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7° Congresso de Pós-Graduação

GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO SETORENERGÉTICO

Autor(es)

THIAGO FLÁVIO DE SOUZA

Co-Autor(es)

ALEX SOARES CRACCOPAULO THIAGO BENTO ARRIBARDTHIAGO FRASTRONE

Orientador(es)

MÁRIS DE CÁSSIA RIBEIRO

1. Introdução

Nos últimos anos, a sustentabilidade passou a fazer parte do cotidiano de um crescente número de empresas de todos os setores comoum conceito de negócios. A Sustentabilidade pode ser definida como a capacidade de uma empresa desenvolver sua atividade deforma a atender as necessidades da geração atual, sem comprometer a vida das gerações futuras. Em outras palavras, significa buscaro lucro duradouro, meta de qualquer empresa, por meio de práticas econômico-financeiras, ambientais e sociais responsáveis,integradas à administração do próprio negócio.Os objetivos da Gestão da Sustentabilidade estão basicamente apoiados em três pilares: social, ambiental e econômico. Tais áreas sãodeterminantes no planejamento sustentável correto, que podem trazer retornos financeiros significativos para a empresa.A Gestão da Sustentabilidade se tornou no mercado atual um grande diferencial competitivo. As empresas que trabalham comprodutos e serviços visando um sistema socialmente justo, ambientalmente equilibrado e economicamente próspero, vêm evoluindogradativamente com o aumento do conhecimento da sociedade.Para intensificar a análise foi realizada uma pesquisa na empresa AES Tietê, que atua no setor de geração de energia elétrica,localizada na cidade de Promissão-SP, tendo como objetivo verificar se a Gestão da Sustentabilidade adotada pela empresa contribuipara a sua valorização econômica.

2. Objetivos

Este estudo tem por finalidade analisar se gestão da sustentabilidade baseada nas áreas ambientais e sociais proporciona resultadospositivos no âmbito econômico para a empresa, desenvolvendo vantagens favoráveis diante de um mercado competitivo.

3. Desenvolvimento

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A metodologia adotada para a verificação dos objetivos específicos foi de um estudo de caso de caráter exploratório e qualitativo como objetivo de se verificar se a gestão da Sustentabilidade adotada pela AES Tietê contribui para sua valorização econômica, que deacordo com Lazzarini (1997) o estudo de caso, na verdade, visa pesquisar eventos da vida real que não possam ser desvinculados deseu contexto mais amplo. O estudo de caso surge, dessa forma, como um método de pesquisa hábil e sensível para analisar umfenômeno dentro de seu contexto mais amplo, em situações onde essa inserção traga reais benefícios à pesquisa. A pesquisa decaracterística exploratória configura-se sobre um problema onde há pouco conhecimento reunido em que se possa buscar informaçõese identificar padrões (VERGARA, 2006 p. 47). Já o método qualitativo conforme Collins e Hussey (2005, p. 26), é considerado maissubjetivo e envolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento das atividades sociais e humanas.

4. Resultado e Discussão

SustentabilidadeA sustentabilidade parte de um principio onde os recursos tanto sociais como ambientais desempenham forte influência nodesenvolvimento econômico do planeta. Assim nasce o conceito central da sustentabilidade que visa o crescimento econômico dospaíses desde que sejam garantidos e preservados os recursos ambientais e sociais de forma que as futuras gerações possam usufruirdos mesmos recursos sem que eles sejam extintos.De acordo com o Global Reporting Initiative (2006, p. 2) o conceito de sustentabilidade consiste em “satisfazer as necessidades dopresente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”, dessa forma ela está relacionadacom a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.Para Fialho et al. (2008, p. 47): “Sustentabilidade implica o crescimento econômico com o mínimo de degradação do meio ambiente eo reflexo positivo deste crescimento na qualidade de vida da população em geral”.O economista e pesquisador social Clóvis Cavalcanti, destaca que não se pode extrair da natureza nada além daquilo que a próprianatureza pode repor, nem se pode devolver à natureza nada além daquilo que a própria natureza pode metabolizar (INSTITUTOETHOS, 2007).Conforme Chelegon (2008), a sustentabilidade corporativa deve ser vista como uma abordagem de negócios, para agregar valor áempresa, á seus produtos e á sua marca. A sustentabilidade é um conceito que depende de todos: empresa, governos, sociedade eindivíduos. Deve ser entendida como uma abordagem sistêmica a qual postula que todos os elementos influenciam e serãoinfluenciados reciprocamente.A importância da sustentabilidade na empresaGerir atividades de um empreendimento de forma sustentável, atendendo expectativas dos acionistas, colaboradores, da sociedade edo mercado é, atualmente, um diferencial na competitividade empresarial. Os ganhos de eficiência nas áreas operacional e financeirasão significativos quando uma política voltada para o desenvolvimento sustentável é implantada.Para Hart e Milstein (2004), uma empresa sustentável é aquela que contribui para o desenvolvimento sustentável ao gerar,simultaneamente, benefícios econômicos, sociais e ambientais – conhecidos como os três pilares do desenvolvimento sustentável.Dentro do setor produtivo da economia, observa-se em muitas empresas, que colocam os negócios a serviço de uma sociedademelhor, mas principalmente pelos inúmeros fatores externos que criam ameaças, por um lado e, por outro, geram novas estratégiasmercadológicas.A perda do capital natural vai impactar as condições em que as empresas operam. Serão afetadas não apenas as formas de produção,mas também as preferências e expectativas do stakeholders (os diversos grupos que têm interesses relacionamentos com a empresa,como clientes, empregados, acionistas, fornecedores e a sociedade em geral). Em conseqüência, haverá impactos sobre a legislação, aspolíticas governamentais, o bem-estar dos empregados e a disponibilidade e custo de financiamentos e seguros. (ALMEIDA, 2007).Segundo Hart e Milstein (2004), o desenvolvimento sustentável desafia as empresas a funcionarem de uma maneira transparente,responsável, tendo em vista a existência de uma bem informada e ativa base de stakeholders.Evidentemente, novas oportunidades de negócios surgirão sob a forma de mecanismos e métodos mais eficientes para usar o capitalambiental, por intermédio da mitigação de impactos ou da substituição de serviços. A inovação e a tecnologia desenvolverão umpapel-chave nos anos vindouros, pois a ameaça sempre induz oportunidades.Carpes (2005) relata que as ações empresariais nas áreas de responsabilidade social e sustentabilidade empresarial devem ser muitobem trabalhadas, tem que ter seus objetivos e metas. Nesse sentido, as empresas, especialmente as produtoras de energia elétrica,devem se preocupar com o meio ambiente (natural e humano), no sentido de reduzirem os impactos ambientais, inevitáveis naconstrução de usinas e na geração de energia elétrica.Sustentabilidade como tendência de mercadoMudanças nos valores e demandas da sociedade, catalisadas pelas evidências da degradação dos ecossistemas e seus serviços, serãocada vez mais perceptíveis. Empresas, mais atentas, já perceberam as novas oportunidades de negócios trazidas por essas mudanças etratam de se posicionar para aproveitá-las.De acordo com Hart e Milstein (2004), algumas poucas empresas têm começado a tratar a sustentabilidade como uma oportunidade denegócios, abrindo caminho para a diminuição de custos e riscos, ou até mesmo elevando seus rendimentos e sua participação de

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mercado por meio da inovação.Se, de um lado, há uma tendência à redução ou à eliminação dos subsídios tradicionais, em geral aplicados sem levar em conta asustentabilidade dos serviços dos ecossistemas, de outro lado abrem-se oportunidades para negócios baseados em outros tipos deincentivos governamentais. (ALMEIDA, 2007)Maneiras diferentes de produzir mercadorias tradicionais também são oportunidades para incorporar a sustentabilidade aos negócios.Nos países desenvolvidos, a agricultura orgânica está ganhando fatias crescentes do sistema de produção de alimentos, graças aointeresse demonstrado por parcelas crescentes de consumidores.A Avaliação ecossistêmica do Milênio (AEM) aponta especificamente as oportunidades na aqüicultura. A depleção global dosestoques de pescado a partir da década de 1980 estimulou o crescimento da aquicultura, mas esta, de um modo geral, causa sériosimpactos aos ecossistemas, como a perda da diversidade genética, a deterioração da qualidade da água e do solo, a introdução dedoenças e espécies invasoras e a perda de hábitat natural. As empresas que conseguirem criar técnicas inovadoras e sustentáveis para acriação de espécies marinhas e de água doce terão uma grande vantagem competitiva. (ALMEIDA, 2007)O conhecimento de desenvolvimento sustentável deve ser visto como uma alternativa ao conceito de crescimento econômico, o qualestá associado a crescimento material, quantitativo. Porém, isso não quer dizer que, como resultado de uma gestão sustentável, ocrescimento econômico deva ser totalmente abandonado.Segundo dados do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental, o consumidor vem optando cada vez mais porprodutos ambientalmente corretos, e, eficientes, e, cada vez mais, as organizações sentem a necessidade de encontrar uma vantagemcompetitiva ao adotar e promover tecnologias para obter estes produtos. Assim, as preocupações com as questões ambientais passam aocupar espaço prioritário para o sucesso do desenvolvimento das empresas. (ALMEIDA, 2007)

5. Considerações Finais

Ao concluir a pesquisa, pode-se observar que a gestão da sustentabilidade na empresa estudada, é utilizada como ferramenta na buscade uma maior valorização econômica. Isso se dá perante os projetos desenvolvidos em conjunto, nas áreas ambientais e sociaisvisando agregar pontos significativos para os investidores, projetando maior transparência dos ideais corporativos a seus acionistas.Nota-se que os investidores representam um papel fundamental, pois são eles os responsáveis pela valorização econômica da empresa.Sendo assim, a sustentabilidade por si só não trará resultados sem que os investidores a visualizem como oportunidade de negócio.Como a análise efetuada na pesquisa, uma empresa que aplica os conceitos de sustentabilidade é compreendida pelos investidorescomo um negócio estável que transmite maior segurança e constante retorno. Porém no Brasil, são poucos os investidores que sepreocupam com a sustentabilidade, na realidade os mais preocupados são os estrangeiros, pois faz parte da cultura deles.Concluindo a análise da pesquisa, identifica-se que a gestão da sustentabilidade contribui para uma maior valorização econômicaperante o mercado acionário, onde as empresas sustentáveis estão gerando condições favoráveis aos acionistas que almejaminvestimentos em longo prazo, e possuem uma cultura responsável em relação às gerações futuras.Portanto, as empresas que adotam práticas sustentáveis conseguem obter diversas vantagens nos setores em que atuam, tornando-asmais competitivas, conseqüentemente mais resistentes ao risco, atraindo investidores que buscam rentabilidade no investimento emlongo prazo. A gestão da sustentabilidade oferece de forma constante um ciclo virtuoso de resultados positivos para valorização daorganização, fortalecendo assim o resultado da pesquisa em prol das empresas.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, F. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.CARPES, M. M. M. A responsabilidade social como um fato de competitividade das organizações: uma propostatécnico-metodológica para avaliação de desempenho. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia daProdução. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.CHELEGON, H. Responsabilidade social e sustentabilidade: os mais novos valores competitivo do mercado. E-sustentabilidade. SãoPaulo. 26 ago. 2008. Disponível em: < http://www.webartigos.com/articles/7197/1 >. Acesso em: 9 mai. 2009.COLLIS, J.; HUSSEY, R. Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. 2. ed. PortoAlegre: Bookman, 2005. 339 p.FIALHO, F. A. P. et al. Gestão da sustentabilidade na era do conhecimento: o desenvolvimento sustentável e a nova realidade dasociedade pós-industrial. Florianópolis: Visual Books, 2008.GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI). Diretrizes para relatório de sustentabilidade. Versão em português realização doInstituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. São Paulo: Associação Brasileira de Comunicação Empresarial e o Centro deEstudos em Sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas de São Paulo – Fundação Getúlio Vargas, 2006. 47 p.HART, S. L.; MILSTEIN, M. B. Criando Valor Sustentável. RAE Executivo. São Paulo, v. 3, n. 2, p. 65-79, mai/jul. 2004.INSTITUTO ETHOS. Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial 2007. Coordenação da versão 2007 de Ana Luciade Melo Custodio e Renato Moya. São Paulo: Instituto Ethos, 2007. 40 p.LAZZARINI, S. G. Estudos de Caso para Fins de Pesquisa: Aplicabilidade e Limitações do Método. In: Estudos de Casos em

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agribusiness. São Paulo: Pioneira, 1997. 179 p.VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 93 p.