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A empresa de Barbeiro Costa, quer ser líder mundial na produção de derivados de resinas para a indústria das tintas de impressão E2l

A Barbeiro Costa, das tintas de impressão E2l · A empresa de Barbeiro Costa, quer ser líder mundial na produção de derivados de resinas para a indústria das tintas de impressão

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A empresa de Barbeiro Costa,

quer ser líder mundial na

produção de derivados deresinas para a indústria dastintas de impressão E2l

Resinas A Respol lidera exportação de derivados

de resina destinados ao fabrico de pneus e tintas

Ter o mundo na mão

Sem

dizer a idade, Ma-nuel Barbeiro Costa ti-rou da cabeça o seu cha-

péu de feltro verde e pa-rou a meio do parque dearmazenamento da Res-

pol — no lugar de Pinhei-ros, freguesia de Marra-zes, distrito de Leiria —

indicando, em seu redor, os milharesde barris cheios da matéria-prima utili-zada na sua indústria. "Está aqui a mi-nha vida de trabalho. Criei a Respol em1993. Hoje, toda a resina que possocomprar em Portugal não chega para

abastecer o funcionamento desta fábri-ca. Por isso compro estes barris de resi-nas em várias zonas do mundo, da Chi-na, Europa até à América", refere.

Para detalhar a utilidade do principalproduto que fabrica, Barbeiro Costa co-menta: "Atualmente não há jornais, re-vistas e livros que sejam impressos semutilizarem produtos da Respol". Eadianta que "98% das nossas vendassão feitas em mercados externos".

Marco Galinha, presidente-executivoda Respol, explica que o produto emque são líderes de mercado se destinaà indústria das tintas de impressão.

"Este nosso produto impede que quemfolheia um jornal fique com tinta nasmãos, ou seja, permite fixar a tinta de

impressão".Este é o maior projeto empresarial de

Barbeiro Costa. Ao longo dos últimos20 anos, fez crescer a Respol. Mas lon-

ge de começar a pensar na reforma, o

empresário está cada vez mais focadono seu objetivo: ser líder mundial incon-testado nos derivados de resinas desti-nados às tintas de impressão.

Isso não quer dizer que não dediqueatenção às restantes atividades do seu

grupo, que, além do sector resineiro,

opera na agricultura, no imobiliário e

na distribuição do tabaco. Ao todo sãoli empresas. Na Resipez, produz pez e

aguarrás. Na Resigon, vende animais,lãs e vinhos. Ainda tem a imobiliáriaLeigeste. E as suas três empresas taba-queiras: Tabaqueira Bei, Costa & Dio-

go e DLP Portugal. Apesar desta diver-sificação, a Respol continua a ser geri-da com muita dedicação, sem perder o

fito no mercado internacional e no ob-

jetivo de ser líder mundial. É por isso

que Barbeiro Costa já avançou para o

Brasil, onde em Campinas, no Estadode São Paulo, detém uma unidade in-dustrial em parceria com a Resinas doBrasil.

Já em 2010 estava focado na lideran-

ça mundial, e foi isso que o levou a com-

prar, em Espanha, o negócio dos deriva-dos de resinas da Cray Valley, uma aqui-sição que incluiu a tecnologia utilizada,os processos industriais, a carteira declientes e as marcas. O balanço desta

compra foi positivo porque a Respol au-mentou as gamas produzidas em Espa-nha e duplicou o volume de negócios.

De igual forma, está a apostar no mer-cado moçambicano, onde está a desen-volver um projeto de exploração flores-tal gerido pela Respol Mozambique.

Agora, pretende construir uma fábri-ca nos EUA, no estado do Illinois. Masainda tem outros projetos que vão con-

tinuar a aumentar a quota de mercadoda Respol a nível mundial.

"Aqui em Leiria, a fábrica da Respolprecisa de trabalhar com três turnosdiários, 24 horas por dia, sete dias porsemana e durante 335 dias por ano",refere Barbeiro Costa, explicando quea sua fábrica só para duas vezes porano, entre l e 21 de agosto e de 24 a 31de dezembro. "Temos uma capacidadeinstalada para produzir 50 mil tonela-das por ano", esclarece.

A fábrica de Marrazes processa deri-vados da resina (as colofónias), recor-rendo a dois fundidores, a 10 reatoresde produção de resinas e a quatro flocu-ladores. A resina bruta é processada pe-la destilação, de onde se obtém pez eaguarrás (produzida pela Resipez).

Na Respol é utilizada a colofónia natu-ral (que é pez), mas também processaa designada TOR líquida (Tall Oil Ro-sin), transformando ambas duranteprocessos químicos que produzem as

matérias-primas destinadas ao fabricode tintas de impressão, tintas de marca-ção de estradas, pneus, pastilhas elásti-

cas, colas, adesivos e vernizes (os respe-tivos derivados químicos são, entre ou-tras, resinas fenólicas, maleicas, fumá-ricas e esteres).

A equipa da Respol dá conta de enco-mendas feitas por clientes dispersospor mais de 20 países, sendo que 91%das suas vendas de 2011 foram concen-trados na Alemanha (responsável por61% das vendas), Espanha (12%), Holan-da (9%), Itália (9%) e outros (9%), numtotal de €61,7 milhões. "Aqui ninguémpara. São sete da tarde e ainda vou teruma reunião em Lisboa, antes das no-ve", diz Marco Galinha.

J.F. PALMA-FERREIRAjpferreira @ expresso.impresa.pt

ESTA REPORTAGEM INTEGRA-SE NOÂMBITO DO ESTUDO QUE A CONSULTORAAUGUSTO MATEUS & ASSOCIADOS FEZA PEDIDO DO EXPRESSO PARA IDENTIFICAROS 40 PRODUTOS QUE SOBRESSAEMNA ECONOMIA PORTUGUESA, QUE ESTÃOCLASSIFICADOS NO RANKING AO LADO.O QUARTO PRODUTO DA LISTASAO AS COLOFÓNIAS, ÁCIDOSRESfNICOS E SEUS DERIVADOS

PARECE ÂMBAR As lascas dosderivados de pez fabricados na zonade Leiria são colocadas dentro de sacose são exportadas para os maioresmercados europeus. Na generalidade,destinam-se a ser incorporadas nofabrico de tintas de impressão. Tambémsão compradas pela indústria de pneus.E por muitas outras indústrias. Parecembocados de vidro, mas mais leves,e têm cor de âmbar.

DERIVADOS DA RESINA

Mercado planetárioPortugal ainda mantém umapresença dominante nomercado global dos produtosresinosos, com a Respol, emLeiria, a assumir a liderança das

exportações dos derivados daresina destinados aos principaisfabricantes de tintas de

impressão

China abastece pezA China é o principal produtorda matéria-prima processadapela fábrica da Respol (o pez,também designado colofónianatural, proveniente da

resinagem de pinheiros vivos).Cerca de 76% das 870 miltoneladas de pez produzidas emtodo o mundo em 2011 foramoriundas da China. O Brasil

produziu 8% do pez mundial, aIndonésia 7%, a índia 3% e o

resto da América Latina apenas3%. Todo este pez permitiufabricar 68% dos derivados deresina produzidos em 2011

EUA lideram TORA restante produção dederivados de resina (31% do

total) não é feita a partir de pez,mas com recurso à

transformação de um produtolíquido químico extraído damadeira de pinheiro abatido,

designado porTOR-Tall OilRosin, cujo maior produtormundial são os EUA, com 50%deste mercado — que em 2011

atingiu as 390 mil toneladas. AFinlândia é o maior produtoreuropeu de TOR, responsável

por 15% da produção mundial,

seguindo-se a Rússia, com 10%,a Suécia com 9%, Franca com4%, o Japão com 4%, a Áustriacom 3% e o Brasil com 2%.