7. Licitacao

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    LICITAO 17CONCEITO E FINALIDADE: procedimento de Direito Administrativo a que, em geral, os entes pblicos esto sujeitoscomo medida prvia escolha dos seus contratados, com o objetivo de:

    evidenciar, de forma objetiva, qual o melhor contratante dentre os concorrentes (proporcionando AP aopo pela proposta mais vantajosa ao patrimnio e ao interesse pblico);No se admite a discriminao arbitraria na seleo do contratante, sendo insuprimvel o tratamento uniforme parasituaes uniformes, tendo em vista que, nos termos do art. 3o, caput, da Lei no 8.666/1993, a licitao destina-se agarantir no s a seleo da proposta mais vantajosa para a Administrao, e tambm a observncia do principioconstitucional da isonomia(TCU - acrdo 1631/2007).

    dar oportunidade a todos de oferecerem seus servios e produtos ao Estado (idia de competio, a sertravada isonomicamente), honrando o princpio da igualdade e as exigncias de moralidade, basilares no Estadode Direito; e,

    promover o desenvolvimento nacional sustentvel.TCU Acrdo 3241/2013 1.8.1. a no adoo de critrios de sustentatibilidade ambiental na realizao de licitaescontraria o artigo 3 da Lei n 8.666/93 e a Instruo Normativa SLTI n 01/2010 (2 Cmara- Proc. 020.919/2011-05).CF, art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para aspresentes e futuras geraes. Lei n 6.938/81instituiu a Poltica Nacional do Meio Ambiente: Art. 4 A Poltica Nacionaldo Meio Ambiente visar: I - compatibilizao do desenvolvimento econmico-social com a preservao da qualidadedo meio ambiente e do equilbrio ecolgico.Licitao Sustentvel (ou Compra Pblica Sustentvel) o processo que deve ser utilizado pelos rgos e entespblicos, em suas licitaes e contrataes de bens, servios e obras, compatibilizando a busca de benefcios

    especficos e imediatos sociedade com o desenvolvimento econmico e social permanente e a preservao do meioambiente.Exemplos da Instruo Normativa SLTI n 01/2010: I uso de equipamentos de climatizao mecnica, ou de novastecnologias de resfriamento do ar, que utilizem energia eltrica, apenas nos aonde for indispensvel; II automao dailuminao do prdio, projeto de iluminao, interruptores, iluminao ambiental, iluminao tarefa, uso de sensores depresena; III uso exclusivo de lmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto rendimento e de luminriaseficientes; IVenergia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de gua;

    BASES NORMATIVAS:CF : Art 22, XXVII;art. 37, XXI (ressalvados os casos especificados na legislao, as obras,servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade decondies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condiesefetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmicaindispensveis garantia do cumprimento das obrigaes); art. 173, 1; art. 175, caput. Leis Federais n 8.666/93,com alteraes posteriores, e 10.520/02 (instituiu a modalidade prego).

    QUEM EST OBRIGADO A LICITAR:1aplicando a legislao supra:a) os rgos da Administrao Direta, autarquias e fundaes de direito pblica; e,b)as entidades da Administrao Indiretaprestadoras de servios pblicos. Contudo, a Lei n 8.666/93, em seu art.119, estabelece: As sociedades de economia mista, empresas e fundaes pblicas e demais entidades controladasdireta ou indiretamente pela Unio e pelas entidades referidas no artigo anterior editaro regulamentos prpriosdevidamente publicados, ficando sujeitas s disposies desta Lei.2 aplicando legislao especfica: Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista que se ocuparem deatividades econmicas(art. 173, 1o, III, CF).3 aplicando seus prprios regulamentos, que devero se conformar aos princpios regenciais do instituto: toda equalquer entidade privada que, de qualquer forma, vier a receber dinheiro pblico.

    OBJETO: aquilo que a Administrao Pblica deseja contratar: obra (toda construo, reforma, fabricao,recuperao ou ampliao, realizada por execuo direta ou indireta), servio (toda atividade destinada a obterdeterminada utilidade de interesse para a Administrao, tais como: demolio, conserto, instalao, montagem,operao, conservao, reparao, adaptao, manuteno, transporte, locao de bens, publicidade, seguro outrabalhos tcnico-profissionais), compra (toda aquisio remunerada de bens para fornecimento de uma s vez ouparceladamente); alienao (toda transferncia de domnio de bens a terceiros; alm de locaes, concesses epermisses. A licitao visar, portanto, a obteno desse OBJETO nas melhores condies para a AdministraoPblica. Por isso mesmo, o objeto dever ser minudente e convenientemente definido, de forma a assegurar a obtenode produtos e prestaes de qualidade, aptos satisfao das necessidades coletivas. SMULA 177 do TCU - Adefinio precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensvel da competio, at mesmo comopressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual subsidirio o princpio da publicidade, que envolve oconhecimento, pelos concorrentes potenciais das condies bsicas da licitao, constituindo, na hiptese particular dalicitao para compra, a quantidade demandada uma das especificaes mnimas e essenciais definio do objeto do prego.

    PRINCPIOS: Tratam-se das diretrizes fundamentais que devem presidir todo o procedimento licitatrio, balizando oscomportamentos das partes. Prev expressamente a Lei n 8.666/93 os seguintes princpios:

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    LICITAO 27legalidade: aplicvel a qualquer ato da AP. Vide art. 4 e o princpio do procedimento formal, abaixo.impessoalidade: consoante art. 37, caput, da CF, e art. 3 e incisos I e II de seu 1, da Lei. Ausncia de distino

    (pessoalidades, favoritismos) entre concorrentes;moralidade: diz do respeito aos padres ticos que se impe tanto para a AP quanto para licitantes, com

    comportamento liso e honesto, de parte a parte (CABM);probidade administrativa: dever de todo administrador pblico, previsto no art. 37, 4 da CF, podendo conduzir a

    uma srie de sanes. HLM explica este princpio como uma advertncia aos administradores. Reiterao do princpioda moralidade segundo CABM.

    igualdade: princpio impeditivo da discriminao e de favoritismos entre os participantes de uma licitao. Ver art. 3, 1 : proibies de condies que comprometam ou restrinjam o carter competitivo, que estabeleam tratamentosdiferenciados e de privilgios, especialmente no que tange oportunidade de participao de todos os candidatosdetentores de justa e correspondentes habilitao. As excees, conforme Lei 8.666/93, art. 3, 2: Em igualdade decondies, como critrio de desempate, ser assegurada preferncia, sucessivamente, aos bens e servios: II -produzidos no Pas; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresasque invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no Pas. 5o Nos processos de licitao previstosno caput, poder ser estabelecido margem de preferncia para produtos manufaturados e para servios nacionais queatendam a normas tcnicas brasileiras. O descumprimento desse princpio configura desvio de poder. Todavia, cabesempre AP fixar requisitos mnimos de participao j no edital ou convite, assim buscando a segurana ou perfeioda obra ou servio, a regularidade do fornecimento e o atendimento dos demais interesses pblicos.

    publicidade : verificar que o art. 4 permite que qualquer cidado acompanhe o procedimento licitatrio, desde queno interfira ou perturbe a realizao dos trabalhos. A publicidade, ademais, abrange desde a abertura do procedimento,o conhecimento do edital, o exame de documentos e propostas (abertura sempre em audincia pblica), e a publicaona imprensa oficial dos rgos julgadores e do respectivo contrato (transparncia). Vide arts. 3, 3 (a licitao noser sigilosa), 43, 1 (abertura de envelopes sempre em pblico) e 63 (permisso para qualquer licitante conhecer dostermos do processo, obtendo cpia autenticada). Os julgamentos das propostas, entretanto, podero ser realizados emrecinto fechado e reservadamente. J a divulgao dos resultados dever ser objeto de ampla publicidade., de modo apropiciar aos interessados os recursos cabveis, quer administrativos ou judiciais. De se recordar ainda a imperiosidadede motivao das decises.

    vinculao ao instrumento convocatrio: edital ou carta-convite (normas regenciais). Trata-se da LEI INTERNA DALICITAO. Como tal vincula tanto o licitante como a AP que o expediu. Uma vez estabelecidas, suas normas tornam-se inalterveis ao longo do procedimento. Verificada a inviabilidade do certame deflagrado, dever a AP torn-loinsubsistente, reabrindo-o em outros moldes. Todavia, se apenas falho ou inadequado, o edital poder ser aditado ousubstitudo por um novo, sempre com republicao e abertura de prazo aos licitantes.

    julgamento objetivo: o que se baseia no critrio indicado no edital e nos termos especficos da proposta. Decorrerdo confronto dos fatores concretos pedidos pela AP e o atendimento dispensado pelos concorrentes atravs de suaspropostas. Sem nenhum subjetivismo ou discricionarismo. Vide arts. 44 (probe, inclusive, elementos ou critriossigilosos, secretos e subjetivos) e 45 (explicita o princpio, os tip os de li c itao- menor preo, melhor tcnica, preo etcnica, melhor lance ou oferta -, e casos de sorteio para desempate). CABM reflete que este princpio, que repele osubjetivismo, apenas pode se realizar em sua plenitude nos certames unicamente decididos pelo preo. Nos demais(tcnica, qualidade, rendimento) esse ideal demandar, por vezes, uma incurso no plano das opinies pessoais.HLM e outros autores ainda informam alguns outros princpios, doutrinariamente vislumbrados correlatos quelesencimados. Merecem destaque:PROCEDIMENTO FORMAL : Exige-se procedimento escrito, com determinadas formas solenes; h de se deixar tudoregistrado para controle e fiscalizao, interna e externa. Alude s normas regenciais, posto que impe a vinculao detodo o procedimento licitatrio s prescries legais, regulamentares, do caderno de obrigaes e do edital ou convite.Este princpio no alude ao formalismo, que se caracteriza por exigncias inteis e desnecessrias. Vide art. 4 (...

    direito pblico subjetivo fiel observncia do pertinente procedimento estabelecido na lei ... ). Dessa forma, merasomisses ou irregularidades formais que no causem prejuzos AP ou aos licitantes no devem conduzir anulao doprocedimento (HLM)pas de nullit sans grief . Procedimentos : vide arts. 38 e 43.

    SIGILO NA APRESENTAO DAS PROPOSTAS : mero consectrio do princpio da igualdade dos licitantes, eis que

    visa assegur-lo. O sigilo vale para que ningum, conhecendo proposta alheia, possa adquirir qualquer espcie deposio vantajosa. Por isso exige-se propostas em envelopes ou invlucros indevassveis (art. 3, 3, 43, 1, I e II). Aquebra dessa regra constituiu crime :Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatrio, ouproporcionar a terceiro o ensejo de devass-lo: Pena - deteno, de 2 (dois) a 3 (trs) anos, e multa.ADJUDICAO COMPULSRIA AO VENCEDOR : vide arts. 50 e 64. Em face da desistncia do vencedor(expressamente ou no firmar o contrato no prazo fixado) a AP dever contratar com o segundo classificado. A AP,entretanto, no tem a obrigao de contratar, eis que pode licitamente anular ou revogar o procedimento, ou ainda adiaro contrato, desde que existam justos motivos para tanto. Porm, se resolver contratar, dever faz-lo com o vencedor dalicitao, que detm o direito adjudicao (atribuio a ele do objeto do contrato ).

    COMPETITIVIDADE: Veda ajustes e conluios entre os concorrentes (arts. 3, 1, I; 90 e 95) Vide CABM (da

    essncia da licitao). Burla :Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinao ou qualquer outro expediente, ocarter competitivo do procedimento licitatrio, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente daadjudicao do objeto da licitao: Pena - deteno, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa; e,Art. 95. Afastar ou procura

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    LICITAO 37afastar licitante, por meio de violncia, grave ameaa, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena -deteno, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, alm da pena correspondente violncia. Pargrafo nico. Incorre namesma pena quem se abstm ou desiste de licitar, em razo da vantagem oferecida.

    OBRIGATORIEDADE DA LICITAO: trata-se da regra constitucionalmente estabelecida, restando lei definir ashipteses do seu descabimento. Dessa forma, a licitao somente poder ser AFASTADA QUANDO A LEIEXPRESSAMENTE PREVER essa possibilidade, declarando-a: DISPENSVEL (art. 24 da Lei n 8.666/93) ouINEXIGVEL (art. 25 da Lei n 8.666/93).

    Portanto, so situaes que levam CONTRATAO DIRETA, SEM LICITAO:

    DISPENSA DA LICITAO: H possibilidade de escolha e de competio, mas sua realizao no atende aointeresse pblico. So 33 hipteses taxativamente elencadas no art. 24 da Lei 8.666/93, vinculadas, basicamente, aquatro categorias, a saber:

    do PEQUENO VALOR: assim considerado seno ultrapassar10% do limite previsto para a modalidade convite:a) Servios de engenharia: R$ 15.000,00; e, b) Demais contrataes: R$ 8.000,00.

    de SITUAES EXCEPCIONAIS: guerras, calamidades, licitao deserta, interveno no domnio econmico,obra remanescente etc.

    do objeto: compra de gneros alimentcios perecveis, compras de materiais padronizados para as forasarmadas etc.

    da pessoa: contratao de instituio brasileira de pesquisa, servios prestados por associaes de portadoresde deficincia fsica sem fins lucrativos, cooperativas de catadores de lixo etc.

    Vide alguns exemplos: Art. 24. dispensvel a licitao:IV - nos casos de EMERGNCIA ou de calamidade pblica, quando caracterizada urgncia de atendimento de situaoque possa ocasionar prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas, obras, servios, equipamentos e outros bens,pblicos ou particulares, e somente para os bens necessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa epara as parcelas de obras e servios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) diasconsecutivos e ininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorrogao dosrespectivos contratos;V - quando NO ACUDIREM INTERESSADOS LICITAO ANTERIOR e esta, justificadamente, no puder serrepetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condies preestabelecidas; (hiptesedoutrinariamente definida como licitao deserta. Importante: no confundir com a denominada licitao fracassada,que aquela que, mesmo acorrendo interessados e havendo competio, no chega a um vencedor, quer por conta daimpossibilidade de aceitao das correspondentes propostas, quer em face da desqualificao dos concorrentes).

    INEXIGIBILIDADE : IMPOSSIBILIDADE DE ESCOLHA e consequentemente de competio, EM FACE DE OBJETONICO OU SINGULAR. Nos casos de inviabilidade jurdica do procedimento competitivo, quer pela natureza especficado negcio, quer pelos objetivos sociais visados pela Administrao Pblica . Bens e servios singulares: como umselo do qual se emitiu um nico exemplar; uma espada utilizada en acontecimento histrico relevante; obra de arte ourealizao tcnica ou cientfica correspondente, ou produo intelectual com caracterstica pessoal nica, exclusiva aopreenchimento da correspondente necessidade administrativa. Ex. ciclo de conferncias efetuados por determinadosespecialistas; a exibio de uma orquestra sinfnica. Obs.: Trata-se de singularidade relevante, no valendo, comefeito, para servios corriqueiros. Na rea jurdica, por exemplo, simples execues fiscais no dariam margem talcontratao, assim por no requerer maior engenhosidade ou habilidade, nenhuma contribuio intelectualespecialssima.O art. 25 da Lei 8.666/93 alude inviabilidade de competio, enumerando, em face dessa expresso, rol noexaustivo (CABM), exemplificando: aquisio de materiais, equipamentos ou gneros que somente so fornecidos porprodutor, empresa ou representante comercial exclusivo. Idem quanto contratao de servios tcnicos profissionais

    elencados no art. 13 da lei, como a contratao de profissional de qualquer setor artstico, consagrado pela crticaespecializada ou pela opinio pblica. Tambm os casos de notria especializao, focalizados no art. 25, II, e logo eexpressamente definidos no 1 subsequente, tambm aludem a um ofertante exclusivo, no havendo outro maisadequado a satisfazer os interesses da AP. Seu trabalho especializado deve representar uma ntida e inequvocavantagem para a AP em relao a outros profissionais tambm notrios e especializados, mas cujas caractersticas nopodem ser suplantadas para o atendimento da necessidade administrativa. Ver exemplo dado: arquiteto Oscar Niemayerem relao a Braslia. Servio de publicidade: inexigibilidade expressamente vedada (art. 25, II, in fine, e no art. 2).

    > CAUTELAS A SEREM ADOTADAS EM CASOS DE DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE (art. 26): a dispensa e ainexigibilidade de licitao devem ser sempre e necessariamente justificadas, carreando aos respectivos processosinstruo comprovadora da hiptese invocada, motivando-se ainda a escolha do contratante e do preo (que deve sercompatvel ao de mercado) Tambm nesses casos a deciso dever ser submetida ao superior hierrquico paraRATIFICAO, no prazo de 3 dias, e publicao em 5 dias, como condio de eficcia do ato (art. 26 e nico). Burla:

    Art. 89. Dispensar ou inexigir licitao fora das hipteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidadespertinentes dispensa ou inexigibilidade: Pena - deteno, de 3 (trs) a 5 (cinco) anos, e multa. Pargrafo nico. Namesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumao da ilegalidade, beneficiou-seda dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Pblico.

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    MODALIDADES DE LICITAO : em nmero de seis, que podem ser definidas segundo dois critrios :

    * Quanto ao valor do objeto l ic i tado(quanto maior o preo do objetolicitado maiores tambm sero as formalidades exigveis)

    - Convite (art. 22 da Lei n 8.666/93)- Tomada de Preos (art. 22 da Lei n 8.666/93)- Concorrncia (art. 22 da Lei n 8.666/93)

    * Quanto s p eculiar idades do objeto licitado(no leva em conta ovalor do objeto, mas as suas caractersticas)

    - Concurso (art. 22 da Lei n 8.666/93)- Leilo (art. 22 da Lei n 8.666/93)

    - Prego (Lei n 10.520/02)

    PREO OBRAS E SERVIOS DE ENGENHARIA COMPRAS E SERVIOSCONVITE (art. 23, I, a e b) at R$ 150.000,00 at R$ 80.000,00TOMADA DE PREOS at R$ 1.500.000,00 at R$ 650.000,00CONCORR NCIA acima de R$ 1.500.000,00 acima de R$ 650.000,00

    Art. 24. dispensvel a licitao:I - para obras e servios de engenharia de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea "a", do inciso I

    do artigo anterior, desde que no se refiram a parcelas de uma mesma obra ou servio ou ainda para obras e serviosda mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

    II - para outros servios e compras de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea "a", do inciso II doartigo anterior e para alienaes, nos casos previstos nesta Lei, desde que no se refiram a parcelas de um mesmo

    servio, compra ou alienao de maior vulto que possa ser realizada de uma s vez;Pargrafo nico. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo sero 20% (vinte por cento) paracompras, obras e servios contratados por consrcios pblicos, sociedade de economia mista, empresa pblica e porautarquia ou fundao qualificadas, na forma da lei, como Agncias Executivas.

    CONCORRNCIA(art. 22, 1): forma licitatria prevista geralmente para as licitaes de maior valor (porm sempreobrigatria quando da alienao de imveis e concesses de servio pblico e de direito real de uso de bem pblico ).Requisitos: UNIVERSALIDADE : (principal caracterstica) pois aberta a todos os interessados, desde que delatenham condies de tomar parte (conforme qualificao exigida pelo edital sua habilitao). Enseja a AMPLAPUBLICIDADE: a lei exige que a abertura da concorrncia seja objeto da maior divulgao possvel, tendo em vista ovulto e a complexidade do seu objeto. Visando contratao vantajosa para a AP colima-se o maior nmero deconcorrentes possveis.

    TOMADA DE PREO (art. 22, 2): voltada para objetos de menor valor (art. 23). No conta com a fase dehabilitao, substituda pelo cadastramento, feito de forma genrica a credenciar interessados para todas as tomadas depreo futuras. Tal cadastro pressupe o exame da satisfao dos requisitos prprios para a apresentao de propostas.A no satisfao impede o cadastramento. Todavia, poder-se-, quando de dado certame, criar-se novas exigncias, sepertinentes, criando-se uma oportunidade de qualificao entre as empresas j cadastradas. Bem se v, pois, que trata-se de licitao entre interessados previamente registrados, convocados de acordo com a lei (antecedncia mnima,publicao no Dirio Oficial e em jornal particular, dizendo das informaes essenciais do certame e local de retirado doedital). permitido o cadastramento at o terceiro dia anterior ao recebimento das propostas. O procedimento da tomadade preos o mesmo da concorrncia, inclusive quanto ao julgamento das propostas. O que diferencia essas duasmodalidades que na tomada de preos a habilitao prvia dos concorrentes se faz atravs do registro cadastral.REGISTROS CADASTRAIS : conforme HLM so assentamentos feitos nas reparties administrativas que realizamlicitaes, para fins de qualificao dos interessados em contratar com a AP (arts. 34 a 37 e 51). O CERTIFICADO DEREGISTRO CADASTRAL - CRC, consoante prev a Lei n 9.648/98, substitui todos os documentos enumerados nos

    arts. 21 a 38 da Lei n 8.666/93, desde que essas informaes estejam disponibilizadas em sistema informativo deconsulta direta indicado no edital. Em regra o CRC est apto a fornecer os dados necessrios chamada habilitaogenrica (capacidade jurdica e regularidade fiscal), mas no da habilitao especfica, referente capacidade tcnica equalificao econmico-financeira. Os documentos alusivos a esses pontos devem ser apresentados no momentooportuno.O CERTIFICADO DE REGISTRO CADASTRAL deve conter : dados identificadores do profissional ou empresa; prazo devalidade do registro; categoria ou grupo a que pertence; quantidade e qualidade do aparelhamento tcnico; nvel daequipe tcnica e administrativa; montante do capital realizado; faturamento do exerccio anterior e o lucro lquido;indicao do desempenho em contratos anteriores, e demais elementos reveladores do pretendente.O CRC tem validade de at um ano(art. 34), cabendo unidade responsvel, no mnimo uma vez por ano, tanto pelaimprensa oficial quanto por jornais dirios, convocar os j cadastrados para a atualizao de seus registros, assim comoo ingresso de novos interessados ( 1). Os pedidos de inscrio sero julgados por Comisso composta de pelomenos trs membros, dois deles servidores qualificados permanentes do rgo responsvel pelo certame (art. 51). Do

    indeferimento, da suspenso e cancelamento da inscrio cabe recurso administrativo no prazo de cinco dias teis,contados da intimao (art. 109, I, d). Vide crime correlato previsto no art. 98.

    CONVITE (art. 22, 3): a modalidade de licitao mais simples, destinada contrataes de pequeno valor,consistindo na solicitao escrita a pelo menos trs interessados do ramo, registrados ou no, para apresentarem suas

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    LICITAO 57propostas no prazo mnimo de cinco dias teis (art. 21, 2, IV ). No publicado, mas sim feito diretamente atravs decarta-convite. Cpia desse documento, que o instrumento convocatrio, dever ficar afixada em local prprio. Essecertame fica aberto a todos os demais cadastrados da mesma categoria, desde que manifestem seu interesse at 24horas antes da apresentao das propostas ( art. 22, 3 ). Regra bastante interessante a do art. 22, 6, quedetermina que a cada novo convite dever ser convidado outro fornecedor que no tenha participado do certameanterior, assim enquanto existirem cadastrados no convidados. Outra peculiaridade do convite : embora deva serjulgado tambm por Comisso, esta poder ser substituda, nos termos do art. 51, 1, por servidor formalmentedesignado.

    CONCURSO (art. 22, 4) : Modalidade de licitao destinada escolha do trabalho tcnico ou artstico,predominantemente de criao intelectual. Faz-se a seleo do objeto licitado, escolhido o melhor trabalho tcnico,cientfico ou artstico apresentado, mediante a outorga de um prmio ou remunerao ao vencedor (art. 22, 4). No hpropostas mas sim a apresentao de trabalhos. Dispensa as formalidades especiais da concorrncia. O edital fixar oregulamento do concurso, estabelecendo suas diversas diretrizes: forma de apresentao do trabalho; designar aComisso Julgadora; critrios de julgamento; prmios a serem concedidos etc. O concurso exaure-se com aclassificao dos trabalhos e o pagamento dos prmios, no conferindo nenhum direito contratao com a AP. Aeventual execuo do projeto escolhido (vide caso de obras urbanizadoras por exemplo) ser objeto de outra licitao,sob a cabvel modalidade. Previses ainda dos arts. 51, 5, e 52.

    LEILO (art. 22, 5):Venda pbli ca onde participam os interessados na aquisio. Especialmente usado para avenda de bens mveis inservveis (aqueles cuja utilizao no mais convenham AP, embora em bom estado e

    servindo ao uso de quem adquiri-los), de produtos apreendidos e penhorados quele que oferecer melhor lance oupreo, sempre igual ou inferior ao da avaliao. Somente autorizao especial que permitir que bens imveis sejamleiloados. Por indicao do Conselho Nacional de Desestatizao passou o leilo a ser utilizado para a alienao deaes de empresas estatais, inclusive de controle acionrio, a dissoluo de sociedades com a alienao de seus ativosetc. .

    PREG O (Lei n 10.520, de 17.7.2002):A licitao, por meio da modalidade prego, poder ser utilizada para aaqu isio d e ben s e s erv ios comu ns, que so aqueles, segundo especifica o pargrafo nico do artigo 1 da Lei,cujos padres de desempenho e qual idade possam s er def in idos objet ivamente pelo edita l , por meio deespecif ic aes u su ais n o mercado. No mbito Federal esses bens e servios so discriminados pelo Decreto n3555/00 o regulamento do prego -, em seu anexo II (depois alterado pelo Decreto n 3693/00).. Trata-se declassificao taxativa. Posteriormente o Decreto n 3784/01 acresceu outros bens de consumo e servios comuns nessaclassificao. O Decreto Federal n 3.697/00 disciplinou o prego eletrnico, realizado mediante a utilizao de recursos

    de tecnologia de informao. Caber aos Estados e Municpios expedir seus prprios regulamentos, ainda que apenaspara reproduzir as frmulas federais. Inexiste limite de valores para a realizao do prego.O critrio de julgamento (tipo de licitao) ser sempre o menor preo. Porm, recordemos que menor preo nosignifica desprezo qualidade, devendo o pregoeiro verificar os prazos mximos para fornecimento, as especificaestcnicas, os parmetros mnimos de desempenho de qualidade e as demais especificaes do edital. Leon FrejdaSzklarowsky define como princpios bsicos a que se submete o prego : legalidade, impessoalidade, moralidade,eficincia (desempenho), igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculao ao instrumento convocatrio,julgamento objetivo, celeridade, finalidade, razoabilidade, competitividade, justo preo, seletividade e comparaoobjetiva das propostas. Ou seja, tratam-se dos princpios gerais da licitao somados s diretrizes maiores do DireitoAdministrativo.

    PROCEDIMENTO LICITATRIO: a licitao levada a efeito atravs de procedimento previsto em lei (art. 4).Consiste numa sucesso encadeada de atos jurdicos encetados com vistas produo de um efeito final, consistentena adjudicao do objeto ao vencedor da licitao (aquele que apresentou proposta mais vantajosa). Tais atosprocedimentais processam-se autnomos no que tange respectiva impugnao, iniciando-se sempre na repartiointeressada, qual se tem das fases a seguir discriminadas. Audinc ia pblic a:Vide art. 39, caput. Apenas no caso degrandes obras e servios (art. 23, I) .

    INSTRUMENTO CONVOCATRIO (arts. 40 a 42): EDITAL o ato pelo que a AP geralmente d incio aoprocedimento licitatrio (no h edital na modalidade convite, eis que nessa o edital substitudo pela carta-convite, quefaz as vezes de instrumento convocatrio e esclarecedor aos interessados) .Consiste na fixao das condies para a participao dos interessados, discriminando: descrio do objeto, data deabertura e encerramento da entrega das propostas etc. Procura-se desse modo, com iseno e lisura, tornarcompreensvel a todos os interessados a existncia e as regras do procedimento. Por outro lado presta-se convocaode interessados a apresentao de suas propostas. A omisso de pontos essenciais (ou ainda que contenhamdisposies preferenciais ou discriminatrias) no edital leva sua anulao. Idem se suas disposies no atenderem

    aos princpios da licitao ou gerais do direito administrativo. No necessria a publicao de todo o edital, mas deextrato onde constantes os principais pontos acima destacados. Os demais elementos concernentes ao certame ficaro disposio dos interessados na repartio competente. A AP estar sempre vinculada s condies estabelecidas noedital, bem como os respectivos concorrentes (princpio da vinculao ao instrumento convocatrio). O prprio contratoadministrativo que ser futuramente celebrado dever estar predeterminado no edital. O edital no deve conter

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    LICITAO 67especificaes exageradas que possam produzir seu direcionamento ou qualquer outra forma de favoritismo. Adivulgao do edital obrigatria tanto pela imprensa oficial quanto pela particular. A lei estabelece sempre os prazosMNIMOS para a convocao dos licitantes.

    HABILITA O ou QUALIFICA O(art. 43, I e II): aferio das seguintes CAPACIDADES dos licitantes:jurdica(art. 28) : decorre da personalidade jurdica, que a qualidade para exercer direitos e contrair obrigaes.fiscal(art. 29) : Regularidade fiscal alude ao correto atendimento das exigncias do FISCO; tcnica (art. 30) : diz dos requisitos profissionais que qualificam o licitante como apto a execuo do objeto do

    certame. Comprova-se essa capacidade das seguintes formas :GENRICA : pelo registro profissional;ESPECFICA : pelo atestado de desempenho anterior e pela existncia de aparelhagem e pessoal adequados para a

    respectiva execuo;OPERATIVA : pela demonstrao da disponibilidade desses recursos indispensveis execuo. Consoante o

    disposto no art. 30, II, comprovao da CAPACIDADE OPERATIVA REAL basta que se apresente relao explcitados recursos exigidos e declarao formal acerca de sua disponibilidade ( a fraude levar declarao de inidoneidade). econmica-financeira (art. 31) : capacidade para suportar as exigncias econmicas decorrentes do contrato.Comprova-se por balano patrimonial e demonstraes contbeis do ltimo exerccio, certido negativa de falncia ouconcordata e por prestao de garantia.Todas essas capacidades havero de ser comprovadas pela documentao apresentada. Nas concorrncias pblicasesta fase isolada, devendo cada concorrente apresentar dois envelopes lacrados, um com os documentos habilitatriose o outro com a proposta, que somente aps a possvel qualificao que o ltimo ser descerrado. J na modalidadetomada de preos o registro cadastral supre essa fase, malgrado torne-se possvel queles concorrentes que sehabilitarem antes da data do recebimento das propostas.

    CLASSIFICA O OU JULGAMENTO:fase de julgamento das propostas, que ser realizada de acordo com oscritrios fixados no edital ou no convite (princpio da vinculao ao ato convocatrio). A Lei 8666/93 estabelece padresde julgamento, assim como critrios de desempate. Ao vencedor gerado o direito subjetivo adjudicao. As propostasofertadas em desconformidade (forma e contedo) ao edital sero desclassificadas. Idem se as propostas se revelareminexeqveis (preos excessivamente baixos, prazos impraticveis, condies irrealizveis etc. vide, em especial, art.48). Ser vitoriosa a proposta mais vantajosa, que aquela que melhor atende os interesses da AP, conformepreestabelecido no edital. O julgamento ser sempre objetivo.TIPOS DE LICITAO(art. 45exceto para a modalidade concurso):menor preo : a mais comum. Usual para a contratao de obras, servios e compras de maior simplicidade ou que

    no reclame sofisticao qualquer.melhor tcnica : visa-se o melhor, mais adequado, mais rentvel, mais eficiente. Trs so os envelopes utilizados paraessa espcie de licitao, sendo um para a documentao; um para a proposta tcnica; e um para a proposta de preo econdies de pagamento. Examinadas as propostas tcnicas, passa-se ento ao exame dos preos daquelesclassificados. Da inicia-se a negociao com o melhor classificado, tendo em vista o menor preo oferecido. Havendoacordo, adjudica-se. No havendo, discute-se com o segundo classificado e assim sucessivamente (art. 46, 1 e 3).tcnica e preo : na esteira do de melhor tcnica. Vide art. 46, 2 e 3.maior lance ou oferta ( casos de alienao de bens ou concesses).COMISSO DE JULGAMENTO : poder ser especial ou permanente. O julgamento ser, nas concorrncias e tomadasde preo,privativode uma comisso composta de, pelo menos, trs membros (art. 51), implicando a anulao da fase ainobservncia desse preceito. Pelo menos dois desses membros devero ser servidores qualificados e permanentes dorgo licitante. No concurso a comisso ser constituda por renomados especialistas, servidores ou no ( 5). J noconvite o julgamento poder ser feito por um nico servidor, quando realizado nas unidades administrativas pequenas e

    que contem com pessoal escasso ( 1). Como RGO JULGADOR no pode ser substituda por nenhuma outraautoridade. A Comisso geralmente encarregada tanto de julgar as propostas como de proceder habilitaopreliminar dos concorrentes. Poder ser sempre assessorada por tcnicos e especialistas em assuntos jurdicos,financeiros, tcnicos, cientficos etc. . Essa funo especfica tambm poder recair sobre a Comisso de RegistroCadastral. EMPATE DE PROPOSTAS : dar ensejo deciso por SORTEIO, proibido qualquer outro expediente soluo do impasse. Haver sempre preferncia a bens e servios produzidos no Pas (art. 45, 2).

    HOMOLOGA O e ADJUDICA O:estas fases so abordadas de forma bastante dissonante pelos autores,merc das imprecisas e at mesmo contraditrias menes que lhe so feitas pela lei, a saber : Art. 38, VII atos dead ju d ic ao do objeto da licitao e da sua homo lo gao(ensejando a crena que esta ser precedida daquela); Art.43, VI deliberao da autoridade competente quanto homo lo gaoe ad ju d icaodo objeto da licitao (sentidoinverso). Posto isso, vale esclarecer que:HOMOLOGAO o ato da autoridade competente, estranha comisso, que confere a correo jurdica de todos os

    atos do procedimento licitatrio (inclusive, conforme o entendimento ltimo esposado, da prpria adjudicao). Seconforme s exigncias normativas, homologa-o; caso contrrio, anula-o total ou parcialmente (vcio sanvel). Com ahomologao encerra-se o procedimento licitatrio. ato de controle, servindo confirmao da legalidade do certamee a correo da classificao das propostas.

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    LICITAO 77ADJUDICAO, ao seu turno, corresponde atribuio do objeto da licitao ao licitante vencedor do certame.Oferece a AP, na verdade, o direito de preferncia de contratao ao autor da proposta vencedora, colocando-o como onico que pode contratar. Caso se recuse a contratar (assim incidindo nas penalidades previstas no edital e normaslegais pertinentesart. 81), esse direito passar ao segundo classificado, que no poder ser obrigado a contratar nasmesmas condies propostas pelo primeiro adjudicatrio, malgrado a estas deva se submeter caso deseje a adjudicaodo objeto da licitao (art. 81, p.u., c/c art 64, 2). A AP somente poder no adjudicar se revogara licitao pormotivo de interesse pblico decorrente de fato superveniente, devidamente comprovado, pertinente e suficiente parajustificar tal conduta (art. 49, caput), ouvido o interessado ( 3). O despacho revogatria dever ser satisfatoriamente

    motivado. Somente poder ser feita pela AP interessada e no pelo julgador das propostas. Exigncia de contraditrio eampla defesa (art. 49, 3).

    O PROCEDIMENTO DO PREGO: previsto no art. 3oda Lei n 10.250/02, merecendo destaque, em primeiro lugar, afigura do pregoeiro, que substitui a Comisso de Licitao. Dever ser designado dentre os funcionrios do rgo, assimcomo se proceder em relao aos integrantes da sua equipe de apoio. Seguir-se o edital, com a publicao docorrespondente aviso. Na data e horrio designados, em audincia pblica, sero recebidas as propostas, devendo cadainteressado, aps a necessria e suficiente identificao, apresentar declarao afirmando que cumprem plenamente osrequisitos de habilitao. Recebidos nesse momento, os envelopes sero descerrados, procedendo-se ao julgamentodos PREOS oferecidos. Sero classificados para prosseguir no certame apenas os autores da melhor proposta(sempre a de menor preo) e daquelas que no a excederem em mais de 10% (em todo e qualquer caso, no mnimotrs proponentes passaro para a fase seguinte). Ento sero dadas aos licitantes oportunidades para fazerem novoslances verbais e sucessivos, at chegar-se ao vencedor. Encerrada a fase competitiva e classificadas as propostas, o

    pregoeiro abrir o invlucro contendo os documentos de habilitao do primeiro classificado, verificando se preenchidasas exigncias legais, sendo que em caso negativo lanar-se- a examinar as demais propostas, respeitada aclassificao, at encontrar uma que atenda ao edital. Durante todo o procedimento caber ao pregoeiro negociar com oproponente no intuito da obteno de um preo melhor. Segue-se a fase recursal.

    Documentos relativos licitao: sero apresentados em envelopes lacrados e rubricados, um contendo osdocumentos necessrios habilitao e o outro - ou outros, como no caso de melhor preo e melhor tcnica a(s)proposta(s). Recebidos, os envelopes sero tambm rubricados por todos os membros da comisso. Devem permanecerinviolveis at a sesso de abertura (a violao vide crime previsto no art. 94 ).Em sesso pblica sero abertos osenvelopes-documentao, sendo rubricados os documentos pela comisso e por todos os licitantes presentes. Atadever registrar circunstanciadamente todos os fatos havidos na sesso. Aps o exame dos documentos abre-se prazopara recurso. Vencida essa fase, devolve-se os envelopes fechados (com as propostas) as licitantes no habilitados. Emnova sesso pblica so descerrados os envelopes-propostas. Procedimento idntico. Rejeitam-se as propostas que

    desatenderem ao edital, classificando-se as demais.

    RECURSO ADMINISTRATIVOS: Vide art. 109 da lei. Todos os recursos interpostos sero comunicados aos demaislicitantes, que tambm podero impugn-los. Recebimento e julgamento dos recursos pela autoridade superior.

    SANES PENAIS: inovao da lei 8.666/93, que instituiu crimes e respectivas penas (sempre deteno e multa)relacionadas especificamente com licitao e contrato administrativo (arts. 89 a 98). Tais infraes sujeitam os autores,quando servidores pblicos, perda do cargo, emprego ou mandato eletivo (art. 83).

    LICITAES INTERNACIONAIS:em regra devero ser realizadas na modalidade concorrncia, conforme dispe o 3 odo art. 23, cabendo igualmente a tomada de preo, quando existente cadastro internacional de fornecedores, ou aindaconvite, quando inexistir fornecedor do bem ou servio no Pas. Vide ainda 4odo art. 32.