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1. Como a Exortação Apostólica Evangelii gaudium sobre o anúncio do Evangelho no mundo atualdeve ser acolhida pela Igreja? Antes de mais, a Exortação deve ser acolhida com alegria, esperança e como uma proposta que brota do Evangelho para impulsionar a Nova Evangelização. De fato, a alegria que nasce do Evangelho se renova e se comunica (cf. EG, n. 2). Como acolhê-la hoje, senão como um convite ao encontro pessoal com o Cristo Ressuscitado (cf. EG, n. 3), deixando encontrar-se por Ele, pois “ninguém deve se sentir excluído da alegria trazida pelo Senhor” (Paulo VI, Exortação apostólica Gaudete in Domino, n. 22; EG, n. 3)? Antes de tudo, a fé cristã nasce, não de uma decisão ética, mas do encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Essa é uma premissa assaz clara para o Papa Francisco. Segundo ele, “encontrar Cristo é o melhor que nos podia ter acontecido e testemunhá -l’O é o nosso gozo, a nossa alegria”. É a partir do encontro pessoal, que a nossa vida alcança novo vigor. O apóstolo Paulo afirma: Fui alcançado pelo Cristo Jesuse não posso mais retroceder (Fl 3,12b). A verdadeira fé sempre nasce do encontro pessoal com Jesus, que Se faz Peregrino e Companheiro de caminhada (cf. Lc 24,13-35). Hoje, o Papa nos convida a redescobrir a experiência do encontro pessoal com Cristo, pois sabe que a experiência de caminhar pela vida acompanhados por alguém vivo, com quem podemos contar e a quem podemos nos confiar. Só Cristo Jesus nos pode fazer viver, amar e esperar apesar de nossos erros, medos, incertezas, fracassos e pecados. Nesse encontro descobrimos a misericórdia divina (= a resposta transversal de Deus à humanidade porque a salvação, que nos oferece, é obra da sua misericórdiaEG, n. 112), manifestada como graça da salvação a todos, aos pobres (EG, n. 198); redescobrimos o diálogo inerente à conversão (EG, n. 26): a liturgia é diálogo de Deus com o seu povo(EG, n. 137) que perpassa as dimensões pastorais do diálogo (EG, n. 111175), a dimensão social da evangelização é dialogal (EG, n. 177258). Redescobrir que Deus busca sempre o diálogo com o ser humano. O diálogo se realiza, antes, pelo prazer de falar e pelo bem concreto que se comunica através das palavras entre aqueles que se amam. É um bem que não consiste em coisas, mas nas próprias pessoas que mutuamente se dão no diálogo” ( EG, n. 142). Por isso, em um anúncio “respeitoso e amável” do Evangelho, “o primeiro momento é um diálogo pessoal, no qual a outra pessoa se exprime e partilha as suas alegrias, as suas esperanças, as preocupações com os seus entes queridos e muitas coisas que enchem o coração. Só depois dessa conversa é que se pode apresentar-lhe a Palavra” (EG, n. 128). Enfim, a primeira impressão ao ler a Exortação surge plasmada pelo otimismo, pela esperança e pela alegria. Aliás, a vida cristã é plasmada da alegria pascal. Historicamente, a vocação humana para a felicidade passa sempre pelas sendas do conhecimento e do amor, da contemplação e da ação (Exortação apost. Gaudete in Domino, n. 73), da cruz e da ressurreição. É nessa dinâmica que a Exortação apost. Evangelii gaudium deve ser acolhida por cada cristão, como uma proposta/uma chamada ao diálogo, a redescobrir a alegria que nasce do encontro pessoal com Cristo e do seu Evangelho, e pôr-se a caminho, ser anunciadores/comunicadores dessa experiência, do amor de Deus Uno e Trino, às pessoas, ao mundo hodierno. 2. O que o Papa pretende com esta Exortação Evangelii gaudium?

A Alegria Do Evangelho

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Evangelium G

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  • 1. Como a Exortao Apostlica Evangelii gaudium sobre o anncio do Evangelho no

    mundo atual deve ser acolhida pela Igreja?

    Antes de mais, a Exortao deve ser acolhida com alegria, esperana e como uma

    proposta que brota do Evangelho para impulsionar a Nova Evangelizao. De fato, a

    alegria que nasce do Evangelho se renova e se comunica (cf. EG, n. 2). Como acolh-la

    hoje, seno como um convite ao encontro pessoal com o Cristo Ressuscitado (cf. EG, n.

    3), deixando encontrar-se por Ele, pois ningum deve se sentir excludo da alegria trazida

    pelo Senhor (Paulo VI, Exortao apostlica Gaudete in Domino, n. 22; EG, n. 3)? Antes

    de tudo, a f crist nasce, no de uma deciso tica, mas do encontro com a pessoa de

    Jesus Cristo. Essa uma premissa assaz clara para o Papa Francisco. Segundo ele,

    encontrar Cristo o melhor que nos podia ter acontecido e testemunh-lO o nosso

    gozo, a nossa alegria. a partir do encontro pessoal, que a nossa vida alcana novo

    vigor. O apstolo Paulo afirma: Fui alcanado pelo Cristo Jesus e no posso mais

    retroceder (Fl 3,12b). A verdadeira f sempre nasce do encontro pessoal com Jesus, que

    Se faz Peregrino e Companheiro de caminhada (cf. Lc 24,13-35).

    Hoje, o Papa nos convida a redescobrir a experincia do encontro pessoal com Cristo,

    pois sabe que a experincia de caminhar pela vida acompanhados por algum vivo, com

    quem podemos contar e a quem podemos nos confiar. S Cristo Jesus nos pode fazer

    viver, amar e esperar apesar de nossos erros, medos, incertezas, fracassos e pecados.

    Nesse encontro descobrimos a misericrdia divina (= a resposta transversal de Deus

    humanidade porque a salvao, que nos oferece, obra da sua misericrdia EG, n.

    112), manifestada como graa da salvao a todos, aos pobres (EG, n. 198);

    redescobrimos o dilogo inerente converso (EG, n. 26): a liturgia dilogo de Deus

    com o seu povo (EG, n. 137) que perpassa as dimenses pastorais do dilogo (EG, n.

    111175), a dimenso social da evangelizao dialogal (EG, n. 177258).

    Redescobrir que Deus busca sempre o dilogo com o ser humano. O dilogo se realiza,

    antes, pelo prazer de falar e pelo bem concreto que se comunica atravs das palavras

    entre aqueles que se amam. um bem que no consiste em coisas, mas nas prprias

    pessoas que mutuamente se do no dilogo (EG, n. 142). Por isso, em um anncio

    respeitoso e amvel do Evangelho, o primeiro momento um dilogo pessoal, no qual

    a outra pessoa se exprime e partilha as suas alegrias, as suas esperanas, as

    preocupaes com os seus entes queridos e muitas coisas que enchem o corao. S

    depois dessa conversa que se pode apresentar-lhe a Palavra (EG, n. 128).

    Enfim, a primeira impresso ao ler a Exortao surge plasmada pelo otimismo, pela

    esperana e pela alegria. Alis, a vida crist plasmada da alegria pascal.

    Historicamente, a vocao humana para a felicidade passa sempre pelas sendas do

    conhecimento e do amor, da contemplao e da ao (Exortao apost. Gaudete in

    Domino, n. 73), da cruz e da ressurreio.

    nessa dinmica que a Exortao apost. Evangelii gaudium deve ser acolhida por cada

    cristo, como uma proposta/uma chamada ao dilogo, a redescobrir a alegria que nasce

    do encontro pessoal com Cristo e do seu Evangelho, e pr-se a caminho, ser

    anunciadores/comunicadores dessa experincia, do amor de Deus Uno e Trino, s

    pessoas, ao mundo hodierno.

    2. O que o Papa pretende com esta Exortao Evangelii gaudium?

  • As palavras iniciais do Papa j aponta o objetivo por ele almejado: Quero, com esta

    Exortao, dirigir-me aos fieis cristos a fim de os convidar para uma nova etapa

    evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos

    prximos anos (EG, n. 1). Metaforicamente ele nos chama, a partir da alegria do

    Evangelho, converso e autocrtica (EG, n. 14), oferecendo a todos ns um manual,

    um Gps atualizado um vade-mcum pastoral em chave missionria sobre mudanas

    necessrias e possveis. Como o Papa diz: Sonho com uma opo missionria capaz de

    transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horrios, a linguagem e toda a

    estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais evangelizao do mundo

    atual que autopreservao (EG, n. 27). Poder-se-ia dizer: o papa almeja com sua

    Exortao apostlica uma converso pastoral de toda a Igreja, para que esta viva e

    anuncie verdadeiramente o Cristo Ressuscitado.

    Maria Luiza,

    espero que tenha cooperado com suas atividades pastorais.

    Com estima,

    Fr. Roberto de Almeida Paz, OP.