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1 7Wi UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM - FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A VISÃO DO SUPERVISOR NAS PRÁTICAS ESPORTIVAS INCLUSIVAS NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL Teresa Cristina Cunha dos Santos ORIENTADORA: Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2011

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7Wi

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM - FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A VISÃO DO SUPERVISOR NAS PRÁTICAS ESPORTIVAS

INCLUSIVAS NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Teresa Cristina Cunha dos Santos

ORIENTADORA: Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM - FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Administração e Supervisão Escolar.

Rio de Janeiro 2011

A VISÃO DO SUPERVISOR NAS PRÁTICAS ESPORTIVAS

INCLUSIVAS NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Teresa Cristina Cunha dos Santos

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AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar; ao corpo docente que se empenhou aos dias letivos com total dedicação; aos meus familiares e amigos que contribuíram de alguma forma para meu crescimento e aperfeiçoamento didático.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe, Maria Rita, que mais uma vez com muita sapiência, me fortaleceu; e ao meu filho, Renan, que soube ter paciência e compreensão nos momentos de minha ausência. A todas as crianças que conheço e as que ainda conhecerei...

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EPÍGRAFE

"Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças"

(Mantoan)

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RESUMO

Esta Monografia reflete sobre A Visão do Supervisor nas Práticas

Esportivas Inclusivas, onde, através de diversos autores, e profissionais do

Instituto Helena Antipoff fez-se possível o esclarecimento da Educação Física

Inclusiva e a ação do Supervisor.

Pretende ainda realizar a Inclusão conforme atuações de práticas

diferenciadas do corpo docente,familiares e sociedade, visando atender o

corpo discente de forma digna aos moldes das Leis.

Com isso o Supervisor interage constantemente com o professor de

Educação física trabalhando a Inclusão nas Práticas Esportivas de acordo com

o Projeto Político Pedagógico, o processo é acompanhado e auxiliado de forma

ampla e continua tornando a realidade inclusiva uma atitude dedicada e

próspera na disciplina.

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METODOLOGIA

A Metodologia utilizada na realização deste trabalho foi à pesquisa

bibliográfica, utilizando como fonte de pesquisa livros que abordassem o tema

central com o objetivo de produzir uma obra que tenha objetividade e clareza,

que possa ajudar na compreensão e importância do Supervisor nas Práticas

Esportivas Inclusivas.

Os autores citados na bibliografia oferecem suporte teórico que

embasa este trabalho, fazendo com que o conhecimento aconteça de forma

rica e produtiva.

Jiménez (1997), Neto e Nagel (2007), Russo (2004), entre outros

teóricos apoiaram com citações valiosas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

Inclusão: Leis e Atuações 11

CAPÍTULO II

O Supervisor e a Prática Pedagógica 22

CAPÍTULO III

Supervisão e Inclusão na Educação Física - Caminhos 35

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49 ÍNDICE 51

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INTRODUÇÃO

Falar de Educação significa saber que é um processo onde variações

acontecem constantemente e a motivação atua de forma única com mudanças

e apropriações.

Hoje a escola tem seu rumo com promissor para a inclusão; isto

significa que valores, normas e modelos de aprendizagem devem ser revistos.

Diretores, Supervisores, Professores, Alunos, Comunidade e Responsáveis

devem permanecer em total comunhão. O desafio é grande e necessita de

qualidade e uma constante formação continuada de docentes para que ocorra

realmente a Escola Inclusiva. É primordial que haja o incentivo desta formação

bem como estratégias diversas para se trabalhar com as diferenças.

O Supervisor deve atuar num parecer pedagógico coletivo a fim de

desenvolver com organização real sua função democrática e significativa

dentro e fora da escola.

Mas deve-se considerar ainda que a teoria se faça valer a partir do

momento que a prática atua.

Contudo a estrada traçada é longa, mas possível, desde que baseada

num Projeto Político Pedagógico e o objetivo ao qual se pretende chegar sejam

percebidos com credibilidade, experiência, organização e superação.

Daí o tema dessa monografia ser baseado na ação do Supervisor em

face de Inclusão nas Práticas Esportivas.

A questão central irá focar a influência do Supervisor nas Práticas

Esportivas Inclusivas e saber o quanto é necessário sua prática pedagógica e

sua relação no desenvolvimento do educando. São, portanto objetivos desta

monografia analisar e identificar necessidades nas Práticas Esportivas

Inclusivas e qual a contribuição do Supervisor.

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Este deve atuar com ética e compromisso visar à construção de uma

sociedade justa e igualitária promover relações de cooperação entre a escola,

família e comunidade desenvolver o trabalho em equipe reconhecer e respeitar

as manifestações e necessidades físicas, cognitivas, emocionais e afetivas dos

educandos nas suas relações individuais e coletivas e contribuir para o

desenvolvimento humano nas dimensões física, psicológica, intelectual e

social.

Contudo a estrada traçada é longa, mas possível, desde que baseada

num Projeto Político Pedagógico e o objetivo ao qual se pretende chegar sejam

percebidos com credibilidade, experiência, organização e superação.

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CAPÍTULO I

INCLUSÃO: LEIS E ATUAÇÕES

Normalizar não significa converter em normal uma pessoa deficiente, mas aceitá-la tal como é, com suas deficiências, reconhecendo-lhe os mesmos direitos que aos outros e oferecendo-lhe os serviços pertinentes para que possa desenvolver ao máximo uma vida tão normal quanto possível (JIMÉNEZ, 1997, p.29).

A Declaração de Salamanca foi elaborada em decorrência da

Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e

Qualidade promovida pelo governo da Espanha e pela UNESCO em junho de

1994. A Declaração expressa o principio de integração e a preocupação com a

garantia de escolas para todos conforme estabelecido em 1990 na Conferencia

Mundial de Educação para TODOS.Todo o conteúdo do art.3 insta os governos

a certas ações, como:Dar prioridade política e orçamentária a melhoria dos

sistemas educativos de forma que estes abranjam cada vez. Adotar o princípio

da educação integrada com força da lei ou como política. Desenvolver projetos

demonstrativos e incentivar a troca de experiências integradoras. Criar

mecanismos de descentralização e participação em planejamentos, supervisão

e avaliação do ensino de alunos com necessidades educacionais especiais,

incluindo a participação de Pais e entidades representativas de pessoas

portadoras de deficiência. Dedicar esforços à identificação e as pessoas

portadoras de intervenção. Cuidar para que a formação de professores esteja

voltada para o atendimento as Necessidades Educacionais Especiais.Como

parte integrante da Declaração de Salamanca consta as Linhas de Ação sobre

Necessidades Educacionais Especiais cujo objetivo é orientar organizações e

governos em suas praticas de maneira que acolham todas as crianças

independentemente das condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,

lingüísticas ou quaisquer outra. Propõe-se dessa forma que as escolas

acolham tanto as crianças com deficiência como as bem dotadas assim como

as das mais variadas origens e situações. Solicitou-se aos países signatários

da Declaração de Salamanca que considerassem os seguintes aspectos:·

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O principio da igualdade de oportunidades e adoção de medidas paralelas e

complementares as educacionais nos outros campos de ação social (saúde,

bem estar social, trabalho, etc.) ·

§ Inclusão das crianças com deficiência nos planos nacionais

de Educação para todos.

§ Especial atenção as necessidades de crianças com

deficiências graves ou múltiplas.

§ Consideração a importância da linguagem de sinais como

meio de comunicação dos surdos de modo a lhes assegurar

acesso à linguagem de sinais de seus países.

§ Reabilitação baseada na comunidade.

§ Ação coordenada entre os responsáveis pelo ensino e os

responsáveis pela saúde e assistência social de organizações

tanto governamentais como não governamentais. Cada um de

nós educadores interessados em desempenhar

adequadamente o nosso papel que é pedagógico, mas

também político, precisa saber o que dizem esses

documentos verdadeiros marcos históricos, cuja discussão

internacional tem sido a mais ampla e a mais frutífera.

Ø Constituição da República Federativa do Brasil - 1988

Art.208 – inciso lll procura garantir: “O atendimento educacional

especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular

de ensino.”

Ø Estatuto da Criança e do Adolescente - 1990

Art.54 – inciso lll – procura assegurar a Criança e do

Adolescente:“Atendimento educacional especializado aos portadores de

deficiência especializados aos portadores de deficiência, preferencialmente na

rede regular de ensino.”

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Ø Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro - 1990

Art.322 – Vll letra “b” – procura assegurar o atendimento educacional

especializado mediante:“Integração, sempre que possível, nas atividades

comuns da escola.”

Ø Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 1996

Nº 2 de 11 de setembro de 2001. Conselho Nacional de Educação –

Câmara de Educação Básica. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na

Educação Básica

1.1. Marcos Políticos Legais da Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva

Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela

Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007.O movimento mundial pela

educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica,

desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos,

aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.

A educação inclusiva constitui um paradigma educacional

fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e

diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à idéia de

equidade formal ao contextualizar as circunstancias históricas da produção da

exclusão dentro e fora da escola.

Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de

ensino evidenciam a necessidade de confrontar as praticas discriminatórias e

criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central

no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na

superação da lógica da exclusão.

A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais

inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser

repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que

todos os alunos tenham suas especificidades atendidas.Nesta perspectiva, o

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Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial apresenta a Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que

acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir

políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os

alunos.

A escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que

delimita a escolarização como privilegio de um grupo, uma exclusão que foi

legitimada nas políticas e praticas educacionais reprodutoras da ordem social.

A partir do processo de democratização da escola, evidencia-se o

paradoxo inclusão/exclusão quando os sistemas de ensino universalizam o

acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos

padrões homogeneizadores da escola. Assim, sob formas distintas, a exclusão

tem apresentado características comuns nos processos de segregação e

integração, que pressupõe a seleção, naturalizando o fracasso escolar.

A partir da visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania

fundamentado no reconhecimento das diferenças e na participação dos

sujeitos, decorre uma identificação dos mecanismos e processos de

hierarquização que operam na regulação e produção das desigualdades. Essa

problematização de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e

lingüísticas, entre outras, estruturantes do modelo tradicional de educação

escolar.

A educação especial se organizou tradicionalmente como

atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum,

evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que

levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes

especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de

normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clinico

terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos que, por meio de

diagnósticos, definem as praticas escolares para os alunos com deficiência.

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No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve inicio na

época do Império, com a criação de duas instituições: O Imperial Instituto dos

Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto

dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação

de Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século xx é fundado

o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às

pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de

Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro

atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na

Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.Em 1961, o atendimento

educacional às pessoas com deficiência passa a ser fundamentado pelas

disposições da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Lei

nº 4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” à educação,

preferencialmente dentro do sistema geral de ensino.A Lei nº 5.692/71, que

altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento especial” para os alunos com

“deficiências físicas, mentais, os que se encontram em atraso considerável

quanto à idade regular de matricula e os superdotados”, não promove a

organização de um sistema de ensino capaz de atender às necessidades

educacionais especiais e acaba reforçando o encaminhamento dos alunos para

classes e escolas especiais.

Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial –

CENESP, responsável pela gerencia da educação especial no Brasil, que, sob

a égide integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas

com deficiência e às pessoas com superdotação, mas ainda configuradas por

campanhas assistenciais e iniciativas isoladas do Estado.

Nesse período, não se efetiva uma política publica de acesso

universal à educação, permanecendo a concepção de “políticas especiais” para

tratar da educação, de alunos com deficiência. No que se refere aos alunos

com superdotação, apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um

atendimento especializado que considere as suas singularidades de

aprendizagem.

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A Constituição Federal de 1988 traz, como um dos seus objetivos

fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,

sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso lV).

Define, no artigo 205, a educação como direito de todos garantindo o pleno

desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o

trabalho. No seu artigo 206, inciso l, estabelece a “igualdade de condições de

acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e

garante como dever do estado, a oferta do atendimento educacional

especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208). O

Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, lei nº 8.069/90, no artigo 55,

reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que “os pais ou

responsáveis tem obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede

regular de ensino”. Também nessa década, documentos como a Declaração

Mundial de Educação para TODOS (1990) e a Declaração de Salamanca

(1994) passam a influenciar a formulação das políticas publicas da educação

inclusiva.

Em 1994, é publicada de “integração instrucional” que condiciona o

acesso às classes comuns do ensino regular aqueles que “possuem condições

de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programas do ensino

comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. Ao reafirmar os

pressupostos construídos a partir de padrões homogêneos de participação e

aprendizagem, a Política não provoca uma reformulação das práticas

educacionais de maneira que sejam valorizados os diferentes potenciais de

aprendizagem no ensino comum, mas mantendo a responsabilidade da

educação desses alunos exclusivamente no âmbito da educação especial.

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº

9.394/96, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar

aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para

atender às necessidades; assegura a terminalidade especifica aqueles que não

atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude

de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados

para conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas para a

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organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas

series mediante verificação do aprendizado” (art.24, inciso V) e “oportunidades

educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus

interesses, condições de vida e de trabalho mediante cursos e exames” (art.

37).Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor

sobre a política nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,

define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os

níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da

educação especial ao ensino regular.

Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes Nacionais

para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº

2/2001, no artigo 2º, determinam que:“Os sistemas de ensino devem matricular

todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos

educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as

condições necessárias para uma educação de qualidade para todos”.

As Diretrizes ampliam o caráter da educação especial para realizar o

atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à

escolarização, porem, ao admitir a possibilidade de substituir o ensino regular,

não potencializam a adoção de uma educação inclusiva na rede pública de

ensino, prevista no seu artigo 2º.

O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca

que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a

construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade

humana”. Ao estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de ensino

favoreçam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos,

aponta um déficit referente à oferta de matrículas para alunos com deficiência

nas classes comuns do ensino regular, a formação docente, a acessibilidade

física e ao atendimento educacional especializado.

A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo

Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos

direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo

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como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão

que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas

liberdades fundamentais. Este Decreto tem importante repercussão na

educação, exigindo uma reinterpretação da educação especial, compreendida

no contexto da diferenciação, adotado para promover a eliminação das

barreiras que impedem o acesso à escolarização.

A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo

Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiências têm os

mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas,

definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou

exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de

suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem importante repercussão na

educação, exigindo uma reinterpretação da educação especial, compreendida

no contexto da diferenciação, adotado para promover a eliminação das

barreiras que impedem o acesso à escolarização.

Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP

nº1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação

de Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino

superior devem prever, em sua organização curricular, formação docente

voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as

especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.

A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras

como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam

garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a

inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos

de formação de professores e de Fonoaudiologia.

A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova diretrizes e normas para o

uso, o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille em todas as

modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braille para a

Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território

nacional.

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Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação

Inclusiva: direito à diversidade, com vistas a apoiar a transformação dos

sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo um

amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios

brasileiros para garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à oferta

do atendimento educacional especializado e à garantia da acessibilidade.

Em 2004, o Ministério Público Federal publica o documento: O

Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede

Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a

inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com

e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.

Impulsionando a inclusão educacional e social, o Decreto nº

5.296/04 regulamentou as Leis nº 10.048/00, estabelecendo normas e critérios

para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com

mobilidade reduzida. Nesse contexto, o Programa Brasil Acessível, do

Ministério das Cidades, é desenvolvido com o objetivo de promover a

acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o acesso universal aos

espaços públicos.

O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002,

visando ao acesso à escola dos alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da

Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor,

instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como

segunda língua para alunos surdos e a organização de educação bilíngüe no

ensino regular.Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividades de

Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S em todos os estados e no Distrito

Federal são organizados centros de referencia na área das altas

habilidades/superdotação para o atendimento educacional especializado, para

a orientação às famílias e a formação continuada dos professores, constituindo

a organização da política de educação inclusiva de forma a garantir esse

atendimento aos alunos da rede pública de ensino.

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A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,

aprovada pela ONU em 2006 e da qual o Brasil é signatário, estabelece que os

Estados-Partes devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos

os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento

acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão,

adotando medidas para garantir que:

• As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema

educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com

deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório,

sob alegação de deficiência.

• As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino

fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com

as mais pessoas na comunidade em que vivem (art.24).

Neste mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, os

Ministérios da Educação e da Justiça, juntamente com a Organização das

Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO lançam o

Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que objetiva, dentre as

suas ações, contemplarem, no currículo da educação básica, temáticas

relativas às pessoas com deficiência e desenvolver ações afirmativas que

possibilitem e permanência na educação superior.

Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação –

PDE, reafirmado pela Agenda Social, tendo como eixos a formação de

professores para a educação especial, a implantação de salas de recursos

multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e

a permanência das pessoas com deficiência na educação superior e o

monitoramento do acesso à escola dos favorecidos pelo Beneficio de

Prestação Continuada – BPC.

No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da Educação:

razões, princípios e programas são reafirmados a visão que busca superar a

oposição entre educação regular e educação especial.

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Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade da

educação especial nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, a

educação não se estruturou na perspectiva da inclusão e do atendimento às

necessidades educacionais especiais, limitando, o cumprimento do principio

constitucional que prevê a igualdade de condições para o acesso e

permanência na escola e a continuidade nos níveis mais elevados de ensino.

Para a implementação do PDE é publicado o Decreto nº 6.094/2007,

que estabelece nas diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a

garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às

necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo seu ingresso

nas escolas publicas.

O Censo Escolar/MEC/INEP, realizado anualmente em todas as

escolas de educação básica, possibilita o acompanhamento dos indicadores da

educação especial: acesso à educação básica, matrícula na rede pública,

ingresso nas classes comuns, oferta do atendimento educacional

especializado, acessibilidade nos prédios escolares, municípios com matricula

de alunos com necessidades educacionais especiais, escolas com acesso ao

ensino regular e formação docente para o atendimento às necessidades

educacionais especiais dos alunos.

Para compor esses indicadores no âmbito da educação especial, o

Censo Escolar/MEC/INEP coleta dados referentes ao numero geral de

matriculas, à oferta da matricula nas escolas públicas, escolas privadas e

privadas sem fins lucrativos, as matriculas em classes especiais, escola

especial e classes comuns de ensino regular, ao numero de alunos do ensino

regular com atendimento educacional especializado, as matriculas, conforme,

tipos de deficiência, transtornos do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, à infra-estrutura das escolas quanto à acessibilidade

arquitetônica, à sala de recursos ou aos equipamentos específicos, e à

formação dos professores que atuam no atendimento educacional

especializado.

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CAPÍTULO II

O SUPERVISOR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

”Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós,

deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” (Saint Exupéry)

Deve-se considerar que o supervisor é o profissional que realiza o

ato de supervisionar, dirigir, orientar e inspecionar uma atividade com uma

perspectiva crítica que se corporifica por algumas atitudes básicas em toda a

ação realizada.

Primeiro encontro aconteceu em 1976 (l Seminário de Supervisão

Pedagógica). O supervisor busca em sua pratica concreta um meio de com

eficiência obter eficácia na organização das instituições e da sociedade

escolar, e assim solucionar problemas eventuais de sua atribuição. O

supervisor escolar tem como objetivo final a melhoria do processo educativo

sua atividade é essencialmente cooperativa, saber dividir tarefas por todos para

que a soma de esforços multiplique o resultado final.

A supervisão manteve por várias décadas o controle, a vigilância e a

padronização em busca da manutenção do poder do conhecimento, cada vez

mais para uma elite privilegiada da nossa sociedade, e passou a estabelecer

padrões comportamentais a serem desenvolvidos e seguidos, alem de critérios

de aferição do rendimento escolar, visando à eficiência do ensino. O supervisor

atuava como um profissional que transmitia um conhecimento especifico, alem

de determinar e apresentar as diretrizes do trabalho, por meio de ações onde o

julgamento e as recompensas ocorriam para manter o padrão de excelência

adquirido. Os anos passam e a percepção pratica evolui, o corpo docente já é

observado, valorizado e coopera nas decisões escolares devido às leis

instituídas.

Nos anos 80, o supervisor é extinto do quadro funcional em muitas

escolas particulares, sem deixar de buscar sua identidade pedagógica reverte

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esse quadro e busca dar continuidade a curto, médio e longo prazo com

projetos, programas e medidas visando à necessidade da população escolar

que anseia por um ensino de qualidade. É uma postura consensual da

categoria de que a supervisão educacional precisa estar comprometida com

uma concepção de homem e de sociedade, que valorize essencialmente a

liberdade e a justiça social, estando, portanto, comprometida com uma

concepção de educação e de escola que atenda aos anseios dessa mesma

sociedade, em uma perspectiva democrática e democratizadora. Em função

disso, as formas de trabalho necessitam serem revistas, novas abordagens na

ação supervisora necessitam ser iniciadas e experimentadas, no sentido de

substituir a competição pela colaboração, a desconfiança pela confiança, o

individualismo pela solidariedade, a alienação pela critica e participação.

Afirma- se ser esta profissão importante para se promover uma educação

crítica e, assim, evitar-se a importação de modelos educacionais alheios à

nossa realidade.

A prática pedagógica do supervisor é uma proposta para aproximar

a realidade existente à realidade desejada. A clareza naquilo que se vai fazer

concretamente é o resultado mais desejável de uma prática pedagógica, os

objetivos a que se deseja atingir são ações concretas que tem o dever de

executar com tempo determinado, requer uma prática pedagógica real visando

o ideal.

É necessário promover a participação como palavra de ordem, tanto

no sentido de que a escola participe da vida da sociedade como na direção de

que a comunidade participe da vida da escola, deixando claro esse processo

de participação implica repartição do poder e não sua concentração. Acredita-

se que esta participação deva ser ativa e crítica, tendo a escola o dever de

exercitar a reflexão e o dialogo sobre a importância do processo democrático,

ampliando, assim, para os outros setores da vida a conquista de todas as

profissões ligadas à educação em nível nacional. Questões como

aprendizagem, conhecimento, planejamento, organização, avaliação, valores

étnicos, coletividade, democrática, comunicação devem fazer parte tanto de

sua formação profissional como instrumentos de formação continuada em seus

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estudos. “A sociedade globalizada e a humanidade, de um modo geral, estão

carentes de afeto, de compreensão, de solidariedade, de consciência”.

(Ferreira, 2002, p.19)

Além das condições básicas de vida digna e saudável, estão

faltando respeito, comprometimento e noção de pertença, não a este ou aquele

grupo, mas à categoria de seres vivos e humanos, que deveria estar acima de

qualquer espaço geográfico ocupado, e muito menos relacionado à cor da pele,

ao tipo de rosto, ao dinheiro acumulado ou ao diploma conquistado. O papel da

educação é desmitificar essa relação e promover movimentos que superem

esta passividade social.

Ir, além disso, seria simplesmente dizer que a prática pedagógica

atua com seres humanos independentes de cor, raça ou religião. Não se pode

mais aceitar o fato de que a dominação é aceita como um dado da natureza e

não é encarada como um problema resolvível pelo homem desde que também

é criado pelas relações entre os homens.

Acreditar na educação na prática pedagógica é não perder o foco de

qualidade de ensino, de conscientização do saber educacional. A função do

supervisor está em saber refletir e superar qualquer modelo de qualidade

corporativista e mercadológica educacional junto a profissionais de educação e

comunidade escolar. O supervisor pode transformar a prática pedagógica em

criadora ou reiterativa.

A prática criadora calcada na invenção e na descoberta, utiliza as

conquistas anteriores para criar novas formas de supervisionar o fazer

educativo. Já a prática reiterativa multiplica os procedimentos criados, apenas

ampliando seu alcance.

Ambas existem ao mesmo tempo no cotidiano do fazer pedagógico,

pois não se pode inventar o tempo todo e não existe empecilho quanto à

utilização de práticas pedagógicas comprovadamente eficazes. O problema

ocorre quando a repetição insistente perde a qualidade primitiva para uma

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prática burocratizada, impedindo o desenvolvimento do fazer pedagógico no

momento que surge um novo desafio.

Para Neto e Nagel (2007), a expressão transformação social designa

[...] o processo amplo, complexo e lento de mudanças que ocorre, por inúmeras razões, mas principalmente pelo surgimento de novas necessidades dos homens – de práticas, valores, princípios e características pertinentes a determinado tipo de sociedade. Considera- se por isso mesmo, a analise da transformação social extremamente importante, pois as necessidades humanas, em constante transformação, precisam ser examinadas para uma maior autoconsciência do que somos ou fazemos. O supervisor em sua prática pedagógica deve:

• Utilizar de forma correta instrumentos próprios para a construção de conhecimento pedagógico e cientifico.

• Realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos sobre temas educacionais, levando ao aprimoramento da práxis pedagógica em geral e da supervisão em especial.

• Estudar modos de ensinar diferentes linguagens, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano.

• Aplicar criticamente as diretrizes curriculares e legais.

• Relacionar as linguagens dos meios de comunicação à educação, nos processos didáticos – pedagógicos, dominando as tecnologias de informação e comunicação adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens significativas.

• Promover a continuada formação docente.

• Promover relações de cooperação entre a escola, a família e a comunidade.

• Desenvolver o trabalho em equipe, estabelecendo dialogo entre a área educacional e as demais áreas de trabalho.

• Atuar com ética e compromisso, visando à construção de uma sociedade justa e igualitária.

• Reconhecer e respeitar as manifestações e necessidades físicas, cognitivas, emocionais e afetivas dos educandos nas suas relações individuais e coletivas.

• Contribuir para o desenvolvimento humano nas dimensões física, psicológica, intelectual e social.

• Aprender a conhecer, conviver, fazer e ser (p. 4).

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Segundo Myrtes Alonso (2002, p.175), que propõem uma dimensão

ampliada à ação supervisora, voltada para o cotidiano escolar e afastada do

tecnicismo e da burocracia que, portanto tempo a caracterizaram, tendo como

foco principal a transformação da sociedade.

A supervisão assim concebida, vai muito alem de um trabalho

meramente técnico – pedagógico, como é entendido com freqüência, uma vez

que implica uma ação planejada e organizada a partir de objetivos muito claros,

assumido por todo o pessoal escolar, com vistas ao fortalecimento do grupo e

ao seu posicionamento responsável frente ao trabalho educativo. Nesse

sentido, a supervisão deixa de ser apenas um recurso meramente técnico para

se tornar um fator político, passando a se preocupar com o sentido e os efeitos

da ação que desencadeia mais com os resultados imediatos do trabalho

escolar.

O supervisor em sua prática pedagógica é a pessoa central da

formação na escola e tem com objetivo principal “criar condições de

aprendizagem e desenvolvimento profissionais” (Alarcão, 2004, p.65). A escola

deve estar organizada de modo a criar condições favoráveis ao dialogo e a

refletividade, tanto individuais como coletivas.

Para gerir essa escola reflexiva é necessário ter um projeto, um

projeto construído a partir de diagnostico inicial, um projeto vivo, dialogado e

com objetivos claros. È necessário também transformar esse projeto em projeto

ação/reflexão que é a característica da escola reflexiva: diagnosticar, refletir,

buscar caminhos a partir da analise conjunta e agir.

A escola reflexiva vê nos problemas motivo de crescimento, pois

toda busca gera a aprendizagem. Tendo a pesquisa- ação como característica

a contribuição para a mudança, em relação à escola reflexiva, esta traz em

suas veias profissionais condições de gerir sua própria ação e dialogar

constantemente com ela, pois tem como finalidade a educação.

O foco da supervisão deve ser o desempenho dos professores, o

nível de produção acadêmica dos docentes, a riqueza de sua contribuição, o

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respeito à personalidade dos profissionais da educação e sua valorização

como pessoa e educador.

A prática do supervisor exige uma constante avaliação crítica de seu

próprio desempenho, esforço continuado de aperfeiçoamento como técnico,

mas especialmente como pessoa, analise desde o planejamento do currículo

precedido de diagnose e acompanhamento de sua execução e ainda

orientação, controle e avaliação crítica.

2.1. Contexto Escolar

A discussão sobre a teoria para administração escolar é

exaustivamente analisada nos últimos tempos. Pensar uma teoria geral para a

escola é um desafio. Desafio por se viver em um período de quebra de

paradigmas, a substituição da visão da gestão mais centralizada e autoritária

por uma mais aberta, democrática e focada nos processos pedagógicos, por

esse motivo, pelos avanços nas discussões sobre as concepções da escola,

aluno, professor, homem e sociedade há grande incompatibilidade de continuar

transpondo a Teoria Geral da Administração para a escola. Miguel Russo

(2004) apontou que essa incompatibilidade está em considerar uma técnica

universal e neutra dentro de um espaço em que a heterogeneidade é fator

determinante. Pensar a escola dentro da visão empresarial é desconsiderar os

movimentos dialógicos que lhe dão vida. Criar uma Teoria da e para a

Administração Escolar significa considerar as diversidades culturais e o gestor

como representante do corpo escolar, atuando de forma dialógica, participativa

e tendo a liderança compartilhada como eixo do seu fazer diário e a formação

dos sujeitos envolvidos como prática constante.

Miguel Russo (2004) ainda aponta que criar uma teoria geral da e

para a escola requer considerar os processos pedagógicos que nela existem,

pois a escola tem dentro de si toda uma cultura organizacional que se funde e

lhe dá vida e criar uma teoria geral da escola significa:

[...] produzir um conhecimento sobre o trabalho pedagógico escolar e sua organização, voltado a melhorar qualitativamente e quantitativamente a formação dos sujeitos da educação, isto

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é, que seja um conhecimento iluminador da prática e indicador dos caminhos que transformam em verdadeira práxis criadora e reflexiva; que venha oferecer contribuições para o aumento da produtividade da aprendizagem dos alunos e produza efeitos contraditórios aos da burocracia que, enquanto forma de estruturação das organizações, é uma maneira especifica de exercício do poder, que favorece o autoritarismo e dificulta a participação e a democratização das organizações (p.29).

Desvincular da TGA (Teoria Geral da Administração) dentro da

escola requer um trabalho de conscientização muito profundo e nada simplório,

pois envolve não apenas os profissionais ligados a administração, mas também

professores e pais, direcionando a todos novas formas de pensar. A TGA está

tão enraizada que acreditar em mudanças é pensar em outro tipo de

organização escolar, fora da visão tecnicista, autoritária e de fazeres

mecânicos, sem reflexão e sem vida. Sugere-se então que as organizações

escolares aproveitem os conhecimentos da realidade prática para “Construir

seus modelos explicativos, isto é, valorizar o conhecimento das formas

concretas de gestão escolar, direcionando- o à formulação de hipóteses de

solução para os problemas identificados” (RUSSO, 2004, p.34).

Ser regida pelos próprios processos pedagógicos induz a uma

escola reflexiva que transforma sua práxis em criação e reflexão. Pensar uma

Teoria Geral para a Escola é vê-la dentro de sua heterogeneidade, onde

modelos de administração não cabem, incluindo posturas autoritárias e

professores cumpridores de currículos – pré- estabelecidos e engessados. É

enxergá-la dentro de sua diversidade, onde todos são aprendizes e refletem

constantemente sobre seus afazeres. A Teoria Geral para a Escola tem no seu

bojo o dialogo a participação, a liderança compartilhada, a gestão democrática.

Essa teoria só é possível numa escola reflexiva.

2.2. Escola Reflexiva

Escola reflexiva é aquela que une teoria e prática, prática e teoria,

ambas caminhando juntas, ou seja, a teoria enriquecendo o fazer diário, a

experiência.

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A reflexão sobre o que vem a ser “teoria” é necessária para clarear e

desmitificar conceitos e “medos”. Muitos professores sentem medo ao ouvir

essa palavra, consideram que ela está totalmente fora da realidade de sala de

aula ou às vezes nem conseguem enxergar onde elas se apresentam.

Segundo o dicionário Lorouse Cultural (1992) teoria é:

1 – Conjunto organizado de princípios, regras e leis científicas que visam descrever e explicar certo conjunto de fatos.

2 – Conjunto relativamente organizado de idéias, conceitos e princípios que fundamentam uma atividade, e que lhe determinam a prática (p. 1081)

Dessa forma a teoria é o que fundamenta nossas ações.

Toda ação humana é marcada por uma intenção consciente ou inconsciente. Sempre podemos encontrar aspectos teóricos em nossas ações, ou seja, aspectos de desejo, de imaginação e finalidades. Sempre podemos analisar nossas ações perguntando-nos pelas intenções que as cercam (CHRISTOV, 2005, p. 32).

A análise das ações favorece a clareza das intenções, induzindo ou

não para as possíveis soluções. Toda ação tem uma teorização e requer um

esforço de todos envolvidos no processo escolar, pois a construção teórica se

dá quando conseguimos ler nossas experiências através do viés da analise das

intenções.

A teoria se constrói ao longo da vida, nos processos de formação

inicial ou continuada, nas experiências e nas vivencias. Para fazer a analise da

ação, a escola necessita mudar de postura e adotar uma metodologia

diferenciada. A escola reflexiva vê os problemas motivo de crescimento, pois

toda busca gera aprendizagem. Está construída a partir da pesquisa-ação, pois

a escola é um local onde se produz conhecimento sobre educação, traz dentro

de suas veias profissionais condições de gerir sua própria ação. Sua base é a

formação em serviço, visto que a avaliação constante das práticas conduz ao

aprendizado. Precisa ser gerida por um corpo reflexivo: A equipe pedagógica,

estendida ao diretor, diretor adjunto, coordenadores, supervisores, orientadores

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e professores. Tem como função gerir a forma participativa, cooperativa e

educativa.

Essa escola reflexiva é baseada na inclusão, traz para si todo o

corpo de alunos e professores num movimento de conhecer-se e se fazer

conhecer, respeitando as individualidades, vivencia e limitações.

O Supervisor Pedagógico tem na equipe pedagógica o apoio para as

discussões, nos professores os problematizadores do seu fazer, sua ação

induz ao crescimento profissional nos mesmos e seu próprio. Contribui para

formação dos professores articulando a teoria e a prática, busca elo do seu

saber e o conhecimento profissional dos professores, interagindo, mediando,

intervindo, problematizando e questionando as vivencias escolar num

movimento de aprendizagem continua e mútua. Acompanhar as práticas dos

professores com vistas à continuidade de sua formação no interior da escola é

o papel fundamental do Supervisor. A escola reflexiva necessita ter um projeto

construído a partir de um diagnóstico inicial, um projeto vivo, dialogado e com

objetivos claros; transformar esse projeto em ação/reflexão é característica da

escola reflexiva; como também professores igualmente reflexivos, que pensem

e programem ações visando uma qualidade de ensino e aprendizagem.

Gestão, Formação e Ação não são elementos hierárquicos numa

escola reflexiva, são elementos que interagem, se fundem, se completam onde

o diálogo é o fator determinante. Segundo a concepção reflexiva, pressupõe o

seu desenvolvimento, para que seja capaz de ser autocrítico, de realizar uma

análise do seu procedimento e que seja capaz de adquirir competências

cognitivas e relacionais. Assim considerando os estudos de Pollard e Tann,

destaca-se:

Ø Empírica: para saber o que está acontecendo nas classes,

deve recolher e descrever dados, situações, causas e efeitos.

Ø Analítica: uteis para emissão de juízos sobre eventos e

resultados da classe.

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Ø Estratégicas: saber planificar a ação e antecipar a sua

implementação de acordo com a análise feita.

Ø Práticas: estar apto a estabelecer relações entre a análise e a

prática, assim como entre os fins e meios para alcançar um

bom efeito.

Ø Comunicação: saber comunicar e partilhar suas idéias com os

outros colegas.

2.3. Abrangências e a Função Supervisora

Em função do ensino aprendizagem o Supervisor abrange diversas

funções que lhes é peculiar como: Supervisão do currículo, dos programas, de

livros didáticos, do planejamento de ensino, dos métodos de ensino, da

avaliação, da recuperação, do projeto da escola e pesquisa.

2.3.1. A Supervisão do Currículo

O currículo da escola básica – Ensino Fundamental e Médio – tem

parâmetros legais e pedagógicos reformulados no fim dos anos 90. Os

parâmetros legais do currículo no ensino fundamental encontram na Resolução

nº2/98 do Conselho Nacional de Educação (CNE) uma das principais

referencias normativas.

Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso

para qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A base comum

nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno de um

paradigma curricular que vise a estabelecer a relação entre a educação

fundamental. A vida cidadã, através da articulação entre vários dos seus

aspectos. (Ferreira, 2002, p.78-79).

1 – A saúde

2 – A sexualidade

3 – A vida familiar e social

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4 – O meio ambiente

5 – O trabalho

6 – A ciência e a tecnologia

7 – A cultura

8 – As linguagens

Temas da vida cidadã em uma perspectiva de contextualização e

interdisciplinar são princípios especiais da nova proposta curricular na

Resolução nº2/98, onde o supervisor deve atender aos aspectos citados.

2.3.2. A Supervisão dos Programas

Os programas de cada disciplina são construções coletivas de

professores. O supervisor deve incentivar e planejar oportunidades nas quais

se reúna professores de diversas disciplinas de um mesmo ano e de uma

mesma disciplina de diversos anos. Os valores da vida entre outros temas

relevantes do desenvolvimento sócio cognitivo são referencias para a

integração de conteúdos e tratamento interdisciplinar e contextualizado.

2.3.3. A Supervisão da Escolha de Livros Didáticos

A escolha deve ser coletiva com os demais educadores que

ministram a mesma disciplina. É importante que no momento da escolha se

perceba a atenção, participação e critério do corpo docente. Deve ser

planejado e organizado pela escola o momento que as editoras oferecem livros

e os professores decidam qual escolher. Não se deve limitar o conhecimento

do aluno apenas em livros didáticos. Os docentes e discentes tem o poder e o

dever de buscar outros meios de aquisição de conhecimento. Essas

orientações fazem parte da função supervisora.

2.3.4. A Supervisão do Planejamento de Ensino

Prevê ações didáticas como: objetivos, conteúdo, procedimentos,

avaliação e bibliografia. O plano é um encaminhamento de ações refletidas em

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conjunto. Orientar critérios e conceitos, supervisionar e avaliar faz parte do

planejamento.

2.3.5. A Supervisão dos Métodos de Ensino

Técnicas e métodos de ensino são meios didáticos que na

aprendizagem encontram sentido e finalidade e se fazem de acordo com

conteúdos previstos no currículo escolar. A função supervisora deve estar

atenta às técnicas e métodos aplicados nas aulas pelos professores e, no

momento em que observar a monotonia; disponibilizar recursos para

reciclagem e formação continuada de professores. Assim com este

procedimento podem-se verificar alunos motivados e a aprendizagem mais

significativa.

2.3.6. A Supervisão da Avaliação

O supervisor que concretamente tem na prática, a vivência das

dificuldades, dos desdobramentos pedagógicos e sociais da avaliação, pode

tentar melhorar através de reformulações dos conceitos da forma de avaliar os

alunos, prevista no Projeto Político Pedagógico da Escola.

Reavaliar os conceitos, procedimentos e instrumentos com que se

verificam os produtos de aprendizagem, procura meios de qualificar e

contextualizar a avaliação institucional, na qual serão avaliados todos os

setores da instituição escolar.

2.3.7. A Supervisão da Recuperação

Supervisionar a recuperação é coordenar a atividade que no dia a

dia se explique, exemplifique todo o conteúdo que o professor observar que o

aluno e métodos mais significativos e associados as suas experiências.

2.3.8. A Supervisão e o Projeto da Escola

O Supervisor deve participar da construção do Projeto Político

Pedagógico, este documento deve conter tudo o que se pretende desenvolver

dentro da escola de maneira clara e objetiva de modo que todos ao realizar a

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consulta passa compreender facilmente o objetivo proposto no Projeto Político

Pedagógico. Anualmente o Projeto Político Pedagógico deve ser reavaliado em

sua aplicabilidade e funcionalidade, deve conter a finalidade da educação, da

escola, histórico, origem, percurso, contexto do bairro, da cidade, do estado,

objetivos específicos, a comunidade, pais e sua participação, organização

estrutural e funcional; os planos dos setores, o currículo, o processo de

avaliação, recuperação e outros elementos sobre a instituição escolar.

2.3.9. A Supervisão e a Pesquisa

A pesquisa é objetivo comum que motiva, mobiliza e aproxima

professores e setores. É focalizada pela supervisão de modo a entender que o

professor é participante de investigações, e que a escola é instância de ensino

e de produção de conhecimento. Amplia os horizontes de suas contribuições à

comunidade que utiliza seus serviços, e a educação sintetizada nela.

Educação se faz com discernimento, ousadia, pesquisa,

determinação, trabalho participativo e muito mais, daí o supervisor ser incluído

no processo dinâmico educacional, onde o bom, o melhor está para acontecer.

A supervisão foi, é e será sempre necessária.

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CAPÍTULO III

SUPERVISÃO E INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA -

CAMINHOS

Breve Histórico da Educação Física – Sendo a Educação Física uma

pratica pedagógica surge à necessidade de diferentes momentos históricos,

que origina diferentes entendimentos.

No âmbito da escola, o exercício físico na forma cultural de jogos,

ginástica, dança, equitação surge na Europa no final do século XVIII e inicio do

século XIX. Esse é o tempo da formação dos sistemas nacionais de ensino

característicos da sociedade burguesa daquele período. A Europa constitui-se

em um palco da construção e consolidação de uma nova sociedade – a

sociedade capitalista – onde o exercício físico tem papel destacado. Torna-se

necessário “construir” um novo homem: mais forte, mais ágil, mais

empreendedor. Como a riqueza produzida por essa nova sociedade “pertencia”

a poucos, a miséria “pertencia” a muitos: exatamente àqueles que produziam a

riqueza exaurindo as forças de seu próprio corpo. Os exercícios físicos

passaram a ser entendidos como “receita” e “remédio”. Julgava-se que através

deles, e sem mudar as condições materiais de vida a que estava sujeito o

trabalhador daquela época, seria possível adquirir o corpo saudável, ágil e

disciplinado exigido pela nova sociedade capitalista. É preciso ressaltar que em

relação às condições de vida e de trabalho, passado bastante tempo esse

quadro pouco se alterou no Brasil.

O trabalho físico então na Europa dos anos oitocentos passa a

merecer atenção das autoridades estatais e liga-se aos cuidados físicos com o

corpo. Cuidar do corpo passa a ser uma necessidade concreta que devia ser

respondida pela sociedade do século XIX. A força de trabalho produzida pelo

corpo é fonte de lucro.

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Assim praticas pedagógica como Educação Física foram pensadas e

postas em ação uma vez que aos interesses da classe social hegemônica

naquele período histórico.

A preocupação com a inclusão dos exercícios físicos nos currículos

escolares remonta o século XVIII com Guths Muths, contribui também na

Alemanha com o surgimento das Escolas de Ginástica (Turnvereine) já no

século XIX. Na forma de associações livres essas escolas difundem para

outros países da Europa e Américas.

Desenvolver e fortalecer física e moralmente os indivíduos era,

portanto uma das funções da Educação Física no sistema educacional e uma

das razões para sua existência. No desenvolvimento do conteúdo da Educação

Física escolar o medico higienista tem um papel destacado, seu conhecimento

de ordem biológica vai orientar a função a ser desempenhada pela Educação

Física na escola: desenvolver aptidão física dos indivíduos. As aulas eram

ministradas por instrumentos do exercito que traziam os rígidos métodos

militares da disciplina e da hierarquia. Esse fato é à base da construção da

Educação Física escolar, calcada nas normas e valores próprios da instituição

militar. Constrói nesse sentido um projeto de homem disciplinado, obediente,

submisso, profundo respeitador da hierarquia social.

No Brasil nas quatro primeiras décadas do século XX foi marcante

no sistema educacional a influencia dos métodos Ginásticos e da Instituição

Militar. Ressalta-se que o auge da militarização da escola corresponde à

execução do projeto de sociedade idealizado pela ditadura do Estado Novo.

Nesse período a Educação Física escolar era entendida como atividade

exclusivamente prática, fato que contribuiu para não diferenciá-la da instrução

física militar. Destaca-se que nessa época os profissionais de Educação Física

que atuavam nas escolas eram os instrutores formados pelas instituições

militares. Somente em 1939 foi criada a primeira escola civil de formação de

professores de Educação Física ( Brasil, Decreto Lei nº 1212, de 17 de abril de

1939).

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Após a Segunda Guerra Mundial que coincide com o fim da ditadura

do Estado Novo no Brasil, surgem outras tendências disputando a supremacia

no interior da instituição escolar. Destaca-se o Método Natural Austríaco e o

método da Educação Física Desportiva Generalizada. Predomina neste ultimo

a influencia do esporte, tornando assim o esporte na escola e não o esporte da

escola. Tal fato indica a subordinação da educação física aos códigos/sentidos

da instituição esportiva, caracterizando-se o esporte na escola como um

prolongamento da instituição esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo

nacional e internacional. Esses códigos se resumem em: princípios de

rendimento atlético/desportivo, competição, comparação de rendimento e

recordes, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vitoria,

racionalização de meios e técnicas. O esporte determina dessa forma o

conteúdo da educação física, novas relações entre professor e aluno são

criadas. Não há diferença entre treinador e professor, pois os professores são

contratados pelo seu desempenho na atividade desportiva.

Nas décadas de 70 e 80 surgem movimentos renovadores na

educação física. Entre eles se destacam a Psicomotricidade (privilegia o

desenvolvimento psicomotor) e Humanista (privilegia o principio filosófico)

Em 1985 a tendência liberal não diretiva trata de desenvolver

atitudes de cooperação e solidariedade a fim de inserir no meio social o

individuo, procurar reconhecer os limites de cada individuo e seus aspectos a

ser superado. Nasce então uma nova Educação Física escolar, preocupada

com a mente o corpo e a alma. Uma Educação Física Integral e Interdisciplinar,

plena e total, onde acontece a reflexão e entendimento das manifestações

culturais que envolvem o movimento sendo então Educação de Corpo Inteiro.

3.1. A Inclusão de Todos

Trabalhar com a diversidade muitas vezes preocupa quando chegam

até a escola alunos chamados “alunos de inclusão” professores quase sempre

reage com certo desconforto, isto porque geralmente não receberam formação

para trabalhar com estes alunos e/ou tem pouca ou nenhuma informação sobre

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os processos de aprendizagem e desenvolvimento destes alunos. A inclusão

não é responsabilidade somente do regente da turma, na verdade é o coletivo

da escola que constitui uma rede real de suporte para os casos de inclusão. E

geralmente só com a participação total ou parcial do corpo docente é que se

podem efetuar mudanças necessárias na apropriação e uso dos espaços, na

organização do tempo, na formação de contexto de desenvolvimento adequado

para os alunos de inclusão.

A inclusão implica em desenvolvimento humano, formação da

pessoa, e não se limita à socialização do aluno, no contexto escolar. Toda

criança que chega a escola pela primeira vez necessariamente passa por um

processo de socialização, uma vez que ela precisa se apropriar da cultura

escolar, isto é, do conjunto de comportamentos, normas e regras que são

específicos do contexto escolar.

A inclusão de alunos com alguma forma de impedimento de

natureza biológica pressupõe a criação de uma pedagogia para a diversidade,

isto é, uma pedagogia que se oriente para criar vários caminhos possíveis de

ensino, a fim de que a aprendizagem deles decorrentes leve cada aluno a um

processo amplo de formação humana. Condição para esta pedagogia é a

compreensão dos diversos caminhos possíveis, de acordo com o impedimento

biológico existente. É importante ressaltar que o desenvolvimento é de

natureza biológica e cultural, uma ação ou serie de ações que irão ampliar as

formas de atividades aliadas a um contexto (rico) de formação humana propicia

um desenvolvimento cultural amplo e diversificado, que por sua vez acaba por

modificar a condição biológica existente. Não há estado puro e imutável

biológico, mas processos que são mais ou menos complexos, possibilitadores

de desenvolvimento, segundo o contexto e a ação dos adultos. Ou seja, é a

execução do movimento que define a sua possibilidade. Educação Inclusiva

significa, portanto, comportamentos novos para todos na escola. O diverso

está, também, na normalidade há uma idéia equivocada de que o “normal” seja

acompanhado do “homogêneo”. As pessoas que não tem nenhum tipo de

impedimento de origem biológica apresentam entre si uma gama enorme de

diferenças. Na espécie humana, podemos dizer que a diferença é normal.

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Nesta perspectiva, é importante olhar as pessoas com o que chamamos de

deficiências ou necessidades especiais numa ótica humana, de formação e de

desenvolvimento.

Com os avanços teóricos na Educação, e também na Educação

Física, novas abordagens vêm surgindo, e a LDB e os Parâmetros Curriculares

Nacionais, vêm contribuindo para levar a disciplina a um lugar de destaque na

“formação de cidadãos críticos, participativos e com responsabilidades sociais”.

Porém, com todos estes avanços na Educação física escolar ainda está

enraizado um modelo Biológico de homem, e muitos profissionais ainda estão

preocupados com o corpo e suas capacidades fisiológicas, mantendo-se assim

educação física ainda muito seletiva.

A LDB em seu artigo 26 no parágrafo 3º diz que a Educação física

está integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular da

educação básica, ajustando-se às condições da população escolar.

Segundo os PCNs, que é um documento que traz subsídios para

os profissionais da área de educação física, onde a proposta curricular é incluir

os temas transversais nas aulas, que são Ética, Saúde, Meio Ambiente,

Orientação Sexual, Pluralidade Cultural e Orientação para Trabalho e

Consumo, o professor deve estimular uma reflexão, e assim contribuir para

uma visão crítica da disciplina dentro do meio social, assim sendo a educação

física reflete uma mudança no seu objetivo onde um deles é formar cidadãos e

não formar atletas, tendo visto que um de seus principais objetivos no ensino

fundamental é que os alunos sejam capazes de participar de atividades

corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros,

reconhecendo e respeitando características, físicas e de desempenho de si

próprio e dos outros, sem discriminar por características, pessoais, físicas,

sexuais ou sociais.

Com isso as aulas de Educação física devem propiciar aos alunos

através de atividades corporais uma atitude construtiva com os portadores de

necessidades educativas especiais, possibilitando uma atitude de respeito,

aceitação e solidariedade.

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O professor de Educação física deve desenvolver as potencialidades

de seus alunos, portadores de necessidades educativas especiais e não excluir

das aulas.

3.2. A Prática

É conveniente o professor de Educação Física considerar alguns

aspectos fundamentais, necessários e já conhecidos para uma melhor

adequação das tarefas ao tipo de necessidade (como forma de minimizar as

barreiras para a aprendizagem) que os alunos possam apresentar.

Destacamos:

1. Aprendizagem global versus aprendizagem por partes - a

aprendizagem por partes é conveniente quando a complexidade da tarefa vai

aumentando. A demonstração do modelo total pode ser o mais adequado

quando o movimento não pode ser decomposto ou quando a tarefa se

apresenta de fácil execução. O objetivo é conseguir que o aluno perceba a

globalidade do ato motor e seja capaz de executá-lo.

2. Importância da propriocepção na aprendizagem de uma

habilidade motora - a aprendizagem do movimento é influenciado e facilitado

pela percepção cinestésica. Assim o aluno pode vivenciar o movimento,

visualizar, apontar no outro, observar e comparar os seus movimentos com o

do colega.

3. Capacidade lingüística - é de suma importância que o professor

conheça a capacidade lingüística de seus alunos, já que a comunicação verbal

é um dos meios mais utilizados no processo de aprendizagem motora.

4. Tipo de ajuda prestada - o professor de Educação Física deverá

prestar ajuda ao aluno que necessite dela para executar o movimento,

procurando escolher a que seja mais adequada à situação, seja ela verbal ou

por demonstração. Em alguns casos a ajuda manual ou mecânica poderá ser

necessária para os portadores de deficiência mais comprometidos ou à medida

que aumente a complexidade da resposta motora. No caso do portador de

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deficiência visual a ajuda verbal se configura como elemento básico a ser

utilizado pelo professor, constituindo-se em muitas ocasiões no elemento que

desencadeia o movimento. Pelo contrário, no caso dos portadores de

deficiência mental o tipo de ajuda verbal poderá ser descartado em numerosas

ocasiões devido às dificuldades de compreensão da mensagem (quando estas

são muito longas).

5. Conhecimento dos resultados - o conhecimento dos resultados

por parte dos alunos se constitui em fator motivacional para a execução do

movimento ou tarefa por ele realizado, possibilitando feedback válido de sua

performance. O professor deve assegurar-se de que o aluno compreendeu a

tarefa, entretanto, se não houver esta compreensão o professor poderá

recorrer a diferentes estratégias que permitam o entendimento da mensagem

emitida. Geralmente, é no aluno portador de deficiência mental onde com mais

freqüência e facilidade vão surgir os problemas de compreensão (Bueno e

Resa, 1995).

A Educação Física escolar deve ter como objetivo fundamental e

central os/as diversos/as alunos e alunas. As aulas, nessa disciplina

especificamente, devem atender a todos/as a partir do reconhecimento das

limitações que emanam das características de cada corpo, procurando

estimular as suas potencialidades, favorecendo as trocas de conhecimento e

respeitando a pluralidade cultural existente em uma aula de Educação Física.

Disposição, boa vontade e determinação para quebrar conceitos

antigos são alguns requisitos necessários para os professores tornarem sua

classe inclusiva. Na nossa disciplina, esse princípio traz um grande benefício

para todos os alunos, mesmo para os que não têm deficiências. Isso porque a

grande parte deles se descobre capaz de praticar atos solidários e

cooperativos, aumentando sua tolerância e compreensão em relação aos

outros, o que é muito importante, ainda mais na nossa sociedade, altamente

competitiva.

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É preciso criar nos nossos alunos o gosto pelo trabalho solidário e

cooperativo, realizando atividades em que possam demonstrar o conhecimento

aprendido em outras aulas ou em outras situações fora da escola e auxiliar

seus colegas com ou sem deficiência.

Com isso, estaremos fazendo a nossa parte no desenvolvimento de

pessoas que sabem respeitar os outros de fato, independentemente de serem

portadores de deficiências físicas, orgânicas ou técnicas.

3.3. O Supervisor e a Educação Física Inclusiva

A Supervisão de Educação Física é responsável pela observação,

orientação e reflexão de seus professores sobre a prática da Educação Física

nas escolas, priorizando adequá-la a Matriz Curricular.

3.3.1. Objetivos da Supervisão

§ Buscar apoio pedagógico para professores;

§ Oferecer parcerias;

§ Zelar pela qualidade da Educação Física;

§ Promover Formação Continuada;

Acredito que uma prática compartilhada acontecerá quando a

Educação Física Inclusiva for entendida, por todos os atores da escola:

diretores, supervisores e professores, como um componente curricular, que

tem sua importância na formação humana. O coordenador educacional precisa

ter uma postura crítica quanto à problemática dos professores não-graduados

em educação física, e exigir que se faça respeitada a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação - LDB, Lei 9394/96.

É um contra-senso se falar de educação de qualidade se essa

educação de qualidade não atinge o ser humano, como um todo, em seus

aspectos: cognitivo, social, motor e afetivo. Nega-se para esses cidadãos a

possibilidade de conhecer e vivenciar diferentes manifestações da cultura

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corporal (jogos, lutas, esportes, ginástica, danças...) produzidas pela

humanidade no decorrer dos tempos. Afinal para que serve a escola, se não

para difundir, ressignificar e transformar conhecimentos dos nossos

antepassados? Estamos negando essa possibilidade de conhecer aos nossos

alunos, e os supervisores têm um papel fundamental nessa busca pelo

conhecimento.

Para uma formação continuada dentro da própria escola, são

necessárias: a presença dos professores de educação física dentro das

reuniões pedagógicas e os supervisores possuírem saber disciplinares sobre

educação física.

A presença de professores de Educação Física nas reuniões é uma

condição necessária para que aconteçam processos interdisciplinares,

buscando-se relações com as disciplinas da área de conhecimento de

comunicação, a qual pertence (português, línguas estrangeiras e educação

artística) além das outras áreas de conhecimento. O planejamento deve ser

conjunto com os professores de Educação Física (projetos, objetivos e

conteúdos que serão desenvolvidos durante o ano letivo).

Quanto aos supervisores possuírem saber disciplinares

Vasconcellos (2002) nos afirma que:

O supervisor deve ter uma sólida formação em termos de uma concepção de educação e de seus fundamentos epistemológicos e pedagógicos, aliada a um conhecimento dos conceitos fundamentais de cada área do saber, bem como a uma cultura geral que lhe permite ter uma visão de totalidade da prática educativa.

Esse conhecimento dos conceitos fundamentais da Educação Física

instrumentalizará os supervisores a não permitir que esse os professores

utilizem apenas os esportes como único conteúdo, que chamamos

anteriormente de esportivização da Educação Física e auxiliando os mesmos

para o aprofundamento teórico-prático e a realização ampla e total da

Educação Física Inclusiva.

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A inclusão é, pois, um desafio, que ao ser devidamente enfrentado

pela escola comum, provoca a melhoria da qualidade da Educação Física

Inclusiva no Brasil, à proporção que, para cada aluno com ou sem deficiência,

poder exercer seu direito à educação com plenitude, é imprescindível que essa

instituição escolar intensifique as suas práticas pedagógicas, no intuito de

atender as diferenças. Esse aprimoramento é primordial, no sentido de que os

discentes possam passar pela experiência educacional e dela tirar proveito,

pois só assim os mesmos podem alcançar o conhecimento.

A construção de uma sociedade inclusiva pauta-se em mudanças de

panorama, de paradigmas e de ações, de forma que seja apoiada uma nova

prática social que viabilize instituições inclusivas que atendam a todos,

independentemente de suas necessidades educacionais especiais, como

garantia da participação de todos nesse processo. E o Supervisor com sua

sabedoria somada a sua pratica realizará condições precisas e uteis ao

professor de Educação Física em todo o processo educacional. Sem deixa de

portanto relacionar conceitos existentes na disciplina no primeiro segmento do

ensino fundamental.

3.3.2. Conceitos Relacionados com os Aspectos Motores

• Consciência corporal;

• Habilidades motoras;

• Capacidades físicas;

• Equilíbrio do corpo com ou sem materiais;

• Flexibilidade;

• Alongamento;

• Cuidados e problemas posturais.

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3.3.3. Conceitos Relacionados com os Aspectos Bio-

Fisiológicos

• Membros superiores e membros inferiores;

• Detalhes no corpo;

• Hidratação;

• Perda de liquido durante a atividade física;

• Freqüência cardíaca;

• Sistema cardiorespiratório;

• Esqueleto e músculos;

• Ligamentos e tendões;

• Musculatura estriada e musculatura lisa;

• Músculo cardíaco;

• Relaxamento e contração muscular;

• Resistência muscular;

• Relação entre músculos e articulações;

• Resistência cardiorespiratório;

• Doenças do coração e atividades físicas;

• Regulação da temperatura;

• Problemas causados pela falta e excesso de movimentação;

• Sudorese.

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3.3.4. Conceitos Relacionados com os Aspectos Sócio-Culturais

• Histórico de jogos e brincadeiras populares;

• Possibilidades de fazer parte de algum grupo;

• Diferença entre jogo e esporte;

• Papel da educação física;

• Conceituar esporte;

• Resgate de jogos e brincadeiras tradicionais;

• Histórico das Olimpíadas;

• Influência da mídia.

• Conceitos relacionados com o meio ambiente

• Blocos e sólidos geométricos;

• Movimentar-se nas demais atividades do dia-a-dia e do lazer;

• Influência da forma, peso e dimensões dos objetos;

• Influência do tempo e espaço;

• Influência da tecnologia;

• Influência do tipo de piso, das intempéries climáticas;

• Influência do fumo e da poluição na atividade física.

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CONCLUSÃO

Ao privilegiar o tema A Visão do Supervisor nas Práticas Esportivas

Inclusivas no 1º Segmento do Ensino Fundamental pode-se constatar, que a

evolução acontece. Porem para que a mudança ocorra sem interrupções, faz-

se necessário um envolvimento maior da sociedade e do governo.

A pesquisa observou que ainda existem contrapontos a serem

vencidos, dentre eles a formação continuada do professor de Educação Física,

ação permanente dos familiares e a troca de conhecimentos entre supervisores

e o corpo docente.

A escola inclusiva deve adaptar-se ao aluno e não acontecer o

contrário. Nesse contexto observei que muito ainda precisa ser feito, a

insegurança dos professores, a falta de consciência dos familiares e a

adaptação dos recursos materiais ainda caminha a passos lentos.

A pesquisa observou que a Educação Inclusiva está protegida e

respaldada por Leis tanto Nacionais como acordos Internacionais que fazem a

Inclusão um Direito de Todos e um Dever do Estado.

A prática nos ensina que para ter Inclusão faz-se necessário uma

equipe multidisciplinar para apoio dos alunos.

Nossa sociedade precisa entender que a Inclusão é uma ação de

todos. Devemos aceitar o diferente sem torná-lo desigual, somando então em

suas vidas recursos especiais.

É na Interação com Pessoas Diferentes que passamos a conhecer

com mais intensidade outras formas de lidar com a realidade que nos cerca,

procurando saídas diferentes daquelas comumente utilizadas.

Concluo que a sociedade, governo, educadores e familiares passem

a aceitar o desafio da mudança, aceitando a pluralidade e a complexidade da

vida, sem esquecer da individualidade dos alunos e assim construir um

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caminhar consciente, respeitoso e digno para uma efetiva transformação do

ser.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 EPÍGRAFE 05 RESUMO 06 METODOLOGIA 07 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I Inclusão: Leis e Atuações 11 1.1. Marcos Políticos Legais da Educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva 13 CAPÍTULO II O Supervisor e a Prática Pedagógica 22 2.1. Contexto Escolar 27 2.2. Escola Reflexiva 28 2.3. Abrangências e a Função Supervisora 31 2.3.1. A Supervisão do Currículo 31 2.3.2. A Supervisão dos Programas 32 2.3.3. a Supervisão da Escolha de Livros Didáticos 32 2.3.4. A Supervisão do Planejamento de Ensino 32 2.3.5. A Supervisão dos Métodos de Ensino 33 2.3.6. A Supervisão da Avaliação 33 2.3.7. A Supervisão da Recuperação 33 2.3.8. A Supervisão e o Projeto da Escola 33 2.3.9. A Supervisão e a Pesquisa 34 CAPÍTULO III Supervisão e Inclusão na Educação Física - Caminhos 35 3.1. A Inclusão de Todos 37 3.2. A Prática 40 3.3. O Supervisor e a Educação Física Inclusiva 42 3.3.1. Objetivos da Supervisão 42 3.3.2. Conceitos Relacionados com os Aspectos Motores 44 3.3.3. Conceitos Relacionados com os Aspectos Bio-Fisiológicos 45 3.3.4. Conceitos Relacionados com os Aspectos Sócio-Culturais 46 CONCLUSÃO 47 BIBLIOGRAFIA 49