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Treinamento: Instruindo a Instruir Manual do Instrutor

62133601 Manual Do Instrutor

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Treinamento:

Instruindo a Instruir

Manual do Instrutor

Instruindo a Instruir Página: 2

Fábula das Sementes

Em tempos modernos, espalhou-se a notícia de que Deus abrira uma loja no shopping. E as

pessoas se acotovelaram para comprar auto-estima, simpatia, empatia, felicidade, paz,

confiança, amor, paciência, sabedoria...

E então Deus disse: - Prestaram atenção na placa?

Vendemos Sementes

Esperamos que as sementes contidas neste manual, encontrem terras férteis, onde possam

germinar no ritmo individual do coração de cada Instrutor que se propuser a frutificá-las.

Instruindo a Instruir Página: 3

Índice

1. Coordenação de Treinamentos.......................................................................................................5 1.1. O que é Treinar? .........................................................................................................................5 1.2. Levantamento de Necessidade de Treinamento (LNT)...............................................................5 1.3. Estruturação e Planejamento de um Programa de Treinamento ................................................5 1.4. Execução, Acompanhamento e Avaliação ..................................................................................5 2. O Instrutor .......................................................................................................................................8 2.1. O que é ser Multiplicador / Instrutor de Treinamentos ................................................................8 2.2. Perfil e Papel do Multiplicador / Instrutor.....................................................................................8 2.3. Melhorando a imagem.................................................................................................................8 2.3.1. Os nervos ....................................................................................................................................8 2.3.2. Os gestos ....................................................................................................................................9 2.3.3. A voz............................................................................................................................................9 2.3.4. A aparência ...............................................................................................................................10 2.4. A Auto-Estima............................................................................................................................10 2.4.1. Valorizando os Pontos Fortes ...................................................................................................10 2.4.2. Refletindo os pensamentos positivos ........................................................................................11 2.4.3. Dominando o Conteúdo.............................................................................................................11 2.4.4. Ensaiando o Conteúdo ..............................................................................................................11 2.5. Simpatia, Empatia e Antipatia ...................................................................................................12 2.6. Criatividade: O diferencial .........................................................................................................12 2.7. Dinâmica de Grupo....................................................................................................................13 2.8. Principais Características ..........................................................................................................13 Pequeno Manual de Relacionamento Interpessoal...............................................................................14 2.10. Ossos de Instrutor .....................................................................................................................16 3. Instruindo a Instruir........................................................................................................................18 3.1. Vivendo e aprendendo ..............................................................................................................18 3.2. Toró de Parpitis – Brainstorming ...............................................................................................19 3.3. Educação de Adultos e Treinamentos.......................................................................................20 3.4. Planejamento de Ensino............................................................................................................21 3.4.1. O que é Planejar?......................................................................................................................21 3.4.2. Componentes Básicos:..............................................................................................................21 3.4.3. Planejamento do Treinamento em Serviço: ..............................................................................21 3.4.4. Importância do Planejamento do Treinamento em Serviço:......................................................22 3.4.5. Características de um bom planejamento de Treinamento em Serviço:...................................22 3.4.6. Modelo de Formulário................................................................................................................22 3.4.7. Material Didático........................................................................................................................23 3.4.8. Local ..........................................................................................................................................23 3.4.9. Recursos Audiovisuais e Multisensoriais ..................................................................................24 3.5. A Aprendizagem e o Ensino ......................................................................................................25 3.6. Motivação ..................................................................................................................................26 3.7. O Público ...................................................................................................................................27 3.7.1. Os sinais do público ..................................................................................................................27 3.8. Questões ...................................................................................................................................28 3.8.1. Espaços para questões .............................................................................................................28 3.8.2. Tipos de questões .....................................................................................................................28 3.8.3. Como receber uma pergunta.....................................................................................................28 3.8.4. Respondendo de maneira adequada ........................................................................................28 3.9. Concluindo o Treinamento ........................................................................................................29 4. Técnicas de Liberação de Expressão ...........................................................................................31 5. Mensagem Final ............................................................................................................................42

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Capítulo 1 Coordenação de Treinamentos

“Atrás de um homem competente, Há sempre outros homens competentes.”

Provérbio Chinês

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1. Coordenação de Treinamentos

1.1. O que é Treinar?

Treinar é a arte de aperfeiçoar o desempenho.

O processo de treinamento permite que as pessoas elevem seu nível de desempenho. Isso pode ser conseguido em uma única sessão ou em um longo ciclo de aprendizagem. O treinamento funciona tanto para habilidades específicas – usadas em situações do dia-a-dia e em reuniões mais estruturadas – como para estimular a aprendizagem.

1.2. Levantamento de Necessidade de Treinamento (LNT)

O levantamento de necessidade de treinamento, é uma forma de diagnóstico e, como tal, deve basear-se em informações relevantes. Essas informações devem ser cuidadosamente coligadas e agrupadas sistematicamente.

Necessidades de treinamento são as carências de preparo profissional das pessoas, ou seja, a diferença entre o que uma pessoa deveria saber e fazer e aquilo que ela realmente sabe e faz. Significam um descompasso entre o que deviria ser e o que realmente é.

Alguns meios utilizados para levantamento de Treinamento são:

Solicitação de Supervisores e gerentes;

Modificação do trabalho;

Pesquisa de Mercado.

1.3. Estruturação e Planejamento de um Programa de Treinamento

Após o diagnóstico de necessidades, passa-se ao planejamento das atividades de treinamento e envolve os seguintes itens:

Definição clara do objetivo;

Determinação do conteúdo;

Escolha dos métodos;

Definição dos recursos necessários;

Definição do público-alvo;

Local;

Cálculo do custo benefício;

Etc.

1.4. Execução, Acompanhamento e Avaliação

A execução do treinamento centra-se na relação Instrutor-Treinando.

A avaliação do treinamento é para verificar sua eficácia, ou seja, para ver se o treinamento realmente atendeu às necessidades da organização, das pessoas e dos clientes. Devemos levar em conta dois aspectos principais:

Determinar até que ponto o treinamento realmente produziu as modificações desejadas.

Demonstrar se os resultados do treinamento apresentam relação com a consecução das metas.

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Modelo de Avaliação de Reação (Pesquisa de Satisfação):

Treinamento: ___________________________________________ Data Avaliação: ____/____/_____

Instrutor (a): ____________________________________________ Local: __________________________________

De acordo com sua opinião, escreva sua nota (de 1 a 10) e observações. Caso necessário, utilize o verso.

Grupo / Equipe: Nota Observações

Pontualidade

Interesse e Motivação

Integração entre os membros

Tempo gasto em apresentação

Houve alguém que + se destacou?

Por quê?

Houve alguém que - se destacou?

Por quê?

Seu grau de satisfação

Sugestões Melhoria:

Instrutor(a): Nota Observações

Pontualidade

Simpatia

Transmissão de Conhecimentos

Domínio do Assunto

Postura Profissional

Incentivo do grupo a participação

Seu grau de satisfação

Sugestões Melhoria:

Treinamento: Nota Observações

Conteúdo Programático

Material e Recusos Didáticos

Carga Horária

Horário

Local / Acomodações

Atividades

O que mais gostou?

Houve algo que não gostou?

Seu grau de satisfação

Sugestões Melhoria:

Sugestões de Melhorias e Observações Gerais:

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Capítulo 2 O Instrutor

“Experiência não é o que acontece a você. É o que você faz com o que acontece a você.”

Aldous Huxley

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2. O Instrutor

2.1. O que é ser Multiplicador / Instrutor de Treinamentos

Mais que repassar conhecimentos, a função de um Multiplicador / Instrutor que se propõe a ser facilitador seria liberar a curiosidade; permitir que os indivíduos arremetam em novas direções ditadas pelos seus próprios interesses; tirar o freio do sentido de indagação; abrir tudo ao questionamento e à exploração; reconhecer que tudo se acha em processo de mudança.

2.2. Perfil e Papel do Multiplicador / Instrutor

É preciso que, em primeiro lugar, o profissional se conheça, tenha passado por um processo de autoconhecimento e harmonização ao lado de sua formação técnica.

Precisamos chegar perto dessa energia da doação. Estar aberto a esta energia é o requisito básico de uma liderança hábil e excelente. Contribuir para o desenvolvimento das pessoas requer sensibilidade, empatia, capacidade de ouvir, boa comunicação, conseguir encantar e envolver o grupo com o qual estamos interagindo. Ter carisma pessoal, estar centrado para conseguir sair de si, ver o outro, entendê-lo, facilitar a transformação sem perder a sua própria energia.

Nada fascina mais o ser humano do que outro ser humano. E essa fascinação na relação Instrutor e Grupo ocorre saudavelmente em sentido duplo. As pessoas nunca serão as mesmas depois dos encontros, nem as pessoas do grupo, nem o Instrutor.

2.3. Melhorando a imagem

2.3.1. Os nervos

Muitas pessoas tremem, literalmente, só de pensar em ter de encarar uma platéia.

Sintomas como dor de cabeça, enjôo, voz trêmula e transpiração excessiva, são muito comuns.

Acompanhe, a seguir, dicas que podem minimizar estas situações:

Pratique exercícios: é melhor que o apresentador cuide de sua forma física. Caminhadas e ginásticas corporais, precedidas e seguidas de alongamentos, tornam você uma pessoa mais disposta.

Alimente-se bem: a alimentação deve ser balanceada e, nos dias do treinamento, evite comer demais na hora do almoço para não se sentir cansado durante à tarde.

Se você é uma pessoa sedentária, procure, ao menos, praticar exercícios durante alguns dias que antecedem o treinamento.

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2.3.2. Os gestos

Seus gestos devem ser voluntários. Alguns gestos podem ajudar a chamar a atenção das pessoas.

No entanto, se notar que está gesticulando excessivamente, controle-se, pois você pode passar para o público a impressão de estar inseguro.

Evite apontar para as pessoas. Algumas se ofendem com esse tipo de gesto.

Um gesto de defesa e que demonstra insegurança é cobrir o rosto inconscientemente. Isto ocorre quando você está, por exemplo, segurando uma folha de papel e a levanta demasiadamente.

É criada, então, uma barreira entre apresentador e platéia. Cuidado para não cair nesta armadilha.

Ao trabalhar com recursos extras, como quadro, projetor de slides e outros, evite um erro bastante comum: jamais dê as costas para o público enquanto estiver explicando algo. Mantenha-se sempre em uma posição onde possa enxergar a platéia.

Cuidado para não obstruir a visão das pessoas, ficando à frente de mapas, gráficos ou qualquer outro elemento didático que tenha exibido.

2.3.3. A voz

Sua voz deve transmitir firmeza e credibilidade. Para isso, algumas técnicas são necessárias.

O primeiro passo é corrigir a respiração. Respirar corretamente melhora o fluxo de sangue no cérebro e, consequentemente, a clareza de raciocínio. Respire lenta e profundamente.

Evite forçar a voz no dia anterior ao treinamento, para evitar um possível desgaste e até a rouquidão. Não tome nada gelado antes e durante o treinamento.

Se possível, grave-se falando e depois escute atentamente a fita para observar possíveis vícios de linguagem, gírias que escapam ou repetições demasiadas de certas palavras ou expressões.

Aproveite para observar, também, se a sua fala possui variação na entonação. Algumas pessoas falam de maneira linear, o que torna o discurso monótono. Procure aplicar bastante ênfase à sua fala. Fale baixo em alguns momentos. Em outros, eleve o tom da voz.

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2.3.4. A aparência

Para os instrutores, a boa aparência é fundamental. Para avaliar como você deve estar vestido, é importante conhecer seu público. Se você não conhecer o seu público, não arrisque. Vista uma roupa social e certamente evitará constrangimentos.

Mulheres: Preparar bem os cabelos, ter cuidado especial com a maquiagem não carregando-a demais e roupa social, sendo que para esta última cuidar para que não sejam transparentes, curtas ou decotadas a ponto de detrair a atenção dos ouvintes.

Homens: Preparar bem os cabelos, barba e roupa. A gravata alinhada, o paletó ou o terno muito bem passado e ajustado.

Ambos: Cuidar da limpeza, odores e das cores, ou seja, serem harmoniosos num todo. Seus cabelos devem estar bem penteados, Calças ou saias devem estar bem passadas e com o vinco firme. Os sapatos devem estar, evidentemente, bem limpos e lustrados.

2.4. A Auto-Estima

Auto-Estima é a forma como nos sentimos em relação a nós mesmos. É algo que afeta todas as nossas experiências, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor, no sexo e até no modo como atuamos como pais e, provavelmente, até onde obtemos sucesso na vida.

De todos os julgamentos que fazemos, nenhum é tão importante quanto o que fazemos a nosso respeito, pois é este julgamento que dirige nossas vidas.

A Auto-Estima tem dois componentes importantes:

O sentimento de valor pessoal: a convicção de sermos amados e valiosos com somos, sem levar em conta o que fazemos.

O sentimento de competência pessoal: se constrói por sabermos que somos bons em algo, nos comparando a outros, preenchendo as expectativas de outras pessoas e podemos completar tarefas mais desafiantes e interessantes pela pura alegria de faze-lo.

2.4.1. Valorizando os Pontos Fortes

Melhore a auto-estima valorizando seus pontos fortes.

Pegue uma folha de papel e anote, entre as opções abaixo, as frases que se encaixam no seu perfil:

1. Eu sempre falo com clareza. 2. Eu articulo bem os pensamentos e construo frases lógicas. 3. Eu tenho prazer em conhecer novas situações e pessoas. 4. Eu gosto de ler e escrever. 5. Eu tenho força de vontade. 6. Eu gosto de aprender e pôr aquilo que aprendi em prática. 7. Eu tenho prazer em dividir meus conhecimentos. 8. Eu sou uma pessoa organizada. 9. Eu tenho senso de humor. 10. Eu acredito no que faço.

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2.4.2. Refletindo os pensamentos positivos

Uma outra técnica bastante interessante é projetar, numa tela mental, o treinamento. Feche os olhos por alguns instantes. Respire profundamente e relaxe. Visualize uma tela mental e, dentro desta tela, veja-se fazendo o treinamento.

Na cena projetada, você deve estar tendo sucesso: tudo está transcorrendo na mais perfeita ordem, você está absolutamente calmo e as pessoas nem disfarçam o grau de contentamento por estarem lhe ouvindo. Sua aparência está impecável e as pessoas notam isso. Você encerra o treinamento com a certeza de que o objetivo foi plenamente alcançado.

Use freqüentemente este recurso e, sem dúvida alguma, você estará mais preparado e tranqüilo para um treinamento real.

2.4.3. Dominando o Conteúdo

O fator que lhe trará mais confiança em é, inegavelmente, o domínio do conteúdo.

Mais uma vez, destacamos a importância de se definir claramente o objetivo do treinamento. Uma vez que você sabe onde quer chegar, fica mais fácil eliminar dúvidas - as chamadas "pontas soltas" do conteúdo.

Organize o conteúdo em tópicos e subtópicos e preveja o tempo que será gasto em cada ponto do treinamento. O controle adequado do tempo é fundamental para que você consiga manter a tranqüilidade e não tenha que "enrolar" pontos sem importância e "atropelar" assuntos fundamentais.

Convoque um amigo para ouvir seu treinamento. Além de ser muito importante receber críticas, com ele você conseguirá organizar o tempo e considerar questões que não havia previsto.

2.4.4. Ensaiando o Conteúdo

É fundamental ensaiar. Quanto mais você ensaia, mais o treinamento é "incorporado" a você. Isto lhe trará mais segurança e tranqüilidade.

Dicas de como ensaiar:

Se você gravar a sua voz durante, poderá avaliar a colocação e a entonação da voz. A repetição fará com que você consiga eliminar defeitos. Você pode, também, pausar determinados momentos da fala e acelerar outros.

Para analisar gestos e manias, ensaie em frente ao espelho.

Se quiser analisar tudo ao mesmo tempo, peça para alguém lhe filmar. Esta experiência é muito rica e traz bons resultados.

Lembre-se: ensaie muito, sempre e de todas as maneiras.

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2.5. Simpatia, Empatia e Antipatia

Atualmente, o mercado exige mais do que um diploma, qualificações pessoais e profissionais, experiência profissional, pós-graduação. Cada vez mais exige-se traquejo no que diz respeito à arte de se relacionar com o próximo.

Tanto a simpatia quanto a empatia ou a antipatia são reflexos de nossas atitudes. Os gestos, expressões, trejeitos ou tom de voz empregados em determinadas situações podem passar de forma negativa ou positiva a impressão de simpatia, empatia ou antipatia.

A Simpatia: está diretamente ligada à maneira simples, sincera e delicada de tratar uma pessoa com naturalidade e satisfação. Toda pessoa simpática é carismática por natureza. Tem o dom de conquistar, marca presença, é querida e admirada. O carisma que expressa está diretamente ligado ao brilho do olhar e à expressão fisionômica leve e tranqüila. O sorriso é complementado no ato de saber lidar com sentimentos, desejos e necessidades alheias. Carisma é magia e sedução. É uma vibração positiva, que encanta e cativa. Muitas vezes, quando nos identificamos com uma pessoa prestativa, numa situação social ou profissional, sentimo-nos gratos e temos a nítida impressão de que já conhecemos aquela pessoas de algum outro lugar.

A Empatia: é o dom de se colocar no lugar do outro para melhor atendê-lo, conhecê-lo ou servi-lo. Para entender o próximo é preciso, primeiramente, aprender a conhecer a si mesmo.

A Antipatia: pode gerar uma série de conseqüências desagradáveis e desfavoráveis para quem a transmite, podendo até mesmo afastar as pessoas. É preciso, acima de tudo, nesta situação, aliviar a expressão facial, evitando ao máximo franzir a testa ou conservar um olhar semi-serrado, devendo também tomar cuidado para não se tornar arrogante, prepotente, indesejado, artificial ou robotizado.

"Somos incapazes de esquecer uma pessoa que nos tratou bem, como também somos incapazes de esquecer uma pessoa que nos tratou mal."

2.6. Criatividade: O diferencial

Todos nós nascemos com potencial criativo. Nosso grande desafio é liberá-lo. Num mundo como o de hoje, onde a mudança é constante, nossa atenção e volta para a busca de alternativas que ajudem a melhorar a qualidade de nossas vidas e de nossos serviços.

Criatividade é um processo onde você tem idéias, desenvolve-as e agrega valor a partir delas.

Características de um Líder Criativo:

Dá Liberdade: Promove um ambiente de trabalho que permita às pessoas realizarem tarefas criativas da melhor forma possível

Confia: usa princípios de psicologia para entender as necessidades das pessoas que têm múltiplas responsabiliades.

Identifica grandes talentos e idéias: sem se sentir ameaçado por eles.

Enfrenta o desconhecido: é voltado para tomada de decisões baseada em critérios próprios, entra numa estrada tortuosa, cujo fim não está a vista.

Para ser criativo é preciso limpar a mente. O que não significa ficar sentado embaixo de uma árvore meditando, mas sim compreender que precisamos sair de dentro de nós mesmos para obtermos conhecimentos novos e inovar.

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2.7. Dinâmica de Grupo

É um instrumento de aproximação de interesses. Para as organizações, não adianta só buscar o melhor profissional do mercado, mas também aquele que se adapta às suas necessidades. Para os profissionais, funciona do mesmo jeito. É preciso haver sintonia. É como um jogo: a partir de uma atividade proposta, são estabelecidos objetivos e regras, cabendo a cada participante utilizar suas habilidades pessoais para chegar ao objetivo.

Qualquer situação em que você reúne pessoas para uma atividade conjunta, com um objetivo específico, caracteriza uma dinâmica. A dinâmica é a atividade que leva o grupo a uma movimentação, a um trabalho em que se perceba, por exemplo, como cada pessoa se comporta em grupo, como é a comunicação, o nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível de frustração, se aceita bem o fato de não ter sua idéia levada em conta.

Existem muitas modas na dinâmicas mas, essencialmente ela é sempre montada de acordo com o que o treinamento quer e também do que queremos saber sobre o treinando. Atualmente, as dinâmicas estão leves e divertidas, os instrutores sempre explicam os motivos de cada atividade e o treinando tem o direito de saber a utilidade de cada uma delas.

Basicamente, utilizamos as dinâmicas da seguinte forma:

Relaxamento: Jogos para quebrar o gelo e promover a interação da equipe.

Atividades: Usar onde as pessoas tenham que se movimentar e falar em público, com isso dá para perceber como cada um administra suas dificuldades, os erros e a concorrência.

Situação Problema: Muitos conhecem por case. É uma discussão sobre algum assunto atual ou proposto e que tenha a ver com o treinamento em questão. Aqui, analisamos a capacidade de argumentação e negociação diante de situações polêmicas e constrangedoras.

2.8. Principais Características

Fizemos uma pequena relação entre as qualidades e os erros que mais ocorrem durante treinamentos:

Qualidades Erros mais comuns Simpatia Antipatia Objetividade Estar apenas preocupado em cumprir o que se propôs Administração do Conteúdo Perder o fio da meada; Não ter plano de contingência; Ler as transparências Disciplina no Tempo Estourar o tempo Linguagem positiva Mandar mensagens negativas, justificativas e desculpas Boa postura Má Postura Vestir roupas claras Causar má impressão Dinamismo Preparar-se mal; não utilizar a empatia Sorriso Falta de sorriso Auto controle Desqualificar as observações Tom de voz Falar rápido ou devagar demais; Falar baixo e monótono Bom vocabulário Linguagem muito técnica Utilização de perguntas Bater de frente com o participante Humor Piadas de mau gosto Contato Visual com todo o grupo Não estabelecer contatos visuais; Não verificar os recursos antecipadamente Atenção a todos Dar atenção demais a um só participante, enquanto os outros esperam Elogios ao público Não valorizar as participações; Não tratar o público como Cliente (Rei)

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2.9. Pequeno Manual de Relacionamento Interpessoal

A natureza humana a seu favor.

Devemos compreender que a pessoa mais importante do mundo para você é você mesmo, e que isto também é verdade para as outras pessoas. Portanto, as pessoas estão muito mais interessadas nelas mesmas do que em você, e isto é de grande ajuda no relacionamento interpessoal.

A palavra é “você”.

E não “Eu”. Fale sempre de assuntos de interesse do seu interlocutor. Ele vai amar conversar com você.

Dê Importância.

Ouça-as.

Aplauda e cumprimente-as.

Use o nome delas (nunca se esqueça de um nome).

Espere um minuto antes de responder.

Use as palavras dele: “Você” e “seu”.

Tenha consideração pelas pessoas que esperam por você.

Preste atenção a todos no grupo.

Concorde.

Seja tolerante, concordando com as pessoas.

Diga à pessoa quando concorda com ela.

Não diga à pessoa quando discorda dela, a menos que seja absolutamente necessário.

Recuse discussões.

Trate o “brigão” com jeito.

As razões para ser Tolerante:

As pessoas gostam dos que concordam com elas.

As pessoas não gostam de quem discorda delas.

As pessoas não gostam de ser contrariadas.

Ouça.

Olhe para a pessoa que está falando.

Incline-se sobre seu interlocutor e escute com interesse.

Faça perguntas.

Envolva-as no assunto e não interrompa

Use “você” e “seu”.

Influencie.

Descubra o que irá “mexer” com a outra pessoa (faça perguntas para isso).

Persuadir.

Nunca use você mesmo como referência.

Faça perguntas direcionadas para o assunto em questão e deixe que a outra pessoa fale, não você.

Ajude a decidirem:

Dê às pessoas razões para dizerem sim a você. Ex.: Benefícios e vantagens.

Faça perguntas positivas.

Faça as pessoas escolherem entre dois “sim”.

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Na dúvida, sorria.

Os primeiros segundos dão o “clima” da relação.

As pessoas respondem conforme o comportamento da outra pessoa.

Então, antes de qualquer coisa, antes de quebrar o silêncio, dê à outra pessoa, um sorriso sincero.

Elogie.

O elogio deve ser sincero.

Elogie o ato, não a pessoa.

Agradeça.

Quando você disser “Obrigado”, demonstre isso.

Diga “Obrigado” claramente e com ênfase.

Olhe para a pessoa a quem você agradece.

Agradeça às pessoas usando o nome delas.

Pratique, agradecendo às pessoas.

Cause boa impressão.

Seja sincero.

Mostre entusiasmo.

Não seja ansioso.

Não tente sobrepor-se às outra pessoas.

Não agrida nada, nem ninguém.

Conduza bem uma conversa.

Saiba o que dizer.

Fale e cale-se.

Olhe para seu público enquanto fala.

Fale sobre o que a pessoa estiver interessada.

Não tente fazer um discurso.

Se não usar, não vai funcionar.

Fonte: Folheto “Pequeno Manual de Relacionamento Interpessoal” – Eixo Assistência Motivacional

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2.10. Ossos de Instrutor

Não sei bem a origem da expressão "ossos do ofício". Mas Silveira Bueno nos diz: "percalços ou dificuldades inerentes a qualquer profissão". A expressão nos faz lembrar outra que diz: "roer osso é duro". Mas em tempo de fome, um ossinho até que cai bem.

Dizem que cada profissão têm seus ossos do ofício, suas durezas, suas dificuldades. É fácil imaginar a dureza de uma atividade médica: saí de um plantão, entrar noutro, lidar com a doença e a morte constantemente. Da mesma forma o advogado; que se

vê a defender um réu, mesmo sabendo da sua não inocência. Podemos também imaginar a atividade do gari , que é transportado atrás dos caminhões coletores de lixo ou a atividade do vendedor que tem que atender bem todo tipo de gente. Mas o que pensar da atividade do Instrutor? Quais os ossos do ofício do Instrutor?

Deixando de lado as investigações mais sócio-históricas, que por sinal são bastante interessantes, nos propomos a entender, na atividade em si do Instrutor, na sala de aula, na preparação das aulas, na relação com os alunos, na sua vivência docente, enfim, no cotidiano do Instrutor, os seus ossos do ofício.

Uma das primeiras coisas que buscamos compreender é que o Instrutor em sua atividade de sala de aula vive situações de grandes intensidades. O Instrutor está ali na frente, no meio ou no lado de seus alunos. De alguma forma exposto fisicamente, intelectualmente. Suas expectativas correspondidas ou não. Depositário também de várias expectativas. No clima da sala de aula, a técnica, a sensibilidade, o conhecimento, a disponibilidade, a insegurança, as certezas, as ambivalências e todos os tipos de afetos, formam e compõe o caldo cultural de uma sala de aula.

E lá está o nosso Instrutor. Pronto para iniciar a aula. Após uma revisão sobre como pensou, mais ou menos, em como iria organizar a aula, começa. Olhos direcionados para ele. Centro das atenções. Muitos esperam algo. Ele não sabe, por mais seguro que esteja, como será o final. Suas certezas, seu posicionamento, as vezes até distante, não garantem alguns atravessamentos por parte dos alunos. De algum modo estes vão achar chato ou legal, bom ou ruim, bonito ou feio, atrativo ou repulsivo, indiferente ou comovente... Por outro lado o Instrutor também vai tecer seus fios de percepção, afetivos, imaginativos, conscientes ou não.

Caso seja apenas pessoa, corre o risco de se perder enquanto proposta de ser Instrutor, não ajudando e colaborando no processo ensino-aprendizagem dos alunos.

Caso seja só instituição pode se enrijecer e perder a sensibilidade, tão fundamental na relação com os alunos para o processo ensino-aprendizagem.

Temos então um objetivo definidor, norteador que marca bem e ajuda a delimitar quem é o Instrutor. Instrutor então é aquele parceiro, facilitador, mediador da relação com o aluno no processo ensino-aprendizagem. Processo ensino-aprendizagem é o eixo.

O Instrutor que leva a sério sua atividade docente (e este "sério" não quer dizer sisudez), que não está fingindo estar ali na sala de aula, que tem um compromisso, um empenho, que tem prazer, este Instrutor enfrenta e se depara constantemente com várias dificuldades. Seja nos limites do seu próprio conhecimento, seja no limite dos seus sentimentos ou seja no limite da sua história de vida. E esses limites aparecem muitas vezes grandes, aparentemente intransponíveis, reaparecedores, mas por outro lado instigantes e desafiadores.

O Instrutor por tudo isso é convidado constantemente ao desafio. Desafio de lidar com seus limites. E a depender de sua disponibilidade, de sua condição, de sua formação, o que era inicialmente empecilho, dureza inerente da atividade, pode se tornar um estimulante "ossos do ofício - crescimento".

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Capítulo 3 Instruindo a Instruir

“Às vezes uma revolução está ocorrendo na escuridão, e a maioria das pessoas pensa que é mais uma novidade sem conseqüências.”

Roberto Shinyashiki

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3. Instruindo a Instruir

3.1. Vivendo e aprendendo

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um

modo ou de outro, nos envolvemos com ela: para aprender, para ensinar, para

aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos

os dias misturamos a vida com a educação. Talvez por isso sempre achamos

que temos alguma coisa a dizer sobre ela. Para pensar, podemos começar

com o que os índios uma vez escreveram.

Há muitos anos atrás nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os

índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre foram muito

adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas

aos índios para que enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes

responderam agradecendo e recusando. A carta acabou conhecida porque alguns anos mais tarde

Benjamim Franklin adotou o costume de divulgá-la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:

“... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e

agradecemos de todo o coração.

Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações tem concepções diferentes

das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de

educação não é a mesma que a nossa.

... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram

formados na escolas do Norte e aprenderam toda a vossa

ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram

maus corredores, ignorantes da vida da floresta e

incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como

caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e

falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto,

totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como

caçadores ou como conselheiros.

Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não

possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão, oferecemos aos nobres

senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes

ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens.”

Instruindo a Instruir Página: 19

3.2. Toró de Parpitis – Brainstorming

1. Em que lugar, preferencialmente, se realiza a aprendizagem?

2. Um novo colaborador está iniciando na sua Área e você precisa ensinar-lhe o serviço. Qual seria a melhor maneira de "passar-lhe" o serviço?

3. Quais são as características de um bom Instrutor?

4. As pessoas aprendem acumulando conhecimentos?

5. Comente os versos de Noel Rosa: "Batuque é um privilégio, ninguém aprende samba no colégio...”

6. Comente: "Instrutor é aquele que ensina. Aluno é aquele que aprende."

7. Comente a frase de João Guimarães Rosa: "Mestre não é quem sempre ensina, mas quem, de repente, aprende."

8. O que é necessário para que se realize a formação profissional do colaborador?

9. Qual o significado dos versos de Paulinho da Viola: "As coisas estão no mundo só que eu preciso aprender."

10. Comente: "Bom instrutor é aquele que "sabe tudo" sobre a sua área específica de conhecimento."

11. O que o instrutor pode fazer para motivar as pessoas que estão vivenciando uma situação de aprendizagem?

12. O treinamento pode resolver o problema de desmotivação dos colaboradores?

13. Todos os problemas de mau desempenho no trabalho podem ser resolvidos via treinamento?

14. Qual o peso da Auto-Motivação no processo de Educação?

Instruindo a Instruir Página: 20

3.3. Educação de Adultos e Treinamentos

A educação de adultos está baseada na realidade do homem como ser inacabado, em constante busca da superação de suas carências.

Numa sociedade em permanente mudança, os desafios são constantes. Exigem respostas rápidas. As circunstâncias educam o homem; os homens se educam a si próprios para mudarem as circunstâncias. Se eu recebo um conhecimento (circunstância) e não o passo para a frente, estou “matando” esse conhecimento. Se, ao contrário, eu processo, aplico, adiciono a ele minhas experiências, meu “eu”, e o passo adiante, estou revitalizando-o. E assim, sucessivamente, esse conhecimento vai se expandindo e sendo enriquecido. A democratização dos conhecimentos acaba por superar o senso comum, extrapolando-o e transformando-o.

Nas empresas acontece o mesmo. O treinamento – uma forma de educação de adultos – é um dos meios utilizados para responder aos problemas propostos pelo mercado.

Comparando com a criança, o aspecto mais distintivo do adulto é o nível de consciência, que lhe possibilita o conhecimento de suas necessidades e limitações. Assim, ele age motivado por interesses concretos, tendendo a seguir idéias e caminhos que “batam” com seus objetivos próprios. Seleciona as mensagens, elabora informações, questiona o passado e analisa o futuro. Interpreta a realidade e interfere nela.

Dotado do pensamento lógico, é capaz de construir estratégias que o levarão aos resultados desejados. Pelo senso crítico tem condições de distinguir o prioritário do acessório, o indispensável do acidental. Sua criatividade viabiliza respostas novas e, não raro, encaminha soluções inusitadas “escrevendo certo por linhas tortas”.

Para garantir sua sobrevivência, o homem necessita, a todo momento, repensar ações, posturas, valores, sentimentos, hábitos. Uma resposta que foi eficaz no passado pode ser inadequada hoje.

Essa possibilidade do homem de desenvolver a todo momento estratégias inusitadas para enfrentar questões com que se defronta existe graças à capacidade de acumular experiências, estabelecer relações. Enfim, de aprender.

Não é demais acrescentar que a inteligência, emoção, criatividade e outras características já colocadas interagem entre si e com o meio, de forma dinâmica e permanente, em cada indivíduo, criando-se uma pessoa única, específica e inigualável.

Somos todos iguais. E todos diferentes.

É bom sabermos que, no contato educativo, estamos nos relacionando com pessoas que têm uma experiência de vida, um jeito de ser, um juízo sobre a realidade, que vão determinar as possibilidades de aderir, ou não, às proposições que apresentamos.

Saber técnicas pedagógicas – qualidade indispensável ao educador – não é, pelo exposto, a condição única para obtenção de resultados positivos na educação de adultos. Há que se conhecer a aprendizagem... e o aprendiz.

Se o multiplicador tem a expectativa de que o treinando seja apenas um depositário de informações, busca métodos que o levem ao adestramento. Se o tem como pessoa, procurará métodos que o levem à participação e que o ajudem a explicitar e elaborar seu potencial latente.

Abandone-se a idéia do multiplicador como centro de deslumbramento dos treinandos, maravilhados com a perícia de suas palavras. É função do multiplicador partir dos conhecimentos e das carências dos treinandos, e eleger o objeto do saber a ser trabalhado. A experiência de vida do treinando precisa ser respeitada e aproveitada, para gerar a motivação capaz de engajá-lo no programa de que está participando.

Instruindo a Instruir Página: 21

3.4. Planejamento de Ensino

3.4.1. O que é Planejar?

Planejar é estudar. “É assumir uma atitude séria e curiosa diante de uma situação.”

O Planejamento é uma necessidade em todos os campos da atividade humana. Quanto mais complexos forem os problemas, maior é a necessidade de planejamento.

No processo de planejamento, procuramos responder às seguintes questões:

O que pretendo alcançar?

Em quanto tempo pretendo alcançar?

Como posso alcançar isso que pretendo?

O que fazer e como fazer?

Quais os recursos necessários?

que e como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendo foi alcançado?

3.4.2. Componentes Básicos:

Objetivo: é a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da nossa atividade.

Conteúdo: é o que pretendemos transmitir.

Procedimentos: são planejamentos das etapas a serem seguidas para transmitir o conteúdo.

Recursos: são componentes que estimulam a aprendizagem.

Avaliação: é o feedback pelo qual se determinam o grau e a quantidade de resultados alcançados.

3.4.3. Planejamento do Treinamento em Serviço:

É a previsão de um determinado conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades a ser alcançado por um grupo de pessoas, num certo período de tempo.

Vantagens:

Adequar o conteúdo programático (serviço ou produto) a realidade da empresa.

Distribuir o conteúdo pela carga horária.

Melhorar a orientação da aprendizagem.

Avaliação profunda do treinando em cada assunto.

Base para conclusões quanto a eficiência dos métodos utilizados

Planejamento do Treinamento:

Deve ser planejado ao final do que o antecede, pois este lhe servirá de base ou apoio. Isso significa que os encontros serão planejados ou replanejados ao longo do treinamento em serviço.

Planejamento de Cada Encontro:

É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o Multiplicador / Instrutor e o treinando interagem; deve prever estímulos adequados aos treinandos, a fim de motivá-los numa dinâmica de ensino-aprendizagem.

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3.4.4. Importância do Planejamento do Treinamento em Serviço:

Evita a rotina e a improvisação;

Contribui para a realização dos objetivos visados;

Promove a eficiência do ensino;

Garante maior segurança na direção do ensino;

Garante economia de tempo e energia.

3.4.5. Características de um bom planejamento de Treinamento em Serviço:

ser elaborado em função as necessidades e das realidades apresentadas pelos treinandos;

ser flexível;

ser claro e preciso;

ter íntima correlação com os objetivos visados;

ter em vista as condições reais e imediatas de local, tempo e recursos disponíveis.

3.4.6. Modelo de Formulário

Treinamento:

Instrutor(es):

Data / Período:

Horário:

TT Carga Horária:

Local:

Objetivo:

Público alvo:

Dia Semana

Dia Mês Horário Conteúdo Programático Recursos Didáticos

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3.4.7. Material Didático

Antes de preparar o material didático, responda estas questões:

1. Quais equipamentos você terá à disposição? 2. Qual o tamanho do local? 3. O treinamento acontecerá em local aberto ou fechado? 4. A iluminação é adequada? 5. Há entradas de energia e cabos suficientes? 6. A voltagem está correta?

Pesquise detalhadamente o assunto e defina claramente o objetivo do treinamento.

Algumas fontes de informação:

Livros

Revistas

Jornais

Internet

3.4.8. Local

Se possível, dias antes, dirija-se ao local para conferir a posição dos participantes na sala e se todos os equipamentos solicitados estarão disponíveis.

Avalie os seguintes itens: 1. iluminação; 2. som; 3. assentos; 4. entradas de energia; 5. interruptores;

Você pode dispor da posição dos assentos de várias maneiras. Sugerimos três exemplos:

Semicírculos

Formação mais tradicional, porém ocupa muito espaço.

Fileiras Alternadas

Não é tão eficiente quanto o semicírculo, porém é uma boa

solução se você tem pouco espaço.

Ferradura

Formação ideal para pequenas reuniões ao redor de uma mesa.

Ao visitar o local, procure viver o papel do público. Peça a uma pessoa para falar na frente da sala e sente-se no fundo para averiguar se é possível ouvi-la perfeitamente nesta posição.

Instruindo a Instruir Página: 24

3.4.9. Recursos Audiovisuais e Multisensoriais

É todo e qualquer recurso físico, além do Instrutor, utilizado no processo de aprendizagem.

Para que os recursos de ensino realmente colaborem no sentido de melhorar a aprendizagem, na sua utilização devem ser observados alguns critérios e princípios. Vejamos os principais:

utilizar recursos que auxiliarão a conseguir o objetivo e não simplesmente porque está disponível;

conhecer suficientemente o recurso;

características do recurso com relação ao objetivo;

condições ambientais;

considerar o tempo de preparação e utilização dos recursos.

a eficácia dependerá da interatividade dos treinandos; devemos estimular comportamentos como: atenção, percepção, interesse, participação ativa, etc.

Veja abaixo os recursos mais utilizados e procure conhecer bem as características e funcionamento de cada um antes do treinamento, para evitar prováveis surpresas desagradáveis:

Computador: o computador permite que você trabalhe com animações, sons, simulações etc. O leque de possibilidades é amplo. O detalhe, é que provavelmente você precisará de outros recursos para complementar a estrutura, como telão e aparelhagem de som, pois somente os recursos do computador são insuficientes para alcançar uma grande platéia.

Projetor Multi Mídia (Data-show): seguramente, o recurso mais moderno e didático na condução de apresentações. O aparelho é ligado ao computador e projeta a tela, incluindo imagens e movimentos, em um quadro ou telão. O custo deste aparelho é alto, mas muitas empresas o alugam por um preço acessível.

Retroprojetor: projeta em uma tela o conteúdo de transparências impressas ou desenhadas. É uma boa prática organizar todas as transparências em seqüência e numerá-las, caso alguma insista em cair.

Álbum Seriado (Flip-chart): este recurso é bastante versátil, já que dispensa o uso de energia elétrica e pode ser transportado facilmente. Cole sobre suas folhas: mapas, gráficos, tabelas e todo tipo de informação visual. Coloque as informações na seqüência para não ter que recorrer a folhas já viradas. O flip-chart é melhor para apresentações com pequeno número de participantes, já que, do contrário, as pessoas podem não enxergar o conteúdo.

Quadro (Branco ou de Giz): um bom recurso, mas você deve escrever de uma maneira legível. Se não possuir uma boa caligrafia, prefira o flip-chart ou projetor Multi Mídia.

Videocassete: geralmente utilizado para transmitir uma mensagem de alguém que não estará presente.

Folhetos: tenha sempre este recurso à mão, com cópias para os participantes, para aqueles momentos em que o computador (ou o projetor) não quiser funcionar.

Instruindo a Instruir Página: 25

3.5. A Aprendizagem e o Ensino

“Vivendo e aprendendo a jogar, Nem sempre ganhando, Nem sempre perdendo, Mas aprendendo a jogar.”

Guilherme Arantes

A aprendizagem é uma questão de sobrevivência. Através dela consolidamos e ampliamos nossos conhecimentos, adquirimos a experiência de tirar partido de nossos próprios erros, conhecemos a natureza humana e procuramos compreender nossos semelhantes.

É pela aprendizagem que o homem se torna capaz de se ajustar ao seu ambiente físico e social ou de agir sobre ele. O homem sofre ação do meio em que vive; dispondo da capacidade de ser criativo, o homem modifica o meio ambiente ou os seus próprios padrões de comportamento.

Assim, a aprendizagem pode ser definida como um processo integrado, envolvendo intelecto, afetividade e sistema muscular, ativado para que o indivíduo possa situar-se no seu meio ambiente.

A aprendizagem envolve três áreas básicas:

Conhecimento (saber):

Compreensão de informações

Habilidades (saber fazer):

Execução da tarefa com facilidade e competência aplicando os conhecimentos adquiridos;

Atitude (querer fazer):

disposição para agir, vontade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos.

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3.6. Motivação

“Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alto quanto possível a capacidade de um indivíduo, a fim de que este possa alcançar excelência na execução da atividades das quais

dependem o sucesso ou o fracasso da organização a que pertence.” Heinz Heckhausen

Motivação é o estado interior, emocional, que desperta o interesse ou inclinação do indivíduo para algo. Interesse, por sua vez, é inclinação que uma pessoa sente, especificamente por alguma coisa material ou espiritual.

Motivação é o desejo de aprender. Motivar é predispor o treinando ao aprendizado e à realização de um esforço para alcançar certos objetivos. É criar uma necessidade de ação no indivíduo, provocando um desequilíbrio. A dúvida, o problema e o desafio criam no indivíduo a necessidade de saber, de buscar soluções, e de vencer. Despertada a motivação, é preciso que o Multiplicador / Instrutor forneça os meios e a maneira de satisfazê-la.

A motivação é fator decisivo no treinamento. Não poderá haver, por parte do multiplicador, direção de aprendizagem, se o treinamento não estiver motivado, se não estiver disposto a despender esforços. Não há, de modo geral, aprendizagem sem esforço. Não há método ou técnica de ensino que dispense o esforço por parte do treinando. Daí, a necessidade de motivar as atividades de treinamento, para que haja esforço voluntário por parte de quem aprende.

O fracasso de muitos instrutores está em não motivarem suas aulas. Desse modo, Instrutor e Treinando focam em setores estanques, sem comunicação, aquele querendo dirigir a aprendizagem e estes não querendo aprender.

Um treinando está motivado quando sente necessidade de aprender o que está sendo tratado. Essa necessidade leva-o a aplicar-se e a esforçar-se no trabalho até sentir-se satisfeito. Caso contrário, o Multiplicador / Instrutor ficará dando aula sozinho.

Toda aprendizagem se realiza impelida por motivos, por necessidades. À medida que ela vai ocorrendo, cria novos motivos, novas necessidades.

É fundamental a aplicabilidade de conhecimentos a serem transmitidos e adquiridos. Ocorre fracasso da motivação quando as ações didáticas do multiplicador não guardam relação suficiente com a realidade dos treinandos, não lhes provocam estímulos, não lhes provocam vontade ou interesse em saber, em buscar.

Em parte, os insucessos escolares e os fracassos de aprendizagem são devidos às atitudes de Instrutores durante o Treinamento: atitudes de incompreensão, inflexibilidade, autoritarismo, etc., que dificultam o clima para aprender. Dificilmente as pessoas aprendem quando estão atemorizadas ou não encontram segurança, apoio, estima, respeito nos que assumem a função de guiá-las na aprendizagem.

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3.7. O Público

Procure obter informações a respeito do público, antes mesmo de conhecê-lo pessoalmente.

Obtenha as seguintes informações: 1. Quantas pessoas estarão presentes? 2. Qual a porcentagem entre homens e mulheres? 3. Qual o nível de escolaridade dos participantes? 4. Qual o ramo de atividade? 5. Qual a faixa etária?

Quanto maior o nível de detalhamento que você obtiver a respeito do público, mais dirigida e personalizada será seu treinamento.

3.7.1. Os sinais do público

Identifique os sinais que o público envia durante o treinamento.

Observe alguns sinais de interesse e posturas positivas:

Um participante com o tronco ligeiramente curvado para frente e com o queixo sobre as

mãos, está realmente interessado.

Um convidado com o tronco ligeiramente curvado para frente e mãos entrelaçadas demonstra

interesse.

Observe alguns sinais de desinteresse e posturas negativas:

Um convidado com pernas e braços cruzados está "fechado" para o treinamento.

Um participante que passa o tempo todo com as pernas cruzadas, o braço apoiado na cadeira e a

mão segurando o queixo, pode estar demonstrando uma série de coisas, menos

interesse no treinamento.

Com a experiência, você aprenderá a identificar sinais positivos e negativos.

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3.8. Questões

3.8.1. Espaços para questões

Ao preparar-se, você deve tentar prever os tipos de questões que podem surgir. Esta preparação deve ser cuidadosa e a mais ampla possível.

Ao abrir espaço para as perguntas, seja sincero e fale para a platéia que você tem algumas respostas, mas evidentemente não tem todas.

3.8.2. Tipos de questões

Alguns tipos de questões que podem aparece:

Pergunta - Resumo: uma pergunta de recapitulação, geralmente elaborada da seguinte forma: "O que você parece estar dizendo é... . Estou certo?

Pergunta - Direta: tipo de pergunta que precisa ser respondida com muita clareza, elaborada, geralmente, da seguinte forma: "A quais clientes você já ofereceu esta solução?"

Pergunta - Eu: pergunta elaborada através da própria experiência, geralmente elaborada da seguinte forma: "Quando eu tentei, não deu certo. Como você explica isso?".

Pergunta - Cartesiana: uma pergunta desafiadora, onde é colocada a lógica contra o apresentador, geralmente elaborada da seguinte forma: "Como você pode afirmar X e mesmo assim insistir em Y?".

Pergunta – Boas-Relações: pergunta que contém a citação de alguém importante, geralmente elaborada da seguinte forma: "Você conversou com o presidente sobre o problema?".

3.8.3. Como receber uma pergunta

Siga algumas regras básicas:

Quando não entender o objetivo de uma pergunta, peça ao participante que a elabore novamente.

Apenas uma pessoa de cada vez deve falar. O debate só deve ser incentivado se você o tiver planejado.

Aprenda a ouvir a questão. Não gesticule muito para não passar a impressão de estar ansioso com a pergunta.

Quando alguém estiver falando, concentre-se. É um sentimento bastante desagradável você perceber que a pessoa falou e você mal a ouviu.

3.8.4. Respondendo de maneira adequada

Quando receber uma questão, não a responda enquanto não tiver elaborado mentalmente uma sentença lógica. A pausa permite que você absorva melhor a questão e a responda adequadamente.

Às vezes, em um público, você encontra pessoas agressivas e até mal-educadas. Muito cuidado para não entrar em um embate que pode destruir o treinamento. Mantenha-se sempre calmo e responda delicadamente a todas as questões, mesmo as maldosas.

Instruindo a Instruir Página: 29

3.9. Concluindo o Treinamento

A conclusão é fundamental. Se você concluir bem, pode até fazer com que o público esqueça alguma falha ocorrida durante o treinamento.

Uma boa prática é informar que você está encerrando o treinamento. Utilize frases como:

Quando você informa que o final está próximo, automaticamente consegue uma maior atenção do público para as últimas considerações.

No final, aproveite para fazer um breve resumo e enfatizar pontos importantes, pois o público estará bem atento nesta hora.

Instruindo a Instruir Página: 30

Capítulo 4 Técnicas de Liberação de Expressão

"Não basta fazer coisas cada vez melhores. É preciso fazer melhor cada uma dessas coisas."

Alberto Santos Dumont

Instruindo a Instruir Página: 31

4. Técnicas de Liberação de Expressão

Parte 1 – Respiração e Relaxamento

Respiração: Temos a necessidade de ar para fazer vibrar as cordas vocais. Porém não sabemos respirar. A respiração que aprendemos, particularmente nos cursos de ginástica, permite a oxigenação, é verdade, mas bloqueia a voz.

Os exercícios propostos aqui, têm por objetivo a respiração sem o bloqueio do diafragma, para permitir o relaxamento. O que é indispensável na vida atual. Devem ser aplicados diariamente, em pequenas doses, antes de dormir, por exemplo. Caso sinta-se fatigado pelo exercício, interrompa-o.

Respiração esportiva:

Coloque-se diante do espelho, de pé se possível. Respire fortemente. O que você consegue retratar? Nada? Então recomece até que possa sentir como se processa uma respiração. Provavelmente você pôs em prática a “respiração esportiva”, ombros levantados, diafragma também, caixa toráxica cheia. Você respira na altura do peito: é uma respiração incompleta, que bloqueia a voz.

Respiração ventral:

Deite-se de costas no chão. Relaxe. Todos os seus membros e todo o seu corpo devem estar relaxados. Fique assim algum tempo, depois respire profundamente, da seguinte maneira: empurre o ventre para a frente, inspirando. A inspiração sobre do ventre para o estômago, até alcançar os pulmões. Expire pela boca, deixando o ar vibrar, o que produz um ligeiro ronco.

Respiração ritmada:

Quando você estiver bastante habituado à respiração ventral, pode então praticar a respiração ritmada. Você também pode fazer esses exercícios andando, assistindo um filme ou a TV. Mantenha-se bem relaxado e não hesite em interromper caso sinta-se cansado. Tempos: conte mentalmente e bem calmamente: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, etc.

Inspiração: 4 tempos

Retenção: 8 tempos (você não respira, apenas segura o ar nor pulmões)

Expiração: 8 tempos

Respiração por uma narina:

É particularmente indicada antes e depois do trabalho intelectual, porque favorece a irrigação do cérebro.

Tampe a narina direita. Inspire lenta e profundamente pela narina esquerda. Depois feche a narina esquerda e expire pela direita. Repita o exercício conforme esquema abaixo, no mínimo por 4 minutos:

Narina Esquerda: Inspiração - Narina Direita: Expiração

Narina Direita: Inspiração - Narina Esquerda: Expiração

Relaxamento: Estão relacionados intimamente ligados aos de respiração. Eles devem ser intercalados uns aos outros de maneira a se completarem.

Instruindo a Instruir Página: 32

Nós os separamos simplesmente para a clareza do treinamento. O relaxamento é imprescindível para a expressão oral, uma vez que a tensão impede a emissão correta da voz, comprometendo a compreensão da fala. A tensão é às vezes física e mental, mas como o físico e o mental formam um todo indivisível, o relaxamento físico provoca a descontração total.

Braços:

Fique de pé. Comece a mexer lentamente as pontas dos dedos das mãos como se você sentisse coceiras. Depois movimente as mãos, fazendo pequenos círculos. Deixe-os livre, completamente moles, depois os dois braços. Eles devem ficar completamente soltos.

Ombros:

Os ombros são os que há de mais tenso em todo o corpo. É como se nós retivéssemos toda nossa concentração sobre os ombros. Assim como no exercício para os braços, movimente-os em círculos, deixando os braços ao longo do corpo. Empurre seu ombro para a frente, depois para o alto, depois puxe-o para trás, depois para baixo. Movimente um ombro, depois o outro. Faça em seguida grandes círculos verticais com cada braço.

Músculos do Pescoço:

Sempre de pé, deixe cair sua cabeça para frente, depois incline-a para a direita, em seguida para a frente, depois para a esquerda e novamente para a frente. Recomece rodando no sentido contrário de maneira a não ficar tonto, para a frente, à esquerda, para trás, para a direita, etc. Faça movimentos lentos e seqüenciais.

Total:

Deite-se no chão, respire segundo o método ventral, não pense em nada. De preferência, ponha uma música suave e bem baixa. Preste atenção em sua respiração.

Uma parte do corpo:

Quando você estiver totalmente descontraído, concentre-se em uma parte do seu corpo. Tente por exemplo, sentir apenas o seu lado direito, depois o esquerdo, em seguida uma perna, um braço, uma mão. Feito isso, deixe-se relaxar até experimentar uma sensação da mais completa descontração.

Instruindo a Instruir Página: 33

Parte 2 - Técnica Vocal:

Exercício de Entonação: Uso da palavra de valor:

Você vai hoje à cidade, com seu filho?

Você vai hoje à cidade, com seu filho?

Você vai hoje à cidade, com seu filho?

Você vai hoje à cidade, com seu filho?

Exercícios de Inflexão e Entonação:

Inflexione as palavras abaixo de acordo com os sentidos pedidos nos itens a,b e c:

a) oferecendo b) aceitando BOMBOM c) exclamando, como quem diz: que gostosura!

a) chamando a atenção b) pedindo silêncio PSIU c) chamando um gatinho(a)

Dê a devida entonação para o diálogo:

- Cíntia: “Você ganhou um irmão ou uma irmã?” - Clara: “Um novo irmão.”

Obs.: a) Como se Clara tivesse três irmãs e quisesse um novo irmão. b) Como se Clara tivesse três irmãos e quisesse uma nova irmã.

Grupos Consonantais:

BR CR DR FR GR PR TR VR Bra Bre Bri Bro Bru

Cra Cre Cri Cro Cru

Dra Dre Dri Dro Dru

Fra Fre Fri Fro Fru

Gra Gre Gri Gro Gru

Pra Pre Pri Pro Pru

Tra Tre Tri Tro Tru

Vra Vre Vri Vro Vru

BL CL DL FL GL PL TL VL Bla Ble Bli Blo Blu

Cla Cle Cli Clo Clu

Dla Dle Dli Dlo Dlu

Fla Fle Fli Flo Flu

Gla Gle Gli Glo Glu

Pla Ple Pli Plo Plu

Tla Tle Tli Tlo Tlu

Vla Vle Vli Vlo Vlu

Instruindo a Instruir Página: 34

Parte 3 – Gesto e Mímica

Para nos expressarmos, usamos certo número de sinais em códigos que tornam compreensível o conteúdo do que queremos dizer. O gesto e a mímica, por si só, podem comunicar muito, tanto que as vezes, podem denunciar intenções não contidas na expressão verbal.

A palavra é o principal código ou sinal, mas não é o único. O gesto e a mímica são também dois sinais, são companheiros da palavra. Você certamente já notou que transmitimos aos outros, muito mais do que aquilo que dizemos. O gesto é muito expressivo. Pena que, na maior parte das vezes, seja inibido.

Os exercícios propostos estimulam o reaproveitamento da força expressiva do gesto e da mímica, inclusive para a superação da inibição.

Gesto:

1 pessoa

Uma criança brinca com um gato e uma bola. Ela lança a bola, o gato a apanha e devolve. A criança a esconde, faz menção de lançá-la, brinca com a bola, depois brinca com o gato... Faz isso três vezes.

4 pessoas

Um maestro rege sua orquestra de três pessoas. Ele a Música parecem ser um só elemento. Ele vive intensamente e quer comunicar sua emoção a seus músicos e a todos os espectadores.

1 pessoa

Você está sentado sozinho a mesa de um bar, numa calçada. O tempo está bom, tudo vai bem. Você se sente bastante feliz e livre. Depois, pouco a pouco, você se torna inquieto, ansioso e não sabe por que. Sua inquietação cresce cada vez mais e se torna uma verdadeira crise de angústia.

2 pessoas

Você é o garçom de um bar muito freqüentado e se esforça para atender bem a todos os fregueses. De repente, seus serviços são solicitados por um cliente reconhecidamente chato. Ele pede um chope. Você traz. Ele devolve pedindo que troque por um mais gelado. Você atende. Ele pede uma porção de fritas e ele novamente devolve, declarando que está muito gordurosa. Você também atende. Por último, ele pede mais um chope. Mas ao colocar o copo sobre a mesa, deixa-o derramar, propositadamente, na roupa do cliente. Você pede desculpas, retira-se e dá um largo sorriso de satisfação.

Mímica: (realizar com todos os participantes, formando pares)

Par Ímpar Pena Impaciência Medo Graça

Indiferença Espanto Decepção Angústia

Concentração Exaltação Sinceridade Desaprovação

Ironia Interesse

Instruindo a Instruir Página: 35

Parte 4 - Articulação

Visa tornar mais clara a pronúncia das palavras. São constituídos por frases, as vezes, sem

significação lógica, propositadamente difíceis de pronunciar.

São particularmente recomendados para todos aqueles que falam como se tivessem algo quente na

boca. Se você se exercitar regularmente, pode estar certo de alcançar um resultado espetacular.

Você deve ler todas as frases ou decorá-las, depois enunciá-las em voz alta. Primeiro lentamente,

articulando bem todas as sílabas; depois, cada vez mais rapidamente, porém seguindo seu ritmo

pessoal. O mais importante não é falar rapidamente, mas bem articulado.

Em seguida, pegue um lápis hexagonal (com seis

lados), segure-o longitudinalmente bem firme entre os

dentes, inclinando-o ligeiramente para o alto.

Mantenha-o a aproximadamente 5mm de sua

extremidade hexagonal, avançando o maxilar inferior

de maneira a deixar o interior da boca inteiramente

livre. Conforme figura ao lado.

Siga bem as instruções, do contrário, o exercício perde muito do seu valor. E lembre-se, não deixe o

lápis cair.

Pronuncie as frases várias vezes seguidas com o lápis na boca. Pronuncie novamente as frases sem

o lápis. Desde a primeira tentativa, você constatará uma nítida melhora. Se você tem real dificuldade

articulação, exercite com freqüência.

Instruindo a Instruir Página: 36

Exercícios Articulação:

É preciso que eu rode. É preciso que tu rodes. É preciso que ele rode. É preciso que nós

rodemos. É preciso que vós rodais. É preciso que eles rodem.

Dudu dizia danado da vida: Dadá deixe disso, onde vai dar tanta doidice?

Diga-me pequeno pote de barro, quando tu te despotebarrarás? Eu me despotebarrarei quando

todos os pequenos potes de barro se despotebarrarem.

Diga-me grande gordo grasso grão de trigo, quando tu te grande gordo grassarás? Eu me grande

gordo grassarei quando todos os grandes gordos grassos grãos de trigo se grande gordo

grassarem.

Onde elas nascem, tuas leitoas? Cá e lá que nascem as minhas leitoas.

Alerta, Arlete aleita Alita

Chá mancha o chão? Mancha sim, exceto chá de erva cidreira.

O assassino sobre o seu seio sugava o seu sangue sem cessar.

Um caçador sabendo caçar, sem cachorro sabe caçar. Um caçador caça sem cessar.

As folhas do chá da arquiduquesa já estão secas, supersecas ou ressecadas?

Para quem são essas serpentes eu assoviam sobre nossas cabeças?

Quanto custam esses seus salsichões aqui? Seis reais custam esses salsichões aí.

Se cem cerras serram cem cigarras, seiscentas serras serram seiscentas cigarras, seiscentos e

seis serras serram seiscentas e seis cigarras.

Céus! Se isso se sabe, seus esforços serão sem sucesso.

Seis caçadores sobre seis sofás cochichavam ao caçador sem sorte: seja sortudo sem suspeita e

sua sorte salvará seus segredos.

Um prato de trigo para um tigre triste, dois pratos de trigos para dois tigres tristes, três pratos de

trigos para três tigres tristes, quatro pratos de trigos para quatro tigres tristes, cinco pratos de

trigos para cinco tigres tristes.

Instruindo a Instruir Página: 37

Parte 5 – Improvisações

São utilizadas na maior parte das sessões de expressão oral e constituem uma aprendizagem direta da palavra.

Exercício 1: Escolher uma pessoa para ir a frente fazer. De forma concisa, fazer um comentário sobre cada assunto apresentado, no tempo estimado:

Tempo Comentário

1 min. Você acaba de ganhar R$ 10.000,00 de gratificação por ser um bom instrutor.

1 min. Seu time favorito de futebol perdeu de 6 x 0, para o Mixto E.C. (Cuiabá).

1 min. Viram você com uma bela mulher/belo homem e não era seu companheiro(a)

1 min. Nosso Melhor cliente reclamou da qualidade dos seus serviços para o tio Laércio.

30 Seg Cada Saudade Protheus

30 Seg Cada Coletividade Solução

30 Seg Cada Carreira Criatividade

30 Seg Cada Democracia Estratégia

30 Seg Cada Fracasso Obstáculos

30 Seg Cada Dor Sucesso

Exercício 2: Solicite que um voluntário exponha um tema (escolhido por ele ou sugerido), utilizando no máximo 2 minutos, considerando cada situação abaixo:

Para um amigo;

Para grupo de 10 pessoas que o conheçam;

Para 500 pessoas em um teatro;

Para 500 pessoas em uma tribuna;

Diante das câmaras de TV.

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Parte 6 – Leitura em Voz Alta

Não constitui exercício de dicção ou elocução; seu objetivo é fazer com que você vença a apreensão diante do texto escrito, frente a outra forma de expressão; é aumentar a confiança em si mesmo.

Algumas vezes, acontece que no nível da interpretação muitas palavras apresentam dificuldades de pronúncia. Resulta daí a dislexia (a confusão de letras, a inversão de sílabas).

Na leitura em voz alta, interferem os seguintes fatores:

Interpretação e compreensão da idéia traduzida pelas palavras e frases;

Relação entre a própria pessoa que fala e o texto falado, qual o sentimento em relação ao texto: acordo, desacordo, admiração, desprezo, etc;

Relação suporta entre o texto e os ouvintes. Qual será a relação dos ouvintes diante desse texto?;

Relação entre aqueles que fala e os ouvintes: conhecidos, desconhecidos, amigos e colegas.

O elemento mais importante da leitura em voz alta é, sem dúvida, a relação que se estabelece entre o leitor e os ouvintes. Trata-se de um processo de comunicação no curso do qual o leitor se transforma em emissor da mensagem, e o ouvinte em receptor. A maneira como os ouvintes compreenderão a mensagem depende em grande parte da qualidade da comunicação entre o leitor e o ouvinte.

Três formas de leitura:

A função desse exercício é faze-lo tomar consciência de suas dificuldades. Ele será seguido de exercícios mais técnicos. Escolha um texto e leia-o 3 vezes, conforme abaixo:

Para você mesmo, em voz baixa, porém audível;

Como se estivesse diante de 10 pessoas;

Como se estivesse diante de 100 pessoas.

Se você puder, utilize um gravador para registrar sua exposição. Após a leitura, escutando-se ao gravador, indague-se:

Em que situação você estava de acordo com você mesmo?

Você constatou rupturas entre as diferentes leituras?

Que modificações acrescentou às suas leituras, em função da situação?

Que dificuldades você encontrou?

O ritmo: muito lento, rápido, estancado ou monótono?

Os silêncios e as pausas: Você separou o texto, introduzindo as pausas?

A articulação: Todo o texto é facilmente audível?

A intensidade: a força de sua voz está adaptada à situação em que você se colocou?

O tom: está adaptado ao texto? Você convenceu, despertou interesse ou emoção?

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Exercícios mais técnicos:

Visam habituá-lo a ler de uma só vez uma parte da frase, que forme uma unidade de significação, memoriza-la para dize-la olhando o auditório e após isso, ter condição de reencontrar facilmente seu texto. Ativam o mecanismo de percepção, porque freqüentemente, é a lentidão na decifração que atrapalha a compreensão e impede que se estabeleça uma comunicação com o auditório, notadamente pelo olhar.

Obs.: faça o mais freqüentemente possível, os jogos dos 7 erros, pois consistem em comparar duas imagens. Eles exercitam a mobilidade do olhar.

Leia primeiramente cada uma das frases em voz baixa.

Em seguida, leia-as por inteiro em voz alta.

Depois, leia uma parte da frase, levante a cabeça, olhe para frente, terminando de pronunciar aquilo que você leu. Olhe de novo para ler a Segunda parte da frase.

Expressões:

“O que observar e como observar, que comparar e como comparar, o que procurar encontrar

na evolução e na difusão?” (Bronvislaw Malinowski)

“A fantasia é uma atividade natural do homem. É certo que ela não destrói, nem mesmo

insulta a razão, ela não diminui o apetite de verdade científica e não obscurece a percepção

dessa, bem ao contrário.” (Harvey Cox)

“Existem poucas atividades tão estereotipadas e menos abandonadas à anarquia das

intenções individuais. Mais de 2/3 dos fotógrafos são conformistas sazonais que fazem

fotografia, seja por ocasião de cerimônias familiares ou de reuniões sociais, seja por ocasião

de férias de verão.” (Pierre Bourdieu)

“Seja porque a fotografia de família é um rito do culto doméstico no qual a família é ao mesmo

tempo sujeito e objeto, seja porque ela exprime o sentimento da festa que um grupo familiar

se propicia e reforça, expressando-a, a necessidade de fotografias e de fotografar é cada vez

mais sentida à medida que o grupo familiar está mais unido e vive um momento de maior

integração.” (Pierre Bourdieu)

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Parte 7 – Expressão Pessoal

Um dos elementos mais importantes para liberar a expressão oral, é Ter uma visão positiva de si mesmo. Quando nos aceitamos tal como somos, não temos mais receio diante dos outros, não temos mais receio de falar.

Para liberar nossa expressão, é necessário desenvolver algumas atitudes:

Visão positiva de si mesmo;

Vontade de comunicar;

Reflexão sobre as dificuldades;

É expressando que se aprende a expressar.

Os exercícios que seguem, têm por finalidade, ajudar a vencer a timidez.

Repita as expressões seguinte, cada vez mais forte e, se possível, andando, tentando acariciar a frase. Fazer a maior quantidade de gestos possível e tentar exprimir com veemência crescente, podendo mesmo gritar:

“Não farei isto, isto não me interessa, mas farei aquilo que me apaixona. Farei aquilo que me apaixona.”

Eles querem me obrigar a fazer isso, eu não vou fazer, não farei, vou me rebelar contra isso, vou Ter força de me contrapor.” (Diga o que eles querem que você faça e o que você quer fazer).

“Estou cheio de Fulano, ele me torra, me sinto cheio, não posso mais, não agüento mais. Mas de hoje em diante, não vou mais permitir que fulano me encha, vou respirar.” (Respirar profundamente).

“Você é um imbecil, você é louco, você não sabe o que faz, mas você, realmente, não sabe o que faz, eu te detesto, pobre cretino.”

“Você é uma pessoa maravilhosa, um profissional exemplar. Você sabe o que faz, realmente sabe o que faz. Eu te admiro. Você é excelente.”

“Eu sei o que quero. Eu sei onde quero chegar. Eu vou lutar. Eu sou vencedor.”

Observação: Exercite em casa, sozinho diante do espelho ou na companhia de alguém. Elabore expressões e reflita sobre elas. Deixe-se impregnar por elas, depois diga-as em voz alta, mais forte, em todos os tons ou naqueles que você preferir.

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Capítulo 5 Mensagem Final

"Sucesso e fracasso são temporários, o que permanece é a competência.”

Roberto Shinyashiki

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5. Mensagem Final

O Dilema

Rir é arriscar-se parecer bobo.

Chorar é arriscar-se parecer sentimental.

Iniciar relações é arriscar-se a envolver-se.

Demonstrar sentimentos é arriscar-se a parecer ridículo.

Amar é arriscar-se a não ser aceito.

Continuar arriscando-se contra o pouco provável é arriscar-se a fracassar.

Porém, os riscos devem ser tomados,

Porque o perigo maior na vida é não arriscar nada.

Aquele que não arrisca,

Não faz nada,

Não tem nada,

Não é nada.

Pode evitar o sofrimento e a dor,

Mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer nem amar.

Amarrado a tudo o que dá segurança, é um escravo:

Renunciou à sua liberdade.

Só uma pessoa que corre riscos é livre.