será conhecido, é umainiciativa única concebido parabeneficiar pequenos camponesesno planalto central de Angola, 60

porcento dos quais diz-se seremmulheres, incluindo viúvas deguerra e mulheres chefes defamílias vulneráveis.

Os beneficiários tambémincluem pessoas com deficiênciasrecebidas durante o conflito civilangolano de 27 anos,

Ligando pequenoscamponeses do planalto centralpara grandes mercados urbanosde culturas como batatas,cenouras e cebolas, o projectoprocura aumentar osrendimentos de mais de51.000 famílias de pequenoscamponeses. ❒

Moçambique visa liderar “revolução verde”

Projecto agrícola rural de Angola recebeinjecções financeiras

Maize production in Malawi 1998-2008

Source: Government of Malawi

Maize production in Malawi 1997-2007

Source: Government of Malawi

4 SADC HOJE Dezembro 2008

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O B S E R V A D O R E SELEITORAIS louvaram acondução das eleiçõespresidenciais de 30 de Outubrona Zâmbia, dizendo que op r o c e s s o e s t e v e e mconformidade com os padrõesregional e internacional.

A Missão de ObservaçãoEleitoral da SADC (SEOM),liderado pelo PermanenteSecretário de Defesa daSuazilândia, John Kunene, disseque as eleições foram “pacíficas,livres e transparentes” ereflectiram a vontade do povozambiano.

“É o ponto de vista global daSADC que as eleições foramconduzidas de uma formaaberta, transparente eprofessional,” disse Kunene.

“Não foram observadosou reportados actos deintimidação pelo país,”acrescentou Kunene.

A SEOM implorou aosdiferentes partidos políticos aaproximarem-se das relevantesinstituições da Zâmbia parar e s o l v e r e m q u a i s q u e rreclamações.

A SADC louvou ainda aComissão Eleitoral da Zâmbia(ECZ) pela gestão profissionaldas eleições e o cometimentopara produzir resultadose l e i t o r a i s c e r d í v e i s elegítimas.

A União Africana (UA) disseque as eleições foram pacíficas ea contagem dos votos etransmissão dos resultados foic o n d u z i d o d e f o r m atransparente.

O Chefe da missão deobservação eleitoral da UAe Ministro dos NegóciosEstrangeiros das Maurícias, AnilGayan, disse que as eleiçõesforam em conformidade com osprincípios da UA governandoeleições democráticas em África.

“Em geral, as eleições foramlivre, transparentes e justas,”disse a missão da UA, citandopoucos problemas quenecessitam de ser retificadas emfuturas eleições.

As eleições foram ganhas porRupiah Banda, o antigopresidente interino e candidatodo Movimento para aDemocracia Multipartidária(MMD). Segundo os resultadosfinais anunciados pela ECZ no dia1 de Novembro, Banda ganhou apresidência com 40.09 porcentodo voto, seguido de Michael Satada Frente Patriótica (PF) queconquistou 38.13 porcento.

Hakainde Hichilema doPar t ido Unido para oDesenvolvimento Nacional(UPND) ganhou 19.73 porcento,enquanto Godfrey Miyanda doPartido da Herança (HP) obtevemenos de um porcento do voto.

As eleições foi provocadapela morte do incumbente LevyMwanawasa que faleceu emAgosto.

A afluência foi de 45.43porcento, representando 1.8milhões de pessoas de um totalde 3.9 milhões de eleitoresregistados. ❒

Dezembro 2008 SADC HOJE 5

ELEIÇÕES

Eleições zambianas livres e transparentes SADC

Rupiah Banda

O QUARTO presidente da Reúplicada Zâmbia, Rupiah Banda, é umveterano político que está nos serviçospúblicos há mais de 50 anos.

Nascido aos 19 de Fevereiro de1937, Banda esteve entre um grupode jovens líderes do Partido deUnião de Independência Nacional(UNIP) que ganhou a independênciada Zâmbia em Outubro de 1964, soba liderança de Kenneth Kaunda.

Com 27 anos de idade, tornou-se oprimeiro embaixador da Zâmbia noEgipto. Foi um posto significante vistoque Cairo era uma importante capitalafricana durante a liderança dorevolucionári líder egípcio, GamalAbdel Nasser, que fou um apoiantechave das lutas para a independênciada Zâmbia e região.

Banda, um economista deprofissão, recebeu vários postosdiplomáticos, incluindo derepresentante da Zâmbia nas NaçõesUnidas deste os finais dos anos 60 atéaos princípios dos anos 70.

Em 1975, foi nomeado Ministrodos Negócios Estrangeiros porKaunda num período crítico dahistória da África Austral, numa

PERFILRupiah Banda, Presidente da Zâmbia

altura quando Moçambique e Angolaganhavam a sua independência.

Entre 1982 e 1986 serviu como opresidente do Conselho das NaçõesUnidas sobre a Namíbia, que eraefectivamente o governo da Namíbiaenquanto a questão do disputadomandato da África do Sul sobre oterritório estava sendo resolvido.

Em 1988, foi de novo eleitodeputado do parlamento e serviu naAssembleia Nacional até 1991,quando o governo da UNIP perdeuas primeiras eleiçõesmultipartidárias da Zâmbia.

Em 1994, foi nomeado Ministrodas Minas do Estado e mais tardetornou-se Governador Sénior deLusaka em 1998.

Demitiu-se da política em 2002para juntar-se ao sector privado, mas

foi chamado de volta para o posto device-Presidente pelo falecidoPresidente Levy Mwanawasa apósas eleições presidenciais de 2006.

Banda foi eleito no dia 15 deSetembro como candidatopresidencial do seu partido, oMovimento para a DemocraciaMultipartidária (MMD), para aseleições de 30 de Outubro que eleganhou em frente aos outros trêscandidatos. ❒

O N O V OPRESIDENTE daSADC é KgalemaMotlanthe, oPresidente interino daÁfrica do Sul e vice-Presidente do partidono poder, o CongressoNacional Africano(ANC).

U m a n t i g osindicalista e anterior SecretárioGeral do ANC, Motlanthe já de umsignificativo contributo para o seupartido e país.

Nascido aos 19 de Julho de 1949em Joanesburgo, Motlanthe passou amaior parte da sua vida juvenil noSoweto organizando contra aadministração do apartheid.

Nos anos 70, enquantotrabalhando na Câmara deJoanesburgo, foi recrutado para oUmkhonto we Sizwe - o braçoarmado do ANC.

Em Abril de 1976, foi preso poravançar os desígnios do ANC e foidetido sem julgamento por 11 mesesna Prisão de John Vorster emJoanesburgo.

Em 1977, foi condenadopor três acusações sob a Lei doTerrorismo e sentenciado à 10 anosde cadeia efectiva na Ilha deRobben.

Após a sua soltura em1987, foi ordenado afortalecer o sindicatodo movimento .Motlanthe trabalhoupara o SindicatoNacional dos Mineiros(NUM) em frente àeducação.

Quando o ANC foilegalizado em 1990,

Motlanthe recebu ordens de re-estabelecer as estruturas legais dopartido.

Em 1977, foi eleito SecretárioGeral do ANC e foi re-eleito em2002. Dentre muitas questões, assuas responsabilidades incluíram odesenvolvimento das relaçõespartido-partido na região da SADC.

Ele foi eleito vice-Presidente doANC em Dezembro de 2007 na LIIªaConferência Nacional do partido,em Polokwane, e em Julho de 2008foi nomeado Ministro naPresidência da República da Áfricado Sul, antes de tornar-se Presidenteinterino, em Setembro, após oincumbente, Thabo Mbeki, ter sidodestituído pelo partido.

A África do Sul acolheu a Cimeirados Chefes de Estado e Governo daSADC em Agosto de 2008, após tersido eleito presidente da comunidaderegional para o ano segunte. ❒

PERFIL Kgalema Motlanthe, Presidente da Áfricado Sul e Presidente da SADC

Kgalema Motlanthe

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Tempo para África domesticar o grande potencial hidro-energético

Zâmbia, Banco Mundial assinam um acordo de energia de US$75.5 milhões

REPRESENTANTES DEPAÍSES participantesda XXª Sessão doSimpósio HidroeléctricaAfricano realizado naZâmbia apelaram aosgovernos africanos paradomesticarem o seupotencial hidro-energético,visto ser barata e limpa.

Segundo Lusaba Musaba,o Gestor do Centro deCoordenação do Grupo deEnergia da África Austral(SAPP), a África tem umpotencial de hidro-capacidade combinado demais de 1,759,000 gigawatts(GW) por ano, o suficientepara fornecer energia à todoo continente masinfelizmente apenas 4.3porcento está sendoexplorado.

O simpósio ouviu daSAPP e da AssociaçãoRegional dos Reguladoresde Electricidade (RERA) deque para se lidar com osdéfices regionais de energiae parar-se com mais declíniopara o ambiente, deve-sepesquisar e explorar fontesde energia alternativa.

Uma fonte de energiarenovável é hidroeléctricaque envolve usar a águapara mover as turbinas, egerar electricidade limpa ebarata.

Com sete dos maioressistemas de risos (Congo,Limpopo, Níger, Orange,Senegal e Zambeze), aÁfrica detém 10 porcento dopotencial hidro-energéticomundial, mas tem apenasexplorado uma pequenaparte da sua capacidade, osimpósio ouviu.

A RERA enfatizou que asmudanças climáticas, aprocura de nergia maislimpa e a necessidade de

África por umfornecimento constante deenergia sublinham anecessidade de seaumentar o investimentono sector hidroeléctrico, aomesmo tempo que se tomaem consideração as amplaspreocupações ambientais,económicas e sociais.

O simpósio, que visa apartilha de experiênciasentre governos e o sectorprivado, tenciona agruparrecursos e acelerar acooperação regional nosector de energia entre ospaíses africanos.

Na cerimónia deabertura, o Ministro deEnergia e Desenvolvimento

O GOVERNO zambianoassinou um acordo definanciamento de US$75.5milhões com o BancoMundial visando aumentaro acesso à electricidadenuma altura em que aregião continua a enfrentarescassez de energia.

Segundo Ng'andauMagande, o Ministro dasFinanças da Zâmbia, “ofinanciamento melhoraráos projectos de geração deenergia da Zâmbia que

procuram aumentar ofornecimento de electrici-dade para todas as partesdo país, com maior ênfasesobre as zonas rurais.”

Magande disse que aimplementação efectiva doprojecto de electrificaçãorural em curso, bem comode novos projectos degeração precisa de serapoiado por tarifas custo-reflexivos para assegurara eficiência operacionaldas empresas de energia,

tais como a Companhiade Fornecimento deElectricidade da Zâmbia(ZESCO).

O projecto verá o BancoMundial e a FacilidadeGlobal Ambienta l aproverem US$33 milhões eUS$4.5 milhões, respectiva-mente, com a UniãoEuropeia a providenciarmais US$15 milhões,enquanto o governo zam-biano injectará US$12 mil-hões no projecto. ❒

das Águas da Zâmbia,Kenneth Konga, apeloupara re-fortalecimento dacooperação entre os paísesda região, visandofortalecer a coesão rumo aodesenvolvimento deenergia regional.

As discussões nasconferência deste anocobriram tópicos tais como aescassez de energia naregião, uma avaliação doprogresso sobre os actuaisprojectos, os planos para seestabelecer um único grupode energia para ocontinente, lições e desafiosde novas tecnologias deenergia, e partilhandoexperiências, entre outros.

Antes da conferência,um painel das empresasregionais de electricidadereuniu para reveras ques tões chaverelacionadas com aexploração dos recursoshídricos e energéticos,financiamento e impactoambiental e social.

O painel notou quea hidro-energia temsido tradicionalmentefinanciado com fundospúblicos e por conseguinte,r e c o m e n d o u oenvolvimento do sectorprivado visto o continenteestar a enfrentar umaescassez de fundos públicos.

O painel também apeloupara o desenvolvimentode es tações mini -hidroeléctricas que têem opotencial de fornecerenerg ia bara ta àscomunidades rurais.

Há muita hidro-energiana África Austral e Orientalonde a disponibilidade dechuvas adequadas e oterreno cria um básicopotencial natural paraexploração.

O Norte de África tem23 porcento da hidro-energia do continente, a

por Richard Nyamanhindi

E1

Vastas fontes de água e reservatórios na SADC, tais como a Barragem de Vaalem Gauteng, África do Sul, fornecem grande potencial hidro-eléctrico

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Angola vai aumentar a produção depetróleo em 2009

Energia renovável da África atrai atenção

Energia solar traz esperança para clínicasrurais em Madagáscar

África Ocidental tem 25porcento, enquanto aÁfrica Oriental e Australtêem 52 porcento.

Exemplos de grandesprojectos hidroeléctricos naÁfrica Austral incluema estação hidroeléctrica deInga na RepúblicaDemocrática do Congo(RDC), de que se espera docomeço da construção dafase três em 2009, ao custode US$3.6 biliões.

Acredita-se que o projectodas Cataratas de Inga é amaior iniciativahidroeléctrica no mundo e,espera-se que quandoestiver a operar em plenacapacidade suplante aCahora Bassa deMoçambique, actualmenteuma das maiores estaçõeshidroeléctricas da África,produzindo uns estimados2,500MW.

O u t r o s p r o j e c t o shidroeléctricos na ÁfricaAustral incluem a Kariba(partilhada pela Zâmbia eZimbabwe), a Depressãode Kafue na Zâmbia,Kidatu na Tanzania,Maguga na Suazilândia, eo projecto de energia deBethlehem na África doSul, entre outros. ❒

O POTENCIAL para odesenvolvimento deenergia renovável emÁfrica está crescendo vistoambos os investidores elíderes regionais procuramuma nova fronteira deenergia limpa.

Segundo o BancoAfricano deDesenvolvimento (BAD), ocontinente pode tornar-seuma “mina de ouro” deenergia renovável devidoaos abundantes recursossolar e eólica.

C o n t u d o , odesenvolv imento daindústria tem sido difícil

pela falta de recursosfinanceiros e pobresinfraestruturas.

Reunindo-se no FórumAfricano de Carbono emSenegal, em Outubro,funcionários da UniãoAfricana (UA), o BAD, eempresas de electricidadepartilharam estratégias paraprojectos de “Mecanismosde Desenvolvimento Limpo(CDM)” no continente, taiscomo iniciativas de reduçãode gases de efeito de estufa.

O enfoque da reuniãoesteve centrado sobre apossibilidade de futurosprojectos de CDM sob um

acordo anterior aoProtocolo de Quioto.

Mesmo assim, a Áfricabeneficiou o menos entretodos os continentes deUS$7 biliões anuais domercado de CDM.

Desde que a UniãoEuropeia começou acomercializar “créditos decarbono” através doss e u s E s q u e m a s d eComerc ia l ização deEmissões em 2005, apenas27 dos 1,156 projectos daCDM inc lu ídos noesquema foram registadosem África.

Um relatório do BADlançado na reuniãoprovidencia mais evidênciado potencial do continente.

A África sub-Saharianatem o potencial de fornecermais de 170 gigawatts(GW) da capacidadeacrescida de geração deenergia - mais de dobro dasactuais instalações da sub-região através de 3,200projectos de energia de“baixo carbono”, tais comoo combinado calor-e-energia, produção deb i o c o m b ú s t i v e i s ,transporte de massas, eeficiência de energia, diz orelatório. ❒

O USO da energia solar naszonas rurais deMadagáscar trouxe alívio àmuitas áreas que estavamantes em desvantagem.

Ainda não conectada àrede nacional, várioshospitais e clínicas ruraistêem sido recentementeequipados com tecnologiasolar para produzir a suaprópria electricidade.

Antes da iniciativaliderado pelo governo de

Madagáscar, os residentesrurais tinham que trazer assuas próprias velas paraserem tratados durante anoite.

Segundo o RelatórioN a c i o n a l d eDesenvolvimento do paísde 2007, apenas trêsporcento da populaçãorural estão ligados àrede nac ional deelectricidade, e 85 porcentodos 17 milhões dehabitantes de Madagáscarvivem no campo.

Um outro problemaenfrentando o país éa infraestrutura queprevine o investimentona electricidade porinvestidores privados naszonas rurais.

Com a nova iniciativa,cada sala na clínica localestá equipada comlâmpadas. Muitas clínicasconseguiram tambémremover os geradores quecostumavam dar energia àrefrigeradores quearmazenam vacinas emedicamentos. ❒

A ANGOLA esperaaumentar a sua produção depretóleo em 2009 para 2.5milhões da barris por dia.

Segundo um comunicadodo governo, o Conselho deMinistro aprovou oorçamento de 2009 baseadonuma projectada produçãode 779 milhões de barris depetróleo.

A Organização dos PaísesExportadores de Petróleo

(OPEP) coloca a actualprodução diária de Angolaem cerca de 1.7 milhões debarris por dia, a maior nocontinente africano.

A Angola juntou-se àOPEP em 2007, fazendo delao mais novo membro daorganização. Este ano aAngola ultrapassou aNigéria como o produtorlíder do petróleo nocontinente. ❒

E2

Angola é o maior produtor depetróleo no continente

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AMBI

ENTE SADC e DBSA assinam ME para arranjo de

projecto de investimento

NEPAD e SADC lançam centrode negócios

A SADC assinou um acordocom o Banco deDesenvolvimento da ÁfricaAustral visando aumentar acapacidade de produzirprojectos que possam atrairinvestimentos.

Este é o primeiro passo rumoà Preparação de Projectose Desenvolvimento deInfraestrutura da SADC(PPDF), a ser estabelecidodentro do contexto do Fundo deDesenvolvimento Regional,como um instrumento parafinanciar a cooperação regionale integração de projectos.

Espera-se que a PPDFfortaleça a preparação deprojectos viáveis deinfraestrutura regional ealavancar o abundante capitalpara projectos disponível

na região através dodesenvolvimento da capacidadepara identificação, preparação edesenvolvimento de projectos.

O Memorando deEntendimento (ME) foi assinadopelo Secretário Executivo daSADC, Tomaz Augusto Salomão,e Paul Baloyi, Chefe Executivodo DBSA.

As partes disseram que oobjectivo do ME é de clarificar osprincípios, papeis e áreasfuncionais de cooperação entre oSecretariado da SADC e o DBSAcom relação ao alojamento eimplementação da SADC PPDF.

“Assegurará que os projectossejam bancáveis e atraentres aosinvestidores, e por conseguintemelhorarem o estado deinfraestrutura na região,” umcomunicado da SADC disse.

O próximo passo é de colocarem lugar um quadro apropriadopara a gestão do arranjo, a SADCdisse, acrescentando que osEstados membro em colaboração

A FUNDAÇÃO de Negócios daNEPAD manteve conversaçõescom líderes de negócios na regiãoda SADC para consolidar oenvolvimento do sector privadono desenvolvimento regional econtinental.

Através do Centro deNegócios NEPAD-SADC, as duasorganizações esperam aumentara participação do sector privadoao nível regional.

“Esta consolidação em centrosde negócios regionais permitirá aSADC agrupar e engajar emrelações comerciais respeitáveis eestabelecer termos comerciaisfavoráveis para ambas as partes eter um parceiro formidável que ébom para reciprocidade,” disseReuel Khoza, presidente da NBF.

O centro misto de negócios:o Assegurará o papel do sector

privado no desenvolvimentodo crescimento económico na

região.o Abordará os actuais desafios na condução de

negócios na região.o Promoverá os fluxos

de comércio einvestimento.

o Reforçará o papel do sectorprivado para as relevantespolíticas comerciais eeconómicas.

o Fortalecerá a integraçãoregional. ❒

Inflação atinge dois dígitos emmuitos países da SADC

DADOS DA INFLAÇÃOdurante o terceiro trimestreatingiram dois dígitos em muitospaíses da SADC, principalmentedevido ao aumento de custos deelectricidade, combustível,alimentos e de habitação.

A principal inflação daÁfrica do Sul subiu para 13porcento em Agosto, um poucoacima do previsto pelo BancoCentral sul-africano. A subidaanual da inflação acelerou de11.6 porcento em Julho.

A mesma tendência afectou ainflação na Zâmbia, atingindo13.2 porcento em Agosto, 0.6porcento mais alto que a taxa deJulho de 12.6 porcento.

Comparado o mesmo períododo ano passado, a taxa anual deinflação aumentou em 2.5pontos percentuais, de 10.2porcento.

A inflação do Botswanaacelerou para uma taxa de ano-a-ano de 15 porcento em Agosto àmedida que os custos detransporte e alimentos aumentou.Segundo o Escritório Central deEstatísticas em Gaborone, ainflação aumentou de 14.6porcento em Julho.

Poucos países na região,incluindo Angola, Malawi,Namíbia e República Unida daTanzania, continuam a gozar detaxas de inflação de um dígito. ❒

África do Sul e Venezuela assinam umgrande negócio de energia

Estudo de viabilidadesobre a linha férreaZâmbia-Angola

ÁFRICA DO SUL e Venezuelaassinaram um grande negóciode petróleo que poderá reduziro custo de combústivel naÁfrica do Sul e região.

Embora não haja detalhesdisponíveis, o negócio poderáincluir planos para a Venezuelafornecer crude a taxas preferen-ciais à companhia estatal depetróleos da África do Sul,PetroSA.

A Venezuela está disposta aexplorar a tecnologia pioneirada África do Sul sobre gás-para-líquido, ao mesmo tempo que aPetroSA procura investir naexploração e produção depetróleo em Venezuela.

O Presidente venuzuelano,Hugo Chavez, disse que o seupaís está interessado em usar acapacidade de armazenamentoda África do Sul de cerca de 45milhões de barris e ajudar a

O GOVERNO ZAMBIANOassinou um Memorando deEntendimento com firmas locaise internacionais para revisitar aconexão para a linha férrea deBenguela.

A Corporação de EngenhariaFérrea da China, o Grupo AYRda Austrália e os Caminhos deFerro Trans-Zambezi Ltd, umacompanhia zambiana, vão levara cabo um estudo de viabilidadesobre a construção de um troçode 750 quilometros de linhaférrea de Chingola à Solwezipara ligar a linha férrea deBenguela, em Jimbe, Angola.

O presidente da Trans-Zambezi, Kapembe Nsingo,disse que o estudo deviabilidade deverá começar noúltimo trimestre de 2008.

O ME visa mobilizar fundospara a construção de uma linhaférrea a partir do cinturão decobre através da província doNoroeste à Jimbe. O governoretirou a licença para aconstrução da linha férrea aosCaminhos de Ferro do Noroestedevido ao alegado passo lentoem iniciar o projecto. ❒

expandir a sua capacidade derefinamento.

Com o mundo a enfrentarpreços instáveis de petróleo,Chavez disse que é imperativoque as nações do Sul se unamem volta de “uma nova agendaestratégica para conduzir umaverdadeira mudança estratégicanas relações internacionais.”❒

com a DBSA examinarãourgentemente o quadroapropriado com vista a ter oarranjo a funcionar em plenoantes do final de 2008. ❒

8 SADC HOJE Dezembro 2008

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UM NOVO relatório regional aser lançado pela SADCfornecerá uma profunda análiseintegrada do ambiente daÁfrica Austral.

O Panorama Ambiental daÁfrica Austral avaliará o actualestado do ambiente na região, ereflecte as tendências nasúltimas décadas.

O relatório destaca asquestões ambientais chaveemergentes na África Austral, etambém apresenta um conjuntode cenários futuros para aregião.

“A SADC reconhece que osrecursos naturais são críticas aodesenvolvimento regional eerradicação da pobreza e porconseguinte, 'utilizaçãosustentável de recursos naturaise protecção efectiva doambiente' plasmados noTratado da SADC”, diz oSecretário Executivo da SADC,Tomáz Augusto Salomão, noseu preâmbulo ao livro.

“Em linha com o Tratado, oPlano Indicativo Estratégico deDesenvolvimento Regional(RISDP) apela para uma regularavaliação, monitoria ereportagem ambiental paraobjectivos de analisartendências regionais.”

“A importância dasustentabilidade ambiental naregião da SADC está tambémreflectido em muitos acordosregionais e internacionais aoqual os Estados membro sãoassinantes. Ademais, a naturezacrítica dos recursos naturais àintegração económica, social epolítica foi reconhecida naCimeira da Terra do Rio de1992.”

A preparação do PanoramaAmbiental da África Austral foicoordenada pelo Centro deDocumentação e Pesquisa paraa África Austral (SARDC)através do seu CentroMusokotwane dos RecursosAmbientais para África Austral(IMERCSA), como parte doPrograma de ComunicaçãoAmbiental (CEP), em

colaboração com o Programadas Nações Unidas para oAmbiente (UNEP) e IUCN-União Mundial da Conservaçãoda Natureza.

A SARDC IMERCSA é ocentro de colaboração regionalpara a UNEP na avaliação ereportagem ambiental paraÁfrica Austral, e fornece aavaliação regional para oPanorama Ambiental Africano eo Panorama Ambiental Global.

A preparação do PanoramaAmbiental da África Austral foibaseada num amplo processode auscultação e participação,durante o qual o consenso emvolta das perspectivas eprioridades regionais foiconstruído por volta de umperíodo de 10 anos.

Peritos de organizaçõesespecializadas e instituiçõesnacionais mandatados alevarem a cabo reportagem doestado ambiental foramenvolvidos na produção deinputs, bem como na revisão domanuscrito. Isso ajuda aassegurar o equilíbrio regional ecredibilidade científica numrelatório compreensivo.

O Panorama Ambiental daÁfrica Austral (SAEO) épublicado quase 15 anos após oprimeiro compreensivo Estadodo Ambiente na África Austral,

produzido pelo CEP em 1994, eseis anos mais tarde após umrelatório sobre a água, Definindoe Incorporando SustentabilidadeAmbiental na Gestão deRecursos Hídricos na ÁfricaAustral lançado na CimeiraMundial sobre DesenvolvimentoSustentável em 2002.

A SADC planeia produzirrelatórios ambientais com maisfrequência em linha com asmetas do RISDP em intervalosde cinco anos. Espera-se que opróximo relatório reveja operíodo 2005-2010. ❒

Dezembro 2008 SADC HOJE 9

AMBIEN

TE

UM RECENTE encontro deministros do ambiente e desaúde em Libreville, Gabão,terminou com a assinatura eadopção da Declaração deLibreville que compromete osgovernos a tomarem medidaspara estimular políticas,reformas institucionais einvestimentos para optimizar assinergias entre os sectores dasaúde, ambiente e outrosrelevantes.

O site da OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) citaLuís Sambo, o Director Regionaldo Escritório Regional da OMSpara África, a dizer que “aassinatura deste declaraçãohistórica é o primeiro passorumo à salvação de vidas demilhões de pessoas de efeitosnefastos de mudanças noambiente.”

“Trabalheremos juntos napromoção de aliançasestratégicas entre a saúde eambiente. Estou feliz queconseguimos assegurar ocometimento político paracatalizar as mudançasinstitucionais necessárias para

melhorar a saúde e bem estardas comunidades na região.”

Estima-se que um quarto dototal do peso de doenças nospaíses em desenvolvimento estáassociado com factores de riscoambiental.

Segundo o relatório da OMS,23 porcento ou 2.4 milhões detodas as mortes em 2006, emÁfrica, foram atribuídas àfactores de risco ambiental.

Os factores de riscoambiental ao qual a África estáexposta incluem o fornecimentodesajustado de água,saneamento e higiente, bemcomo uma pobre gestão derecursos hídricos e ambientescom água impura.

A cobertura de água potávele saneamento seguro de Áfricaqueda-se em cerca de 56 e 37porcento da população,respectivamente.

Enquanto houve umamelhoria global na cobertura dofornecimento de água em Áfricadesde 1990, a projectadacobertura regional em 2015continua mais abaixo da metados ODM de 75 porcento. Pelo

que, a vasta maioria dapopulação de africanacontinuará a depender emfontes impuras de água, que osexpõem à continuadacontaminação e poluição.

Cerca de 90 porcento do pesoglobal da malária eschisosomiass afecta a populaçãoda África sub-Sahariana. A cóleraé também uma importantedoença relacionada com águas, etransmitidas por vectores queainda é prevalecente em algumaspartes de África.

O impacto da poluição do arsobre a saúde é visto noaumento de casos de doençasrespiratórias tais como a asma,bronquite e tuberculose.

Segundo o quarto relatórioPanorama Ambiental Global(GEO-4), a África tambémenfrenta desafios associados coma segurança dos químicos. Osfarmeiros africanos usamgrandes quantidades depesticidas químicos, e existemquase 50,000 toneladas deestoques de pesticidas obsoletoscontaminando os solos, água, are alimentos. ❒

Governos africanos comprometem-se a reduzirameaças ambientais à saúde

As interacções entre a atmosfera e a superfície terrestre causa uma variabilidadenos padrões climáticos

Panorama Ambiental daÁfrica Austral 2008

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A APROVAÇÃO desbravadorProtocolo sobre o Género eDesenvolvimento por 12 paísesda África Austral traz consigo anecessidade de ser tomar acçãopor todos os parceiros paraacelerar o empoderamento damulher na região através de umaimplementação acelerada.

Assinado por 11 Estadosmembro na XXVIIIª Cimeira daSADC realizada na África do Sul,em Agosto de 2008, o protocoloé visto como histórico edesbravador na medida em queo empoderamento da mulher naregião diz respeito.

O Madagáscar e as Mauríciasainda não assinaram, masapensaram a assinatura aoprotocolo. O Botswana e oMalawi ainda estão por assinar.

As planeadas iniciativas rumoà implementação do acordoincluem reuniões organizadaspela Unidade do Género daSADC e seus parceiros tal comodesenvolver uma ferramentade monitoria regional quemonitorará e seguirá aimplementação dos cometimentosda igualdade do género feitospelos Estados membro da SADC eoutra para desenvolver guiõespara a implementação da meta de50 porcento de representação damulher na política e tomada dedecisões.

A Aliança do Protocolo doGénero da África Austral,consistindo de organizaçõesnão-governamentais (ONGs)do género e mulher, tem acçõesparalelas complementaresdelineadas num planoconsolidado ainda em forma deproposta. As acções incluemactividades sobre o seguimento,monitoria e avaliação doprogresso rumo à realização dos

objectivos estabelecidos noprotocolo.

Peritos legais e dogénero que participaram

na reunião da Aliançado Protocolo doGénero da África

Austral realizado antes daCimeira da SADC descreveram oprotocolo “como o maisabrangente de qualquerinstrumento sub-regional paraalcançar a igualdade do género.”

Os participantes disseramque era tempo da África Australpara se moverem de ser “umaregião de cometimentos parauma de acção.”

O antigo presidente sul-africano, Thabo Mbeki, queassumiu a presidência da SADCem nome do seu país durante acimeira, disse que a assinaturado protocolo foi uma das maisimportantes decisões que aorganização regional tomoueste ano.

“Este protocolo é importanteporque consolida todas asimportantes políticas eprogramas lidando com aequidade do género. O protocoloajudará a nossa região a avançaro processo da emancipação damulher através de políticas, leis,programas e projectos que osEstados membro têem deimplementar,” disse Mbeki.

Agora que o protocolo foiassinado, o próximo passo éassegurar a ratificação pelosEstados membro para entrar emvigor.

A ratificação do protocoloimplica a prontidão dos Estadosmembro de iniciar aimplementação, que envolve adomesticação da políticaregional em legislação e políticanacional. Para formalizar aratificação, requer-se que o

Estado membro deposite ospapeis legais conhecidos porInstrumentos de Ratificaçãojunto ao Secretariado da SADC.

O processo de ratificação,contudo, pode levar vários anosantes do protocolo receber os doisterços de maioria necessários parater força legal. Isso traz àproeminência a necessidade paraos movimentos do género na

região trabalharem em conjuntocom as maquinarias nacionais dogénero nos Estados membro secedo vai-se alcançar umaratificação, da mesma forma queo fizeram na preparação dahistórica conferência de Pequimem 1995.

No Artigo 40, o pacto dogénero disse que “o protocoloserá ratificado pelos estadossignatários de acordo comtodos os procedimentosconstitucionais.” Todavia, osEstados membro da SADCtêem diferentes prerequisitosconstitucionais para ratificação.

Em alguns países, oprotocolo tem força legal logoque o presidente assinar osdocumentos, enquanto quenoutros requer-se a aprovaçãodo parlamento antes do chefedo estado e governo possaaprovar o acordo internacionalcomo ratificado. ❒

GÉN

ERO Protocolo da SADC sobre o Género: De

compromisso à acção

O ANO de 2008 marca a XVIIIªedição da campanha globalconhecida por “16 Dias deActivismo contra a Violênciabaseada no Género”.

A campanha liga as questõesrelacionadas com a violênciacontra a mulher e direitoshumanos e enfatiza que todas asformas de violência, sejam elasperpetradas na esfera públicaou privada, são uma violaçãodos direitos humanos.

As datas escolhidaspela campanha fizeramsimbolicamente esta ligação - 25de Novembro marca o DiaInternacional Contra ViolênciaBaseada no Género e 10 deDezembro é o Dia Internacionaldos Direitos Humanos.

As actividades da campanhadeste ano foram alargadas por365 dias para o objectivo dedestacar os esforços deorganizar um amplomovimento para os direitoshumanos da mulher e forneceroutros com exemplos de

actividades e estratégias usadaspor indivíduos e organizaçõesdurante a campanha.

Para a campanha dste ano, aUnidade do Género da SADCmobilizou grupos de homem-à-homem para formar uma forteforça masculina para apoiar acampanha e criar equipas deapoiantes masculinos paraparticiparem na campanha emcurso nos vários países daregião.

A presença de homens naluta para o combate da violênciabaseado no género estágradualmente a criar novasvozes visando abordar outroshomens e encorajá-los a re-pensarem as suas atitudes ecomportamento, atacando asquestões críticas sobre amasculinidade eresponsabilidade masculina.

O tema deste ano é “DireitosHumanos para a Mulher -Direitos Humanos para Todos:60 após a Declaração Universaldos Direitos Humanos.” ❒

10 SADC HOJE Dezembro 2008

A SADC junta-se à campamha dos “16 Diasde Activismo Contra a Violência baseada noGénero”

por Patience Zirima

Mecanismos do género na região continuam comprometidos no alcancede uma rápida ratificação e implementação do Protocolo da SADCsobre o Género

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Dezembro 2008 SADC HOJE 11

EVENTO

SDIÁRIO DE EVENTOS Dezembro 2008 Novembro12-14, Tunísia Conferência Económica Africana

Organizada pelo Banco Africano de Desenvolvimento, aconferência agrupa governos e o sector privado paradiscutir a implementação de políticas à luz de crisefinanceira global. A conferência procura encorajar apesquisa e disseminação de informação sobre questõeseconómicas de interesse para o continente.

18 - 19, Botswana Águas Terrestres na Conferência de Iniciativa da Gestão deRecursos Integrada de Águas (IWRM) da SADC A conferência discutirá questões relacionadas com águasterrestres na Região da SADC e traçará estratégias sobrecomo replicar a iniciativa da Gestão de Águas Terrestres daSADC nos processos globais do continente sobre autilização e gestão de águas terrestres. É conjuntamenteorganizado pela SADC, Conselho de Ministros Africanosobre Águas (AMCOW), e Agência Germânica paraCooperação Técnica (GTZ).

29 Nov- 2 Dez, Conferência Internacional sobre Financiamento para o Qatar Desenvolvimento

A Conferência visa avaliar o progresso feito em 2008 nosector financeiro em países em desenvolvimento. Aconferência agrupar representantes de governos dos paísesem desenvolvimento e espera reafirmar os objectivos ecometimentos, partilhar as boas experiências, liçõesaprendidas e identificar obstáculos e constrangimentosencontrados por muitos dos países em desenvolvimento.

Dezembro1, Global Dia Internacional do SIDA

No dia 1 de Dezembro todos os anos a SADC e o resto domundo junta-se para comemorar o Dia Internacional doSIDA. O lema deste ano é “Pare o SIDA. Mantenha aPromessa.”

8-12, Bélgica Reunião conjunta de Funcionários Técnicos e Seniores daSADC-CE sobre EPARepresentantes da SADC e da União Europeia reunir-se-ãopara negociar os Acordos de Parceria Económica quefalharam em trazer aspectos positivos na última ronda emAgosto.

10, Global Dia Internacional dos Direiros Humanos O Dia Internacional dos Direitos Humanos é celebradotodos os anos mundialmente com os activistas a seremliderados pelo Alto Comissário para os Direitos Humanosdo Escritório das Nações Unidas. O dia marca o aniversárioda adopção pela Assembleia da Declaração Universal dosDireitos Humanos em 1948.

15-17, Líbia Conferência de Alto Nível sobre Água para Agricultura eEnergia em ÁfricaA conferência visa desbloquear o potencial da água para odesenvolvimento em África. Mais especificamente, avaliaráos desafios enfrentados pelo sector da agricultura emÁfrica, tomando em consideração as fortes ligações entreenergia e mudanças climáticas. A conferência examinarácom cuidado como o investimento no espaço rural podereverter as tendências para a obtenção de sub-sectores bemequilibrados que compensam os riscos de produção.

A COMUNIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO

DA ÁFRICA AUSTRAL HOJESADC Hoje, Vol 11 No 3 Dezembro 2008

SADC HOJE é produzido como uma fonte de referência das actividades e oportunidadesna Comunidade de Desnvolvimento da África Austral e um guia para os decisores a todosos níveis de desenvolvimento nacional e regional. Os artigos podem ser reproduzidoslivremente nos mida e outras publicações, citando a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIALRichard Nyamanhindi, Patience Zirima,

Patricia Munemo, Bayano Valy, Clever Mafuta, Phyllis Johnson, Shiela Chikulo

ASSESSORA EDITORIAChefe da Unidade das Corporações de Comunicação da SADC

Leefa Penehupifo Martin

TRADUTORBayano Valy

SADC HOJE é publicada seis vezes ao ano pelo Centro de Documentação e Pesquisa daÁfrica Austral (SARDC), para o secretariado da SADC em Gaborone, Botswana como umafonte de conhecimentos fiável sobre a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Oconteúdo considera os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDGs) e a Nova Parceriapara o Desenvolvimento da África, como essenciais ao desenvolvimento da região.

© SADC, SARDC, 2008

SADC HOJE recebe de bom grado contribuições individuais e de organizações na região daSADC sob a forma de artigos, foto, notícias e comentários, bem como artigos relevantes defora da região. É pago um montante padrão pelos artigos, fotos e ilustrações usados napublicação. O editor reserva-se ao direito de seleccionar ou rejeitar artigos, e a editar segundoo espaço disponível.Os conteúdos não reflectem necessariamente as posições e opiniõesoficiais da SADC ou SARDC.

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COMPOSIÇÃO E MAQUETIZAÇÃOTonely Ngwenya

FOTOS & ILUSTRAÇÕESp4; p5MMD, ANC; p7 IRINGallery; p6 SA Tourism;

p9 P Johnson, SARDC; p10 SARDC

ORIGEM & IMPRESSÃODS Print Media, Johannesburg

A correspondência deve ser endereçada à:O Editor, SADC TODAY

SARDC, 15 Downie Avenue, Belgravia, Harare, ZimbabweTel 263 4 791141 Fax 263 4 791271

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Zambian Air ways e Air Zimbabwe.

A SADC Hoje é apoiada pela Ministériodos Negócios Estrangeiros da Noruega

Page 12: Ao mercado único da SADC-COMESA-EAC · Reafirmando o cometimento da África Austral ao processo de cooperação tripartida, o presidente da SADC e Presidente sul-africano, Kgalema

HÁ MAIS de duas décadas, aos 22 deDezembro de 1987, os dois partidos de libertação no Zimbabwe – a UniãoNacional Africana do Zimbabwe (ZANU) e a União Popular Africana doZimbabwe (ZAPU) assinaram um histórico Acordo de Unidade queassegurou a paz e desenvolvimento político.

O então Primeiro Ministro e Primeiro Secretário da ZANU, RobertMugabe, e o líder da ZAPU, Joshua Nkomo, assinaram o Acordo deUnidade parando efectivamente com a instabilidade política que ocorriadesde os inícios da década 80.

O Acordo de Unidade foi significativo porque mostrou que os líderesdos partidos dominantes tinham a capacidade de resolver as suasdiferenças ideológicas e políticas para a nação e região, em geral.

Falando após a ceromónia de assinatura, Mugabe disse que “hoje éum grande dia. É grande porque vimos o casamento em corpo, mente eespírito dos nossos dois partidos.”

“O que estamos a testemunhar é um tremendo golpe contra as forçasde negação, as forças de divisão, as forças da destrução... desejamos quesejam mortos e enterrados para sempre.”

Nkomo acrescentou que o acordo era “o começo da unidade, porquea unidade não é apenas o assinar de documentos, a unidade é o que sesegue.”

O histórico acordo de 1987 não era a primeira tentativa de se alcançara unidade no país; a primeira frente unida foi alcançada em 1896 durantea Primeira Guerra de Chimurenga contra o dominação brança e jugocolonial, quando os líderes Shona e Ndebele colaboraram para resistir adominação colonial.

O acordo foi descrito por Nathan Shamurayira, um historiador e lídernacionalista, como “o esforço final e bem sucedido” para unir a ZANU eZAPU.

A estrada rumo ao alcance da unidade esteve cheia de muitosburracos e deve-se dar crédito à Mugabe e Nkomo pela sua remarcávelfortitude e determinação face às vicissitudes da luta de libertação enegociações nos primeiros anos de independência do Zimbabwe.

A Frente Patriótica foi filho da luta de libertação, e foi formado pelosdois partidos em 1976 para providenciar uma frente conjunta nasconversações de Genebra.

Seguia-se à união dos partidos sob a bandeira do Conselho NacionalAfricano para dar um enfâtico “Não” à Comissão Pearce sobre emendasconstitucionais.

Como foi referido por Kenneth Kaunda, o então presidente daZâmbia, os benefícios derivados do sacrifício ultrapassavam o suor etrabalho árduo ocasionado pelo caminnho espinhoso rumo ao acordod.

As conversações não foram de jeito nenhum alcançadas de dia paranoite, pelo contrário estagnaram ao longo do caminho e foi necessário umremarcável feito de equilíbrio e comprometimento de todos.

Que os líderes que levaram à efectivação do Acordo de Unidadepodiam compreender e acomodar as exigências de um e doutro mereceser louvado.

A extensão da mão de paz foi um acto repleto de sinceridade e da ditavirtude de perdoar.

O legado do Mbeki: Rumo ao empoderamento da África e países do Sul

O LEGADO de Thabo Mbeki foi estabelecido mesmo antes de serPresidente da África do Sul, quando, como vice presidente, eleesclareceu a sua visão do continente e inspirou uma nova geração deafricanos através do continenente com a sua liderança. Falando emnome do Congresso Nacional Africano na ocasião da adopção daConstituição da República da África do Sul pela Assembleia Nacionalem Maio de 1996, na Cidade de Cabo, ele fez um cometimento e umdiscurso que se transformou num roteiro e um clássico. Começa etermina como se segue:

“Numa ocasião tak como esta, devíamos, talvez, começar do início.Permitam-me começar. Sou um africano. Devo o meu ser às colinas evales, às montanhas e prados, aos rios, desertos, árvores, flores, mares eépocas sempre em mudança que definem a face da nossa terra nativa...

sei o que significa quando a raça e cor são usadas para determinar quem é humanoe quem é subhumano. Vi a destrução de todos os sentidos de auto-estima, aconsequente luta para sermos o que não somos, para simplesmente adquirirmosalguns dos benefícios que os que se melhoraram como mestres asseguraram quegozassem. Tenho experiência da situação no qual a raça e cor são usadas paraenrqiquecer e empobrecer o resto. Tenho visto a corrupção das mentes e almas comoum resultado da perseguição de um esforço ignóbil para perpetrar um crimeverdadeiro contra a humanidade.... nasci de gente que não podiam tolerar aopressão... o que fizemos hoje, neste pequeno canto de um grande continente quecontribuiu decisivamente para a evolução da humanidade, diz que a Áfricareafirma que continua a reerguer-se das cinzas. Quaisquer que forem os tropeçõesdo momento, nada pode nos parar! Quaisquer que forem as dificuldades a Àfricaestará em paz! Seja quem formos, seja quais sejam os nossos interesses imediatos,sejam qual for a bagagem do nosso passado, seja até que ponto fomos apanhadospela moda do cinismo e perca de fè na capacidade do povo, permitam-me dizerhoje: Nada pode nos parar! (Thabo Mbeki, África ~ o tempo chegou ~)

O continente fortaleceu a sua governação com o estabelecimento da UniãoAfricana e a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), e os paíseslíderes do Sul fortaleceram a sua colaboração, notavelmente a Índia, Brasil e Áfricado Sul, para contribuir para “empoderar mais ainda os países do Sul”.

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TÓRIA

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Feriados na SADC Dezembro 2008 – Fevereiro 2009

8 Dezembro Dia da Imaculada Concepção Seicheles8 Dezembro Eid-ul-Adha Tanzania9 Dezembro Dia da Independência Tanzania10 Dezembro Dia Internacional dos Direitos Humanos Namíbia16 Dezembro Dia do Incwala Day Suazilândia16 Dezembro Dia da Reconciliação África do Sul22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe25 Dezembro Natal SADC26 Dezembro Feriado Botswana, Lesotho, Suazilândia,

Malawi e Zimbabwe26 Dezembro Dia da Família Namíbia26 Dezembro Dia da Boa Vontade África do Sul

1 Janeiro Ano Novo SADC3 Janeiro Feriado Botswana4 Janeiro Dia do Mártir Angola, RDC12 Janeiro Dia Revolucionário de Zanzibar Tanzania15 Janeiro Dia de John Chilembwe Malawi16-17 Janeiro Dia de Patrice Lumumba RDC18 Janeiro Dia do Herói Kabila RDC26 Janeiro Festival Chinês da Primaveira Maurícias

1 Fevereiro Abolição da Escravatura Maurícias3 Fevereiro Dia dos Heróis Moçambique4 Fevereiro Dia da Luta Armada Angola5 Fevereiro Dia de Chama Cha Mapinduzi Tanzania8 Fevereiro Thaipoosam Cavadee Maurícias23 Fevereiro Maha Shivratree Maurícias

* Depende da visualização da lua

Acordo de Unidade do Zimbabwe

Um futuro compartilhado dentro de uma comunidade