A Bíblia- A Arqueologia e a História de Israel e Judá

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Teologia do Antigo Testamento

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  • A BBLIA, A ARQUEOLOGIA E A HISTRIA DE ISRAEL E JUD

  • NOVA COLEO BBLICA

    As parbolas de Jesus, J. Jeremias Histria de Israel, J. Bright Introduo aos livros apcrifos e pseudepgrafos do AT e aos manuscritos de Qumr, L. Rost Introduo ao Novo Testamento, W. G. Kmmel A comunidade do discpulo amado, R. Brown A Bblia, a arqueologia e a histria de Israel e Jud, Jos Ademar Kaefer

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Kaefer, Jos AdemarA Bblia, a arqueologia e a histria e a histria de Israel e Jud / Jos Ademar Kaefer. --

    So Paulo: Paulus, 2015. (Nova coleo bblica)

    Bibliografia.ISBN 978-85-349-4154-9

    1. Arqueologia 2. Bblia - Antiguidades 3. Bblia. A.T. - Antiguidades 4. Bblia -Histria 5. Israel - Histria 6. Judeus - Histria I. Ttulo. II. Srie.

    15-03139 CDD-220.93

    ndices para catlogo sistemtico:1. Arqueologia bblica 220.932. Bblia: Arqueologia 220.93

  • A BBLIA,A ARQUEOLOGIA

    E A HISTRIA DE ISRAEL E JUD

    JOS ADEMAR KAEFER

  • PAULUS 2015Rua Francisco Cruz, 229 04117-091 So Paulo (Brasil)

    Fax (11) 5579-3627 Tel. (11) 5087-3700www.paulus.com.br [email protected]

    ISBN 978-85-349-4154-9

    Direo editorialClaudiano Avelino dos Santos

    Assessoria bblicaPaulo Bazaglia

    Assistente editorialJacqueline Mendes Fontes

    RevisoTarsila DonCaio Pereira

    Manoel Gomes da Silva Filho

    DiagramaoDirlene Frana Nobre da Silva

    CapaMarcelo Campanh

    Impresso e acabamentoPAULUS

    1 edio, 2015

  • Agradecimentos:

    Ao povo de tantos cursos bblicos e partilhas por esse mundo amerndio.

    Aos alunos e alunas das faculdades de teologia. Ao Centro Bblico Verbo.

    Aos meus mestrandos/as e doutorandos/as da UMESP.

    comunidade Perptuo Socorro do Jardim Mriam.

    dona Maria, mulher mpar... presena constante na caminhada.

  • Prlogo

    preciso ter em mente que os textos bblicos foram escritos bem depois dos fatos narrados terem acontecido, e que eles sempre trazem em suas narrativas o contexto, a realidade e as preocupaes do pero-do histrico em que foram escritos. bem verdade que na base das narrativas bblicas esto tradies populares antigas que essencialmente falam das aes de Deus no meio do seu povo. Falam tambm das normas para a convivncia, de valores ticos, como a defesa dos mais fracos; falam de mitos, de heris populares, dos antepassados etc. Tradies que foram ganhando corpo na memria popular at serem incorporadas na histria oficial do povo. Esta ltima etapa se d na corte e no templo, onde a tradio popular convertida em narrativa oficial. Aqui a histria relida, reescrita e ampliada at se tornar his-tria sagrada, que conhecemos como Bblia.

    Pelo fato dos textos bblicos terem sido escritos, pelo menos em sua maioria, por escribas da corte e do templo, de certa forma natural que muitos textos bblicos defendam os seus interesses. Servem s vezes de propaganda para os reis justificarem seus projetos polticos, como: promover reformas, fazer guerras e conquistar territrios. Podem ser-vir tambm para encorajar os soldados na luta contra exrcitos mais fortes (cf. 2Rs 18,17-35), ou, ainda, para os sacerdotes defenderem os interesses do templo, como os sacrifcios e as ofertas, e promover o Deus do templo contra as divindades populares no interior, nas aldeias, que esto fora do seu controle.

    Evidentemente que na corte e no templo havia vrios e diferentes grupos, e que nem todos estavam alinhados com os interesses das elites. Essa exatamente a grandeza, o encanto e a sacralidade da Bblia: sua diversidade.

  • 8 A BBLIA, A ARQUEOLOGIA E A HISTRIA DE ISRAEL E JUD

    difcil saber quo antigas so as tradies presentes na Bblia e quanto elas foram mudadas at serem escritas. Ou seja, quo longe alcana a nossa vista para o interior do texto bblico quando o lemos ou estudamos. bastante sugestivo e didtico o exemplo da lanterna ao se adentrar numa caverna. O facho de luz permite ver at certa distncia para o interior da caverna. Quanto mais perto, melhor se enxerga, e quanto mais distante, mais os raios de luz vo enfraquecendo. Eviden-temente que a exegese pode nos ajudar para que avancemos para o interior da caverna (entenda-se texto) e, assim, vejamos mais ao longe.

    A imPortnciA dA ArqueologiA

    Quando se trata da exegese histrico-crtica, desempenha um pa-pel cada vez mais relevante a arqueologia. Pois, quando o texto bblico fala, por exemplo, de uma cidade ou de uma aldeia, nem sempre traz informaes suficientes para sabermos como era a vida ali: sua econo-mia, as relaes sociais, festas, crenas, geografia etc. Temos que nos reportar, ento, a informaes que, graas s escavaes arqueolgicas, nos permitem saber de coisas que o texto bblico no revela, coisas que por muito tempo estavam ocultas sob as pedras. Obviamente, no obtemos todas as informaes, pois muitas ainda permanecem enterradas, espera de serem encontradas.

    Certamente a arqueologia tem mais facilidade para encontrar sinais que relatam a estrutura e a organizao das cidades e de suas construes palcios, templos, muralhas, portes, monumentos , que falam da vida dos reis, do exrcito e dos ricos. Em contrapartida, mais difcil encontrar artigos, objetos que falam do cotidiano do povo pobre, das aldeias, das vilas, das casas, das tendas, da vida do povo nmade. Esses sinais so facilmente destrudos pelo tempo. Eles existem, mas exigem maior ateno e, obviamente, interesse.

    H que se tomar cuidado, no entanto, para no sobrepor as des-cobertas arqueolgicas ao texto bblico. Elas devem ser um auxiliar para uma melhor compreenso deste. A Bblia v e narra a realidade com a preocupao de mostrar a ao de Deus na histria, coisa que a arqueologia no tem como escavar. Sua funo a de fazer a leitura preliminar da sociedade, da maneira mais neutra possvel. A partir

  • 9dessa leitura preliminar, os exegetas devem adentrar o texto bblico. O que no se pode fazer, para uma boa exegese, cometer o disparate de ignorar as descobertas arqueolgicas. Portanto, a melhor atitude do exegeta ou do estudioso da Bblia quando ele capaz de estabelecer um dilogo franco entre o texto bblico e a arqueologia. a partir desses pressupostos que queremos apresentar a histria da monarquia em Israel e Jud.

    As descobertas arqueolgicas podem causar em ns certo mal--estar, devido a incertezas diante da Palavra de Deus. Isso normal, pois temos a Bblia como referncia para a nossa f e, consequentemente, para o nosso agir. Pode ser que algum se sinta como se tivesse sido enganado durante toda a sua vida, uma vez que durante os ltimos cem anos a interpretao bblica ensinava outra coisa. Devemos ter em mente que ningum tem a ltima palavra quando se trata de pesquisa e interpretao bblica. Seguramente, outras pesquisas e respostas esto por vir, e, provavelmente, ainda mais questionadoras que as que iremos apresentar em nossa obra. A pesquisa bblica assim: mexe conosco porque somos pessoas de f, idealistas que sonham com um mundo mais fraterno e justo, e que tm a Bblia como uma das grandes referncias. Imaginemos o impacto que teve h cem anos, quando os primeiros estudiosos da Bblia comearam a utilizar a arqueologia e concluram, por exemplo, que os relatos da criao e do dilvio narrados no livro do Gnesis foram influenciados pelos mitos do Antigo Oriente, e que Ado e Eva, como tal, nunca existiram. Ou que Moiss no escreveu o Pentateuco, como se presumia at ento. So coisas que para ns, hoje, so facilmente aceitas. Presumo que, daqui a alguns anos, aquilo que expomos aqui tambm o ser.

    Prlogo