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Qual é para si a definição de obra de arte? Como exemplos de obras de arte temos esculturas, pinturas, poemas, arquitectura, filmes, música, dança, entre outros. (...)
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Qual é para si a definição
de obra de arte?
Como exemplos de obras de arte
temos esculturas, pinturas, poemas,
arquitectura, filmes, música, dança,
entre outros.
Uma obra de arte provoca em nós
algo de novo ou mágico,
faz-nos sentir horror ou
paixão, vontade de tocar
ou arrepio, com vontade de
desviar o olhar -de alguma
forma, a obra fala
connosco.
Sabia que o que vemos na
obra é somente aquilo que
queremos ver?
A nossa percepção é
altamente influenciada
pelos nossos desejos e
aspirações pessoais, tal
como podemos comprovar
nas ilusões provocadas por
figuras ambíguas. Isto é, se
ao mostrarmos a imagem desta
página a alguém e estivermos a
ensinar a ver uma mulher nova, a
imagem relativa à mulher velha não
será percebida. Lemos e vemos, nas
diferentes partes da imagem, o que aprendemos a decifrar.
Deste modo, podemos referir que espelhamos sempre as
nossas vivências e aprendizagens no que vemos. Assim, é de
referir que tanto na arte como no processo psicoterapêutico
se manifestam a capacidade humana de perceber, de
configurar as relações consigo mesmo, com os outros e com o
mundo.
O momento de fazer arte funciona como um canal que leva o
individuo ao seu mundo interno, manifestando conteúdos para
a consciência. Neste processo, através da arte, sentimentos e
experiências, tomam uma forma concreta. Este produto
artístico surge como um espelho, onde o individuo se
identifica, reflecte, descobre, elabora
os seus significados e os integra na
consciência. Através da arte, podemos
trabalhar situações de vida que não
foram devidamente elaboradas. Além
disso, fazer e vivenciar arte promove o
relaxamento, diminuindo o nível de
ansiedade, impaciência e angústia.
Quando uma pessoa é confrontada a
fazer algo que considera não ter
condições para o fazer, isto gera uma
experiência de ansiedade, sendo os
comportamentos resultantes
desorganizados. Isto faz com que se
evite, de todas as formas possíveis, a
exposição face a situações que geram
ansiedade. Os sentimentos evocados
repercutem-se na voz, na respiração e na postura; o corpo e as
palavras entram em ressonância. Culturalmente, as expressões
do corpo, bem como das emoções, são censuradas e
estritamente filtradas. Desde a infância que nos proíbem de
manifestar abertamente a raiva, o medo, a tristeza, a dor, o
por Cláudia Almeida www.oficinadepsicologia.com http://www.facebook.com/oficinadepsicologia
Prancha de Gestalt: o que vê na imagem - uma jovem ou uma velha?
ciúme; proíbem-nos de gritar na
alegria e chorar na tristeza… é a
inibição da emoção, assim como a
inibição da acção que alimentam a
presença de doenças
psicossomáticas e sociais.
Um dos conceitos associados à arte é
a criatividade. Esta torna-se fulcral no
processo de auto-regulação (forma
como a pessoa interage com o
mundo, respeitando a sua natureza
individual). Tal como refere o
psicoterapeuta Zinker, criar é uma
necessidade básica, tal como respirar
ou comer - “Somos impelidos a criar”
(Zinker, 2007, p.21). Assim, podemos
referir que a criatividade e a saúde
são funções que andam juntas.
Na infância as crianças são quase
sempre criativas através das suas
brincadeiras, nas personagens
fantasiosas que criam, na relação que
estabelecem com os objectos.
Associada a esta criatividade surge a
curiosidade, reflectida nas perguntas
que fazem sobre como funciona tudo
o que as rodeia: aqui as coisas são e
as pessoas sentem. Na idade adulta,
se perdermos este recurso, passamos
a comportarmo-nos segundo as regras morais e socias -
passamos a levar a vida muito “a sério”, perdemos a
espontaneidade e, naturalmente, o potencial criativo
desvanece-se.
Vivemos tempos de medo, ansiedades e muito stress. O medo
paralisa o processo criativo, mas a arte pode ser curativa e
também uma saída eficaz para quem está paralisado diante do
medo.
Neste sentido, proponho que esteja atento ao que se passa
no seu corpo. Ouça o que ele lhe diz, perceba o que ele lhe
mostra - aprenda a sentir. Através do movimento corporal,
através da dança, recorrendo a música ou sons, é possível
libertar não só sensações, mas também emoções, ideias,
desejos e sentimentos. A expressão corporal abre caminhos e
possibilita a representação de um mundo imaginário.
A música pode funcionar como um apoio ao equilíbrio
emocional -tem a capacidade de actuar sobre o corpo humano,
modificando o seu padrão emocional e vibracional. Pode
mobilizar emoções fortes, provocar sensação de bem-estar,
prazer e reduzir os níveis de ansiedade, promovendo o
relaxamento e o aumento da auto-estima. A pintura, por
exemplo, proporciona uma maior fluidez das emoções e dos
sentimentos, o que confere ao sujeito um grande valor na
expansão da sensibilidade e da afectividade.
Assim, e uma vez que criar é algo vital ao ser humano, e o ser
criativo é um modo de ser que nos é peculiar, porque não
começarmos a criar? Dance, ouça música, crie sons, pinte,
escreva, … crie para se tornar cada vez mais saudável.
(http://www.periodicodecrecimientopersonal.com/wp-content/uploads/2011/03/arte-terapia-lupus02.jpg)
Toe Socking, um quadro de Veronika Nagy
(sugerido pela Dra. Cláudia Almeida)
Toda obra nasce de uma emoção que no artista se traduz em sentimento. E nesse sentimento que o impele a criar.
Kandinsky
A Mandala é uma actividade criada por Jung, pai da psicologia analítica, e
pretende representar simbolicamente a psique humana. Esta actividade pode
ajudar no processo de autodesenvolvimento e de harmonização do seu mundo
interno, assim como de libertação da ansiedade e de resolução dos problemas
actuais da vida.
O desafio que propomos pretende estimular a expressividade, espontaneidade,
comunicação e principalmente o trabalho com o potencial humano de
criatividade. Deste modo, pretendemos que projecte de seus conteúdos internos,
através de pensamentos, emoções e sentimentos vivenciados actualmente
pintando a Mandala que se encontra na página seguinte. É importante que no
momento de criação da sua mandala esteja num local tranquilo, sem
interferências externas, em silêncio ou com uma música de relaxamento.
Quando a mandala estiver pronta, coloque-a a sua frente para poder vê-la na
totalidade, sem forçar muito o olhar, relaxe os olhos e tente perceber o que
gosta/não gosta neste desenho, mergulhe para dentro dele. Depois de trabalhar
com mandala permite estar durante alguns momento em silêncio e em contacto
consigo mesmo.
http://www.unicorn.dk/english/mandala.html