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A Alimentação Saudável Como Prevenção à Obesidade
Autora: Edinéia de Medeiros M. Jecohti1 Orientadora: Profa. Dra. Cecília Edna Mareze da Costa ²
Resumo
Este artigo apresenta os resultados da implementação pedagógica intitulada “A Alimentação Saudável como Prevenção à Obesidade” proposto e desenvolvido no PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, turma 2016, com os adolescentes do 8º ano matutino do Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira, em Maringá/Paraná. O objetivo do trabalho foi proporcionar estratégias que incentivassem os adolescentes para uma alimentação saudável. Para tanto, foram realizados várias atividades, abordando a importância dos nutrientes no funcionamento do organismo e os prejuízos que uma alimentação inadequada pode causar ao nosso corpo, especialmente a obesidade. Os trabalhos em sala de aula com textos e vídeos, pesquisas e discussões em grupo e a elaboração de uma mostra final para a comunidade escolar e seus familiares tiveram a participação efetiva de todos os alunos que demonstraram muito interesse. Os resultados desta implementação pedagógica foram muito positivos, pois temos a certeza que os alunos adquiriram conhecimento crítico necessário para desenvolverem hábitos alimentares mais saudáveis.
Palavras-chave: alimentação; escola; obesidade; reeducação alimentar.
¹ Profª.- PDE 2014: Professora de Ciências da Rede Pública Estadual, Pós graduada em Biologia; e-mail: [email protected] ² Profª. Orientadora: Professora Associada do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Estadual de Maringá. Doutora em Fisiologia Humana pela USP/São Paulo; email: [email protected]
1. INTRODUÇÃO
A intervenção pedagógica com tema “alimentação saudável como prevenção
à obesidade” foi realizado com alunos do 8º ano matutino do Colégio Estadual Tânia
Varella Ferreira - Maringá/Paraná, durante o primeiro semestre de 2017. O tema foi
escolhido em função da obesidade ser considerada, atualmente, um problema de
saúde pública mundial. É notório para nós professores que trabalhamos com
crianças e adolescentes, há vários anos, como aumentou, nas últimas décadas, o
número de alunos obesos ou que estão acima do peso corporal. Vários são os
fatores causadores deste aumento vertiginoso e, dentre estes fatores, as mudanças
nos hábitos alimentares têm especial destaque.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais (PCN-CN)
destaca o papel da escola em capacitar os alunos para identificar os valores
agregados às informações e, com isso, realizar suas escolhas de modo consciente
(BRASIL, 1998, p. 46-47). Este papel tem se tornado cada vez mais importante, pois
novas mídias influenciam agressivamente os hábitos e costumes das crianças e dos
jovens, por meio de propagandas televisivas e inserção de mensagens, vídeos e
imagens nas redes sociais.
Destacamos aqui as mudanças nos hábitos alimentares nas últimas décadas,
ditadas, principalmente, pelas propagandas que dispõem de fortes recursos
audiovisuais, tendo objetivo principal apenas o consumo e os ganhos econômicos
dele, pouco se atentando para os benefícios ou malefícios desta mudança. Ao
mesmo tempo em que as propagandas incentivam um padrão alimentar
hipercalórico, elas exaltam o corpo magro e esbelto, ou seja, ditam padrões de
beleza que podem incentivar a baixa ingestão de alimentos. Estas influências são
muito mais fortes nos adolescentes, podendo estimular hábitos alimentares que
podem resultar em doenças como a obesidade e a anorexia. Dentro deste contexto,
a escola deve oferecer atividades didático-pedagógicas que, além de acrescentar
conhecimento, também desenvolva a capacidade analítica e crítica.
O propósito deste trabalho foi o professor, como mediador, levantar uma
reflexão e uma discussão a respeito dos hábitos alimentares da atualidade,
mostrando a influência da mídia na adesão das pessoas a uma alimentação
hipercalórica, e como as imagens dos comerciais tem forte papel atrativo. Também
mostrar para nossos alunos que esta mesma mídia que quer nos vender estes
produtos que podem causar obesidade, faz o culto do corpo perfeito, da beleza
magra. Nesse sentido, existe um paradoxo que precisa ser percebido por nossos
jovens, que precisam desenvolver um comportamento mais atencioso e mais crítico
em relação a esta mídia.
O objetivo do trabalho foi proporcionar estratégias que incentivassem os
adolescentes para uma alimentação saudável. Para tanto, foram realizados várias
atividades, abordando a importância dos nutrientes no funcionamento do organismo
e os prejuízos que uma alimentação inadequada pode causar ao nosso corpo. Foi
dada ênfase aos problemas associados à obesidade, com enfoque nos distúrbios
fisiológicos que interferem significativamente no desenvolvimento físico, intelectual,
emocional e social.
A metodologia utilizada fundamentou-se na linha teórica de Gasparin (2012),
baseando-se na pedagogia histórico-crítica. O processo ensino aprendizagem se
deu de forma dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos
alunos para a compreensão dos conteúdos. A aprendizagem crítica ocorreu por meio
das aulas teóricas e práticas, partindo sempre do conhecimento prévio do aluno.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Atualmente, são comuns os jovens que, na maior parte do dia, cuidam de sua
própria alimentação sem a presença de nenhum adulto, pois são muitas as famílias
que, por questões financeiras e de logísticas, tem pais que saem cedo para
trabalharem e só retornam para casa de tardezinha. Associado a este fato temos a
inserção, cada dia maior, dos alimentos industrializados e de “fast food” em
substituição aos naturais, tanto pela facilidade e rapidez do preparo, como pelos
preços mais baixos.
Os jovens são os consumidores mais assíduos de “fast food”, que contribui
significativamente para a instalação da obesidade ou de quadros de desnutrição.
Está bem estabelecido que maus hábitos alimentares podem causar vários
problemas de saúde, principalmente se estiverem associado com o sedentarismo.
Dutra et al (2009) relatam que no Brasil, há várias décadas, são realizados diversos
estudos com o objetivo de avaliar o valor nutricional dos alimentos consumidos pelas
crianças e adolescentes, pois os índices de obesidade infantil vem crescendo nas
últimas décadas e temos o agravante que a chance de uma criança obesa ser um
adulto obeso é de 50%, e no caso de adolescentes obesos as chances aumentam
para 70% (DUTRA, 2009, p.42s). Filhos de pais obesos têm 80% de probabilidade
de se tornar um adulto obeso. Estes dados mostram que os aspectos ambiental e
genético são fortes determinantes no estabelecimento da obesidade.
Os fatores psicológicos também influenciam no desenvolvimento da
obesidade, principalmente no adolescente, pois essa faixa etária é marcada por
transformações físicas, mudanças sociais e na formação da personalidade que
podem interferir no comportamento alimentar. Distúrbios emocionais como a
depressão e a ansiedade podem causar a compulsão alimentar, seguida de um
sentimento de culpa que agrava a doença emocional, tornando-se assim um ciclo
vicioso que, em muitos casos, resultam em obesidade.
Outro fator que tem desempenhado papel determinante nos hábitos
alimentares são as propagandas televisivas e a mídia de modo geral. Se para
adultos este fator tem grande influência, muito mais sobre as crianças e jovens. A
propaganda, com fortes apelos visuais estimulam a procura por produtos
hipercalóricos, que normalmente são ingeridos em horários errados e de forma
excessiva.
A escola deve ter um olhar atento para estas questões, pois os nutrientes são
necessários para manter a energia do corpo, proporcionar uma boa saúde e o
equilíbrio emocional, todos fundamentais para uma boa aprendizagem.
Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Ciências do Estado do
Paraná consta:
O conhecimento científico mediado para o contexto escolar sofre um processo de didatização, mas não se confunde com o conhecimento cotidiano. Nesse sentido, os conhecimentos científicos escolares selecionados para serem ensinados na disciplina de Ciências têm origem nos modelos explicativos construídos a partir da investigação da Natureza. Pelo processo de mediação didática, o conhecimento científico sofre adequação para o ensino, na forma de conteúdos escolares, tanto em termos de especificidade conceitual como de linguagem. (PARANÁ, 2008, p. 59)
Conhecer os hábitos alimentares dos alunos e, a partir desse conhecimento,
realizar reflexões e discussões sobre reeducação alimentar, embasados nos
conhecimentos científicos, poderá mudar as atitudes destes alunos em relação a sua
alimentação.
A alimentação tem grande efeito na qualidade da aprendizagem dos alunos,
pois existe uma ligação entre o grau de nutrição, a integridade do sistema nervoso e
a capacidade de aprender (KAFURI, 1985 apud VIEIRA e JUSTINA, 2013, p.2).
A escola possui um ambiente propício para trabalhar este tema, pois:
A escola é para o estudante uma sociedade em miniatura. Durante os anos que uma criança permanece na escola, será influenciada pelos professores e amigos, que deixarão marcas benéficas ou negativas na sua personalidade e conduta, bem como na sua responsabilidade social. Existe uma relação muito estreita entre educação e saúde. Embora a educação voltada para a saúde seja responsabilidade de diferentes segmentos, a escola para a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED) é uma instituição privilegiada, podendo transformar-se no espaço genuíno de promoção da saúde. (JUCHEN, 2016, on-line)
Silva e Carneiro (2015) realizou um estudo com 100 alunos (11 a 14 anos) e
chama a atenção para comportamentos bulímicos ou anoréxicos dos adolescentes.
Segundo Ribeiro (2008, apud SILVA e CARNEIRO, 2015), o culto à magreza nessa
faixa etária está ligado à ideia de que o corpo esbelto está associado à imagem de
poder, sucesso e autonomia, e é esta a imagem que a sociedade valoriza e a mídia
corrobora em detrimento a obesidade que é muitas vezes estigmatizada. Nesse
sentido, as consequências psicossociais são imensas e tão sérias quanto a
patologias médicas porque muitos obesos sofrem a discriminação e problemas
psicológicos advindos da obesidade. Um dos transtornos sofrido pelos obesos é o
bullying. Segundo Silva e Carneiro:
Os resultados obtidos através desta pesquisa revelam também que 40% dos entrevistados já sofreram bullying por causa do seu peso, sendo que a maioria (28%) deles ocorreram na rua [...] decorrente do aumento de peso na adolescência, é comum o corpo sofrer cada vez mais mudanças, deixando a fase de criança e passando para a fase adulta. Às vezes isso pode acarretar em aumento de peso e de medidas. E com esse aumento, é muito comum vários indivíduos sofrerem bullying. Quando os xingamentos, as humilhações e as tantas outras maneiras de práticas de bullying ocorrem dentro da própria casa ou na escola, por pessoas próximas e muitas vezes queridas, como familiares e amigos, os danos são ainda maiores, já que esses são os locais onde os pré-adolescentes deveriam sentir-se melhor acolhidos, protegidos e livres de qualquer preconceitos. (SILVA e CARNEIRO, 2015, p.71 et seq)
Para Balotin e Kindel (2003), as noções de representação de corpo que os
estudantes têm dificilmente são trabalhadas em sala de aula, pois, segundo eles:
A mídia (televisão, revistas, etc.) nos apresenta um modelo de corpo, branco, magro, que todos devem seguir para ‘serem felizes’. Simultaneamente oferecem guloseimas irresistíveis que não conseguimos ou não queremos deixar de comer. O que fazer em meio a esse bombardeio? Essas questões influenciam diretamente a vida dos estudantes, constituindo suas apresentações do que seja um corpo bonito e saudável. Quem nunca presenciou um garoto mais gordinho ser chamado de baleia por seus colegas? No entanto, isso raramente é problematizado em sala de aula. (BALOTIN; KINDEL, 2003 apud KINDEL, 2012, p. 91).
Assim, podemos perceber que existe um paradoxo entre a cultura de um
corpo bonito e bem delineado e o tipo de alimentação oferecida nas propagandas. E
é com base nestas propagandas que muitos adolescentes manifestam seu interesse
por um ou por outro alimento constituindo, assim, seu padrão alimentar.
Assim sendo, é de fundamental importância que essa influência que a mídia
exerce sobre os adolescentes e jovens seja analisada e discutida na escola. Criar
espaços e estratégias de ação que possibilitem a percepção dos adolescentes da
importância de uma boa alimentação. Foi com esta finalidade que foi desenvolvido
este trabalho.
Na obra Alimentação saudável e sustentabilidade ambiental nas escolas do
Paraná, “o índice de jovens de 10 a 19 anos com excesso de peso passou de 3,7%
em 1970, para 21,7%, em 2009” (HAMERSCHMIDT; OLIVEIRA, 2014, p. 101). Tal
fato deve-se ao aumento significativo no consumo de alimentos refinados,
industrializados e produtos prontos para uso com alto teor calórico. Além da
obesidade, existem várias outras doenças que decorrem deste fator, dentre elas
podemos citar as doenças cardiovasculares, cânceres e diabetes.
Para Bosello e Cuzzolaro:
O excesso de peso é um problema bem mais grave que o fumo. Inclusive porque ataca, em proporções cada vez maiores, a infância e a adolescência, provocando, somente para dar um exemplo, casos precoces de diabetes tipo 2, doenças da qual há algum tempo não existia registro entre as crianças. (BOSELLO; CUZZOLARO, 2010, p.12)
Ainda conforme relato dos mesmos autores, nesse início do século XXI, pode-
se afirmar que “a prevalência (casos já em evolução) e a incidência (casos novos
por ano) de obesidade assumiram características de uma explosiva epidemia em
rápida expansão, em todas as faixas etárias, talvez em todos os países do mundo”.
(ibid., p. 12)
Atualmente, de acordo com Bittencourt e Ribeiro (2008, p.10), “está cada vez
mais comum indivíduos jovens apresentarem os sintomas que antigamente apenas
pessoas idosas apresentavam”. Isso vem demonstrar que a mudança nos hábitos
alimentares interfere negativamente na saúde das pessoas. Enquanto educadores,
precisamos reverter esta situação, pois através da nossa prática pedagógica diária
podemos conscientizar nossos alunos a mudarem para melhor, transformando o seu
hábito alimentar cotidiano em algo mais saudável.
É na infância e na adolescência que se criam padrões alimentares. A escola
pode e deve propor estratégias que possam interferir beneficamente no
estabelecimento destes padrões. Mello, Luft e Meyer (2004) mencionam:
Em nosso meio, a obesidade infantil é um sério problema de saúde pública, que vem aumentando em todas as camadas sociais da população brasileira. É um sério agravo para a saúde atual e futura dos indivíduos. Prevenir a obesidade infantil significa diminuir, de uma forma racional e menos onerosa, a incidência de doenças crônico-degenerativas. A escola é um local importante onde esse trabalho de prevenção pode ser realizado, pois as crianças fazem pelo menos uma refeição nas escolas, possibilitando um trabalho de educação nutricional, além de também proporcionar aumento da atividade física. A merenda escolar deve atender as necessidades nutricionais das crianças em quantidade e qualidade a ser um agente formador de hábitos saudáveis. (MELLO et al., 2004 apud SCHNEIDER, 2015, p. 17)
No guia prático das calorias de Borba e Wolff (1999) encontram-se indicações
para adequar e controlar a ingestão calórica diária, valores calóricos dos alimentos,
naturais ou industrializados. Desse modo, as pessoas podem conhecer a quantidade
de calorias existente em cada 100 gramas de alimentos, orientando a construção de
um cardápio adequado sem exagero para ser consumido cotidianamente.
Alguns estudos foram realizados em escolas públicas de ensino fundamental
do Paraná, com o objetivo de avaliar o índice de obesidade e o tipo de alimentação
ingerida pelos alunos.
Um estudo transversal, que investigou a dieta habitual de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade avaliados pelo cálculo do IMC, concluiu que estes possuem uma alimentação inadequada com elevada ingestão de proteínas e lipídios e deficientes em fibras. Os autores observaram que mães com maior nível de escolaridade incorporam conhecimentos adequados sobre nutrição e passam alimentar os filhos de forma mais equilibrada, resultando em menor frequência de obesidade. Esse processo resultou em decrescente prevalência de obesidade (9,9% em 1989 para 4,5% em 1993) sugerindo que o excesso de peso tem origem exógena corroborando dados da literatura que indicam ser causas de aumento de excesso de peso em adolescentes (CHAUL et al., 2000 apud Gatti, 2005 p.50)
Panice et al. (2012) realizaram um estudo em escolas particulares e públicas
do estado do Paraná, com centenas de alunos com idade entre 10 e 17 anos, sendo
61,5% de escolas públicas e 50,6% do sexo feminino. Nesta pesquisa observou-se
que 15,2% e 12,1% dos escolares, apresentaram percentuais iguais a 85 e 95,
indicando sobrepeso e obesidade, respectivamente. Os autores constataram que os
alunos das escolas particulares apresentaram maior índice de sobrepeso e
obesidade, quando comparados com os alunos das escolas públicas, apontando
como justificativas a condição socioeconômica, o fácil acesso a alimentos ricos em
gorduras e açúcares simples e, também, ao estilo de vida mais sedentário destes
alunos por disporem de computadores e vídeo games.
O excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos no
Brasil, é o que aponta o levantamento realizado pelo Ministério da Saúde. De acordo
com o estudo, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%
em 2006, para 48,5% em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos de
11,4% para 15,8% (BRASIL, 2012). Uma pesquisa conduzida pelo mesmo órgão
governamental, divulgada em 2014, mostra que “50,8% dos brasileiros está com
sobrepeso, ou seja, metade da população brasileira tem mais gordura no corpo do
que o considerado saudável” (Coleção Viva Saúde 2015, p.9).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) constantemente
reúnem informações sobre os hábitos dos brasileiros. Dados coletados, em inquérito
telefônico em 2013 e divulgados em 2014, mostraram que os maus hábitos dos
brasileiros justificam os altos índices de obesidade no Brasil. Este estudo mostrou
que 54% dos brasileiros tomam leite com teor integral de gordura; 17% substituem
metade das refeições principais da semana por lanches; 49% não são
suficientemente ativos, pois não gastam tantas calorias quanto consomem; apenas
24% consomem a quantidade recomendada de frutas e legumes e 29% assistem TV
mais de três horas por dia. (Viva Saúde, 2015, p.13).
A melhor maneira de manter a saúde em dia e o metabolismo funcionando de
forma rápida é estar sempre em atividade física por meio de exercícios, no entanto
em alguns casos a obesidade está diretamente relacionada à família, não somente
por fatores genéticos, mas também por transferência de valores de pais para filhos,
ou seja, o estilo de vida e os hábitos alimentares dos pais são seguidos pelos filhos
e são adquiridos desde a infância pelos exemplos vivenciados em casa.
Segundo Coutinho:
Estima-se que os fatores genéticos possam responder por 24% a 40% da variância do IMC, por determinarem diferenças em fatores como taxa de metabolismo basal, resposta à superalimentação [...] Acredita-se que as mudanças de comportamento alimentar e os hábitos de vida sedentários atuando sobre genes de susceptibilidade sejam o determinante principal do crescimento da obesidade no mundo. (COUTINHO, s.d.)
Alves e Costa-Singh (2015, s.p.) realizaram uma pesquisa no município de
São José do Rio Preto (SP), com alunos da rede pública e privada. Constataram que
a maioria dos alunos da escola municipal eram eutróficos (67%), com 20% de alunos
obesos e 13,% com sobrepeso. Os dados obtidos na escola privada mostraram que
37% dos alunos eram eutróficos, 33% obesos e 30% apresentavam sobrepeso. As
causas para as diferenças observadas nas duas escolas podem ser muitos, um
deles, provavelmente, está no fato da escola municipal oferecer diariamente a
merenda, que tem um cardápio variado, estabelecido por uma nutricionista e
contendo sempre legumes, frutas e verduras. Já as crianças da escola privada
compram seus lanches na cantina da escola, que são em geral fast food, ou trazem
de casa, normalmente alimentos industrializados.
Considerando que o hábito alimentar é um importante determinante para a
instalação da obesidade e que a Escola pode contribuir ajudando seus alunos a
desenvolveram padrões alimentares mais saudáveis e, assim, reduzir os índices de
obesidade no Brasil, realizamos este trabalho com adolescentes do 8º Ano, período
matutino, do Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira, na cidade de Maringá –
Paraná. Foram desenvolvidas várias atividades que tiveram como objetivo fornecer
conhecimento, desenvolver a consciência crítica e propiciar mudanças tanto no
ambiente escolar como no familiar que resultassem em hábitos alimentares mais
saudáveis.
3. RELATO SOBRE O GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR)
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) possibilitou compartilhar com os
professores da Rede Estadual de Ensino de todo o estado do Paraná, a Produção
Didático-Pedagógica elaborada para a implementação nas escolas públicas. Vinte
professores se inscreveram no GTR, sendo que 16 tiveram 100% de participação e
concluíram o curso e quatro professores desistiram antes da conclusão.
Este GTR foi composto de Fórum e Diário. O objetivo desses dois ambientes
foi de socializar as atividades que fizeram parte do caderno pedagógico e promover
uma discussão sobre o projeto de intervenção pedagógica como, também, discutir a
viabilidade da implementação do mesmo na escola.
O GTR foi muito importante e enriquecedor, pois possibilitou socializar os
desafios, as angústias e os avanços enfrentados pela professora durante o período
de implementação do material. Um espaço onde se pode relatar e discutir todas as
experiências vivenciadas e, também, os resultados obtidos no desenvolvimento de
cada etapa do projeto. Cada reflexão e opinião emitida pelos participantes do GTR
contribuíram para o desenvolvimento do trabalho. Tivemos uma participação
equilibrada e eficiente de todos, que valorizaram este encontro online com
colaborações sensatas e oportunas. Nos Fóruns houve intenso debate e nos Diários
os professores cursistas contribuíram com suas impressões e teceram importantes
considerações.
4. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Este projeto de intervenção pedagógica foi realizado com alunos do 8º Ano
Matutino, do Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira - Maringá/Paraná, durante o
primeiro semestre de 2017. Apresentou carga horária de 32 horas distribuídas em
sete unidades. A metodologia foi baseda na perspectiva histórico crítica na linha
teórica de Gasparin (2012), cuja pedagogia promove a aprendizagem por meio de
conhecimentos prévios, ou seja, em que o processo ensino aprendizagem se dá de
forma dialogada, possibilitando dessa maneira, o questionamento e a participação
dos alunos, para que a compreensão dos conteúdos e a aprendizagem crítica
ocorram por meio das aulas teóricas e práticas.
Para o desenvolvimento da Primeira Unidade foram utilizadas três aulas. Foi
dado início ao projeto de implementação explicando, primeiramente, o tema que
seria trabalhado nas próximas 32 horas, as justificativas do projeto e as atividades
que seriam desenvolvidas. Os alunos entenderam que nesse período da
implementação do projeto as aulas seriam diferenciadas e mais interessantes.
Muitos alunos ficaram ansiosos para iniciarem logo as atividades propostas.
Nesta conversa introdutória foi dada bastante ênfase na influência da mídia
na escolha dos alimentos e da importância do conhecimento teórico a respeito dos
alimentos para embasar nosso trabalho. Foram utilizados vários slides para deixar
mais claro como o assunto seria trabalhado em sala. Os alunos mostraram grande
interesse e empolgação com a proposta, e de pronto fizeram vários relatos e
comentários como, por exemplo, que os pais ficavam fora de casa o dia todo por
causa do trabalho que, muitas vezes, mesmo as mães deixando as refeições
preparadas eles optavam por comer alimentos como salgadinhos chips, massas
(miojo), biscoitos recheados, dizendo que era mais prático. Outros disseram que as
mães não trabalhavam fora e que as refeições eram feitas no horário. Ainda tiveram
aqueles que disseram que só se alimentavam do lanche do colégio.
Em seguida, os alunos responderam ao primeiro questionário que teve como
objetivo conhecer um pouco dos hábitos alimentares destes alunos. Os resultados
deste questionário mostraram que:
A) no café da manhã: a maioria (14 alunos) relatou não comer nada; 10
alunos ingerem pão com margarina, leite e café; sete mencionaram chá ou café com
bolachas; dois alunos costumam comer frutas e cereais e um aluno relatou se
alimentar de doces e refrigerantes.
B) Quanto ao costume de ler os rótulos dos alimentos para conhecer seu
conteúdo e calorias: apenas três alunos assinalaram que possuem este hábito; 10
alunos mencionaram fazer isto de vez em quando e os demais (17 alunos)
relataram não ter este hábito.
C) Quanto ao hábito de se alimentar antes de dormir: 16 alunos responderam
que sim, três afirmaram que não e 11 alunos assinalaram ás vezes.
D) Quanto à ingestão de produtos light ou diet: cinco alunos mencionaram
que se alimentam de tais produtos, oito relataram não fazer uso e 17 alunos
assinalaram que às vezes.
E) Quando questionado o número de vezes que se alimentam num dia: cinco
alunos responderam que se alimentam de uma a cinco vezes ao dia; 21 alunos
assinalaram de três a quatro vezes ao dia e quatro alunos afirmaram que se
alimentam mais de cinco vezes ao dia.
F) Quanto ao consumo de verduras e legumes: três alunos responderam que
não consomem, seis alunos consomem todos os dias e 21 consomem às vezes.
G) Quanto ao tipo de carne que consomem: alguns assinalaram mais de um
tipo de carne, sendo que a maioria (26 alunos) consome carne bovina, seguida da
carne suína (13 alunos); nove alunos consomem carne de aves e poucos (apenas 6
alunos) consomem peixes.
H) Com relação ao consumo diário de frutas: dez alunos afirmaram que
consomem frutas diariamente e os demais (20 alunos) responderam que consomem
às vezes.
I) Quanto ao consumo de refrigerantes: 19 alunos afirmaram que só
consomem nos finais de semana, seis tomam todos os dias e cinco não consomem.
J) Em relação ao hábito de comer lanches (fast food): cinco alunos comem
sempre, sete nunca comem e 18 afirmaram que comem só nos finais de semana.
K) Quanto ao consumo de salgadinhos: 13 alunos comem com frequência, 16
comem eventualmente e um aluno afirmou não comer.
L) Quanto à necessidade de mudar seus hábitos alimentares: oito alunos
responderam que sim, que deveriam modificar seus hábitos alimentares; seis
assinalaram que não e os demais (16 alunos) responderam que às vezes acham
que deveriam mudar.
Para finalizar também foi perguntado neste questionário a respeito do hábito
de fazer exercícios físicos: três alunos responderam que não realizam nenhuma
atividade física; dez alunos mencionaram fazer exercício ás vezes e os demais (17
alunos) afirmaram fazerem exercícios frequentemente.
Na aula seguinte os alunos responderam ao segundo questionário e logo
após, com o gabarito em mãos, fizeram a contagem dos pontos e analisaram se
estavam se alimentando de forma correta ou se precisavam melhorar a sua
alimentação. Os resultados deste segundo questionário mostrou que 12% dos
alunos precisam reavaliar o modo como vem se alimentando; 78% dos alunos foram
classificados como tendo uma boa alimentação, mas que podiam melhorar e
apenas 12% estavam se alimentando de forma correta.
Dando prosseguimento, foi entregue aos alunos uma ficha onde deveriam
anotar, durante uma semana, os alimentos consumidos em cada uma das refeições.
Para execução da segunda unidade também foram utilizadas três aulas. Essa
unidade foi iniciada com uma aula expositiva, tendo como suporte um texto que
abordava o índice de massa corporal (IMC). Esse texto apresentava uma tabela
com os valores referenciais do IMC. Após a leitura e estudo do texto, foram
realizadas a medidas antropométricas dos alunos (peso e altura). No laboratório de
informática os alunos puderam pesquisar sobre o assunto e cada aluno fez o cálculo
para determinação do seu IMC. Os dados foram compilados e mostraram que 43%
dos alunos apresentam peso normal, 25% estavam abaixo do peso, 14%
apresentavam sobrepeso e 18% eram obesos. Portanto, menos da metade da
turma apresentou IMC classificado como tendo peso corporal normal. Ao final
dessa atividade os alunos produziram um texto a partir do conhecimento adquirido
nas pesquisas e nas discussões. Este texto serviu para constar que os alunos
estavam obtendo um bom nível de aprendizado no tema.
Para a realização da terceira unidade foram necessárias quatro aulas. Nesta
unidade foram utilizados textos informativos e apresentação de slides sobre o
sistema digestório (estruturas e funções). A estratégia de utilizar diversos materiais
despertou interesse dos alunos que participaram ativamente das atividades
propostas. Ao final da unidade os alunos resolveram várias atividades sobre o
assunto que, após correção, foram anexadas nos cadernos.
Na quarta unidade que foi composta de quatro aulas, foram realizadas leituras
de textos informativos sobre a qualidade dos alimentos quanto à nutrição e suas
funções corporais. Também foi realizado um estudo dos nutrientes presentes na
merenda escolar. Inicialmente, foram discutidos os principais tipos de alimentos
industrializados consumidos pelos alunos e por seus familiares e se tinham costume
de fazer a leitura dos rótulos dos alimentos para ver o valor calórico e a composição
dos mesmos. A discussão gerou bastante polêmica, pois muitos disseram não se
preocupar com a composição e sim com o sabor e com o preço, foram poucos os
que disseram que os pais tomavam cuidado na escolha dos alimentos. Após
discussão, foram feitas leituras, anotações e foram anexados alguns textos no
caderno. Na aula seguinte, os alunos trouxeram embalagens de alimentos que são
normalmente consumidos em suas casas e, também as embalagens dos alimentos
servidos na merenda escolar. Os alunos fizeram anotações da composição e, em
seguida discutiram o assunto. Para finalizar, foram formados grupos de quatro
alunos. Cada grupo ficou responsável por um tipo de nutriente e, após pesquisas no
laboratório de informática, fizeram um relato para a turma.
Na quinta unidade, composta de cinco aulas, o tema trabalhado foi a relação
do comportamento alimentar com a saúde e as doenças. Para dar início ao estudo
foram utilizados os textos “Obesidade Uma Nova Epidemia”, “Anorexia, Bulimia e
Distúrbios Alimentares”.
Cada aluno recebeu uma cópia do texto que foi lido e explicado pela
professora, que destacou cada tipo de distúrbio alimentar e os problemas
fisiológicos associados, chamando a atenção para casos graves de distúrbios que
que podem causar a morte. Após a explicação e apresentação de um vídeo sobre o
tema, os alunos fizeram a discussão em grupo e realizaram um amplo debate entre
as equipes que foi mediado pela professora.
Ainda nesta unidade aconteceu uma palestra com os profissionais da área de
saúde que trabalham no bairro onde a escola está localizada. A atuação destes
profissionais enriqueceu significativamente esta Unidade, pois abordaram aspectos
práticos sobre o tema “Doenças relacionadas ao sedentarismo e aos maus hábitos
alimentares e suas consequências”. A palestra foi bastante proveitosa visto que os
profissionais utilizaram uma linguagem mais próxima dos jovens atraindo a atenção
de todos.
Na sexta unidade composta de oito aulas, foi abordado a pirâmide alimentar.
Inicialmente, a professora fez alguns questionamentos sobre o tema: se eles
conheciam uma pirâmide alimentar e se sabiam por que ela foi criada. Notou-se que
alguns já tinham ouvido falar, mas não tinham muita clareza do assunto. Os alunos
receberam textos impressos que foram lidos e explicados pela professora e, em
seguida discutidos pelos alunos. Os alunos foram para o laboratório de informática
resolver algumas atividades e pesquisar mais sobre o assunto. A turma foi dividida
em seis grupos e foi solicitado que trouxessem figuras de alimentos para a
construção da pirâmide alimentar. Não houve tanto interesse dos alunos nesta
atividade como tiveram nas outras, percebeu-se certa dificuldade por parte de
alguns alunos em trazerem estas figuras e os outros materiais, o que causou certo
atraso na execução desta unidade.
A sétima unidade, composta de cinco aulas, teve como objetivo a confecção
de cadernos de receitas. O desafio era que os alunos trouxessem receitas somente
de alimentos saudáveis e para isso eles pesquisaram em diversas fontes como a
internet e cadernos de receitas das mães, das avós, etc... A coleta de receitas foi
surpreendente, pois os alunos trouxeram receitas realmente saudáveis. Cada um
trouxe um caderno que foi encapado em sala de aula e as receitas foram escritas
manualmente pelos alunos. Após a elaboração do caderno foi feita uma mostra
deste material para a comunidade escolar e para os pais dos alunos que, aliás,
elogiaram muito a iniciativa da escola em realizar este trabalho de conscientização a
respeito da importância da alimentação saudável. Alguns pais relataram que ficaram
muito satisfeitos com a aprendizagem de seus filhos sobre um tema de fundamental
importância na atualidade, principalmente por causa da alta incidência de obesidade
entre os jovens.
Ao finalizar todas as atividades realizadas – cálculos do IMC, leituras, estudos
e discussões de textos, análise e discussão de vídeos, pesquisas no laboratório de
informática, leitura e compreensão dos rótulos, construção da pirâmide alimentar,
elaboração do caderno de receita e amostra final – percebemos que os alunos
demonstraram ser capazes de cuidarem melhor de sua alimentação, e mais que
isso, de atuarem com disseminadores do conhecimento adquirido, podendo
influenciar beneficamente seus familiares e amigos para uma maior atenção nos
hábitos alimentares. Estes alunos tiveram a oportunidade de visualizar os
problemas e propor soluções, de elaborar suas próprias conclusões.
Desenvolveram um olhar mais crítico sobre as mensagens que são passadas por
meio das propagandas dos produtos alimentícios, tornando-se menos suscetíveis à
influência da mídia na determinação de seu padrão alimentar. Nas oficinas os
alunos puderam trocar ideias e socializar os conhecimentos, demonstrando uma
grande satisfação. A mostra para a comunidade escolar e para os pais foi bem
interessante, pois deixou os alunos orgulhosos de seus trabalhos, principalmente
pela capacidade criativa de cada aluno e pela satisfação de ver seu esforço
individual passando a ser algo maior, dividindo com a comunidade.
De modo geral o resultado final desta implementação foi muito satisfatório,
porque houve o envolvimento de todos os alunos da turma, grande desafio da
professora quando inicia um trabalho como este. Cada aluno, a sua maneira,
mostrou criatividade e entusiasmo em participar das atividades. Dessa forma,
podemos afirmar que a implementação do caderno pedagógico foi embasada nas
fundamentações teóricas descritas e utilizando a metodologia de Gasparin (2012). A
proposta de trabalho com o tema Alimentação Saudável Como Prevenção à
Obesidade foi trabalhada da forma como foi proposta no caderno pedagógico e
proporcionou aos alunos uma aprendizagem que ressignificou os alimentos e sua
importância na prevenção das doenças e na qualidade de vida.
Foi solicitado aos alunos que fizessem uma avaliação sobre as aulas
ministradas nesse período e estes relatos nos deram a certeza de que a
metodologia aplicada no desenvolvimento das atividades teve grande aceitabilidade
dos alunos. Alguns desses relatos foram escolhidos e transcritos fielmente da
maneira como foram escritos no Anexo 1.
Constatamos que quando os conteúdos são trabalhos de forma diferenciada
da usual, envolvem os alunos e os mesmos têm um aproveitamento maior porque
participam efetivamente de cada momento do ensino aprendizagem, sentindo-se
parte do estudo e sujeitos desse processo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema escolhido para a implementação foi um grande desafio, visto que um
dos objetivos era estimular nos alunos mudanças nos hábitos alimentares. Esta
proposta veio de encontro à necessidade que a escola sentiu em debater o tema
alimentação saudável devido ao problema da obesidade. Utilizando vários
instrumentos didáticos, a execução deste projeto possibilitou aos alunos refletir e
analisar criticamente seus padrões alimentares.
Os diversos tipos de atividades realizadas em sala de aula com textos e
vídeos, pesquisas e discussões em grupo e a elaboração de uma mostra final para
a comunidade escolar e seus familiares estimularam a participação efetiva de todos
os alunos que, a cada unidade demonstravam mais interesse e se envolviam com
afinco na execução das tarefas. Podemos perceber a motivação de alguns deles em
modificar seus hábitos alimentares e de levarem para seus lares os conhecimentos
adquiridos durante o desenvolvimento deste projeto.
Os resultados desta implementação pedagógica foram muito positivos, pois
temos a certeza que contribuíram para que os alunos do 8º Ano do Colégio Estadual
Tânia Varella Ferreira adquirissem conhecimento crítico para desenvolverem hábitos
alimentares mais saudáveis.
REFERÊNCIAS
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ANEXO 1 Alguns relatos de alunos do 8º ano matutino do Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira, a respeito do projeto “A Alimentação Saudável Como Prevenção à Obesidade”.
O aluno A escreveu:
“Esse projeto está sendo muito útil para mim. Já estou moderando o uso de
gorduras, excesso de sal, óleo... e substituindo alimentos prejudiciais à saúde por
alimentos e hábitos mais saudáveis. Estou achando muito interessante, um projeto
onde podemos refletir sobre nossos hábitos alimentares e modifica-lo para melhor,
por que com nossa alimentação saudável em dia, pode-se prevenir muitas doenças,
sendo elas a obesidade, problemas de coração, diabetes, hipertensão, entre outros
que podem até mesmo levar à morte. O sobrepeso e a obesidade, são fatores de
risco à saúde, já expliquei para minha mãe sobre esses assuntos e vários outros, e
que ela reveja os seus próprios hábitos alimentares e que procure de imediato um
médico, já que ela possui excesso de peso, e pretendo ajudar outros da minha
família, e preveni-los desses riscos.”
O aluno B escreveu:
“O projeto alimentação saudável é uma iniciativa muito boa, pois atualmente
vemos que muitas crianças e adolescentes estão obesas ou com sobrepeso.Eu
estou aprendendo que devemos melhorar nossa alimentação, comendo mais frutas,
mais legumes e menos bobeiras. Após a pesagem e medida, calculamos o nosso
IMC e pude ver que estou no peso ideal, mais sei que muitos dos meus colegas
estão acima do peso, então essa ideia da professora foi ótima.A Professora foi
muito criativa, com os questionários, tabela na qual escrevemos o que comemos
durante a semana. A pesagem e a medição. Aprendi a calcular o IMC e que
devemos ter uma alimentação saudável hoje, para não sermos prejudicados mais
tarde.”
O aluno C escreveu
“Esse projeto está sendo importante, pois nos ensina a melhorar o nosso
peso, deixando o nossa saúde em bom estado. Além de importante, é um projeto
interessante, pois aprenderemos algo novo, que nos ajudará, a saber, como a nossa
alimentação deve ser. O que aprendemos além de ser útil para nós será útil
também, a outras pessoas, que poderemos ajudar, repassando sobre o que
aprendemos. Orientando-os de como se alimentar de forma correta e alertando-os
quanto às consequências futuras causadas por uma alimentação inadequada.”
O aluno D escreveu
“Eu estou achando o muito bom, porque posso observar que a maioria das
pessoas está acima do peso. E que após o cálculo do IMC percebi que eu também
estou acima do peso. Com o estudo sobre a alimentação saudável poderemos
mudar nossos hábitos alimentares e buscar por uma reeducação alimentar. Hoje em
dia pessoas principalmente criança e adolescentes estão se alimentando de forma
errada, pois em vez de frutas, legumes e o consumo de nutrientes correto, preferem
massas e Fast Food. Estamos com o projeto, analisando melhor nossa alimentação,
calculando nosso IMC e vendo se nosso peso está ideal para nossa idade. Isso vai
nos ajudar muito a melhorar nossa saúde.
O aluno E escreveu
“O projeto foi legal e bom para mim, pois com ele aprendi a maneira certa de
me alimentar, aprendi a importância de uma boa alimentação, e a importância de
cada alimento para nós. Aprendemos mais sobre a pirâmide alimentar, e assim
poderemos saber melhor, do que devemos nos alimentar e também aprendi que não
precisa apenas de uma boa alimentação para sermos saudáveis que também é
necessário nos exercitarmos.Com que aprendi, posso utilizar no meu dia a dia para
me tornar cada vez mais saudável.”