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1 63 Setembro, 2018 LEGISLAÇÃO JURISPRUDÊNCIA DIREITO PREVIDENCIÁRIO COMENTADO Este boletim tem caráter genérico e informativo, não constituindo opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Para mais informações, entre em contato com nossos advogados ou visite o website www.pinheironeto.com.br. ↑ voltar ao início PREVIC publica novas Instruções Recentemente, a PREVIC editou novas Instruções relativas ao aprimoramento de controles das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (“EFPC”), à elaboração de consultas e a prazos para análise de requerimentos. Por meio da Instrução nº 3/2018, as EFPC definidas como Entidades Sistematicamente Importantes (“ESI”) estão obrigadas a constituir Comitê de Auditoria até 31 de dezembro de 2018. Ademais, a referida norma determina que as EFPC devem contratar atualmente auditor independente para produzir relatórios relativos a demonstrações contábeis e controles internos. Já na Instrução nº 4 a PREVIC definiu o rol de assuntos que podem ser objeto de consultas feitas pelas EFPC ao referido órgão. Dentre eles, estão questões sobre aplicação ou alteração de estatuto, regulamento e convênio de adesão, certificação ou habilitação de dirigentes, retirada de patrocínio, cisão, fusão e incorporação de planos e EFPC, migração entre planos, transferência de gerenciamento, plano de custeio, equacionamento de déficit, destinação de reservas, demonstrações atuariais, contábeis ou de investimentos e aplicações dos recursos garantidores. A resposta à consulta é considerada como subsídio para o processo decisório da EFPC, mas não como autorização prévia da PREVIC para atos de gestão de EFPC. Por fim, a Instrução nº 5 estabelece procedimentos e prazos para análise de requerimentos formulados pelas EFPC. LEGISLAÇÃO (FOTO: CRISTINA GOTTARDI, UNSPLASH) O boletim eletrônico PrevNotícias é desenvolvido pelos profissionais que integram a área Previdenciária de Pinheiro Neto Advogados. PERIODICIDADE Mensal SÓCIO RESPONSÁVEL Cristiane Ianagui Matsumoto Gago COLABORADORES Diego Filipe Casseb, Lucas Barbosa Oliveira, Guilherme Gregori Torres, Lorenzo Midea Tocci, Mariana Carvalho Bayma, Victória Aurora Siqueira Pontes, Jéssica Min Kyong Chung, Raissa Cristina Pimenta CONTATO [email protected] PREVIC publica novas Instruções Normas de EFPC FAP vigência 2019 Novo cadastro de PF Contribuintes individuais CARF: multa de obrigação acessória Impactos previdenciários do julgamento do STF sobre terceirização

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nº 63Setembro, 2018

LEGISLAÇÃO JURISPRUDÊNCIA DIREITO PREVIDENCIÁRIO COMENTADO

Este boletim tem caráter genérico e informativo, não constituindo opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Para mais informações, entre em contato com nossos advogados ou visite o website www.pinheironeto.com.br.

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PREVIC publica novas InstruçõesRecentemente, a PREVIC editou novas Instruções relativas ao aprimoramento de controles das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (“EFPC”), à elaboração de consultas e a prazos para análise de requerimentos.

Por meio da Instrução nº 3/2018, as EFPC definidas como Entidades Sistematicamente Importantes (“ESI”) estão obrigadas a constituir Comitê de Auditoria até 31 de dezembro de 2018. Ademais, a referida norma determina que as EFPC devem contratar atualmente auditor independente para produzir relatórios relativos a demonstrações contábeis e controles internos.

Já na Instrução nº 4 a PREVIC definiu o rol de assuntos que podem ser objeto de consultas

feitas pelas EFPC ao referido órgão. Dentre eles, estão questões sobre aplicação ou alteração de estatuto, regulamento e convênio de adesão, certificação ou habilitação de dirigentes, retirada de patrocínio, cisão, fusão e incorporação de planos e EFPC, migração entre planos, transferência de gerenciamento, plano de custeio, equacionamento de déficit, destinação de reservas, demonstrações atuariais, contábeis ou de investimentos e aplicações dos recursos garantidores. A resposta à consulta é considerada como subsídio para o processo decisório da EFPC, mas não como autorização prévia da PREVIC para atos de gestão de EFPC.

Por fim, a Instrução nº 5 estabelece procedimentos e prazos para análise de requerimentos formulados pelas EFPC.

LEGISLAÇÃO

(FOTO: CRISTINA GOTTARDI, UNSPLASH)

O boletim eletrônico PrevNotícias é desenvolvido pelos profissionais que integram a área Previdenciária de Pinheiro Neto Advogados.

PERIODICIDADE

Mensal

SÓCIO RESPONSÁVEL

Cristiane Ianagui Matsumoto Gago

COLABORADORES

Diego Filipe Casseb, Lucas Barbosa Oliveira, Guilherme Gregori Torres, Lorenzo Midea Tocci, Mariana Carvalho Bayma, Victória Aurora Siqueira Pontes, Jéssica Min Kyong Chung, Raissa Cristina Pimenta

CONTATO

[email protected]

▪PREVIC publica novas Instruções ▫Normas de EFPC ▫FAP vigência 2019 ▫Novo cadastro de PF

▫Contribuintes individuais ▫CARF: multa de obrigação acessória

▫ Impactos previdenciários do julgamento do STF sobre terceirização

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nº 63Setembro, 2018

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Normas de EFPC sob consulta públicaA PREVIC disponibilizou para consulta pública três normas, relativas a investimentos, contratação de seguros por EFPC e procedimentos contábeis.

A primeira norma busca simplificar e consolidar as normas de investimentos estipuladas pela Resolução CMN nº 4.661/2018. Pretende-se estabelecer os requisitos mínimos para elaboração de política de investimentos e define regras relativas aos responsáveis pela gestão de recursos e riscos das EFPC.

Outra minuta de Instrução trata da contratação de seguros por EFPC para cobertura de riscos relativos a invalidez, morte, sobrevivência ou desvio das hipóteses biométricas, conforme estipula a Resolução nº 17/2015 do Conselho Nacional de Previdência Complementar (”CNPC”). Previamente à realização do seguro, a diretoria executivo e o conselho deliberativo da EFPC devem aprovar estudo de viabilidade econômico-financeira e atuarial para cada plano de benefícios.

Já a terceira norma trata das regras relativas aos procedimentos contábeis específicos das EFPC, bem como sobre a forma e o meio de envio das demonstrações contábeis, as quais são enviadas à PREVIC pelo Sistema de Captação de Dados Contábeis e de Investimentos (“Sicadi”).

Disponibilizado Fator Acidentário de Prevenção (FAP) vigente para o ano de 2019No dia 21.9.2018, foi publicada a Portaria do Ministério da Fazenda n° 409/2018, que divulgou os dados para cálculo do Fator Acidentário de Prevenção (“FAP”) a ser aplicado pelas empresas no ano-calendário de 2019 para fins de aumento ou redução da contribuição ao Seguro Acidente do Trabalho/Risco Acidente do Trabalho (“SAT/RAT”), a qual incide sobre a folha de pagamentos das empresas sob as alíquotas de 1%, 2% e 3%, a depender da atividade econômica desenvolvida.

O FAP pode ser consultado pelos sites da Receita Federal do Brasil (www.receita.fazenda.gov.br) e da Previdência Social (www.previdencia.gov.br) desde 28.9.2018. É possível contestar administrativamente o FAP por meio de formulário eletrônico entre 1º de novembro até 30 de novembro de 2018.

As empresas devem se atentar aos critérios utilizados para apuração do FAP e confirmar se as ocorrências que impactaram o cálculo do índice foram consideradas corretamente ou se há inconsistências. O cálculo do índice é feito de acordo com a atividade desenvolvida por cada estabelecimento da empresa.

(FOTO: RAWPIXEL, UNSPLASH)

▫PREVIC publica novas Instruções ▪Normas de EFPC ▪FAP vigência 2019 ▫Novo cadastro de PF

▫Contribuintes individuais ▫CARF: multa de obrigação acessória

▫ Impactos previdenciários do julgamento do STF sobre terceirização

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LEGISLAÇÃO JURISPRUDÊNCIA DIREITO PREVIDENCIÁRIO COMENTADO

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Novo Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF)A Receita Federal, por meio da Instrução Normativa nº 1.828/2018, regulamentou o Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF).

Esse novo cadastro servirá para registro e acompanhamento de informações de pessoas físicas no desempenho de atividades econômicas, especialmente quando não há obrigatoriedade de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

A inscrição no CAEPF poderá ser feita de forma eletrônica, no portal do Centro Virtual de Atendimento (e-CAC), ou nas unidades de atendimento da RFB. Agora, com o novo registro, será possível obter um comprovante de inscrição e situação cadastral no CAEPF.

Esse novo cadastro passará a ser obrigatório para as pessoas físicas que exercem atividade econômica como contribuinte individual, segurado especial e demais equiparados à empresa desobrigados da inscrição no CNPJ, aumentando o controle sobre o recolhimento das Contribuições Previdenciárias nesses casos.

No período de 1º de outubro de 2018 a 14 de janeiro de 2019, a inscrição no CAEPF será facultativa, e o antigo Cadastro Específico do INSS (CEI) coexistirá com o CAEPF. Após essa data, esse cadastro passará a ser obrigatório. ▪

Receita Federal publica Solução de Consulta sobre alíquota da contribuição de contribuintes individuais que prestam serviços a entidades isentasA Receita Federal editou a Solução de Consulta nº 101/2018 acerca da alíquota incidente sobre a contribuição do contribuinte individual que presta serviço à entidade beneficente isenta da cota patronal.

Com fundamento na Lei nº 8.212/91, a alíquota sobre o salário de contribuição do contribuinte individual que presta serviço por conta própria, sem relação de emprego com a empresa, é de 20%, observado o limite máximo do salário de contribuição. Além disso, o contribuinte individual

pode deduzir valor correspondente a 45% da contribuição da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução a 9% do respectivo salário-de-contribuição, o que resultaria em alíquota final de 11%.

Contudo, caso o contribuinte individual preste serviços a entidade isenta, esta não efetua o pagamento da contribuição patronal, e por isso não é possível efetuar a dedução do valor mencionada acima para se reduzir a alíquota para 11%. Assim, concluiu a Receita Federal que a alíquota incidente sobre o salário de contribuição do contribuinte que presta serviços a entidade beneficente isenta de cota patronal, observado o limite máximo do salário de contribuição, é de 20%.

(FOTO: PEXELS)

JURISPRUDÊNCIA

▫PREVIC publica novas Instruções ▫Normas de EFPC ▫FAP vigência 2019 ▪Novo cadastro de PF

▪Contribuintes individuais ▫CARF: multa de obrigação acessória

▫ Impactos previdenciários do julgamento do STF sobre terceirização

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CARF aprova súmula sobre multa por descumprimento de obrigação acessória previdenciáriaEm 3.9.2018, o CARF aprovou 21 novos enunciados de súmulas, cujo entendimento deverá ser aplicado pelos membros dos colegiados do órgão. O Regimento Interno do Tribunal possui dispositivos que aceleram a solução de litígios quando a matéria discutida está prevista em súmula, tornando a discussão administrativa mais célere nesses casos.

No tocante aos assuntos previdenciários, destacamos a Súmula CARF nº 119, que reproduziu o entendimento pacífico do Tribunal com relação à aplicação de multas.

Anteriormente, as autoridades fiscais costumavam lavrar Autos de Infração separados para cobrar (i) contribuições previdenciárias com multa pelo não pagamento, e (ii) multa específica pela apresentação de informações inexatas em GFIP, que é o documento destinado à prestação de informações sobre contribuições.

Após a MP n° 449/2008, convertida na Lei n° 11.941/2009, as multas foram reduzidas. Especificamente em relação à multa por

declaração inexata, antes aplicada no percentual de 100% do valor do imposto não pago, houve redução para R$ 20 aplicável a cada grupo de 10 informações omitidas ou inexatas.

Por se tratar de legislação relativa a multas, é possível que a regra mais benéfica ao contribuinte seja aplicada a fatos geradores passados. Contudo, o entendimento da Receita Federal é o de que a antiga multa de 100% do valor das contribuições não pode ser reduzida para o patamar da nova legislação (R$ 20), sob o argumento de que eventual redução de multa deveria ocorrer após a comparação em conjunto das regras antigas e novas sobre multas pelo não pagamento da contribuição e pelo não cumprimento de obrigações acessórias. Na prática, isso diminui a redução no valor da multa, em prejuízo ao contribuinte.

O CARF concordou com o entendimento da Receita Federal. Segundo a Súmula nº 119, no caso de multas por descumprimento de obrigação principal previdenciária e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, a multa pode ser recalculada apenas mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores.

Contudo, é possível questionar esse entendimento judicialmente, de forma a se obter a correta aplicação da retroatividade benigna da multa por descumprimento de obrigação acessória previdenciária. ▪(FOTO: PEXELS)

▫PREVIC publica novas Instruções ▫Normas de EFPC ▫FAP vigência 2019 ▫Novo cadastro de PF

▫Contribuintes individuais ▪CARF: multa de obrigação acessória

▫ Impactos previdenciários do julgamento do STF sobre terceirização

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Impactos previdenciários do julgamento do STF sobre terceirizaçãoA terceirização da atividade fim da empresa foi considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Além de trazer mais segurança jurídica à matéria, essa decisão tem impactos positivos para os contribuintes também no âmbito previdenciário.

Os parâmetros do instituto da terceirização eram definidos pela Súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho (“TST”). Nos termos desta Súmula, em linhas gerais, a terceirização somente seria lícita e admitida para as atividades-meio, ou seja, aquelas que não guardavam relação com o objeto social da empresa. Por sua vez, a terceirização da atividade-fim era considerada ilícita.

A terceirização já havia recebido novos contornos legislativos com o advento da Lei nº 13.429/2017, que a permitiu e definiu suas principais características. Contudo, permaneceram questionamentos relativos à possibilidade de se realizar a terceirização, diante da manutenção da Súmula nº 331 do TST e especialmente em relação a fatos geradores anteriores à nova Lei.

A par disso, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (“STF”) decidiu pela constitucionalidade da terceirização da atividade-fim ao julgar o Tema de repercussão geral nº 725.

Por maioria dos votos (7 a 4), o STF entendeu pela licitude da terceirização e fixou a seguinte tese: “é lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante”.

Prevaleceu o entendimento de que a terceirização da atividade-fim possui amparo nos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência (artigo 170 da Constituição Federal de 1988), que

DIREITO COMENTADO

(FOTO: RAWPIXEL, UNSPLASH)

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nº 63Setembro, 2018

LEGISLAÇÃO JURISPRUDÊNCIA DIREITO PREVIDENCIÁRIO COMENTADO

asseguram às empresas a liberdade necessária para reorganizar suas atividades com o objetivo de promover o crescimento econômico. Em decorrência desse julgamento, as disposições da Súmula nº 331 do TST que proibiam a terceirização foram consideradas inconstitucionais.

A referida súmula era aplicada em determinados casos pelo CARF para manter o entendimento das autoridades fiscais pela desconsideração da contratação de pessoas jurídicas que realizassem atividade-fim da empresa contratante e, com isso, possibilitar a cobrança de encargos previdenciários devidos como se houvesse o pagamento de remunerações a pessoas físicas.

Para o CARF, a realização da atividade-fim por outra pessoa jurídica (contratada) reforçava a existência de vínculo empregatício e, em razão disso, deveriam incidir todos os encargos previdenciários sobre os valores recebidos em contraprestação pelo trabalho.

Sobre este ponto, ressalta-se que a legislação previdenciária já autorizava expressamente a prestação de serviços intelectuais por sociedade prestadora de serviços, devendo para todos os efeitos previdenciários correspondentes seguir as disposições aplicáveis às pessoas jurídica, nos termos do artigo 129 da Lei n° 11.196/05.

Com a decisão do STF, a desconsideração da pessoa jurídica não pode mais ser baseada no mero argumento da ilegalidade da terceirização da atividade-fim.

Dessa forma, espera-se que a jurisprudência dos tribunais administrativos e judiciais seja alterada para se reconhecer a licitude da terceirização da atividade-fim, de modo a não ser possível desconsiderar-se a personalidade jurídica e, por conseguinte, efetuar-se a cobrança de encargos previdenciários devidos como se houvesse o pagamento de remunerações a pessoas físicas (e não à pessoa jurídica contratada para realização da atividade-fim). ▪

Cristiane Ianagui Matsumoto GagoDiego Filipe Casseb Lorenzo Midea TocciMariana Carvalho BaymaSócia e associados da área previdenciária de Pinheiro Neto Advogados

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