93841226 Direito Do Consumidor Fabricio Bolzan

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DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 DIREITO do CONSUMIDOR Fabrcio Bolzan Bibliografia: Cludia Lima Marques- Manual de Direito do Consumidor- Editora RT Srg io Cavaliere EVOLUO HISTRICA DO DIREITO DO CONSUMIDOR Trs revolues influenciaram o Direito do Consumidor: a) Revoluo industrial (ao/carvo) Com esta revoluo, houve um aumento demogrfico nos grandes centros urbanos. Este des locamento para a zona urbana gerou um aumento no consumo, exigindo uma produo em sr ie(homogeneizao da produo: vrios produtos com o mesmo modelo), pois o modelo de produo i dividualizado no conseguia atender a demanda. A caracterstica marcante neste momen to a Unilateralidade da produo, pois o fornecedor dita as regras do jogo (decide o qu e, como e quando produzir). O intuito era atender a demanda, pouco importando a quali dade. Contato: [email protected] 1DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Com este modelo, a qualidade ficou em segundo plano, lesando os consumidores e o direito vigente no regulamentava de maneira suficiente os consumidores. b) c) Revoluo Tecnolgica (ps-2 guerra mundial) Revoluo da Informtica/ Globalizao O Direito do Consumidor foi citado, primeiramente, pelo Presidente John Kennedy em 1962. O presidente se referiu que este direito seria o grande desafio do merc ado. Rapidamente o Direito do Consumidor contaminou a Europa e os demais pases ca pitalistas. Este Direito Social surgiu como uma contrapartida do progresso, send o um direito protetivo. A ONU, em 1985, traou as diretrizes para uma legislao consumerista. Considerou este direito como um direito humano de nova gerao, um direito social e econmico e um di reito que concretiza a igualdade material do mais fraco. Como o direito do consumidor foi introduzido? Existem trs maneiras de introduzir o Direito do Consumidor: a) Introduo sistemtica Contato: [email protected] 2DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Analisa o Direito do Consumidor com base na Constituio Federal. A CRFB/88 trouxe t rs mandamentos a respeito do Direito do Consumidor: 1-Direito Fundamental (art. 5, XXXII): dever do Estado promover a defesa do consumidor. 2-Princpio da Ordem Eco nmica (art. 170, V): observar e assegurar o direito do consumidor como fundamento da ordem econmica. 3- Art. 48 do ADCT: Deve ser sistematizada em um cdigo a proteo do consumidor, em 120 dias da promulgao da CRFB/88. Questo de 2 fase: Qual a relao que existe entre princpio da livre concorrncia e defesa do consumidor? Ambos so princpios da ordem econmica. Quando se fala em livre conco rrncia, o comerciante pode visar o lucro, desde que no ofenda outros princpios como dumping, quartel, etc. Mas em contrapartida a esta concorrncia, deve haver respe ito ao consumidor. possvel que o fornecedor coloque no mercado um produto mais ba rato, desde que preserve a qualidade e segurana do consumidor. De maneira implcita, o Direito do Consumidor est previsto: - Art. 1, inciso III qua ndo a CRFB/88 se refere Dignidade da Pessoa Humana. - Art. 5 caput se refere ao Dir eito vida. - Art. 5, inciso X, quando trata do direito a intimidade, vida privada . Contato: [email protected] 3DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 - Art. 5, inciso XXXIII, quando trata do direito de receber informaes dos rgos pblicos . - Art. 37, caput, quando trata da eficincia na prestao do servio pblico. - Art. 220 , 4 da CRFB/88, quando trata da regulamentao especial da propaganda para cigarros, b ebidas alcolicas, etc. *DIREITO DO CONSUMIDOR COMO DIREITO FUNDAMENTAL: O Direito do Consumidor Direito Fundamental, devendo ser respeitado nas relaes ent re particulares (Eficcia Horizontal dos Direitos Humanos). Alm da eficcia vertical (entre particular e Estado), os direitos fundamentais possuem eficcia horizontal. Fora Normativa da Constituio (Konrad Hesse): Quando a CRFB/88 trata dos direitos fu ndamentais e direitos humanos, a norma constitucional no meramente retrica, possui eficcia e deve ser efetivada. Elevar o Direito do Consumidor ao status de norma fundamental conferir contorno mais social a este direito. O que levou a doutrina alem a denomin-lo de Direito Pri vado Solidrio. Orlando Gomes o denominou de Constitucionalizao do Direito Privado. Rai zer chamou de Publicizao de Direito Privado. Contato: [email protected] 4DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010A questo vista sob dois enfoques. H quem entenda que esta viso social positiva, por conferir garantia de proteo aos vulnerveis da relao (parte mais fraca da relao) (Nest sentido entende Gilmar Mendes). Contrariamente, como aspectos negativos do Dire ito Privado Social, alguns alegam a perda da autonomia valorativa tpica do Direit o Privado. b) Introduo Dogmtico-FilosficaEsta forma de introduo est ligada ao Princpio do Favor debilis ou Princpio da Proteo mais fracos. Ao longo dos anos, identificou-se que a igualdade formal no era suficiente, sendo necessrio prestigiar a igualdade material.A unilateralidade da produo revelou uma desigualdade entre fornecedor e consumidor, exigindo a interveno do Estado para a busca de uma igualdade material. O fornecedo r, alm dos monoplios dos meios de produo, possui o monoplio da informao, consegue faci mente transferir os riscos e os custos da produo. Diante desta desigualdade materi al, o Estado intervm, implementando as leis de consumo. Contato: [email protected] 5DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 A Pacta Sunt Servanda demonstra-se insuficiente nesta relao, at mesmo porque a maio r partes dos contratos so de adeso. O consumidor no participa na elaborao do contrato . Neste contexto (desigualdade material e ausncia de mecanismos legais), O Estado p assa a intervir e elaborar leis especficas de defesa do direito do consumidor, qu e albergam norma de ordem pblica (inderrogvel pela vontade das partes) e de intere sse social. Norma de ordem pblica aquela inderrogvel pela vontade das partes. Sendo, portanto, incompatvel com o Princpio da Pacta Sunt Servanda. c) Introduo scio-econmica 1 mudana: A primeira mudana bsica foi o fim da idia de Adam Smith de tratar consumido r com o Rei do Mercado. Para o autor, a vontade do consumidor soberana no mercado de consumo. Mas a vontade do consumidor deixou de ser soberana, quando esta vont ade passou a ser manipulada pelo marketing agressivo (publicidade enganosa e abu siva) e prticas comerciais e contratuais abusivas.2 Mudana: A segunda mudana envolve as trs revolues. (Revoluo Industrial do ao e carv oluo Tecnolgica e Revoluo da Informtica). Contato: [email protected] 6DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 *NATUREZA DO DIREITO DO CONSUMIDOR: Trs correntes: 1) 2) Direito civil constituci onal (Gustavo Tepedino) Ramo autnomo de natureza mista (pblica e privada)/DIREITO DIFUSO (Rizzatto Nunes) 3) Ramo do Direito Privado ao lado do D ireito Civil e do Direito Empresarial (Cludia Lima Marques) Motivo: Nem todas as regras do Direito do Consu midor so privadas. Mas Direito Privado, por suas relaes envolverem particulares. 1. CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 1.1. CARACTERSTICAS DO CDC Microssistema multidisciplinar Alberga em seu contedo: - normas e princpios constitucionais: CDC fala expressamen te em Dignidade do Consumidor. - normas de direito civil: reparao de danos, respon sabilidade do fornecedor e indenizao. - normas de direito processual civil: regras de nus da prova. - normas de Direito administrativo: infraes e sanes administrativas . - normas de Direito Penal: O CDC traz tipos penais. Contato: [email protected] 7DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Lei Principiolgica O CDC traz em seu contedo princpios que visam conferir direitos ao consumidor de u m lado e de outro, impor deveres e obrigaes aos fornecedores. Norma de ordem pblica O CDC alberga normas de ordem pblica e de interesse social. Portanto, os direitos previstos no CDC so inderrogveis pela vontade das partes. No vigora o Princpio da P acta Sunt Servanda. O juiz pode reconhecer de ofcio direito do consumidor, ainda que no haja requerimento. O STJ editou, em 2009, a smula 381: Nos contratos bancrios , vedado ao julgador conhecer, de ofcio, da abusividade das clusulas ( necessrio pedi do expresso da parte). Em prova objetiva, deve-se adotar o enunciado. Mas em pro va subjetiva, deve mencionar que o CDC traz normas de ordem pblica, que podem ser reconhecida de ofcio, entretanto, o STJ editou a smula 381. (Obs. Fredie e Pablo deram outro enfoque a esta smula, no sentido de que ela apenas impede o juiz de c onhecer de ofcio matrias que desbordem os limites do litgio). 1.2. Relao Jurdica de consumo a relao existente entre consumidor e fornecedor, que tem por objeto a aquisio de um produto ou a contratao de um servio. Contato: [email protected] 8DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Elementos subjetivos: a) consumidor b) fornecedor Elementos objetivos: a) produto b) servio Consumidor stricto sensu ou standard: O CDC, no art. 2 caput, definiu o consumidor como sendo toda pessoa fsica ou jurdic a que adquire ou utiliza produto ou servio como DESTINATRIO FINAL. Duas correntes surgiram para definir o destinatrio final: 1 C) FINALISTA/SUBJETIVA /MINIMALISTAS: destinatrio final o consumidor que adquire produto ou servio para c onsumo prprio ou de sua famlia. o destinatrio ftico e econmico do produto. Para esta corrente, a viso de consumidor restritiva, no engloba empresrio ou pessoa jurdica, p ois integra a cadeia produtiva. 2 C) MAXIMALISTA: destinatrio final aquele que retira o produto ou servio do mercad o de consumo. o destinatrio ftico do produto, pouco importa se a retirada do produt o tem por objetivo integrar a cadeia produtiva. Para esta corrente, a definio de c onsumidor puramente objetiva, no importa a finalidade da aquisio, podendo at Contato: [email protected] 9DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 mesmo visar o lucro. O conceito de consumidor amplo, pode englobar empresrio ou p essoa jurdica. * STJ adota a corrente finalista, porm de forma atenuada. Para o STJ, pessoa jurdi ca pode ser considerada consumidor, desde que comprovada a sua vulnerabilidade (tcnica, econmica ou jurdica). (RE 476.428/SC) (De nominada STJ por alguns como como Teoria Finalista como Mitigada/Aprofundada). considera consumidor microempresas, empresas de pequeno porte, profissional liberal e autnomo. Empresa pede dinheiro ao Banco com o objetivo de dinamizar os negcios: STJ (AgI 6 86.793). Se o consumo for intermedirio, o CDC no aplicado. Consumidor por equiparao: O CDC prev trs consumidores por equiparao: a) Coletividade de pessoas, ainda que ind eterminveis, que haja intervindo nas relaes de consumo (Art. 2, nico do CDC) O dispositivo exige uma efeti va participao na relao de consumo. o fundamento bsico para a tutela coletiva do consu midor. b) Vtimas de evento danoso (Art. 17 do CDC) Contato: [email protected] 10DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Trata das vtimas do evento danoso, que pode ser fato do produto ou fato do servio. O dispositivo trata daquele que no participou diretamente da relao, mas sofreu os efeitos do evento danoso. Ex. pessoa que ganha uma TV de presente e ela explode. o que a doutrina americana denomina de consumidor bystander. c) Pessoas, determinveis ou no, expostas s prticas comerciais e contratuais (Art. 29) Fornecedor O conceito de fornecedor foi definido no art. 3, caput do CDC. Fornecedor toda pessoa fsica ou jurdica (1), pblica ou privada, nacional ou estrang eira (2),bem como os entes despersonalizados (3), que desenvolvem atividades de produo, montagem, criao, construo, transformao, importao, exportao, distribuio de produtos ou prestaes de servios. (1) toda pessoa fsica ou jurdica, desde que haja habitualidade na atividade fim, ain da que no possua profissionalismo. (2) A administrao direta ou indireta pode ser considerada como fornecedora. Basica mente diz respeito ao servio remunerado por tarifa. Contato: [email protected] 11DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 (3) So exemplos destes entes despersonalizados: o camel, massa falida. Questes controversas: Uma associao desportiva pode ser considerada fornecedor? Um condomnio pode ser cons iderado fornecedor? Nem associao, nem condomnio podem ser considerados como fornece dores. Fundamentos: 1-os interessados (associados ou condminos) que deliberam pel o objeto social, diretamente ou por seus representantes. 2-natureza comunitria en tre os filiados (no h um carter lucrativo nesta relao). Neste sentido, o Resp 310.953 . (Furto de bicicleta nas dependncias do clube associativo. Indenizao indevida, dad a a natureza comunitria dos filiados). Condomnio pode ser considerado consumidor? SIM. Ex. relao entre condomnio e concessi onria de servio pblico. Muitos condomnios possuem um nico hidrmetro e as empresas cobr am uma tarifa mnima. Neste contexto, possvel que a empresa cobre a tarifa mnima mul tiplicada pelo nmero de unidades? STJ entende que a cobrana indevida (Resp 650.791 ). Produto Contato: [email protected] 12DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 O art. 3, 1 do CDC define o conceito de produto, como qualquer bem mvel ou imvel mate rial ou imaterial. (Ex. de bem imaterial: mtuo bancrio). Servio qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante REMUNERAO, inclusive de natureza bancria, financeira, de crdito e securitria, salvo as decorrentes da relao de trabalho. Para a doutrina, o produto da relao de consumo pode ser o novo ou usado, fungvel ou infungvel, principal ou acessrio.Amostra grtis entra no conceito de produto (Ex. sache de shampoo)? Produto gratui to se enquadra no conceito. A dvida quanto ao servio gratuito, j que o CDC exige rem unerao. O servio objeto da relao jurdica de consumo necessariamente remunerado. No e nto, servio remunerado envolve a remunerao direta (contraprestao em pecnia) e a indire ta (ex. estacionamento gratuito de shopping center- existe a remunerao indireta, p ois os produtos do shopping so mais caros). Resposta: servio gratuito no se enquadr a no conceito de servio do CDC (ex. mdico que socorre pessoa no meio da rua. No h qu alquer forma de remunerao direta ou indireta).CDC e Bancos: -Art. 3, 2 do CDC: O 2 inclui os servios de natureza bancria, financeir , de crdito e securitria como de consumo. Contato: [email protected] 13DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 -Doutrina: A doutrina consumerista unssona neste sentido, sob os seguintes fundam entos: 1-servio remunerado; 2-habitualidade e profissionalismo na atividade desen volvida; 3- servio prestado de forma de ampla e geral no mercado de consumo; 4- o s tomadores do servio so vulnerveis. -Jurisprudncia: STJ, na smula 297 do STJ, expresso em reconhecer a aplicabilidade do CDC s instituies financeiras. STF, na ADI 2591, entendeu que as instituies finance iras se sujeitam ao CDC. (A ADI, ajuizada pela CONSIF, questionou que o artigo 1 92 exige lei complementar para regulamentar o sistema financeiro nacional e por isso, no possvel a aplicao do CDC (lei ordinria)). *E em relao aos juros bancrios remuneratrios acima de 12% ao ano? clusula abusiva? Pa ra o STF e STJ, os juros remuneratrios acima de 12% ao ano, por si s, no geram abus ividade. O raciocnio no sentido de que se os juros, ainda que acima de 12%, estiv erem em conformidade com a mdia do mercado (regulada pelo BACEN), no configura abu sividade. (Resp 715.894). possvel aplicar o CDC quando o tema for juros remuneratr ios, no caso de ilegalidade e abusividade patente, que coloque o consumidor em e xcessiva desvantagem. Contato: [email protected] 14DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Smula 382 do STJ: A estipulao de juros remuneratrios superiores a 12% ao ano, por si s, no indica abusividade. ( F ) Juros moratrios superiores a 12% ao ano, por si s, gera abusividade. Smula 37 9 do STJ: Nos contratos bancrios no regidos por legislao especfica, os juros moratrios podero ser convencionados at o limite de 1% ao ms. (ano: 12%)CDC pode ser invocado em face de previdncia privada? Smula 321 do STJ1: O Cdigo de Defesa do Consumidor aplicvel relao jurdica entre a entidade de previdncia privada e seus participantes. SERVIO NOTARIAL: Prevalece que o CDC NO SE APLICA AOS SERVIOS NOTARIAIS (STJ). Resp 625.144. (Motivo: as custas e emolumentos possuem o carter tributrio de TAXA, seg undo o STF). Crdito educativo: No se aplica o CDC, por se tratar de programa de governo em bene ficio do estudante, sem conotao de servio bancrio. (Resp 479.863). 1 Esta smula cai bastante! Contato: [email protected] 15DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010Aplica-se o CDC: Operadoras de servios de assistncia de sade Financiamento entre CE F e taxista para aquisio de veculo Canal de televiso e seu pblico Transportador areo i nternacional pelo extravio da bagagem Agente financeiro do SFH e muturio para aqu isio da casa prpria No se aplica o CDC: Crdito educativo Contrato de locao predial Ben fcio de previdncia social Princpios Gerais do CDC Uma de e mais ecedor librar das caractersticas do CDC que uma Lei principiolgica, impondo benefcios part fraca (consumidor) e deveres ao fornecedor que a parte mais forte. O forn quem estabelece o que, como e quando produzir e por isso o CDC tenta equi a desigualdade existente entre consumidor e fornecedor.Princpios Gerais do CDC CDC art. 4: poltica nacional das relaes de consumo. Contato: [email protected] 16DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010Art. 4 A Poltica Nacional das Relaes de Consumo tem por objetivo o atendimento das n ecessidades dos consumidores, o respeito sua dignidade, sade e segurana, a proteo de seus interesses econmicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a trans parncia e harmonia das relaes de consumo, atendidos os seguintes princpios: c Caput com a redao dada pela Lei n 9.008, de 21-3-1995. I reconhecimento da vulnerabilidad e do consumidor no mercado de consumo; II ao governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a)... por iniciativa direta; b) por incentivos criao e desenvolvimento de associaes representativas; c) pela presena do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e servios com padres adequados de qualid ade, segurana, durabilidade e desempenho; III harmonizao dos interesses dos partici pantes das relaes de consumo e compatibilizao da proteo do consumidor com a necessidad e de desenvolvimento econmico e tecnolgico, de modo a viabilizar os princpios nos q uais se funda a ordem econmica (artigo 170, da Constituio Federal), sempre com base na boa-f e equilbrio nas relaes entre consumidores e fornecedores; IV educao e infor ao de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas melhoria do mercado de consumo; Contato: [email protected] 17DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010V incentivo criao pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurana de produtos e servios, assim como de mecanismos alternativos de soluo de conflitos de consumo; VI coibio e represso eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrncia Desleal e utilizao indevida de inve ntos e criaes industriais, das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuzos aos consumidores; c Lei n 8.884, de 11-6-1994 (Lei Antitru ste). c Lei n 9.279, de 14-5-1996 (Lei da Propriedade Industrial). VII racionaliz ao e melhoria dos servios pblicos; VIII estudo constante das modificaes do mercado de consumo. Vulnerabilidade Constata-se que uma das partes (consumidor) a parte mais fraca da relao. Essa vuln erabilidade pode envolver trs aspectos: 1 - Tcnico o fornecedor que o detentor do monoplio dos meios de produo. o fornecedor que estab elece o que, quando e como produzir. O consumidor no sabe o que utilizado na fabr icao do produto. 2 Jurdico/ Cientfico Contato: [email protected] 18DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Pode envolver tambm outros ramos da cincia, no sendo s a cincia jurdica. Vulnerabilidade jurdica: possvel que uma ME quando da elaborao de um contrato de con sumo, acompanhada de um corpo jurdico (advogado) alegar a vulnerabilidade? No, o S TJ j decidiu que no pode, se estiver acompanhada de advogado. O consumidor em geral no tem as condies financeiras que tem um fornecedor. O consum idor a parte mais fraca no aspecto econmico e vai assumir mais facilmente os risc os. 3 Ftico/Scio-Econmico Vulnerabilidade x hipossuficincia econmica: Enquanto a Vulnerabilidade um fenmeno de direito material a hipossuficincia um fenmeno de dire ito processual. A conseqncia disso que a vulnerabilidade presumida, enquanto a hip ossuficincia deve ser comprovada diante do caso concreto. Quando se analisa o CDC art. 4, I que reconhece a vulnerabilidade do consumidor n o mercado de consumo, fala-se de vulnerabilidade de consumidor pessoa fsica e no p essoa jurdica. O STJ tem posio de teoria finalista atenuada. A pessoa jurdica pode s er consumidora desde que comprove a hipossuficincia. A vulnerabilidade presumida quanto Contato: [email protected] 19DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 a pessoa fsica. No a vulnerabilidade da pessoa jurdica que tem que ser comprovada, mas sua hipossuficincia. Defesa de consumidor pelo estado Ao governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor. Essa ao pode ser por: a) iniciativa direta (ex: PROCON) b) incentivos criao e desenvolvimento de associaes representativas do consumidor (ex : IDEC, nus de sucumbncia etc) c) presena do Estado no mercado de consumo, prestando servios direta ou indiretame nte. d) garantia dos produtos e servios com padres adequados de qualidade, segurana, dur abilidade e desempenho (ex: INMETRO) princpio da Harmonizao (art. 4, III) Pode ser traduzido como uma soma entre a boa-f objetiva + equilbrio. Contato: [email protected] 20DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Tem-se a boa-f objetiva quando se analisa as regras de conduta. A boaf objetiva ex terna. No subjetiva. No interna. Quando se fala de boaf objetiva, fala-se de devere s anexos, laterais ou secundrios. Deveres anexos: a) informao b) dever de proteo c) dever de cooperao. Ex: o local de pagamento deve ser prximo ao domiclio do consum idor sob pena de violao da boa-f objetiva. RESP 988.595 julgado dia 19.11.2009: filha deu presente a me (viagem para Europa Frana), na Inglaterra a me no pode embarcar para a Frana porque era Boliviana e no ha via um visto da embaixada boliviana. Feriu-se a boa-f objetiva, pois caberia a co mpanhia area ter tomado as medidas no sentido de advertncias quanto ao horrio de ch eckin bem como prvio visto para o embarque ao pas estrangeiro. No se analisa a ques to objetivamente: se a companhia area quis ou no estragar a viagem. Equilbrio: por esse princpio o CDC confere direitos bsicos a parte mais fraca (cons umidor) com o objetivo de reequilibrar uma relao jurdica to desigual. Obs.: este equ ilbrio no precisa estar unicamente no CDC . Contato: [email protected] 21DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 a jurisprudncia pode sumular questes visando o equilbrio. Ex: planos de sade e assoc iados (Smula 302 STJ). Ementa abusiva a clusula contratual de plano de sade que limita no tempo a internao hospitalar do segurado. Princpio da Qualidade e da Segurana ou princpio da confiana (CDC art. 4, V) V incentivo criao pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurana de produtos e servios, assim como de mecanismos alternativos de soluo de conflitos de consumo; H dever imposto ao fornecedor quanto a qualidade dos produtos destinados ao consu midor. Deve-se procurar a soluo que leve ao mnimo de transtornos ao consumidor. Princpio da Educao e Informao (CDC art. 4, IV) IV educao e informao de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deve res, com vistas melhoria do mercado de consumo;Educao e informao dos consumidores dos fornecedores na busca de uma relao mais saudvel Contato: [email protected] 22DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Princpio do Combate ao Abuso (CDC art. 4, VI) VI coibio e represso eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo , inclusive a concorrncia Desleal e utilizao indevida de inventos e criaes industriai s, das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuzos aos consumidores; Princpio da Responsabilidade Solidria Mais de um contribuir para a causao de dana ao consumidor haver responsabilidade so lidria (CDC art. 7, pargrafo nico e art. 25, 1). Art. 7 Os direitos previstos neste cdigo no excluem outros decorrentes de tratados ou convenes internacionais de que o Brasil seja signatrio, da legislao interna ordinri a, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princpios gerais do direito, analogia, costumes e eqidade . Pargrafo nico. Tendo mais de um autor a ofensa, todos respondero solidariamente p ela reparao dos danos previstos nas normas de consumo. - Ver CDC arts. 18 "caput", 19 "caput", 25 1 e 2, 28 3 ; 34, 51, III Art. 25. vedada a estipulao contratual de clusula que impossibilite, exonere ou ate nue a obrigao de indenizar prevista nesta e nas sees anteriores. Contato: [email protected] 23DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 1 Havendo mais de um responsvel pela causao do dano, todos respondero solidariamente pela reparao prevista nesta e nas sees anteriores. - Ver CDC arts. 7 nico, 18 "caput" 25 1 e 2; 28 3 ; 34 ; 51 III - Ver CC arts 275 a 285 Ex: STJ RESP 867.129 (notcia de 11.02.2009) O CDC art. 5 traz instrumentos para a realizao da poltica nacional de consumo.Art. 5 Para a execuo da Poltica Nacional das Relaes de Consumo, contar o poder pblico m os seguintes instrumentos, entre outros: I - manuteno de assistncia jurdica, integ ral e gratuita para o consumidor carente; II - instituio de Promotorias de Justia d e Defesa do Consumidor, no mbito do Ministrio Pblico; III - criao de delegacias de po lcia especializadas no atendimento de consumidores vtimas de infraes penais de consu mo; IV - criao de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas par a a soluo de litgios de consumo; V - concesso de estmulos criao e desenvolvimento da ssociaes de Defesa do Consumidor. 1 (Vetado). 2 (Vetado). Direitos Bsicos do Consumidor Contato: [email protected] 24DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 CDC art. 6, I: direito a vida, a sade e a segurana CAPTULO III Dos Direitos Bsicos do Consumidor Art. 6 So direitos bsicos do consumidor : I - a proteo da vida, sade e segurana contra os riscos provocados por prticas no fo rnecimento de produtos e servios considerados perigosos ou nocivos; - Ver CDC art s. 8 a 11 possvel colocar produtos ao exemplo de veneno desde que dentro dos limites do raz ovel e desde que haja informao ostensiva e adequada quanto a nocividade e periculos idade do produto (CDC art. 9) no sendo possvel colocar no mercado produto que apres ente alto grau de nocividade ou periculosidade sade ou segurana (CDC art. 10) Art. 9 O fornecedor de produtos e servios potencialmente nocivos ou perigosos sade ou segurana dever informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua noc ividade ou periculosidade, sem prejuzo da adoo de outras medidas cabveis em cada cas o concreto. - Ver CDC art. 63 Art. 10. O fornecedor no poder colocar no mercado de consumo produto ou servio que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade sade o u segurana. Contato: [email protected] 25DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 1 O fornecedor de produtos e servios que, posteriormente sua introduo no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, dever comunicar o f ato imediatamente s autoridades competentes e aos consumidores, mediante anncios p ublicitrios. - Ver CDC arts. 64 e 65 2 Os anncios publicitrios a que se refere o parg rafo anterior sero veiculados na imprensa, rdio e televiso, s expensas do fornecedor do produto ou servio. 3 Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de prod utos ou servios sade ou segurana dos consumidores, a Unio, os Estados, o Distrito Fe deral e os Municpios devero inform-los a respeito. Direito liberdade de escolha e igualdade nas contrataes (CDC art. 6, II) CAPTULO III Dos Direitos Bsicos do Consumidor Art. 6 So direitos bsicos do consumidor : II - a educao e divulgao sobre o consumo adequado dos produtos e servios, assegurad as a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataes; Ex: vedada a venda casada (vinculao da venda de um dvd e de um aparelho de som). Direito informao do consumidor (CDC art. 6, III) Contato: [email protected] 26DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 III - a informao adequada e clara sobre os diferentes produtos e servios, com espec ificao correta de quantidade, caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como sob re os riscos que apresentem; - Ver CDC arts. 8, 9, 12 caput, 30, 31, 36 nico, 37, 5 2, 66 a 69 A responsabilidade pelo fato do produto pode decorrer de uma falha na informao sob re a periculosidade do produto. A influncia que proporciona um mnimo de liberdade ao consumidor. Liberdade de adqu irir ou no um produto e de contratar ou no um servio. Smula 357 STJ: esta Smula foi revogada (RESP 1.074.799-MG na sesso de 27.05.09. Fun damento: violao ao direito de informao do consumidor. Ementa A pedido do assinante, que responder pelos custos, obrigatria, a partir de 1 de janeiro de 2006, a discriminao de pulsos excedentes e ligaes de telefone fixo pa ra celular. (*) - Direito contra as prticas contratuais e comerciais abusivas (CDC art. 6, IV) Contato: [email protected] 27DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 IV - a proteo contra a publicidade enganosa e abusiva, mtodos comerciais coercitivo s ou desleais, bem como contra prticas e clusulas abusivas ou impostas no fornecim ento de produtos e servios; - Ver CDC art. 37 - Direito a preservao implcita do contrato de consumo (CDC art. 6, V) V - a modificao das clusulas contratuais que estabeleam prestaes desproporcionais ou s ua reviso em razo de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; Ver CDC arts. 25, 51 "caput", 52 1, 53 Neste caso, se busca, implicitamente, a preservao do contrato de consumo A parte grifada faz crer que o CDC adotou a teoria da impreviso? Se houver adotad o a teoria da impreviso o requisito que deve estar presente ser a imprevisibilidad e. Ex: contrato de leasing com a disparada do cmbio em 1999. No foi adotada pelo C DC a teoria da impreviso, no h necessidade de haver imprevisibilidade, pouco import ando saber se o fato superveniente tornou o contrato excessivamente oneroso. Adotou-se a teoria da base objetiva do negcio jurdico. Bas ta que o negocio tenha-se tornado excessivamente oneroso e a base do negcio jurdic o tenha sido alterada para se poder revisar o contrato. Contato: [email protected] 28DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 STJ RESP 367.144. STJ RESP 897.591: no admitiu a reviso de contrato de consumo, pois celebrado quand o a desvalorizao do real j estava concretizada. Direito efetiva preveno e reparao de danos morais e materiais individuais e coletivo s (CDC art. 6, VI) Efetiva preveno significa reparao integral. Primeiro tem que prevenir e depois tem que garantir a efetiva reparao dos danos sofridos pelo consumidor. VI - a efetiva preveno e reparao de danos patrimoniais e morais, individuais, coleti vos e difusos; - Ver CDC arts. 39, VII , 42 "caput", 81 a 90 - Ver Smula n 227 do STJ O STF reconheceu repercusso geral no AI 762.184, a respeito do seguinte tema: itao de danos materiais e morais, extravio de bagagem. Conveno de Varsvia rasil signatrio. A conveno de Varsvia limita a indenizao pelo extravio a o STF quando a Conveno de Varsvia contraria o CDC, no pode prevalecer ao onsumeiro. Contato: [email protected] 29lim da qual o B de bagagem. Pa direito cDIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010O CDC no admite tarifao de indenizao. Isso absoluto? No, CDC art. 51, I, parte final, CDC: nas relaes de consumo entre fornecedor e consumidor pessoa jurdica, a indenizao poder ser limitada, em situaes justificveis. Situao justificvel: algum benefcio em troca concedido ao consumidor. Ex: limita a in denizao, mas dobra a garantia.Art. 51. So nulas de pleno direito, entre outras, as clusulas contratuais relativa s ao fornecimento de produtos e servios que: - Ver CDC arts. 17 ; 24 e 25 - Ver C C arts. 421 a 424 ; 441 I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilida de do fornecedor por vcios de qualquer natureza dos produtos e servios ou implique m renncia ou disposio de direitos. Nas relaes de consumo entre o fornecedor e o consu midor pessoa jurdica, a indenizao poder ser limitada, em situaes justificveis; - Ver C C arts. 19 ; 20 ; 23 Direitos ao acesso justia e inverso do nus da prova (CDC art. 6, VI e VIII) Art. 6 So direitos bsicos do consumidor: VII - o acesso aos rgos judicirios e administ rativos com vistas preveno ou reparao de danos patrimoniais e morais, individuais, c oletivos ou difusos, assegurada a proteo Jurdica, administrativa e tcnica aos necess itados; Contato: [email protected] 30DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 VIII - a facilitao da defesa de seus direitos, inclusive com a inverso do nus da pro va, a seu favor, no processo civil, quando, a critrio do juiz, for verossmil a ale gao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinrias de experincias; Ver CDC arts. 4, I; 38 e 51, VI - Ver CPC arts. 331 e 335nus da prova. O CPC - art. 333, divide o nus da prova entre as partes (autor: fato s constitutivos; ru: fatos impeditivos, modificativos e extintivos), ou seja, a i nverso ope legis. No CDC, inverso do nus da prova fica a critrio do Juiz (ope iudici diante da presena de um dos seguintes requisitos: a) verossimilhana das alegaes; b) hipossuficincia do consumidor. STJ RESP 435.572.Obs.: o CDC, no art. 38, admite uma hiptese de inverso do nus da prova ope legis. Tra ta do nus da veracidade e da correo da informao ou comunicao publicitria: nus de q patrocina. Qual o melhor momento para realizar a inverso do nus da prova? 1a CORRENTE: no despacho de citao. Crtica: muito cedo para o juiz constatar a prese na de algum dos requisitos (verossimilhana ou hipossuficincia) para a inverso do nus da prova. Contato: [email protected] 31DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 2a. CORRENTE (Kazu Watanabe autor do CDC): na sentena. Fundamento: nus da prova re gra de julgamento. Crtica: tarde demais para inverter o nus da prova. Podem ser vi olados os Princpios da ampla defesa e do contraditrio. O STJ est se inclinando a ad otar esta corrente 3a CORRENTE: At o saneamento. Fundamento: o nus da prova regra de procedimento. Ad emais, nenhuma das partes ser pega de surpresa, no sedo violados o contraditrio e a ampla defesa. Direito ao recebimento de servios pblicos adequados e eficazes (CDC art. 6, X) Ser visto na aula de servios pblicos e direito do consumidor. X - a adequada e eficaz prestao dos servios pblicos em geral. Princpios Especficos Princpio da Identificao Imediata da Publicidade (CDC art. 36, "caput") SEO III Da Publicidade Contato: [email protected] 32DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fcil e i mediatamente, a identifique como tal. Pargrafo nico. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou servios, manter, em seu poder, para informao dos legtimos interes sados, os dados fticos, tcnicos e cientficos que do sustentao mensagem. - Ver CDC art 69 A publicidade tem que ser identificada de plano pelo consumidor e de forma fcil, sem maiores esforos mentais. Repercusso desse princpio: algumas publicidades so veda das: a) publicidades consideradas dissimuladas: aquelas com conotao jornalstica, redacio nal. Ex: em meio ao jornal nacional o jornalista faz uma propaganda. b) publicidade subliminar: aquela que no captada pelo consciente, mas apenas pelo inconsciente do consumidor.c) merchandising: uma tcnica de veicular, indiretamente produtos, que so inseridos no cotidiano dos personagens. Ex: ator bebendo cocacola em cena de novela. Obs. : O merchandising pode ser conformado com o princpio da identificao imediata pela i nsero dos chamados crditos antes da programao (uma informao prvia ao programa de qu ado o merchandising do produto) Contato: [email protected] 33DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Princpio da Vinculao Contratual da Publicidade A publicidade uma das espcies de oferta (CDC art. 30) SEO II Da Oferta Art. 30. Toda informao ou publicidade, suficientemente precisa, vei culada por qualquer forma ou meio de comunicao com relao a produtos e servios ofereci dos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utiliza r e integra o contrato que vier a ser celebrado. - Ver CDC arts. 6 III ; 8 ; 9 ; 12 "caput" ; 31 ; 36 nico ; 37 ; 52; 54 3 ; 66 a 69 - Ver CC art. 429 Ofertou, vinculou. Tem que cumprir o que foi ofertado. Se a publicidade uma das regras da oferta, aplico esta regra publicidade. Princpio da Veracidade da Publicidade Princpio que veda a publicidade enganosa. aquela que visa levar ao consumidor uma informao que no real. Princpio da no abusividade da publicidade Publicidade abusiva aquela que fere os valores da sociedade. Contato: [email protected] 34DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Princpio da Inverso Obrigatria do nus da Prova (CDC art. 38) Quando se fala em nus da prova este em regra ope legis, isto , em razo da Lei. Princpio da Transparncia ou da fundamentao da publicidade (CDC art. 36, pargrafo nico)Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fcil e i mediatamente, a identifique como tal. Pargrafo nico. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou servios, manter, em seu poder, para informao dos legtimos interes sados, os dados fticos, tcnicos e cientficos que do sustentao mensagem. - Ver CDC art 69 O fornecedor dever manter em seus arquivos os dados fticos, tcnicos e cientficos que do sustentao mensagem. Princpio da Contra Propaganda ou correo do desvio da publicidade A contrapropaganda nada mais do que uma obrigao de fazer, obrigao de veicular uma no va publicidade sem os vcios da enganosidade e nem da abusividade. Mais importante , ou to importante quanto veicular essa nova publicidade sem estes vcios Contato: [email protected] 35DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 realiz-la nas mesmas propores da publicidade viciada, para que se consiga minimizar os danos causados pela propaganda viciada.Nas mesmas propores: significa da mesma forma, freqncia, dimenso e preferencialmente n mesmo veculo, local, espao e horrio (CDC art. 60, 1). Ex: propaganda viciada no horri o do jornal nacional, deve ser veiculada a contrapropaganda no mesmo horrio. Art. 60. A imposio de contrapropaganda ser cominada quando o fornecedor incorrer na prtica de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus pargrafos , sempre s expensas do infrator. - Ver CDC arts. 30 ; 36 ; 37 e ; 67 1 A contraprop aganda ser divulgada pelo responsvel da mesma forma, freqncia e dimenso e, preferenci almente no mesmo veculo, local, espao e horrio, de forma capaz de desfazer o malefci o da publicidade enganosa ou abusiva. Princpios Especficos envolvendo Contrato de Consumo Rompimento com a tradio privatista do Cdigo Civil - fim da pacta sunt servanda. - a oferta deixa de ser um mero convite. No CDC a oferta vincula o fornecedor. Contato: [email protected] 36DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 - contratos de adeso. muito diferente do contrato bilateral do direito civil. Do direito clssico. Preservao (explicita) do contrato de consumo (CDC art. 51, 2) SEO II Das Clusulas Abusivas Art. 51. So nulas de pleno direito, entre outras, as clu sulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e servios que: 2 A nulidad e de uma clusula contratual abusiva no invalida o contrato, exceto quando de sua a usncia, apesar dos esforos de integrao, decorrer nus excessivo a qualquer das partes. - Ver CC arts. 184 ; 478 a 480 Deve-se retirar a clusula nula do contrato de consumo, devendo o contrato, em no t endo sido desnaturado com a retirada da clusula dita nula, permanecer. Princpio da Transparncia contratual (CDC art. 46) S possvel obrigar as partes se for dada oportunidade de conhecimento das clusulas c ontratuais (direito de cincia) e do entendimento dessas clusulas. CAPTULO VI Contato: [email protected] 37DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010Da Proteo Contratual SEO I Disposies Gerais Art. 46. Os contratos que regulam as rela de consumo no obrigaro os consumidores, se no lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prvio de seu contedo, ou se os respectivos instrumentos forem redigi dos de modo a dificultar a compreenso de seu sentido e alcance. - Ver CDC arts. 3 0 ; 51 ; 54, 3 e 4 Princpio da Interpretao mais favorvel ao consumidor (CDC art. 47) Art. 47. As clusulas contratuais sero interpretadas de maneira mais favorvel ao con sumidor. - Ver CDC arts. 30 ; 35, I ; 48 - Ver CC art. 112 ; 422 Princpio da Vinculao Pr-contratual (CDC art. 48) Art. 48. As declaraes de vontade constantes de escritos particulares, recibos e prcontratos relativos s relaes de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execuo especfica, nos termos do art. 84 e pargrafos. - Ver CDC arts. 25 ; 51 - Ver C C 429 ; 430 ; 472 e 320 Ex: promessa de compra e venda para vincular (ter eficcia e validade) no precisa s er registrada em cartrio. RESP 247.344/MG. Contato: [email protected] 38DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Dilogo das Fontes Durante muito tempo, quando mais de uma Lei regulamentava um mesmo tema, tnhamos que excluir uma das leis total ou parcialmente, valendo-se de um dos critrios; es pecialidade, hierarquia, cronolgico. At que o alemo Erik Jayme, em sua obra Curso Ge ral de Haia (1995), comeou a falar na necessidade de tentarmos conformar a aplicao d os vrios diplomas existentes para regulamentar determinada tema, atendendo de for ma mais precisa, por exemplo, a defesa do consumidor. No Brasil, a tese do dilogo das fontes foi desenvolvida pela professora Cludia Lim a Marques, que prope trs formas de dilogo das fontes possveis: a) dilogo sistemtico de coerncia: aplicao simultnea de duas leis, sendo que uma serve de base conceitual para a outra. O CC/2002 serve de base de conceitual para o CD C . b) dilogo sistemtico de complementariedade e subsidiariedade. A aplicao ser coordenad a de duas leis, uma complementando a aplicao da outra, ou sendo aplicada de forma subsidiria. Ex: temas que no so tratados pelo CDC e que so tratados pelo CC/2002. Qu al o prazo prescricional para ajuizar a repetio de indbito em razo de cobrana indevid a de gua e esgoto? PREVALECE no STJ o Contato: [email protected] 39DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 entendimento de que pelo fato de o CDC no prever esse prazo de repetio de indbito, q ue trata da indenizao decorrente de acidente de consumo, aplica-se a prescrio do CC/ 2002 (20 anos: CC/1916 ou 10 anos: CC/2002). c) dilogo sistemtico das influencias recprocas ou influencias recprocas sistemticas: a influencia do sistema geral no especial e do especial no geral. Obs.: o dilogo das fontes pode envolver no s o CDC e CC/2002, mas CDC e Lei das men salidades escolares, CDC e cdigo brasileiro de aeronuticas, CDC e Lei das concesses e permisses de servio pblico, enfim tudo que for diploma que permita a satisfao do c onsumidor. RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR NO CDC Em regra, A responsabilidade no CDC objetiva, independendo da existncia/demonstrao de dolo ou de culpa. preciso comprovar, em princpio, o defeito do produto, o dano e o nexo de causalidade. Contudo, possvel a inverso do nus da prova (hipossuficinci a ou verossimilhana das alegaes). Essa inverso do nus da prova no CDC fica a critrio d o Juiz. (STJ RESP 475.039). Contato: [email protected] 40DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Saque indevido em caixa eletrnico. O STJ vem determinando a inverso do nus da prova , ou seja, que o banco demonstre que no houve falha no servio. Teoria do Risco: todo aquele que coloca produto ou servio no mercado ria o risco de dano aos consumidores. Concretizado essa dano, surge o epar-lo, independentemente da comprovao de dolo ou de culpa. Ex: o e lucros com a atividade desenvolvida, devendo responder pelos riscos de. Quem aufere os cmodos, dever arcar com os incmodos. 1a CORRENTE: Parte da doutrina diferencia vcio de defeito. Vcio: a mera inadequao do produto ou servio para os fins desejados. Ex: compra-se um a TV em 36 x, recebendo garantia at a prximo cpia, a TV no liga, h um vcio. Defeito: est relacionado com a insegurana do produto ou do servio. H um fato relacio nado com a segurana. Ex: TV que explode. 2a. CORRENTE: Para outra parte da doutrina vcio e defeito se implicam reciprocame nte, em razo disso nos teramos vcio defeito de qualidade e vcio defeito de segurana. Contato: [email protected] 41 de consumo c dever de r fornecedor aufer da atividaDIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 O CDC adotou a primeira corrente, diferenciando defeito de vcio em quase 100% de seus dispositivos. Modalidades de responsabilidade: 1. responsabilidade pelo fato do produto/servio: acidente de consumo em razo de produto ou servio defeituoso. A preocupao maior do le gislador foi com a incolumidade fsica-psquica do consumidor. 2. responsabilidade pelo vcio do produto/servio: para alguns se chama incidente de consumo em razo de um produto ou servio viciado. A preocupao foi com a incolumidade econmica do consumidor. Responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto e do servio (CDC art. 12) Categorias de fornecedores: 1. Fornecedor Real: o fabricante, o produtor e o consumidor. 2. Fornecedor Presumido: importador. Contato: [email protected] 42DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 20103. Fornecedor Aparente: o que coloca o seu nome ou marca no produto final, ou se ja, o franqueador Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou e strangeiro, e o importador respondem, independentemente da existncia de culpa, pe la reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto , fabricao, construo, montagem, frmulas, manipulao, apresentao ou acondicionamento d s produtos, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua utilizao e riscos. 1 O produto defeituoso quando no oferece a segurana que dele legitimamente se espera, levando-se em considerao as circunstncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentao; II - o uso e os risco s que razoavelmente dele se esperam; III - a poca em que foi colocado em circulao. 2 O produto no considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter s ido colocado no mercado. 3 O fabricante, o construtor, o produtor ou importador s no ser responsabilizado quando provar: I - que no colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a cu lpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Modalidades de defeitos: Contato: [email protected] 43DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 1. defeito de concepo/criao: nos casos de defeitos do projeto, da formulao ou do desig n dos produtos.2. defeito de produo/fabricao: so os defeitos na fabricao, construo, montagem, manip acondicionamento dos produtos.3. defeito de Informao/comercializao: quando existir defeito da apresentao e informao suficiente e inadequada na oferta. A essncia do produto esta perfeita, mas a falh a na informao pode usar uma falha no consumo. O CDC adotou a primeira corrente. Art. 12, 1: o produto defeituoso quando no se oferece a segurana que dele legitimam ente se espera, levando-se em considerao as circunstancias relevantes. Dois elemen tos para caracterizar um produto defeituoso: a) desconformidade com uma expectativa legtima; b) capacidade de provocar acidentes. a prova de que o CDC adotou aquela 1 corrent e. Contato: [email protected] 44DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 A poca em que foi colocado em circulao o produto. Baseou a teoria do risco do desen volvimento o fornecedor colocava um produto no mercado de consumo sem que conhec esse os riscos do produto. Esta teoria capaz de excluir a responsabilidade do fo rnecedor? Veremos a frente. Tipos de perigos: 1. periculosidade inerente: admitida nas relaes de consumo. Isso porque o risco in erente ao produto. O risco inerente normal e imprevisvel. CDC art. 8. Obs.: o forn ecedor tem que dar as informaes necessrias e adequadas a respeito do produto (CDC a rt. 8, parte final, e art. 9). 2. periculosidade adquirida. No admitida na relao de consumo. Surge em razo de um de feito do produto. Caracterstica principal: imprevisibilidade. 3. periculosidade exagerada: no admitida na relao de consumo, pois o potencial dano so tamanho que a previsibilidade e a informao para excluir a periculosidade do pro duto (art. 10) Art. 10, 1 Contato: [email protected] 45DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010Art. 10. O fornecedor no poder colocar no mercado de consumo produto ou servio que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade sade o u segurana. 1 O fornecedor de produtos e servios que, posteriormente sua introduo no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, dever comunicar o fato imediatamente s autoridades competentes e aos consumidores, mediante anncios publicitrios. 2 Os anncios publicitr ios a que se refere o pargrafo anterior sero veiculados na imprensa, rdio e televiso , s expensas do fornecedor do produto ou servio. 3 Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou servios sade ou segurana dos consumidores, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios devero inform-los a respeito.Uma inovao tecnolgica capaz de tornar o produto anterior defeituoso? No (art. 12, 2). As inovaes tecnolgicas no geram o defeito do produto anterior. Obs.: o comerciante responde pelo fato do produto nas hipteses do art. 13: I quan do o fabricante, o construtor, o produtor no puderem ser identificados; II a iden tificao do fabricante, construtor ou produtor no dor clara, III quando no conservar adequadamente os produtos perecveis. PREVALECE que a responsabilidade do comercia nte Contato: [email protected] 46DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 subsidiria. Tem doutrina dizendo que a responsabilidade no subsidiria nem solidria, mas direta pelo acidente de consumo. Em princpio, cada fornecedor (fabricante, construtor, importador, produtor e come rciante) responde por seus atos, ou seja, no h solidariedade. Contudo, possvel fala r em responsabilidade solidria, mesmo diante dessa especificao de fornecedores (art . 7, pargrafo nico, e art. 25, 1) se mais de um da cadeia produtiva contribuiu para a causao do dano, todos respondero solidariamente. Art. 7 Os direitos previstos neste cdigo no excluem outros decorrentes de tratados ou convenes internacionais de que o Brasil seja signatrio, da legislao interna ordinri a, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princpios gerais do direito, analogia, costumes e eqidade . Pargrafo nico. Tendo mais de um autor a ofensa, todos respondero solidariamente p ela reparao dos danos previstos nas normas de consumo. Art. 25. vedada a estipulao contratual de clusula que impossibilite, exonere ou ate nue a obrigao de indenizar prevista nesta e nas sees anteriores. 1 Havendo mais de um responsvel pela causao do dano, todos respondero solidariamente pela reparao prevista nesta e nas sees anteriores. Contato: [email protected] 47DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 2 Sendo o dano causado por componente ou pea incorporada ao produto ou servio, so re sponsveis solidrios seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a in corporao.Art. 13, pargrafo nico, direito de regresso contra os demais responsveis pela causao do dano. possvel a denunciao da lide? CDC art. 88: veda a denunciao da lide. Fundamen to: a) traz nova pessoa lide; b) retarda a reparao de danos do consumidor; c) traz nova fundamentao jurdica ao processo (responsabilidade subjetiva entre os forneced ores). A doutrina nunca fez diferena nessa vedao quanto a fato do produto ou fato d o servio. ** STJ: em alguns julgados, envolvendo por exemplo consumidor travado e m porta giratria de banco, vem entendo que a vedao denunciao da lide restringe-se re ponsabilidade por fato do produto, mas no por fato do servio (RESP 439.233 e RESP 1.024.791). Assim, o banco pode trazer a lide a empresa de segurana, no tendo nenh um bice a defesa do consumidor. Art. 13. O comerciante igualmente responsvel, nos termos do artigo anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador no puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem iden tificao clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - no conse rvar adequadamente os produtos perecveis. Contato: [email protected] 48DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Pargrafo nico. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poder exercer o direi to de regresso contra os demais responsveis, segundo sua participao na causao do even to danoso. Art. 88. Na hiptese do art. 13, pargrafo nico deste cdigo, a ao de regresso poder ser juizada em processo autnomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmo s autos, vedada a denunciao da lide. Causas excludentes de responsabilidade (art. 12, 3): I provar que no colocou o produto no mercado (h quebra o nexo de causalidade); II provar que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste. Co m base nesse dispositivo, Min. Antonio Herman de Vasconcelos e Benjamin entende que o consumidor basta provar o dano e o nexo causal, pois obrigao do fornecedor p rovar que o defeito inexiste. Essa no a posio que prevalece. III provar a culpa exc lusiva do consumidor ou de terceiro. Se a culpa for concorrente, a responsabilid ade do fornecedor pode ser atenuada, mas no excluda. Pode ser culpa exclusiva do c omerciante? No, pois o terceiro no pode fazer parte da cadeia de consumo, da cadei a de fornecedores, tendo que ser um terceiro alheio a relao de consumo. Contato: [email protected] 49DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 O fornecedor pode alegar caso fortuito e a fora maior como causas excludentes de responsabilidade? PREVALECE que so causas excludentes, desde que aps a colocao no mercado de consumo.Teoria s risco do Desenvolvimento (art. 12, 1, III): os defeitos do produto eram de sconhecidos e imprevisveis poca da colocao em circulao em face do estado da cincia e tecnologia. Para a maioria no causa excludente de responsabilidade. Fundamento: seria a reintroduo da culpa como responsabilidade no CDC . sendo que a responsabil idade no CDC objetivo. Mesmo para a minoria que admite a teoria como uma causa e xcludente, toda a comunidade cientfica deveria desconhecer os malefcios do produto , e no apenas o fornecedor. Responsabilidade pelo fato do servio (CDC art. 14) aquele que decorre de um acidente de consumo em razo de um servio defeituoso. uma responsabilidade objetiva. Servio defeituoso (art. 14, 1): aquele que no fornece a segurana que o consumidor pod e esperar, levando-se em considerao as circunstancias relevantes (1a CORRENTE: def eito corresponde insegurana). Contato: [email protected] 50DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Art. 14. O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa , pela reparao dos danos causados aosconsumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuf icientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos. 1 O servio defeituoso quando no fo nece a segurana que o consumidor dele pode esperar, levando-se em considerao as cir cunstncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o res ultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a poca em que foi for necido. 2 O servio no considerado defeituoso pela adoo de novas tcnicas. 3 O for de servios s no ser responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o servio , o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 4 A re sponsabilidade pessoal dos profissionais liberais ser apurada mediante a verificao de culpa. O CDC art. 14, 2: o servio no considerado defeituoso pela adoo de novas tcnicas. Causas excludentes de responsabilidade (art. 14, 3): I provar que, tendo prestado o servio, o defeito inexiste; Contato: [email protected] 51DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010II a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. A culpa concorrente do consum idor no exclui responsabilidade, mas apenas atenua. STJ RESP 226.348: a responsab ilidade da companhia ferroviria no excluda por viajar como pingente, podendo ser aten uada se demonstrada a culpa concorrente. STJ RESP 437.195: h responsabilidade por culpa concorrente, da concessionria de transporte por acidente de trs em via frrea , em razo do dever de fiscalizao. STJ RESP 142.186: assalto a mo armada no interior de coletivo causa excludente de responsabilidade? Para o STJ causa excludente de responsabilidade. Assim, assalto a mo armada fato de terceiro que no tem conexo co m o servio de transporte coletivo, sendo chamado de fortuito externo que excluindo a responsabilidade do fornecedor. Ex. de Fortuito interno, que no exclui a respon sabilidade do fornecedor (pneu do nibus que estoura e gera acidente). RESP 750.41 8 cheques furtados de agncias bancrias. A segurana prestao essencial da agncia bancr Ao de terceiro que furta talo de cheque no banco gera indenizao, no causa excludente de responsabilidade. Obs.: se ocorre assalto frequentemente num determinado ponto em coletivo, o pres tador do transporte coletivo est diante de previsibilidade do dano, no sendo possve l alegar caso fortuito, no sendo possvel alegar isso como causa excludente de resp onsabilidade. No se pode alegar fato de terceiro alheio a relao de consumo. Contato: [email protected] 52DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Recall: se o fornecedor faz o recall e o consumidor no comparece, possvel alegar cau sa excludente de responsabilidade? No exclui a responsabilidade do fornecedor (ST J RESP 1.010.392). Fundamento: o simples fato de chamar no exclui a responsabilid ade do fornecedor. A regra da responsabilidade no CDC objetiva, independe da comprovao de dolo e de c ulpa. Exceo (CDC art. 14, 4): responsabilidade pessoal do profissional liberal. A res ponsabilidade pessoal dos profissionais liberais ser apurada mediante a verificao d e culpa. Profissional liberal: o no empregado que trabalha por conta prpria em profisso de nv el superior ou no, exercendo atividade cientfica ou artstica. Quais as razes desse tratamento diferenciado para o profissional liberal? - natureza intuito personae da atividade. Essa natureza pessoal gera uma confiana n o consumidor. uma relao pautada na confiana, na fidcia. - em regra, profissional liberal desempenha atividade de meio, consistente no co mpromisso de empregar todo o conhecimento para Contato: [email protected] 53DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 atingir o resultado desejado, no estando obrigado a atingir o resultado pretendid o.Se a atividade for de resultado (ex: cirurgia plstica de embelezamento). uma exceo da exceo a regra, no respondendo de forma subjetiva, pois a atividade de fim/result ado e no de meio, sendo a responsabilidade objetiva. Obs.: a cirurgia plstica repa ratria de meio e no de resultado. STJ RESP 236.708: cirurgia plstica esttica: obrigao de resultado. Mdico aluga um hospital para fazer atividade cirrgica. O hospital pode ser respons abilizado nestes casos? RESP 908.359/SC 27.08.08: a responsabilidade do hospital somente tem espao quando o dano decorrer de falha do servio, pois no existe vnculo do mdico com o hospital. O hospital poder ser responsabilizado de forma objetiva q uando os danos decorrem da falta de estrutura do hospital (Ex: infeco hospitalar), pois a infeco decorre do fato da internao e no atividade mdica em si. Neste caso, a r esponsabilidade do hospital objetiva. Havendo vnculo entre o mdico e o hospital, s e o dano decorrer da atividade mdica em si, o hospital responder igualmente ao mdic o, de forma subjetiva (RESP 258.389). RESP 883.685: se o consumidor procurou o h ospital por causa de sua referencia, a responsabilidade do hospital ser objetiva, pouco importando que o dano seja decorrente da atividade mdica em si. Contato: [email protected] 54DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Aplica-se o CDC s relaes envolvendo servio de advocacia? Prevalece no STJ que no se a plica o CDC s atividades envolvendo advocacia. RESP 757.867. RESP 914.105: o Fund amento a existncia de legislao prpria que regulamento a atividade do advogado com cl iente, no se aplicando o CDC. Reparao de danos e conflito de LegislaesPrincpio da Efetiva Preveno de Danos (CDC art. 6, VI): Tarifao na indenizao envolvend ransporte areo: possvel? Para STJ AgR no AG 959.403: extravio de bagagem no transporte areo. A Conveno de Va rsvia no prevalece, nem o Cdigo Brasileiro de Aeronutica, prevalecendo o CDC: indeni zao integral dos danos. Para o STF (RE 351.750) que foi julgado em maro de 2009, tendo o julgado sido pub licado em dezembro de 2009: danos morais decorrentes de atraso ocorrido em mbito internacional. Afastam-se as normas especiais da Conveno de Varsvia e do Cdigo Brasi leiro de Aeronutica ou qualquer outro diploma no prevalece quando implicarem retro cesso social ou vilipendio aos direitos assegurados pelo CDC. Acompanhar o julga mento no AI 762.184 (repercusso geral reconhecida em 23.10.09). Princpio constituc ional da indenizabilidade irrestrita. Responsabilidade pelo vcio no CDC Contato: [email protected] 55DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010A responsabilidade pelo vcio decorre de uma inadequao do produto ou servio para os f ins a que se destinam. Defeito envolve insegurana do produto ou do servio. Isso es t muito claro no CDC. Existe diferena no vcio no CDC para o vcio redibitrio do CC? 1 d iferena: o CDC quando trata do vcio, ele se refere ao vcio aparente ou oculto, e no apenas ao vcio oculto. 2 diferena: o vcio no CDC no precisa ser grave nem contemporneo celebrao do contrato. O conceito de vcio no CDC, portanto, mais amplo que no CC. A conseqncia uma melhor proteo do vulnervel na relao consumerista. 3 diferena: O CD traz uma alternativa a mais em comparao com o CC. O CDC admite a substituio do prod uto viciado por outro. CC: ao redibitria para rejeitar a coisa viciada ou ao estimatri a para postular o abatimento proporcional do preo. Onde est o vcio no CDC? Vcio do p roduto (art. 18 do CDC) O vcio do produto pode ser de quantidade ou de qualidade. O art. 18 se refere ao vcio de qualidade. O vcio de quantidade est no art. 19. a) Vcio de qualidade aquele que torna o produto imprprio ou inadequado ao consumo, ca paz de diminuir o valor do produto, bem como aquele decorrente de disparidade co m as informaes da oferta. Contato: [email protected] 56DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 O art. 18 no especifica cada um dos fornecedores. Logo, todos os entes da cadeia produtiva so responsveis, inclusive o comerciante (RESP 1.118.302 outubro de 2009) . O CDC, no art. 18, 6, define produto imprprio: I - produtos cujos prazos de validad e estejam vencidos. II produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados,falsificados, corrompidos, fraudados etc. III produtos que por qualquer motivo s er revelem inadequados ao fim a que se destinam. Obs.: pequenos defeitos no so imp editivos da comercializao do produto, desde que haja transparncia na relao (informao o tensiva e adequada). a boa-f objetiva. Respeitadas as variaes decorrentes de sua nat ureza: em razo da natureza de alguns produtos, algumas variaes no sero consideradas co mo vcio. Alternativas conferidas ao consumidor (art. 18, 1): I substituio do produto por outro de mesma espcie, em perfeitas condies de uso. No havendo outro produto da mesma espcie, o 4 d a soluo: poder haver substituio por outro de espcie, marca ou m diversos, mediante complementao ou restituio de eventual diferena de preo. II restitu imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuzo de eventuais per das e danos. III abatimento proporcional do preo. Contato: [email protected] 57DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010Antes de dar as opes ao consumidor, o art. 18, 1, concede ao fornecedor o prazo mximo de 30 dias para tentar resolver o problema. Esse prazo para sanar o vcio do prod uto pode tambm ser convencionado, podendo ser no mnimo 07 dias e no mximo 180 dias (art. 18, 2). Obs.: nos contratos de adeso a clusula de prazo dever ser convencionada em separado, por meio de manifestao expressa do consumidor. STJ RESP 991.985. Art . 18, 3, CDC. O conceito de essencialidade deve ser aferido no caso concreto. Prev alece o entendimento de que se j foi concedido o prazo de 30 dias, e o problema no foi resolvido, o consumidor pode ir diretamente s alternativas. possvel ao de obrig ao de fazer com pedido de medida liminar (art. 84, 3). Art. 18, 5: produtos in natura aqueles que vm diretamente do campo, sem passar pelo processo de industrializao. N o caso de fornecimento de produtos in natura, ser responsvel perante o consumidor o fornecedor imediato (comerciante), exceto quando identificado claramente o pro dutor. Trata-se de uma exceo regra da responsabilidade solidria do caput do art. 18. b) Vcio de quantidade (art. 19) Ocorre quando o contedo lquido for inferior s indicaes constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitria. To dos da cadeia vo responder solidariamente, em regra. Contato: [email protected] 58DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010Tambm aqui determinadas variaes decorrentes da natureza de certo produto no caracter iza vcio. Ex.: gs liquefeito engarrafado. Obs.: no tem prazo dado ao fornecedor par a resolver o vcio de quantidade. Alternativas do consumidor: I abatimento proporc ional do preo. II complementao do peso ou medida. III substituio do produto por outr da mesma espcie, marca ou modelo, sem aludidos vcio. No existindo outro de mesma e spcie, marca ou modelo, aplica-se a regra do vcio de qualidade (art. 19, 1). IV rest ituio imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuzo de eventuais perdas e danos. Art. 19: a regra a responsabilidade solidria. Exceo (art. 19, 2): re sponsabilidade do fornecedor imediato (comerciante) diante de um vcio de quantida de. O fornecedor imediato ser responsvel quando fizer a pesagem ou a medio e o instr umento utilizado no estiver aferido segundo os padres oficiais. Responsabilidade p elo vcio do servio no CDC (art. 20) Alternativas conferidas ao consumidor: I reexe cuo do servio, sem custo adicional e quando cabvel. Obs.: a reexecuo dos servios poder er confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor (1). II restituio imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuzo d e eventuais perdas e danos. III abatimento proporcional do preo. Contato: [email protected] 59DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Art. 23: a alegao de ignorncia por parte do fornecedor no o exime de responsabilidad e. Ou seja, irrelevante a apreciao da culpa do fornecedor. Garantia Legal (art. 24 ) a garantia de adequao do produto ou servio ao fim a que se destina. A garantia legal obrigatria e independe de termo expresso. CDC art. 26: Prazos decadenciais para reclamar o vcio de um produto ou servio. SEO IV Da Decadncia e da Prescrio Art. 26. O direito de reclamar pelos vcios aparentes ou de fcil constatao caduca em: - Ver CC arts. 207; 445 - Ver CPC art. 269 IV - Smu la n 229 do STJ I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de servio e de produt os no durveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servio e de produt os durveis. 1 Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiv a do produto ou do trmino da execuo dos servios. Contato: [email protected] 60DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 2 Obstam a decadncia: I - a reclamao comprovadamente formulada pelo consumidor peran te o fornecedor de produtos e servios at a resposta negativa correspondente, que d eve ser transmitida de forma inequvoca; - Ver CDC art. 18 "caput", 1 II - (Vetado) . III - a instaurao de inqurito civil, at seu encerramento. - Ver CDC art. 90 3 Trata ndo-se de vcio oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evid enciado o defeito. I 30 dias produtos e servios so durveis II 90 dias: produtos e servios durveisComo se sabe se um servio durvel ou no? Pelo tempo que o prestador demorou para pre star servio? No. O critrio est relacionado durabilidade do resultado. Ex: a detetizao demorou 15 minutos, mas os efeitos demoram por meses. Ou seja verifica-se a dura bilidade do resultado e no o tempo de sua execuo. Se o vcio for de fcil constatao, ou aparente, inicia-se a contagem do prazo decadenc ial a partir da entrega efetiva do produto ou do fim da execuo do servio (art. 26, 1) . Contato: [email protected] 61DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Tratando-se de vcio oculto o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito (art. 26, 3). Como se calcula isso? Qual o critrio? Se estive r dentro de sua vida til, possvel falar em vcio oculto (critrio da vida til). Resp 76 0.262. Causas que obstam a decadncia (CDC art. 26, 2): I reclamao comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecimento de pro dutos e servios at a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequvoca. II - vetado III instaurao de inqurito civil at o seu encerramento. As causas obstativas da decadncia interrompem (comea do zero) ou suspendem (comea d e onde parou) o prazo decadencial? mais favorvel que seja interrupo. 1a CORRENTE: PREVALECE que so causas suspensivas da decadncia: Nelson Nery, Fbio Ulhoa, Risato Nunes. Fundamento: a natureza dessas ca usas suspensiva, pois os incisos apresentam marcos iniciais e finais dando a ent ender que sejam suspensivas. Contato: [email protected] 62DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 20102a. CORRENTE: Scartezzini Guimares e Cludia Lima Marques. Causas interruptivas da prescrio, pois mais a interpretao mais favorvel ao consumidor. Com a interrupo o pra comea do zero. Garantia Contratual (CDC art. 50, "caput") Art. 50. A garantia contratual complementar legal e ser conferida mediante termo escrito. - Ver CDC arts. 24 ; 25 ; 74 - Ver CC arts. 450 ; 732 ; 927 Pargrafo nico . O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de manei ra adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o luga r em que pode ser exercitada e os nus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entr egue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhad o de manual de instruo, de instalao e uso do produto em linguagem didtica, com ilustr aes. A garantia contratual facultativa. Fundamento: tem que existir termo escrito par a sua implementao. A garantia contratual complementar a garantia legal. Ex: fornecedor da garantia de 05 anos ao que deve ser acrescentado mais 90 dias (RESP 225.859, RESP 579.941). Contato: [email protected] 63DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Prazo prescricional (CDC art. 27). Quando o CDC trata de prescrio ele se refere a fato do produto e do servio. O prazo de 05 anos.Obs.: em provas, o examinador troca a expresso fato por vcio. Mistura-se decadncia com prescrio. Fato do produto ou do servio defeituoso com prazos decadenciais. Decorre de um defeito. O prazo de 05 anos. Resp 575.479: vcio intrnseco que provavelmente vai dar ensejo a acidente de consum o: possvel a aplicao do art. 27. Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretenso reparao pelos danos causados por fato d o produto ou do servio prevista na Seo II deste Captulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. - Ver CDC arts. 12 a 17 ;101 e 102 - Ver CC arts. 197 e segs. ; 202 e segs Pargrafo nico. (Vetado). Por mais que o art. 26 fale de vcio e o art. 27 fale de defeito, se ainda no exist e acidente de consumo, mas existe vcio intrnseco que provavelmente gerar o acidente de consumo, aplica-se o art. 27. Contato: [email protected] 64DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Obs.: cigarro. Cidado cresceu aprendendo que cigarro para pessoas bem sucedidas. Depois de anos, constatou-se uma perda na capacidade respiratria. Entrou com uma reparao de danos contra alguma das marcas que ele fumou a vida inteira. Entrou com ao com mais de 05 anos aps o descobrimento. Aplica o CDC ou o CC/1916? RESP 489.89 5 de 10.03.10: o prazo prescricional envolvendo a questo dos cigarros de 05 anos, em sentido contrrio Ftima Nancy Andrighi se o direito do consumidor direito funda mental e existe mais de um a diploma aplicvel a matria, pelo dilogo das fontes se a plicaria a legislao mais favorvel, sendo esta a do CC/1916 (norma geral) e no a legi slao especfica (CDC). Questes Polmicas: 1. Reparao de danos decorrentes da inscrio indevida no CADIN: qual o prazo? RESP 740. 061 (julgado em 02.03.10): no decorrendo do fato do servio, isto , acidente de cons umo, inexistindo norma especfica para o caso, aplicvel o CC/2002. 2. Tarifao das indenizaes em viagens internacionais. Pelo posicionamento do STJ, a Conveno de Varsvia no prevalece sobre o CDC e Cdigo Bra sileiro de Aeronutica. Fundamento: no possvel o retrocesso. Contato: [email protected] 65DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Repercusso Geral: STF AI 762.184 (23.10.2009). STF RE 297.901: o STF entendeu pela prevalncia do prazo prescricional de 02 anos da Conveno de Varsvia. Obs.: no o que prevalece no STJ. O STF provavelmente ir mudar o entendimento usando o mesmo fundamento para o caso da tarifao. 3 Prazo no caso de seguro de veculo Ocorre um acidente, mas a seguradora no paga o valor ou paga a menor. Prazo: CDC ou CC/2002 (art. 206, 1, inciso II)? STJ: Resp 574.947/BA de 09.06.04: o no pagamento do seguro no constitui fato do se rvio, mas sim inadimplemento contratual razo pela qual se aplica o CC/2002 art. 20 6,1, II, cujo prazo de 01 ano. STJ: Resp 842.688/SC: a ao para complementar a indenizao securitria prescreve em um a no, tendo como termo inicial a data da cincia, pelo segurado, do no pagamento. Smula 412 STJ: Desconsiderao da personalidade jurdica no CDC Contato: [email protected] 66DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Surge essa teoria com o objetivo de afastar o manto da personalidade da pessoa j urdica e atingir o patrimnio do scio. O CDC aborda a desconsiderao da pessoa jurdica. 1. Desconsiderao no CDC x Desconsiderao no CDC a) o CDC uma norma de ordem pblica, podendo o Juiz decretar de ofcio a desconsider ao da personalidade jurdica. A desconsiderao do CC/2002 (art. 50) exige requerimento da parte ou do MP. b) o CDC adota a teoria menor da desconsiderao, bastando a insolvncia para caracteriz ar a possibilidade de desconsiderao da personalidade jurdica. O CC/2002 adotou a teo ria maior, ou seja, alm da insolvncia, tem que ter ou o desvio de finalidade (teoria maior subjetiva) ou a confuso patrimonial (teoria maior objetiva). O art. 50 fala d e ambas RESP 279.273/SP: responsabilidade e direito do consumidor. RESP 970.635 julgado em 10.11.09 As hipteses de desconsiderao no CDC esto no art. 28: Art. 28. O juiz poder desconsiderar a personalidade jurdica da sociedade quando, e m detrimento do consumidor, houver abuso de Contato: [email protected] 67DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010direito, excesso de poder, infrao da lei, fato ou ato ilcito ou violao dos estatutos ou contrato social. A desconsiderao tambm ser efetivada quando houver falncia, estado de insolvncia, encerramento ou inatividade da pessoa jurdica provocados por m admi nistrao. 1 (Vetado). 2 As sociedades integrantes dos grupos societrios e as sociedad s controladas, so subsidiariamente responsveis pelasobrigaes decorrentes deste cdigo. 3 As sociedades consorciadas so solidariamente resp onsveis pelas obrigaes decorrentes deste cdigo. 4 As sociedades coligadas s responder por culpa. 5 Tambm poder ser desconsiderada a pessoa jurdica sempre que sua personal idade for, de alguma forma, obstculo ao ressarcimento de prejuzos causados aos con sumidores. O primeiro grupo de hipteses est no art. 28, "caput" 1 parte. a) Falncia b) estado de insolvncia c) encerramento ou inatividade da pessoa jurdica provocados por m administrao Contato: [email protected] 68DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 O juiz poder desconsiderar a personalidade jurdica da sociedade quando, em detrime nto do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infrao da lei, fato ou ato ilcito ou violao dos estatutos ou contrato social. O segundo grupo est no art. 28, "caput", in fine A desconsiderao tambm ser efetivada quando houver falncia, estado de insolvncia, encer ramento ou inatividade da pessoa jurdica provocados por m administrao. O terceiro grupo est no art. 28, 5 5 Tambm poder ser desconsiderada a pessoa jurdica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstculo ao ressarcimento de prejuzos causados aos consumidores. Tipos de Responsabilidade (CDC art. 28) Dependendo da relao existente entre grupos de empresas que integrem um grupo socie trio, haver um tipo de responsabilidade. CDC, Art. 28, 2: sociedades integrantes dos grupos societrios e sociedades controla das: responsabilidade subsidiria. Quem causou o dano nesse caso responde primeira mente. Somente depois de exaurida o Contato: [email protected] 69DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 patrimnio da empresa causadora do dano que sero responsabilizadas as sociedades in tegrantes ou as sociedades controladas. b) CDC art. 28, 3: entidades consorciadas: diante da solidariedade existente entre certas sociedades, a responsabilidade ser solidria. c) CDC art. 28, 4: sociedades coligadas: responsabilidade subjetiva. Uma sociedade coligada a outra quando detm mais de 10% do capital social de outra sociedade, mas no detm o seu controle. Nesse caso a responsabilidade ser subjetiva . OFERTA NO CDC Oferta no CC/1916 era convite oferta, a oferta no vinculava o proponente. diferen te do CDC . No CC/2002 art. 427, possvel falar uma numa oferte que no seja vincula nte, a depender dos termos do contrato, da natureza do negcio, ou das circunstanc ias do caso (art. 427). No CDC, a oferta tem carter vinculante, no podendo ser rev ogada. No CC/2002 fala-se em relaes individualizadas. Consegue-se identificar perante a q ual foi feita a proposta. E o art. 429 do CC/2002, que fala da oferta ao pblico? A oferta ao pblico aqui tem que ser analisada como uma oferta ao pblico de comerci ante ou fornecedores Contato: [email protected] 70DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 em geral, e no ao pblico consumidor, tratado no CDC. Oferta no CDC sinnimo de ting, ou seja, todos os mtodos e tcnicas que aproximam o consumidor dos produtos servios colocados no mercado de consumo. Qualquer prtica que visa esse objetivo onceito de oferta para o CDC, no sendo s a publicidade, a entrega de panfleto. conotao ampla que o CDC d oferta. Caractersticas da oferta (CDC art. 30) SEO Da Oferta II Art. 30. Toda informao ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qual quer forma ou meio de comunicao com relao a produtos e servios oferecidos ou apresent ados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o c ontrato que vier a ser celebrado. Caracterstica 01: Toda informao ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicao O legislador no se restringe a falar de publicidade. Ex: a informao de um vendedor na loja uma oferta. Toda publicidade contm uma informao, mas nem toda informao contm uma publicidade. Contato: [email protected] 71 marke e c umaDIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 informao suficientemente precisa: capaz de influenciar o comportamento do consumidor. A informao, para se caracterizar como oferta, tem que ser exteriorizada. Caracterstica 02: obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar o princpio da vinculao da oferta: ofertou vinculou o erro na publicidade: capaz de desobrigar o fornecedor? Depende. Em regra, o er ro na oferta no desobriga o fornecedor. Mas se estivermos diante de um erro gross eiro, patente, facilmente identificvel pelo consumidor, no h que se falar em vincul ao da oferta (ex: TV de LCD 32 por R$ 250,00). A boa-f objetiva tambm exigida do cons umidor. A boa-f objetiva tambm exigida do fornecedor quanto a erros grosseiros. Caracterstica 03: a oferta integra o contrato que vier a ser celebrado. Caractersticas da informao no oferta (CDC art. 31) Contato: [email protected] 72DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Art. 31. A oferta e apresentao de produtos ou servios devem assegurar informaes corre tas, claras, precisas, ostensivas e em lngua portuguesa sobre suas caractersticas, qualidades, quantidade, composio, preo, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam sade e segurana dos consumidores. 1. a informao na oferta tem que ser correta, verdadeira. 2. a informao tem que ser clara, inteligvel 3. a informao tem que ser precisa, exata, definida, delineada 4. a informao tem que ser ostensiva, ou seja, de fcil percepo, constatada de plano pe lo consumidor, sem maiores esforos. 5. a informao da oferta tem que ser em lngua portuguesa. Decreto 5903/2003 falava da necessidade da oferta ser legvel, no sentido de visvel , indelvel que no se apaga facilmente. Hoje no CDC art. 31 pargrafo nico (includo pel a Lei 11.989/09) isto est expresso. Cdigo de Barras viola ou no o art. 31 do CDC? a informao do preo por meio do cdigo de barras legtima? A jurisprudncia do STJ entendia que sim. Contudo, desde 2004, com o advento da Lei 10.962/04, Contato: [email protected] 73DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 vem sendo admitida a identificao de preos por meio do cdigo de barras, devendo haver um bom nmero de leitores ticos etc. RESP 688.151.Peas de reposio (Art. 32 do CDC) Art. 32. Os fabricantes e importadores devero asseg urar a oferta de componentes e peas de reposio enquanto no cessar a fabricao ou import ao do produto. Pargrafo nico. Cessadas a produo ou importao, a oferta dever ser mant or perodo razovel de tempo, na forma da lei. Obs.: o critrio utilizado para aferir o prazo razovel o critrio da vida til. Oferta ou venda por telefone ou reembolso postal (CDC art. 33) Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve const ar o nome do fabricante e endereo na embalagem, publicidade e em todos os impress os utilizados na transao comercial. Pargrafo nico. proibida a publicidade de bens e servios por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. ( Includo pela Lei n 11.800, de 2008). possvel tambm aplicar as exigncias do art. 33 nas relaes envolvendo internet (PREVALE CE). H um posicionamento MINORITRIA dizendo que s se aplicaria a internet caso tenha ima Contato: [email protected] 74DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 intermediao via telefone (Min. Antnio Herman de Vasconcelos e Benjamin) O art. 33, pargrafo nico (includo pela Lei 11.800/08). O CDC quando fala da proibio d a publicidade de bens e servio por telefone ele pressupe chamada onerosa. E se a chamada for gratuita, possvel veicular a publicidade? O Decreto 6.523/08 t rata do SAC (servio de atendimento do consumidor). O art. 14 desse Decreto veda a veiculao de mensagens publicitrias durante o tempo de espera para atendimento, sal vo se houver prvio consentimento do consumidor. Lei 13.226/08 de SP: institui cadastro para o bloqueio do recebimento de ligaes de telemarketing. Responsabilidade do Preposto (CDC art. 34) Art. 34. O fornecedor do produto ou servio solidariamente responsvel pelos atos de seus prepostos ou representantes autnomos. Situao em que o fornecedor no quer cumprir o que foi ofertado. Quais as possibilida des para o consumidor? Diante da recusa da oferta, o art. 35 do CDC d as seguinte s alternativas. Contato: [email protected] 75DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou servios recusar cumprimento oferta, apres entao ou publicidade, o consumidor poder, alternativamente e sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forado da obrigao, n os termos da oferta, apresentao ou publicidade; II - aceitar outro produto ou pres tao de servio equivalente; III - rescindir o contrato, com direito restituio de quant ia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. a) exigir o cumprimento forado da obrigao (inciso I): CDC art. 84 o instrumento par a realizao desse direito. b) aceitar outro produto ou prestao de servio equivalente (inciso II) c) rescindir o contrato (inciso III) Art. 84 Art. 84. Na ao que tenha por objeto o cumprimento da obrigao de fazer ou no f azer, o juiz conceder a tutela especfica da obrigao ou determinar providncias que asse gurem o resultado prtico equivalente ao do adimplemento. Contato: [email protected] 76DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 1 A converso da obrigao em perdas e danos somente ser admissvel se por elas optar o a tor ou se impossvel a tutela especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente . 2 A indenizao por perdas e danos se far sem prejuzo da multa (art. 287, do Cdigo de Processo Civil). 3 Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficcia do provimento final, lcito ao juiz conceder a tutela liminarme nte ou aps justificao prvia, citado o ru. 4 O juiz poder, na hiptese do 3 ou na mpor multa diria ao ru, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatvel com a obrigao, fixando prazo razovel para o cumprimento do preceito. 5 Par a a tutela especfica ou para a obteno do resultado prtico equivalente, poder o juiz d eterminar as medidas necessrias, tais como busca e apreenso, remoo de coisas e pesso as, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, alm de requisio de fora p olicial. Diante da falncia de uma concessionria a montadores responde pelo prejuzo? RESP 363 .939: a responsabilidade pela informao ou publicidade divulgada recai integralment e sobre a empresa fornecedora (montadora). A concessionria faliu e a montadora re sponde. Em 10.11.2009, no julgamento do RESP 566.735, o STJ entendeu o consorcio falhou com o que foi pactuado, e a FIAT no tinha nenhuma relao com o consrcio, muit o embora o consrcio tenha se valido da publicidade e nome da FIAT. Para Fabrcio is to criticvel. Contato: [email protected] 77DIREITO do CONSUMIDOR Intensivo III Prof. Fabrcio Bolzan 2010 Principal Manifestao de Oferta: Publicidade 1. conceito: Publicidade: consiste na informao dirigida ao pblico consumidor com o objetivo de promover comercialmente, direta ou indiretamente produto ou servio co locado no mercado de consumo. Tecnicamente, publicidade diferente de propaganda. A publicidade tem conotao comer cial. A propaganda tem conotao filosfica, poltica, religiosa, econmica, ideolgica ou s ocial. Obs.: o legislador constituinte no foi tcnico ou ponto de fazer a diferenci ao (ex: CRFB/1988 - art. 220, 4) CRFB/1988 - art. 220, 4 - A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcolicas, agr otxicos, medicamentos e terapias estar sujeita a restries legais, nos termos do inci so II do pargrafo anterior, e conter, sempre que necessrio, advertncia sobre os male fcios decorrentes de seu uso. 2. Sistemas de controle 2.1. sistema exclusivamente estatal: por e