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78ª Promotoria de Justiça de Goiânia – Defesa do Patrimônio Público ______________________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO. URGENTE O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, pela Promotora de Justiça que a presente subscreve, com fundamento nos artigos 37, caput e § 4º, e 129, inciso III, da Constituição da República Federativa do Brasil, nas Leis nº 7.347/85 e 8.625/93, vem ajuizar a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA declaratória de NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO c/c DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE c/c pedido de TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA em desfavor de: 1. ESTADO DE GOIÁS, pessoa jurídica de direito público interno, representada pelo Procurador-Geral Alexandre Eduardo Felipe Tocantins, domiciliado na Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira, n.º 03, Centro, Goiânia/GO, CEP 74003-010; pelas razões de fato e direito a seguir expostas: 1

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78ª Promotoria de Justiça de Goiânia – Defesa do Patrimônio Público______________________________________________________________

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA

FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO.

URGENTE

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, pela

Promotora de Justiça que a presente subscreve, com fundamento nos artigos 37,

caput e § 4º, e 129, inciso III, da Constituição da República Federativa do Brasil, nas

Leis nº 7.347/85 e 8.625/93, vem ajuizar a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA declaratória de NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO c/c

DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE c/c pedido de

TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em desfavor de:

1. ESTADO DE GOIÁS, pessoa jurídica de direito público

interno, representada pelo Procurador-Geral Alexandre

Eduardo Felipe Tocantins, domiciliado na Praça Dr. Pedro

Ludovico Teixeira, n.º 03, Centro, Goiânia/GO, CEP

74003-010;

pelas razões de fato e direito a seguir expostas:

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I – DOS FATOS:

O Ministério Público do Estado de Goiás instaurou o

Inquérito Civil Público nº 032/2017 para apurar a articulação ilegal do ESTADO DE

GOIÁS em utilizar-se maliciosamente do processo legislativo para descumprir

decisão judicial e prejudicar a combalida carreira do cargo público de agente de

segurança prisional.

Em dezembro/2015 o Ministério Público ajuizou em face

do ESTADO DE GOIÁS e da Fundação Universa a Ação Civil Pública c/c Pedido

Liminar nº 391327-46.2015.8.09.0051, em face do Estado de Goiás e da Fundação

Universa, por irregularidades no Edital nº 001/2014, publicado pela SEGPLAN –

Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento, destinado a realização de concurso

público para provimento de 305 (trezentas e cinco) vagas e formação de cadastro de

reserva para o cargo de Agente de Segurança Prisional.

A referida ação civil pública questiona a ilegalidade do

subitem 1.3.1 “e” do Edital 001/2014, o qual estabeleceu como critério de avaliação

dos candidatos o exame psicotécnico, mesmo não havendo lei dispondo que o

provimento do cargo de agente prisional será submetido a tal exame, o que vai de

encontro ao disposto na Súmula Vinculante nº 44 que estabelece que “só por lei se

pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo

público”.

Também se questiona a ilegalidade do subitem 16.16 do

edital, que limitou o número de candidatos habilitados ao curso de formação em

apenas 461 (quatrocentos e sessenta e um), medida absolutamente desarrazoada,

vez que o Estado de Goiás possuía na data da propositura da ação 1.625 (mil

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seiscentos e vinte e cinco) contratos de vigilantes penitenciários temporários

em vigência.

O Juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual de

Goiânia deferiu integralmente o pedido liminar nos seguintes termos:

Diante do exposto, DEFIRO a liminar pleiteada, determinando:

— a suspensão da cláusula de barreira estabelecida nosubitem 16.6 do Edital n° 001/2014, permitindo que todos oscandidatos classificados nas fases anteriores façam o curso deformação, até o limite de 1.930 (mil novecentos e trinta) vagas;

— a suspensão da quinta fase da primeira etapa do concursoregido pelo Edital n 001/2014, consistente na avaliaçãopsicológica e na análise da vida pregressa dos candidatos,permitindo que todos os candidatos que tiverem sidoreprovados nesta fase façam o curso de formação;

— a suspensão o início do curso de formação consistente nasegunda etapa do concurso 001/2014, por, no mínimo, 15(quinze) dias, período necessário para análise dos documentosreferentes ao teste psicotécnico e da vida pregressa doscandidatos, ou seja, que o início do curso ocorra após ou nodia 18/11/2015, com a requisição da Comissão Organizadorado Concurso de cópia dos testes psicotécnicos e da vidapregressa dos candidatos reprovados nessas etapas, contendoas justificativas das reprovações, a qual deverá sr apresentadano prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de multa diária de R$50.000,00 (cinquenta mil reais);

— a comprovação de que o Estado de Goiás necessita de1.930 (mil novecentos e trinta) vagas no cargo de AgentePrisional, para que o número de vagas do Edital n° 001/2014seja ampliado para este quantitativo ou, caso inferior, para onúmero correspondente ao de candidatos aprovados, no prazode 15 (quinze ) dias, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00(cinquenta mil reais).

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Em grau de recurso, nos autos do Agravo de

Instrumento nº 3272-20.2016.8.09.0000, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

confirmou à unanimidade a decisão liminar concedida pela Juíza da 1ª Vara da

Fazenda Pública Estadual de Goiás, cujo Acórdão foi assim ementado:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVILPÚBLICA. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE DESEGURANÇA PRISIONAL. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA.IRREGULARIDADES NO PROCESSO SELETIVO PARACONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. CLÁUSULA DE BARREIRA.AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NALEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A CARREIRA. 1 – Oagravo de instrumento é um recurso secundum eventum litis,ou seja, por meio do qual se aprecia o acerto ou desacerto dadecisão agravada, sendo vedada a análise, por esta instânciaderivada, de matéria que não tenha sido apreciada pelojulgador singular, sob pena de supressão de um grau dejurisdição. 2 – Diante da presença dos requisitos necessários,revela-se correto o deferimento do pedido de antecipação dosefeitos da tutela na presente ação civil pública, no sentido desuspender a cláusula de barreira prevista no concurso para ocargo efetivo de Agente Prisional – Edital 001/2014, haja vistaas supostas irregularidades no processo seletivo paracontratação temporária – Edital 002/2015 (SIMVE) –. 3 – Alegalidade do exame psicotécnico pressupõe a observância dealguns pressupostos: previsão legal e editalícia, emprego decritérios objetivos e decisão fundamentada, contra a qual ocandidato possa interpor recurso, o que não se verifica nahipótese. 4 – In casu, restando demonstrado que a magistradaa quo sopesou corretamente os pressupostos autorizadorespara a concessão da tutela, utilizando-se do seu livreconvencimento motivado, não merecendo reforma a decisãoobjurgada, eis que revestida de legalidade. AGRAVOCONHECIDO E DESPROVIDO.

Posteriormente, no dia 22.02.2017, o Juízo da 1ª Vara

Pública Estadual de Goiânia julgou procedente a mencionada ação civil pública, cujo

dispositivo da sentença foi assim redigido:

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“Pelo exposto, e por tudo mais que consta dos autos, JULGOPROCEDENTE os pedidos verberados na inicial, para declarara nulidade do subitem 16.16 do Edital nº 001/2014, estereferente a cláusula de barreira, bem como do subitem 1.3.1quanto à avaliação psicológica, permitindo que todos oscandidatos aprovados nas fases anteriores e consideradosdentro do número de vagas até o limite de 1.930 (milnovecentos e trinta) sejam aptos ao cadastro de reserva,conformando os termos da liminar concedida no evento nº 03,item nº 23”.

Todavia, após o TJGO confirmar a medida liminar

concedida pelo Juízo de primeiro grau, precisamente no dia 18.11.2016, o ESTADO

DE GOIÁS sancionou a Lei nº 19.502/2016, que criou a Classe Inicial nas carreiras

de Assistente de Gestão Prisional e de Agente de Segurança Prisional, integrantes

do Grupo Ocupacional Assistente Prisional, da Secretaria de Estado de Segurança

Pública e Administração Penitenciária.

Com a criação da referida lei, o ESTADO DE GOIÁS

reduziu a remuneração dos agentes de segurança prisional que ingressam na

carreira de R$ 3.450,90 para apenas R$ 1.500,00, com o objetivo único e distorcido

de tornar o cargo pouco atrativo, reduzindo ao máximo o número de nomeações e

posse dos candidatos aprovados no concurso público.

Na sequência, a Superintendência Central de

Administração de Pessoal da Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento

expediu o Memorando nº 547/2017-SCAP, informando que por orientação da PGE

as modificações legislativas da Lei 19.502/2016 aplicam-se ao certame 001/2014.

Eis o teor do mencionado memorando:

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Posteriormente, na data de 12.04.2017 o Estado de Goiás

publicou no Diário Oficial nº 22.548 a nomeação de 425 (quatrocentos e vinte e

cinco) candidatos aprovados no concurso público para provimento de cargos de

agente de segurança prisional, cujo quantitativo corresponde apenas ao número de

vagas e de cadastro de reserva previstos no edital.

Chama a atenção no caso o fato do Edital do concurso

público nº 001/2014 consagrar o salário de agente prisional 2.847,23 (dois mil

oitocentos e quarenta e sete reais e vinte e três centavos), ou seja, os candidatos

prestaram concurso sob a égide da Lei nº 18.300/2013 que estabelecia que o

ingresso na carreira se dava na 3ª Classe, no entanto, sorrateiramente e no intento

de prejudicar os candidatos aprovados, optou por aplicar a Lei nº 19.502/2016 a um

concurso que foi realizado e concluído sob os ditames da Lei nº 18.300/2013.

Diante da clara constatação de que a criação da Classe

Inicial nas mencionadas carreiras, sobretudo de agente prisional, está eivada de

irregularidade, ilegalidade e inconstitucionalidade, por ser uma forma articulosa

de o ESTADO DE GOIÁS descumprir, obliquamente, a mencionada decisão

proferida pela 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, é que o Ministério

Público se socorre ao Poder Judiciário.

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II – DO DIREITO:

II.1 – DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ESTADUAL N.º 19.502, DE 18 DE

NOVEMBRO DE 2016

Como é cediço, o controle de constitucionalidade é o

instrumento de verificação, fiscalização e monitoramento das normas

infraconstitucionais para que estas não venham a ingressar no mundo jurídico

afrontando qualquer disposição contida na Magna Carta.

Neste desiderato, existe o controle de constitucionalidade

difuso e o abstrato, de tal sorte que naquele é permitido a qualquer componente do

Poder Judiciário declarar a inconstitucionalidade de uma norma no caso concreto,

deixando de aplicá-la; neste, por seu turno, só é permitido agir entes legitimados

para tal mister, com rol previsto na Constituição Federal (art. 103) e Constituição

Estadual (art. 60).

Nesta esteira, discorrem os doutrinadores Vicente Paulo e

Marcelo Alexandrino, in litteris:

(...) Por outras palavras, na discussão de uma relação jurídicaqualquer, submetida à apreciação do Poder Judiciário, suscita-se a dúvida sobre a constitucionalidade de um ato normativorelacionado com a lide. Surge, então, a necessidade de oPoder Judiciário apreciar a constitucionalidade de tal atonormativo para proferir a sua decisão no processo. Ao apreciara questão constitucional, como antecedente necessário eindispensável ao julgamento do mérito do caso em exame, ojuiz u tribunal estará realizando o denominado controle difuso.1

1 Direito Constitucional descomplicado / Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 11. ed. – Rio de Janeiro:Forense; São Paulo: MÉTODO: 2013. Pág. 803.

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Desta forma, perfeitamente possível o presente incidente

de inconstitucionalidade da Lei Estadual n.º 19.502/16, para que seja declarada sua

inconstitucionalidade.

O presente incidente de inconstitucionalidade tem como

principal fundamento a manifesta ilegalidade contida nas determinações do texto da

Lei Estadual nº 19.502/2016, que ao criar a graduação de Classe Inicial nas

carreiras de Assistente de Gestão Prisional e de Agente de Segurança Prisional,

integrantes do Grupo Ocupacional Assistente Prisional, impõe indevido desvio de

finalidade da norma, e ainda por ferir:

a) os princípios constitucionais da razoabilidade, da

proporcionalidade e da motivação;

b) o princípio da isonomia, uma vez que cria cargos na

carreira da Agente de Segurança Prisional, sem identificar

sua função específica, o que levaria a situação de

servidores desenvolvendo a mesma função, mas com

remuneração distinta, sendo uma muita aquém da outra;

c) os critérios de remuneração estabelecidos no artigo 39,

§ 1º, incisos I, II e III, da Constituição Federal.

Outrossim, não há dúvidas de que a promulgação da

referida Lei nº 19.502/2016 foi uma reação legislativa ilegal e inconstitucional, eis

que é uma forma de descumprir de forma oblíqua a decisão proferida pela 1ª Vara

da Fazenda Pública Estadual de Goiânia.

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II.2 – DA VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:

De acordo com o artigo 92, caput, da Constituição do

Estado de Goiás:

Art. 92. A administração pública direta e indireta de qualquerdos Poderes do Estado e dos Municípios obedecerá aosprincípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade emotivação e, também, ao seguinte: (...)

Apesar da menção expressa aos princípios que devem

guiar a atuação administrativa, certo é que a instituição da graduação de Agente de

Segurança Prisional de Classe Inicial viola os princípios constitucionais da

proporcionalidade, da razoabilidade e da isonomia eis que há grande disparidade

entre o valor pago como subsídio para os ocupantes deste cargo e o valor pago ao

agente da Classe Inicial.

Nos termos do artigo 39, § 1º, da Constituição Federal:

Art. 39 - (…)§ 1º - a fixação dos padrões de vencimento e dos demaiscomponentes do sistema remuneratório observará:I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidadedos cargos componentes de cada carreira;II - os requisitos para a investidura;III - as peculiaridades dos cargos.

Ora, todos os integrantes do cargo de Agente de

Segurança Prisional, seja de Classe Inicial, ou de 3ª, 2ª ou 1ª classe, possuem as

mesmas atribuições. Ademais, os requisitos para a investidura e as peculiaridades

dos cargos são as mesmas. Dessa forma, não deveria haver discrepância

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significativa entre os valores pagos como subsídios aos integrantes de cada

graduação, mas apenas uma pequena diferença salarial com fim de “motivar” a

evolução na carreira.

Por exemplo, de acordo com a Lei nº 19.502/2016, os

subsídios pagos aos cargos de Agente de Segurança Prisional de 3ª Classe e de 2ª

Classe são, respectivamente, nos valores de R$ 3.450,00 e R$ 4.789,26. Por sua

vez, o subsídio pago ao Agente de Classe Inicial é de R$ 1.500,00. Há aqui grande

disparidade nos subsídios, em violação aos princípios da proporcionalidade e da

isonomia.

Dessa forma, não há razoabilidade na fixação de tão

baixo subsídio para a graduação de Agente de Segurança Prisional de Classe Inicial,

tão díspar ao montante pago ao agente de 3ª Classe e em desacordo com os

percentuais das demais remunerações.

Outro princípio violado pelo ESTADO DE GOIÁS ao

promulgar a Lei nº 19.502/2016 é o da motivação, eis que não esclareceu as razões

que o levaram a propor o projeto de lei que a ela deu origem.

Ora, a criação da graduação Classe Inicial e o valor do

subsídio a ele fixado vai de encontro com a vedação ao retrocesso social,

prejudicando, na realidade, os interesses da categoria.

É público e notório que frequentemente é motivo de

discussão na sociedade os baixos valores pagos aos servidores da segurança

pública a título de subsídio. São servidores que arriscam suas vidas diariamente, em

prol da segurança pública e da coletividade, laborando 40 (quarenta) horas

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semanais em regime integral, e recebem subsídios que não correspondem à

complexidade, seriedade e insegurança características do cargo.

Assim, há muito a categoria pleiteia um salário condizente

às suas funções.

A criação de uma nova classe na Carreira dos Agentes de

Segurança Prisional, com subsídio de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), vai na

contramão do interesse social e da luta da classe, mitigando a importância dos

componentes desta na árdua luta contra a criminalidade, significando, assim, um

retrocesso.

Logo, vislumbra-se com clareza a manobra do ESTADO

DE GOIÁS com a substituição de servidores de uma classe, por outra pior

remunerada, em flagrante afronta ao princípio da irredutibilidade de subsídio,

que abrange não somente os servidores já na ativa, mas também tem como

natureza a proteção aos que ingressarão na carreira pública, vedando a utilização

de mecanismos como este para reduzir o subsídio dos servidores, afrontando

também o princípio da eficiência.

Sobre a violação aos princípios que devem reger todas as

atividades administrativas, discorre Bonavides:

As regras vigem, os princípios valem; o valor que neles seinsere se exprime em graus distintos. Os princípios, enquantovalores fundamentais, governam a Constituição, o regímen, aordem jurídica. Não são apenas a lei, mas o Direito em todaa sua extensão, substancialidade, plenitude e abrangência.(BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 8. ed.São Paulo: Malheiros, 1999, p. 260.)

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Para Celso Antônio Bandeira de Melo:

Violar um princípio é muito mais grave que transgrediruma norma qualquer . A desatenção ao princípio implicaofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório,mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma deilegalidade ou de inconstitucionalidade , conforme o escalãodo princípio atingido, porque representa insurgência contratodo o sistema, subversão de seus valores fundamentais,contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão desua estrutura mestra. Isso porque, com ofendê-lo, abatem-seas vigas que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelasesforçada.(MELO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de DireitoAdministrativo. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 1994, p. 451.)

Segundo Emerson Garcia2, “concebidos os princípios

como espécies das normas jurídicas, a análise da deontologia dos agentes públicos

pressupõe, necessariamente, que todos os seus atos sejam valorados em

conformidade com as regras e os princípios que os informam”.

Ainda segundo Garcia, a moral administrativa é extraída

do próprio ambiente institucional e condiciona a utilização dos meios previstos em lei

para o cumprimento das funções estatais e a realização do bem comum. A moral

administrativa pauta a conduta dos agentes públicos, no âmbito institucional, a partir

da ideia de boa administração, conforme os princípios regentes da atividade estatal.

2 GARCIA, Emerson. ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 5. ed. Rio de Janeiro: LumenJuris, 2010.

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Por tudo o que foi exposto, verifica-se que, por franca

violação aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, da isonomia e da

motivação, a graduação de Classe Inicial do cargo de Agente de Segurança Pública

é inconstitucional e sua manutenção causará grandes prejuízos à segurança

pública e ao interesse da sociedade.

II.3 – DO DESVIO DE FINALIDADE DA LEI nº 19.502/2016:

Os integrantes da carreira de agente de segurança

prisional, ao lado da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, exercem um

mister fundamental para garantia da segurança pública e da paz social, prezando

sempre pela boa e fiel aplicação da Lei penal ao caso concreto, visando sempre

reprimir o infrator e dar segurança ao sujeito de bem, trabalhador.

Assim, a criação desta nova graduação de agente de

segurança prisional com a previsão de subsídio no montante de R$ 1.500,00 (mil e

quinhentos) reais não guardam qualquer proporcionalidade com a natureza do

cargo.

O regime jurídico dos servidores públicos até pode ser

alterado, desde que preservado o valor global da sua remuneração, o que significa

dizer que não cabe ao administrador público simplesmente elaborar uma Lei com o

fim específico de diminuir o quantitativo de um determinado cargo com remuneração

já prevista, para a incorporação em outro cargo, criado para exercer as mesmas

atribuições funcionais, percebendo subsídio ínfimo.

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O que deixa claro e evidente a desvirtuação da Lei e, via

de consequência, a infração ao valor global da remuneração do servidor, lesionando

frontalmente os preceitos da Constituição Estadual, é o fato de não ser

incrementado um único servidor para a administração pública, sendo tão somente

um remanejamento de vagas para um cargo de subsídio vergonhoso e

desproporcional.

Ressalta-se, conforme já mencionado acima, a malfada

Lei Estadual, não acrescenta um único novo cargo ao efetivo dos agentes de

segurança prisional, se limitando, tão somente, a um manejo legislativo, com o

único objetivo de diminuir a remuneração dos servidores daquela carreira e, assim,

reduzir os gastos do Governo do Estado de Goiás com a Segurança Pública.

A questão é que a Lei nº 19.502/2016 somente foi

promulgada após o Poder Judiciário, nos autos da Ação Civil Pública nº 391327-

46.2015.8.09.0051, conceder liminar suspendendo cláusulas ilegais do edital do

concurso público que estava sendo realizado para provimento de cargos de agente

de segurança prisional, permitindo acréscimo no número de vagas no cadastro de

reserva para mais de 1.900 vagas, enquanto o Edital previa apenas o número de

305 vagas.

A liminar foi confirmada a unanimidade pelo TJGO e,

posteriormente, pelo juízo singular no julgamento do mérito da ação que julgou

procedente os pedidos.

Vendo que não conseguiria reverter o aumento do número

de vagas no mencionado concurso público no Poder Judiciário, o Estado de Goiás

resolveu, com claro desvio de finalidade, editar a objurgada Lei nº 19.502/16,

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tornando o cargo altamente desinteressante devido a baixa remuneração,

consequentemente, reduzindo o número de candidatos interessados em tomar

posse.

Toda essa “aventura” do Estado de Goiás tem por único

objetivo permitir/justificar as contratações temporárias de vigilantes penitenciários,

que atualmente são mais de 1.600, pois, se não tem servidores concursados

interessados em tomar posse, a única saída é a contratação temporária.

O Estado de Goiás abusou no uso do processo legislativo

para justificar um ato absurdo, flagrantemente inconstitucional.

II.4 – VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO. IRREDUTIBILIDADE

DE SUBSÍDIOS

O Edital nº 001/2014 regulamenta o concurso público para

ingresso na carreira de agente de segurança prisional, que se dava na 3ª Classe.

O item 2.1.3 do Edital 001/2014 estabelece o valor da

remuneração para o cargo de agente de segurança prisional. Confira-se:

No entanto, com a entrada em vigor da Lei nº

19.502/2016, o Governador do Estado publicou o Decreto de 11 de abril de 2017

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convocando os candidatos aprovados no concurso público para tomarem posse não

na 3ª Classe do cargo de agente prisional como previa o Edital, mas sim na recém-

criada Classe Inicial. Veja-se o teor do referido decreto:

Observa-se que a administração pública publicou Edital

para provimento de vagas na 3ª classe do cargo de agente de segurança prisional,

não podendo alterar as regras somente no momento de nomear os aprovados, como

foi feito.

Ressalta-se que o Estado de Goiás, para atingir o

desiderato de em reduzir o número de nomeações dos candidatos aprovados,

retardou a homologação do resultado do concurso e consequentemente nomeação

dos aprovados, para que fosse dado tempo em aprovar a Lei 19.502/2016.

A nova lei serviu para burlar os princípios constitucionais

que regem o concurso público, nomeando candidatos aprovados dentro do número

de vagas ofertadas no edital, não na TERCEIRA CLASSE como previsto na Lei

18.300/2013, mas na CLASSE INICIAL prevista na recém-aprovada Lei nº

19.502/2016.

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Por tudo isso, não há dúvidas que o Estado de Goiás agiu

com extrema má-fé, modificando regras anteriormente impostas, prejudicando

direitos de candidatos aprovados em concurso público, com abuso do processo

legislativo.

III – DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Para concretização da providência jurisdicional pedida,

afigura-se imperiosa a concessão de tutela provisória de urgência consistente na

suspensão da Lei Estadual nº 19.502/2016, que cria a Classe Inicial da carreira

de agente de segurança prisional, com base no que dispõem os artigos 294,

caput, 297, 300 e 301todos do Código de Processo Civil.

Nos termos dos artigos 300, caput, e 301, do CPC:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houverelementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigode dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode serefetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens,registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outramedida idônea para asseguração do direito.

Pois bem. O Edital 001/2014, que regulamenta o concurso

público para provimento de cargos no quadro de agente de segurança prisional não

previa a classe inicial da carreira, o que só foi previsto no ano de 2016, com a edição

da Lei nº 19.502/2016, quando ainda não havia sido nomeado nenhum candidato

aprovado no certame.

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Após o juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual

prolatar a sentença procedente nos autos da ação civil pública nº 391327-

46.2015.8.09.0051, o Estado de Goiás passou a nomear os candidatos aprovados,

já sob a égide da Lei nº 19.502/2016, ou seja, com remuneração de apenas R$

1.500,00 (mil e quinhentos reais).

Por mais de dois anos, os candidatos que se inscreveram

no referido concurso público acreditaram que receberiam salário de R$ 3.450,00

(três mil quatrocentos e cinquenta reais), porém, após terem sido submetidos a

todas as avaliações, o Estado de Goiás mudou as regras do jogo, reduzindo a

remuneração para apenas R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

A probabilidade do direito repousa nos graves indícios

de desvio de finalidade da Lei nº 19.502/2016, bem como de violação dos princípios

da legalidade, moralidade, eficiência, motivação, decorrentes do abuso no exercício

do poder legislativo, em que o Estado de Goiás valeu-se desse poder para

descumprir determinação judicial.

O risco de dano ao resultado útil do processo decorre

simplesmente do fato de que se nesse momento os efeitos da Lei nº 19.502/2016

não forem suspensos e o Estado de Goiás prosseguir com as nomeações,

certamente diversos candidatos aprovados no concurso público deixaram de tomar

posse no cargo, prejudicando a prestação do serviço público.

Além disso, deve ser considerado o fato de que os

candidatos que assumirem o cargo poderão prestar um serviço ineficiente, pelo

sentimento de injustiça, o que poderá acarretar ou incentivar até mesmo condutas

escusas e vedadas pela lei, ou seja, essa lei poderá simplesmente decretar o caos

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na segurança pública que já encontra-se bastante combalida pelos descasos dos

gestores em combater a violência com a implantação de política séria e responsável

e embasada em ideias e projetos que atendam efetivamente a realidade do Estado

de Goiás, que tem em Goiânia, sua capital, uma das cidades mais violentas do

mundo.

Isso posto, verifica-se que estão preenchidos os requisitos

previstos no artigo 300 do CPC para suspensão da Lei nº 19.502/2016.

Por fim, quanto a possibilidade de concessão de tutela

provisória de urgência inaudita altera pars, tem-se que esta foi consagrada no artigo

9º, parágrafo único, inciso I, e no artigo 300, § 2º, ambos do CPC, razão por que não

há nenhum óbice para o deferimento da medida pleiteada pelo autor sem a ouvida

do Requerido.

IV - DO PEDIDO

Ante todo o exposto, o Ministério Público requer:

1. seja a tutela de urgência deferida para suspender os

efeitos da Lei Estadual nº 19.502/2016, que criou a classe

inicial da carreira de agente de segurança prisional no

Estado de Goiás;

2. seja o Requerido ESTADO DE GOIÁS citado para,

querendo, oferecer contestação, no prazo legal;

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3. a produção de todas as provas admitidas em direito;

4. a procedência do pedido para:

4.1. declarar a inconstitucionalidade da Lei

Estadual nº 19.502/2016, que criou a classe

inicial na carreira de agente de segurança

prisional do Estado de Goiás aos aprovados no

concurso público regido pelo Edital nº

001/2014;

4.2. efeito repristinatório a norma

“aparentemente” revogada pela Lei nº

19.502/2016;

4.3. determinar ao Estado de Goiás que

proceda as convocações e nomeações dos

candidatos aprovados no concurso público

regido pelo Edital 001/2014 de acordo com a

legislação “revogada” pela Lei nº 19.502/2016 e

que corrija as nomeações já realizadas que

tiveram por fundamento esta mesma lei,

devendo a posse ocorrer para o Grupo

Ocupacional Assistente Prisional, de 3ª Classe,

padrão I, com direito a remuneração e demais

benefícios.

5. a juntada do Inquérito Civil Público nº 032/2017;

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6. Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

Goiânia, 29 de maio de 2017.

VILLIS MARRA

Promotora de Justiça

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