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ESCOLA SECUNDÁRIA DE TOMAZ PELAYO SANTO TIRSO – 402916 UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu 1 ASSISTENTE ADMINISTRATIVO ELECTRICISTA DE INSTALAÇÕES CEF – Tipo 3 (no âmbito do Despacho Conjunto nº 453/2004, de 27 de Julho) ANO LECTIVO 2011 / 2012 1º J | M Componente da Formação Sociocultural CIDADANIA E MUNDO ACTUAL MÓDULO A1 Empregabilidade I: Comunicação e Relações Interpessoais Prof. Daciano Sousa MATERIAIS DE APOIO À APRENDIZAGEM

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UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu 1

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

ELECTRICISTA DE INSTALAÇÕES

CEF – Tipo 3 (no âmbito do Despacho Conjunto nº 453/2004, de 27 de Julho)

ANO LECTIVO 2011 / 2012

1º J | M

Componente da Formação Sociocultural

CIDADANIA E MUNDO ACTUAL

MÓDULO A1

Empregabilidade I: Comunicação e Relações Interpessoais

Prof. Daciano Sousa

MATERIAIS DE APOIO À APRENDIZAGEM

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O AUTO-CONHECIMENTO E A AUTO-ESTIMA

1. O AUTO-CONHECIMENTO

O auto-conhecimento é a percepção que cada pessoa tem de si. É o que cada um pensa

e conhece de si.

O auto-conhecimento, ou seja, o modo como a pessoa se descreve a si própria, evolui

com a idade.

A capacidade de auto-análise vai evoluindo com o crescimento porque:

� Por um lado, a realidade interna da pessoa muda e, como consequência, muda

também a descrição que faz de si. No fundo, a própria pessoa é diferente nos

diferentes momentos do seu crescimento.

� Por outro lado, a capacidade que a pessoa tem para se auto-analisar e descrever

também muda.

O auto-conhecimento tem a ver com a questão formulada pela pessoa: “Quem sou eu?”

Responder a esta questão é avaliar as suas competências nos mais variados domínios:

espiritual, social, material, corporal, escolar, etc.

É esta ideia que a pessoa faz de si, que se liga a determinados sentimentos de vergonha

ou de orgulho, que poderão trazer facilidades ou dificuldades no comportamento e desempenho

social.

O modo como a pessoa se descreve a si própria e se considera mais competente tem a

ver com os seguintes factores:

• A apreciação que os outros fazem

O que os outros pensam de nós e o modo como nos apreciam é fundamental para o

nosso auto-conhecimento.

O modo como a pessoa se descreve e pensa que é, de certo modo, é construído em

função do modo como os outros a vêem e pensam de si. Os pais e professores são as pessoas

que, numa primeira fase do desenvolvimento, mais contribuem para a formação do auto-

conhecimento.

• O significado atribuído ao comportamento e ao que os outros dizem de si

Normalmente o indivíduo tende a agrupar-se e a conviver com pessoas que têm uma

ideia acerca dele muito semelhante ao seu auto-conhecimento.

O indivíduo conhece-se tanto melhor quanto maior for a sua habilidade para manter

relações construtivas e responsáveis com os outros. Aquilo que cada um de nós julga ser,

determina as nossas acções.

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2. A AUTO-ESTIMA

Auto-estima é o grau em que a pessoa gosta de ser como é.

A pessoa pode gostar de si na forma de convivência social, do modo como se relaciona

com os outros, porque é comunicativa, simpática e, por isso, gostam dela. Porém, noutras

dimensões, como por exemplo, a escola, pode ser um fracasso, não atingindo os objectivos

como estudante. Pode ainda não gostar de si no campo desportivo.

O seu grau de auto-estima depende do modo como vai desenvolver estas dimensões:

AUTO-ESTIMA

À medida que o ser humano evolui e se desenvolve nas mais variadas dimensões, vai-se

confrontando com elas e, de acordo com as suas interacções e o valor que lhes é atribuído, vai

valorizando mais umas dimensões que outras.

Quando o indivíduo se apercebe que, numa determinada dimensão não consegue ter

resultados positivos e inicia uma sequência de insucesso, ele tende a diminuir a importância que

lhe é atribuída e valoriza as outras dimensões.

O nível de aspiração da pessoa é outro factor importante para a auto-estima. Se ele

desenvolveu um ideal, em termos escolar, muito superior ao seu desempenho, isto é, se sempre

desejou ser estudante com notas elevadas (ou um profissional de desempenho elevado) e não

passa do nível médio, então, é grande a distância entre o que ele efectivamente é e o que

deseja ser.

A auto-estima é tanto mais elevada quanto aquilo que o indivíduo é, se aproxima do que

ele desejava ser.

Regra geral, uma pessoa com elevada auto-estima e um auto-conhecimento elevado tem

uma maior auto-confiança, isto é, acredita mais nas suas possibilidades e tem melhores

resultados nas tarefas que realiza.

3. ACTIVIDADES

1. “Quem sou eu?” - Conhecer-se a si próprio. Individualmente, fazer uma lista de qualidades e

defeitos que pensa ter; - Juntar-se a um colega e cada um vai fazer uma lista de qualidades e defeitos

que considera que o outro tem; - No final, comparar a lista que cada um fez com a lista que o colega fez.

2. Individualmente, dar resposta às seguintes questões:

Dimensão Escolar

Dimensão Social

Dimensão Desportiva

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- que profissão gostaria de ter daqui a uns anos? - o que penso fazer para conseguir este objectivo?

A COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTER-PESSOAIS

1. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

Grande parte do tempo da maioria das pessoas (75% do tempo, em média) é passado a

relacionar-se com outras pessoas.

Comunicar é trocar ideias, sentimentos e experiências entre pessoas que conhecem o

significado daquilo que se diz e do que se faz.

Comunicar é diferente de informar. Informar é um processo unilateral (só de um lado).

Comunicar é um processo interactivo e pluridireccional (vai e vem de muitas direcções).

Comunicar é essencial para o ser humano. A comunicação é tão importante para o ser

humano como a água o é para o peixe.

O homem utiliza um complexo sistema de símbolos para se relacionar com outros: sinais

verbais, sinais escritos e sinais não verbais.

Através deste sistema de sinais, exprimimos o que queremos às outras pessoas e

estabelecemos um sistema de relações.

Através do modo como nos vestimos e agimos, estamos a dizer algo aos outros, estamos

a revelarmo-nos no processo de interacção, a mostrarmos o que somos ou o que queremos

parecer.

O vestuário que trazemos faz parte integrante da nossa comunicação com os outros,

revelando muito de nós mesmos, nomeadamente os nossos gostos, as nossas possibilidades

financeiras e os grupos com os quais nós queremos ser identificados.

Seja qual for o modo como nos dirigimos ao outro, transmitimos sempre uma mensagem,

quer através do que dizemos, quer do modo como dizemos.

No processo de comunicação é fundamental observar a reacção daqueles a qual nos

dirigimos. É através da forma como vemos a reacção do outro com quem comunicamos (feed-

back) que orientamos as nossas comunicações futuras, não só o que dizemos ou o que

queremos exprimir, mas também o modo como o fazemos.

A comunicação é fundamental em qualquer sociedade; todos os povos comunicam,

apesar das diferenças existentes nos meios e processos de comunicação.

Cada pessoa ocupa um determinado lugar na sociedade (papel) e o seu desempenho é

aprendido, através do processo de comunicação. Cada pessoa aprende a agir de forma

semelhante àqueles que desempenham funções semelhantes e é através da comunicação que

se realiza essa aprendizagem.

A comunicação torna possível desempenhos semelhantes, estabelece normas, permite o

desenvolvimento social e a interacção entre os membros da sociedade.

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A posição social de um indivíduo aumenta a probabilidade de se comunicar com mais

frequência com pessoas que têm a mesma posição. O sistema social determina, em parte, as

pessoas com quem mais comunicamos e também o tipo de mensagens comunicadas.

Há pessoas que comunicam mais porque estão em permanente contacto com outros:

vendedores, recepcionistas, etc. Outras pessoas limitam a comunicação: polícias, juízes etc.

Mesmo que nunca tenhamos visto ou comunicado com determinada pessoa, desde que

saibamos qual é a sua posição na sociedade, podemos prever, com alguma segurança, quais os

seus conhecimentos e as suas habilidades de comunicação.

Se sabemos que determinada pessoa pertence a um grupo ecologista, que outra é

médico, que outro é pedreiro… poderemos adivinhar quais irão ser as suas atitudes,

conhecimentos…, mesmo que nunca tivéssemos contactado directamente com essa pessoa.

2. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Para que se estabeleça a comunicação, é necessário a existência dos seguintes

elementos:

Emissor – O que emite ou transmite a mensagem; é o ponto de partida de qualquer

mensagem.

Receptor – É aquele a quem se dirige a mensagem. Deve estar em sintonia com o

emissor para entender a mensagem.

Mensagem – É o conteúdo da comunicação. É o conjunto de sinais com significado.

Canal – É o suporte que serve de veículo a uma mensagem. Exemplo: cartas, livros,

telefone, televisão, rádio, etc.

3. LINGUAGEM VERBAL

Quando a comunicação é efectuada por meio das palavras, estamos a utilizar a

linguagem verbal.

A linguagem verbal pode ser escrita ou oral. A linguagem verbal escrita é feita através

de livros, cartazes, jornais, cartas, etc.

A linguagem verbal oral faz-se através do diálogo entre duas pessoas, rádio, televisão,

telefone.

4. LINGUAGEM NÃO VERBAL

Frequentemente recebemos e emitimos mensagens sem ser através da linguagem

verbal, mas sim através de gestos, postura, expressões faciais, silêncios, tom de voz, roupas,

etc.

É através da comunicação não verbal que transmitimos muitas das nossas emoções e

dos nossos sentimentos.

Quando duas pessoas se encontram, mesmo que não falem, não podem deixar de

comunicar, porque todo o seu comportamento tem uma dimensão comunicativa.

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O tom e o volume da voz afectam a linguagem falada e permite atribuir-lhe significados

diferentes. Os gestos acompanham a linguagem falada e reforçam a mensagem verbal.

Nós fazemos determinados gestos para dizermos sim ou não, para demonstrarmos

aborrecimento, alegria, ternura, etc. Quando comunicamos, o nosso corpo também fala. As

nossas expressões faciais comunicam os nossos sentimentos, emoções, reacções, etc. A

maneira como olhamos e somos olhados, comunica muitas coisas; através do olhar sentimos

hostilidade, simpatia. Através do olhar, podemos mostrar confiança, interesse, desconfiança, etc.

Até a maneira como vestimos comunica algo aos outros, não só através das cores

(alegres, garridas ou escuras), mas também dos tecidos e do corte utilizado.

Os uniformes, por exemplo, têm na sociedade um enorme valor comunicativo. Através

deles, sabemos qual o papel desempenhado pela pessoa. No exercício de uma profissão, o

vestuário deve ser adequado e corresponder à expectativa das pessoas com quem

contactamos.

5. BARREIRAS AO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Muitas vezes a comunicação processa-se deficientemente ou não se realiza.

Todos nós, já várias vezes, fomos confrontados com mal-entendidos tendo dado

interpretações bastante diferentes daquelas que nos pretendiam transmitir. Ouvimos o que o

outro não disse, ou os outros percebem o que não dizemos.

Como se explica esta deficiência na comunicação?

À medida que cada um de nós se foi desenvolvendo, elaborámos toda uma

aprendizagem individual, significativa, que fez de nós um ser diferente do outro. Cada um de nós

adquiriu uma certa forma de pensar, sentir e de reagir às mais diversas situações. Cada um de

nós desenvolveu sentimentos, atitudes e expectativas diferentes, relativamente às coisas e às

pessoas. Cada um de nós tem uma visão do mundo diferente de outros.

Algumas barreiras à comunicação

As barreiras à comunicação podem ser de dois tipos: barreiras externas e barreiras

internas.

As barreiras externas podem ser:

� A distância entre o emissor e o receptor. Separações, tais como balcões, vidros…

� A temperatura e a iluminação do espaço onde se comunica também pode constituir

uma barreira à comunicação, se prejudicar o bem-estar dos interlocutores (pessoas

que estão a comunicar).

As barreiras internas podem ser:

� Falar uma linguagem que não é entendida com quem estamos a comunicar

Para que a comunicação seja eficaz, é necessário que o código utilizado pelo

emissor seja descodificado pelo receptor. Só assim é possível captar o significado

da mensagem e entrar em relação através da comunicação.

� Empregar palavras ambíguas (que podem ter vários significados)

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As palavras têm o significado exacto que lhe quisermos dar. A dinâmica da

linguagem permite atribuir à mesma palavra significados diferentes, em função da

cultura ou do grupo social onde ela é pronunciada ou, simplesmente, em função do

contexto da conversa (tom de voz, etc.) em que é pronunciada.

� Problemas da nossa maneira de ser que nos façam ter medo de falar de

determinado assunto ou de falar com determinada pessoa

Quando tememos alguém, porque a nossa experiência anterior com esse alguém

se apresentou prejudicial e negativa, evitamos enfrentá-lo, ou tendemos a

interpretar qualquer mensagem ou pedido de comunicação sua, como perigosa

para nós.

� Referir ideias ou mostrar sentimentos não adaptados ao objectivo da

comunicação

Quando se tem determinado conteúdo a comunicar, não devemos falar de assuntos

que pouco ou nada têm a ver com esse mesmo objectivo ou expressar sentimentos

que não se ajustam à situação. Não é muito comum e aceite, por exemplo, rir e

contar anedotas, quando se está num funeral.

� Os valores e as crenças das pessoas, assim como a sua forma de ver o

mundo

Nem toda a gente pensa do mesmo modo acerca dos mesmos assuntos ou

situações. Cada um tem as suas próprias ideias, que foi construindo à medida que

foi crescendo, assim como aquilo em que acredita, resultam do conjunto da sua

experiência de vida ou comunicada pelos outros.

Quando duas pessoas que se encontram acreditam em coisas muito diferentes, à

partida, não manifestam grande disponibilidade para a comunicação, podendo

mesmo envolver-se numa discussão que não leva a lado nenhum.

� Papéis sociais desempenhados

O facto de se saber que determinada pessoa, que deseja falar connosco, tem

grande importância na sociedade poderá dificultar a comunicação.

Por outro lado, se somos abordados por um pedinte não temos, de imediato, a

disposição para dialogar com ele, dado que, em princípio, pouco há em comum e,

também, porque o seu papel na sociedade não é dignificante.

� Estado de cansaço ou doença

Uma pessoa que está cansada ou doente tem dificuldade em comunicar, quer

como receptor, quer como emissor.

6. PADRÕES BÁSICOS DE COMPORTAMENTO RELACIONAL

� Identificar a caracterizar o estilo agressivo

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A pessoa que utiliza com frequência o estilo agressivo tende a agir como uma

pessoa reivindicativa (exige tudo) face aos outros. Actua como se fosse intocável e

não tivesse falhas nem cometesse erros. Estas pessoas têm uma grande

necessidade de se mostrarem superiores aos outros e, por isso, são

excessivamente críticos. Na relação com os outros tornam-se tirânicos ao ponto de

desprezarem os direitos e os sentimentos dos outros. Dão muitas vezes a opinião

de que os outros são estúpidos.

O objectivo principal do agressivo é ganhar sobre os outros, de dominar e de forçar

os outros a perder. Muitas vezes ganha, humilhando e controlando os outros, de tal

modo, que não lhes dá a possibilidade de se defenderem.

O agressivo tem a consciência de que se deve proteger de possíveis ataques e de

possíveis manobras dos outros, porque tem a consciência de que é mal

compreendido e não amado.

O agressivo procura:

� dominar os outros;

� valorizar-se à custa dos outros;

� ignorar e desvalorizar continuamente o que os outros fazem e dizem.

Sinais que mostram o estilo agressivo:

� Falar alto;

� Interromper;

� Fazer barulho com os seus afazeres enquanto os outros se exprimem;

� Não controlar o tempo enquanto está a falar;

� Olhar de revês (de lado) as pessoas com quem está a falar;

� Mostrar um sorriso irónico (de gozo);

� Manifestar por gestos o seu desprezo ou a sua desaprovação;

� Recorrer a imagens chocantes ou brutais.

� Identificar e caracterizar o estilo passivo

A pessoa com estilo passivo é, quase sempre, um explorado e uma vítima.

Raramente está em desacordo e fala como se nada pudesse fazer por si próprio e

pelos outros. Tem tendência a ignorar os seus direitos e os seus sentimentos.

Tende a evitar os conflitos a todo o custo.

Dificilmente diz não, quando lhe pedem alguma coisa, porque pretende agradar a

todos. Porém, a curto prazo, não agrada a ninguém porque, como frequentemente

lhe pedem para fazer coisas, não pode fazer tudo o que diz que quer fazer, de

forma correcta.

O passivo não afirma as suas necessidades porque é muito sensível às opiniões

dos outros.

O passivo:

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� Sente-se bloqueado e paralisado quando lhe apresentam um problema

para resolver;

� Tem medo de avançar e de decidir porque receia a decepção;

� Tem medo de incomodar os outros;

� Deixa que os outros abusem dele.

Sinais que mostram o estilo passivo:

� Roer as unhas;

� Bater com os dedos na mesa;

� Riso nervoso;

� Mexer frequentemente os pés;

� Está frequentemente nervoso;

� Tem insónias.

Consequências negativas do estilo passivo:

� Desenvolve ressentimentos e rancores porque ao longo da sua

existência vai sentindo que está a ser explorado e diminuído;

� Estabelece uma má comunicação com os outros porque não se afirma

e raramente se manifesta. Os outros não conhecem os seus desejos,

interesses e necessidades;

� A sua inteligência e afectividade são frequentemente utilizadas para se

defender e fugir às situações;

� Perda de respeito por si próprio, porque frequentemente faz coisas

que não gosta muito e que não consegue recusar;

� A pessoa sofre.

� Identificar e caracterizar o comportamento manipulador

O manipulador considera-se habilidoso nas relações interpessoais, apresentando

conversas diferentes conforme as pessoas com quem fala. Apresenta-se, quase

sempre, como um útil intermediário e considera-se, mesmo, indispensável.

Raramente se assume como responsável pelas situações.

Actuando por intermédio de outras pessoas, tira partido delas para atingir os seus

próprios objectivos.

O manipulador nunca apresenta claramente os seus objectivos.

Comportamentos próprios do manipulador:

� Tem tendência a desvalorizar as outras pessoas através de frases que

pretende que sejam de humor e que denotem inteligência e cultura;

� Exagera algumas partes da informação que recebe dos outros. Repete

a informação alterada conforme quer;

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� Nega factos e inventa histórias para mostrar que as coisas não são da

sua responsabilidade;

� Fala por meias palavras e é especialista em rumores e “diz-que-disse”;

� É mais habilidoso em criar conflitos no momento certo do que reduzir

os problemas existentes;

� Apresenta-se sempre cheio de boas intenções.

Consequências da atitude de manipulação:

� O manipulador perde a sua credibilidade (deixam de acreditar nele) à

medida que os seus “truques” forem descobertos;

� Uma vez descoberto, o manipulador tende a vingar-se dos outros e, se

tem poder, utiliza-o para isso;

� Dificilmente recupera a confiança dos outros.

� Identificar e caracterizar o estilo auto-afirmativo

A atitude de auto-afirmação significa mostrar os seus direitos e admitir a sua

legitimidade sem ir contra os direitos dos outros.

Aquele que se afirma desenvolve a sua capacidade de se relacionar com o mundo

e dá valor à responsabilidade individual.

A pessoa que se afirma:

� Está à vontade na relação face a face;

� É verdadeiro consigo mesmo e com os outros, não escondendo os

seus sentimentos;

� Coloca as coisas muito claramente às outras pessoas, negoceia na

base de objectivos claramente determinados;

� Negoceia na base de interesses comuns e não mediante ameaças;

� Não deixa que o pisem;

� Estabelece com os outros uma relação de confiança e não de domínio

ou calculismo.

À medida que a pessoa for agindo no seu meio de forma afirmativa, ela apercebe-

se que vai conquistando pequenas vitórias, ficando mais satisfeita consigo própria e

com os outros.

O comportamento de auto-afirmação tende a reduzir os problemas entre as

pessoas. A pessoa que actua de forma afirmativa mantém o seu equilíbrio

psicológico e favorece o bom clima, quer no trabalho, quer na família.

A pessoa que se auto-afirma é autêntica.

� Identificar as vantagens da comunicação afirmativa

Comunicar de forma afirmativa implica:

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� O respeito da pessoa por si própria, ao exprimir os seus gostos, interesses,

desejos e direitos;

� O respeito pelos outros, pelos seus gostos, ideias, necessidades e direitos.

Cada ser humano é único e ilimitado e o direito de se afirmar decorre desse

mesmo facto.

Cada ser humano é único nos seus sentimentos, nos seus desejos e nas suas

necessidades.

O primeiro direito do ser humano consiste em admitir-se a ele próprio senhor dos

seus actos, dos seus pensamentos e que é o principal responsável pelas suas

consequências.

Quando se obriga alguém a agir ou a pensar de determinada maneira, não

estamos a deixar que esse alguém se afirme. Não temos o direito de impor as

nossas ideias às outras pessoas, mas sim permitir que elas exprimam as suas

próprias ideias e sentimentos.

7. ACTIVIDADES

Em trabalho de pares dar resposta aos seguintes exercícios:

1 – O que é comunicar?

2 – Refere alguns meios através dos quais podemos comunicar?

3 – Como explicas que a comunicação seja fundamental para a sobrevivência do

indivíduo?

4 – Para que comunicamos?

5 – Assinala o carácter verdadeiro (V) ou falso (F) das seguintes afirmações:

_____ Não é possível comunicar sem que se conheça o significado daquilo que se

comunica

_____ A relação interpessoal é possível sem comunicação

_____ Só comunicamos através da linguagem falada

_____ O modo como os outros reagem e respondem à nossa comunicação vai orientar a

nossa comunicação futura

_____ É importante para a relação interpessoal estarmos atentos ao significado que os

outros atribuem à nossa comunicação

6 – O feed-back é fundamental no processo de comunicação. Justifique.

7 – Assinala o carácter verdadeiro (V) ou falso (F) das seguintes afirmações:

_____ O instrumento de comunicação é a linguagem verbal, oral e escrita

_____ Apenas a comunicação verbal é válida na emissão de uma mensagem

_____ O emissor é quem recebe a mensagem

_____ A mensagem constitui o conteúdo da comunicação

_____ Nada se comunica através do silêncio

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_____ As barreiras da comunicação impedem a sua fidelidade

_____ Aquilo que o emissor pensa acerca de si influencia o seu modo de comunicar

_____ O facto do receptor gostar ou não do emissor, em nada influencia a sua

recepção da mensagem.

8 – Identifica os seguintes estilos de comportamento e escreve as suas respostas

utilizando:

PA – caso se trate de estilo passivo

AF – caso se trate de estilo afirmativo

AG – caso se trate de estilo agressivo

_____ Nunca penso antes de falar.

_____ Se calhar temos que pensar numa forma diferente de resolver isso. Não sei.

_____ Só um idiota pensaria numa solução como essa.

_____ Não, muito obrigado. Agradeço o convite mas não gosto de música.

_____ Ir a um centro comercial? Deves estar a brincar comigo!

_____ Está bem, se é isso que queres, paciência

_____ Boa ideia. Vamos já tratar dos materiais para a concretização

_____ Desculpa lá, mas não posso ir. Tenho outras coisas para fazer.

_____ Não estou a ver os fundamentos da tua análise. Podes esclarecer um pouco mais

o teu ponto de vista?

_____ Se calhar não ficou satisfeito com o que eu disse. Eu também não estou muito

seguro. De qualquer maneira eu não tenho muitos conhecimentos disso.

_____ Se diz que é assim, é porque é.

_____ Não fazes nada de jeito. Tenho que verificar tudo quanto fazes

_____ O teu trabalho tem qualidade. Orgulho-me de te ter escolhido.

_____ A tua ideia é interessante. Fala-me dela com pormenor.

_____ Eu talvez fizesse o trabalho, mas não sei se seria capaz.

_____ Cada vez me decepcionas mais.

DINÂMICAS DO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E DO TRABALHO EM

EQUIPA

1. TRABALHO DE GRUPO

Desde o nascimento até à morte, o Homem vive integrado em grupos. Quando nasce, faz

parte de uma família que é o grupo mais importante na primeira fase da socialização.

Cabe à família orientar o comportamento da criança, de acordo com as normas e os

padrões de cultura que existem na sociedade.

Outros grupos sociais serão responsáveis pelas diferentes aprendizagens relacionadas

com a vida colectiva: a escola, o grupo profissional, religioso, político, etc. É nos grupos

que a pessoa modela o seu comportamento em função dos valores, normas e regras

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existentes nessa colectividades. É no grupo que desempenhará diferentes papéis sociais

e é aí que os seus estatutos são reconhecidos.

� A LIDERANÇA

Quase todos os grupos organizados têm um líder formal ou informal. Quanto maior for o

grupo, maior será a necessidade de um líder.

As funções do líder são:

� Motivar o grupo para a realização das tarefas, nos prazos previstos;

� Criar um espaço favorável à participação livre de todos os elementos,

estimulando os tímidos e controlando os faladores e indisciplinados;

� Facilitar a comunicação interpessoal, sendo mediador imparcial nos

conflitos que possam surgir.

A liderança é uma função de responsabilidade que não pode ser confiada a qualquer

pessoa. Exige-se conhecimento mínimo dos assuntos a tratar, personalidade forte,

capacidade mobilizadora e, acima de tudo, boa relação humana. O líder não pode tolerar

desvios em relação ao que foi estabelecido e aceite por todos os elementos de um grupo.

Existem três tipos de líder:

� o não-directivo – é um liberal que “deixa andar” as coisas. É como se não

existisse liderança. Cada membro do grupo tem liberdade para fazer tudo o que

quer;

� o autoritário – é monopolizador. Concentra em si todo o poder de decisão e

controla os outros membros. Não dá espaço à participação livre;

� o democrático – a definição de objectivos é feita por todos os membros e as

regras de funcionamento são flexíveis. Sem esquecer a sua responsabilidade de

“manter a disciplina”, o líder apela à participação e criatividade de cada um.

� REGRAS DO TRABALHAR EM GRUPO

� Planificar o trabalho: definir os objectivos do trabalho e distribuir tarefas, tendo

em conta o tempo e a informação disponíveis;

� Participar no trabalho, cumprindo as tarefas destinadas;

� Respeitar a opinião dos outros, não rindo nem gozando se for diferente da

nossa;

� Não deixar o trabalho todo para os outros elementos do grupo;

� Não falar de assuntos que não estejam relacionados com o trabalho a

desenvolver.

� VANTAGENS E DESVANTAGENS DE TRABALHAR EM GRUPO

Vantagens:

� Permite trocar e enriquecer ideias;

� Aumenta os conhecimentos que cada um tem;

� Desenvolve o diálogo, a cooperação e o respeito pelos outros;

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� Desenvolve a responsabilização, quer individual, quer em grupo

� É uma aprendizagem da vivência democrática;

� Estimula a pesquisa;

� Aumenta o entusiasmo pelas tarefas.

Desvantagens:

� Manipulação por parte de alguns elementos e anulação de outros;

� Diminuição da responsabilidade individual;

� Tendência para a “preguiça” por parte de alguns elementos.

Hoje em dia, são cada vez mais as profissões onde trabalhar em grupo é

uma metodologia normal de trabalho. O trabalho cooperativo permite o desenvolvimento

da cooperação e do respeito pelos outros, atitudes indispensáveis para quem vive em

sociedade.

2. ACTIVIDADE

Realizar uma assembleia de turma:

- elaborar uma agenda de trabalhos (determinar o assunto a debater), os

objectivos, as formas de trabalho, o tempo do trabalho e as tarefas específicas de cada

um: quem vai liderar, quem escreve (apresenta) as conclusões;

- debate;

- apresentação das conclusões

TIPO DE CONFLITOS E SUA CARACTERIZAÇÃO

Muitas vezes o conflito torna-se potencialmente negativo e destrutivo de uma relação

porque consome demasiada energia individual, impedindo a pessoa de investir no trabalho ou

na relação. As disputas e os desacordos frequentes reduzem a motivação para a relação e o

empenhamento interpessoal.

No entanto, o desacordo aberto pode proporcionar uma maior exploração de

sentimentos, de valores, atitudes e pontos de vista, favorecendo a expressão individual e a

busca de melhores decisões.

O conflito faz parte da relação, qualquer que seja o grau aproximação ou

compatibilidade. Há momentos em que as necessidades, os sentimentos, os pensamentos e as

acções de cada um entram em conflito com os outros.

1. CONFLITOS INTRAPESSOAIS

Os conflitos intrapessoais são os que ocorrem no interior da pessoa.

Conflito Atracção-Atracção

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A pessoa encontra-se perante dois objectivos ou situações atraentes e ao escolher uma,

terá que renunciar a outra, uma vez que as duas alternativas não podem ser realizadas

simultaneamente. Por exemplo, num concurso o concorrente tem que escolher uma das duas

portas misteriosas que contém um prémio.

A necessidade de trabalhar e de ter uma carreira brilhante pode entrar em conflito com o

desejo e a necessidade de ter um filho e de ficar em casa a cuidar dele.

Conflito Repulsão-Repulsão

A pessoa será colocada entre duas alternativas desagradáveis e tem dificuldade em

escapar, simultaneamente, das duas. Por exemplo, uma pessoa condenada à pena de morte ter

o direito de escolher entre ser morta a tiro ou por enforcamento.

Trata-se de uma escolha difícil porque, não optar, implica automaticamente que qualquer

uma das situações se imponha.

Se o trabalhador não tolera o patrão e, ao mesmo tempo, não se pode permitir perder o

emprego, está-se perante um conflito de repulsão-repulsão.

Conflito Atracção-Repulsão

A pessoa encontra-se perante dois aspectos da mesma situação e qualquer decisão tem

vantagens e desvantagens.

Estes, talvez sejam os conflitos mais comuns, porque se referem à existência de uma

situação que tem características positivas e agradáveis mas que, também, tem características

negativas e desagradáveis.

Tirar um curso obriga a muitos sacrifícios e a fazer coisas de que não se gosta muito,

mas, mais tarde, trará imensas vantagens: maior competência profissional, melhor salário…

2. CONFLITOS INTERPESSOAIS

Os conflitos interpessoais surgem, de um modo geral, pelas seguintes razões: diferenças

individuais, limitações dos recursos, diferenciação de papéis.

� Diferenças individuais

As diferenças de idades, sexos, atitudes, crenças e experiências contribuem para que as

pessoas vejam e interpretem as situações de muitas maneiras. Pais e filhos, velhos e

novos, … criam situações onde existe a divergência de pontos de vista.

� Limitações dos recursos

Nenhuma organização, grupo ou família possui todos os recursos de que necessita. Os

recursos financeiros, técnicos e humanos são limitados. A justa partilha destes recursos

por todas as pessoas é difícil.

É porque o sistema possui recursos limitados que surge a competição. Sempre que um

grupo resolve fazer uma partilha equitativa surgem divergências, porque há pessoas que

se consideram sempre prejudicadas.

� Diferenciação de papéis

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Os conflitos interpessoais também podem surgir da dificuldade em determinar quem

pode dar a ordem a outro. Se a autoridade de uma pessoa não é aceite pelo outro, surge

o conflito. Quando o patrão e o trabalhador estão de acordo quanto a determinado

trabalho que é preciso realizar, mas se o patrão fala em tempo suplementar para o

realizar, o empregado pode não estar de acordo. O empregado poderá não dizer que

não, somente porque daí poderiam, posteriormente, advir problemas para o seu

desempenho profissional.

3. CONFLITOS ORGANIZACIONAIS

Numa organização é a sua própria estrutura a fonte de maior possibilidade de conflito,

porque:

a) Numa organização trabalham pessoas que estão integradas em níveis

diferentes, consoante os seus desempenhos.

b) Estas diferenças de níveis são tanto mais graves quanto mais distantes estão

uns dos outros e, consequentemente, menos informação partilham uns com

os outros, o que limita ou impede a comunicação.

c) As perspectivas das pessoas que estão em níveis diferentes, assim como os

seus interesses e objectivos, não são comuns, o que se apresenta como uma

fonte de possível conflito.

d) Numa empresa ou organização existem pessoas, homens e mulheres, que

nem sempre consideram a empresa como um simples local de trabalho. As

pessoas têm comportamentos diferentes e exprimem-nos no decorrer do seu

dia-a-dia, na empresa.

e) Uma organização possui uma estrutura com determinadas regras que, de

uma forma ou de outra, pretende impor aos seus colaboradores.

f) As pessoas que trabalham nas organizações, têm vindo a manifestar alguma

tendência para a autonomia, a aumentar o seu espírito crítico e a revelar uma

maior aspiração profissional.

Os conflitos de funcionamento são inevitáveis. As diferentes partes que constituem

a organização têm interesses e necessidades e pontos de vista diferentes e, por

isso, entram em conflito.

Ainda que os conflitos possam parecer perigosos, podem na sua sequência trazer

frutos para a organização se permitiram que as pessoas envolvidas mudem e se

ajustem.

4. FORMAS DE LIDAR COM OS CONFLITOS

Podemos evitá-lo

As pessoas evitam, frequentemente, os conflitos e tudo o que é potencialmente

conflituoso na esperança que a situação de conflito desapareça.

Há várias maneiras de evitar o conflito:

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� Suprimi-lo, abandonando as situações de conflito: deixando o seu emprego,

fugindo de casa…;

� Refugiar-se no trabalho, como meio para fugir a uma situação embaraçosa;

� Acomodar-se evitando os conflitos, afirmando que tudo está bem;

� Mudar de assunto, sempre que o conflito é focado;

� Nada levar a sério e utilizar a farsa, distraindo os outros, quando algo indica que

se aproxima a situação de conflito.

Podemos desactivá-lo

Uma estratégia para desactivação de um conflito é, por exemplo, quando uma pessoa

implicada no conflito decide parar ou suspender o conflito para que “as coisas” se

acalmem. É uma forma de ganhar tempo. As pessoas tentam encontrar alguns acordos

evitando os problemas de fundo, muitas vezes, para obter mais informações e ter uma

oportunidade de ver a situação numa outra perspectiva.

Podemos enfrentar o conflito

A estratégia “ganhar-perder” tem como fundamento uma relação, em que uma das

partes, sendo mais forte que a outra, exerce a sua autoridade para acabar com o conflito.

Esta estratégia utiliza muito a autoridade. “Eu sou o patrão” é uma resposta muito comum

neste estilo de estratégia

Esta estratégia demarca bem a existência de duas partes ou de dois grupos de conflito,

em que cada uma investe as suas energias contra o outro; recorre-se muito a ataques

pessoais.

É a técnica mais comum nas situações de director-empregado. professor-aluno, pai-filho.

Em qualquer situação esta estratégia é negativa, porque a utilização da força implica que

haja sempre alguém que perca. Geram-se sentimentos de vingança e ressentimentos e

nunca se chega a uma situação criativa do problema. As pessoas envolvidas no conflito

não comunicam aberta e directamente e utilizam regras e leis para vencer.

A estratégia do “perder-perder” não satisfaz nenhuma das partes envolvidas no conflito,

simplesmente nenhuma delas dá a vitória à outra.

Se duas pessoas insistem ir, cada uma, a um restaurante, pode optar-se por um terceiro,

não satisfazendo nenhuma delas.

O argumento é: “Eu não ganho mas o outro também não”

A estratégia do “ganhar-ganhar” utilizada na resolução do conflito implica:

� Que o conflito seja um problema que é urgente resolver e não propriamente, uma

batalha a ganhar;

� Que as partes envolvidas no conflito confrontem os pontos de vista e se

disponibilizem para resolver as suas diferenças;

� A resolução do conflito exige que as pessoas se coloquem frente a frente, sejam

frontais e tenham a mesma necessidade de resolver o problema.

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Para isso, todas as pessoas implicadas devem expressar a sua opinião e sugerir

alternativas e soluções para o problema.

De facto, a habilidade para resolver um conflito pressupõe as habilidades para

comunicar.

Esta estratégia é a mais eficaz porque implica o conceito de negociação e exige um

grande investimento de tempo. A questão é tratada em termos de “nós” e a solução deve

surgir em benefício de todos.

5. ACTIVIDADES

Em trabalho de pares, dar uma resposta a cada uma das perguntas seguintes:

I. Que tipos de conflitos existem?

II. Que tipos de conflitos interpessoais conheces? Caracteriza cada um deles.

III. Dá um exemplo de cada um dos conflitos interpessoais e caracteriza-os.

IV. Porque existem conflitos interpessoais?

V. Dá um exemplo de um conflito de atracção-atracção que tenhas vivido ultimamente.

VI. Dá um exemplo de um conflito de repulsão-atracção que tenhas vivido ultimamente.

VII. Dá um exemplo de um conflito de repulsão-repulsão que tenhas vivido ultimamente.

VIII. Quais são as diferentes formas de lidar com os conflitos?

IX. Achas que negar o conflito é uma forma de o resolver? Porquê?

X. Quando enfrentamos o conflito a estratégia ganhar-perder é uma das possíveis de

acordo com o resultado obtido. Caracteriza-a.

XI. Em que consiste a estratégia perder-perder?

XII. Caracteriza a estratégia ganhar-ganhar

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS/ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO

1. COMO TRATAR UM CONFLITO

Os conflitos são uma realidade constante quer a nível familiar, quer sócio-profissional.

Evitar os conflitos pode ser eficaz a curto prazo, mas não o é a longo prazo. Os conflitos

devem ser enfrentados e resolvidos eficazmente.

São as seguintes, as formas para tratar eficazmente um conflito:

Diagnosticar a natureza do conflito

Quando estamos perante diferenças individuais ou grupais que geram conflito é preciso

determinar:

� Se o problema nos afecta, e se tem consequências pessoais;

� Quais as causas do conflito;

� Se a outra parte está envolvida no conflito é capaz de estabelecer uma relação de

negociação.

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O primeiro passo para a resolução do conflito é detectar o problema e clarificá-lo.

Envolver-se no confronto

As partes envolvidas no conflito têm que encontrar o momento mais adequado para se

encontrarem. Deve haver disponibilidade de parte a parte e vontade de se empenharem

na resolução do problema/conflito. A questão ou problema que está na origem do conflito

deve ser abordada e clarificada pelas duas partes. Só assim é possível chegar a uma

solução satisfatória para ambas.

Escutar

As pessoas envolvidas no conflito têm que se ouvir mutuamente. Escutar implica deixar

de pensar no seu ponto de vista e compreender o ponto de vista do outro.

Todas as partes envolvidas devem exprimir a sua opinião e o desacordo é, numa

primeira fase, fundamental para explorar os sentimentos e as atitudes de todos quantos

estão envolvidos e sentem vontade de encontrar a solução mais ajustada para o conflito.

Resolver o problema

Nesta fase, todas as soluções devem ser ponderadas e consideradas. Todas as soluções

devem ser apresentadas, mesmo as mais estranhas e inaceitáveis. As pessoas devem

sentir-se livres de sugerir e apresentar qualquer solução.

Depois é preciso apresentar argumentos de defesa de cada uma das soluções. Todas

elas devem ser rigorosas, analisadas e pensadas ao pormenor. As partes envolvidas

devem estar numa posição de abertura.

Finalmente, após o período de apresentação das soluções, sua discussão e análise, há

que escolher uma delas, a que melhor satisfaça os interesses e as necessidades de

todos os implicados no conflito.

2. TÉCNICAS PARA A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

1) Escute até ao fim a ideia da pessoa com quem está a falar;

2) Mostrar-se interessado na sua mensagem;

3) Não interromper;

4) Fazer perguntas para que a pessoa com quem fala clarifique o pensamento e

as suas razões;

5) Estar atento às suas expressões da cara: não revelar arrogância, negativismo

ou rejeição, perante o que diz a outra pessoa;

6) Dizer com frequência: “Eu compreendo”;

7) Conquistar o direito a ser ouvido;

8) Falar de forma serena e calma;

9) Não impor as suas ideias, mas sim propondo-as;

10) Revelar disponibilidade para chegar a uma solução de consenso.

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3. ACTIVIDADES

1 – Quais as formas para tratar um conflito?

2 – Como explicas que as formas para tratar do conflito sejam as formas para comunicar.

BIBLIOGRAFIA/RECURSOS

� Fachada, M. Odete (2001), Psicologia das Relações Interpessoais – 1º

volume. Lisboa: Edições Rumo;

� Recursos na Internet:

www.netescola.org/trabalho_de_grupo.htm

www.netprof.pt