20
8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 1/20 A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI Marcelo Garcia 1 c a p í t u l o Marcelo Garcia é assistente social. Exerceu a Gestão Social Nacional, Estadual e Municipal. Atualmente é professor em cursos livres, de extensão e especialização, além de diretor executivo da Consultoria Agenda Social e Cidades. Desde 2009 trabalha e estuda de forma continuada estratégias para combater a pobreza. Escreve diariamente para o site <http://www.marcelogarcia.com.br>. NOB_RH_cap1_P5.indd 3 20/01/12 16:16

A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 1/20

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASILCOMO CHEGAMOS ATÉ AQUIMarcelo Garcia

1 c a p

í t u

l o

Marcelo Garcia é assistente social. Exerceu a Gestão SocialNacional, Estadual e Municipal. Atualmente é professor emcursos livres, de extensão e especialização, além de diretorexecutivo da Consultoria Agenda Social e Cidades. Desde2009 trabalha e estuda de forma continuada estratégias

para combater a pobreza. Escreve diariamente para osite

<http://www.marcelogarcia.com.br>.

NOB_RH_cap1_P5.indd 3 20/01/12 16:16

Page 2: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 2/20

4 | Política de Assis tência Social

“A assistência social no Brasil: como chegamos até aqui” é um texto que nos convida arefletir sobre um campo carregado de história, a partir do lugar que ocupamos nos diferentescenários do trabalho profissional.

A palavra “aqui”, utilizada pelo autor, é um advérbio e expressa uma circunstância de lugar.

“Aqui” é o contexto brasileiro, é o lugar do conhecimento, do pensamento e da intervençãoproduzida. A conjugação do verbo “chegar” no presente do indicativo e na primeira pessoa doplural – “chegamos” – nos inclui no processo e mostra uma ação em desenvolvimento, inaca-bada. O texto exprime, portanto, outros tempos e confirma que nenhum processo históricose constitui a partir dele mesmo. Refere-se a um antes, a um agora e a um depois. Assim,várias temporalidades produzidas em movimentos mais amplos da sociedade (verificadasa partir de políticas, práticas sociais, conceitos e projetos profissionais) estão presentes nocotidiano da Política de Assistência Social.

Ao ler o texto, experimente escrever a história da assistência social que você conhece: elenqueos fatos que vivenciou; reflita sobre as circunstâncias políticas, econômicas e históricas em queeles foram produzidos; relembre textos que leu; recupere conceitos e práticas; liste autores,autoridades, lideranças políticas, técnicos, colegas de trabalho e usuários dos serviços que apon-taram questões, propostas e desafios e, principalmente, reflita sobre o seu lugar nesse processo.

Esse exercício relaciona-se com a questão central que alicerça o texto: a assistência socialtal qual conhecemos hoje é e será sempre produto da história; retém e mantém parte dasexperiências e dos valores acumulados e ao, mesmo tempo, institui, cria e inova seu própriocampo de conhecimento, de normatização e de intervenção. Coexistem o antigo e o novo,o instituído e o instituinte, o favor e o direito, a política de governo e a política de Estado, oisolamento institucional e a noção de sistema de gestão etc. Mas o que move esses processos?É a história dos sujeitos coletivos, inseridos em movimentos democráticos de controle social,de resistência e luta política.

Com o texto em questão, aprenderemos que a assistência social como área de política deEstado é condicionada pelo contexto em que foi gerada e carrega múltiplas determinações econtradições. Cada período da história, cada governo, cada gestor(a) e trabalhador(a) da áreaincorpora e acomoda (ou não) – em ritmos e níveis distintos – temas, saberes, diretrizes eformas de execução. É importante você identificar esse movimento e encontrar nele possibi-lidades de mudança a partir de si e de seu circuito de relações e intervenções.

Note que o texto descreve os marcos da assistência social desde a Constituição de 1988 atéa Lei do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) de 2011 e apresenta elementos paradiscussão das lacunas e tensões presentes na construção política desse campo.

PARA ORIENTAR SUA LEITURA...

NOB_RH_cap1_P5.indd 4 20/01/12 16:16

Page 3: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 3/20

Política de Assi stência Social | 5

Como convite à leitura destacamos a referência do autor à Legião Brasileira de Assistência(LBA), instituição criada em 1942 que introduziu a assistência social no âmbito governa-mental, deixando-a sob responsabilidade direta das primeiras-damas. Com mais de 50 anosde existência, ela protagonizou avanços e retrocessos. Produziu um campo de práticas e detrabalho profissional, gerou conhecimentos, firmou parcerias com entidades filantrópicas, se

fez presente nos âmbitos municipal, estadual e federal. Todo o seu acervo de conhecimen-tos e de práticas sociais foi extinto subitamente em 1995. O modo como isso aconteceurevelou um desrespeito à memória institucional, à história e às demandas dos trabalhadores.Contextualizar esse fato é fundamental para entender as decisões políticas dos governos e omodo como se produz a gestão do trabalho.

Por fim, o autor desafia o(a) leitor(a) a promover de muitas formas o desejo de aprender, derefletir, de acreditar e de mudar a história da assistência social a partir do seu cotidiano detrabalho, na direção dos direitos de cidadania.

Ao ler o texto, procure relacioná-lo ao seu local de trabalho e pensar nas seguintes questões:

1. A assistência social no município/DRADS onde trabalho: como chegamos até aqui?

2. A dimensão legal (CF; LOAS; PNAS; NOB-SUAS; NOB-RH; Lei do SUAS) dá o direciona-mento, estabelece a dimensão normativa e propositiva. Mas como se dá o manejo daPolítica de Assistência Social nas prefeituras e nas DRADS? A lei como instrumento mobi-liza competências e habilidades?

3. A assistência social cresceu em regulação, serviços, financiamento e número de trabalha-dores, mas qual o significado e a direção desse crescimento?

4. No seu cotidiano de trabalho, você consegue analisar e redefinir metodologias e fun-damentos daquilo que faz? Existe um espaço coletivo de reflexão no qual é possíveldebater as concepções que orientam as intervenções e os efeitos políticos e sociais daspráticas produzidas?

5. Como incorporar no cotidiano do trabalho os temas, conceitos e diretrizes do SUAS?Essa incorporação depende apenas de aquisições conceituais e políticas dos(as)trabalhadores(as)?

6. O que já foi feito no seu local de trabalho para tirar a NOB-RH do SUAS da prateleira,discuti-la e criar uma agenda para a gestão do trabalho?

NOB_RH_cap1_P5.indd 5 20/01/12 16:16

Page 4: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 4/20

6 | Política de Assis tência Social

Pretendo compartilhar neste texto minha leitura sobre ahistória da Política de Assistência Social no Brasil. E tambémavaliar os caminhos que nos trouxeram até aqui e quais são os

desaos para que uma agenda possível, realista e concreta consolide aassistência social como política pública, e não como estratégia utilizada para fazer a gestão diária da pobreza.

Na soma de minhas leituras, vivências, percepções e estudos, resumoum pouco do debate que venho fazendo com um grupo de assistentes sociais, desde 1991, quando ainda era estudante do curso de serviço social da Universidade Federal Fluminense.

Ao longo deste texto, serão comentados todos os artigos da Lei Orgânicada Assistência Social, de modo a avançar na identicação deuma linha histórica que leva a assistência social do campodo favor para o campo dodireito.

Marcelo Garcia

1.Filantropia e caridade:o direito como favor

As práticas de proteção social não são recentes no Brasil. Mas essas ações, e mesmoos programas voltados para a proteção, foram realizadas sempre sob o manto dacaridade, da solidariedade ou da filantropia, marcadas por uma “responsabilidade” defundo ético ou religioso.

A Constituição de 1988 deu uma enorme guinada em direção à concepção da pro-teção social comodireito . A partir desse ano, a assistência social ganhou o status constitucional de política de seguridade social, passando a ser um direito do cidadão,e não um “favor” do Estado ou de entidades filantrópicas.

A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL:COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI1 c a p

í t u

l o

NOB_RH_cap1_P5.indd 6 20/01/12 16:16

Page 5: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 5/20

Política de Assi stência Social | 7

Essa concepção, porém, só vai ser regulamentada na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (LOAS), que, em 1993, consolida um novo modelo de proteção social para

o Brasil. Cinco anos depois da promulgação da Constituição, a LOAS traça novoscaminhos para viabilizar a estruturação de um sistema de garantia de direitos. Noentanto, o antigo demorou a dar lugar ao novo, e ainda permaneceu, como prota-gonista das ações na área, a antiga série histórica. A série histórica é constituídade um conjunto de instituições que atuam de forma muito marcada por ações emetodologias que não reconhecem o Estado como a inteligência do processo dedefinição e condução das estratégias de proteção social.

Hoje, a Constituição já tem 23 anos e a LOAS completou 18, mas ainda faltamuito para que possamos consolidar a Política de Assistência Social como direitouniversal, e não benesse pontual.

Vamos rever a história desde 1989 até hoje.

A Legião Brasileira de Assistência (LBA) ainda era uma estrutura muito sólidaquando a Constituição de 1988 foi promulgada. As estruturas estaduais e munici-pais eram dependentes de “lógicas” e arranjos políticos; dependiam dos recursosfinanceiros da Legião e de seus programas totalmente centralizados, formuladosnos gabinetes em Brasília. A LBA cresceu tanto que ficou mais complexo e difícilcuidar de sua estrutura do que da missão que a instituição precisava cumprir.

No entanto, é sempre oportuno lembrar que foi dentro da LBA que surgiram osprimeiros e principais debates que levaram os constituintes a entender que a

assistência social precisava ser compreendida e executada como um direito. ALBA não foi apenas um espaço de clientelismo, politicagem e corrupção. Houvemuita vida inteligente nela pensando um novo caminho para a assistência social;houve profissionais que formularam um caminho pelo qual a área deixasse de serrefém dos projetos políticos eleitorais. Conheci muitos técnicos de qualidade naLBA, que ajudaram a pensar e formular o texto da LOAS.

Entre 1988, então governo Sarney, e 1993, governo Itamar Franco, quando aLOAS foi promulgada, muita água rolou sob a ponte que erguia uma políticade atendimento social. O governo Sarney propôs o Tudo pelo Social; o governoCollor entregou aos brasileiros o Minha Gente e o governo Itamar criou osComitês de Cidadania.

A CONSTITUIÇÃO de 1988deu uma enorme guinadaem direção à concepção daproteção social comodireito

NOB_RH_cap1_P5.indd 7 20/01/12 16:16

Page 6: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 6/20

8 | Política de Assis tência Social

Esses programas nacionais foram criados como “marcas” para cada governante,sem uma avaliação da diversidade social do país e sem um compromisso real com

a diminuição da pobreza. Todos traziam implícito, em sua divulgação e execução,o viés da concessão, do favor ou da benesse. Essa característica pode ser atribuídaa governantes das três esferas de governo que sempre fizeram questão de perso-nalizar ações sociais, vinculando seu nome a programas anunciados mais comobenesses do que como direito do cidadão. Além disso, havia o recorrente mau usoda máquina pública, que vinha à tona na forma de escândalos, como no períodoCollor, em que, sob a presidência da primeira-dama, a LBA se transformou emcaso crônico de polícia.

Esse foi um tempo em que os presidentes da LBA e os ministros da área socialocupavam os cargos não por mérito ou por trazerem um projeto para gestão

social, mas por razões que eu diria que “a própria razão desconhece”.

2.Erros e acertos: a caminho daconsolidação do direito à proteção social

Em 7 de dezembro de 1993, a LOAS foi promulgada pelo presidente ItamarFranco. Não foi fácil chegar ao texto final dessa lei. Muitas concessões precisaramser feitas para equacionar as estruturas históricas, consolidadas pela prática dacaridade, com uma nova estratégia que propunha a construção de uma rede deproteção social sob a responsabilidade do Estado, de acordo com a Constituiçãode 1988.

A primeira proposta de texto da LOAS nem sequer seguiu ao plenário doCongresso Nacional, e, depois de uma longa negociação, foi produzido um “textopossível”. De lá para cá, os caminhos para a consolidação do direito à proteçãosocial não têm sido simples, e muito menos fáceis de trilhar.

Em 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso extinguiu a LBA por decreto,sem se preocupar em preencher o lugar vago. A LBA deveria acabar? Deveriamudar? Muitos responderiam que sim a essas perguntas. Mas essas questões nem

sequer foram formuladas. Um decreto selou o destino de uma instituição histó-rica, extinguindo-a da noite para o dia, sem nenhum planejamento para garantir oconhecimento acumulado durante décadas. Seus servidores foram redistribuídos,inclusive para ministérios de outras áreas, e muitas histórias e experiências, quedeveriam ser registradas e consideradas, se perderam.

O fim da LBA poderia ter sido um ótimo momento para que Estados e municípioscriassem suas estruturas para as ações da área social, e isso seria possível com osservidores da LBA e da Funabem. Mas, naquele distante 1995, o governo federaldava sinais de que não acreditava no modelo de proteção social definido pelaLOAS, e não houve um plano para organizar e implantar estruturas que viabilizas-sem uma gestão de fato descentralizada.

NOB_RH_cap1_P5.indd 8 20/01/12 16:16

Page 7: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 7/20

Política de Assi stência Social | 9

Com o fim da LBA, a assistência social sevinculou ao recém-criado Ministério da

Previdência e Assistência Social (MPAS).No Ministério, a Secretaria Nacional deAssistência Social (SNAS) assumiu as atri-buições e a missão da LBA e do tambémextinto Ministério do Bem-Estar Social. ASecretaria do MPAS acabou tendo dificul-dade de encontrar um caminho inovador emrelação à atuação da LBA e, durante o anode 1995, tateou em busca de seus rumos.Além disso, a secretaria convivia de pertocom um programa que se desenvolvia em

paralelo às ações governamentais na áreasocial – o Comunidade Solidária, sob ocomando da primeira-dama Ruth Cardoso.

O Comunidade Solidária era definido comoinovador e revolucionário no fazer social,pois propunha a participação de toda asociedade na construção de um projeto dedesenvolvimento local e atuava efetiva-mente no município, fomentando a mobili-zação social.

No entanto, a SNAS e o ComunidadeSolidária operaram separados por umimenso abismo, divorciados em suas práticase concepções, sem dialogar. Sobretudo, nãorefletiam o que a LOAS nos indicava.

Ainda em 1995, quando da extinção daLBA, aconteceu em Brasília a I ConferênciaNacional de Assistência Social, prevista naLOAS. A conferência havia sido convocadapela presidência da República, e, em todo o

Brasil, foi iniciado um amplo debate, com aefetiva participação da sociedade, sobre aagenda necessária para consolidar a LOASe a Política de Assistência Social, que, nessemomento, ganhava seus primeiros contor-nos como direito, e não como favor.

No ano seguinte, 1996, começou o pro-cesso de estadualização da assistênciasocial, ainda totalmente contaminadopelos procedimentos antigos e pelasérie histórica da LBA. Os convênios que

garantiam o financiamento das entida-des, antes feitos pela LBA, passaram a ser

realizados pelos Estados, mas os atorescontinuaram praticamente os mesmos. Aconfusão não foi pequena.

Apesar disso, 1996 foi um ano importantepara a assistência social, pois demarcou,mesmo com dificuldades e contradições,o abandono do modelo da antiga, histó-rica e “imexível” Rede de Serviços de AçãoContinuada, a rede SAC – formatada parao atendimento em creches, asilos, abrigos

e centros de reabilitação para pessoas comdeficiência –, em direção à busca de novasideias e estratégias de proteção social.

A partir desse ano, foi implantado oBenefício da Prestação Continuada (BPC),para idosos e portadores de deficiência, efoi criado o Programa de Erradicação doTrabalho Infantil (Peti). A gestão na SNASde Lúcia Wânia, hoje senadora por Goiás,teve o mérito fundamental de estrutu-rar o processo de descentralização, quecomeçou pela estadualização e, por fim,municipalização das ações. Sua gestãotambém conduziu, no Conselho Nacionalde Assistência Social (CNAS), a aprova-ção da Política Nacional de AssistênciaSocial (PNAS) e a aprovação da NormaOperacional Básica (NOB).

É muito importante destacar também quetanto o BPC quanto o Peti nasceram comliberdade em relação à rede SAC.

Em 1997, foi realizada a II ConferênciaNacional de Assistência, mas em caráterextraordinário e com mais dificuldades demobilização social do que a primeira.

Em 1999, a SNAS transformou-se emSecretaria de Estado de Assistência Social(SEAS), com status de ministério. A gestãoda secretária de Estado Wanda Engel foientão marcada pela ampliação do processode municipalização; pelo aumento em

NOB_RH_cap1_P5.indd 9 20/01/12 16:16

Page 8: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 8/20

10 | Política de Assi stência Social

larga escala do Peti; pela diminuição daidade mínima para ter direito de acessoao BPC, que caiu de 70 para 67 anos; pelacriação dos núcleos de apoio à família,hoje Centros de Referência de AssistênciaSocial; e pela criação do Programa Agente Jovem de Desenv olvimento Social eHumano (PAJDSH).

A SEAS coordenou também o ProjetoAlvorada, um pacto nacional contra apobreza, que envolve diferentes minis-térios. A secretária Wanda Engel exercia,então, uma forte liderança no processo dequalificação de programas e projetos de

combate à pobreza. Em sua gestão foi ins-talada a Comissão Intergestores Tripartite(CIT), que teve como seu primeiro coor-denador o secretário de Políticas SociaisÁlvaro Machado. Também foram criadasas Comissões Intergestores Bipartites emtodos os Estados.

A gestão da SEAS, entre 1999 e 2002,avançou bastante e alicerçou muitas dasbases da atual Política Nacional de Assis-tência Social (PNAS).

No entanto, no primeiro ano da secreta-ria, em 1999, a III Conferência Nacional

de Assistência Social não foi convo-cada, gerando um grande desgaste entreo governo federal e os movimentos quedefendiam o fortalecimento da assistênciasocial. Apenas dois anos depois, em 2001,aconteceria essa III Conferência, na qualficou evidente que a antiga luta entre aspráticas da caridade, do voluntariado e dasolidariedade e as novas concepções daproteção estatal como direito continuavaviva. Nesse momento, os dois lados entram

em sua maior rota de colisão desde a pro-mulgação da LOAS. A III Conferência dei-xou marcas profundas e disputas acirradasque só foram resolvidas (se é que o foram)no movimento pelo Projeto de Lei SUAS, apartir de 2008.

A gestão da SEAS entre 1999 e 2002, ape-sar dos avanços, cometeu alguns equívo-cos, e o principal deles talvez tenha sidoa municipalização aprisionada por pro-gramas sociais federais. Sempre defendiuma municipalização mais ampla, mas ogoverno acreditava na descentralização dofinanciamento, e não na liberdade federa-tiva para que os municípios pudessem defi-nir suas próprias ações.

Foi nesse período que o governo federaldefiniu a unificação das transferências derenda num único cartão, a partir de umúnico cadastro, o CadÚnico. A partir daí,os municípios foram transformados em

meros cadastradores do governo fede-ral. A unificação era muito importante,mas foi entendida de forma errada tantopelos gestores federais como pelos ges-tores municipais.

Em 2003, com o novo governo eleito,foi criado o Ministério da Assistência ePromoção Social, e o comando foi dele-gado à ex-governadora do Rio de Janeiro,Benedita da Silva. Foi um ano de profun-dos retrocessos na política de assistência.

EM TODO O BRASIL,foi iniciado um amplo debate,com a efetiva participaçãoda sociedade, sobre a agendanecessária para consolidara LOAS e a Política deAssistência Social, que, nessemomento, ganhava seusprimeiros contornos comodireito, e não como favor

NOB_RH_cap1_P5.indd 10 20/01/12 16:16

Page 9: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 9/20

Política de Assi stência Social | 11

Boas ações e processos adequados, já consolidados, foram desarticulados apenasporque eram do governo anterior. O grupo que estava no comando do ministério

não era o grupo histórico na área, comprometido com o debate da Constituição,da LOAS e com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que estava nas-cendo. Durante essa gestão, a CIT quase não se reuniu, os pagamentos atrasavame o CNAS manifestava sérias preocupações com o andamento da Política deAssistência Social.

A gestão foi tão marcada pela ineficiência, que levou o governo a interferir paramudar rumos e estratégias. Além de tudo isso, o Programa Bolsa Família, queseria a marca do governo no combate à pobreza, ia sendo construído fora doMinistério da Assistência Social.

Nesse ano de 2003, bastante complexo para a área, foi realizada, em dezembro,a IV Conferência Nacional de Assistência Social. Foi aí que o SUAS nasceu comforça, aprovado a partir de uma mobilização ampla e coesa na conferência.

Estávamos vivendo um sonho: tínhamos nosso Ministério da Assistência. Mas osonho durou pouco e, em janeiro de 2004, o ministério foi extinto.

3. Apressando o passo:Sistema Único de Assistência Social

Com a aprovação do SUAS, a criação do Bolsa Família, o fracasso do Fome Zeroe a urgência de uma política social unificada e forte, foi criado, logo a seguir,ainda no início de 2004, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate àFome (MDS), que passou a ser comandado pelo ex-prefeito de Belo Horizonte edeputado federal Patrus Ananias.

Nesse mesmo ano, chegam à gestão nacional os maiores responsáveis pelodebate que garantiu que a assistência social fosse inserida no conjunto dosistema de seguridade social, na Constituição de 1988. Foi esse grupo tambémque estruturou o texto da LOAS, em 1993.

E o MDS foi rápido. Unificou os programas sociais que estavam dispersosem vários ministérios e montou uma equipe integrada por profissionais quehistoricamente defendiam a assistência social. Foram aprovadas pelo CNASa Nova Política Nacional de Assistência Social e também uma nova NormaOperacional Básica, a NOB/SUAS.

A NOB/SUAS é responsável por avanços significativos, como a implantaçãodos pisos de proteção no financiamento da assistência social e o respeitoà diversidade nacional, mas é preciso apontar que, nos últimos três anos,até hoje, a agenda federal ainda permanece como prioridade na Política deAssistência Social.

NOB_RH_cap1_P5.indd 11 20/01/12 16:16

Page 10: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 10/20

12 | Política de Assi stência Social

No entanto, também não posso deixar dedeclarar que o MDS tem sido fundamen-tal para os municípios. Costumo dizer que

o financiamento do MDS não pode ser oponto de chegada, e sim o ponto de partidapara as ações locais da assistência, mas oque ocorre de fato é que o MDS é o grandefinanciador da área em todo o Brasil.

Na gestão do ministro Patrus Ananias, foirealizada, em 2005, a V ConferênciaNacional de Assistência Social. A confe-rência aprovou o plano decenal da assis-tência social e apontou a urgência daNOB de recursos humanos. A NOB-RHacabou sendo pactuada na CIT e apro-vada pelo CNAS no final de 2006.

Nessa gestão do MDS, a concentra-ção da transferência de renda foi man-tida, mas o Conselho Nacional deGestores Municipais de AssistênciaSocial (Congemas), em parceria com aSecretaria Nacional de Renda e Cidadania(Senarc), conduziu a negociação queresultou na criação, em 2006, do Índice

de Gestão Descentralizada (IGD), quemede a qualidade da gestão descentrali-zada do Bolsa Família e permite o repassede um recurso mensal para que os muni-cípios aprimorem seus serviços no cadas-tro das famílias.

A VI Conferência Nacional de AssistênciaSocial aconteceu em 2007. O grande des-taque da conferência foi a participação dasecretária nacional de assistência socialAna Lígia Gomes, que fez uma palestra

exemplar e foi aplaudida de pé pela pla-teia por vários minutos. Ana deu o tom daVI Conferência: convocou a todos para um

momento de seriedade, responsabilidadee mudança. A VI Conferência proporcionouaos participantes um encontro profundocom a responsabilidade do Estado no dese-nho e na condução da proteção social.

O ano de 2008 representou uma espécie dereta final para várias administrações muni-cipais. O MDS comemorou quatro anos. Aomesmo tempo, o CNAS vivia seu momentode maior crise. Foi justamente essa criseque acelerou dois importantes avanços: oProjeto de Lei de Certificação de Entida-des Beneficentes de Assistência Social (PLCEBAS) e o Projeto de Lei do Sistema Únicode Assistência Social (PL SUAS).

Em 2009, a VII Conferência Nacional deAssistência Social foi amplamente abertaà participação de usuários – um momentoespecial na história das conferências.

Em março de 2010, o ministro Patrus

Ananias deixa o ministério, e a professorae assistente social Márcia Lopes, que haviasido secretária nacional de assistênciasocial e secretária executiva, o assume.

Em 2011, assume o MDS a ministraTeresa Campelo, com a responsabili-dade de conduzir o Programa Brasil SemMiséria. É importante destacar, aqui, queo Brasil Sem Miséria nasce fora da assis-tência social, mas vamos discutir essaquestão em outro texto.

ESTÁVAMOS VIVENDO UM SONHO:tínhamos nosso Ministério da Assistência.Mas o sonho durou pouco e, em janeirode 2004, o ministério foi extinto

NOB_RH_cap1_P5.indd 12 20/01/12 16:16

Page 11: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 11/20

Política de Assi stência Social | 13

4. Marcos importantes da assistência social

1988 A nova Constituição Federal define o grande marco regulatório da Política deAssistência Social (PAS). A assistência social é política pública de seguridade social,não contributiva e direito do cidadão.

1993 Promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que regulamenta osartigos da Constituição que tratam da questão.

1995 É implantado o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), substituindo oConselho Nacional de Serviço Social (CNSS).

É realizada a I Conferência Nacional de Assistência Social, precedida de conferên-cias municipais, regionais e estaduais.

1996 Experimenta-se o processo de estadualização dos repasses dos recursos do FundoNacional de Assistência Social como etapa de transição para sua municipalização.

São implantados o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Programa deErradicação do Trabalho Infantil (Peti), já na lógica da descentralização e da articu-lação federada.

1997 Início do processo de municipalização das ações e dos recursos da Política Nacionalde Assistência Social (PNAS).

Aprovação, no CNAS, da primeira Política Nacional de Assistência Social. Tambémé realizada a II Conferência Nacional de Assistência Social, precedida de conferên-cias municipais, regionais e estaduais.

1998 Aprovação, no CNAS, da Norma Operacional Básica, conhecida como NOB 1.

Aprovação da segunda Política Nacional de Assistência Social pelo CNAS.

1999 Publicação da Norma Operacional Básica, conhecida como NOB 2, no CNAS; são

instaladas as Comissões Intergestores Tripartite (nacional) e Bipartites (estaduais).

Inicia-se a implantação dos núcleos de apoio à família, que, em 2004, serão defini-dos como Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

2001 III Conferência Nacional de Assistência Social, precedida de conferências munici-pais, regionais e estaduais.

Início do processo do Cadastro Único dos Programas Sociais (CadÚnico).

NOB_RH_cap1_P5.indd 13 20/01/12 16:16

Page 12: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 12/20

14 | Política de Assis tência Social

2003 É aprovado, na IV Conferência Nacional de Assistência Social, o Sistema Único de

Assistência Social (SUAS).

2004 É aprovada pelo CNAS a segunda Política Nacional de Assistência Social, insti-tuindo o SUAS.

2005 A Norma Operacional Básica é pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT)e aprovada no CNAS após consulta pública e ampla discussão por todo o país.

O CNAS organiza amplo debate nacional sobre o Artigo 3º- da LOAS, buscando adefinição real para as entidades de assistência social.

As Comissões Intergestores Bipartites (CIB) habilitam os municípios aos novosmodelos de gestão (inicial, básica e plena); é aprovado o Plano Decenal – SUAS etambém os critérios e metas nacionais para o Pacto de Aprimoramento da GestãoEstadual.

Ocorre a V Conferência Nacional de Assistência Social, precedida de conferênciasmunicipais, regionais e estaduais. Nessa conferência é definida a fotografia daassistência social e é aprovado o Plano Decenal da Assistência Social no Brasil.

2006 São aprovados a Norma Operacional de Recursos Humanos do Sistema Único deAssistência Social, NOB-RH, e os critérios e as metas nacionais para o Pacto deAprimoramento da Gestão Estadual.

2007 Os Estados assinam com o governo federal os Pactos de Aprimoramento daGestão Estadual da Assistência Social.

Ocorre a VI Conferência Nacional de Assistência Social, precedida de conferênciasmunicipais, regionais e estaduais.

2008 O PL CEBAS e o PL SUAS são encaminhados ao Congresso Nacional. Até aqui oSUAS ainda não é lei.

2009 É publicada a Resolução nº- 109 (Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais)

após amplo debate e pactuação na CIT e aprovação no CNAS.

É realizada a VII Conferência Nacional de Assistência Social, precedida de confe-rências municipais, regionais e estaduais.

2010 O PL CEBAS é aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula.

2011 É lançado o Programa Brasil Sem Miséria com a coordenação geral do MDS.

O PL SUAS é aprovado pelo Congresso e sancionado pela presidenta Dilma.O SUAS se torna lei.

NOB_RH_cap1_P5.indd 14 20/01/12 16:16

Page 13: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 13/20

Page 14: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 14/20

16 | Política de Assi stência Social

5. A identidade da assistência sociale o CRAS

É preciso debater com seriedade a situação e a precariedade dos CRAS, que são aporta de entrada no SUAS. O CRAS precisa ser um espaço que expresse e consolidea identidade fundamental para a atuação e o trabalho da assistência social.

Aqui, deixo uma contribuição do que deve ser um CRAS.

Um pouco “cansado” de explicar em cursos e palestras o que é um CRAS, fiz umexercício novo e começo dizendo o quenão é um CRAS. Esse exercício mostrou-se

eficaz, pois é a partir da identidade e do fazer social do CRAS que vamos constituir aAgenda Técnica, Política e Social do Sistema Único de Assistência Social.

O QUE NÃO É UM CRAS?Não é salão para casamentos ouaniversários.Não é sede da associação de moradores.Não é local para atividades voluntárias.

Não é centro comunitário.Não é local para implantar gabinetedentário.Não é local para consultório médico.Não é local para atividades religiosas,como curso para casais.Não é um espaço para atividades partidárias.Não é um clube de serviços.Não é sede de ONG.

Não é Centro de CapacitaçãoProfissional.Não é local para programas de educação.Não é o quartel-general de espera.Não é polo de cadastramento doBolsa Família.Não é um local de atuação apenas dosassistentes sociais.Não é um espaço para psicólogos fazerem clínica.

O QUE É UM CRAS?É um espaço estatal (do Estado).É o espaço institucional de referência para o atendimento de famílias e oencaminhamento para as demais políticas.É um espaço de coordenação domapeamento de possibilidades doterritório.É um espaço de coordenação einvestigação das ausências doterritório.É um espaço multidisciplinar.É um espaço de vigilância socioassistencial e territorial.Deve ter estratégias de busca ativa.

Deve organizar grupos de debates sobre temas urgentes e para o fortalecimento da família.É um espaço que deve proverresultados para as famílias em suas privações sociais.

NOB_RH_cap1_P5.indd 16 20/01/12 16:16

Page 15: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 15/20

Política de Assi stência Social | 17

6. Encarando alguns problemas

Chegamos até aqui com muito esforço e com muita luta. Faltaram estratégias e umanegociação mais ampla com a sociedade em muitos momentos de nossa trajetória.Não está nada fácil fazer gestão social, e acho muito importante destacar algunsmotivos para isso, para que possamos refletir, agir e mudar:

• temos trabalhadores e técnicos com pouca referência teórica sobre as con-tradições do Brasil;

• temos trabalhadores e técnicos imaturos politicamente, sem uma compre-

ensão adequada do papel do Estado na garantia da proteção social; • baixos salários para os trabalhadores e técnicos;

• as universidades estão divorciadas da realidade social do país, formandotrabalhadores sem leitura do fazer social;

• a sociedade está descolada do dia a dia da gestão social;

• existe uma preocupação em garantir inclusão em projetos e programas,mas não com uma inclusão social sustentável;

• ainda vivemos a ausência de monitoramento e de cobrança por resultados.

Poderia citar inúmeras outras questões que me preocupam, mas deixo aqui apenasessas, que já são bastante graves. Temos um sério problema com os trabalhadores.Com formação precária, eles têm poucos recursos para lidar com os desafios darealidade social do Brasil. Não sabem compreender, por exemplo, nossos principaisproblemas e muito menos conseguem organizar estratégias de solução. Nesse ponto,a gestão passa a ser fundamental, pois somente ela pode desmontar o “jeitinho” deresolver os problemas dos pobres.

Sem trabalhadores articulados, capacitados e com processo de supervisão técnica

não existe gestão social.

Sem avaliação, monitoramento e busca de resultados a gestão social é nula.

Tenho insistido que temos feito, na verdade, gestão da pobreza. Fazer gestão dapobreza é mais ou menos seguir o modelo “deixa como está para ver como é quefica”. A sociedade não cobra e também já não espera resultados na área social. Elaolha com distanciamento para o que está sendo feito. E isso é péssimo!

NOB_RH_cap1_P5.indd 17 20/01/12 16:16

Page 16: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 16/20

18 | Política de Assi stência Social

Mas eu não estou desanimado! E você não pode desanimar! Nós não podemosdesanimar! Ao contrário, a hora é de atuar.

Faça suas propostas de mudança. Comece por indicar cinco pontos e mande-os para

seu gestor:

1. ................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................

2. ................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................................

3. ................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................

4. ................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................

5. ................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................

Boa sorte! Bom trabalho! Confie na Política de Assistência Social e em seu trabalho.

FAZER GESTÃO da pobrezaé mais ou menos seguir omodelo “deixa como está paraver como é que fica”

NOB_RH_cap1_P5.indd 18 20/01/12 16:16

Page 17: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 17/20

Política de Assis tência Social | 19

Bibliograa

ABRANCHES, S.Política social e combate à pobreza:a teoria da prática. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.

ALAYOU, N. Assistência ou assistencialismo no controle dos pobres ou erradicaçãoda pobreza? São Paulo: Cortez, 1995.

ALONSO, L.Proteção social no Estado do Rio de Janeiro: 1945/1964. Niterói:EDUFF, 1997.

ALTHUSSER, L.Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. Rio de Janeiro: Graal, 1985.

AMMANN, S. B.Ideologia e desenvolvimento de comunidade no Brasil. São Paulo,Cortez, 1980.

BACKX, S.Mínimos sociais no contexto da proteção social brasileira. Política deAssistência Social no Brasil. Desafios para o assistente social. Rio de Janeiro:Comaer, 2007.

BOSCHETTI, I. Assistência social no Brasil:um direito entre originalidade e conserva-dorismo. Brasília: GESTT/SER/UnB, 2001.

BRANDÃO, A. A.; BRANDÃO, L. D. “Proteção social e institucionalização da assis-tência”.Serviço Social Sociedade, n. 41. São Paulo: Cortez, 1993.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Texto constitucional promul-gado em 5 out. 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 2001.

___________. Ministério do Desenvolvimento Social. Instituto de Estudos Especiaisda PUC-SP. “Planos de assistência social: diretrizes para elaboração”.Capacita SUAS,v. 3. Brasília, DF, 2008.

___________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. SecretariaNacional de Assistência Social. Conselho Nacional de Assistência Social. PlanoDecenal – SUAS, Plano 10. Brasília, DF, 2007.

___________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. ConselhoNacional de Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social. Brasília,DF, 1997.

___________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. SecretariaNacional de Assistência Social. Norma Operacional Básica de RH do SUAS. Brasília,DF, 2007.

___________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. SecretariaNacional de Assistência Social. Norma Operacional Básica: NOB/SUAS.Construindoas bases para a implantação do Sistema Único de Assistência Social. Brasília, DF, 2005.

NOB_RH_cap1_P5.indd 19 20/01/12 16:16

Page 18: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 18/20

Page 19: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 19/20

Política de Assi stência Social | 21

___________; GOMES, A. L.; CUTRIM, M. “A gestão da Política de Assistência Social noSUAS na visão da União, Estados e Municípios”. Caderno da VI Conferência Nacional

de Assistência Social. Brasília, 2007.

IAMAMOTO, M.; CARVALHO, R.Relações sociais e serviço social no Brasil:esboço deuma interpretação histórica-metodológica. São Paulo: Cortez, 1983.

KOGA, D.; RAMOS, F. “Território e políticas públicas”. In: WANDERLEY, M. B.;OLIVEIRA, I. C. (org.).Trabalho com famílias. v. 2. texto 5. São Paulo: IEE/PUC, 2004.

KOGA, D. “A Política de Assistência Social no Brasil: a assistência social comopolítica de proteção social”. Apostila do Projeto Políticas Públicas e Participação.Curitiba, 2007.

MORGADO, R.Contexto e desafios à implementação do Sistema Único da AssistênciaSocial.Política de Assistência Social no Brasil: desafios para o assistente social. Riode Janeiro: Comaer, 2007.

PAULA, R. F. S. As coisas em seu lugar:diálogos sobre serviço social, assistência social,direitos e outras conversas. São Paulo: Giz Editorial, 2008.

PELIANO, A. “Comunidade Solidária: uma estratégia de combate à fome e à pobreza”.Palestra proferida na I Conferência Nacional de Assistência Social. Brasília, 1995.

SPOSATI, A. “Modelo brasileiro de proteção social não contributiva: concepçõesfundantes”. Apostila do Curso de Formação de Multiplicadores e Gerentes Sociais.Brasília: ENAP, 2007.

___________. (coord.).Mapa da exclusão/inclusão da cidade de São Paulo. São Paulo:Educ, 1996.

___________. A menina LOAS:um processo de construção da assistência social. SãoPaulo: Cortez, 2005.

___________.Vida urbana e gestão da pobreza. São Paulo: Cortez, 1987.

___________. “Mínimos sociais e seguridade social: uma revolução da consciência dacidadania”.Serviço Social e Sociedade, n. 55. São Paulo: Cortez, 1997.

___________. et al. Assistência social na trajetória das políticas sociais brasileiras. SãoPaulo: Cortez, 2000.

YASBECK, M. C. “A política social nos anos 90. Refilantropização da questão social”.Cadernos CEAS, n. 169. Salvador, 1996.

NOB_RH_cap1_P5.indd 21 20/01/12 16:16

Page 20: A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

8/19/2019 A Assistência Social No Brasil - Como Chegamos Aqui

http://slidepdf.com/reader/full/a-assistencia-social-no-brasil-como-chegamos-aqui 20/20