A Advocacia-Geral Da União No Estado Democrático de Direito Brasileiro - Boletim JurídicoTÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO PARA ESTUDANTES

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TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO PARA ESTUDANTES

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  • 23/04/2015 AAdvocaciaGeralDaUnioNoEstadoDemocrticoDeDireitoBrasileiroBoletimJurdico

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    AAdvocaciaGeralDaUnioNoEstadoDemocrticoDeDireitoBrasileiroDanielDinizGonalvesProcuradorFederal.EspecialistaemdireitoconstitucionaleprevidenciriopelaUNIDERP.Inseridoem01/12/2014ParteintegrantedaEdiono1214Cdigodapublicao:3856

    RESUMOEste trabalho que buscacompreender a AdvocaciaGeralda Unio no contexto jurdicobrasileiro, apresentando suasatribuies institucionais, suaestrutura funcional e seusmembros, e que, tambm,procura realizar uma anlisecrtica da instituio, indagandoqual a postura institucionaldeveria ser por ela adotada,objetivando atender aosimperativos do EstadoDemocrtico deDireitoBrasileiro.Atravs de pesquisa bibliogrfica,

    anlisedocumentaleestudodecasos,otrabalhoapresentaosprincipaisposicionamentos acerca da postura institucional da AdvocaciaGeral daUnionoDireitoBrasileiro,a saber,oda AdvocaciadeEstadoeodaAdvocaciadeGoverno,e,ao final,concluipela insuficinciadeambosos modelos para atender as demandas de um Estado Democrtico deDireito,construindoummodelohbridoqueprocuraconcililos.PalavrasChave:AGU.Atribuies.Estrutura.Membros.Postura.

    ABSTRACTThe GeneralAttorney of the Union in the Brazilian Democratic LawState is an academic essay that seeks to comprehend the GeneralAttorney of the Union in the context of the Brazilian legal system,presenting its institutional attributions, its functional structure and itsmembers, and that, also, seeks to implement a critical analysis of theinstitution,questioningwhich institutionalpostureshouldbeadoptedbyit, in order to realize the imperatives of the Brazilian Democratic LawState.Bythemeansofbibliographicresearch,documentaryanalysisandcase study, this academic essay presents the twomain positions abouttheinstitutionalpostureoftheGeneralAttorneyoftheUnioninBrazilianLaw,whichare theStateAdvocacyandGovernmentAdvocacy,and,intheendoftheessay,concludesthatbothpositionsare insufficienttoattend the needs of a Democratic Law State, creating an hybridmodelthatseekstoconciliatethetwomentionedpositions.Keywords:AGU.Attributions.Structure.Members.Posture.

    INTRODUO

    O temaescolhido, a saber, ''AAdvocaciaGeral daUnionoEstado Democrtico de Direito Brasileiro'', assume especial relevnciahodiernamente,namedidaemquevivemossobagidedeumgenunoWellfareState[1], umEstadoque constantemente chamadoaopapeldeprovedordepolticaspblicasaptasagarantir, efetivar,materializaruma vasta gama de direitos, outorgados aos cidados da RepblicaFederativaBrasileirapelasuaLeiMaior.Oartigo131daConstituiodaRepblicaFederativadoBrasilCRFB/88proclamaqueaAdvocaciaGeraldaUnioAGUainstituioquerepresenta,judicialeextrajudicialmente,aUnioFederal,bemcomosuasautarquiasefundaes. Assimsendo,aAGU respondepelosatosdoente federativocentral,bemcomopelosatosdesuasentidadesdescentralizadas,quandochamados em juzo para responder por seus atos administrativos degestoedelegislao,assimcomopelaausnciadosmesmos.Almdopapelnocontenciosojudicial,aAGUatuanaconsultoriaaos Poderes da Repblica, sem integrar qualquer deles, ressaltese,

    PORTALBOLETIMJURDICOISSN18079008AnoXIVNmero1250Brasil,Uberaba/MG,quintafeira,23deabrilde2015

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    realizando um verdadeiro controle prvio de constitucionalidade elegalidade dos atos administrativos do ente central poltico e de suasautarquiasefundaes. Devidoamplitudedotemaescolhido,suaabordagemnessetrabalho ser limitadaaapenasalgunsde seusaspectosque, anossosentir, sero os mais relevantes para proporcionarmos ao leitor umpanoramageraldaInstituioeoprepararmospara,sobreela,lanarumolharmaiscrtico.Dessarte,opresenteestudoabarcar: a)UmpanoramageraldaAGU, emqueexporemos suasatribuies constitucionais e legais, sua estrutura administrativa, seusmembros,bemcomoasgarantiasedeveresdosmesmos,tudoissocomasalutarremiosleisderegncia b)Umaanlise institucionalcrtica,emqueaverdadeiraproblemticado temaproposto serapresentada, trabalhandoquestesaltamente controversas como a autonomia funcional dos membros daAGU,suaautonomiaadministrativa,orgnicaeoramentriae,ainda,agrande questo acerca da AGU ser Advocacia de Estado ou deGovernoec)Finalmente,nodesfechodoestudo,exporemosqualseria,anosso sentir, o perfil institucional que a AGU deveria adotar noEstadoDemocrticodeDireitoBrasileiro,comvistasadefendererealizarseusmaiscarosimperativos. Esperamos ofertar ao leitor um trabalho interessante eprazeroso,queo incentiveaconhecermais sobreaAdvocaciaGeraldaUnioou,sendomaisambicioso,queoconvideafuturamenteintegrla.

    DESENVOLVIMENTODOTRABALHO.

    1.BreveResgateHistrico.O Estado um fenmeno sociolgico que traduzuma realidade fticaemqueumcertoagrupamentodepessoas,comtraoshistricoculturaiscomuns(povo),emumdadoespaogeogrfico(territrio),transfereaum novel ente social (o Estado propriamente dito), ente essecaracterizado por sua formalizao existencial[2], parcela de suaautodeterminao,antesabsoluta,tornandoo,assim,umentecapazdese autodeterminar, sem quaisquer limites prvios (soberania). OsurgimentodoEstadoteriacomofinalidadeoresguardodaseguranaepazdacoletividadeedecadaumdeseusmembros.[3]Criado o Estado como meio eficiente de compor os conflitos de seusintegrantes, no demorou muito para que uma potica contradio semanifestasse: o Estado, surgido para prevenir e resolver divergnciassociais, passou, ele mesmo, a protagonizar conflitos com seusintegrantes. Nada mais natural, vez que, como sujeito de direitos edeveres, o Estado poderia, sim, titularizar interesses contrapostos aosdosparticulares.Issoposto,quemrepresentariaoEstadonoprocessodeequacionamentodeconflitos? exemplo do que ocorre com os particulares, que perante o processooficial estatal de soluo de conflitos faziamse representar porprofissionais capacitados, advogados, o Estado tambm se fezrepresentarporprocuradores,que,pois,soverdadeirosadvogadosdoEstado.Dessa maneira, a atividade de representao do Estado no processooficialdesoluodeconflitospassouadenominarseadvocaciaPblicaouadvocaciadeEstadoemsentidolato[4].AorigemdaadvocaciapblicaouadvocaciadeEstadoemsentidolatonoDireitoPtriodeitarazesnoDireitoPortugusMedieval.Vejamosoexcertoabaixo:

    Verdade que a advocacia do Estado foi a atividadeprecpuados Procuradores DEl Rey, criados por DomAffonso III, em 14 de fevereiro de 1289, origem doParquet no universo lusobrasileiro, na opinio dosmelhoreshistoriadoresda instituio.Aquelesagentesreaisssecundariamenteexerciamainiciativadaaocriminal, quando a pena comportasse condenaopecuniria em prol da Coroa. Trazido para o BrasilColnia, esse modelo foi herdado pelo ImprioIndependente e repassado Repblica, tendovigorado, no plano federal, at a inovao de1988.[5]

    Todavia, o modelo portugus apresentava um grave inconveniente, asaber,odequeaadvocaciapblica[6]tambmcompetiaaoMinistrioPblico,oquegeravasituaesinusitadasemqueamesmainstituiodemandavaedefendiaoEstado.BemobservaissoSESTA:

    Na realidade, o modelo portugus no maiscomportava o enorme alargamento da atividadeadministrativa, tomada em sentido tcnico,maiormente exercida pelo rgo do chamado PoderExecutivo, seja porque esse alargamento no raropropiciava situaes em que o interesse pblico

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    enquanto interesse estatal conflitava com o interessepblicoenquanto interessedasociedade,criandoparaoParquetoconstrangimentodopatrocniosimultneode interesses antagnicos, seja porque a atualamplitude da competncia matriz dos antigosProcuradores DEl Rey passava a oferecercomplexidade progressivamente crescente e exigirtratofortementeespecializado.[7]

    ComoadventodainflunciafrancesasobreoMinistrioPblico,duranteo perodo napolenico, a instituio passou a se distanciar das funestpicasdeadvocaciapblica,entendidaessacomoaderepresentaodosinteressesdoenteestatalnoprocessooficialdecomposiodeconflitos,tendo, outrossim, suas atribuies circunspectas aopenal pblica efiscalizaodalei.Outrossim,asfunesdeadvocaciapblicaalcanaramtamanhograudecomplexidade, que se apresentou como exigncia indeclinvel de umadefesa eficiente do Estado a formao de profissionais (e a correlatacriaodecargos)comconhecimentosespecializadosnestarea.SendoretiradasdoMinistrioPblicoasfunestpicasdeadvocaciapblica[8], mostrouse necessria a criao de uma instituioespecializadaqueastitularizassem.Osprecursoresnacriaodeumainstituiodestinadaprecipuamenteadvocacia pblica foram os Italianos que, em 1876, constituram aAvvocaturaErariale[9],aperfeioadaem1913,comaAvvocaturadelloStato[10].As Constituies Brasileiras, exceo da atual, fiis tradioportuguesa, confiaramas atribuies da advocacia pblica aoMinistrioPblico o que, consoante j mencionado, precipitou o esgotamento domodelo.Em 1988, com a promulgao da atual Constituio da RepblicaFederativa do Brasil, o constituinte, atento s experincias portuguesa,italiana, francesa e ptria, que evidenciaram a complexidade e aabrangncia da advocacia pblica, entendeu necessrio criar umainstituio especializada nesta atividade, em todos os seus mltiplosaspectos de atuao, criandose, assim, a AGU AdvocaciaGeral daUnio.Depreendese de nosso histrico que, ao contrrio do que se poderiainferirdahistriaptriadaAdvocaciaPblica[11],foioMinistrioPblicoquesurgiuapartirdaAdvocaciaPblica,poisevidentequeointeresseinicialdequalquerEstadoodesemanter(arrecadartributos)eodeseafirmar perante seus integrantes (vencer os litgios contra osparticulares)depoisqueoEstadocogitariadefiscalizarasleisepunirseustransgressores.2.ApresentaodaAGU:Atribuies,EstruturaeMembros.2.1.Atribuies:Oartigo131,daCRFB/88,dispequea AdvocaciaGeraldaUnioainstituioque,diretamenteouatravsdergovinculado,representaa Unio, judicial e extrajudicialmente, cabendolhe, nos termos da leicomplementar que dispuser sobre sua organizao e funcionamento, asatividadesdeconsultoriaeassessoramentojurdicodoPoderExecutivo.Tal atribuio repetida no art. 1 da Lei Complementar 73, de10defevereirode1993.A representao judicial da AGU engloba tanto a administrao pblicafederal direta (a Unio/Fazenda Nacional[12]), como a indireta (asautarquias e fundaes federais). Dessa maneira, em Juzo, a AGUrepresentaaUnioesuasautarquiasefundaes,mascomelasnoseconfunde: a saber, a AGU uma instituio constitucional de brilhoprprio, que no integra o Poder Executivo, ou quaisquer dos outrosPoderes da Unio, e tambm no integra as autarquias judicialmenterepresentadas.Sobreleva anotar que quem est em Juzo a autarquia federal ou aUnio,masacapacidadepostulatriadaAGU.Decorrnciadissoofatodeque,processualmente,ocorretoredigiroscabealhosdaspease peties da AGU, consignando, por exemplo, a AGU, neste atorepresentando o INSS, vem contestar a presente aoprevidenciria....OtitulardodireitopostooucontrapostoemJuzoapessoa jurdica de direito pblico, mas quem detm a capacidade depostularemJuzoaAGU,quesefazpresentada[13]porumdeseusmembros(advogadosdaUnio,procuradoresfazendriosoufederais).Asatividadesdeassessoramentoeconsultoriasefazempelaelaboraodepareceres,smulas,minutasdeprojetosdeleis,minutasdemedidasprovisrias, consultas, etc..., atividades essas que garantem aharmonizaodosentendimentosdaAdministraoPblicaeumeficientecontroleinternodelegalidadedosseusatos.2.2.Estrutura:Oart.2,daLeiComplementar73,de10defevereirode1993,dispe que a AdvocaciaGeral da Unio possui rgos de direosuperior, rgos de execuo e rgo de assistncia direta eimediataaoAdvogadoGeraldaUnio.2.2.1.Dosrgosdedireosuperior.

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    Osrgosdedireosuperiorsoosrgosquedeterminameharmonizamoentendimento institucional daAGU,bemcomodirigemsua vida administrativa e zelam pelo bom cumprimento dos misteresinstitucionais legais de seus membros. Tais rgos englobam: (a) oAdvogadoGeral da Unio b) a ProcuradoriaGeral da Unio e a daFazendaNacionalc)ConsultoriaGeraldaUniod)oConselhoSuperiordaAdvocaciaGeraldaUnioee)aCorregedoriaGeraldaAdvocaciadaUnio. Com a Lei 10.480, de 02 de julho de 2002, foi criada aProcuradoriaGeral Federal, vinculada AdvocaciaGeral da Unio.IncumbeAdvocaciaGeraldaUnioasupervisodaProcuradoriaGeralFederal. SendorgovinculadoAGUesupervisionadopelamesma,acreditamos que a ProcuradoriaGeral Federal integra a estrutura daAGU,comorgodedireosuperior.2.2.2.Dosrgosdeexecuo. Os rgos de execuo so aqueles que realizammaterialmente as atribuies institucionais da AGU. Englobam: a) asProcuradorias Regionais da Unio e as da Fazenda Nacional e asProcuradorias da Unio e as da Fazenda Nacional nos Estados e noDistritoFederaleasProcuradoriasSeccionaisdestasb)aConsultoriadaUnio,asConsultoriasJurdicasdosMinistrios,daSecretariaGeraledasdemais Secretarias da Presidncia da Repblica e do EstadoMaior dasForasArmadas.AmesmaLei10.480,de02dejulhode2002,jcitada,emseuart. 10, 2, dispe que integram a ProcuradoriaGeral Federal asProcuradorias, Departamentos Jurdicos, Consultorias Jurdicas ouAssessorias Jurdicas das autarquias e fundaes federais, como rgosdeexecuodesta,mantidasassuasatuaiscompetnciase,alm,disso,prevnos4e5,acriaodeProcuradoriasSeccionaisFederais.Dessarte,entendemosquesorgosdeexecuodaAGUasProcuradoriasSeccionaisFederais.2.2.3.DoGabinetedoAdvogadoGeraldaUnio Orgodeassistnciadiretae imediataaoAdvogadoGeral daUnio oGabinete doAdvogadoGeral daUnio, sendodeverdetalrgoprestaraochefedaInstituiotodooamparojurdiconecessrioaobomdesempenhodesuasfunes.2.2.4.DoAdvogadoGeraldaUnio.Oart.131,1,daCRFB/88,repetidonoart.3daLC73/93,declara que a AdvocaciaGeral da Unio tem por chefe o AdvogadoGeraldaUnio. Esseagentepolticode livrenomeaopeloPresidentedaRepblica, respeitados os seguintes requisitos: maior de trinta e cincoanos,notvelsaberjurdicoereputaoilibada. O AdvogadoGeral da Unio o mais elevado rgo deassessoramentojurdicodoPoderExecutivo,submetidodireta,pessoale imediata superviso do Presidente da Repblica (art. 3, 1, LC73/93). O AdvogadoGeral da Unio dispe de uma mirade deatribuies, discriminadas em um extenso rol no art. 4, da LC 73/93,atribuies essas que objetivam harmonizar e aperfeioar a defesa doEstado,merecendoespecialmenoasseguintes:a)dirigiraAdvocaciaGeraldaUnio,superintenderecoordenarsuasatividadeseorientarlheaatuaob)despacharcomoPresidentedaRepblicac)representaraUniojuntoaoSupremoTribunalFederald)defender,nasaesdiretasde inconstitucionalidade, a norma legal ou ato normativo, objeto deimpugnao e) apresentar as informaes a serem prestadas peloPresidente da Repblica, relativas a medidas impugnadoras de ato ouomissopresidencialf)desistir,transigir,acordarefirmarcompromissonasaesdeinteressedaUnio,nostermosdalegislaovigente(VerLei 9.469, 10/07/97) g) assessorar o Presidente da Repblica emassuntos de natureza jurdica, elaborando pareceres e estudos oupropondo normas, medidas e diretrizes h) assistir o Presidente daRepblicanocontroleinternodalegalidadedosatosdaAdministraoi)fixarainterpretaodaConstituio,dasleis,dostratadosedemaisatosnormativos, a ser uniformemente seguida pelos rgos e entidades daAdministrao Federal j) unificar a jurisprudncia administrativa,garantir a corretaaplicaodas leis,prevenir edirimir as controvrsiasentreosrgosjurdicosdaAdministraoFederalk)editarenunciadosde smula administrativa, resultantes de jurisprudncia iterativa dosTribunaisel)baixaroRegimentoInternodaAdvocaciaGeraldaUnio.2.2.5.DaCorregedoriaGeraldaAdvocaciadaUnio. O rgo correicional da AGU aCorregedoriaGeral daAdvocaciadaUnio.Cabelhe,naletradoart.5,daLC73/93,comorgo disciplinar, fiscalizar as atividades funcionais dos Membros daAdvocaciaGeral da Unio, promover correio nos rgos jurdicos daAdvocaciaGeraldaUnio,apreciarasrepresentaesrelativasatuaodosMembrosdaAdvocaciaGeraldaUnio,coordenareanalisaroestgioconfirmatriodosintegrantesdasCarreirasdaAdvocaciaGeraldaUnio

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    e instaurar, de ofcio ou por determinao superior, sindicncias eprocessos administrativos contra os Membros da AdvocaciaGeral daUnio.VejasequeomembrodaAdvocaciaGeraldaUniosubmetesenicaeexclusivamenteaopodercorreicionaldaCGAGU,demaneiraquergos de classe, como as Seccionais da OAB, no podem punir ousequer instaurar processos disciplinares contra advogados pblicosfederais[14].2.2.6.DoConselhoSuperiordaAdvocaciaGeraldaUnio. OConselhoSuperiordaAdvocaciaGeraldaUnioorgoinstitucionaldaAGUquedirigesuavidaadministrativa intestina, tendo,consoanteoart.7,daLC73/93,amissodepropor,organizaredirigiros concursos de ingresso nas Carreiras da AdvocaciaGeral da Unio,organizar as listas de promoo e de remoo, julgar reclamaes erecursos contra a incluso, excluso e classificao em tais listas, eencaminhlasaoAdvogadoGeraldaUnio,decidirsobreaconfirmaonocargoouexoneraodosMembrosdasCarreirasdaAdvocaciaGeraldaUniosubmetidosestgioconfirmatrio. IntegramoConselhoSuperiordaAdvocaciaGeraldaUniooAdvogadoGeraldaUnio,queopreside,oProcuradorGeraldaUnio,oProcuradorGeral da Fazenda Nacional, o ConsultorGeral da Unio, oCorregedorGeral da Advocacia da Unio, um representante, eleito, decadacarreiradaAdvocaciaGeraldaUnio,erespectivosuplente.exemplodoquantojexpusemossobreaestruturadaAGU,econfirmando o nosso entendimento, merece registro que o CSAGU composto,tambm,peloProcuradorGeralFederaleporummembrodacarreiradeprocuradorfederal.2.2.7.DosrgosvinculadosConsoantejanotado,oart.131,daCRFB/88,dispequeAAdvocaciaGeraldaUnioainstituioque,diretamenteouatravsdergo vinculado, representa a Unio, judicial e extrajudicialmente...(grifei). A dico atravs de rgo vinculado faz aluso a rgo que,apesardenointegraremaAGU,estosubmetidassuasuperviso.Aexpressovinculadodeinfelicidadempar,poiscriaumasituaojurdicainexplicvel.OrgovinculadonopertenceAGU,massubmetese sua superviso: isso posto, a quem pertence o rgovinculado ento? A ProcuradoriaGeral Federal no integra a AGU,masest vinculada a essa. Mas, afinal, a PGF rgo de quem? Dasautarquias?DaUnio?FatoqueessaatecnialegislativaconduzacertaconfusonaInstituio, sendo prefervel, para todos os efeitos, considerar omencionado rgo vinculado (a PGF), como rgo integrante da AGU.Alis, se observamos bem, isso j ocorre, na medida em que a PGFintegraoCSAGU,osdireitos, prerrogativasedeveresdosprocuradoresfederaissoosmesmosdosadvogadosdaUnio.OCaptuloIX,DosrgosVinculados,daLC73/93,noseuart.17,entendequeoscitadosrgovinculadossoosrgosjurdicosdasautarquiasedasfundaespblicas.Insistindonaconfusolegislativa,aLei10.480,de02dejulhode2002, em seu art. 9, cria a ProcuradoriaGeral Federal, vinculada AdvocaciaGeraldaUnio(realcei).OANTEPROJETODELEIORGNICADAADVOCACIAGERALDAUNIO (Portaria n 386, de 16 de julho de 2004) elimina a confusafragmentaodaInstituio,dispondo,emseuart.10,que,sorgosdedireosuperiordaAdvocaciaGeraldaUnio: IoAdvogadoGeraldaUnioIIoConselhoSuperiordaAdvocaciaGeraldaUnio III a CorregedoriaGeral da AdvocaciaGeral da Unio IV aConsultoriaGeral da Unio V a ProcuradoriaGeral da Unio VI aProcuradoriaGeraldaFazendaNacionaleVIIaProcuradoriaGeralFederal.2.3.DosMembrosEfetivosdaAdvocaciaGeraldaUnio Intitularseiam os advogados da Unio, procuradoresfazendrios,procuradoresfederaisedoBACENservidoresoumembrosdaAGU?Halgumadiferenarelevantenanomenclatura? No de hoje quemagistrados se declarammembros doJudicirio,emoposioaosservidoresdaJustia,queseriamaquelesqueprestamserviosauxiliaresaodajurisdio,comoosoficiaisdejustia,escrives, serventurios, etc.... Na mesma esteira, os procuradores darepblicaentendemquesomembrosdoMinistrioPblico.Poisbem:membrossoaspessoasfsicasquetitularizamasatribuiesprincipais, as funesfim, de uma Instituio, ao passoque servidores seriam as pessoas fsicas que realizam as atividades deapoio,asfunesmeio,deumainstituio.Comissoemmente,esemapegoarigorismosinteis,podesedizer que os advogados da Unio, procuradores fazendrios,procuradoresfederaisedoBACENsomembrosdaAGUoutrossim,opessoaldeapoio,comooscontadoresdoSetordeClculoseosanalistasadministrativosdoRHsoservidoresdaAGU.Oart.20,daLeiComplementar73,de10defevereirode1993,prev as carreiras de Advogado da Unio e de Procurador da Fazenda

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    Nacional.AMedidaProvisrian204826,de29dejunhode2000,emseuart.35,criaacarreiradeProcuradorFederalnombitodaAdministraoPblica Federal. Na mesma lei, consoante seu art. 39, foramtransformados em cargos de Procurador Federal, os cargos efetivos deProcuradorAutrquico.ALein.9650,de27demaiode1998,emseuart.1,criaocargodeprocuradordoBancoCentrale,apartirdamulticitadaMedidaProvisrian.204826de29dejunhode2000,ganhouefetivamenteacondiodeCarreiradaAdvocaciaGeraldaUnio.OANTEPROJETODELEIORGNICADAADVOCACIAGERALDAUNIO(Portarian386,de16dejulhode2004),novamenteemesforodeeliminarafragmentaodaInstituio,dispe,emseuart.78,queascarreiras da AdvocaciaGeral da Unio so constitudas por cargosefetivosdistribudosemtrscategorias,sendoainicialdeProcuradordaUnio, Procurador da Fazenda Nacional e Procurador Federal aintermediria de ProcuradorRegional da Unio, ProcuradorRegional daFazenda Nacional e ProcuradorRegional Federal e a final deSubprocuradorGeral da Unio, SubprocuradorGeral da FazendaNacional,eSubprocuradorGeralFederal.Aindanoanteprojeto,seuart.162.transformaemcargosdeProcuradorFederal,darespectivaCarreiradaAdvocaciaGeraldaUnio,osatuaiscargosefetivos,vagoseocupados,daCarreiradeProcuradordoBancoCentraldoBrasil.

    3. Prerrogativas, Direitos, Deveres e Vedaes dos Membros daAGU.3.1.PrerrogativaseDireitos Oart.26,daLC73/93,dispequeosmembrosefetivosdaAdvocaciaGeral da Unio tm os direitos assegurados pela Lei n8.112/90 e na prpria lei complementar. Todavia, o certo que asprerrogativas e direitos dos membros da AGU esto disseminados emmuitas leis, das quais tentaremos, agora, fazer uma compilao que,esperamos,sejatilaosmembrosdaInstituioeaoleitor.ALei8.112/90oEstatutodoServidorPblicoFederal. Inicialmente,comoa lei8.112/90destinaseaosservidorespblicosfederais,mostrasetotalmenteinsuficienteamunirosmembrosdaAGUdosdireitosedasprerrogativasnecessriasaoexercciodesuasimportantesatribuieslegais.Dequalquerforma,ocitadodiplomaasseguraaosmembrosdaAGUosseguintesdireitos[15]: 1) Remunerao, na forma de subsdio[16], acrescido dasvantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei, econstitucionalmenteirredutvel[17]2)IsonomiaderemuneraoparacargosdeatribuiesiguaisouassemelhadasdomesmoPoder 3) Impossibilidade de descontos sobre a remunerao ouprovento[18],salvoporimposiolegal,oumandadojudicial 4)Aremuneraoeoproventonoseroobjetodearresto,sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestao de alimentosresultantededecisojudicial 5) Indenizaodeajudadecustopara compensarasdespesasde instalaodoservidorque,no interessedoservio,passar a ter exerccio emnova sede, commudanadedomiclioemcarterpermanente6)Indenizaodediriasparacustearoafastamentodomembro da AGU da sede do servio, em carter eventual outransitrio, para outro ponto do territrio nacional ou para oexterior, o que destinase a indenizar gastos com pousada,alimentaoelocomoourbana 7)Indenizaodetransporteparacustearasdespesascomautilizaodemeioprpriode locomooparaaexecuodeserviosexternos,porforadasatribuiesprpriasdocargo 8)Indenizaodeauxliomoradia(IncludopelaLein11.355, de 2006), consistente no ressarcimento das despesascomprovadamente realizadas pelo membro da AGU com aluguel demoradia ou com meio de hospedagem administrado por empresahoteleira, no prazo de um ms aps a comprovao da despesa pelomembrodaAGU[19]9)Gratificaonatalinaopopular13salrio 10)Adicionalde frias,calculadoem1/3dosubsdiomensalpagoaomembrodaAGU11)Gratificaoporencargodecursoouconcurso.(IncludopelaLei n 11.314 de 2006). Tal gratificao eventual e contempla ashiptesesemqueomembrodaAGUatuarcomo instrutoremcursodeformao,dedesenvolvimentooudetreinamentoregularmenteinstitudonombitodaadministraopblicafederal(IncludopelaLein11.314de2006),participardebancaexaminadoraoudecomissoparaexamesorais, paraanlise curricular, para correodeprovasdiscursivas,para

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    elaborao de questes de provas ou para julgamento de recursosintentados por candidatos (Includo pela Lei n 11.314 de 2006),participardalogsticadepreparaoederealizaodeconcursopblicoenvolvendo atividades de planejamento, coordenao, superviso,execuoeavaliaoderesultado,quandotaisatividadesnoestiveremincludas entre as suas atribuies permanentes (Includo pela Lei n11.314de2006)eparticipardaaplicao,fiscalizarouavaliarprovasdeexame vestibular ou de concurso pblico ou supervisionar essasatividades(IncludopelaLein11.314de2006) 12) Retribuio pelo Exerccio de Funo deDireo,ChefiaeAssessoramento[20](Lein9.527,de10.12.97) 13)Friasde trintadias,quepodemseracumuladas,atomximodedoisperodos(RedaodadapelaLein9.525,de10.12.97).As frias podero ser parceladas em at trs etapas, desde que assimrequeridas pelo servidor, e no interesse da administrao pblica(IncludopelaLein9.525,de10.12.97)14)Licenapormotivodedoenaempessoadafamliacomousemremunerao 15) Licena por motivo de afastamento do cnjuge oucompanheirosemremunerao16)Licenaparaatividadepolticasemremunerao17)Licenaparacapacitao(RedaodadapelaLein9.527,de 10.12.97) Prev a lei que, aps cada quinqunio de efetivoexerccio, o membro da AGU poder, no interesse da Administrao,afastarse do exerccio do cargo efetivo, com a respectivaremunerao, por at trs meses, para participar de curso decapacitaoprofissional18)LicenaparatratardeinteressesparticularesomembrodaAGU no pode estar em estgio probatrio e, obviamente, a licena semremunerao 19)Licenaparadesempenhodemandatoclassista(Redaodada pela Lei n 11.094, de 2005) sem remunerao. Pelasespecificidadesda lei,aAGUpodeterpoucosmembros licenciadosparaexercermandatoclassista[21]20)AfastamentoparaserviraoutrorgoouEntidadenocasodosmembrosdaAGU,oafastamentospodesedarparaqueomesmoocupeocargodedirigentemximodeautarquiaoufundao 21) Afastamento para Exerccio deMandato Eletivo tratandosedemandatofederal,estadualoudistrital, ficarafastadodocargoinvestidonomandatodePrefeito,serafastadodocargo,sendolhefacultadooptarpelasuaremunerao 22) Afastamento para Estudo ouMisso no Exterior,medianteautorizaodoPresidentedaRepblica,PresidentedosrgosdoPoderLegislativoePresidentedoSupremoTribunalFederal[22] 23) Afastamento para Participao em Programa de PsGraduao Stricto Sensu no Pas, com a respectiva remunerao, nointeressedaAdministrao,edesdequeaparticipaonopossaocorrersimultaneamentecomoexercciodocargooumediantecompensaodehorrio(IncludopelaLein11.907,de2009)24)Concessodeausnciaaoservio,por1(um)dia,paradoaodesangue 25) Concessodeausnciaaoservio,por8(oito)diasconsecutivos em razo de casamento e falecimento do cnjuge,companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sobguardaoututelaeirmos 26)ContagemdotempodeexercciodaadvocaciapblicanaAGU para todos os efeitos (para aposentadoria em outra carreira, porexemplo)27)DireitodePetio,sendoasseguradoaomembrodaAGUo direito de requerer aos Poderes Pblicos, em defesa de direito ouinteresselegtimo,sem,comisso,configuraradvocaciaadministrativaNasequncia,aLei8.906,de4dejulhode1994,acresceaosmembrosdaAGUosseguintesdireitos,garantiaseprerrogativas:28)IgualdadeinstitucionalentremembrosdaAGU,magistradosemembrosdoMinistrioPblico, inexistindosubordinaoouhierarquiaentreeles 29)Receber das autoridades, dos servidores pblicos e dosserventuriosdajustia,noexercciodaprofisso,tratamentocompatvelcomadignidadedaadvocaciapblicaereceberascondiesadequadasaseudesempenho30)Exercer,comliberdade,seusmisteresinstitucionaisemtodooterritrionacional31)Ainviolabilidadedeseuescritriooulocaldetrabalho,bemcomodeseusinstrumentosdetrabalho,desuacorrespondnciaescrita,eletrnica, telefnica e telemtica, desde que relativas ao exerccio daadvocacia(RedaodadapelaLein11.767,de2008)[23]32)Comunicarsecomseusclientes,pessoalereservadamente,quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em

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    estabelecimentos civis ou militares, ainda que consideradosincomunicveis[24]33)TerapresenaderepresentantedaOAB,quandopresoemflagrante,pormotivoligadoaoexercciodaadvocacia,paralavraturadoauto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, acomunicaoexpressaseccionaldaOAB34)noserrecolhidopreso,antesdesentenatransitadaemjulgado,senoemsaladeEstadoMaior,cominstalaesecomodidadescondignas,e,nasuafalta,emprisodomiciliar 35) Ingressar livrementenassalasdesessesdos tribunais,mesmo alm dos cancelos que separam a parte reservada aosmagistrados, nas salas e dependncias de audincias, secretarias,cartrios,ofciosdejustia,serviosnotariaisederegistro,e,nocasodedelegacias e prises, mesmo fora da hora de expediente eindependentemente da presena de seus titulares, em qualquer edifcioou recinto em que funcione repartio judicial ou outro servio pblicoondeoadvogadodevapraticaratooucolherprovaouinformaotilaoexercciodaatividadeprofissional,dentrodoexpedienteou foradele,eser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ouempregado[25] 36)Permanecersentadoouempe retirarsedequaisquerlocaisdeaudincia,secretarias,gabinetes,etc...,independentementedelicena37)Dirigirsediretamenteaosmagistradosnassalasegabinetesde trabalho, independentemente de horrio previamente marcado ououtracondio,observandoseaordemdechegada38)Usardapalavra,pelaordem,emqualquerjuzooutribunal,mediante interveno sumria, para esclarecer equvoco ou dvidasurgida em relao a fatos, documentos ou afirmaes que influam nojulgamento,bemcomoparareplicaracusaooucensuraquelheforemfeitas 39)Reclamar,verbalmenteouporescrito,perantequalquerjuzo, tribunal ou autoridade, contra a inobservncia de preceito de lei,regulamentoouregimento 40)Falar,sentadoouemp,emjuzo, tribunalourgodedeliberaocoletivadaAdministraoPblicaoudoPoderLegislativo 41) Examinar, em qualquer rgo dos Poderes Judicirio eLegislativo, ou da Administrao Pblica em geral, autos de processosfindosouemandamento,mesmosemprocurao,quandonoestejamsujeitos a sigilo, assegurada a obteno de cpias, podendo tomarapontamentos 42) Examinar em qualquer repartio policial,mesmo semprocurao,autosdeflagranteedeinqurito,findosouemandamento,ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomarapontamentos 43) Ter vista dos processos judiciais ou administrativos dequalquernatureza,emcartrioounarepartiocompetente,ouretirlospelosprazoslegais44)retirarautosdeprocessosfindos,mesmosemprocurao,peloprazodedezdias45)Serpublicamentedesagravado,quandoofendidonoexercciodaprofissoouemrazodela 46) Usar os smbolos privativos da profisso de advogadopblico,sobretudoostalantesdaAGU47)recusarseadeporcomotestemunhaemprocessonoqualfuncionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa dequemsejaoufoiadvogado,mesmoquandoautorizadoousolicitadopeloconstituinte,bemcomosobrefatoqueconstituasigiloprofissional48)retirarsedorecintoondeseencontreaguardandopregopara ato judicial, aps trinta minutos do horrio designado e ao qualainda no tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele,mediantecomunicaoprotocolizadaemjuzo49)Imunidadematerialquantoasuasmanifestaes,emjuzoouforadele,noexercciodesuaatividade,noconstituindoasmesmasinjria ou difamao, sem prejuzo das sanes disciplinares perante aCGAGU,pelosexcessosquecometer50)OmembrodaAGUsomentepoderserpresoemflagrante,pormotivodeexercciodeseucargo,emcasodecrimeinafianvel A Lei 6.830, de 22 de setembro de 1980, em seu art. 25,concedeaseguinteprerrogativa: 51) oMembro da AGU, na ao de execuo fiscal, tem aprerrogativa de intimao pessoal, mediante vista dos autos, comimediataremessaaomesmo,pelocartrioousecretaria. A Lei9.028,de12deabril de1995,emseuarts.4e6,estabeleceoutrasprerrogativas:52)Poderrequisitrio[26]NadefesadosinteressesdaUnio,osrgoouentidadesdaAdministraoFederalfornecerooselementosde fato e de direito, e outros necessrios atuao dos membros daAGU, inclusivenashiptesesdemandadode segurana,habeasdatae

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    habeascorpus impetradoscontraatoouomissodeautoridade federal,sendo que tais requisies tero tratamento preferencial e seroatendidasnoprazonelasassinalado.Oservidorquenoobservaroprazoassinalado na requisio sujeitarse a processo administrativodisciplinar 53) Intimao pessoal de membro da AdvocaciaGeral daUnio[27],emqualquercaso[28]Finalmente,aprpriaConstituiode1988estabelecedireitos:54)Livreassociaosindical55)Direitodegreve,noslimitesdalei[29] 56)Aposentadoriapor invalidezevoluntria, comproventosproporcionaisaotempodecontribuio57)Pensopormortee 58) Estabilidade, aps 3 anos e cumprimento do perodoprobatriode24meses.OANTEPROJETODELEIORGNICADAADVOCACIAGERALDAUNIO (Portaria n 386, de 16 de julho de 2004), em seu incansvelesforo de compilao, reuniu, em um nico estatuto, a quasetotalidade das prerrogativas enumeradas nos diversos diplomasacimae retrocolacionados,merecendo especialmeno as seguintesexplicitaeseinovaes:1)Inviolabilidadeporseusatosemanifestaes,noexercciodaprofisso,noslimitesdalei2)Poderrequisitrio 3)Subsdiosescalonados,demodoqueadiferenaentreossubsdiosdascategoriasdacarreiranoexcedaa10%4)Salriofamlia 5) Pro labore pela atividade de magistrio, por horaaulaproferida em cursos, seminrios ou outros eventos destinados aoaperfeioamentodosmembrosdainstituio 6) Assistncia mdicohospitalar, extensiva aos inativos,pensionistas e dependentes, assim entendida como o conjunto deatividadesrelacionadascomapreveno,conservaoourecuperaodasade, abrangendo servios profissionais mdicos, paramdicos,farmacuticos e odontolgicos, bem comoo fornecimento e a aplicaodosmeiosedoscuidadosessenciaissade7)Auxliomoradia,emcasodelotaoemcidadeconsideradacomodedifcilprovimento,desdequeomembrodaAdvocaciaGeraldaUnionodisponhadeimvelprprionalocalidade 8) Auxlio funeral, devido famlia do servidor falecido naatividade ou aposentado, em valor equivalente a um ms daremuneraoouprovento9)Licenagestante,porcentoevintedias10)Diriaequivalentea1/30dosubsdiodomembrodaAGU11)Concursoderemooanualmente,nomnimo 12) Prioridade em qualquer servio de transporte oucomunicao, pblico ou privado, no territrio nacional, quando emserviodecarterurgente13)Portedearma,independentementedeautorizao14)OAdvogadoGeraldaUnioserprocessadoejulgado,noscrimes comuns, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Senado Federal,noscrimesderesponsabilidade15)OsmembrosdaAdvocaciaGeraldaUnioseroprocessadose julgados, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos TribunaisRegionaisFederais,ressalvadaacompetnciadaJustiaEleitoral 16)Serpresooudetidosomenteporordemescritado juzocompetenteouemrazodeflagrantedecrimeinafianvel,casoemqueaautoridadepolicialfarimediatacomunicaoaojuzocompetenteeaoAdvogadoGeraldaUnio,sobpenaderesponsabilidade 17) Ser pessoalmente intimado e notificado nos processosjudiciaiseadministrativosemqueatuar[30]18)Manifestarseemautosadministrativosoujudiciaispormeiodecota 19) O AdvogadoGeral da Unio ter asmesmas honras etratamento dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e os demaismembros da instituio, as que forem reservadas aos magistradosperanteosquaisdesempenhemsuasfunes. 20) As garantias e prerrogativas previstas nesta LeiComplementarnoexcluemasquesejamestabelecidasemoutrasleis. Cumprenosasseverarquegostaramosdetecercomentriosamiudados sobre as garantias dos membros da AGU, avaliando anecessidadedasmesmas, bemcomosua idoneidadea viabilizar obomcumprimento das atribuies institucionais da AGU. Tambm teramossatisfaoemanalisaroargumentodealgunsacercadaimpertinnciadecertas garantias[31]. Todavia, tal labor demandaria uma dilao emnossopresenteestudoquenosecoadunacomnossopropsito inicial,queodedarumavisomaisamplaegeraldaInstituio,apesarde

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    claramente convidarmos o leitor crtica e ao aprofundamento nostpicosquemaislhesinteressarem.3.2.Deveresevedaes. Como membros de instituio pblica de dignidadeconstitucional, os membros da AGU sujeitamse aos imperativosconstitucionais de legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade eeficincia (art. 37, caput, CRFB/1988). Assim sendo, a LeiComplementar73, de10de fevereirode1993dispsqueosmembrosefetivosdaAdvocaciaGeraldaUniotmosdeveresprevistosnaLein8.112,de11dedezembrode1990,sujeitandose,ainda,sproibieseimpedimentosestabelecidosnamesmaleicomplementar.Issoposto,aosmembrosefetivosdaAdvocaciaGeraldaUniovedado:1)Exerceradvocaciaforadasatribuiesinstitucionais2)Contrariarsmula,parecernormativoouorientaotcnicaadotadapeloAdvogadoGeraldaUnio3)Manifestarse,porqualquermeiodedivulgao,sobreassuntopertinente s suas funes, salvo ordem, ou autorizao expressa doAdvogadoGeraldaUnio.4)Exercersuasfunesemprocessojudicialouadministrativoemquesejamparteemquehajamatuadocomoadvogadodequalquerdasparteseemquesejainteressadoparenteconsanguneoouafim,emlinha reta ou colateral, at o segundo grau, bem como cnjuge oucompanheiro5)OsmembrosefetivosdaAdvocaciaGeraldaUniodevemdarsepor impedidosquandohajamproferidoparecerfavorvelpretensodeduzidaemjuzopelaparteadversa6)OsmembrosefetivosdaAdvocaciaGeraldaUnionopodemparticipardecomissooubancadeconcurso,intervirnoseujulgamentoe votar sobre organizao de lista para promoo ou remoo, quandoconcorrerparenteconsanguneoouafim,emlinharetaoucolateral,atosegundograu,bemcomocnjugeoucompanheiro.OANTEPROJETODELEIORGNICADAADVOCACIAGERALDAUNIO(Portarian386,de16dejulhode2004)sintetizouosdeveresevedaes j discriminados e, ainda, na linha da consagrao damoralidade administrativa e da eficincia, procedeu s seguintesinovaes: 1)OmembrodaAdvocaciaGeraldaUniodeve cumprirosprazosprocessuais2)Deveguardarsegredosobreassuntodecartersigiloso,queconheaemrazodocargooufuno3)Devevelarporsuasprerrogativasinstitucionaiseprocessuais 4) Deve prestar informaes aos rgos da administraosuperiordaAdvocaciaGeral,quandorequisitadas 5)Deveatenderaoexpediente forenseeparticipardosatosjudiciais, quando for obrigatria a sua presena ou assistir a outros,quandoconvenienteaointeressedoservio6)Devedeclararsesuspeitoouimpedido,noscasosprevistosemlei7)Deveinstaurarosprocedimentoscabveisourepresentarautoridade competente, observada a via hierrquica, quanto airregularidadesdequetiverconhecimentoouqueocorreremnosserviosaseucargo 8)Deve tratar comurbanidadeaspessoas comasquais serelacioneemrazodoservio 9)Devedesempenharcomzeloeprobidadeassuasfunes,bemcomomantercondutacompatvelcomamoralidadeadministrativae10)Deveguardardecoropessoalnavidapblicaenaparticular.Namesmaesteira,vedadoaomembrodaAdvocaciaGeraldaUnio:11)Participardegernciaouadministraodeempresaprivadaou sociedade civil, e exercer o comrcio, exceto na qualidade deacionista,cotistaoucomanditrio12)Exercer,aindaqueemdisponibilidade,qualqueroutrafunopblica, salvo uma de magistrio vejase que UMA nica demagistrio13)Exerceratividadepolticopartidria,ressalvadaafiliaoeodireitodeafastarseparaexercercargoeletivoouaeleconcorrer 14)Manter,sobsuachefia imediata,emcargoou funodeconfiana,cnjuge,companheiro,ouparenteatosegundograu.OsdevereseimpedimentosqueseapresentamaosmembrosdaAGUsocompatveiscomoexercciodaadvocaciapblica,demandando,outrossim, rgo correicionais diligentes e uma sociedade civilmenteamadurecida para aperfeioar a cobrana e fiscalizao social sobre aInstituio.4.AnliseCrticadoPapelInstitucionaldaAGU.

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    J oferecemos ao leitor uma viso geral da AdvocaciaGeral da Unio,apresentando suas atribuies constitucionais e legais, sua estruturaadministrativaeosmembrosqueaintegram,assimcomoasgarantiasedeveresdosmesmos.Issoposto,nestemomento,adentraremosemumapartemais crticaeanalticadotrabalho,emqueenfrentaremosaseguintediscusso:oqueoEstadoDemocrticodeDireitoBrasileiroquerdaAGU?DesejamaisumMinistrioPblicoafiscalizarasaesestatais?Deseja,apenas,umrgoalhedefendernasbatalhasjudiciais,demaneirasubservienteecega?Oqueento?Pararesponders indagaespropostas,vamosprocederaumasalutardigressojurdica.Seno,vejamos:Primeiramente,emqualquercircunstncia,quandofalamosdeadvogado,ouprocurador,estamosacogitardeumcontratodemandato[32],sejacom sede em Direito Pblico (mandato ex lege), seja com origem noDireito Privado (instrumento de procurao entre particulares). Dequalquer sorte, podemos identificar no ato duas partes: mandatrio emandante,outorganteeoutorgado.Ooutorgado,mandatrio,procurador,nocasoaqueoranosdedicamos,aAGU.Elaquedetmacapacidadepostulatriapararepresentarseuoutorgante,mandante,representado.Equemseriaooutorgante,omandante?Diogo de Figueiredo Moreira Neto, em festejada tese, formulou aconcepotrplicedasProcuraturasConstitucionais[33],concepoessaquemuito nos ajudar na abordagem do problema. Assim, temos trstiposdeadvocacias,ouprocuraturas:a) a advocacia da sociedade, entendida essa como a defesa dacoletividade, determinada ou indeterminada, detentora de direitosdifusos, coletivos ou transindividuais homogneos, realizada peloMinistrioPblicob)aadvocaciadosnecessitados,compreendidacomoadefesadaquelesdesprovidos de recursos para viabilizar o livre acesso Justia, defesaessaoperacionalizadapelaDefensoriaPblicae,finalmentec) a advocacia do Estado (do Estado, e no de Estado),consubstanciada na defesa dos interesses pblicos, primrios esecundrios, titularizados pelo ente pblico com capacidadepoltica (realcei), instrumentalizada pela Advocacia PblicaInstitucionalizada(AdvocaciaGeraldaUnio,ProcuradoriasdosEstadosMembroseProcuradoriasMunicipais). Assim sendo, e como assinala o art. 131, da CRFB/88, ooutorgante, no caso vestibular, a Unio Federal e suas autarquias efundaes.Ora,UnioFederalpessoa jurdicadedireitopblico, comcapacidadepolticaautarquiasefundaessopessoasjurdicas,ouuniversalidadesdebens,dedireitopblicointerno.Todavia,adespeitodasimplicidadedadefiniolegaldosoutorgantes,amesmaencerraumainconvenienteperplexidade:aUniooGovernoqueadirigeourepresentapoliticamente,mesmoqueporprazocerto,oua Unio o Estado Brasileiro, unidade poltica atemporal e sempessoalizao?Pondoasituaodemaneiramaisdiretaeprticaparaoquenosinteressa:aAGUadvocaciadeEstadooudegoverno?Se a AGU advocacia de governo, tornase, com efeito, a garantidorajudicial e, em certa medida, administrativa, de polticas pblicas e,portanto,deumprogramadegoverno,devendo,assim,ficardisposiodorepresentanteeleito.Deoutrogiro,seaAGUadvocaciadeEstado,ocompromissodainstituiocomoEstadoBrasileiro,nafiguradaUnioFederaledesuasdemaisentidadesdescentralizadas,demodoqueamesmavincularseia defesa dos interesses constitucionalmente conferidos a essesentes(interessespblicosprimrios),enoaumdeterminadoprogramadegoverno.4.1.AdvocaciadeEstadoeAdvocaciadeGoverno.Amadurecida a discusso, impende, nessemomento, fornecermos umaconceituaomaispalpveldastesesouposicionamentosdaAdvocaciadeEstadoedaAdvocaciadeGoverno,para,ento,nodesfechodestetrabalho,podermosdelinearqualseriaomelhorpapeldaAGUnoEstadoDemocrticodeDireitoBrasileiro.O atual AdvogadoGeral da Unio, Lus Incio Lucena Adams, ementrevistaRevistaIstoBrasil,asseverouoseguinte:

    ISTOSeusantecessoresseesforavamparadizerqueaAGUeraumrgodeEstado.Qual,defato,opapeldaAGU?Adams Concebo a AGU como advocacia. E noexiste advogado semcliente.Advogado semcliente magistrado.NossoclienteprimeirooEstado,masoEstado existe como uma figura etrea. Ento, nossoclienteogovernoconcretoeleito.(REVISTAISTOBRASIL,2009)[34]

    Depreendesequeo lderdaAGUentendequeoclienteda

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    Instituio o Governo, governo concreto eleito. Disse, ainda, odignatrio,queoEstadoumafiguraetrea. Da entrevista acima, extraise os caracteres principais daconceituaodeumaAdvocaciadeGoverno:1)ogovernoeleitoquedoscontornosmateriaisnecessriosperfeita definio dos interesses pblicos tutelados pelo Estado Estadoesseque,semogoverno,seriamerafiguraetrea 2) o governo eleito o real cliente da Advocacia Pblica,devendo,assim,adefesadesuaspolticaspblicas,traadasnoplanodegoverno, pautarem a atuao dos membros da Advocacia PblicaInstitucionalizadae 3) h uma juno ou confuso dos conceitos de interessepblicoprimrioesecundrio.Ointeressepblicoprimriooquetraduzofim,ointeressefim,aserperseguidopeloEstadoaquelequematerializaasatisfaodeumdireitosalvaguardadonaConstituioouemoutrasleis.Deseuturno,ointeressepblicosecundriooinstrumental,o interessemeio, para a realizao do interesse primrio somaterializadospelaspolticaspblicas. Exemploelucidadordoquantoacimasedefiniuoseguinte:Poder Pblico desapropria determinada rea para a construo de umaescola em um bairro da periferia de ummunicpio. O interesse pblicosecundrio, que, alis, serviu de finalidade para o ato dedesapropriao,odeconstruirumaescolaemcomunidadecarenteointeressepblicoprimriotuteladopelapolticapblicaodeassegurarodireitoeducao,esculpidonoartigo6,daCRFB/88. Para os partidrios da Advocacia deGoverno, s haveria aimplementao do direito educao (interesse primrio), na exatamedida em que h uma poltica pblica do governo destinada amaterializartaldireito,comatosmateriaisdesatisfao,comoooatodeconstruodaescola,contrataodeprofessores,cantineiros,comprade mobilirio escolar novo, etc... (interesse secundrio). O interesseprimrioeosecundrionopodemserdissociados.Decorredessajunodeconceitosque,aodefenderumadadapolticapblica,estaAdvocaciaPblicaInstitucionalizadaadefenderointeressepblicoprimriodacoletividade.ogovernoeleitoquedaointeressepblicooespecialcoloridoparaserimplementadonomundodosfatos.VejasequeatesedaAdvocaciadeGovernonotoabjetaerepelente como muitos o fazem crer[35], sendo, at certo ponto, depragmatismoeficaz.Vejamos:Defato,ogoverno,oadministrador,deveescolheraspolticaspblicas que melhor viabilizaro os interesses pblicos primrios.Inclusive,aspolticaspblicasqueogoverno realizar, consignadasemseuplanodegoverno,jcontamcomaprviachancelapopular.Dessamaneira,comaprvialegitimaopopular,aspolticaspblicas devem ser defendidas pelo advogado pblico em juzo, semquestionamentodeseumrito,pois,comoconsagrado,omritodoatoadministrativo, sua convenincia e oportunidade, pertencem aoadministrador.Nasequncia,vejasequeadicodequeEstadosemgovernoum ente etreo tambm tem forte apelo pragmtico, vez que seproclamarodireitoeducao,semningumpararealizlo,invivel.Outrossim,temosqueaLeiComplementar73/93dispequevedado aosmembros da AGU contrariar smula, parecer normativo ouorientao tcnica adotada pelo AdvogadoGeral da Unio, de maneiraque, parece, a umaprimeira vista, que o EstadoBrasileiro deseja umaadvocaciadeGoverno. Todavia,devemosconsignarqueumaAdvocaciadeGovernopurista, emqueaAdvocacia Pblica tornaseumapndicedogoverno,nodesejvel,porvriosmotivos: 1) Ao no questionar a relao de adequao entre polticapblica(interessesecundrio)eo interesseprimrioaserviabilizado,oEstado Brasileiro perder importante mecanismo de controle delegalidadedosatosadministrativos2)Adefesaacrticadepolticaspblicaspodeconduzirdefesade administradores que perpetram ofensas ao errio, atravs demalversao de verbas, licitaes questionveis, obras de utilidadeduvidosaecontrataesescusaseperniciosas3)TerumaAdvocaciaPblicaquenopodediscordardogoverno incompatvel com um regime democrtico, que justamentecaracterizadopelapluralidadedeopinies4)AdefesacegadepolticaspblicasalijaocernemximodoEstadoDemocrticodeDireito,queasujeiodoprprioEstadosLeis e quemmelhor para analisar a conformidade da atuao do EstadocomaLeidoqueaAdvocaciaPblica,comsuashostesdeprofissionaisextremamenteespecializadosnestetipodeanlisee 5)Qualquer agente pblico, cujo ingressonaAdministraoPblica operase por concurso, e no eleio, retira a validade de sua

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    atuao da obedincia s Leis, notadamente Constituio, a LeiMxima,desorteque,seoadvogadopblicoobservarapolticapblica(interessepblicosecundrio,fomentadoapartirdedecisomajoritria,eleio), s expensas da Lei (Constituio e demais leis), perderlegitimidade, e, em ltima instncia, perder sua razo de ser, que serviraopovo. Em posio diametralmente oposta tese acima esboada,temosaAdvocaciadeEstado.NaAdvocaciadeEstado, os interessesprimriosesecundriosnosemisturam,sendoquecaberiaAdvocaciaPblica defender, primordialmente, os interesses primrios daColetividade,eossecundrios,somentenamedidaemsedestinassemarealizareficientementequeles.Dessamaneira,caberiaAdvocaciaPblicarealizarumexamede adequao entre o interessefim (primrio) e o interessemeio(secundrio), traduzidonapoltica pblica. Se, e somente se, a polticapblica (o interessemeio) for idneaa realizar o interessefimqueaAdvocaciaPblicadeverencamparsuadefesa.Voltemosaoexemploretrocitado,queretratouadesapropriaodeterrenoparaaconstruodeumaescolaembairrodaperiferiadeummunicpio.Oadvogadopblicodeveriaanalisarseapolticapblica,qualseja,aconstruodaescolanaperiferia (interessepblicosecundrio),seria meio eficiente a se realizar o direito educao (interesseprimrio). Se, por exemplo, o advogado pblico constatasse que aconstruodaescolanobairrodaperiferia seriaprovidncia inidneaaassegurarodireitoeducao,vezquehpoucascrianasnobairro,osmeiosdetransporteatomesmosopoucoseineficienteseocustodaobra ficariamuito caro pela distncia dos fornecedores demateriais deconstruo, deveria ele emitir parecer desfavorvel construo daescola e, se em juzo, no deveria defender o ato de desapropriao.Deveria,outrossim,promoveraresponsabilizaodoadministradorpelamadministraodosrecursospblicos.Ocasoacima,agora,convidanosaumabrevssimaanlisedoordenamentojurdicoptrio:NaLei7.347,de24dejulhode1985,LeidaAoCivilPblica,aUnio, os Estados, oDistrito Federal e osMunicpios, assim como suasautarquiasefundaes,podemproporareferidaaodetutelacoletiva,inclusivecomolitisconsortesdequaisquerdaspartes(realcei),desorte que a Advocacia Pblica, representando o ente poltico estatal,poderia se insurgir contra o administrador. Vejase que, com isso,estabeleceseumaostensivadicotomiaentreapessoajurdicadedireitopblicoeseudirigente(administrador),entreEstadoeGoverno.Outrossim,aleidaaopopular,Lei4.717,de29dejunhode1985,emseuart.6,3,estabelecequeApessoa jurdicadedireitopblicooudedireitoprivado,cujoatosejaobjetodeimpugnao,poderabstersedecontestaropedido,oupoderatuaraoladodoautor,desdeque isso se afigure til ao interesse pblico, a juzo do respectivorepresentantelegaloudirigente.Assimsendo,seriamcaractersticasdaAdvocaciadeEstado:1)Apessoajurdicadedireitopbliconoseconfundecomseusrepresentantespolticos 2) Apessoa jurdicadedireitopblico e seu representantepodemterinteressesdivergentes,ouseja,ointeressepblicosecundriopodecolidircomoprimrio,porquantoapolticapblicagovernamentalpodeserineficiente,oucompletamenteinidnea,aperseguirarealizaodointeressepblicoprimriointeressespblicosprimrioesecundrionoseconfundeme,finalmente,3)Nocasodedivergnciaentreosinteressespblicosprimrioesecundrio,deveprevaleceraquele, inclusivepodendoapessoa jurdicade direito pblico colocarse ao lado do autor, contestando o atoimpugnado. A pessoa jurdica de direito pblico tem interessesprprios,osinteressespblicosprimrios,esoessesquedevemserdefendidospelaAdvocaciaPblica,assimcomodemonstramosexcertoslegais acima. O interesse pblico secundrio s seria defendido seestivesseemperfeitasintoniacomoprimrio. Pela anlise das leis retrocitadas, parecenos que o EstadoBrasileiroacenoupositivamentetesedaAdvocaciadeEstado. Todavia, levando s ltimas consequncias a Advocacia deEstado,teramosresultadosnefastos: 1)Se todasaspolticaspblicaspudessemser liberalmenteimpugnadas pela Advocacia Pblica, no teramos a realizaomaterialdointeressepblicoprimrio2)OEstadoBrasileironoteriagovernabilidade,poisosplanosdegovernodificilmenteseriamimplementadose3)Teramosduasinstituiesnoordenamentoptrioquasecomasmesmasatribuies,oMinistrioPblico[36]eaAdvocaciaPblica,oque seria um dispndio desnecessrio de recursos e pessoalqualificado.Trabalhadasasduasteses,adaAdvocaciadeEstadoeadaAdvocacia de Governo, reservaremos para a concluso do trabalho

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    nossoposicionamentoacercadequaloperfildeAdvocaciaPblicamelhoratenderiaasnecessidadesdoEstadoBrasileiro.4.2. Anlise da AGU como Funo Essencial Justia e seusdesdobramentos:ACRFB/88dispequeaAdvocaciaGeraldaUnioumainstituio(art.131). Com efeito, e para viabilizar nosso estudo, tal disposioconstitucional reclama que perquiramos o que seria, de fato, umaInstituio.Sobreisso,socorrealiodeAldemrioArajoCastro:

    Cumpre observar uma importante referncia nosestudosdasociologiaparaa ideiade instituio.Comefeito, Emile Durkheim, considerado por muitos oprincipal artfice da sociologia moderna, concebeu asociedade como um conjunto integrado de funes(funessociais)exercidasporinstituies(instituiessociais). Assim, as instituies sociais buscam asatisfao de necessidades sociais bem definidas eentrelaadas.[37]

    Issoposto,ressumedalioqueinstituioumorganismosocialcomafuno de satisfazer uma certa necessidade social um instrumentoparaarealizaodeimperativossociais.TransplantadoaconceituaosupracitadaparaocasodaAGU,temosqueamesmaumorganismosocial,comexistnciajurdicaformalizadaemsede constitucional, cuja funo a de exercer a atividade derepresentao judicial e extrajudicial da Unio federal e de suasautarquias e fundaes, bem como de prestar as atividade deassessoramentoeconsultoriajurdicaaoPoderExecutivo.A AGU um instrumento da sociedade para realizar a representaojurdicaeoassessoramentodoentepolticocentralporelaconstitudoe,se suas finalidades so essas, deve o Estado, que a sociedadeorganizada por excelncia, propiciar instituio todos os meiosnecessriosconsecuodeseufim:recursosfinanceiros,materiaisehumanos.Poderia o constituinte ptrio ter determinado que a representaojurdica, judicial e extrajudicial, a consultoria e o assessoramento daUnio Federal fossem realizados por pessoas pertencentes aos prpriosquadros da Unio? Poderia, porquanto o poder constituinte originrio expressodiretadasoberaniapopular,sendoilimitado.Nadaobstantetalpossibilidade, o constituinte houve por conferir a uma instituioespecializadaasatribuiesacimaelencadas.Vejase que o constituinte entendeu que uma instituio composta porprofissionais especializados e no pertencentes ao ente representadoofereceriaummelhordesempenhodasfunessociaisderepresentaojurdica, judicial e extrajudicial, consultoria e assessoramento da UnioFederal,porquantotais funesdevemserexercidasdemaneiracrtica,criteriosaelegalmentebalizada.Peloexposto,deveaAGUserencaradacomoumainstituioautnomaemrelaoaosentesquerepresentae, tambm,devemseusmembrosmanter vinculao apenas com ela, AGU. Vejamos, agora, que oordenamentojurdicoptrioreforaeamadurecetalviso,adespeitodenorealizlaemsuainteireza.4.2.1.DaautonomiaorgnicadaAGUA qualificao da AGU como instituio essencial Justia, e nocomorgodaPresidnciadaRepblica,MinistrioouautarquiaespecialvinculadaaoMinistriodaJustia, trazoprimeiroaspectoquereforaaautonomiaorgnicadamesma,namedidaemqueaAGUnofoicolocadacomointegrantedoPoderExecutivo.Observesequeoafastamento orgnico da AGU em relao ao Poder Executivo, traz aconclusodequeamesmarepresenta judicialmenteos trsPoderesdaRepblica,oMinistrioPblicoeaDefensoriaPblica.NoelideaautonomiaorgnicadaAGUemrelaoaoExecutivoo fatode que o AdvogadoGeral da Unio escolhido pelo Presidente daRepblica, vez que os Ministros do STF e o ProcuradorGeral daRepblicatambmoso[38].Outrossim, tambm no elide a mencionada autonomia o fato de queAdvogadoGeral da Unio tem status de Ministro de Estado, pois osrequisitosparaaocupaodocargodeAdvogadoGeraldaUniosoosmesmosexigidosparaosMinistrosdoSupremoTribunalFederal.ComoadiscussoacercadaautonomiaorgnicadaAGUensejamatriadeinterpretaoconstitucional,vezqueaAGUumainstituiode dignidade constitucional, pertinente colacionarmos, mais uma vez,recenteposiodoSTFsobreoassunto,consubstanciadanovotodoMin.DiasTffoli:

    Ora, o que temos a? Temos que tanto o MinistrioPblico, quanto a Advocacia Pblica, quanto aDefensoria Pblica so instituies que no integramnenhum dos Trs Poderes. Ele esto separados doLegislativo,quantodoExecutivo,quantodoJudicirio. bem por isso que no temos, na nossa tpicaconstitucional, a possibilidade de dizer que o

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    procurador da autarquia. No existe isso na nossadisciplina constitucional. Se formos analisar aAdvocaciaGeral da Unio, a lei de organizao doPoderExecutivonofazrefernciaaela.Quemintegrao Poder Executivo, nica e exclusivamente, oAdvogadoGeraldaUnio,enoaAdvocaciaGeraldaUnio. E nempoderia ser diferente, porque, no textoconstitucional,elanoestdentrodoPoderExecutivo.Bemporisso,queosprocuradoresfederais,quefazemarepresentaojudicialeotrabalhodeconsultoriadasautarquias federais, no integram essas autarquias.(TOFFOLI,MinistroDias,RE558.258,2010)[39]

    Pelo exposto, fica pontificado que a AGU uma instituioconstitucionalautnomaemrelaoaoExecutivo. Malgrado tal autonomia orgnica, a AGU ainda no foicontemplada com a devida autonomia oramentria e administrativa,instrumentosessesindispensveisconsecuodeseusmisteressociaiseinstitucionais.ParacumprirseupapeldeinstituioessencialJustia,a AGU deve gozar de autonomia plena: oramentria, administrativa eorgnica.OANTEPROJETODELEIORGNICADAADVOCACIAGERALDAUNIO(Portarian386,de16dejulhode2004),emseuart.5,buscasanaroproblemadaautonomiaoramentria,dispondoqueoplanoplurianual,alei de diretrizes oramentrias e a lei oramentria anual dotaro aAdvocaciaGeral da Unio dos recursos necessrios ao desempenho desuas funes constitucionais, conforme propostas apresentadas peloAdvogadoGeral da Unio ao Presidente da Repblica, paraencaminhamento ao Congresso Nacional. Acresce, ainda, no pargrafonicodoartigo,queasdotaesoramentriasdestinadasAdvocaciaGeral da Unio no esto sujeitas a contingenciamento ou reduo dequalquerespcie. Ainda nomesmoanteprojeto, a autonomia administrativa tratada no art. 6, com a previso de que as propostas legislativas daAdvocaciaGeraldaUniodecriaoeextinodosseuscargos,rgoseservios auxiliares e de remunerao dos seus membros e servidoressero apresentadas pelo AdvogadoGeral da Unio diretamente aoPresidentedaRepblicaparaencaminhamentoaoCongressoNacional.

    4.2.2.DaautonomiafuncionaldosmembrosdaAGU.AscompetnciasatribudasAGUeaosseusmembrosnosoexercidasemsistemadehierarquiafuncional,caracterizadoporsucessivascadeiasdecomando,sendoesseumtraodistintivodoPoderExecutivo.Outrossim,vejasequemembrosdeumainstituioessencialJustia,que no integra o Executivo Federal, no podem ficar vinculados aMinistriosouautarquias.Emvistadisso, foi ajuizadaaAoDiretadeInconstitucionalidade4297,afimdequeseconsidereminconstitucionaisduas expresses contidas na Lei Complementar 73/93, que tratam dasubordinaoadministrativadaProcuradoriaGeraldaFazendaNacionaledas consultorias jurdicas daAdvocaciaGeral daUnio aoMinistrio daFazendaeaosMinistrosdeEstado,respectivamente.OargumentobsicoparaadeclaraodeinconstitucionalidadedasexpressesresidenofatodequeaAGUeseusrgointegrantesforamcriadosparaatender,comindependncia,aosTrsPoderesdaRepblica.Todavia, as atribuies dosmembros daAGUnopodemser exercidascomabsolutaautonomia,sobpenadesecomprometeropapeldamesmadeviabilizaroimplementoedefesadeboaspolticaspblicas.Assimsendo,necessrioconferirseaosmembrosdaAGUcertograudediscricionariedade, possibilitandolhes a anlise discricionria de certassituaes, para viabilizar transigncias judiciais e extrajudiciais, bemcomooreconhecimentodepedidosadministrativosejudiciais,tudocomvistas a se defender o interesse pblico. que a Lei, bem como oshierarcas de qualquer instituio, no podemprever todas as situaesqueseapresentaronocotidianodavidaadministrativa,devendoaqueleagente,emcontatodireitocomumproblemaespecfico,darlheamelhorprovidncia. Alis, essa capacidade de adaptao e resposta que iravaliaracapacidadedeumainstituiocumprirsuamissosocial.Contudo,adiscricionariedadedosmembrosdaAGUnopodeocasionarentendimentos discrepantes entre si, deflagradores de inseguranajurdica, razo pela qual, quando uma questo alcanar repercussogeral, em vrios rgos de uma entidade, e alcanarem, tambm,maturidade jurdica, atravs de amplo debate democrtico, deve oAdvogadoGeral da Unio, ou o ConselhoSuperior da AGU, emitirsmulas e pareceres, unificando os entendimentos. Tais uniformizaesdeentendimentovincularoaosmembrosdaAGU.Dessarte,seinexistirsmulaouparecervinculantedoAdvogadoGeraldaUnio ou deciso do STF em controle concentrado ou difuso deconstitucionalidade, poder o membro da AGU exercer sua autonomiafuncional de maneira ampla, respeitandose, evidentemente, outraslimitaesdecorrentesdeleiexpressa[40].O ANTEPROJETO DE LEI ORGNICA DA ADVOCACIAGERAL DA UNIO

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    (Portarian386,de16dejulhode2004),emseuart.3,explicitaqueso princpios institucionais da AdvocaciaGeral da Unio a unidade, aindivisibilidade,aindisponibilidadedadefesadointeressepblicoe,nostermos desta Lei Complementar, a autonomia funcional (realcei).Quando o projeto dispe que a autonomia funcional ser exercida nostermosdalei,cabeoentendimentodequeaautonomiaserconformadapelosdeveresevedaesimpostosaomembrodaAGU,limitesessesjexpostosnoitem5.3.2.

    CONCLUSO:OPAPELDAAGUNOESTADODEMOCRTICODEDIREITOBRASILEIRO.

    Noensaiovestibular,adentramosodesfechodoestudovertente,eapsnos debruarmos sobre uma multitude conceitos, analisarmos ecompilarmosvrias leis,dissecarmoscomplexastesesepropormostodasortedeintrincadasquestesjurdicas,devemosaoleitorumaconcluso,uma contribuio para omundo jurdico, demaneira que, no presenteensejo, no poderemos nos furtar de responder a seguinte indagao:qual o perfil de Advocacia Pblica para a AGU demanda o EstadoDemocrticodeDireitoBrasileiro?Duas teses bem conhecidas se nos apresentam para definir tal perfil.Relembremos:a) A da Advocacia de Governo, em que a Advocacia Pblica devedefender o Governo, compreendido esse como o conjunto de pessoas,eleitasouporelasindicadas,quedesempenhamopapeldeconfeccionaras deliberaes superiores de Estado ou, por outras palavras, dedeterminar as polticas pblicas constitutivas de seu plano de governo,programaessechanceladopelamaioriadopovo.Nessevis,aAdvocaciaPblica materializaria sua atuao na defesa dos interesses doGoverno,osinteressespblicossecundrios,materializadosnaspolticaspblicasgovernamentais,semseocupardaanlisedesuacoernciacomosinteressespblicosprimrios.b)AdaAdvocaciadeEstado,emqueaAdvocaciaPblicadefenderiaoEstado, materializado nas pessoas jurdicas de direito pblico, quepossueminteressesprprios(interessespblicosprimrios)eautnomosemrelaoaosinteressesdeseusrepresentantespolticoadministrativos(interessespblicossecundrios).OperfildaAdvocaciadeEstadoimplicaqueocompromissodaAdvocaciaPblicaseriacomosinteressespblicosprimriostitularizadospelapessoajurdicadedireitopblicoeesculpidosna Lei (Constituio e demais leis), mesmo que contrariando polticaspblicas.Paramelhorresponderaindagaodecoroamentodoestudoeescolhercorretamente um perfil para a Advocacia Pblica Ptria, precisamosentenderparaquemescolhlo. Dessarte,devemosteremmentequeescolheremos um perfil de Advocacia Pblica para um EstadoDemocrtico de Direito: deve, assim, atender aos imperativos doEstado,daDemocraciaedoDireito.OsimperativosdoEstadosoatendidosquandoaAdvocaciaPblicaagecomvistasamantereafirmaraexistnciadomesmo, cientedequeaprpriaexistnciadoEstadouminstrumentoparaapromoodobemcomum. O Estado, por sua vez, s pode harmonizar a convivncia emsociedade e propiciar a todos os direitos fundamentais (interessespblicosprimrios),sedispuserdepolticaspblicaseficientes(interessespblicossecundrios)eimplementlas.OsimperativosdaDemocraciapedemqueaAdvocaciaPblicadefendaapluralidade poltica no Estado, assumindo, por vezes, postura contramajoritria, defendendo as minorias. Assim, se uma poltica pblicaofender direitos fundamentais de um grupo minoritrio, deve aAdvocaciaPblicaemitirpareceresdesfavorveismesma,ou,mesmo,recusarsuadefesajudicial.OsimperativosdoDireitosseroimplementadosseaAdvocaciaPblica,comoinstituioconstitucional,balizarsuaatuaonaobedinciasleis.Seumapolticapblica esbarrar emvedao legal, aAdvocacia Pblicanopoderencamparsuadefesaedeverrepudilanocontroleinternodelegalidade.Isso posto, qual dos dois perfis j apresentados preenche todos osimperativos do EstadoDemocrtico deDireito? A nosso sentir, nenhumdeles.Consoantejasseveramosnotpico5.4.1.,todososmodelos,seconduzidos a purismos, apresentaro graves inconvenientes, ouinviabilizandoagovernabilidadedoEstado,ouconduzindooaumapromiscuidadeadministrativa.Dessamaneira, omodelo deAdvocacia Pblica quemelhor atenderia oEstado Democrtico de Direito Brasileiro seria um que eliminasse osgraves inconvenientes dos outros dois modelos, mas queconservasseseustraospositivos.Comisso, restanosconstruirummodeloque:1)opereocontroleevigilnciadosatosestataissem,com isso, desamparar o administrador, 2) harmonize osinteresses pblicos primrio e secundrio, vez que ambos sorelevantes ao Estado, 3) promova a governabilidade e eficinciadoEstado semsacrificar a autonomiadaAdvocaciaPblicae4)promovaaprevenoerpidasoluodelitgios.

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    Estamos,assim,apedirporummodelohbridodeadvocaciapblicaquerealizeaharmonizaodeinteresses,oamortecimentodetenses,eapacificaosocial,ouseja,quedefendaoprincpiodemocrtico,munindoosentesestataiseseus representantesdosmeiosnecessrios(polticaspblicas)parapromoverosinteressespblicosprimriosdequeso titulares. Intitulemos, assim, tal modelo de Advocacia PblicaDemocrtica.Expliquemolo,pois:OscaracteresdistintosdaAdvocaciaPblicaDemocrticaso:1) A Advocacia Pblica Democrtica propese a defender a pessoajurdicadedireitopblicoe,tambm,seusdirigentes,naexatamedidaemqueosmesmosatuemdentronoslimites legais,pois,quandoessesassim o fazem, no transbordam do mandato pblico de que estoinvestidos.Dessarte, os clientes da Advocacia Pblica Democrtica sero aspessoasjurdicasdedireitopblico,quetitularizamosinteressespblicosprimrios, e, tambm, seus dirigentes, autores das polticas pblicas,confeccionadasdentrodoslimiteslegais.Com isso, a Advocacia Pblica concorrer para o controle daatividade estatal, sem, contudo, desamparar o bomadministrador.2) A Advocacia Pblica Democrtica propese a defenderimediatamente as polticas pblicas e mediatamente os interessespblicos primrios, o que se processar pela harmonizao daquelascom esses. Vejase que ambos os interesses sero defendidossimultaneamente.Os interesses pblicos primrio e secundrio tm existncias jurdica epoltica autnomas e no se confundem,mas so duas realidades quepodemsercompatibilizadase,teleologicamente,devemslo,abemdapaz e harmonia sociais. que o interesse pblico secundrio, comointeressemeio,temsuarazodeserprecisamentenasuacapacidadederealizarointeressepblicoprimrio,ointeressefim.Dessa maneira, o papel da Advocacia Pblica deve ser o de auxiliar oadministrador pblico a confeccionar polticas pblicas idneas aconcretizar os interesses pblicos primrios. A idoneidade da polticapblica nascer de sua obedincia Constituio e s demais leis,obedinciaessanosformal,comosubstancial,poisnosoprocessode criao, aplicao e fiscalizao da poltica pblica deve estar emconsonncia com a Constituio, mas, tambm, sua substncia, suasintoniamaterialcomoespritodaLeiMaior.A Advocacia Pblica, conduzindo o processo de anlise deadequao, material e formal, de uma poltica pblica Constituio e s demais leis, realizar eficiente controle delegalidadeeconstitucionalidadedaatividadeEstataleconcorrerdiretamenteparaaconfecodepolticaspblicasmelhores.3)AAdvocaciaPblicaDemocrticapropesearacionalizaradefesadoEstado e de seus dirigentes, atravs da uniformizao interna deentendimentos administrativos, sem, com isso, sacrificar umasalutarautonomiaaseusmembros.Havendo vrios entendimentos sobre uma poltica pblica, todos eleslegais, o entendimento a ser adotado pela Advocacia Pblica deve seraquelepreferidopelaAdministraoPblica,vezqueelaalegitimadaaelegeromelhor interessemeio,evitandose,assim,adiscrepnciadetratamentoseinseguranajurdica.TalprefernciadaAdministraoPblicaporumcertoentendimentodeveser formalizada por smulas e pareceres do dirigente mximo daAdvocaciaPblica,quevincularoaseusmembrosnassituaesporelescompreendidas.Ressaltese,todavia,queassmulasepareceresdoDirigenteMximodaAdvocaciaPblica,contendoasuniformizaesdeentendimento,devemser reservadas apenas para casos que, exemplo das smulasvinculantes, tenham repercusso geral e uma discusso jurdicopoltica amadurecida. Inclusive, o Conselho Superior da AdvocaciaPblica,comorgoplrimo,deveriaparticipardaediodetaisatos.Foradoscasosacima,aautonomiafuncionaldosmembrosdaAdvocaciaPblica deve ser garantida, sob pena de sufocarmos a pluralidade deopiniesexigidaemqualquerdemocracia,einviabilizarmosacapacidadedaAdministraoadequarseaocartermltiplodosfatosdavida.Esse procedimento garantir governabilidade e eficincia aoEstado, segurana jurdica coletividade, sem se olvidar daautonomia funcional dos membros da Advocacia Pblica, o quepropiciarumapluralidadedeopinies, consagradorado regimedemocrtico.4)AAdvocacia PblicaDemocrticapropesea realizar aprevenoerpida soluo dos litgios, pelo manejo de substitutivos da Jurisdio,como o caso das Cmaras de Arbitragem[41], e ampliao dapossibilidadedetransaesjudiciais,sendoessassempremotivadas.ExpostososelementosdeumaAdvocaciaPblicaDemocrtica,verificaseque, com a promoo da governabilidade e eficincia Estatais, doimplemento do controle de suas atividades e da confeco depolticas pblicas acordes com a Constituio e demais leis da

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    Repblica, a mesma oferta coletividade segurana, entendimento epaz sociais, conquistas seculares do Direito, realizando, assim, a maiseficiente defesa do princpio democrtico. Decorrncia desse seupapelrelevantededefenderoprincpiodemocrticodemaneiratoeficaze imediata a sua transformao em clusula ptrea do EstadoBrasileiro, pois, se as hipteses do art. 60, 4, da CRFB/88, soclusulas ptreas pois so instrumentais defesa do regime/princpiodemocrtico,commuitomaisrazodevesloaAdvocaciaPblica.Em arremate, e pelo que expusemos no corpo deste trabalho,acreditamos que a AdvocaciaGeral da Unio deve adotar uma posturainstitucional que a amolde ao perfil de uma Advocacia PblicaDemocrtica, pois, palmilhando esse caminho, a Instituio alar opatamarqueasuaimportnciahistria,polticaesocialreclamam,adeinstituio constitucional permanente e insuprimvel do EstadoDemocrticodeDireitoBrasileiro.

    REFERNCIAS.

    ADIN4297,RelatorMinistroCelsodeMelo,PropostaporUNAFEUniodos Advogados Pblicos Federais em face do Congresso Nacional e doPresidentedaRepblica.ACRDOSTF, RE 558258/SP, Relator Ministro Ricardo Lewandowski,DJE n 51, Divulgado em 17032011, Publicado em 18032011,Ementrion.248401.ALBARRAN,Michel IvanOsandon.ARepresentao do Brasil emNvelInternacional: O Papel da AdvocaciaGeral da Unio. MonografiaapresentadacomorequisitoparcialobtenodottulodeespecialistanoX Curso de Especializao em Relaes Internacionais da UNB. UNB:2009.ANTEPROJETO DE LEI ORGNICA DA ADVOCACIAGERAL DAUNIO,elaboradopelogrupodetrabalhoprevistonaPortarian386,de16dejulhode2004.BARROSO, Luiz Roberto. Curso de Direito ConstitucionalContemporneo: Os Conceitos Fundamentais e a Construo do NovoModelo.2ed.SoPaulo:Saraiva2010.CASTRO, Aldemrio Arajo. Advocacia de Estado versus Advocacia deGoverno.Disponvelem:http://www.conteudojuridico.com.br/CASTRO, Aldemrio Arajo. A Advocacia Pblica como Instrumento doEstadoBrasileironoControleda JuridicidadedosAtosdaAdministraoPblica.RevistadaAGUAdvocaciaGeraldaUnio.AnoVII,nmero15.Braslia,marode2008.CASTRO,AldemrioArajo.AAdvocaciaGeraldaUniocomoinstituio.Disponvel em: http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2186465/aadvocaciageraldauniaocomoinstituicaoCASTRO,Aldemrio Arajo.Da Privatividade Do Exerccio Das FunesInstitucionaisdaAdvocaciaGeraldaUnioPorSeusMembros. Materialda4auladaDisciplinaPoderJudicirioeFunesEssenciaisJustia,ministradanoCursodePsGraduaoLatoSensuTelevirtualemDireitoConstitucionalAnhangueraUNIDERPREDELFG.CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL de 5 deoutubrode1988.CUNHA,LeonardoJosCarneiroda.AFazendaPblicaemJuzo.6.ed.rev.ampl.eatual.SoPaulo:Dialtica,2008.DI PIETRO,Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20 ed. SoPaulo:Atlas,2007.GODOY,ArnaldoSampaiodeMorais(ConsultorgeraldaUnio).Artigo:OFuturodaAGU.Conjur:28.04.2011,Braslia.ISTOBRASIL, Revista. Edio 2087. Publicao 18 de novembro de2009. Entrevista com o AdvogadoGeral da Unio, Lus Incio LucenaAdams.LEI6.830,de22desetembrode1980.LEI8.112,de11dedezembrode1990.LEI8.906,de4dejulhode1994.LEI9.028,de12deabrilde1995.LEI9.650,de27demaiode1998.LEI10.480,de02dejulhode2002.LEI10.910,de15dejulhode2004.LEI11.094,de2005.LEICOMPLEMENTAR73,de10defevereirode1993.MADEIRA,DaniloCruz.Artigo:OPapeldaAdvocaciaPblicanoEstadoDemocrticodeDireito.RevistadaAGU107:dezembrode2010.MELLO,CelsoAntnioBandeirade.CursodeDireitoAdministrativo.25.ed.rev.eatual.SoPaulo:Malheiros,2008.MORAES, Henrique Viana Bandeira. Artigo: AdvocaciaGeral da Unio:Histrico e Estrutura. Artigo Disponvel emwww.juspodivm.com.br/.../%7B05B80DD9D53C4BCB9215

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    0D30A5C78FE9%7D_advocacia_geral_da_uniao.doc.NETO,DiogoFigueiredoMoreira.Artigo:AsfunesessenciaisJustiaeas procuraturas constitucionais. Revista Jurdica APERGS: Advocacia doEstado.Ano1,n1Set.2001.PortoAlegre:Metrpole.NETO, Diogo de Figueiredo Moreira (2002). Curso de DireitoAdministrativo.12ed.,RiodeJaneiro:Forense,2002.NEVES,AndrLuizBatista.AdvocaciaPblica:problemasesolues.In:PAIVA, Mrio Antnio Lobato de. A importncia do advogado para odireito,ajustiaeasociedade.RiodeJaneiro:Forense,2000.OLIVEIRA, Jos Otaviano de. Artigo: Advocacia Geral da Unio:estrutura e funcionamento.Revista Virtual da AGU, Ano VI, n. 48, dejaneiro de 2006. Disponvel em:http://www.agu.gov.br/sistemas/site/TemplateTexto.aspx.SABIA, Marcelo Rocha e Consultoria Legislativa da Cmara dosDeputados. Artigo: AdvocaciaGeral da Unio. Biblioteca Digital daCmaradosDeputados:Braslia,2005.SESTA, Mrio Bernardo. Artigo: Advocacia de Estado: PosioInstitucional.In:RevistadeInformaoLegislativa,n117/197,2006.

    ANEXOI:LISTADEABREVIATURASESIGLAS.AGUAdvocaciaGeraldaUnio.Art.Artigo.CSAGUConselhoSuperiordaAdvocaciaGeraldaUnio.CGAGUCorregedoriaGeraldaAdvocaciaGeraldaUnio.CRFBConstituiodaRepblicaFederativadoBrasil.INSSInstitutoNacionaldoSeguroSocial.LCLeiComplementar.MPMinistrioPblico.MSMandadodeSegurana.PGFProcuradoriaGeralFederal.PFNProcuradoriadaFazendaNacional.PUProcuradoriadaUnio.RERecursoExtraordinrio.RespRecursoEspecial.STFSupremoTribunalFederal.

    [1] Estadodo ''bemestarsocial'',caracterizado, justamente,porserum Estado promotor de polticas pblicas garantidoras de diversosdireitos,majoritariamentedireitosde segundae terceiragerao, quaissejam,direitossociaisedifusos,quedependem,paraseuimplemento,deumaposturapositivadoEstado,umaposturade realizaomaterial deatosconcretosdegesto,aplicaoderecursos.[2]Formalizaoexistencialqueoapartadeoutrasrealidadessociaisdepessoas,comoafamlia.[3]OsurgimentodoEstadoencontraexplicaofrtilemTeoriascomoadoPactoSocial.[4] A Advocacia de Estado em sentido estrito ser tratadamais afrente,efazalusotesedequeaAdvocaciaPblicaestcomprometidacomointeressepblicoprimrio,enocomosecundrio,materializadonaspolticaspblicas.[5] SESTA, Mrio Bernardo. Artigo: Advocacia de Estado: PosioInstitucional.In:RevistadeInformaoLegislativa,n117/197,2006.[6] Utilizaremos as expresses Advocacia Pblica e Advocacia deEstadoemsentidolatocomosinonmias.[7]SESTA,MrioBernardo.Idem,[8]Comovimos,foinecessriossubtrairsedoMPtaisfunestpicasde advocacia pblica, devido alta complexidade das funes deAdvocacia Pblica e devido s incongruncias de, por vezes, a mesmainstituio verse obrigada a encampar interesses contraditrios(demandaredefenderoEstado).[9] Era, de fato, Advocacia Pblica, mas se concentravaprimordialmentenareaFiscalTributria.[10] A Avvocatura dello Stato, podese dizer, alm da atuaotributriofiscal da Avvocatura Erariale, desempenhava atuaes dentrodo direito administrativo, constitucional e civil, passando, assim, adesempenhar uma advocacia estatal plena, quase como a que hoje seconcebe.[11] Utilizamos Advocacia Pblica com iniciais maisculas para sereferirInstituio,eminsculasparaaatividadeemsi.[12]FazendaNacionalnadamaisqueoaspectofinanceirodaUnio.[13]NaclebreexpressodePontesdeMiranda.[14]ProcessoMSn001156268.2010.403.61001VaraCveldaSubseoJudiciriadeSoPaulo.[15]Vejasequenosotodososdireitosprevistosnalei8.112que

  • 23/04/2015 AAdvocaciaGeralDaUnioNoEstadoDemocrticoDeDireitoBrasileiroBoletimJurdico

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    soasseguradosaosmembrosdaAGU,issoporqueanaturezadocargoimpetratamentodiferenciado.Porexemplo,comoajornadadetrabalhodosmembrosdaAGUmalevel,sendocumprida,porvezesem locaisoutros queno a sededo servio, adicionais de insalubridade, trabalhonoturnoeextraordinriosodespiciendos.Todavia,amatriapolmica.[16]Art.39,4,CRFB/88.[17]Art.37,XV,CRFB/88.[18]Proventossoasremuneraespagasttulodeaposentadoriasepenses.[19]Aconcessodetalbenefcioestsujeitaatantoscondicionantesecomprovaesquemelhornemcogitardomesmo.[20]SoaspopularesDASs.[21] Art. 92. assegurado ao servidor o direito licena semremunerao para o desempenho de mandato em confederao,federao, associao de classe de mbito nacional, sindicatorepresentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso ou,ainda, para participar de gerncia ou administrao em sociedadecooperativa constituda por servidores pblicos para prestar servios aseusmembros, observado o disposto na alnea c do inciso VIII do art.102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados osseguintes limites: (Redao dada pela Lei n 11.094, de 2005)(Regulamento) Iparaentidadescomat5.000associados,umservidor(IncisoincludopelaLein9.527,de10.12.97)IIparaentidadescom5.001a30.000associados,doisservidores(IncisoincludopelaLein9.527,de10.12.97)IIIparaentidadescommaisde30.000associados,trsservidores.(IncisoincludopelaLein9.527,de10.12.97)[22]Creioqueodispositivoequivocaseaocolocaraconjunoaditivae aps a meno s altasautoridades. Deveria ter sido utilizado aconjuno adversativa ou, para cada chefe de Poder decidir sobre aconveninciadeseliberaroservidorparaoestudooumissonoexterior.NocasodemembrodaAGU,seriaopresidentedaRepblicaaautoridademximaadeliberarsobreaconveninciadaliberao.[23] Nopor se tratarde InstituioConstitucional Pblicaqueasdependncias que abrigamas Procuradorias daAGUperdema garantiaemcomento.[24]SituaoessaquepodeocorrerquandoummembrodaAGUatuarnadefesadeservidorpblico.[25] Vejaseque tal garantia, inclusive, estna identidade funcionaldosmembrosdaAGU.[26] Tal prerrogativa estendese a todos osmembros da AGU, videartigo2o,daLei11.094/2005.[27]TalprerrogativaestendeseatodososmembrosdaAGU,videart.17,Lei10.910,de15dejulhode2004.[28] Vejase que a lei diz em qualquer caso, de sorte que talprerrogativanopodesersuprimidapormeiodeargumentosfalaciososequestionveiscomoodequea intimaopessoaldosmembrosdaAGUnosecoadunacomoritodosjuizadosespeciaisfederais.[29]Naprtica,atopresentemomento,nosetemoslimiteslegaisdoDireitodeGreve,massesabequeosserviosessenciaisnopodemparareoutrosserviosdevemgarantirumcontingentedefuncionamentomnimoplantes.[30]IdealseriaseaintimaopessoalfossepormeioderemessadosautosaomembrodaAGU.[31] Principalmente da intimao pessoal, que muitos membros doJudicirioconsideramumprivilgioinconveniente.[32]Art.653eseguintes,doCdigoCivilBrasileiro.[33] NETO, Diogo Figueiredo Moreira. Artigo: As funesessenciais Justia e as procuraturas constitucionais. Revista JurdicaAPERGS: Advocacia do Estado. Ano 1, n 1 Set. 2001. Porto Alegre:Metrpole.[34] ISTO BRASIL, Revista. Edio 2087. Publicao 18 denovembro de 2009. Entrevista com o AdvogadoGeral da Unio, LusIncioLucenaAdams,p.68.[35] CASTRO,AldemrioArajo.AdvocaciadeEstadoversusAdvocacia de Governo. Disponvel em:http://www.conteudojuridico.com.br/. O autor veemente em seurepdioAdvocaciadeGoverno.[36] Vejase que, a princpio, caberia aoMinistrio Pblico a defesadiretadointeressepblicoprimrio.[37] CASTRO,AldemrioArajo.AAdvocaciaGeral daUniocomo instituio. Disponvel em:http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2186465/aadvocaciageraldauniaocomoinstituicao[38]Art.84,XIVeXVI,CRFB/88.[39] ACRDOSTF,RE558258/SP,RelatorMinistrosRicardo

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  • 23/04/2015 AAdvocaciaGeralDaUnioNoEstadoDemocrticoDeDireitoBrasileiroBoletimJurdico

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    Lewandowski,DJEn51,Divulgadoem17032011,Publicadoem18032011,Ementrion.248401,VotodoMinistroDiasTffoli,p.1.[40] Comoo limitede60salriosmnimoparaacordosnos juizadosespeciaisfederais.[41]espciedecontenciosoadministrativo,substitutivodajurisdio,emqueoslitgiosresolvidos,preventivamente,oumesmocomprocessoemcurso,noseiodaAdministrao.

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    DanielDinizGonalvesProcuradorFederal.EspecialistaemdireitoconstitucionaleprevidenciriopelaUNIDERP.Inseridoem01/12/2014ParteintegrantedaEdiono1214Cdigodapublicao:3856Esteartigojfoiacessado12229vezes.

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