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E M E N T A Órgão : 3ª TURMA CRIMINAL Classe : HABEAS CORPUS N. Processo : 20150020090689HBC (0009163-13.2015.8.07.0000) Impetrante(s) : DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL Autoridade Coatora(s) : JUÍZO DO PLANTÃO CÍVEL E CRIMINAL DO DISTRITO FEDERAL Relator : Desembargador JESUINO RISSATO Acórdão N. : 861682 PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO EM CONCURSO DE AGENTES. CORRUPÇÃO DE MENORES. FALSA IDENTIDADE. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. ORDEM CONCEDIDA. 1. Ausentes os requisitos permissivos da prisão preventiva insculpidos nos artigos 312 e 313, ambos do CPP, a liberdade provisória da paciente se impõe, sem prejuízo da fixação, pelo juízo processante, de outras medidas cautelares previstas no artigo 319, do mesmo diploma legal. 2. Trata-se de crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, inexistindo, pois, evidência de periculosidade capaz de colocar em risco a ordem pública. 3. Ordem concedida. Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios Fls. _____ Código de Verificação :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 1

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  1. 1. E M E N T A rgo : 3 TURMA CRIMINAL Classe : HABEAS CORPUS N. Processo : 20150020090689HBC (0009163-13.2015.8.07.0000) Impetrante(s) : DEFENSORIA PBLICA DO DISTRITO FEDERAL Autoridade Coatora(s) : JUZO DO PLANTO CVEL E CRIMINAL DO DISTRITO FEDERAL Relator : Desembargador JESUINO RISSATO Acrdo N. : 861682 PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO EM CONCURSO DE AGENTES. CORRUPO DE MENORES. FALSA IDENTIDADE. PRISO PREVENTIVA. AUSNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. ORDEM CONCEDIDA. 1. Ausentes os requisitos permissivos da priso preventiva insculpidos nos artigos 312 e 313, ambos do CPP, a liberdade provisria da paciente se impe, sem prejuzo da fixao, pelo juzo processante, de outras medidas cautelares previstas no artigo 319, do mesmo diploma legal. 2. Trata-se de crime cometido sem violncia ou grave ameaa pessoa, inexistindo, pois, evidncia de periculosidade capaz de colocar em risco a ordem pblica. 3. Ordem concedida. Poder Judicirio da Unio Tribunal de Justia do Distrito Federal e dos Territrios Fls. _____ Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 1
  2. 2. A C R D O Acordam os Senhores Desembargadores da 3 TURMA CRIMINAL do Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios, JESUINO RISSATO - Relator, JOS GUILHERME - 1 Vogal, HUMBERTO ULHA - 2 Vogal, sob a presidncia do Senhor Desembargador JESUINO RISSATO, em proferir a seguinte deciso: CONHECIDO. CONCEDEU-SE A ORDEM. EXPEA-SE ALVAR DE SOLTURA. UNNIME., de acordo com a ata do julgamento e notas taquigrficas. Brasilia(DF), 16 de Abril de 2015. Documento Assinado Eletronicamente JESUINO RISSATO Relator Fls. _____ Habeas Corpus 20150020090689HBC Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 2
  3. 3. Alega o impetrante, em apertada sntese, que a constrio cautelar encontra-se eivada de ilegalidade, por inexistirem motivos hbeis a justificar a priso preventiva da paciente. Sustenta que a autuada primria e que o bem furtado de pequeno valor. Requer, ento, a revogao da priso preventiva. A liminar foi deferida s fls. 39/40. As informaes foram prestadas s fls. 44/45. A douta Procuradoria de Justia oficiou pela concesso da ordem s fls. 48/52. o relatrio. R E L A T R I O Cuida-se de habeas corpus impetrado em favor de ERIKA LUCIA NASCIMENTO DOS SANTOS em face de deciso proferida pelo MM. Juzo da Primeira Vara Criminal de Braslia que converteu sua priso em flagrante em preventiva por suposta infrao ao art. 155, 4, IV, do CP em concurso com os delitos do art. 244-B da Lei 8.069/90 e art. 307 do CP. Fls. _____ Habeas Corpus 20150020090689HBC Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 3
  4. 4. Conforme relatado, o impetrante investe contra deciso que converteu em preventiva a priso em flagrante da paciente, autuada por suposta infrao ao art. 155, 4, IV, do CP em concurso com os delitos do art. 244-B da Lei 8.069/90 e art. 307 do CP. Eis os fundamentos da r. deciso objurgada: (...) H elementos de materialidade e autoria, especialmente diante dos termos de depoimentos e auto de apreenso, conforme descritos no APF. Os crime atribudos autuada so dolosos e punidos com pena privativa de liberdade superior a 04 anos (art. 313, I, CPP). Ao que consta, o fato no foi praticado sob o abrigo de alguma excludente de ilicitude ou de culpabilidade (art. 314 CPP). Com relao necessidade da manuteno de sua segregao cautelar, vislumbro tambm ser necessria, visto que invivel mant-la em liberdade. Conforme consignado no APF, a autuada, acompanhada de um menor, furtou duas peas de roupas no estabelecimento empresarial da vtima, tentando, ainda, ludibriar a Autoridade Policial no momento em que foi apresentada Delegacia de Polcia. Tal comportamento delituoso tem o condo de afrontar a segurana e a ordem pblica, incutindo o medo e pavor no cotidiano das pessoas, que se sentem ameaadas e desprotegidas. Alm do mais, entendo que em tais casos faz-se necessria a manuteno da medida cautelar como garantia da ordem pblica, que no se limita a prevenir a reproduo de fatos criminosos, mas tambm acautelar o meio social e a prpria credibilidade da justia, que por certo ficariam abalados com a soltura da autuada diante das circunstncias indicativas de V O T O S O Senhor Desembargador JESUINO RISSATO - Relator Presentes os requisitos legais, admito a impetrao. Fls. _____ Habeas Corpus 20150020090689HBC Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 4
  5. 5. periculosidade. Nesse sentido: HABEAS CORPUS - FURTO QUALIFICADO E CORRUPO DE MENORES - CONVERSO DA PRISO EM FLAGRANTE EM PRISO PREVENTIVA - LEGALIDADE - GARANTIA DA ORDEM PBLICA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL NO EVIDENCIADO - ORDEM DENEGADA. 1. O paciente foi preso em flagrante delito pela suposta prtica dos crimes previstos no art. 155, 4, inc. IV c/c art. 14, inc. II, do Cdigo Penal e art. 244-B da Lei n. 8.069/90. O decreto de priso preventiva encontra-se suficientemente fundamentado em face das circunstncias do caso concreto, retratando a periculosidade do agente a indicar a necessidade de sua segregao para a garantia da ordem pblica. 2. "H justa causa no decreto de priso preventiva para garantia da ordem pblica, quando o agente se revela propenso a prtica delituosa, demonstrando menosprezo pelas normas penais. Nesse caso, a no decretao da priso pode representar indesejvel sensao de impunidade, que incentiva o cometimento de crimes e abala a credibilidade do Poder Judicirio" (STF - HC 83.868/AM, Tribunal Pleno, Relatora Min. ELLEN GRACIE, DJe de 17/04/2009). 3. Inadequao, na espcie, de qualquer das medidas cautelares diversas da priso, previstas no artigo 319 do Cdigo de Processo Civil. 4. Presentes os requisitos autorizadores da priso preventiva previstos no art. 312 do CPP, no se verifica o alegado constrangimento ilegal. 5 . O r d e m d e n e g a d a . ( A c r d o n . 6 4 0 3 7 4 , 20120020273480HBC, Relator: HUMBERTO ADJUTO ULHA, 3 Turma Criminal, Data de Julgamento: 06/12/2012, Publicado no DJE: 10/12/2012. Pg.: 338) Assim, necessria se faz a segregao cautelar da agente para garantia da ordem pblica. Registre-se que, ante as condies da autuada, no h como ser aplicada qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. Fls. _____ Habeas Corpus 20150020090689HBC Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 5
  6. 6. Ante o exposto, com fulcro no entendimento supra e nos termos do artigo 310, II, do Cdigo de Processo Penal, converto a priso em flagrante em PRISO PREVENTIVA, e mantenho a custdia cautelar da autuada ERIKA LUCIA NASCIMENTO DOS SANTOS, filha de ANTONIO DONIZETE DOS SANTOS e de ANA LCIA DO NASCIMENTO, como forma de garantir a ordem pblica e a aplicao da lei penal. Concedo presente deciso fora de MANDADO DE CONVERSO DA PRISO EM FLAGRANTE EM PRISO PREVENTIVA. (...) Pois bem, analisando devidamente os autos, no vislumbro necessidade de manter-se a custdia da paciente. Com efeito, os delitos praticados - furto em concurso de agentes, corrupo de menores e falsa identidade - no envolvem violncia e grave ameaa pessoa. A paciente, por sua vez, primria e o valor dos objetos subtrados pequeno, ou seja, so duas camisetas com valor total em torno de R$ 125,80, preo de etiqueta, de modo que se mostra provvel, no caso, a incidncia do privilgio, circunstncia relevante em vista da prognose do regime de pena a ser aplicado, possivelmente o aberto, mesmo considerando o concurso de crimes. Diante disso, a priso preventiva, nesse quadro, mostra-se desproporcional no s natureza e gravidade das infraes em tese cometidas, mas tambm s condies pessoais da paciente, no revelando o exame acurado da deciso impugnada nenhum fundamento que respalde a concluso pela necessidade da medida cautelar extrema. Destarte, ausentes os elementos que justifiquem a manuteno da custdia antecipada, hei por bem CONCEDER a ordem, deferindo a liberdade provisria paciente, sem prejuzo da aplicao, pelo juzo processante, de outras medidas cautelares previstas no artigo 319, do Cdigo de Processo Penal. Expea-se Alvar de Soltura, para que a paciente seja colocada incontinenti em liberdade, se por outro motivo no se encontrar presa. como voto. O Senhor Desembargador JOS GUILHERME - Vogal Com o relator. Fls. _____ Habeas Corpus 20150020090689HBC Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 6
  7. 7. O Senhor Desembargador HUMBERTO ULHA - Vogal Com o relator. Fls. _____ Habeas Corpus 20150020090689HBC Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 7
  8. 8. D E C I S O CONHECIDO. CONCEDEU-SE A ORDEM. EXPEA-SE ALVAR DE SOLTURA. UNNIME. Fls. _____ Habeas Corpus 20150020090689HBC Cdigo de Verificao :2015ACO51FJIXK3CXRADZ0D9QVO GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 8