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Rodrigo Bezerra

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REDAÇÃO – CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS 04.(FCC – TRF 1ª Região) Está redigida de modo claro e em conformidade com o padrão culto escrito a seguinte frase: (A) Idôneo, com extraordinário senso de medida, e sempre atuando com discrição, era o mais cotado para ascender ao cargo a cuja disputa ninguém jamais se furtava. (B) Quem quizesse afagar o ego do velho casmurro, lhe bastava oferecer dois dedos de prosa e toda a paciência para ouvir-lhe em suas detalhadas lembranças do tempo da guerra. (C) A estrutura do setor de compras possui aspectos que sem dúvida, faz o funcionário perder-se ao fazer os lançamentos, deixando para a chefia que o façam. (D) Todos devem ter o direito da integração cultural, o que depende, em última instância, dos que tomam decisões respeitarem o princípio universal da igualdade de oportunidades. (E) Surpreende a proposta feita anteontem, na diretoria pela secretária geral, segundo a qual, porque não prouvemos o depósito de material de limpeza, tenhamos de providenciá-lo a nossas próprias expensas. 05.(FCC – TRT/RS) A frase redigida de modo claro e condizente com o padrão culto escrito é: (A) Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação a apenas a condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua dignidade. (B) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito no ano passado deve ser aberta àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restrito aos especialistas. (C) A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes está a cargo de ambos os formados na área, de cujo conhecimento de ponta muito se depende. (D) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação tanto profissional como em sociedade

não deixava nada à desejar, o que lhe ajudou bastante naquela pendência. (E) Ele era o único que espontaneamente se dignava de ouvir-nos a todos, sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou desajeitado. 06.(FCC – TRT/RS) Está correta a seguinte frase: (A) O presidente advertiu Vossa Excelência para que não deixeis passar o prazo previsto no acordo, caso em que sereis responsabilizado legalmente pelo decurso. (B) Tenho exausto minhas forças nesse pretencioso projeto, mas nem que consiga o octagésimo lugar no concurso, que é o último, espero vê-lo analisado. (C) Já está inserto na obra o trecho em que ele afirma acreditar muito na água que considera benta, pois diz que, tendo sido benzida em dia de muito fervor, é miraculosa. (D) Urge, e ninguém discorda disso, as medidas já anunciadas, porém se o secretário dispuser de imediato de toda a verba prometida, poderá haver problemas mais à frente. (E) Tratam-se de advertências as mais singulares, entre elas a que incita os cidadãos a que remediem por si sós os danos cuja reparação está legalmente sob o dever do estado. Advogado Infraero FCC 2011 Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto seguinte. Os anônimos Na história de Branca de Neve, a rainha

má consulta o seu espelho e pergunta se existe

no reino uma beleza maior do que a sua. Os

espelhos de castelo, nos contos de fada, são

um pouco como certa imprensa brasileira,

muitas vezes dividida entre as necessidades de

bajular o poder e de refletir a realidade. O

espelho tentou mudar de assunto, mas

finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome:

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Branca de Neve. A rainha má mandou chamar

um lenhador e instruiu-o a levar Branca de

Neve para a floresta, matá-la, desfazer-se do

corpo e voltar para ganhar sua recompensa.

Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda

a história depende da compaixão de um

lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu

nome e sua biografia não constam em

nenhuma versão do conto. A rainha má é a

rainha má, claramente um arquétipo, e os

arquétipos não precisam de nome. O Príncipe

Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um símbolo reincidente,

talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho

de descobrir seu nome. Mas o personagem

principal da história, sem o qual a história não

existiria e os outros personagens não se

tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele

só entra na trama para fazer uma escolha, mas

toda a narrativa fica em suspenso até que ele

faça a escolha certa, pois se fizer a errada não

tem história. O lenhador compadecido

representa dois segundos de livre-arbítrio que

podem desregular o mundo dos deuses e dos

heróis. Por isso é desprezado como qualquer

intruso e nem aparece nos créditos. Muitas

histórias mostram como são os figurantes

anônimos que fazem a história, ou como, no

fim, é a boa consciência que move o mundo.

Mas uma das pessoas do grupo em que

conversávamos sobre esses anônimos

discordou dessa tese, e disse que a entrada do

lenhador simbolizava um problema da

humanidade, que é a dificuldade de conseguir

empregados de confiança, que façam o que

lhes for pedido.

(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo,

Banquete com os deuses)

1. Considerando-se o contexto, traduz-se

adequadamente o sentido de um elemento

do texto em:

(A) É um símbolo reincidente (2o parágrafo) = simboliza uma reiteração. (B) só entra na trama para fazer uma escolha (2o parágrafo) = não participa do enredo senão para assumir uma opção. (C) dividida entre as necessidades (1o parágrafo) = açodada pelos desejos. (D) de bajular o poder e de refletir a realidade (1o parágrafo) = de cortejar a instância superior e obliterar o real. (E) Toda a história depende da compaixão (2o parágrafo) = toda a narrativa suscita um compadecimento. 2. O autor do texto considera que, em muitas histórias, certos personagens anônimos (A) têm crucial relevância para a história, ainda que relegados à obscuridade de transitórios figurantes. (B) tornam-se irrelevantes depois de seu desempenho, na sequência de eventos independentes de sua participação. (C) revestem-se de um caráter eminentemente simbólico, ainda que secundário para o desenvolvimento da trama. (D) representam a desordem do acaso, entendido este como o destino que os deuses escolhem para a história humana. (E) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o Príncipe, para melhor sublinharem o ensinamento de uma fábula. 3. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para justificar o modo pelo qual personagens como o lenhador são anônimos em muitas histórias: ele seriam vistos como responsáveis por: (A) uma escolha irracional, justificável pela precária condição cultural que os caracteriza. (B) uma reação de tal modo imprevisível que impossibilita uma sequência lógica de eventos. (C) uma escolha pessoal e independente, que não deixa de afrontar uma instância superior já estabelecida. (D) atos de subversão e anarquia, dado que, para atender a vontade dos deuses, ignoram a dos homens.

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(E) decisões éticas basicamente preocupadas em conciliar a justiça terrena e a vontade divina. 4. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os arquétipos não precisam de nome é que: (A) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar entre a necessidade pública e o interesse privado. (B) sua relevância, tal como a da rainha má, está em representar uma rápida indecisão. (C) seu papel, tal como o do lenhador, já está estabelecido pelo Destino. (D) sua importância, como a do lenhador, é casual, servindo para acentuar o realismo da narrativa. (E) sua significação, tal como a do Príncipe Encantado, já está estabelecida pela tradição das histórias. 5. É preciso corrigir a má estruturação da seguinte frase: (A) A compaixão pode ser humildemente anônima, sugere o autor, ao passo que as qualidades dos poderosos surgem com um brilho ostensivo. (B) Caso fosse o lenhador um homem submisso, outra história seria narrada, em nada lembrando nossa conhecida "Branca de Neve". (C) O generoso lenhador praticamente não hesitou entre cumprir uma ordem cruel ou, num impulso de compaixão, desobedecê-la. (D) Embora sua escolha tendo sido decisiva para a trama, o anonimato do lenhador é intrigante, comparado a outros papéis. (E) É muito comum surgirem personagens arquetípicos nos contos de fadas, tais como os príncipes encantados ou as rainhas más. 6. Para uma das pessoas do nosso grupo, a entrada do lenhador simbolizava a dificuldade de conseguir empregados obedientes. Refaz-se a redação da frase acima, mantendo-se a correção, a clareza e a coerência em:

(A) Manifestou-se uma pessoa do nosso grupo no sentido de esclarecer a entrada do lenhador, símbolo desses empregados difíceis de obedecer. (B) O lenhador entrou na história, conforme foi aventado entre nós, para se constituir um exemplo da dificuldade da insubmissão. (C) Entendeu uma das pessoas do nosso grupo de que o ingresso do lenhador era para ilustrar a dificuldade dos serviçais submissos. (D) A participação do lenhador, segundo alguém do nosso grupo, indicava o quanto é raro encontrar funcionários que acatem as ordens. (E) É a dificuldade de acesso a empregados leais que justifica a entrada em cena da figura do lenhador, conforme asseverou um de nós. 7. As normas de concordância verbal estão plenamente contempladas na frase: (A) O autor sugere que, na história da humanidade, exercem papéis da maior relevância quem acaba permanecendo no anonimato. (B) Entre as virtudes do lenhador consta, não restam quaisquer dúvidas, a da compaixão, sem falar na coragem de sua escolha. (C) Sempre poderá ocorrer, num espelho mágico ou na nossa imprensa, hesitações entre adular o poderoso e refletir a realidade. (D) Assim como o lenhador, outros personagens há, nas histórias de fadas, cujo modesto desempenho acarretam efeitos decisivos para a trama. (E) Reservam-se a personagens como o Príncipe Encantado, símbolos reincidentes dessas histórias, uma função das mais previsíveis. 8. Transpondo-se para a voz passiva a frase Um figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a forma verbal obtida será: (A) pode ser obscurecida. (B) será obscurecida. (C) pode ser obscurecido. (D) obscurecerá. (E) pode ter obscurecido.

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9. Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a trama já conhecida de Branca de Neve. (B) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão depender todas as demais. (C) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha conhecimento. (D) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não consegue se esquivar. (E) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso. 10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) Os personagens principais, de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem importância, ditam o rumo de toda a história. (B) Os personagens principais de uma história, responsáveis, pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de pequenas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente, sem importância, ditam o rumo de toda a história. (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de pequenas providências que, tomadas por figurantes aparentemente sem importância, ditam o rumo de toda a história. (D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem importância, ditam o rumo de toda a história. (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas providências, que, tomadas por figurantes

aparentemente, sem importância, ditam o rumo de toda a história. Atenção: As questões de números 11 a 15 referem-se ao texto seguinte. Uns e outros Trabalhar em grupo é uma operação tão prestigiada – na escola, no trabalho, no clube – que ninguém a discute. O que é um perigo: as verdades dadas como indiscutíveis costumam paralisar as iniciativas. Num trabalho em equipe, valoriza-se tanto o sentido do coletivo que a importância do indivíduo pode acabar subestimada. Tal depreciação interfere na produção do grupo – o que nos leva à óbvia conclusão de que o sucesso de um trabalho em equipe supõe a satisfação individual. Reconhecer o rosto de cada membro num time de verdade não é ceder a algum nefasto individualismo: é saber reconhecer e identificar o valor de cada sujeito. É comum ouvir-se a respeito de um jogo de vôlei, no qual o Brasil se destaca: “A seleção brasileira não está jogando bem porque está jogando sem alegria”. Há aqui uma grande verdade: faltando a

cada um dos jogadores essa força subjetiva, da

vontade alegre e determinada, o grupo todo se

ressente e joga mal. Não se trata de falta de

técnica ou de tática, que costumam sobrar em

nossa seleção de vôlei: trata-se do súbito

arrefecimento daquela chama interior que, em

qualquer atividade em grupo, promove a

motivação do indivíduo à motivação do grupo,

da qual resultará um reforço ainda maior para o

desempenho individual.

(Nestor Correa Lima, inédito) 11. Estão empregados com uma significação muito próxima, no contexto em que surgem: (A) chama interior e súbito arrefecimento (3o parágrafo). (B) súbito arrefecimento e falta de técnica (3o parágrafo).

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(C) verdades indiscutíveis e iniciativas (1o parágrafo). (D) importância subestimada e depreciação (2o parágrafo). (E) satisfação individual e nefasto individualismo (2o parágrafo). 12. O autor defende em seu texto uma tese central: nas atividades em grupo, (A) a falta de disposição do conjunto acaba acarretando o arrefecimento do empenho individual. (B) o valor maior de um trabalho coletivo está em absolutizar a importância do prazer individual. (C) o que de fato importa é a sensação individual de que o trabalho esteja sendo bem conduzido. (D) a interação entre os indivíduos não depende da disposição de cada um, mas de todo o conjunto. (E) a força do trabalho coletivo é basicamente determinada pelo ânimo do empenho individual. 13. Está adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Ainda que surgissem dificuldades maiores do que as que o nosso grupo enfrentou, elas haveriam de ser transpostas. (B) Nenhum de nós teria enfrentado tantos dissabores pessoais, caso os líderes do grupo houverem demonstrado maior generosidade. (C) Não imaginou que prejudicaria o grupo se atender a uma necessidade que fosse inteiramente sua. (D) Caso a partida de vôlei terminasse naquele instante, todo o trabalho desenvolvido ao longo do ano restará prejudicado. (E) A menos que se promova alguma mudança na condução deste trabalho, nosso grupo estaria fadado a fracassar. 14. Está clara e correta a seguinte redação deste livre comentário sobre o texto: (A) O sucesso do grupo não está intrinsicamente alheio ao sucesso individual, ao

contrário, este se traduz, em grande parte, no resultado daquele. (B) Não há porquê imaginar que a satisfação individual de um promova qualquer embaraço para o sentido do coletivo, dado que um sem o outro torna-se improdutivo. (C) Contra o lugar-comum da indiscutível vantagem do trabalho em grupo, o autor prefere discutir a específica importância do ânimo individual. (D) Sendo a favor do ânimo individual, o trabalho coletivo, segundo o autor, acaba dependendo tanto dele que não há mais como ignorar-lhe. (E) Ainda que muitos previlegiem o trabalho em grupo, não ocorre o mesmo com a importância do indivíduo, que tanto concorre para o sucesso coletivo. 15. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher adequadamente a lacuna da seguinte frase: (A) Não se imagine que das renúncias pessoais dos indivíduos ................................ (depender) o sucesso de um grupo. (B) Os ganhos que se ............... (obter) com o trabalho de um grupo traduzem o comprometimento de cada indivíduo. (C) Aos esforços de cada um dos indivíduos ................... (competir), muitas vezes, promover as conquistas de um grupo. (D) Não ................. (cumprir) aos membros de um grupo culpar-se individualmente pelo fracasso de um trabalho. (E) Sim, a união faz a força, mas a cada um dos indivíduos do grupo .................. (caber) também contar com suas próprias forças.

Os sonhos dos adolescentes

Se tivesse que comparar os jovens de hoje com os de dez ou vinte anos atrás, resumiria assim: eles sonham pequeno. É curioso, pois, pelo exemplo de pais, parentes e vizinhos, nossos jovens sabem que sua origem não fecha seu destino: sua vida não tem que acontecer necessariamente no lugar onde nasceram, sua profissão não tem que ser a

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continuação da de seus pais. Pelo acesso a uma proliferação extraordinária de ficções e informações, eles conhecem uma pluralidade inédita de vidas possíveis. Apesar disso, em regra, os adolescentes e os pré-adolescentes de hoje têm devaneios sobre seu futuro muito parecidos com a vida da gente: eles sonham com um dia-a-dia que, para nós, adultos, não é sonho algum, mas o resultado (mais ou menos resignado) de compromissos e frustrações. Eles são "razoáveis": seu sonho é um ajuste entre suas aspirações heróico-ecológicas e as "necessidades" concretas (segurança do emprego, plano de saúde e aposentadoria). Alguém dirá: melhor lidar com adolescentes tranqüilos do que com rebeldes sem causa, não é? Pode ser, mas, seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro: estudem para ter uma vida mais próxima de seus sonhos. É bom que a escola não responda apenas à "dura realidade" do mercado de trabalho, mas também (talvez, sobretudo) aos devaneios de seus estudantes; sem isso, qual seria sua promessa? "Estude para se conformar"? Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar. É possível que, por sua própria presença maciça em nossas telas, as ficções tenham perdido sua função essencial e sejam contempladas não como um repertório arrebatador de vidas possíveis, mas como um caleidoscópio para alegrar os olhos, um simples entretenimento. Os heróis percorrem o mundo matando dragões, defendendo causas e encontrando amores solares, mas eles não nos inspiram: eles nos divertem, enquanto, comportadamente, aspiramos a um churrasco no domingo e a uma cerveja com os amigos. É também possível (sem contradizer a hipótese anterior) que os adultos não saibam mais sonhar muito além de seu nariz. Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. Pode ser que, quando eles procuram, nas entrelinhas de nossas falas, as aspirações das quais desistimos, eles se deparem apenas com versões melhoradas da

mesma vida acomodada que, mal ou bem, conseguimos arrumar. Cada época tem os adolescentes que merece. (Adaptado de Contardo Calligaris. Folha de S. Paulo, 11/01/07) 1.(FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) O autor considera que falta aos jovens de hoje: (A) um mínimo de discernimento entre o que é real e o que é puro devaneio. (B) uma confiança maior nas promessas de futuro acenadas pelo mercado de trabalho. (C) a inspiração para viver que lhes oferecem os que descartaram as idealizações. (D) a aspiração de perseguir a realização dos sonhos pessoais mais arrojados. (E) a disposição de se tornarem capazes de usufruir a estabilidade profissional. 2. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Atente para as seguintes afirmações: I. As múltiplas ficções e informações que circulam no mundo de hoje impedem que os jovens formulem seus projetos levando em conta um parâmetro mais realista. II. As escolas deveriam ser mais conseqüentes diante da dura realidade do mercado de trabalho e estimular os jovens a serem mais razoáveis em seus sonhos. III. As ficções que proliferam em nossas telas são assimiladas como divertimento inconseqüente, e não como sinalização inspiradora de uma pluralidade de vidas possíveis. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) III, apenas. (D) II, apenas. (E) I, apenas.

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3. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) No segundo parágrafo, ao estabelecer uma relação entre os jovens e os adultos de hoje, o autor faz ver que: (A) os sonhos continuam sendo os mesmos, para uns e para outros. (B) os adultos, quando jovens, eram mais conservadores que os jovens de hoje. (C) os jovens esperam muito mais do que os adultos já obtiveram. (D) o patamar de realização de vida atingido pelos adultos tornou-se uma meta para os jovens. (E) a resignação dos adultos constitui a razão de frustração dos jovens. 4. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) A expressão hipótese anterior, que surge entre parênteses, faz referência à seguinte passagem do texto: (A) É possível que (...) as ficções tenham perdido sua função essencial. (B) Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar. (C) Pode ser que (...) eles se deparem apenas com versões melhoradas da mesma vida (...) (D) Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. (E) (...) seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro (...). 5. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Certa impropriedade que se verifica no uso da expressão “nas entrelinhas das nossas falas” poderia ser evitada, sem prejuízo para o sentido pretendido, caso o autor a tivesse substituído por: (A) entre os parênteses das nossas conversas. (B) no que não se explicita em nossas palavras. (C) nas assumidas reticências do nosso estilo. (D) na falta de ênfase de nossas declarações. (E) no que não se sublinha em nossos discursos.

6. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Está adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Fosse qual fosse a qualidade dos professores, a escola despertaria interesse quando carregasse consigo uma promessa de futuro. (B) A capacidade de os adolescentes virem a inventar seu futuro teria dependido dos sonhos aos quais nós renunciaremos. (C) Seria desejável que a escola não apenas dê ressonância aos anseios pelo mercado de trabalho, mas que também alimente as aspirações dos estudantes. (D) À medida que os adolescentes procurassem, nas entrelinhas das nossas falas, as aspirações que ocultaríamos, irão se deparar com sonhos frustrados. (E) Quem vier a comparar os jovens de hoje com os da geração passada haveria de concluir que os adolescentes de agora devam sonhar muito menos. 7. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: (A) Não se imputem aos adolescentes de hoje a exclusiva responsabilidade pelo fato, lastimável, de aspirarem a tão pouco. (B) A presença maciça, em nossas telas, de tantas ficções, não nos devem fazer crer que sejamos capazes de sonhar mais do que as gerações passadas. (C) Se aos jovens de hoje coubesse sonhar no ritmo das ficções projetadas em nossas telas, múltiplos e ágeis devaneios se processariam. (D) Ficaram como versões melhoradas da nossa vida acomodada de hoje o vestígio dos nossos sonhos de ontem. (E) Ao pretender que se mobilize os estudantes para as exigências do mercado de trabalho, o professor de nossas escolas impede-os de sonhar. 8. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Devaneios, quem não tem devaneios? Têm devaneios as crianças e os jovens, dão aos devaneios menos crédito os adultos, mas é

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impossível abolir os devaneios completamente. Evitam-se as indesejáveis repetições da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) os tem - Têm-lhes - dão-lhes - abolir-lhes (B) tem eles - Têm-nos - dão-lhes - abolir-lhes (C) os tem - Têm eles - dão-nos - aboli-los (D) tem a eles - Os têm - dão a eles - abolir a eles (E) os tem - Têm-nos - dão-lhes - aboli-los 9. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Está inteiramente correta a construção da seguinte frase: (A) É mais preferível lidar com adolescentes tranqüilos do que ficar lidando com rebeldes em quem se ignora a causa. (B) Prefira-se lidar com adolescentes tranqüilos a lidar com rebeldes cuja causa eles próprios parecem ignorar. (C) Dê-se preferência a lidar com adolescentes tranqüilos do que com os rebeldes cuja causa nem eles suspeitam. (D) É preferível lidar com adolescentes tranqüilos em vez de lidar com os rebeldes, onde a causa nem para eles se explicita. (E) Há a preferência de lidar com adolescentes tranqüilos e não dos rebeldes, cuja a causa lhes permanece incógnita.