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Concurso UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 2010 EDITORA PÓDIUM Você em 1º lugar! www.editorapodium.com.br TODOS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução, mesmo parcial e por qualquer processo, sem autorização expressa dos autores e da Editora Pódium. INCLUI: QUESTÕES em tópicos 40 questões no final UFP E

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Concurso

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO2010

EDITORA PÓDIUMVocê em 1º lugar!

www.editorapodium.com.br

TODOS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução, mesmo parcial e por qualquer processo, sem autorização expressa dos autores e da Editora Pódium.

INCLUI:QUESTÕES em tópicos

40 questões no final

UFPE

LÍNGUA PORTUGUESA

SUMÁRIO

Interpretação de textos, em prosa e de textos poéticos, para identificar:......03 O tema central do texto................................................................03 Informações ou idéias presentes no texto...................................07 Relações de causa, tempo, fim, comparação, conclusão, adição e

outras entre orações, períodos ou parágrafos.................................08 Relações de sentido entre as palavras (sinônimos e antônimos)14

Ortografia.......................................................................................................15 acentuação de palavras.....................................................................20

Recursos do sistema de pontuação:..............................................................23 vírgula, dois pontos, travessão, reticências, ponto final e pontos de

exclamação e interrogação................................................................23

Flexão de gênero, número e grau do substantivo e do adjetivo....................27

Conjugação de verbos regulares e irregulares..............................................32

Conjunção......................................................................................................33

Concordância e regência: verbal e nominal...................................................34

Crase.............................................................................................................41

Sentido de radicais, prefixos e sufixos...........................................................43

COLETÂNEA DE PROVAS E TESTES.........................................................47GABARITO.....................................................................................................52

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LÍNGUA PORTUGUESA

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS, EM PROSA E DE TEXTOS POÉTICOS, PARA IDENTIFICAR:

O tema central do textoVeja inicialmente as seguintes questões.LEIA O TEXTO A SEGUIR PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES NUMERADAS DE 1 A 5.

Surgido na Inglaterra do século 18 como lazer e entretenimento, o circo, tal qual o conhecemos hoje, com o clássico picadeiro, é relativamente recente. Suas atrações, contudo, remetem a tempos distantes – dos palhaços da Idade Média aos malabaristas e contorcionistas da China antiga. Em Alegria, espetáculo do Cirque du Soleil nesta temporada no Brasil, eles continuam na cena principal, mostrando que o encanto que provocam ainda é o mesmo depois de séculos. Acrobacias em grande velocidade, saltos sobre trampolins, facas em chamas pelo corpo, e palhaçadas... Há de tudo um pouco em Alegria, que alia a técnica precisa de seus artistas a uma cenografia exuberante.

Os ensaios muitas vezes se parecem com competições esportivas, feito um treino olímpico. Uma espécie de técnico fica o tempo todo dando ordens para esses verdadeiros atletas de circo. Atletas do lazer: contorcionistas, trapezistas, palhaços. Toda a troupe treina e ensaia junta, sem nenhum tipo de hierarquização. Mantê-la no limite do profissionalismo é a meta. Disciplina e muita força de vontade estão sempre presentes na cabeça dos integrantes. Há um controle total de todos, da técnica ao operador de luz, garantindo a beleza que encanta o público. Tudo isso para a perfeição do show.

Como representante do chamado circo-teatro, esse espetáculo possui um fio condutor. Concebido pelo diretor de criação do Cirque du Soleil, Gilles Ste-Croiz, a montagem tem como tema as famílias cujas vidas giram em torno do circo, cruzando a Europa até o início do século passado. O pano de fundo é a evolução do tempo, das antigas monarquias às modernas democracias. Não faltam maravilhas musicais: a trilha sonora, assinada por René Dupér, é executada ao vivo (...).

Um dos momentos mais significativos do show, porque ousadíssimo, é o Trapézio Solo, abertura do espetáculo. Parece até que o corpo do trapezista não obedece à lei da gravidade, com giros no ar incríveis e manobras harmoniosas em uma dança “que captura a energia de cada momento da vida”.

Assim também é a linguagem corporal da dupla de jovens contorcionistas que, com movimentos lentos, e, às vezes, quase sem movimento algum, procura traduzir a essência da juventude e da pureza. Há momentos em que as duas artistas parecem ser uma única pessoa. Lazer com jeito de magia.

(Revista BRAVO!, janeiro 2008, p. 82/ com adaptações)

1. No final do segundo parágrafo, a expressão sublinhada em “Tudo isso para a perfeição do show.” Faz referência a (ao):A) de tudo um pouco que há na narração feita do espetáculo Alegria.B) exemplos, em um texto descritivo, do trabalho bem coordenado de todos os que trabalham no Cirque.C) artistas e cenografias exuberantes do Cirque du Soleil, fortes argumentos do parágrafo dissertativo.D) controle total de todos, da técnica ao operador de luz, como ocorre na redação de correspondências oficiais.

2. Sobre o Cirque du Soleil: encontra apoio no texto o comentário contido em qual expressão?A) “... ainda é o mesmo depois de séculos.” já que lhe ressalta um aspecto negativo.B) “O pano de fundo é a evolução do tempo ...”, uma vez que destaca sua temática.C) “... mais significativos do show, porque ousadíssimo ...”, em que ocorre uma oposição de sentido ao que fora dito antes sobre o circo.D) “... competições esportivas...”, cuja referência é “perfeição”.

Você em 1º lugar! 3

LÍNGUA PORTUGUESA3. A respeito do trecho: “Um dos momentos mais significativos do show, porque ousadíssimo, é o Trapézio Solo, abertura do espetáculo. Parece até que o corpo do trapezista não obedece à lei da gravidade, com giros no ar incríveis e manobras harmoniosas em uma dança ...”, pode-se afirmar que a palavra grifada:A) pode ser substituída por “abusadíssimo” sem prejuízo para o sentido da frase.B) não qualifica o momento de abertura do espetáculo.C) possui a mesma classe gramatical da palavra “incríveis”, nesse mesmo trecho.D) é um superlativo flexionado no masculino porque concorda com a palavra “show”.

4. A partir da leitura do texto e de acordo com os seus componentes linguísticos, avalie os itens a seguir:1- No 1º parágrafo: “Suas atrações, contudo, remetem a tempos distantes ...”, o coesivo “contudo” estabelece, com as informações contidas na frase antecedente, uma relação de oposição.2- No 1º parágrafo: “... que alia a técnica precisa de seus artistas a uma cenografia...” a palavra sublinhada, um adjetivo, é de natureza polissêmica pela sua multiplicidade de sentidos, possuindo estrita dependência do contexto.3- No 2º parágrafo: “... parecem com competições esportivas, feito um treino olímpico.”, a palavra sublinhada tem conotação comparativa. Poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, pela expressão tal qual.4- No 2º parágrafo: “Mantê-la no limite do profissionalismo ...” o pronome enclítico retoma anaforicamente a palavra “hierarquização”.5- No 3º parágrafo: “Não faltam maravilhas

musicais ...”, a oração apresenta um sujeito claro: maravilhas musicais.

O correto está apenas em:A) 1, 2 e 3. C) 1 e 2.B) 3, 4 e 5. D) 5.

5. Acerca dos aspectos estruturais e das ideias do texto, avalie os seguintes itens:1- Não há problemas de coesão provocados pela pontuação em “Atletas do lazer: contorcionistas, trapezistas, palhaços.” e em “Acrobacias em grande velocidade, saltos sobre trampolins, facas em chamas pelo corpo, e palhaçadas ...”. No primeiro caso, o uso do sinal de dois pontos anuncia um aposto; nos dois casos, a enumeração justifica o uso de vírgulas.2- Há coerência no uso do coesivo “cujas” em: “... a montagem tem como tema as famílias cujas vidas giram em torno do circo ...”. Esse pronome relativo denota sentido de posse entre “vidas” e “famílias”.3- Em: “... o corpo do trapezista não obedece à lei da gravidade ...” o autor do texto emprega a regência verbal de acordo com o que se recomenda no uso da língua culta formal. Obedecer é um verbo que se constrói com objeto indireto.4- A expressão grifada no trecho: “... contorcionistas que, com movimentos lentos, e, às vezes, quase sem movimento algum ...” poderia ser substituída pelo advérbio frequentemente, sem alterar o sentido da frase.

O correto está somente em:A) 2. C) 1, 2 e 4.B) 3 e 4. D) 1, 2 e 3.

RESPOSTAS: 1. B 2. B 3. C 4. A 5. D

capacidade comunicativa que permite ao usuário de uma língua compreender e produzir textos surge na infância mas pode, deve e tem de ser alargada ao longo da vida. Quem acha que tudo o que se pode aprender em leitura se esgota no Primeiro Grau pensa que ler é operação destinada apenas a decodificar signos linguísticos e descobrir um sentido único para o texto.A

No entanto, o leitor não só recebe sentidos do texto, como também lhe atribui sentidos: ele dialoga com o autor. E mais: para interpretar o texto e atribuir-lhe significado, lança mão de conhecimentos extra-linguísticos: do mundo, do assunto em questão, de outros textos que contribuem para sua interpretação. Em suma, o leitor torna-se mais eficiente à medida que lê mais, de maneira cada vez mais ativa e inquisidora.

Assim, adote os seguintes passos para uma boa compreensão de textos:

• Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, para encontrar a resposta correta;

• Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se destacar as palavras e expressões-chave.

• É necessário limitar-se às informações contidas no texto. • Tente compreender o texto, fragmentando-o em parágrafos ou mesmo, em períodos; fica

mais fácil interpretar. • Sempre restam duas alternativas consideradas possíveis. Nesse caso, é necessária uma

nova leitura.

Você em 1º lugar!4

O texto é uma apreensão da realidade.

Interpretar é o modo de ler, usufruindo o texto naquilo que ele tem de

significativo. Para chegar à apreensão de tudo o que o texto oferece, há,

naturalmente, um caminho a seguir.

LÍNGUA PORTUGUESA

O texto como unidade de sentido pressupõe que:1. o significado de uma parte não é autônomo, mas depende das outras partes com que se

relaciona; 2. o significado global do texto não é o resultado de uma mera soma de suas partes, mas de

uma certa combinação geradora de sentidos.

São variados os textos para interpretação.Basicamente, todos os textos oferecem cinco alternativas das quais somente uma nos interessa.

Essa alternativa poderá referir-se:1. à significação de palavras;2. à identificação de uma ideia (entre várias) do texto;3. à ideia básica (síntese) do texto.

Pergunta-se: de que fala o parágrafo?, deve-se grifar as principais palavras, fazendo uma levantamento a partir das palavras-chave elaborando um esquema das idéias.

A interpretação do texto é uma reconstrução mais livre do tema abordado no texto básico o que pressupõe o diálogo com o autor, o questionamento das posições assumidas e a relação destas com outras abordagens. É um trabalho que consiste basicamente em apresentar a palavra do leitor, a sua posição frente às questões desenvolvidas, o que exige estudos aprofundados e fundamentalmente olhos críticos para o mundo.

A análise de texto, enfim, é o esforço por descobrir-lhe a estrutura, seu movimento interior, o valor significativo de suas palavras e de seu tema, tendo em mira a unidade Intrínseca de todos esses elementos. Pressupõe o exame da estrutura do trecho e da linguagem literária (o vocabulário, o valor das categorias gramaticais usadas), o tipo de figuras predominantes (símiles, imagens, metáforas... ), o valor da sintaxe predominante (frase ampla ou breve, tipos de subordinação e coordenação, frases elípticas...), a natureza dos substantivos escolhidos; tempos ou modos de verbo, uso expressivo do artigo, da conjunção, dos advérbios, das preposições, etc., tudo em função do significado essencial do todo. Uma boa análise de texto, isto é, de fragmento só pode ser realizada quando o todo, a que ele pertence, tiver sido perfeitamente interpretado.

Veja os exemplos a seguir:

TEXTO IO "brasil" com b minúsculo é apenas um objeto sem vida,

autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra - um pedaço perdido de Portugal e da Europa - um conjunto doentio e condenado de raças que, misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e, assim, insubstituíveis.

Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as

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ações humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito. Como um Deus que está em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto - tal como acontece com as divindades - será preciso produzir e provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes. DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-12

01 Na sua distinção entre "brasil" e "Brasil", o autor do texto I estabelece contraste entre ambos. O contraste que corresponde ao texto é:

(A) brasil – um pedaço perdido de Portugal e da Europa / Brasil – um conjunto doentio e condenado de raças

(B) brasil – sociedade onde as pessoas seguem certos valores / Brasil – entidade viva, cheia de auto-reflexão e consciência

(C) brasil – país com fronteira e território reconhecidos internacionalmente / Brasil – local com que os brasileiros têm uma ligação especial

(D) brasil – objeto sem autoconsciência ou pulsação interior / Brasil – memória e consciência de um lugar especial para os brasileiros

(E) brasil – um processo histórico contínuo / Brasil – uma forma sem vida

TEXTO IICANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabiá;

Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá;

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LÍNGUA PORTUGUESA

Em cismar – sozinho –, à noite –Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeirasOnde canta o sabiá.

DIAS, Antonio Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p.103

TEXTO III

PAIVA, Miguel & SCHWARCZ, Lilia.Da colônia ao Império. Um Brasil para inglês ver.... São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 11

02 Nos textos II e III, há um distanciamento da terra natal. Assinale a alternativa que não corresponde aos textos:

(A) No texto III, há a referência à chegada do colonizador, à miscigenação do branco com o negro e à exploração da terra.

(B) No texto III, os elementos caracterizadores da terra natal se encontram na expressão lingüística, nos trajes e no meio de transporte.

(C) As terras natais do personagem do texto III e do eu-lírico do texto II são diferentes. (D) Nos textos II e III, há o reconhecimento de que a terra estrangeira é pródiga e prazerosa. (E) A terceira estrofe do texto II e a última oração do texto III traduzem sentimentos distintos.

RESPOSTA: 1. D 2. D

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Informações ou idéias presentes no textoUm texto gira em torno de um assunto.

Sobre esse assunto, há uma ideia principal e uma ou algumas ideias secundárias, ao interpretar o texto, é preciso que o raciocínio trabalhe sobre essa ideia ou ideias secundárias. É necessário que todo o raciocínio empregado na interpretação do texto baseie-se unicamente no texto.

Quando se tratar de responder as questões interpretativas, há alguns elementos que são comuns aos textos e se apresentam, normalmente da seguinte forma:

a) a ideia básica do texto:O que o autor pretende provar com este

texto?Se você interpretar corretamente, a resposta

será a ideia básica. Ela pode estar claramente estampada na frase-chave (se for um texto dissertativo), ou, então pode ser depreendida através da leitura de todo o texto.

b) os argumentos:O autor usa a argumentação com o objetivo

de reforçar a ideia básica.Os argumentos apresentam-se como

afirmações secundárias, ideias e afirmações que o autor usa para convencer o leitor quanto a validade de sua tese.

Muitas vezes, o autor também usa a exemplificação e as citações de outros autores como recurso argumentativo.

c) as objeções:Normalmente, o autor já conhece a contra-

argumentação e apresenta-a para então rebatê-la. É como se o autor estivesse tentando adivinhar as objeções que o leitor possa fazer quanto a validade de seu pensamento. Através desse recurso, o escritor pode tornar mais consistente e convincente a argumentação.

Além disso, a melhor forma de realizar um bom trabalho de interpretação é seguir estas etapas:

1. Leitura atenta do texto, procurando focalizar o seu núcleo, a sua ideia central.

2. Reconhecimento dos argumentos que dão sustentação à ideia básica.

3. Levantamento das possíveis objeções à ideia básica.

4. Levantamento das possíveis exemplificações usadas para reforçar a ideia central.

A partir desse esquema, torna-se mais fácil

distinguir o essencial (a ideia básica) do secundário (justificativas e exemplificações).

Ao fazer uma interpretação de texto, é preciso ter muito cuidado para não se envolver emocionalmente; mantenha um distanciamento crítico e objetivo em relação a mensagem.

Ainda que você não concorde com o posicionamento do autor, não é o momento para discordar. Procure ater-se a informação apresentada, sem se deixar perturbar por outras ideias. As respostas às questões interpretativas exigem imparcialidade do leitor.

É preciso sempre considerar o significado da palavra dentro do texto e não o seu conteúdo individual.

Como deve ser de seu conhecimento, uma mesma palavra pode ter muitos significados. Veja o caso de palavras como MANGA, PENA, etc.

Assim como elas, outras palavras também têm seu significado determinado conforme o objetivo do autor ou o “espírito” do texto.

Uma palavra sempre deve ser analisada em função de sua posição dentro do texto. O mesmo pode ser dito em relação às expressões.

De acordo com Dubois, texto é a palavra que “designa um enunciado qualquer falado ou escrito, longo ou curto, velho ou novo”.

O texto constitui uma unidade dupla: temática (o mesmo assunto) e estrutural (organização das partes, isto é, as partes aparecem sequenciadas e interligadas).

A finalidade de um texto é a transmissão de uma mensagem, uma vez que ambas as unidades - a temática e a estrutura - formam um todo significativo apto a introduzir interação comunicatória.

A interpretação de um texto, para ser bem feita, pressupõe o reconhecimento dos elementos que o compõem.

Quando o texto possui uma natureza técnica e dissertativa, sua intenção é colocar ou comprovar uma ideia - ao contrário de um texto literário, que procura provocar sentimentos, enredos.

Num concurso, o texto pode servir a dois objetivos distintos: para a interpretação de texto através de respostas ou como proposta para a redação.

Num sentido mais amplo, interpretar um texto significa todo e qualquer trabalho que tenha motivação a partir do próprio texto, objetivando a compreensão do conjunto, das relações e das estruturas.

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Relações de causa, tempo, fim, comparação, conclusão, adição e outras entre orações, períodos ou parágrafos

Em termos de coesão textual, esses termos referem-se à trama e ao encadeamento semânticos, respectivamente, de um texto. Para definirmos de maneira mais específica, podemos dizer que a coesão é uma forma de recuperar, em uma sentença B, um termo presente na sentença A.

Coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças de um texto.

Vejamos um exemplo:“Pegue algumas peras. Coloque-as sobre a mesa.”

Nesse caso, o elemento responsável pela coesão textual, ou seja, pela ligação existente entre as duas orações é o pronome as, porque ele recupera, semanticamente, na segunda sentença, o termo algumas peras.

Quando se trata de coesão e textualidade, o mais comum, no que se refere a um texto, é o uso de mesmo e referido, para a coesão. Ex.:

Pegue algumas peras. Coloque as mesmas sobre a mesa.

João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a favor do celibato.

O uso das palavras mencionadas acima, todavia, é um procedimento desagradável, que pode e deve ser evitado, pois a língua dispõe de muitos outros recursos para constituir a textualidade. Mesmo, referido, ou expressões semelhantes são recursos que evidenciam a pobreza vocabular do autor, além de afetar a qualidade do texto. Ex.:

João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, ele disse que a Igreja continua a favor do celibato.

Essa coesão pode ser feita através de sinônimos. Ex.: João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na capital da Polônia, o Papa disse que a Igreja ...

Uma outra maneira de obter coesão é através do uso da metonímia (empregar uma parte para significar um todo). Ex.:

O presidente Reagan (1) deverá reunir-se ainda nesta semana com o premier Gorbatchev (2). Fontes bem-informadas acreditam, entretanto, que não será ainda desta vez que Moscou (2) cederá as pressões da casa Branca (1).

(1) Representam o governo americano.(2) Representam o governo soviético.

Em se tratando de Brasil, podemos dizer, o Planalto ainda não decidiu sobre as novas medidas econômicas ou Brasília é contra o acordo.

Observe um último exemplo em três versões:“As revendedoras de automóveis não estão

mais equipando os automóveis para vender os automóveis mais caros. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras de automóveis tem prejuízo.”

Através de sinônimos, podemos obter o seguinte texto:

“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as agências têm prejuízo.”

Usando o recurso da elipse, obtemos outra versão:“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando-os para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuízo.”

Como vimos anteriormente, a coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças de um texto. Há ainda, um outro mecanismo que cuida da ligação sintática das sentenças: é a articulação sintática, e pode ser de:

OPOSIÇÃO - quando se faz por meio de dois processos:• a coordenação adversativa;• a subordinação concessiva.

- empregando os seguintes articuladores (conjunções):- mas, porém, contudo, todavia, entretanto,- embora, ainda que, apesar de, conquanto,

Vejamos alguns casos: Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões, mas as joias ainda não foram recuperadas.→ no lugar de mas poderíamos usar qualquer um outro articulador da coordenação adversativa, em outras posições.Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões; as joias, entretanto, ainda não foram recuperadas.

... as joias ainda não foram, entretanto, recuperadas.

... entretanto, as joias ainda não foram

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recuperadas.

Utilizando articuladores de subordinação concessiva podemos conseguir um bom efeito.

Ex.: Embora a polícia tenha conseguido prender todos os ladrões, as joias ainda não foram recuperadas.

Apesar de a polícia ter conseguido prender todos os ladrões, as joias ainda não foram recuperadas.

Observe o seguinte: quando empregamos conjunções concessivas, o verbo da oração subordinada está no modo subjuntivo, o que não ocorre no uso de locuções prepositivas (apesar de, a despeito de, não obstante), pois, nesse caso, o verbo vai para o infinitivo.

Quando empregar uma ou outra?A coordenação adversativa, quando

empregada, faz um encaminhamento argumentativo contrário ao da oração anterior frustrando a expectativa do destinatário.

Imaginemos uma situação em que determinada pessoa tenha solicitado um empréstimo bancário e, voltando ao banco para saber sobre a aprovação do cadastro obtém a seguinte resposta:

- Fizemos um grande esforço para conceder-lhe este empréstimo.

Até esse momento da frase ele não sabe se conseguiu ou não o empréstimo; a conclusão poderá ser ou não favorável.

. . . portanto, você poderá levar, ainda hoje, o dinheiro.

ou. . . mas você não poderá levar o dinheiro

por motivos alheios a nossa vontade.Utilizando um articulador subordinativo

concessivo:Ex.: Embora tenhamos feito um grande

esforço para conceder-lhe o empréstimo, você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade.

CAUSA - principais articuladores sintáticos de causa:* Conjunções e locuções conjuntivas (o verbo e conjugado normalmente): porque, pois, como, por isso que, já que . . .* Preposições e Locuções Prepositivas (verbo assume a forma de infinitivo): por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência de, . . .

Ex.: Não fui visitá-lo, porque estava com pressa de voltar.Não fui visitá-lo, em virtude de estar com pressa de voltar.

ouEm virtude de estar com pressa de voltar, não fui visitá-lo.

CONDIÇÃO - o principal articulador de condição é o se; leva o verbo para o futuro do subjuntivo ou para o presente do indicativo com valor de futuro. Ex.: Se você enviar hoje, poderei receber amanhã.Se você enviar hoje, posso receber amanhã.

Outros articuladores de condição: caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. Ex.: Caso você envie hoje, poderei receber amanhã. (pres. Subj.)A menos que você preste atenção, vai errar.(Observe que o advérbio não é desnecessário.)

FIM - a forma mais comum de manifestar finalidade é utilizando preposição para. HÁ, ainda: a fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de, etc. Ex.:

Os preços precisam subir, para que haja uma recuperação dos custos.

Os preços precisam subir, para haver uma recuperação dos custos.

Jorge promoveu Jonas, com o objetivo de angariar mais votos.

CONCLUSÃO - Logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), de modo que, .... Ex.:Ele vendeu a moto, logo só poderá viajar de ônibus.Aníbal comprou um carro, poderá, pois, viajar mais cedo.Aníbal comprou um jatinho, de modo que poderá visitá-lo com maior frequência.

Há, ainda, uma forma de articulação que usa simplesmente o verbo gerúndio sob forma de orações reduzidas. Ex.:Estando com pressa de voltar, não fui visitá-la. (causa)Enviando hoje, poderei receber amanhã. (condição)Jorge promoveu Carlos, objetivando angariar mais votos. (fim)

O parágrafo é uma parte do texto, incluindo vários períodos, que tem por finalidade expressar as etapas do raciocínio que vem sendo desenvolvido durante todo o texto. Por isso, a sequência dos parágrafos, o seu tamanho, e a sua complexidade dependem da própria natureza do raciocínio desenvolvido. Duas tendências são incorretas: ou o excesso de parágrafos -

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praticamente cada frase é tida como um novo parágrafo - ou então não há nenhum parágrafo. Como a paragrafação representa, ao nível do texto, as articulações do raciocínio, percebe-se então a insegurança de quem escreve destas duas maneiras no domínio das próprias ideias. Neste caso, é como se as ideias e as proposições a elas correspondentes tivessem as mesmas funções a mesma relevância no desenvolvimento do discurso e como se este não tivesse articulações.

Faz-se necessário mudar de parágrafo toda vez que se avança na sequência do raciocínio, marcando assim o fim de uma etapa e o começo da outra.

A estrutura do parágrafo reproduz a estrutura do próprio trabalho. Ela se constitui de uma introdução, de um corpo e de uma conclusão.

Na Introdução, anuncia-se o que se pretende dizer; no Corpo, desenvolve-se a ideia anunciada; na Conclusão, resume-se ou sintetiza-se o que se conseguiu.

Dependendo da natureza do texto e do raciocínio que lhe é subjacente, o parágrafo será representação redacional de um raciocínio comum, ou seja, comporta premissas e conclusão.

Portanto, a articulação de um texto em parágrafos está intimamente vinculada à estrutura lógica do raciocínio desenvolvido. É por isso mesmo que, na maioria das vezes, estes parágrafos são iniciados com conjunções que indicam as várias formas de se passar de uma etapa lógica à outra.

Assim, para que se compreenda bem o texto, necessário se faz compreender a estrutura do parágrafo. Ao ler um texto, se os parágrafos foram bem divididos, o leitor entenderá o texto com maior facilidade do que se os parágrafos forem longos e abordarem o assunto em diversos aspectos.

A estrutura e a composição do parágrafo se relacionam com as ideias que queremos expressar. Temos ideias reunidas num parágrafo, quando elas se relacionam entre si pelo seu sentido. Dentro do mesmo parágrafo podemos ter diferentes ideias, desde que elas, reunidas, formem uma ideia maior. São qualidades principais do parágrafo, a unidade e a coerência.

O período contém um pensamento completo que, embora se relacionando com os anteriores ou se ampliando nos posteriores, forma um sentido completo.

Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante pensei que fosse uma bruxa ou outro qualquer desses insetos que fazem vida urbana; mas, como olhasse, vi que era uma borboleta amarela.

(Rubem Braga)

Temos aqui um parágrafo, com dois períodos. O primeiro período tem apenas uma ideia. O segundo, tem várias, mas forma um todo. No total, o primeiro e o segundo período formam um bloco homogêneo, o parágrafo.

O período pode ser simples (como, no exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou composto (como a frase: “Passou roçando (...) borboleta amarela”). No período simples temos apenas uma oração, no período composto temos várias orações articuladas entre si.

A predominância de períodos longos ou curtos na composição de um texto depende muito do estilo de quem escreve. Na linguagem moderna predomina o uso de períodos curtos.

Depois, as coisas mudaram. Há duas explicações para isso. Primeira, que nos tornamos homens, isto é, bichos de menor sensibilidade. Segunda, o governo, que mexeu demais na pauta dos feriados, tirando-lhes o caráter de balizas imutáveis e amenas na estrada do ano... Multiplicaram-se os feriados enrustidos, ou dispensas de ponto e de aula, e perdemos, afinal, o espírito dos feriados.

(Carlos Drummond de Andrade)

Nesse parágrafo de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os períodos curtos predominam. Em escritores do Romantismo, os períodos longos eram frequentes e abundantes, como, por exemplo, neste trecho de José de Alencar:

Felizmente todo o deserto tem seus oásis, nos quais a natureza, por um faceiro capricho, parece esmerar-se em criar um pequeno berço de flores e de

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verdura concentrando nesses cantinhos de terra toda a força de seiva necessária para fecundar as vastas planícies.

O uso de períodos curtos oferece a vantagem de maior clareza de pensamento (e, em última análise, de comunicação), evitando-se o perigoso entrelaçamento de frases em que se pode perder quem utiliza períodos muito longos.

No período composto os pensamentos podem se articular por coordenação ou subordinação.

introdução: apresentação do assunto (tese); desenvolvimento: exposição de argumentos (justificativas, exemplos e evidências

factuais que dêem sustentação à tese); conclusão: arremate das ideias.

Veja o seguinte texto:No Brasil, criar paixões nacionais tornou-se o viver e o vegetar de grupos de comunicação.Tomaremos por exemplo o caso das redes de televisão. As maiores se degladiam em busca

de lançamentos, na maioria musicais, que não precisam ser duradouros, nem necessitam ser compromissadas com a cultura e com a instrução de um povo todo.

Vemos a maior das redes de televisão do país como uma verdadeira fábrica de paixões. Não pesa que os protagonistas venham de onde vierem, sejam explosivos. Seu clássico jornalístico-cultural-domingueiro está para o brasileiro desejoso de mudanças como o tempo para o carro velho.

Vai-se somando um defeito e lá vem eles com uma nova doença.Novidades que são lançadas até dentro de nossa sala, com rótulo de culturais, são na

realidade, nova injeção de capital nos cofres dos grandes grupos. Ótimo se não saísse do esvaziado, vilipendiado bolso popular.

São febres. Casos como a lambada, a explosão baiana de Daniela Mércuri, a eleição manipulada do letrado mocinho e seu posterior afastamento atribuindo à pressão dos caras-pintadas (só se for de palhaços crédulos e usados), a morte da atriz, transformando na Sexta novela diária, incluso no telejornal do horário nobre global, o ouro olímpico dos meninos-do-Brasil, e, finalmente da música sertaneja, que na nossa modesta opinião B e não imploramos adeptos- é sumariamente a valorização da estética do feio.

Pegaram a meada inteira da enrolação e da alienação de um povo.Dizem que o brasileiro é apaixonado pelo futebol. Discordo. O povo brasileiro ama o futebol.

Nenhuma paixão atravessaria tantas dezenas de anos de alegrias e tristezas.”

Na Introdução o vestibulando já expôs, diretamente, sua opinião sobre o tema: a criação de paixões nacionais.

No Desenvolvimento: Afunila a abordagem do tema, ou seja, parte dos grupos de comunicação e chega até a TV. No outro parágrafo restringe ainda mais, tocando na maior das redes. Tece considerações sobre como a mídia influencia na cultura do brasileiro.

Na Conclusão exalta o futebol como sendo um grande amor e não uma paixão! Mereceu ter uma boa colocação!

*******EXERCÍCIOS*******Leia o texto para responder às questões de números 1 a 10.

Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry, garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de dólares anuais. A jogada previne os efeitos

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desastrosos para vendas de seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa do Mundo de 2010. (...)

Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular, Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da Gillette, diz que não.

Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcance, sua publicidade.

Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 milhões de dólares anuais. (...)

(Veja, 02.11.2009. Adaptado)

1. A palavra jogada, em – A jogada previne os efeitos desastrosos para venda de seus produtos... – refere-se ao fato deA) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França.B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês.C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo.D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda.E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou.

2. Assinale a alternativa em que todas as palavras ou expressões recuperam, por coesão textual, o fato de Thierry ter controlado a bola com a mão.A) jogada, gesto irregular.B) jogada, impossibilidade.C) impossibilidade, trapaça.D) gesto irregular, trapaça.E) gesto irregular, mão no bolso.

3. A expressão o gato subiu no telhado é parte de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abruptamente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira:A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da França.B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé.C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês.D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry.E) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instável.

4. A expressão diz que não, no final do 2.º parágrafo, significa queA) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato.B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito.C) a repercussão na França foi bastante negativa.D) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette.E) os publicitários franceses se opõem a Thierry.

5. Segundo a revista Forbes,A) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente.B) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade.C) o jogador francês possui contratos publicitários milionários.D) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões.E) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade.

6. Assinale a alternativa em que as vírgulas são empregadas pelos mesmos motivos por que são empregadas no trecho – O serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da Gillette, diz que não.A) Ao fundar uma igreja, ministros não pagam impostos, não prestam serviço militar.B) Samodecus, médico do imperador Tibério, era originário da Arábia.C) Os gregos, quando desejavam uma previsão, recorriam aos oráculos.D) São livres a criação, a organização, a estruturação e a direção das igrejas.E) O novo navio polar brasileiro, no dia de ontem, teve de voltar ao Brasil.

7. A palavra empresa é um sinônimo genérico de Proter & Gamble, no texto. A alternativa que apresenta, também, esse tipo de sinonímia, é:A) automóvel – veículo.B) automóvel – carro.C) geladeira – refrigerador.D) fotografia – foto.E) motocicleta – moto.

8. Considere o trecho – ... depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a bola com a mão. – Assinale a alternativa cuja oração mantém o mesmo sentido da oração depois que o jogador trapaceou.A) …embora o jogador tenha trapaceado,…B) … mas o jogador trapaceou,…C) … logo o jogador trapaceou,…D) … após o jogador ter trapaceado,…E) … para que o jogador tivesse trapaceado,…

9. No trecho – ... a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça não tivesse acontecido. – têm-se,

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LÍNGUA PORTUGUESAalém de uma oração principal,A) duas orações coordenadas e três subordinadas.B) três orações coordenadas e uma subordinada.C) três orações subordinadas.D) três orações coordenadas.E) duas orações subordinadas coordenadas entre si.

10. Assinale a alternativa que apresenta, de forma hipotética, o trecho – A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos,...

A) A jogada prevenira os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos.B) A jogada previniria os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos.C) A jogada preveniria os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos.D) A jogada prevenirá os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos.E) A jogada prevenerá os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos.

RESPOSTAS1 - B 2 - D 3 - E 4 - A 5 - C 6 - B 7 - A 8 - D 9 - E 10 - C

Relações de sentido entre as palavras (sinônimos e antônimos)

SINÔNIMOPropriedade de duas ou mais palavras possuírem identidade ou semelhança de significados.

Ex.: beiço/lábio.Sinônimos são palavras de sentidos idênticos ou aproximados que podem ser substituídas

umas pelas outras em diferentes contextos.Observe as frases: Maria gosta de ler. A menina gosta de ler. A garota gosta de ler. A jovem gosta de ler.

Podemos constatar que, em determinado contexto, é possível substituir Maria por substantivos como menina, garota e jovem. E mesmo que a pessoa em questão fosse outra - Carmem, por exemplo - também poderíamos nos referir a ela com esses substantivos. Por exemplo:

Carmem pretende ser médica. A menina pretende ser médica. A garota pretende ser médica. A jovem pretende ser médica.

Palavras que, em contextos diferentes, podem ser substituídas umas pelas outras - como menina, garota e jovem - são consideradas sinônimas.

ANTÔNIMOPropriedade que tem duas palavras de possuírem significados opostos. Ex.: amor/ódio.Quanto há uma relação de oposição entre duas palavras - como lê livros - detesta livros -,

dizemos que elas são antônimas.Antônimos são palavras de sentido contrário.Às vezes, a oposição significativa resulta do emprego de palavras constituídas por radicais

diferentes: alto/baixo.Outras vezes, as palavras são cognatas, isto é, têm o mesmo radical, e a oposição significativa

é obtida pelo emprego de prefixo negativo: grato/ingrato.Finalmente, pelo emprego de palavras cognatas, obtendo-se a oposição significativa pela

utilização de prefixos de significação oposta: progresso/regresso.

*****EXERCÍCIOS*****1. Assinale a alternativa que contém sinônimos adequados para as palavras encomiástico, exacerbadas e antagônico.a) elogioso – exageradas - contraditório

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b) elegante – violentas - opostoc) depreciativo – desmedidas - contráriod) agradável –- exasperadas - rebeldee) místico – excessivas - paradoxal

2. No trecho “como vítimas que precisam de ajuda médica”, o verbo “precisam” tem como antônimoa) esperam. d) carecem.b) procuram. e) prescindemc) necessitam.

3 Assinale a alternativa que apresenta dois possíveis antônimos para a palavra “força”:a) impotência - frouxidãob) fraqueza - energiac) debilidade – energiad) vigor - potênciae) debilidade – potência1

ORTOGRAFIA

Para reproduzirmos na escrita as palavras de nossa língua, empregamos um certo número de sinais gráficos chamados LETRAS.

O conjunto ordenado das letras de que nos servimos para transcrever os sons da linguagem falada denomina-se ALFABETO.

O ALFABETO da língua portuguesa consta fundamentalmente das seguintes letras:a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Além dessas, há as letras k, w e y, que hoje só se empregam em dois casos:a) na transcrição de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados portugueses:

Franklin Wagner Byronfrankliano wagneriano byroniano

b) nas abreviaturas e nos símbolos de uso internacional:K. (= potássio) kg (= quilograma) km (= quilômetro)W. (= oeste) w (= watt) yd. (= jarda)

Grafia de (m) antes de p e bo “m” é usado antes das únicas consoantes que são o “p” e do “b”. Para lembrar, faça

de conta que o m é de mamãe, o p de papai e o b de bebê. Assim, “a mamãe está sempre do lado (antes) do papai e do bebê.”

Exemplos:BOMBOM CAMPOSAMBA POMPOMJAMBO PIMPOLHOTAMBOR EMPADA

LEMBRE-SE: só usamos a letra m antes do b e p. Antes das demais consoantes usamos n.EXEMPLO: tampa, bomba, laranja

h, lh, nhPor que usar a letra H se ela não representa nenhum som? Realmente ela não possui valor

fonético, mas continua sendo usada em nossa língua por força da etimologia e da tradição escrita.

1 GABARITO: 1. A 2. E 3. AVocê em 1º lugar! 15

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Emprega-se o H: • Inicial, quando etimológico: horizonte, hulha, etc. • Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh: chamada, molha, sonho, etc. • Em algumas interjeições: oh!, hum!, etc. • Em palavras compostas unidos por hífen, se algum elemento começa com H: hispano-

americano, super-homem, etc.Palavras compostas ligadas sem hífen não são escritas com H. Exemplo: reaver

• No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por tradição. As palavras derivadas dessa são escritas sem H.Exemplo: baiano. . .

ch/xX CH

Depois de ditongo.Ex.: peixe, ameixa...

Palavras derivadas de outras escritas com pl, fl e cl.Ex.: chumbo( plúmbeo), chave (clave)...

Depois da sílaba me-.Ex.: mexer, mexerico...A palavra mecha (substantivo) é uma exceção.

Depois da sílaba en-.Ex.: enxoval, enxaqueca...São exceções encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados.

Verbos encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados.Ex.: preencher, encharcado...

Em palavras de origem indígena ou africana.Ex.: orixá, abacaxi...

Palavras derivadas de primitivas que tenham o ch.Ex.: enchoçar (choça

ç/ssSS Ç (só é grafado antes de a, o, u)

Terminação dos superlativos sintéticos e do imperfeito de todos verbos.Ex.: lindíssimo, corrêssemos...

Palavras derivadas de primitivas escritas com ç.Ex.: embaçado (embaço)...

Palavras ou radicais iniciados por s que entram na formação de palavras derivadas ou compostas.Ex.: homossexual ( homo + sexual)

Verbos em -ecer, -escer.Ex.:anoiteça (anoitecer)...

Palavras de origem árabe, indígena e africana.Ex.: paçoca, muçulmano, miçanga...

s/zS Z

Derivadas de primitivas com "s"Ex.: visitante ( visita)...

Derivadas de primitivas com "z".Ex.: enraizar ( raiz), vazar (vazio)...

Nas formas dos verbos pôr, querer e seus derivados (repor, requerer...).Ex.: pusesse, quisesse...

Sufixo formador de verbo -izar.Ex.: realizar, modernizar...

Após um ditongo.Ex.: maisena, pausa...Sufixo -oso formador de adjetivos .Ex.: amoroso, atencioso...

Sufixo -ez (a) formador de substantivos abstratos.Ex.: timidez, viuvez...

Sufixos -isa, -ês, -esa usados na constituição de vocábulos que indicam: profissão, nacionalidade, estado social e títulos.Ex.: baronesa, norueguês, sacerdotisa, cortês, camponês...

Deve-se distinguir rigorosamente os vocábulos parônimos (de sons semelhantes) e os de dupla grafia, com E ou I, O ou U, c ou Q, CH ou X. G ou J, S, SS ou C, Ç, S ou X, S ou Z.“g” e “j”; “g” e “gu” antes de vogaisO som Z pode ser representado pelas letras J ou G, quando seguidas pelas vogais E ou I. Veja como o som é o mesmo, embora as letras usadas sejam diferentes:

JEITO - GESTO - JILÓ - FRÁGILGU - GUERRA / GUISADO

O uso do = JAs palavras de origem latina: jeito, sujeição, hoje, majestade, trejeito...

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As palavras de origem árabe, indígena, africana ou mesmo populares com sentido exótico, quando se sente o som palatal do "J": Alfanze, alforje, jiboia, jiló, jenipapo, pajé, jipe, jiu - jitsu, jirau, jingar, manjericão...

As palavras derivadas de outras escritas com "J" (Observe dentro dos parênteses): Gorjeio, gorjear, gorjeta (de gorja), sarjeta (de sarja), lisonjear, lisonjeiro (de lisonja).

Nos substantivos sempre que a etimologia não justificar um "g", represente - se o som palatal por "j". Arranje (arranjar), suja (sujar), viaje (viajar)... e

Substantivos vindos de verbos em "JAR": arranjo, sujeira, jia, jerico, manjerona, caçanje, pajé...

O uso do = GAs palavras de origem grega ou latina: Falange, gesto, sugestão, tigela...

As palavras de origem Árabe: Álgebra, ginete, girafa, giz...

As palavras de importação estrangeira, em cuja origem aparece o "G": Gim (ing.), ágio, (ital.), sege (fr.), geleia, herege...

As palavras em que há as terminações: ágio, égio, ígio, ógio e úgio: Estágio, egrégio, remígio, relógio, refúgio.

As palavras com os sufixos verbais - ger, - gir: Eleger, fingir, fugir, proteger, submergir

As palavras com o emprego do "G" depois da vogal inicial "A": Agente, ágil, agiota, agitar..

“ão” ou “am”Compare:Ali jogam, conversam e nadam - presenteOntem todos jogaram, conversaram e nadaram - passadoAmanhã eles jogarão, conversarão e nadarão - futuro.

Você notou que ao conjugar verbos só usamos ão no futuro? Notou também a diferença de pronúncia? As formas verbais terminadas em am são paroxítonas e as terminadas em ão são oxítonas.

“l” e “u” em final de sílabaA pronúncia do português falado na maior parte do

Brasil não faz distinção entre o L e o U do final das palavras, tanto que você não consegue distinguir isoladamente mal de mau. Esse fato acarreta grande confusão na hora de escrever.A 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e a 2ª pessoa do singular do imperativo dos verbos terminados em -uir, escrevem-se com I. Ex.: possui , possuis (possuir); diminui , diminuis (diminuir); constitui, constituis (constituir);

Grafam-se com a letra i : • palavras com o prefixo anti - (prefixo grego que

indica oposição, ação contraria): antiácido, anticristão, antiestético

• a sílaba final de formas dos verbos terminados em -uir: atribui (atribuir), diminui (diminuir), possui (possuir), substitui (substituir)

• as palavras: adiante, crânio, privilégio, piorar, réstia, requisito, ridículo, terebintina, inigualável

Escrevem-se com a letra u :acudir, bulir, bueiro, buzina, cueiro, curtume, cuspir, cumprimento(= saudação), cutia, escapulir, entupir, jabuticaba, tulipa, urtiga, usufruto, tabuleiro, jabuti

s/ssDe CED para CESS - (de ceder) -cessão, (de exceder) -excessivo. De GRED para GRESS - (de agredir) agressão, agressivo; (de progredir) -progressão. De PRIM para PRESS - (de imprimir) - impressão, (de oprimir) -opressão. De TIR para SSÃO - (de admitir) -admissão, (de permitir) -permissão. Do latim a palavra persona - pessoa - logo "RS - SS"; Do latim a palavra - pérsico - pêssego. Do latim a palavra "dixi" - disse, logo "X" - "SS"; Do latim a palavra - sexaginta - sessenta.

As palavras em que há prefixo em vogal ou terminado por ela; logo, "SE" juntado a palavras que comecem por "S", este deve ser dobrado, para se Ter tom de "SÊ" assilábico, assindeto, ressurgir, assindética, assimilado.

r/rrDuplicam-se o S e o RR em dois casos:

1. quando intervocálicos, representam os sons simples do R e S iniciais: carro, ferro, pêssego, missão.

quando um elemento de composição terminado em vogal, seguir, sem interposição do hífen, palavra começada por uma daquelas: derrogar, prerrogativa, prorrogação, pressentimento, madressilva etc.

MUDANÇAS NO ALFABETO

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Nova Regra Como era Como ficaO alfabeto é agora formado por 26 letras

O K, o W e o Y não eram consideradas letras do nosso alfabeto.

Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados: kg, watt, megabyte, taylorista.

MUDANÇAS NO TREMANova Regra Como era Como fica

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u, a não ser em casos de nomes próprios e seus derivados: Müller, mülleriano

agüentar, argüição, bilíngüe, cinqüenta, conseqüência, delinqüir, eloqüência, freqüência, freqüente, lingüiça, lingüista, pingüim, qüinqüênio, tranqüilo

aguentar, arguição, bilíngue, cinquenta, consequência, delinquir, eloquência, frequência, frequente, linguiça, linguista, pinguim, quinquênio, tranquilo

MUDANÇAS NA ACENTUAÇÃONova Regra Como era Como fica

Os ditongos abertos “ei” e “oi” não são mais acentuados em palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

assembléia, bóia, colméia, geléia, idéia, platéia, boléia, panacéia, hebréia, paranóia, jibóia, heróico, paranóico

assembleia, boia, colmeia, geleia, ideia, plateia, boleia, panaceia, hebreia, paranoia, jiboia, heroico, paranoico

Obs.: Nas palavras oxítonas e monossilábicas o acento continua para os ditongos abertos “ei” e “oi” (assim como “eu”): anéis, papéis, constrói, herói, dói, rói, céu, chapéu.

Nova Regra Como era Como ficaNas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no “i” e no “u” tônicos quando vierem depois de um ditongo.

baiúca, bocaiúva, cauíla, feiúra

baiuca, bocaiuva, cauila, feiúra

Obs: Se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estiverem em posição final (seguidos ou não de s), o acento permanece: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

Nova Regra Como era Como ficaNão existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas (as que possuem a mesma escrita e pronúncia)

pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (fruta), pólo (substantivo), côa (verbo coar)

para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (fruta), pólo (substantivo), coa (verbo coar)

Obs.1: O acento diferencial ainda permanece no verbo “pôr” (para diferenciar da preposição “por”) e na forma verbal “pôde” (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo poder) para diferenciar de “pode” (Presente do Indicativo do mesmo verbo).

Obs.2: Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” e “vir”, assim como de seus derivados. ele tem / eles têm; ela vem / elas vêm; você retém / vocês retêm.

Obs.3: É facultativo o uso do acento circunflexo na forma verbal “dêmos” (presente do subjuntivo) para diferenciar de “demos” (pretérito perfeito do indicativo), assim como é facultativo para diferenciar as palavras forma/fôrma: Em muitos casos convém usar: Qual é a forma da fôrma do

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bolo?

Nova Regra Como era Como ficaNão se acentua mais a letra “u” nas formas verbais gue, que, gui, qui

argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, obliqúe

argui, apazigue,averigue, enxague, oblique

Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados

abençôo, enjôo, perdôo, vôo, corôo, côo, môo, povôo, lêem, dêem, crêem, vêem, descrêem, relêem, revêem

abençoo, enjoo, perdoo, voo, coroo, coo, moo, povoo, leem, deem, creem, veem, descreem, releem, revêem

É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, na primeira pessoa do plural (nós), para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo

Nós amamos, louvamos, falamos, dizemos, guerreamos (pretérito perfeito do indicativo)

Nós amamos/amámos, louvamos/louvámos, falamos/falámos, dizemos/dizémos, guerreamos/guerreámos (pretérito perfeito do indicativo) Atenção: Continue não acentuando demos (pretérito perfeito do verbo dar).

Levam acento agudo ou circunflexo as palavras proparoxítonas cujas vogais tônicas estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”

acadêmico, anatômico, cênico, cômodo, econômico, fenômeno, gênero, topônimo, tônico

académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, económico/econômico, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo, tónico/tônico

Da mesma forma, recebem o acento agudo ou circunflexo as palavras paroxítonas terminadas em ditongo quando as vogais tônicas são seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”

Amazônia, Antônio, blasfêmia, fêmea, gêmeo, gênio, tênue, patrimônio, matrimônio

Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea,gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue, património/patrimônio, matrimónio/ matrimônio

Obs.: Para os dois últimos casos, o que ocorrerá, na prática, é o uso do acento circunflexo pelos brasileiros, e do agudo pelos lusitanos, como ocorria antes do Acordo.

HIFENIZAÇÃONova Regra Como era Como ficaHIFEN – RR e SS:O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por “r” ou “s”, sendo que essas letras devem ser dobradas

ante-sala, ante-sacristia, autoretrato, anti-social, anti-rugas, arquiromântico, arqui-rivalidae, autoregulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contrasenha, extra-regimento, extrasístole, extra-seco, infra-som, ultra sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal

antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal

Obs: Nos prefixos sub, hiper, inter e super, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada por “h” ou “r”: sub-hepático, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, hiper-história, super-homem, inter-hospitalar

Nova Regra Como era Como ficaHIFEN – MESMA VOGAL:Agora se utiliza hífen quandoa palavra é formada por umprefixo terminado em vogal +palavra iniciada pela mesmavogal.

microondas, microônibus,antiibérico, antiinflamatório,antiinflacionário, antiimperialista,arquiinimigo, microorgânico

micro-ondas, micro-ônibus, anti-ibérico,anti-inflamatório, anti-inflacionário, antiimperialista,arqui-inimigo, microorgânico

Obs: A exceção é o prefixo “co”, que permanece sem hífen: cooperação, coobrigar, coordenar

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Nova Regra Como era Como ficaHIFEN – VOGAL DIFERENTE:Não se utiliza mais o hífen em palavras formadas por um prefixo terminado em vogal +palavra iniciada por outra vogal

auto-afirmação, auto-ajuda, autoaprendizagem,auto-escola, autoestrada,auto-instrução, contraexemplo,contra-indicação,contra-ordem, extra-escolar,extra-oficial, infra-estrutura, intraocular,intra-uterino, neoexpressionista,neo-imperialista,semi-aberto, semi-árido, semiautomático,semi-embriagado,semi-obscuridade, supra-ocular,ultra-elevado

autoafirmação, autoajuda,autoaprendizabem, autoescola,autoestrada, autoinstrução,contraexemplo, contraindicação,contraordem, extraescolar, extraoficial,infraestrutura, intraocular, intrauterino,neoexpressionista, neoimperialista,semiaberto, semiautomático, semiárido,semiembriagado, semiobscuridade,supraocular, ultraelevado

Obs: Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extrahumano, semi-herbáceo etc.

Nova Regra Como era Como ficaNão se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição

manda-chuva, pára-quedas, páraquedista,pára-lama, pára-brisa,pára-choque

mandachuva, paraquedas,paraquedista, paralama, parabrisa,parachoque

Obs: O uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constituem unidade sintagmática e semântica, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: beija-flor, couve-flor, erva-doce, ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

USA-SE HÍFEN:Em palavras formadas com prefixos “pré”, “pró”, “pós” (quando acentuadas graficamente), “ex” (no

sentido de “já foi”), “vice”, “soto”, “sota”, “além”, “aquém”, “recém” e “sem”.EXEMPLOS: pré-natal, pró-europeu, pós-graduação, ex-presidente, vice-prefeito, soto-mestre, além-

mar, aquém-oceano, recém-nascido, sem-teto

Em palavras formadas por “circum” e “pan” + palavras iniciadas em VOGAL, H, M ou NEXEMPLOS: pan-americano, circum-navegação, circum-murado, circum-hospitalar

Com os sufixos de origem tupi-guarani “açu", “guaçu” e “mirim”, que representam formas adjetivas. EXEMPLOS: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

EXERCÍCIO 2:1. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão erradas em relação à grafia com “-ção”, “-são” e “-ssão”.(A) permissão, conversão(B) obtenção, discussão(C) exceção, omissão(D) consecussão, ascenção

2. Observe a frase abaixo:A higiene dos utencílios da cozinha é fator importante para a preservação da saúde.Para que a frase fique com a grafia correta das palavras, devemos substituir:(A) higiene por hijiene(B) cozinha por cosinha(C) utencílios por utensílios(D) importante por inportante

(E) preservação por preservassão

3. Assinale a alternativa correta quanto ao emprego de “onde” e “aonde”.(A) Aonde você esteve?(B) Aonde você vai?(C) Onde você foi?(D) Onde nós vamos?

4. Assinale a alternativa correta quanto ao uso de porque/porquê/por que/por quê.(A) Porquê você estava tão alegre?(B) Estava alegre por que vencera.(C) Você estava tão alegre por quê?(D) Por que amava, estava alegre.

RESPOSTAS:1. D 2. C 3. B 4. C

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Acentuação de palavrasA Acentuação Gráfica tem como pré-requisito o conhecimento da pronúncia dos vocábulos

em que fica clara a presença do acento tônico. Desse modo, podemos aplicar, de início, uma regra geral, que já facilita o emprego do

acento gráfico.

REGRA GERAL: Acentuam-se graficamente aqueles vocábulos que sem acento poderiam ser lidos ou então interpretados de outra forma. Exemplos: secretária/secretaria - ambrósia/ambrosia - sábia/sabia/sabiá.

Pronuncie a palavra bem devagar, procurando sentir onde se localiza o seu acento tônico, isto é, a sua sílaba mais forte.

Assim, fale-a pausadamente e de forma bem audível a palavra que uma das três últimas sílabas irá destacar-se, por ser pronunciada de forma mais forte, contundente. Trata-se da sílaba tônica. A palavra “prático”, por exemplo, será pronunciada da seguinte forma: PRÁ-ti-co.

Se a sílaba mais enfatizada for a última – como em “Amapá” -, esta é uma palavra que denominamos como oxítona. Se for a penúltima – caso de “corrente” -, a palavra é paroxítona. E, finalmente, se a pronúncia mais forte for na antepenúltima – como em “príncipe” -, tratar-se-á de uma palavra proparoxítona.

Digamos que você esteja com dúvidas com a palavra “peixe”. Falando-a pausadamente, teremos PEI-xe. Repare que os “E” e “I” da palavra são pronunciados conjuntamente.

Quando duas vogais são pronunciadas desta forma temos o ditongo.Observe que, nestes casos, uma das vogais é pronunciada de forma mais forte. Esta é a

vogal e a outra será a semivogal. Quando a vogal vem antes da semivogal, temos um ditongo decrescente. E o ditongo crescente ocorre quando a semivogal vem antes da vogal, como na palavra “água”.

Se a vogal dos ditongos for pronunciada de forma fechada (“ê” ou “ô”, como na própria palavra “fechada”), dizemos que o ditongo assim formado é um ditongo fechado. Analogamente, se a vogal for pronunciada de forma aberta, temos o ditongo aberto. A semivogal não deve ser analisada para sabermos se um ditongo é aberto ou fechado. Por isso dizemos que “museu” tem um ditongo fechado e “chapéu” tem um ditongo aberto.

Se encontramos vogais pronunciadas separadamente, elas não formam um ditongo, mas sim um hiato. Este é o caso da palavra “saída”, que seria dita desta forma: sa-Í-da.

Assim, vejamos as regras de acentuação:

1. Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s.

Ex: já, fé, pés, pó, só, ás.

2. Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s , em, ens. Ex: cajá, café, jacaré, cipó, também, parabéns, metrô, inglês alguém, armazém, conténs,

vinténs.

Atenção: Não se acentuam: as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes nem os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las

Ex: ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor , fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las.

3. Acentuam-se as palavras paroxítonas exceto aquelas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s, em, ens, bem como prefixos paroxítonos terminados em i ou r.

Ex: dândi, júri, irmã,órfã, César, mártir, revólver,álbum,bênção, bíceps,espelho, famosa, medo, ontem, socorro, polens, hifens, pires, tela, super-homem.

Atenção: Acentuam-se as paroxítonas terminados em ditongo oral seguido ou não de s. Ex: jóquei, superfície, água, área, ingênuos.

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4. Acentuam-se as palavras proparoxítonas sem exceção. Ex: aniversário, ótimo, incômoda, podíamos, correspondência abóbora, bússola, cântaro,

dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora .

5. Acentuam-se os ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não de s em palavras monossílabas e oxítonas.

Ex: carretéis, dói, herói, chapéu, anéis. Atenção: Pela nova ortografia não se acentuam ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não

de s em palavras paroxítonas Ex: ideia, plateia, assembleia.

Ditongos abertos de paroxítonasOs ditongos abertos não serão mais acentuados nas palavras paroxítonas. Um bom

exemplo é a palavra “Coreia”. Pronunciando-a atentamente teremos o seguinte: co-REI-a. A sílaba tônica é a penúltima, identificando uma paroxítona. Nesta sílaba temos um ditongo: “ei”. Como a pronúncia do “e” é feita de forma aberta, temos um ditongo aberto em paroxítona e não devemos grafá-lo com acento. O mesmo ocorre com “ideia” ou “jiboia”.

6. Não se acentua, pela nova ortografia, palavras paroxítonas com hiato oo seguidos ou não de s.

Ex: voos, enjoo, abençoo.

7. Também não se acentuam as palavras paroxítonas com hiato ee. Ex: creem, leem, veem, deem.

Palavras terminadas em “oo” ou “eem”Estas palavras não serão mais acentuadas, como é o caso de voo, enjoo ou leem. Não

confunda com a flexão de verbos ter e vir – e derivados – na terceira pessoa do plural. Ou seja, escrevemos que “Eles têm de pegar o voo para a Coreia, mesmo com enjoo”.

8. Acentuam-se sempre as palavras que contenham i, u: tônicas; formam hiatos; formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s; não seguidas de nh; não precedidas de ditongo em paroxítonas; nem repetidas.

Ex: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, juízes, Piauí.

Pela regra exposta acima, não se acentuam: rainha, xiita, ruim, juiz, Guaiba, fortuito, gratuito, feiura.

I e U em hiato após ditongo em paroxítonasQuando as letras I ou U formarem um hiato com um ditongo anterior em palavras

paroxítonas, não serão mais acentuadas. Ou seja, se a sílaba pronunciada mais fortemente for a penúltima, se esta sílaba for uma letra I ou U e ainda, se antes desta letra houver um ditongo, esta palavra não será acentuada. Vejamos como exemplo a palavra “feiura”. Pronuncie-a como dito anteriormente e o resultado será fei-U-ra. Trata-se de uma paroxítona, pois a sílaba tônica é a penúltima. Esta sílaba é uma letra U. E para concluir, antes desta letra, temos o ditongo “ei”. Portanto, feiura corresponde a esta regra, assim como “Sauipe” ou “Bocaiuva”.

9. Pela nova ortografia, não se acentua com acento agudo u tônico dos grupos que, qui, gue, gui: argui, arguis, averigue, averigues, oblique, obliques, apazigues.

10. Da mesma forma não se usa mais o trema: aguento, frequente, tranquilo, linguiça, aguentar, arguição, unguento, tranquilizante.

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Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã, relação etc.

11. O acento diferencial foi excluído. Mantém-se apenas nestas quatro palavras, para distinguir uma da outra que se grafa de igual maneira:

pôde (verbo poder no tempo passado) / pode (verbo poder no tempo presente) pôr ( verbo) / por (preposição) vem ( verbo vir na 3ª pessoa do singular) / vêm (verbo vir na 3ª pessoa do plural) tem ( verbo ter na 3ª pessoa do singular) / têm (verbo ter na 3ª pessoa do plural)

****EXERCÍCIOS*******1. Assinale a opção cuja palavra não deve ser acentuada:a) Todo ensino deveria ser gratuito.b) Não ves que eu não tenho tempo? c) É difícil lidar com pessoas sem carater. d) Saberias dizer o conteudo da carta?

2. Quanto à acentuação gráfica, observe as palavras sublinhadas no exemplo:“O Ministério da Educação (MEC) quer uma mudança profunda nas diretrizes curriculares do ensino médio e a integração dessa etapa com a educação profissional. Após um ano de trabalho, a comissão interministerial formada para reestruturar o ensino médio apresentou nesta terça-feira os primeiros resultados.”

As palavras acentuadas e sublinhadas foram “Ministério”, “Após”.

Sobre a razão de essas palavras serem acentuadas, afirma-se:I. A primeira é acentuada por tratar-se de uma palavra com acento na sílaba tônica para indicar a pronúncia aberta da vogal, e a segunda por ser palavra paroxítona terminada em s.

II. A primeira é acentuada por tratar-se de um substantivo terminado no hiato io, e a segunda por ser um monossílabo átono.III. A primeira é acentuada por tratar-se de palavra paroxítona terminada em ditongo crescente, e a segunda por ser palavra oxítona terminada na vogal o mais s.

Está(ão) CORRETA(S) somente:A) A II.B) A III.C) A I.D) A I e a II, porque a II complementa a I.E) A II e a III, porque elas se equivalem.

3. Assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que justificam, respectivamente, as acentuações de: década, relógios, suíços.(A) flexíveis, cartório, tênis.(B) inferência, provável, saída.(C) óbvio, após, países.(D) islâmico, cenário, propôs.(E) república, empresária, graúda.

RESPOSTAS: 1. A 2. B 3. E

RECURSOS DO SISTEMA DE PONTUAÇÃO:

Alguns sinais de pontuação servem, fundamentalmente, para marcar pausas (o ponto, a vírgula e o ponto e vírgula); outros têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala (ponto de exclamação, ponto de interrogação, etc.).

Não é fácil fixar regras para o emprego correto dos sinais de pontuação, uma vez que, além dos casos em que o uso de determinados sinais é obrigatório, existem também razões de ordem subjetiva para sua utilização.

VírgulaA vírgula é o sinal de pontuação que indica uma pausa de curta duração, sem marcar o fim

do enunciado. A vírgula pode ser empregada para separar termos de uma oração (vírgula no interior da oração) ou para separar orações de um período (vírgula entre orações).

Vírgula no interior da oraçãoEm português, a ordem normal dos termos na frase é a seguinte:

sujeito - verbo - complementos do verbo - adjuntos adverbiais. Quando os termos da oração se dispõem nessa ordem, dizemos que ocorre ordem direta (ou ordem lógica). Muitos alunos estudara a matéria da com afinco.

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LÍNGUA PORTUGUESAm prova

sujeito verbo ob. direto adj. adverbial

Quando ocorre qualquer alteração na sequência lógica dos termos, temos a ordem indireta. Com afinco, muitos alunos estudaram a matéria da prova.termo deslocado

Quando a oração se dispõe em ordem direta, não se separam por vírgulas seus termos

imediatos. Assim, não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento, e entre o nome e seu complemento ou adjunto.Muitos imigrantes europeus chegaram ao Brasil naquele ano. sujeito predicado

Todos os alunos apresentaram a redação ao professor verbo complemento

A áspera resposta ao candidato deixou-o magoado. adj. Adnom nome compl. nominal

Usa-se vírgula no interior da oração para:

1. marcar intercalaçõesOs termos que se intercalam na ordem direta, quebrando a sequência natural da frase, devem

vir isolados por vírgulas.Assim, separam-se

a) o aposto intercalado:Misha, símbolo das Olimpíadas, é um ursinho simpático.

aposto

b) expressões de caráter explicativo ou corretivo:A sua atitude, isto é, o seu comportamento na aula merece elogios.

expressão explicativa

c) conjunções coordenativas intercaladas:A sua atitude, no entanto, causou sérios

desentendimentos. conj. intercalada

d) adjuntos adverbiais intercalados:Os candidatos, naquele dia, receberam a imprensa.

adj. adv.intercaladoOBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial intercalado for de pequena extensão (um simples advérbio, por exemplo), não se usa a vírgula, uma vez que não houve quebra da sequência lógica do enunciado.

Ex.: Os candidatos sempre receberam a imprensa. advérbio

2. marcar termos deslocadosNormalmente, quando um termo é deslocado de seu lugar original na frase, deve vir

separado por vírgula.Nesse sentido, separam-se:a) o adjunto adverbial anteposto

Naquele dia, os candidatos receberam a imprensa. adj. adv.anteposto

OBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é dispensável.Ex.: Hoje os candidatos deverão receber os jornalistas credenciados. advérbio

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b) o complemento pleonástico antecipado:Este assunto, já o li em algum lugar.

compl. pleonástico anteposto

c) o nome do lugar na indicação de datas: São Paulo, 28 de agosto de 1966. Roma, 14 de fevereiro de 1989.

3. marcar a omissão de uma palavra (geralmente o verbo)Ela prefere cinema e eu, teatro.

4. marcar o vocativo“Meus amigos, a ordem é a base do governo.”(Machado de Assis)

vocativo

Pode-se, em vez de vírgula, marcar o vocativo com um ponto de exclamação a fim de dar ênfase.Ex.: “Deus, ó Deus! onde estás que não respondes?” (Castro Alves )

5. separar termos coordenados assindéticosAquela paisagem nos desperta confiança, tranquilidade, calma.“Quaresma convalesce longamente, demoradamente, melancolicamente”. (Lima Barreto)

OBSERVAÇÃO: Se os termos coordenados estiverem ligados pelas conjunções e, ou, nem, não se usa a vírgula.Ex.: Aquela paisagem nos desperta confiança, tranquilidade e calma. Pedro ou Paulo casará com Heloísa. Não necessitam de dinheiro nem de auxílio.

Se essas conjunções vierem repetidas, para dar ideia de ênfase, usa-se a vírgula.Ex.: E os pais, e os amigos, e os vizinhos magoaram-no. Não caminhava por montanhas, ou florestas, ou cavernas. Não estudava Física, nem Química, nem Matemática, nem História.

Vírgula entre orações1. orações subordinadas adjetivas explicativas As orações subordinadas adjetivas explicativas sempre são separadas por vírgula.

O homem, que é um ser racional, vive pouco.o. p. or. sub. adj. explicativa o. p.

OBSERVAÇÃO: As orações subordinadas adjetivas restritivas normalmente não se separam por vírgulas. Podem terminar por vírgula (mas nunca começar por ela!):a) quando tiverem uma certa extensão: O homem que encontramos ontem à noite perto do lago, parecia

aborrecido.b) quando os verbos e seguirem: O homem que fuma, vive pouco. Quem estuda, aprende.

2. orações subordinadas adverbiaisOrações dessa modalidade (sobretudo quando estiverem antecipadas) separam-se por

vírgula.Quando o cantor entrou no palco, todos aplaudiram.

or. sub. adverbial o. p.

3. orações subordinadas substantivasOrações desse tipo (com exceção das apositivas) não se separam da principal por vírgula.

Espero que você me telefone. o. p. or. sub. substantiva

4. orações coordenadasAs orações coordenadas (exceto as iniciadas pela conjunção aditiva e) separam-se por

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vírgula. Cheguei, pedi silêncio, aguardei alguns minutos e comecei a palestra.or. coord. or. coord. or. coord. or. coord.

OBSERVAÇÃO: Pode-se usar vírgula antes da conjunção e quando:a) as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Os ignorantes falavam demais, e os sábios se

mantinham em silêncio.b) quando a conjunção e vier repetida enfaticamente (polissíndeto). E volta, e recomeça, e se esforça, e

consegue.c) quando a conjunção e assumir outros valores (adversidade, consequência, etc.). Ele estudou muito, e

não conseguiu passar. Esforçou-se muito, e conseguiu a aprovação.

5. orações intercaladas São sempre separadas por vírgulas ou duplo travessão. Eu, disse o orador, não concordo.

or. intercalada

Dois pontosOs dois pontos marcam uma sensível suspensão da melodia de uma frase para introduzir algo

bastante importante. Nesse sentido, utilizam-se os dois-pontos para:a) dar início a fala ou citação textual de outrem.Já dizia o poeta: “A vida é a arte do encontro . . .”“A porta abriu-se, um brado ressoou:- Até que enfim, meu rapaz !” (Eça de Queirós - Os Maias)

b) dar início a uma seqüência que explica, esclarece, identifica, desenvolve ou discrimina uma idéia anterior.Descobri a grande razão da minha vida: você.Já lhe dei tudo: amor, carinho, compreensão apoio.Tivemos uma ótima idéia: abandonar a sala.O resultado não se fez esperar: fomos chamados a diretoria.

TravessãoO travessão simples (-) serve para indicar que alguém está falando de viva voz (discurso direto).

Emprega-se, pois, o travessão para marcar a mudança de interlocutor nos diálogos.“ - De quem são as pernas?- Da Madalena, respondeu Gondim.- Quem?- Uma professora. Não conhece? Bonita.- Educada, atalhou João Nogueira.- Bonita, disse outra vez Gondim. Uma lourinha aí, de uns trinta anos.” (Graciliano Ramos - São Bernardo)

Pode-se usar o duplo travessão (- -) para substituir dupla vírgula, sobretudo quando se quer dar ênfase ou destaque ao termo intercalado.

O ministro - profundo conhecedor do mercado internacional - está consciente das dificuldades.Machado de Assis - grande romancista brasileiro - também escreveu contos.

OBSERVAÇÃO: As orações intercaladas podem vir separadas por vírgulas ou duplo travessão.Eu, disse o eminente jurista, não aceito tal decisão. ouEu - disse o eminente jurista - não aceito tal decisão.

ReticênciasAs reticências marcam uma interrupção da seqüência lógica da frase. Podem ser usadas com

valor estilístico, isto é, com a intenção deliberada de permitir que o leitor complete o pensamento que foi suspenso, ou para marcar fala quebrada e desconexa, própria de quem está nervoso ou inseguro.

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Eu não vou dizer mais nada. Você já deve ter percebido que ele . . .- Bem . . . Sabe . . .Pois é . . . Quer dizer . . . Não era bem assim . . . Sei lá . . .Usam-se também as reticências (de preferência, entre parênteses) para indicar que parte de uma

citação foi omitida.“O sertanejo é ( . . . ) um forte.” (Euclides da Cunha - Os Sertões)

Ponto finalÉ utilizado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados por orações

interrogativas. É um dos sinais que indica maior pausa.Anoitecia. Eu sou estudante. Refiz as contas e não descobri onde errei.

O ponto é também usado para indicar abreviação de palavras. Sr., Sra., Srtª., V. Exª., Obs., Ex...

Pontos de exclamaçãoÉ colocado após determinadas palavras, como as interjeições, e após orações enunciadas com

entoação exclamativa. Denota, entre outras coisas, entusiasmo, alegria, dor, surpresa, espanto, ordem.

Olá! Ah! Entendi! Ótimo! Que susto! Mãos ao alto! Não toque em nada!

InterrogaçãoÉ usado no fim de orações interrogativas diretas. Nunca é colocado no fim de uma oração

interrogativa indireta.Entendeu?Se eu terminar os exercícios, posso ir com você?

EXERCÍCIOS1. Assinale a alternativa que contém erro de pontuação:a) Mario Quintana é um grande poeta; Érico Veríssimo, um grande romancista.b) Observo que, apesar de tudo, você ainda é o melhor.c) Refleti melhor e resolvi aceitar o encargo.d) Que tenhas muito sucesso, é tudo o que almejamos.e) Esperamos, ansiosamente, que retornes.

2. Assinale a alternativa que contém erro de pontuação.a) Recebi o dinheiro; não o gastei, porém, até o fim.b) Ambos sabiam que, naquele momento teriam uma surpresa.c) Deixou tudo: mulher, filhos, emprego...d) Não fomos ao cinema, pois estava chovendo.e) Não tenho disposição; não irei, pois, ao escritório.

RESPONDA ÀS QUESTÕES 03 E 04, ASSINALANDO A OPÇÃO EM QUE HAJA ERRO QUANTO AO EMPREGO DA VÍRGULA.QUESTÃO 3:a) O comentário é que não saberíamos, quando ele

retornaria de viagem.b) Esgotadas as possibilidades de diálogo,

abandonamos a reunião.c) Já que não havia mais discussões na sala,

preferimos ir embora.d) Não havia dúvida de que, para ir para casa,

precisávamos de coragem.

QUESTÃO 4:a) Agia intempestivamente, embora seus amigos pedissem mais calma nas decisões.b) Como você já percebeu, um texto não se faz de um amontoado de palavras e frases.c) Sei ainda, que os médicos recomendam outros exames, para diagnosticar a doença.d) Havia mito serviço no setor de compras, entretanto a funcionário não se preocupou com isso.

5. Assinale a opção em que o emprego da vírgula está em desacordo com as prescrições das regras gramaticais da norma culta:

a) Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao vestibular convencional, baseado, principalmente na avaliação dos conteúdos. (Folha de S. Paulo, 24/8/1999.)

b) Elevar-se é uma aspiração humana a que a música, essa arte próxima do divino, assiste com uma harmonia quase celestial. (Bravo!,7/1998.)

c) Estamos começando a mudar, mas ainda pagamos um preço alto por isso. (Isto É, 5/11/1997.)

d) Medicamentos de última geração, aliás, são apenas coadjuvantes no tratamento dos males do sono. (Época, 3/8/1998.)

e) Acho impossível, e mesmo raso, analisar o que é o teatro infantil fora de um contexto social. (O Estado de S. Paulo, 4/7/1999.)

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GABARITO:1. C 2. A 3. A 4. C 5. A *

* Comentário questão 5: alternativa APode-se corrigir a alternativa de duas formas:1) o advérbio "principalmente" deve vir entre vírgulas: "... baseado, principalmente, na avaliação..."2) deve-se eliminar a vírgula depois de "baseado", evitando-se, assim, isolar o verbo de seu complemento: "... baseado principalmente na avaliação dos conteúdos."

FLEXÃO DE GÊNERO, NÚMERO E GRAU DO SUBSTANTIVO E DO ADJETIVO

SubstantivoI - GêneroEm geral, os substantivos femininos são

caracterizados pela letra a; os masculinos não apresentam a desinência a, mas isso não significa que todo o substantivo terminado em a seja feminino (poema, papa, jesuíta). Por outro lado, nem todo o substantivo terminado em o e masculino (tribo).

a) Substantivos biformes: são aqueles que apresentam uma forma para o feminino e outra para o masculino. Isso pode se dar de duas maneiras:• o feminino apresenta o mesmo radical do

masculino; a flexão é indicada pela desinência: Ex.: menino - menina aluno - aluna amigo - amiga pintor - pintora• o feminino apresenta um radical diferente

daquele que forma o masculino. Ex.: bode - cabra homem - mulher genro - nora cavaleiro - amazona pai - mãe cavalheiro - dama

b) Substantivos uniformes: são aqueles que apresentam uma só forma para o feminino e o masculino. Três são as situações possíveis.• substantivo comum de dois gêneros apresenta

uma só forma para os dois gêneros; a distinção entre o masculino e o feminino é feita pelas palavras que acompanham o nome.

Ex.: o dentista/ a dentista; aquele estudante/ aquela estudantebela jovem; imigrante alemã; ótima pianista

• substantivo sobrecomum: apresenta um só gênero, mas designa pessoas ou animais do sexo masculino ou feminino.

Ex.: criança: é um substantivo feminino que serve para designar meninos e meninas; a distinção e dada pelo contexto.cadáver - cônjuge - bóia-fria - membro - vítimasujeito - testemunha - pé-frio – criatura

• substantivo epiceno: é aquele que serve para designar certos animais que não tenham forma própria para a formação do masculino e feminino. Ex.: jacaré macho/jacaré fêmea; cobra macho/cobra fêmea;

Nos substantivos epicenos, para distinguir o sexo do animal usamos as expressões macho e fêmea. Mas isso não ocorre com: cão/ cadela; cachorro/ cachorra; boi/vaca; leão/leoa

Casos duvidososMASCULINOS FEMININOS

o dó (pena) o suéter a dinamite a libidoo eclipse o soprano a derme a calo champanha o grama (peso) a hélice a gêneseo sósia o quilograma a omoplata a paneo clã o diagrama a cataplasma a celeumao hosana o hematoma a cólera (ira) a tramao herpes o telefonema a mascote a grama (vegetação)

→ A questão semântica“O cabeça da rebelião teve sua cabeça posta a prêmio.”

A mudança de gênero alterou o significado da palavra. Em muitos casos não chega a ocorrer uma mudança de gênero, mas de etimologias.

Observe: grama (vegetação) - grama (peso) origem latina origem grega

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a) Palavras de mesma origem masc.: o chefe, líder, pessoa inteligente

cabeçafem.: parte do corpom.: livro contábil; funcionário da caixa

caixaf.: recipiente; seção de pagamentos;

estabelecimento financeirom.: riquezas, bens

capitalf.: cidade sede do poder executivom.: óleo para sacramentos

crismaf.: cerimônia religiosa m.: vigário

curaf.: ato ou efeito de curar m.: quem serve de guia, cicerone

guia f.: documento, formulário m.: intérprete, poliglota

línguaf.: músculo do ap. fonador, idioma m.: ânimo, brio

moral f.: conjunto de regras de comportamento, bons costumes

m.: aparelho emissor/ receptor; elemento químicorádio

f.: estação emissora

b) Palavras de etimologia distinta m.:(grego schisma) separação, dissidência

doutrináriacisma f.: (der. regressiva de cismar) devaneio, sonho,

preocupação, suspeita m.: (do grego Kôma) sonolência, apatia; nesse

sentido, pode ser masculino ou femininocoma f.: (do grego Kome) cabeleira abundante.

subst. comum de dois gêneros: o espia, a espia;

der. regressiva de espiarespia

f.: (spailha) amarra, cabo para atracar navios m.: (latim radius) osso do antebraço

rádiof.: abreviação vocabular de radiofonia

II - NúmeroO substantivo pode flexionar-se em singular e

plural.Alguns substantivos são usados apenas no

plural, como é o caso de as núpcias, os óculos, as fezes, os víveres etc. Outros substantivos apresentam uma única forma para o plural e para o singular: o/os tênis, o/os vírus, o/os pires, etc.

a) Formação do Plural1º) forma-se o plural acrescentando-se s aos

nomes terminados por: vogal ou ditongo oral: livros, leis, bolas, ... ditongos nasais ãe/ão (átonos), mães,

bênçãos, ... vogal nasal ã: ímãs - imãs, .. m (grafando-se ns): dom - dons, ...

2º) acrescenta-se es aos nomes terminados por:- s ( tônico) as - ases, freguês - fregueses,...- z ( tônico): luz - luzes, giz - gizes, ....- r: cor - cores, revólver - revólveres, ....

3º) acrescenta-se e ou es aos nomes terminados em n:- abdômen - abdomens /abdômenes- espécimen - espécimens/espécimenes- gérmen - germens /gérmenes- hífen - hifens/hífenes- pólen - polens/pólenes

4º) aos nomes terminados em ão:• substitui-se ão por ões (a maioria deles):

coração - corações; melão - melões• substitui-se ão por ães: cão - cães; capelão -

capelães; pão - pães• acrescenta-se s: chão - chãos; cidadão -

cidadãos; cristão - cristãos

Observação:Muitos nomes apresentam duas e até três formas de plurais:

aldeão - aldeãos/aldeões/aldeãesancião - anciãos/anciões/anciãescorrimão - corrimãos/corrimõescortesão - cortesãos/cortesõesrefrão - refrãos/refrõessacristão - sacristãos/sacristães

5º) Nomes terminados em al, ol, ul:* troca-se l por is: carnaval/carnavais; lençol /lençóisExceção: cônsul e mal - cônsules e males real (= moeda) - réis

6º) Nomes terminados em il:• quando o il for átono: il - eis: fóssil - fósseis;

fútil - fúteis• quando o il for tônico: l - s: fuzil fuzis; barril -

barrisParticularidades: Réptil e projétil (paroxítonos) - répteis -

projéteis Reptil e projetil (oxítonos) - reptis - projetis

7º) Nomes terminados em el:• formam o plural em eis, se o final for átono:

nível - níveis; móvel - móveis

Você em 1º lugar! 29

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• formam o plural em éis, se o final for tônico: papel - papéis; coronel - coronéis

Plural com MetafoniaMetafonia: alteração do timbre - de o fechado

para o aberto.miolo (ô) - miolos (ó)abrolhos - fogos - porcos - fornos - portos -

caroços - postos - foros - jogos - povos - corpos - olhos - tijolos - poços – esforços

Continuam com o fechado no plural:acordos - esboços - logros - adornos - cachorros - forros - sogros – soldos

Plural dos Diminutivosanimais + zinhos = animaizinhosflores + zinhas = florezinhascorações + zinhos = coraçõezinhos

Plural dos Substantivos Compostosa) Os substantivos compostos não separados por

hífen formam o plural seguindo as mesmas regras dos substantivos simples. Ex.: pontapé - pontapés; planalto - planaltos

b) Quando os substantivos compostos forem separados por hífen, a pluralização poderá ocorrer de 4 maneiras diferentes:

* 1º elemento: verbo ou palavra invariável2º elemento: substantivosomente o 2º elemento vai para o pluralEx.: guarda-sol > guarda-sóis (guarda: verbo) abaixo-assinado > abaixo-assinados

beija-flor > beija-flores* 1º elemento: substantivo/adjetivo/numeral 2º elemento: substantivo/adjetivo/numeral os dois elementos vão para o pluralEx.: guarda-florestal > guardas-florestais

(guarda: substantivo)segunda-feira > segundas-feirasobra-prima > obras-primas

* 1º e 2º elementos ligados por preposição apenas o 1º elemento vai para o pluralEx.: mula-sem-cabeça > mulas-sem-cabeça pé-de-moleque > pés-de-moleque

* 1º e 2º elementos formados por palavras repetidas ou onomatopaicas. apenas o 2º elemento vai para o plural Ex.: tico-tico > tico-ticos; tique-taque > tique-taques; bem-te-vi > bem-te-vis

III - GrauA flexão em grau é indicada pela variação que ocorre no final dos substantivos, exprimindo idéia de aumento ou diminuição de tamanho, tendo como referência o grau normal.

Formação do grau do substantivoPara formar o aumentativo ou diminutivo do

substantivos, utilizam-se 2 processos:a) sintético - acrescentando um sufixo ao substantivo. barcaça ( aum.) barco barquinho (dim.)

(*) Podem ser usados os sufixos nominais.

b) analítico - o substantivo é apresentado em grau normal, sendo modificado pelo adjetivo que expressar idéia de aumento ou diminuição. barco pequeno barco barco grandeObs.: Às vezes usamos substantivos no aumentativo ou no diminutivo sintético para expressar não uma modificação no tamanho, mas uma carga afetiva ou pejorativa. Ex.: Meu pai é um amigão.

A expressão amigão expressa um juízo de valor; tem conotação afetiva e não pode ser classificada como flexão de grau.

ADJETIVOSão palavras que indicam qualidade, propriedade ou estado do ser.Ex.: Meu caderno novo já está sujo.

FLEXÃOO adjetivo varia em gênero, número e grau.

a) Gênero: Quanto ao gênero, dividem-se os adjetivos em:• uniformes - aqueles têm uma única forma para o masculino e para o feminino. São assim considerados os adjetivos terminados em a - democrata , hipócritae - rio-grandense, amazonensem - joveml - ágil, pueril, gentil, azulz - infeliz , felizparoxítonos terminados em s - simples

• biformes - apresentam duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino.

Você em 1º lugar!30

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Nesse caso, a formação do feminino geralmente segue as mesmas regras aplicadas ao mulher brasileira - homem brasileirobom homem - boa mulher; menina bonita - menino bonito

b) Número: O adjetivo pode flexionar-se em singular e plural para combinar com o substantivo.bela obra - belas obras; modelo francesa - modelos francesas

Adjetivos compostos Assim como os substantivos, os adjetivos também podem ser formados por um único elemento

(adjetivo simples) ou por mais de um elemento (adjetivo composto).Quanto à flexão do adjetivo composto, em gênero e número, somente o 2º elemento sofre

variações. Dessa forma, temos:música latino-americana - músicas latino-americanaspovo latino-americano - povos latino-americanos

Exceções: fica invariável o adjetivo composto em que o 2º elemento é um substantivo. Ex.: fantasia

amarelo-ouro - fantasias amarelo-ouro azul-marinho e azul-celeste são invariáveis. o adjetivo composto surdo-mudo flexiona os dois elementos, tanto em número como em gênero:

surdos-mudos; surdas-mudas.

c) Grau: Os adjetivos tem dois graus: comparativo e superlativo.O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos seres. São dois os graus do

adjetivo: o grau comparativo, confronta-se a mesma qualidade entre dois seres; e o superlativo, enuncia-se a qualidade em grau elevado, qualidade de um ser não comparado com outro.

Grau comparativo pode ser:⇒ DE IGUALDADE: A casa é tão antiga quanto o homem.⇒ DE SUPERIORIDADE: Carmem é mais alta que Marcia.⇒ DE INFERIORIDADE: Miriam é menos alta que Jane.

Comparativos Irregulares Os adjetivos “bom”, “mau”, “grande”, “pequeno”, possuem formas irregulares para o

comparativo de superioridade.

Grau Normal Comparativo de superioridade bom melhormau piorpequeno menorgrande maior

Observação: A forma “mais pequeno” ainda é usada e tida como correta. Entretanto, são condenadas as formas “mais grande”, “mais bom”, “mais mal”. Só podemos usar essas formas quando comparamos duas qualidades de um mesmo ser. Ex.: Esta casa é mais grande do que pequena.

O esquema é mais bom do que mau.

Grau Superlativo divide-se em :1º) ABSOLUTO

a) ANALÍTICO: A menina é muito bela .b) SINTÉTICO: A menina é belíssima .

Você em 1º lugar! 31

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2º) RELATIVO a) DE SUPERIORIDADE: - ANALÍTICO: João é o mais alto de todos - SINTÉTICO: Este monte é o maior de todos.

b) DE INFERIORIDADE: João é menos rápido de todos.

1º) O superlativo absoluto expressa a qualidade de um ser no seu grau mais elevado, sem nenhuma comparação com outro ser.Se o superlativo contém duas palavras (advérbio de intensidade + adjetivo), o superlativo absoluto é analítico:

A MENINA É MUITO BELA.

Se, porém, o superlativo contém uma palavra só, o superlativo é sintético:A MENINA É BELÍSSIMA.

2º) O superlativo relativo ressalta, com vantagem ou desvantagem a qualidade de um ser com relação a outros seres que possuem essa mesma qualidade.

O superlativo relativo se forma com a intercalação do adjetivo nas fórmulas “o mais ....... de” “o menos . . . . . .. de”.

Eis, para consulta, algumas formas literárias de superlativos absolutos sintéticos: acre - acérrimo agudo - acutíssimoamargo - amaríssimo amigo - amicíssimoantigo - antiqüíssimo áspero - aspérrimocélebre - celebérrimo comum - comuníssimocristão - cristianíssimo crível - credibilíssimocruel - crudelíssimo difícil - dificílimodoce - dulcíssimo dócil-docílimo e dulcíssimofácil - facílimo fiel - fidelíssimofrio - frigíssimo geral - generalíssimohumilde - humílimo incrível - incredibilíssimoinimigo - inimicíssimo íntegro - integérrimolivre - libérrimo magnífico-magnificentíssimomagro - macérrimo malédico-maledicentíssimo

EXERCÍCIO1. Em qual das alternativas abaixo todas as palavras pertencem ao gênero masculino?

a) eclipse – telefonema – dó – aromab) comichão – teorema – guaraná – faringec) aguardente – champanha – omoplata – clãd) dinamite – alface – libido – ênfase2

CONJUGAÇÃO DE VERBOS REGULARES E IRREGULARES

Verbo é a palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno. Quanto a conjugação divide-se em:

REGULARESSão aqueles que seguem um paradigma em sua conjugação. Na conjugação de um verbo regular, o radical e as desinências verbais mantêm-se regulares nos diferentes tempos e modos. Ex.: am-o beb-o part-o

am-as beb-es part-es am-a beb-e part-e am-amos beb-emos part-imos2 RESPOSTA: 1. A

Você em 1º lugar!32

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am-ais beb-eis part-is am-am beb-em part-em

IRREGULARESSão aqueles verbos que não seguem os paradigmas das conjugações, pois apresentam irregularidades nos radicais ou nas desinências. Ex.: sub-o meç-o dou sob-es med-es dás sob-e med-e dá sub-imos med-imos damos sub-is med-is dais sob-em med-em dão

Observação:1. As irregularidades presentes nos tempos primitivos, via de regra, parecem também nos tempos derivados.

2. Verbos que apresentam irregularidades nas desinências:• verbos terminados em air : sair; saio, sais, sai, saímos, saís, saem; saí, saíste, saiu,

saímos, saístes, saíram.• verbos terminados em : moer, môo, móis, mói, moemos, moeis, moem; moí, moeste, moeu,

moemos, moestes, moeram.• verbos terminados em uir : atribuir, atribuo, atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem,

atribuí, atribuíste, atribuiu, atribuímos, atribuístes, atribuíram.

Nos três casos acima, a 3ª p. sing. pres. ind. apresenta a desinência i e não e, como nos verbos regulares: parto, partes, parte.

• verbos terminados em uzir: produzir, produzo, produzes, produz, produzimos, produzis, produzem.

A 3ª p. sing. pres. ind. não possui a desinência e.• verbo rir: rio, ris, ri, rimos, rides, riem.

3. Verbos que apresentam irregularidades no radical e nas desinências: refletir (reflito, refletes, aderir (adiro, aderes), advertir, aferir, compelir, (compilo, compeles), competir, conferir, convergir, deferir, desferir, despir, digerir, discernir (discirno, discernes), prevenir, (agredir, denegrir, progredir, regredir, transgredir), dormir, tossir (tusso, tosses), engolir (engulo, engoles), cobrir (cubro, cobres), descobrir, encobrir, recobrir, sumir (acudir, bulir, consumir cuspir, escapulir, fugir, sacudir, subir), pedir (despedir, impedir, medir), ouvir, polir (pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem), perder ( perco, perdes), valer, (valho, vales), requerer, (requeiro, requeres), crer, ler, cear, incendiar, caber, (caibo, cabes), dar, dizer, estar, fazer, haver, ir, poder, pôr (derivados), querer, ter (derivados), trazer, ver (derivados), vir, ser, etc.

CONJUNÇÃO

É a palavra invariável que liga orações ou termos da oração. Ex.: Comi mas não gostei.As conjunções dividem-se em: coordenativas e subordinativas.Quando a conjunção liga as orações sem fazer com que uma dependa da outra ou sem que a

segunda complete o sentido da primeira, dizemos que ela é coordenativa.Quando a conjunção liga duas orações que se completam uma a outra e faz com que a segunda

dependa da primeira, dizemos que ela é subordinativa.

COORDENATIVASPodem ser:a) aditivas - que dão idéia de adição: e, nem, mas também, mais ainda, senão, também, como também, bem como. Ex.: A doença vem a cavalo e volta a pé.

Você em 1º lugar! 33

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b) adversativas - relação de oposição: mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Ex.: Querem ser ricos, mas não trabalham.c) alternativas - relação de alternância: ou ...ou, ora ... ora. Ex.: Maria ora caminhava, ora sentava ofegantemente.d) conclusivas - relação de conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (posto ao verbo). Ex.: As árvores balançavam, logo estava ventando.e) explicativas - relação de justificação: pois (anteposto ao verbo), porque, que ... Ex.: Venha, porque quero conversar com você.

SUBORDINATIVASPodem ser:a) integrantes → introduzem as orações subordinadas substantivas: que, se. Ex.: Sonhei que o mundo ia acabar.b) causuais → relação de causa: porque, visto que, já que, como ... Ex.: Não me interessa a opinião deles, porque todos ali são imbecis.c) concessivas → relação de concessão: embora, ainda que, se bem que ... Ex.: Foi ao encontro, embora estivesse atrasado.d) comparativas → relação de comparação: mais ... do que, menos... do que, como ... Ex.: Talvez ninguém pense como nós pensamos.e) condicionais → relação de condição: se, caso, contanto que, desde que, a menos que, salvo, a não ser que ... ex.: Não irei sem que ele me telefone.f) conformativas → relação de conformidade: conforme, consoante, segundo. Ex.: Cada um colhe, conforme semeia.g) consecutivas → relação de conseqüência: (tal)... que; (tanto) ... que. Ex.: Era tão feia que metia medo nas crianças.h) finais → relação de finalidade: para que, que, a fim de que. Ex.: Enganou-os para que não a enganassem.i) proporcionais → relação de proporcionalidade: à medida que, à proporção que, quanto mais ... Ex.: As criaturas são mais perfeitas à proporção que são mais capazes de amar.j) temporais → relação de tempo: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, desde que, apenas, mal ... Ex.: Todos saíram, depois que protestei.

LOCUÇÕES CONJUNTIVASMuitos dos exemplos acima citados são locuções conjuntivas, pois são duas ou mais

palavras com valor de uma conjunção → antes que, desde que, para que, etc.

EXERCÍCIO1. Uma conjunção integrante (que, se) é aquela que inicia uma oração subordinada substantiva. Das alternativas abaixo, apenas uma delas justifica tal afirmação. Aponte-a.

a) “A sucessão brasileira é apresentada a Paul O`Neill, secretário do Tesouro dos EUA que deixou a Argentina afundar.”

b) “O que metade das pessoas quer é mais mudanças. Aqueles que querem oposição cravada mesmo representam 30%” .

c) “Tive a nítida sensação de que já tinha estado lá, de que já tinha vivido naquele lugar, um convento antigo, em Portugal.”

d) “Ex-trombadinha, promotor de Justiça de uma cidade do interior da Bahia, assiste os pais que não matriculam seus filhos.” 3

CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA: VERBAL E NOMINAL

Concordância nominal e verbalOs adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam em gênero e número com os

substantivos determinados (CONCORDÂNCIA NOMINAL). O verbo concordará com o seu sujeito

3 RESPOSTA: 1. CVocê em 1º lugar!34

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em número e pessoa (CONCORDÂNCIA VERBAL).

CONCORDÂNCIA NOMINALO artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam em gênero e número com o nome

a que se referem. Ex.: Aqueles dois meninos estudiosos leram os livros antigos.

* VÁRIOS SUBSTANTIVOS DE MESMO GÊNERO + ADJETIVOO adjetivo vai para o plural (figura) ou concorda com o mais próximo.Ex.: Aquele foi um beijo e um abraço demorado.

* VÁRIOS SUBSTANTIVOS DE GÊNEROS DIFERENTES + ADJETIVOO adjetivo pode ir para o masculino plural ou concordar com o substantivo mais próximo.Ex.: A região oferece água e ar puros. A região oferece água e ar puro.

* ADJETIVO + VÁRIOS SUBSTANTIVOS (QUALQUER GÊNERO)O adjetivo concorda com o primeiro substantivo.Ex.: O cirurgião utilizou novas técnicas e métodos.

(adjetivo) O cirurgião utilizou novo método e técnicas. (adjetivo)

* UM E OUTRO + SUBSTANTIVO + ADJETIVOO substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural.Ex .: O aluno resolveu uma e outra questão fáceis.

SUBSTANTIVO + ADJETIVO COMPOSTOQuando o adjetivo composto é constituído por outros adjetivos,

somente o último concorda com o substantivo.Ex.: O mundo vive graves crises sócio-econômicas.

O terceiro mundo vive graves crises econômico-financeiras.

* MESMOQuando pronome, concorda com a palavra a que se refere. Ex.: Elas mesmas promoveram a festa.Significando realmente, é invariável. Ex.: Elas promoveram mesmo a festa.

* OBRIGADODeve concordar com o gênero da pessoa que esteja utilizando.Ex.: A professora disse: muito obrigada. O rapaz agradeceu dizendo: obrigado.

* ANEXO/INCLUSOSão adjetivos; devem concordar com o nome a que se referem. Ex.: Segue anexa a fotografia. Vão inclusas as procurações.

* BASTANTEQuando é pronome indefinido, concorda com o substantivo a que refere. Ex.: Bastantes pessoas

compareceram à reunião. (= muitas)Quando for advérbio, será invariável. Ex.: Elas são bastante simpáticas. (= muito)

* MEIO Quando significa metade, concorda com o nome a que se refere. Ex.: Era um homem de meias palavras. Como advérbio, é invariável (sem feminino nem plural). Ex.: A criança estava meio doente.

* SÓ

Você em 1º lugar! 35

A palavra sempre está relacionada a outra ou a outras, a fim de trazer clareza, objetividade na exposição de idéias.

Concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se harmonizam, nas suas flexões, com as palavras de que dependem.

É a subordinação de flexão de determinadas palavras a outras, de que dependem. É palavra subordinante a que dita a flexão de outra, a subordinada.

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Quando adjetivo, concorda com a palavra a que se refere. Ex.: As crianças ficaram sós em casa. (= sozinhas)

Quando significa somente/apenas é invariável. Ex .: SÓ os políticos pensam assim. (= apenas )

É BOM / É NECESSÁRIO / É PROIBIDO + SUBSTANTIVO Não variam, se o substantivo não possuir artigo. Ex.: Bebida alcoólica é proibido para menores. A bebida alcoólica é proibida para menores. Água mineral é bom. A água mineral é boa.

CONCORDÂNCIA VERBALConsidera as flexões de número e de pessoa entre o verbo e o sujeito.

1º) SUJEITO SIMPLES - Quando o sujeito possuir um só núcleo, o verbo concordará com ele em número (singular/plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª). Ex.: O jornal está aqui. Os jornais estão aqui. (sujeito) (verbo) ( sujeito) (verbo) (3ª p. sing.) (3ª p. sing.) (3ª p. pl.) (3ª p. pl.)

2º) SUJEITO COMPOSTO• Se posicionado antes do verbo, leva este para o plural.Ex.: O jornal e a revista estão aqui. (suj. composto) (v. pl.)

• Quando os núcleos do sujeito forem sinônimos, o verbo poderá estar tanto no singular como no plural.

Ex.: O heroísmo e a coragem fazem (faz) dele um homem incomum. (suj. composto) (núcleos sinônimos)

• Quando os núcleos do sujeito formarem uma enumeração gradativa, o verbo poderá estar no plural ou no singular.

Ex.: Um olhar, um sorriso, um carinho acalmam (acalma) a criança. (suj. composto - em gradação)

• Quando os núcleos vierem seguidos por palavras com força de resumo: tudo, nada, ninguém, alguém - o verbo ficará no singular.

Ex.: As jóias, as roupas, as cobertas, tudo sumiu. (sujeito composto) (pal. resumitiva) (v. sing.)

• Quando o sujeito composto estiver posicionado após o verbo, o verbo poderá ir para o plural ou concordar com o primeiro núcleo.

Ex.: Sumiram o policial e seu auxiliar. (v. plural) (sujeito composto ) ou (1º núcleo)

Sumiu o policial e seu auxiliar. (v. sing.) (sujeito composto)

3º) SUJEITO COMPOSTO POR PESSOAS GRAMATICAIS DIFERENTES* verbo na 1ª pessoa do plural: - eu + tu + ele (s) = nós

- eu + tu = nós- eu + ele = nós

* verbo na 2ª ou 3ª pessoa do plural: - tu + ele ( s ) = vós ou vocês Ex.: Tu, ele e eu somos os vencedores. (suj. comp. - tu + eles) (v. p. pl.) Ex.: Tu e teus amigos ires à festa. (suj. composto) (v. 2ª p. pl.)

Você em 1º lugar!36

EXPRESSÕES COMO:• MAIS DE / MENOS DE + NUMERAL,• UM DOS QUE / UMAS DAS QUE,• UM E OUTRO / NEM UM NEM OUTRO

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4º) A MAIOR PARTE DE, UMA PORÇÃO DE, GRANDE PARTE DE Ex .: A maioria dos professores aderiram (aderiu) a greve.

5º) SUJEITO REPRESENTADO PELO PRONOME RELATIVO QUE O verbo deve concordar com a palavra que antecede o que.

Ex .: Sempre fomos nós que decidimos tudo. (suj.)

Obs.: quando o sujeito for representado pelo pronome relativo quem, o verbo pode tanto ficar na 3ª pessoa do singular, como concordar com a palavra que antecede. Ex .: Fui eu quem fez a lição. (1ª p. sing.) (suj.) (3ª p. sing.)

Fui eu quem fiz a lição. (1ª p. sing.) (suj.) (1ª p.sing.)

6º) SUJEITO REPRESENTADO POR NOME PRÓPRIO NO PLURALNeste caso, o verbo:• permanece no singular, se o nome não apresentar artigo. Ex.: Ilhéus localiza-se no litoral

baiano.• concorda com o artigo, se este aparecer antes do nome próprio. Ex.: Os Estados Unidos

participaram do último conflito mundial.

ATENÇÃO! Se o artigo fizer parte de títulos de obras, o verbo poderá estar no plural ou singular.

Ex.: Os Sertões narram (narra) o massacre de canudos. (nome do livro)

7º) VERBOS INDICATIVOS DE HORAS (DAR, SOAR, BATER) CONCORDAM NORMALMENTE COM O SUJEITO Ex.: Soaram duas horas naquele relógio. (sujeito) (adj. adv. lugar)

Deu três horas o relógio da matriz. (obj. dir.) ( sujeito)

Ex.: Mais de um jurado fez justiça à minha música. (suj.) Mais de cinco atletas desistiram. (suj.) Ele é um dos autores que viajou (viajaram). Ele é um dos que não faltou (faltaram). Um e outro texto me satisfaz (satisfazem).

Obs.: a expressão um ou outro pede verbo no singular. Ex.: Um ou outro livro deleitava o meu lazer.

8º) CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER• Normalmente o verbo concorda com o sujeito, porém o verbo SER pode também concordar

com o predicativo. Ex.: A velhice seria (seriam) apenas recordações?Neste exemplo, o sujeito e o predicativo são nomes de coisas e um deles está no singular

Você em 1º lugar! 37

O verbo pode ficar tanto no plural como no singular.

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(velhice) e o outro no plural (recordações), permite ao verbo concordar com um ou com outro.

• Se o sujeito for pessoa (não coisa), o verbo SER só poderá concordar com o nome.Ex.: Frederico é as alegrias do pai.

Os filhos doentes são a preocupação da mãe.

• É muito/é pouco/é demais (peso, quantidade, medida).O verbo SER fica no singular.Ex.: Duas horas não é tanto assim.

Oitocentos gramas é muito. Dois séculos seria pouco para esquecê-lo.

• Horas/datas/distâncias.O verbo ser é impessoal; concorda com o predicativo.Ex.: Hoje são quatorze de março. / Hoje é dia quatorze de março.

(predicativo) (predicativo) Daqui a São Paulo são mil quilômetros.

Obs.: Hoje é 2 de abril . ou Hoje são 2 de abril . (Hoje é (dia) 2 de abril) (Hoje são 2 (dias) de abril )

9º) CONCORDÂNCIA COM SE:• VERBO + SE (pron. apassivador): o verbo concorda com o sujeito.

Ex.: Vende-se um apartamento. / Vendem-se alguns apartamentos. ( suj. sing.) (suj. pl.)• VERBO + SE (ind. indeterm. sujeito): verbo na 3ª pessoa do singular. Ex.: Desconfiava-se de algumas pessoas. ( 3ª p. sing. ) (obj. ind. - pl.) Precisa-se de funcionários. (3ª p. sing.) (obj. ind. - pl.)

*****EXERCÍCIOS*****Leia o texto para responder a questão 1.12345

Essas conquistas da civilização, como a igualdade de todos perante a lei e o direito de não ser considerado culpado até prova em contrário, de repente se transformam em letra morta para varejistas que, a pretexto de se defenderem de atropelos até certo ponto ........ por suas atividades negociais, desarticulam, na prática, o mecanismo de defesa que o Sistema Nacional de Proteção ao Consumidor reservou ........ parte fraca da relação de consumo.

1) Se, no último período do texto, substituíssemos a palavra varejistas (linha 2) por o comerciante, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de ajuste de concordância?a) Apenas uma. d) Apenas quatro.b) Apenas duas. e) Nenhuma.c) Apenas três.

2. Assinale a alternativa correta quanto à Concordância Verbal:a) Sou eu que primeiro saio. b) É cinco horas da tarde.c) Da cidade à praia é dois quilômetros.

d) Dois metros de tecido são pouco.e) n.d.a.

3. Assinale a frase em que há erro de concordância:a) Os sertões possuem um sopro épico.b) Promove-se festas beneficentes na minha comunidade.c) Há dois anos, os Estados Unidos invadiram a Líbia.d) Fui eu quem resolveu a adoção de tal medida.e) n.d.a.

RESPOSTAS:1. B 2. A 3. B

REGÊNCIARegência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. A palavra

que depende é chamada de termo regido e a palavra da qual a outra depende é chamada termo regente.

TERMO REGENTE → é o elemento que pede outro para lhe completar o sentido.TERMO REGIDO → é o elemento que completa o sentido de outro e que pode ser ligado ao

regente por meio de preposição.

Você em 1º lugar!38

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Exemplo: A menina gosta de maçã.

(regente) preposição (regido)

Regência é a parte da sintaxe, que estuda as relações de determinação, existentes entre as partes ou elementos da oração, ou ainda, é a propriedade de ter uma palavra, sob sua dependência, outra ou outras que lhe completem o sentido

A regência classifica-se em: REGÊNCIA NOMINAL e VERBAL.REGÊNCIA NOMINAL

Ocupa-se do nome e seus complementos. Vejamos a Regência de alguns nomes:ACESSO > a = aproximação AMOR > a / de

em = promoção para/para com para = passagem

APTO > para AVERSÃO > a / em a para/por

ESTIMA > a / por = amizade FIEL / DIGNO > a / em = leal de = consideração de

OBEDIÊNCIA > a alguém ÂNSIA > de / por

ACOSTUMADO > com / a = habituado ANSIOSO > de / para / por

JEITO > de = maneira ATENCIOSO > a = atento para = habilidade com / para com = cortês

ATENÇÃO > a / para / sobre = cuidado FALTA > a - ausência com / para com = respeito com / contra / para com = culpa leve

GOSTO > a = simpatia PRÓDIGO > com = generoso de / para / por = afeição de / em = que distribui em = prazer

REGÊNCIA VERBALEx.: Todas as crianças gostam de doces.

(v. t indireto). (objeto indireto)O verbo gostar rege um objeto indireto. Ex.: João namora Maria .

(v. t. dir.) (obj. dir.)Regência de alguns verbos:

VERBOS QUE SÃO SEMPRE TRANSITIVOS INDIRETOS (exigem preposição)Obedecer

Todos obedeceram ao regulamento.Todos lhe obedeceram.

SimpatizarNão simpatizo com esta mulher.Não simpatizo com ela.

DesobedecerNinguém desobedeceu ao chefe.Ninguém lhe desobedeceu

PertencerEste livro pertence a você.Este livro lhe pertence.

DesagradarAs palavras desagradaram ao mestre.As palavras lhe desagradaram.

VERBOS QUE SÃO SEMPRE TRANSITIVOS DIRETOS (sem preposição) Ajudar, amar, convidar, cumprimentar, estimar e idolatrar. Portanto escreve-se: Ajuda-a. não: Ajuda-lhe. Amei-a. Amei-lhe.

Você em 1º lugar! 39

O verbo namorar rege o objeto direto.

LÍNGUA PORTUGUESA Convidamo-lo. Convidamos-lhe. Cumprimentei-os Cumprimentei-lhes. Estimo-o. Estimo-lhe. Idolatrava-o. Idolatrava-lhe.

E mais: conhecer, convocar, encontrar, entender, visitar, ouvir, procurar, ver,... (todos sem preposição). Ex.: Nós conhecemos a verdade. Ele não encontrou a amada. Ontem, quando visitava a minha namorada, vi a sua irmã. A multidão ouvia o líder com atenção. Você os prejudicou! Agora, procure entendê-los.

VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA AVISAR, PREVENIR, INFORMAR, CERTIFICAR * alguém de alguma coisa: (obj. dir.) (objeto indireto) Ex.: Avisara-o de seus defeitos. Certifiquei-a do dever assumido. Informei-o de que chegaram os documentos.

* a alguém alguma coisa: (obj. indir.) (objeto direto) Ex.: Informaram-lhe que seria preso. Avisara à esposa que não voltaria cedo.

VERBOS COM VARIAS REGÊNCIASASPIRAR

* pretender, desejar (transitivo indireto) Ex.: O time aspira a uma vitória, Muitas são as coisas a que aspiro.

* respirar, inalar (transitivo direto) Ex.: A menina aspirou o gás tóxico. O gás tóxico que a menina aspirou era forte.

Cuidado! O verbo aspirar, como transitivo direto, não aceita o pronome oblíquo lhe: Ex.: Você aspirava ao diploma?

Sim, eu aspirava a ele, (e jamais: “aspirava-lhe”)

ASSISTIR* presenciar, estar presente (transitivo indireto) Ex.: Muitas crianças presenciaram ao show.* socorrer, prestar assistência (transitivo direto) Ex.: A enfermeira assiste o doente.* caber, pertencer (transitivo indireto) Ex.: O direito de protestar assiste a todo jovem.

AGRADAR* contentar, satisfazer (transitivo indireto) Ex.: Sua atitude não agradou à família.* acariciar, fazer carinho (transitivo direto) Ex.: O menino agradava o pequeno animal.

VISAR* pretender, ter em vista (transitivo indireto) Ex.: Você sempre visou a este cargo.* pôr o visto, assinar (transitivo direto) Ex.: O fiscal visou o passaporte.* mirar, dirigir a pontaria ( transitivo direto) Ex.: O caçador visava o coração do animal.

QUERER* desejar, tomar posse (transitivo direto) Ex.: O menino queria o brinquedo. Ninguém o queria.* gostar, querer bem (transitivo indireto) Ex.: Sempre quis aos meus pais.

Estas são as pessoas a quem queremos bem.

ESQUECER/ LEMBRAR* Transitivo Indireto: quando acompanhado pelo pronome oblíquo. Ex.: Eu me esqueci da data.

Todos se lembraram do fato.* Transitivo Direto: quando não acompanhado pelo pronome oblíquo. Ex.: Esqueci a data.

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Lembraram o fato.

*****EXERCÍCIOS*****1. Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal.A. Este é o livro que eu gosto e o qual me referi.B. Este é o livro o qual eu gosto e que me referi.C. Este é o livro do qual eu gosto e do qual me referi.D. Este é o livro de que eu gosto e ao qual me referi.

2. Emprego indevido de o:a) O irmão o abraçou. d) O irmão o obedeceu. b) O irmão o encontrou. e) O irmão o ouviu. c) O irmão o atendeu.

3. Isso ..... autorizava ..... tomar a iniciativa. a) o - à d) o - a b) lhe - de e) lhe - a

c) o - de

4. Quanto a amigos, prefiro João ....... Paulo, .......... quem sinto ............ simpatia. a) a, por, menos d) do que, com, menos b) do que, por, menos e) do que, para, menos c) a, para, menos

5. O projeto ............ estão dando andamento é incompatível ............ tradições da firma. a) de que, com as d) à que, às b) a que, com as e) que, com as c) que, as

GABARITO: 1. D 2. D 3. D 4. A 5. B

CRASE

Quando a preposição se encontra com o artigo ou com o pronome demonstrativo feminino a, as e ainda com os pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a qual e as quais, fundem-se os dois sons em um só, é o fenômeno da crase, assinalado, na escrita, com o acento grave.

Há crase:a) diante de nomes de cidades ou de países que se enquadram na regra prática: Vou à, se puder

voltar da. Ex.: Vou à Itália. (Volto da Itália.) / Vou a Paris. (Volto de Paris.) / Vou à Paris maravilhosa. (Volto da Paris maravilhosa)

b) diante de palavra feminina que exigir PARA A: Ex.: Vou à Igreja. (Vou para a Igreja)

c) antes de numeral, indicando horas: Ex.: Chegarei às duas horas.

d) antes de substantivo, quando se omite a palavra maneira ou moda: Ex.: Veste-se à Luís XV. ( . . . à maneira Luís XV.)

e) nas locuções adverbiais, prepositivas ou conjuntivas femininas: Ex.: Saiu às pressas. / Saímos à procura dele.

f) antes de pronomes demonstrativos, quando for possível substituir por a essa, a isto, a esta. Ex.: Ele quer ir àquela festa. ( = a esta festa) / Ele conhece àquela loja. ( = essa)

Você tem soluções para saber se usa a crase ou não.1) Substitua o a por ao e a palavra feminina por palavra masculina (da mesma classe gramatical). Veja: Ele é sensível à estima. (= ao elogio ) Estas são as pessoas às quais me referi. (= os homens os quais me referi)

2) Troque a preposição por : - para a - da (com crase) - na Ex.: Dei um presente à menina. (= para a menina)

3) Nunca troque por:- para

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CRASE é a fusão de duas vogais em uma só. Neste caso, é a fusão da preposição

A + artigo A = A.

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- de (sem crase)- em

Ex .: Dei um presente a ela. (= para ela)

Você não deve usar crase: * Diante de palavra masculina. * Antes de artigo indefinido uma. * Antes da palavra casa, quando significa residência própria. * Antes da palavra terra, quando em sentido oposto a bordo. * Antes de pronomes que não admitem artigo (a esta . . .). * Antes de verbo.

O uso da crase é facultativo: * Antes de pronome possessivo. Ex.: Irei a (à) sua casa. * Antes de nome próprio de pessoa . Ex.: Entregue a (à) Maria do 3º ano.

PARA SUA INFORMAÇÃO:Com relação às locuções adverbiais de instrumento, quando femininas, há gramáticos que

admitem o uso da crase, apesar de reconhecer que há apenas a preposição A. Essa possibilidade existe e é usada por muitos devido a ambigüidade que existe em expressões como: pintar a mão = pintar a própria mão (artigo) pintar à mão = pintar com a mão (preposição) ou ainda: matar a fome = saciar, terminar com a fome (artigo) matar à fome = matar alguém pela fome (preposição)

Observe que, se substituirmos por uma palavra masculina, obteremos apenas a preposição: pintar a lápis (preposição) matar a tiro (preposição)

Nem todos reconhecem tal possibilidade; há gramáticos que continuam pela Nomenclatura Gramatical Brasileira, a qual diz que nesses casos não há crase.

Em expressões como:frente a frente ou cara a caraNão há crase, sem dúvida alguma.Ex.: Ela esteve frente a frente com o assassino.

Nem em: Ele fez referência a coisas sem importância. (= a fatos) Conheço a pessoa a quem você se referiu. (= o homem a quem)

ou ainda: Cheguei cedo a casa. (= em casa)

mas:Voltei sem demora à casa de meus pais. (= para a casa de meus pais) (= da casa de meus

pais)

Não há crase em: O nadador voltou a terra exausto. ( = para terra)

Mas há em: Voltarei à terra de meus pais. (= para a)

EXERCÍCIOS1. Com estilo ...... Rui Barbosa, escreveu cartas ....... suas filhas, quando se encontrava .......

pouca distância da fronteira.a) a – à – a d) a – a – à

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b) à – às – a e) à – a – à c) à – as – à

2. Com a mochila............tiracolo, lá se ia o menino...............na vida,...........procura de aventuras mil..........caminho da escola.a) a - à toa - à - a d) à - a toa - à - àb) a - à toa - a - à e) a - à toa - a - c) à - a toa - à - a

3. Preencha as lacunas, considerando o uso adequado do acento grave, indicador da crase.

- Solange vai ___ Florianópolis na quarta-feira.- Eu quero ir ____ reunião para mostrar o projeto aos meus colegas.- Entregue os livros ____ todos que estão na sala.- A pessoa ____ qual me referi não está na festa.- Os homens ficaram ____ distância de 50 metros do local da explosão.A seqüência correta, de cima para baixo, é:a) a - a - a - à - à c) à - à - a - à - ab) a - à - a - à – à d) a - à - à - a - a

RESPOSTAS: 1. B 2. A 3. B

SENTIDO DE RADICAIS, PREFIXOS E SUFIXOS

Quando usamos prefixo ou sufixo ou prefixo e sufixo na formação de palavras, dizemos que existe aí uma derivação.

Ex. de derivação por prefixação: preencher, reter, manter, semimorto, supor, transpor, infeliz, amoral, desentender;

por sufixação: mulherada, dinheirama, casario, poemeto, glóbulo, europeu, meningite, saltitar;

por prefixação e sufixação: amanhecer, emagrecer, deslealmente.

RADICAL - Informa sobre o significado básico da palavra.

Fabric-ar filh-i-nh-o-sA partir do radical podemos formar várias palavras:fabricante filhofabricado filhinhofabricação filhotefabriqueta filharadafabril filial

Observe que nessas palavras o radical embora seja o mesmo, pode apresentar variações. Apesar disso, todas elas pertencem à mesma família de palavras.

O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um radical denomina-se família de palavras ou palavras cognatas.

AFIXOS - São morfemas que se agregam ao radical, modificando seu sentido básico. Podem ser derivacionais e gramaticais.

Os afixos derivacionais formam palavras novas. Quando colocados antes do radical , são chamados prefixos; quando colocados depois do radical, são chamados sufixos. Veja:

im produt ivoprefixo radical sufixonegação estado

Os afixos gramaticais, também chamados desinências, são sempre colocados depois dos radicais. Há dois tipos de desinências:*0 as desinências nominais informam o gênero e o número dos nomes:

filh o s filh a sgênero número gênero número(masculino) (plural) (feminino) plural

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*1 as desinências verbais informam o modo, o tempo, o número e a pessoa dos verbos:fabricá sse mos

modo e tempo pessoa e número(imperfeito do (1ª pessoa do plural)

PREFIXOS:SÃO MORFEMAS QUE SE COLOCAM ANTES DOS RADICAIS BASICAMENTE PARA

MUDAR OS SENTIDOS.Eles podem ser de origem latina ou podem ser de origem grega.

PREFIXOS DE ORIGEM LATINA

Prefixo significados exemplos

a-, ab-, separação abdicar

a-, ad- aproximação abraçar

além- para o lado de lado lá além-túmulo

ante- anterioridade antebraço

aquém- para o lado de cá aquém-mar

cis- posição aquém cisplatino

co-, com- companhia combater

de- movimento de cima pra baixo decrescer

dis-, di- separação dilacerar

PREFIXOS DE ORIGEM GREGA

Prefixo significado exemplos

an-, a- privação anarquia

ant(i)- oposição antagonista

ap(o)- afastamento apóstata

cata- oposição catarro

di(a)- através diagnóstico

par(a) perto paradoxo

peri- posição em torno pericarpo

pro- posição em frente programa

sin-, sim- ação conjunta sinestesia

Radicais1º Elemento da Composição

Forma Sentido Exemplos Aero- ar Aeronave Antropo- homem Antropologia Arqueo- antigo Arqueologia Auto de si mesmo Autobiografia

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Biblio- livro Biblioteca Bio- vida Biologia Cali- belo Caligrafia Cosmo- mundo Cosmologia Cromo- cor Cromossomo Crono- tempo Cronologia Dactilo- dedo Dactilografia Deca- dez Decaedro Demo- povo Democracia di- dois Dissílabo Ele( c )tro- (âmbar) eletricidade Eletroímã Enea- nove Eneágono Etno- raça Etnologia Farmaco- medicamento Farmacologia Filo- amigo Filologia Fisio- natureza Fisionomia Fono- voz, som Fonologia Foto- fogo, luz Fotosfera Geo- terra Geografia Hemo- sangue Hemorragia Hepta- sete Heptágono Hetero- outro Heterogêneo Hexa- seis Hexágono Hidro- água Hidrogênio Hipo- cavalo Hipopótamo Ictio- peixe Ictiologia Iso igual Isósceles Lito- pedra Litografia Macro- grande, longo Macróbio Mega- grande Megalomaníaco Melo- canto Melodia Meso- meio Mesóclise Micro- pequeno Micróbio Mito- fábula Mitologia Mono- um só Monarca Necro- morto Necrotério Neo- novo Neolatino Octo- oito Octaedro Odonto- dente Odontologia Oftalmo- olho Oftalmologia Onomato- nome Onomatopéia Orto- reto, justo Ortodoxo Oxi- agudo, penetrante Oxítono Paleo- antigo Paleontologia Pan- todos, tudo Pan-americano Pato- doença Patologia Penta- cinco Pentágono Piro- fogo Pirotecnia Poli- muito Poliglota Potamo- rio Potamografia Proto- primeiro Protozoário Pseudo- falso Pseudônimo Psico- alma, espírito Psicologia Quilo- mil Quilograma

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Quiro- mão Quiromancia Rino- nariz Rinoceronte Rizo- raiz Rizotônico Tecno- arte Tecnografia Termo- quente Termômetro Tetra- quatro Tetraedro Tipo- figura, marca Tipografia Topo- lugar Topografia Tri- três Trissílabo Zoo- Animal Zoologia

2º Elemento da Composição Forma Sentido Exemplos -agogo Que conduz Pedagogo -algia Dor Nevralgia -arca Que comanda Monarca -arquia Comando, governo Monarquia -céfalo Cabeça Microcéfalo -cracia Poder Democracia -doxo Que opina Ortodoxo -dromo Lugar para correr Hipódromo -edro Base, fase Poliedro -fagia Ato de comer Antropofagia -fago Que come Antropófago -filia Amizade Bibliofilia -fobia Inimizade, ódio, temor Fotofobia -fobo Que odeia, inimigo Xenófobo -foro Que leva ou conduz Fósforo -gamia Casamento Poligamia -gamo Casa Bígamo -gêneo Que gera Heterogêneo -glota; -glossa Língua Poliglota, isoglossa -gono Ângulo Pentágono -grafia Escrita, descrição Ortografia -grafo Que escreve Calígrafo -grama Escrito, peso Telegrama, quilograma -logia Discurso Arqueologia -logo Que fala ou trata Diálogo -mancia Adivinhação Quiromancia -metria Medida Biometria -metro Que mede Pentâmetro -morfo Que tem a forma Polimorfo -nomia Lei, regra Astronomia -nomo Que regula Autônomo -péia Ato de fazer Onomatopéia -pólis; -pole Cidade Petrópolis, metrópole -ptero Asa Helicóptero -scopia Ato de ver Macroscopia -scópio Instrumento para ver Microscópio -sofia Sabedoria Logosofia -teca Lugar onde se guarda Biblioteca -terapia Cura Fisioterapia -tomia Corte, divisão Dicotomia -tono Tensão, tom Monótono

Você em 1º lugar!46

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SUFIXOSSufixo significados exemplos

-ada ferimento facada

-ário atividade boticário

-ugem semelhança ferrugem

-dade qualidade maldade

-dor, -tor, -sor instrumento regador

-ismo doutrinas catolicismo

-aco ofícios flautista

-ano doutrina luterano

-eu origem europeu

COLETÂNEA DE PROVAS DE CONCURSOS E TESTESOS LIVROS E SUAS VOZES

Se há uma pessoa que possa, a qualquer momento, arrancar da sua infância uma recordação maravilhosa, essa pessoa sou eu. [...]

Tudo quanto, naquele tempo, vi, ouvi, toquei, senti, perdura em mim com uma intensidade poética inextinguível. Não saberia dizer quais foram as minhas impressões maiores. Seria a que recebi dos adultos tão variados em suas ocupações e em seus aspectos? Das outras crianças? Dos objetos? Do ambiente? Da natureza? [...]

Recordo céus estrelados, chuva nas flores, frutas maduras, casas fechadas, estátuas, negros, aleijados, bichos, suínos, realejos, cores de tapete, bacia de anil, nervuras de tábuas, vidros de remédio, o limo dos tanques, a noite em cima das árvores, o mundo visto através de um prisma de lustre, o encontro com o eco, essa música matinal dos sabiás, lagartixas pelos muros, enterros, borboletas, o carnaval, retratos de álbum, o uivo dos cães, o cheiro do doce de goiaba, todos os tipos populares, a pajem que me contava com a maior convicção histórias do Saci e da Mula-sem-cabeça (que ela conhecia pessoalmente); minha avó que me cantava rimances e me ensinava parlendas... [...]

Mais tarde [...] os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano. Foi ainda nessa área que apareceram, um dia, os meus próprios livros, que não são mais do que o desenrolar natural de uma vida encantada com todas as coisas [...]

Sempre gostei muito de livros e, além dos livros escolares, li os de histórias infantis, e os de adultos: mas estes não me pareciam tão interessantes, a não ser, talvez, Os Três Mosqueteiros, numa edição monumental, muito ilustrada, que fora de meu avô. Aquilo era uma história que não acabava nunca; e acho que esse era o seu principal encanto para mim. Descobri o Dicionário, uma das invenções mais simples e mais formidáveis e também achei que era um livro maravilhoso, por muitas razões. [...]

Quando eu ainda não sabia ler, brincava com livros e imaginava-os cheios de vozes, contando o mundo.

Cecília Meireles1. Sobre o texto, assinale a alternativa correta: a) a autora relata boas recordações de sua infância. b) suas lembranças da infância são reveladas de maneira negativa, tristes. c) a autora afirma que nunca recebeu incentivo algum para despertar seu interesse pelos livros. d) seu gosto pela leitura nasceu sem a influência de outras pessoas. e) o relato pode ser considerado um tipo de texto, no qual a autora não cita nenhuma experiência vivida.

2. A palavra, em negrito, no período que segue: “Tudo (...) perdura em mim com uma intensidade poética inextinguível”, de acordo com o texto tem um significado. Assinale a alternativa correta: a) o termo adquire um sentido de indiferença. b) recordações que não podem ser esquecidas ou apagadas da lembrança. c) a palavra, no texto, dá ideia de abolição das lembranças.

Você em 1º lugar! 47

LÍNGUA PORTUGUESAd) inextinguível é o mesmo que dizer erradicar, deixar de aparecer. e) a palavra grifada é igualada ao sentido de esquecimento.

3. De acordo com os dois últimos parágrafos do texto, assinale a alternativa correta: a) os livros são, somente, objetos que representam a ideia de algum (a) autor (a) e, deles, todos os leitores nada depreendem. b) a expressão “cheios de vozes” possui o mesmo significado de ideias confusas, que nada dizem a todos os leitores. c) em “(...) contando o mundo.”, a expressão, no texto, não tem o mesmo sentido de falar ou escrever sobre as realidades ou sonhos passados ou atuais. d) as expressões “(...) cheios de vozes”, “contando o mundo.”, neste texto, privilegiam, somente, uma maneira poética de enfatizar a existência de que todos os seres humanos já se tornaram bons leitores. e) os livros são cheios de palavras, frases, histórias que se transformam em vozes, as quais traduzem o que existe no pensamento; uma forma diferente de falar o escrever sobre qualquer assunto do mundo que nos cerca.

4. Existem palavras que servem como elementos de coerência e coesão de um texto. Entre elas, encontramos as classificadas, morfologicamente, como conjunções. “(...) li os livros de histórias infantis, e os de adultos: mas estes não me pareciam tão interessantes(...)” No período, acima, aparece a conjunção “mas”. Assinale a afirmativa correta, conforme o seu significado no texto. A. tem um sentido de adição. B. significa uma junção, soma de ideias. C. traduz uma ideia de contradição. D. adquire um sentido de alternância ao externar o pensamento. E. não é uma conjunção adversativa.

5. Indique o erro de pontuação:a) Diga-me quantas horas são?b) Dorme, que eu penso.c) Os soldados agacharam-se, e ele saltou.d) As nuvens, as folhas, os ventos não são deste mundo.e) Fecho os meus olhos sobre o mundo - quanta luz!

6. A regra geral de concordância verbal do português é a seguinte: “O verbo concorda em número e pessoa com o(s) núcleo(s) do sujeito da oração.” Marque a única alternativa na qual essa regra foi respeitada:a) A pavimentação das rodovias estaduais demoraria ainda alguns meses.b) Apareceu uns cinco ou seis interessados no apartamento.c) Será adquirido novas caixas de som para o auditório.d) Precisam-se de pedreiros.e) Conserta-se pranchas de surfe.

TEXTO Quem poderia imaginar que os Estados Unidos

um dia reconheceriam ter alguma coisa a aprender com a democracia brasileira? Depois do confuso resultado da última votação presidencial nos Estados Unidos, o jornal The New York Times buscou no Brasil um modelo exemplar de eleição. ‘O Brasil, um país maior que a parte continental dos Estados Unidos, realizou a primeira eleição nacional inteiramente eletrônica, com retumbante sucesso’, escreveu em editorial o mais influente jornal americano. (Veja on-line)

7. Os termos retumbante e influente podem ser substituídos, sem prejuízo para a compreensão do texto, respectivamente, por:A) muito / famosoB) barulhento / insipienteC) estrondoso / importante D) duvidoso / maior

8. Assinale a alternativa que apresenta uma frase em que a concordância verbal obedece à mesma regra gramatical de “os Estados Unidos um dia reconheceriam” A) Minas Gerais conta com uma paisagem de montanhas, vales e grutas maravilhosas.B) As Ilhas Cayman constituem um paraíso fiscal para lavagem de dinheiro.C) Os Estados do Paraná e de Santa Catarina não enfrentaram, em 2001, problemas de produção de energia elétrica.D) Joinville, Blumenau e Brusque são algumas cidades catarinenses de colonização alemã.

9. Marque a alternativa CORRETA quanto à concordância verbal.A) Deu três horas e o candidato não apareceu.B) É precaríssima as condições físicas desse prédio.C) Houveram fraudes nas eleições americanas.D) Quarenta por cento dos americanos votaram nas últimas eleições para a escolha de seu Presidente.

10. Assinale a alternativa em que há ERRO quanto à regência.A) Aspiramos uma boa classificação neste concurso.B) A confiança é indispensável à credibilidade de nosso sistema.C) Esqueci os documentos em casa.D) Esqueci-me dos documentos no escritório.

11. Assinale a alternativa em que as palavras recebem acento agudo em obediência à mesma regra ortográfica de: última e eletrônica.A) trânsito – obediência – cidadãosB) democrático – pântano – próximo C) assembleia – necessário – sérieD) abdômen – hífen – pólen

12. Observe o seguinte período: “A CIA engavetou informações sobre o terrorista que cometeu os atentados.” Compare-o com o período que segue:“A CIA engavetou informações sobre o terrorista, que cometeu os atentados.” Pode-se afirmar que:

a) O uso da vírgula em nada alterou o sentido

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dos períodos; apenas serviu para enfatizar a oração subordinada.

b) Houve alteração de sentido, uma vez que, no primeiro período, há apenas um terrorista envolvido e, no segundo, há vários.

c) Houve alteração de sentido, uma vez que, no segundo período, há apenas um terrorista envolvido e, no primeiro, há vários.

d) A vírgula é apenas um recurso enfático, não sendo, portanto, obrigatória para o bom entendimento do período.

13. Em todas as alternativas abaixo há problemas de concordância, segundo a norma culta da linguagem, exceto em:

a) A maioria das pessoas que compareceu ao Aeroporto não se incomodou com o horário e homenageou a seleção brasileira.

b) Mesmo que as eleições mudem a cara brasileira, não se entende determinadas posições assumidas por nossos políticos.

c) Deve existir por esse mundo preconceitos que caracterizam a triste imagem do ser humano.

d) Não haviam, sobretudo, rumores de que os culpados seriam inocentados.

14. Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal.A. Este é o livro que eu gosto e o qual me referi.B. Este é o livro o qual eu gosto e que me referi.C. Este é o livro do qual eu gosto e do qual me referi.D. Este é o livro de que eu gosto e ao qual me referi.

15. A frase em que a pontuação está correta é:A) Para fazer um bolo usamos: ovos açúcar farinha leite e fermento.B) Para fazer um bolo usamos: ovos, açúcar, farinha, leite e fermento.C) Para fazer um bolo usamos ovos, açúcar farinha leite e fermento.D) Para fazer um bolo usamos: ovos açúcar, farinha leite e fermento.E) Para fazer um bolo usamos ovos açúcar farinha, leite e fermento.

16. Assinale a frase com a pontuação CORRETA.a) De que se queixa se sua vida, parece: um mar

de rosas! b) De que, se queixa, se sua vida parece um mar

de rosas?c) De que se queixa, se sua vida parece um mar

de rosas?d) De que se queixa se, sua vida parece, um mar

de rosas?

17. Analise as concordâncias abaixo:I. É necessário eficiência.II. É necessária muita eficiência.III. A cada dia que passa, tenho menos confiança nela.IV. Eles próprios estão investigando o crime.Estão corretas:a) Apenas I, III e IV. c) Apenas I e II.b) Apenas II e IV. d) I, II, III e IV.

18. Aponte a alternativa em que todas as palavras estão de acordo com a norma culta da língua:a) Hieróglifo – ombro – contexto – inexgotável.b) Ezultar – exagero – apoteose – represa.c) Agonizar – atrasar – deslize – matizar.d) Revés – exílio – bezuntar – artesão.

19. A correta classificação da conjunção na oração abaixo é:Lavei o carro segundo as ordens de papai.a) Concessiva. c) Causal.b) Condicional. d) Conformativa.

20. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a frase “Mude sua embalagem”.

Disponível em: http:// www.ccsp.com.br.

A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a palavra:A) Vida; D) História;B) Corpo; E) Postura.C) Jeito;

21. A charge a seguir trata da situação crítica pela qual o país há pouco tempo se submeteu em relação à dengue.

IQUE. Jornal do Brasil, 25 mar. 2008.Essa charge:A) Comparou a luta contra a dengue a uma situação de guerra;B) Colocou em situação de oposição o homem e a sociedade;C) Suavizou a gravidade da questão a partir do humor;D) Deu características humanas ao mosquito;E) Propôs que forças bélicas sejam usadas na prevenção da doença

Atenção: As questões de números 22 a 27 referem-se ao texto seguinte.Sociedade do espetáculo: mal de uma época

“Nosso tempo prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser. O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.” Essas palavras do filósofo Feurbach nos

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LÍNGUA PORTUGUESAdizem algo fundamental sobre nossa época. Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação. As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma que a unidade da vida não mais pode ser restabelecida.

O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. Como parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência. Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e da falsa consciência. O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação entre pessoas, mediatizadas por imagens.

A alienação do espectador em proveito do objeto contemplado exprime-se assim: quanto mais contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo. O conceito de espetáculo unifica e explica uma grande diversidade de fenômenos aparentes, apresenta-se como algo grandioso, positivo, indiscutível e inacessível.

A exterioridade do espetáculo em relação ao homem que deveria agir como um sujeito real aparece no fato de que os seus próprios gestos já não são seus, mas de um outro que os apresenta a ele. Eis por que o espectador não se sente em casa em parte alguma, porque o espetáculo está em toda parte. Eis por que nossos valores mais profundos têm dificuldade de sobreviver em uma sociedade do espetáculo, porque a verdade e a transparência, que tornam a vida realmente humana, dela são banidas e os valores, enterrados sob o escombro das aparências e da mentira, que nos separam, em vez de nos unir.(Adaptado de Maria Clara Luccheti Bingemer, revista Adital)

22. De acordo com a citação do filósofo Feurbach, na abertura do texto, vive-se num tempo em queA) o plano das coisas, uma vez sacralizado, faz desaparecer o plano dos nossos valores espirituais.B) a mera representação das coisas adquire uma relevância maior que a das coisas em si mesmas.C) a valorização de processos ilusórios faz com que as pessoas se prendam cada vez mais aos ritos sagrados.D) as imagens e as coisas mundanas captam nossa atenção de tal modo que já não as distinguimos umas das outras.E) a verdade das imagens e a ilusão das representações delas confundem nossa percepção e nossos sentidos.

23. Para a autora do texto, uma característica essencial da sociedade do espetáculo está no modo como o homem modernoA) valoriza uma experiência direta das coisas e dos fenômenos, em detrimento de qualquer tipo de abstração.B) revela-se um alienado, quando suprime a contemplação dos objetos para analisar criticamente a

imagem que eles têm.C) subordina sua consciência a um processo de representações, que ele contempla e adota como um mundo unificado.D) delega aos produtores de espetáculos a representação de uma ilusão que ele teme reconhecer dentro de si mesmo.E) age em relação ao mundo das imagens e das representações coletivas, destituindo-as de qualquer significação.

24. O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.A identificação acima entre os elementos sublinhados é fundamentada na precisa convicção de que o espetáculo éA) uma relação entre pessoas, mediatizadas por imagens.B) algo grandioso, positivo, indiscutível e inacessível.C) algo separado, o foco do olhar iludido e da falsa consciência.D) uma grande diversidade de fenômenos aparentes.E) a alienação do espectador em proveito do objeto contemplado.

25. As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma que a unidade da vida não pode ser restabelecida.Considerando-se o contexto, infere-se da afirmação acima queA) a fragmentação da vida em imagens é um fenômeno natural da história humana, estando presente em todas as civilizações.B) o curso comum das imagens, não obstante sejam estas fluentes, acaba por unificá-las dentro da vida, com a qual se fundem.C) o sentido da unidade da vida é comparável ao que detêm as imagens que fluem e se fundem num curso comum.D) a vida já se estabeleceu como unidade, antes que esta fosse rompida pelas imagens que, em nosso tempo, fluem desligadas.E) a unidade da vida será restabelecida apenas quando as imagens, ainda que desligadas entre si, substituam as próprias coisas.

26. Atente para as seguintes afirmações:I. Justamente pelo fato de o espetáculo estar em toda parte é que os homens de hoje, numa sociedade em que funcionam como espectadores, não se sentem em casa em lugar nenhum.II. A verdade e a transparência, identificadas como valores autenticamente humanos, são incompatíveis com os que regem a sociedade do espetáculo.III. Na sociedade do espetáculo, a desejável ação do sujeito dá lugar a um estado de recriação das imagens exteriores, que lhe faculta reconhecer-se a si mesmo.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE emA) I. D) II e III.B) II. E) I e II.C) III.

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LÍNGUA PORTUGUESA

27. Estão inteiramente respeitadas as normas de concordância verbal em:A) Quando às coisas se preferem a imagem delas, privilegia-se o espetáculo das aparências.B) As palavras do filósofo Feurbach, um pensador já tão distante de nós, mantém-se como um preciso diagnóstico.C) O que resultam de tantas imagens dominantes são a identificação dos indivíduos com algo exterior a eles.D) Já não se distingue nos gestos dos indivíduos algo que de fato os identifique como autênticos sujeitos.E) Cabem-nos, a todos nós, buscar preservar valores como a verdade e a transparência, ameaçados de desaparição.

QUESTÃO 28

Fonte: Revista Raça, 1996, p. 25

“Até que enfim alguém lembrou: a beleza do Brasil é multirracial.”Os dois pontos (:) usados acima estabelecem uma relação de subordinação entre as orações e poderia, simplesmente, ser substituído por:A) De que B) Que(conjunção integrante)C) PorqueD) Por queE) Que(pronome relativo

29. Ortografia é a parte da Gramática que trata do emprego da grafia correta das letras e dos sinais gráficos. Marque a única alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente.a) xampu – próclise – análize – nascerb) acréscimo – suscinto – lisongear – acensoristac) vexame – mochila – exumação – ezíliod) mexer – exagero – paletó – exceção

30. A alternativa que preenche corretamente as lacunas é: A ..................... do presidente não comprou o .................... para o paletó.a) assessoria, acessório c) assessoria, acesóriob) ascessoria, acessório d) acessoria, acessório

31. Leia abaixo o trecho de “Velho, só se for com gelo” e interprete:No Brasil de hoje, embriagado com tantos problemas sociais, o único velho que tem o seu valor reconhecido

é o escocês de 12 anos. Os outros, ah, os outros. Ou jazem mortos, ou aguardam a sua vez.(SOUZA, Josias de. In: Folha de São Paulo, 10 jun.1996)a) O autor revela que a economia brasileira está indexada ao preço das bebidas alcoólicas.b) O autor critica a situação do idoso no Brasil e não apresenta solução para o problema.c) O autor faz uma apologia ao consumo de bebidas alcoólicas para os brasileiros solucionarem os problemas sociais.d) O autor relata o aumento do consumo de bebidas alcoólicas entre os idosos.

32. Indique qual alternativa preenche corretamente a lacuna: A atriz revelou que está ............... cansada de interpretar protagonistas e receber ........... muito baixos.a) Meia, caches c) Meia, cachêsb) Meio, caches d) Meio, cachês.

33. Em “Grande idéia” no quadro acima é correto afirmar:(A) O adjetivo em negrito está no grau positivo.(B) O adjetivo em negrito está no grau comparativo.(C) O adjetivo em negrito está no grau superlativo.(D) O adjetivo em negrito está no grau superlativo sintético.(E) O adjetivo em negrito está no grau superlativo analítico.

Observe a figura e responda a questão 34

34. Em “Nosso cão” na figura acima o termo destacado:(A) Concorda em gênero e número com o substantivo cão.(B) Não concorda em gênero com o substantivo cão.(C) Não concorda em número com o substantivo cão.(D) Pertence a uma classe gramatical invariável.(E) Não pertence a nenhuma classe gramatical.

35. Onde é facultativo o uso do sinal da crase?a) Estiveram na minha casa às duas horas da madrugada.b) Meu amor aumenta à medida que o tempo passa.c) Eles foram até à cidade comprar mantimentos.d) Fiz uma redação à Machado de Assis.e) Na próxima semana irei à Olinda dos saudosos carnavais.

Viver para sempre!Luis Fernando Veríssimo

Para sempre você eu não sei, mas o meu

Você em 1º lugar! 51

LÍNGUA PORTUGUESAplano é viver para sempre. Reconheço que o sucesso do plano não depende só de mim, mas tenho feito a minha parte. Cortei o pudim de laranja, dirijo com cuidado, procuro não provocar impulsos assassinos nos leitores além do necessário para me manter honesto, não vôo de ultraleve e não assovio para mulher de delegado. Está certo, o único exercício físico que faço é soprar o saxofone, e assim mesmo não todas as notas, mas acho que estou contribuindo razoavelmente para a minha própria eternidade. E sempre que leio sobre experiências como essa da célula-mãe com a qual, um dia, construirão artérias novas para a gente por encomenda, fico reconfortado: a ciência também está fazendo a sua parte no meu plano. Já calculei que se conseguir agüentar por mais 65 anos, poderei ser refeito em laboratório dos pés à cabeça. Incluindo o tecido erétil. Onde será que a gente se inscreve? A vida eterna nos trará problemas, no entanto, e não vamos nem falar no pesadelo que será para os sistemas previdenciários. A finitude sempre foi uma angústia humana, mas também um consolo, pois nos desobriga de entender a razão da existência. A idéia religiosa da vida depois da morte é duplamente atraente porque nos dá a eternidade sem a perplexidade, já que é difícil imaginar que as indagações metafísicas continuarão do outro lado. Lá, estaremos na presença do Pai, reintegrados numa situação familiar de idílica inocência, definida como a desnecessidade de maiores explicações. Não teremos de especular sobre como tudo isto vai acabar porque tudo isto nunca vai acabar. Já na eternidade, sem precisar morrer, a angústia da finitude é substituída pela angústia da incompreensão infinita. Estaremos nesta ridícula bola magnética, com nossos tecidos renovados, olhando para as estrelas e perguntando como e por que - para sempre. Não interessa. Vou batalhar por mais 65. Quem nos assegura que neurônios desenvolvidos em laboratório não virão com todas as respostas?

36. De acordo com o texto, o autor:A ..estabeleceu um plano para viver para sempre.B . entende que viver para sempre depende só da vontade dele.C . realiza exercícios físicos variados para se manter

em forma.D . está convicto de que viver eternamente não trará problema algum.

37. O autor calcula que deve viver mais 65 anos porque:A ..é só esse tempo que ele quer viver a mais.B ..é o tempo que seus órgãos vitais podem agüentar.C ..nesse espaço de tempo, a ciência poderá refazer uma pessoa da cabeça aos pés.D ..depois desse tempo, quer estar na presença do Pai.

38. O autor usa a palavra eternidade/eterna com significados diferentes: viver para sempre e vida eterna após a morte.Marque 1 para o primeiro significado e 2 para o segundo.( ) [...] nos dá a eternidade sem a perplexidade, já que é difícil imaginar que as indagações metafísicas continuarão [...]”( ) “ [...] A vida eterna nos trará problemas [...] “( ) “ [...] na eternidade [...] a angústia da finitude é substituída pela angústia da incompreensão infinita.A seqüência correta, de cima para baixo, é:A ..2 - 2 - 1 C ..1 - 1 – 2

B ..2 - 1 - 1 D ..1 - 2 – 1

39. A partir do texto, é incorreto concluir que, para viver para sempre, é necessário, entre outras medidas:A ..manter a forma física.B ..cuidar da dieta.C ..não se expor a situações de risco.D ..viver numa situação familiar de idílica inocência.

40. O autor faz uma pergunta no texto: “Onde a gente se inscreve?” De acordo com o texto, assinale a alternativa que serve de resposta à seguinte pergunta: Onde a gente se inscreve para quê?A ..Para ser refeito em laboratório.B ..Para fazer exercícios físicos.C ..Para melhorar, somente, a ereção do pênis.D ..Para estar na presença do Pai.

GABARITO1. A 2. B 3. E 4. C 5. A 6. A 7. C 8. B 9. D 10. A11. B 12. C 13. A 14. D 15. B 16. C 17. D 18. C 19. D 20. B21. A 22. B 23. C 24. A 25. D 26. E 27. D 28. B 29. D 30. A31. B 32. D 33. A 34. A 35. C 36. A 37. C 38. B 39. D 40. A

Você em 1º lugar!52