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5/18/2018 ACartomante-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/a-cartomante-563a45e7676fa 1/4  Universidade do Estado do Rio de Janeiro  Instituto de Letras  Literatura Brasileira IV Trabalho: Resenha I Aluna: Érika da Silva Rodrigues  Análise do livro: A cartomante O resente trabalho te! "o!o ob#eto de an$lise o "onto %A "arto!ante& de Joa'ui! (aria (a"hado )*+,-.*-/+01 "onhe"ido "o!o (a"hado de Assis2 Este1 'ue %32224 Aesar da "ondi56o so"ial !odesta1 i!7s.se aos gruos do!inantes ela originalidade da obra e o vigor da ersonalidade dis"reta1 "hegando a u! re"onhe"i!ento 8bli"o 'ue raros es"ritores "onseguiria! no Brasil2& )9andido1 2;1 </*/0  (a"hado de Assis1 assi! "o!o ou"os1 aborda e! suas obras te!as 'ue vai al=! de seu te!o2 Isto =1 aesar de ter surgido e! !eados do s="ulo >I>1 suas obras trans"ende! no te!o1 e er!ite nos dias de ho#e a"essibilidade ? sua linguage! ensante2 Al=! de ser "onsiderado u! autor realista@naturalista or %destruir& "on"e5es ro!nti"as 'ue se tinha at= ent6o1 ubli"a o "onto %A "arto!ante& e! *++C1 na Daeta de notF"ias do Rio de Janeiro2 Logo !ais tarde1 ubli"a e! V$rias GistHrias1 livro reresentativo da segunda ase do autor1 e! *+-2 É i!ortante dier1 'ue no erFodo e! 'ue o "onto = ubli"ado1 "o!e5ava! a surgir evidn"ias de u! novo !odo de aer literatura1 ligados ao !o!ento histHri"o e! 'ue a so"iedade vivia . "o!o se ode "o!rovar na leitura de %A "arto!ante& e outros "ontos2 Kele1 assa a ser revelado algo 'ue n6o oderia ser visto na literatura ro!nti"a1 isto =1 a ob#etividade e! des"rever atos do dia.a.dia2  Kesse sentido1 "o!o a"orre! !odii"a5es no !odo de ensar e agir das essoas1 "ontradi5es so"iais1 surge! ta!b=! "orrentes "ientFi"as durante o s="ulo >I> ara eli"ar esses e outros en7!enos so"iais1 naturais e si"olHgi"os2 Assi!1 a literatura e a arte n6o deiaria! de reletir tais !udan5as2 Eistia u!a ne"essidade e! des"rever1 analisar e at= "riti"ar a realidade "o! base e! teorias da "in"ia2 Mortanto1 na tentativa de dis"orrer sobre as observa5es eitas a"er"a de %A "arto!ante&1 alguns ele!entos ser6o abordados1 dentre eles a estrutura e organia56o tetual1 o o"o narrativo e a des"ri56o das "ara"terFsti"as das ersonagens no esa5o e te!o da narrativa2

A Cartomante

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Letras Literatura Brasileira IV Trabalho: Resenha I Aluna: rika da Silva Rodrigues

Anlise do livro: A cartomanteO presente trabalho tem como objeto de anlise o conto A cartomante de Joaquim Maria Machado (1839-1908), conhecido como Machado de Assis. Este, que [...] Apesar da condio social modesta, imps-se aos grupos dominantes pela originalidade da obra e o vigor da personalidade discreta, chegando a um reconhecimento pblico que raros escritores conseguiriam no Brasil. (Candido, p.65, 2010) Machado de Assis, assim como poucos, aborda em suas obras temas que vai alm de seu tempo. Isto , apesar de ter surgido em meados do sculo XIX, suas obras transcendem no tempo, e permite nos dias de hoje acessibilidade sua linguagem pensante. Alm de ser considerado um autor realista/naturalista por destruir concepes romnticas que se tinha at ento, publica o conto A cartomante em 1884, na Gazeta de notcias do Rio de Janeiro. Logo mais tarde, publica em Vrias Histrias, livro representativo da segunda fase do autor, em 1896. importante dizer, que no perodo em que o conto publicado, comeavam a surgir evidncias de um novo modo de fazer literatura, ligados ao momento histrico em que a sociedade vivia - como se pode comprovar na leitura de A cartomante e outros contos. Nele, passa a ser revelado algo que no poderia ser visto na literatura romntica, isto , a objetividade em descrever fatos do dia-a-dia.Nesse sentido, como acorrem modificaes no modo de pensar e agir das pessoas, contradies sociais, surgem tambm correntes cientficas durante o sculo XIX para explicar esses e outros fenmenos sociais, naturais e psicolgicos. Assim, a literatura e a arte no deixariam de refletir tais mudanas. Existia uma necessidade em descrever, analisar e at criticar a realidade com base em teorias da cincia.Portanto, na tentativa de discorrer sobre as observaes feitas acerca de A cartomante, alguns elementos sero abordados, dentre eles a estrutura e organizao textual, o foco narrativo e a descrio das caractersticas das personagens no espao e tempo da narrativa.

A cartomante um texto ficcional narrativo em que se percebe um tema, um fato banal do dia-a-dia, que a questo da traio. Ou seja, narra-se uma histria de adultrio entre amigos, Rita, Vilela e Camilo, personagens do tringulo amoroso. Convm lembrar que, essa temtica bastante comum em Machado de Assis, principalmente em Dom Casmurro, em que a personagem Capitu vive o dilema de ter trado ou no Bentinho. Por isso, se faz importante discorrer acerca desse e outros elementos presentes no conto. Tudo comea com a passagem de Hamlet ... h mais cousas no cu e na terra do que sonha a nossa filosofia uma explicao misteriosa que Rita oferece a Camilo sob a voz do narrador, depois que esta vai cartomante. Este fragmento revela, ainda, um trao de intertextualidade que refora as palavras de (CANDIDO, p.65, 2010) com forte cultura intelectual, baseado nos clssicos, mas aberta aos filsofos e escritores contemporneos. Pode-se perceber, entretanto, a oscilao que Machado tem entre o Clssico e o Realismo/Naturalismo, j que ao mesmo tempo em que dialoga com um texto, tem a preocupao de relacion-lo e aproxim-lo do fim trgico que tem o enredo da histria. No entanto, importante entender que a preocupao do autor no conto de mostrar a realidade da vida, do mundo e das pessoas ao evidenciar as angstias, medos e temores da mente humana, atravs das aes das personagens. Porque, diferentemente das concepes romanescas vigentes na metade do sculo XIX, essa nova forma de fazer literatura, atravs do real, buscava juntamente retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. No bastava mostrar a parte idealizadora da vida como os romnticos fizeram. Era preciso mostrar algo que no fora revelado antes: o cotidiano, o amor adltero, as mscaras sociais, etc.Na continuidade das observaes, nota-se que narrador durante todo o conto, porm tem um papel fundamental no incio, pois alm de apresentar a personagem Rita, uma mulher supersticiosa e movida pela paixo Rita estava certa de ser amada... (ASSIS, p.7), faz isso de modo onisciente, ou seja, observa e relata os fatos, provocando naquele que l certa curiosidade. A respeito desse tipo de narrador, convm lembrar que no a voz do autor. A voz do narrador a fico de uma voz. Sendo assim, em um texto ficcional como este da anlise, a figura do narrador deve ser entendida fundamentalmente como categoria textual qual cabe a tarefa de enunciar o discurso. (SANTOS & OLIVEIRA) No entanto, ele quem comanda as aes o que leva o questionamento do leitor acerca disso, pois o narrador retoma o passado, e aquele obrigado a fazer uso de flashbacks o senhor? Exclamou Rita, estendendo-lhe a mo. No imagina como meu marido seu amigo... (ASSIS, p.7). O leitor j est ciente que houve traio e, neste momento, entende-se que o leitor tambm tem uma participao ativa no conto como aponta (SANTOS & OLIVEIRA) A leitura pde ser vista como um elemento de construo de significados, e no uma operao puramente decodificadora. Narrador e leitor dialogam algumas vezes, principalmente no momento de descrio dos personagens e do espao que se d de maneira totalmente econmica. Sabe-se que a figura feminina retrata no conto de duas maneiras por meio das personagens Rita e a Cartomante. Primeiramente, alm de ser exposta no conto, como uma mulher desinibida, Rita a representao da figura feminina moderna. uma mulher realista, movida por suas vontades e, sua sensualidade vai alm do romantismo. Essa postura aponta para questionamentos acerca da posio da mulher no contexto social da poca. No entanto, a cartomante associa-se ao ldico e tem um grau secundrio de importncia do que Rita e Camilo no enredo que se destacam. Machado se apropria da imagem da cartomante como um smbolo do ver, outra marca que este tem em tratar de suas personagens, o que permite relacionar a personagem Capitu Olhos de ressaca. A visita de Rita cartomante um momento na narrativa que d o destaque a esta. Nesse sentido, a figura representativa de Camilo no enredo associa-se questo da moral e de comportamento em sociedade, apesar de ser descrito ingnuo na vida moral e prtica. (ASSIS, p.8) Isso fica evidente, porque h um momento de descrio de conscincia e de crise existencial da personagem acerca do amor proibido vivido com Rita Camilo quis sinceramente fugir, mas j no pode. Rita, como uma serpente, foi acercando dele.... (ASSIS, p.8) Em seguida, um comentrio irnico do narrador que anuncia a consumao do adultrio, apesar disso. Adeus, escrpulos! (ASSIS, p.8), o que teria relao com o tipo de recurso estilstico usado pelo autor. Logo aps, o momento do grande clmax preparado pelas descries e representado pelas cartas que chegam anonimamente. o pice do conto, pois Camilo as recebe e acusado de ser imoral por romper com as convenes sociais de matrimnio e prfido por ser desleal com o seu amigo Vilela. Seria ento a descoberta de Vilela? Ou teria sido a prpria cartomante que estava a manipular os fatos? No entanto, no se sabe quem as mandou, pois o texto no responde isto. Na verdade, isso teria uma ligao com o modo que o leitor encara os fatos, o que chamada esttica da recepo que a recepo uma instncia fundamental de interferncia sobre os textos, ou melhor, torna-se impossvel imaginar que exista o sentido de um texto sem que haja leitura. (SANTOS & OLIVEIRA). Portanto, as cartas no s remetem reviravolta do conto, como tambm fornecem informaes que se transformam em uma crtica do comportamento de Rita e Camilo na aventura amorosa. Dessa forma, o narrador passa a caracterizar psicologicamente as personagens do tringulo amoroso, e com destaque a Vilela, o esposo trado, que de repente ganha na obra mais espao. Ele manda um bilhete para Camilo Vem j, j, a nossa casa: preciso falar-te sem demora. (ASSIS, p.9) A partir de ento, a caminho do encontro com Vilela o drama psicolgico se instaura com mais fora diante do adultrio cometido. Talvez fosse essa a maior punio, do que a prpria morte que se transforma num desfecho trgico e numa m sorte de Camilo. .

REFERNCIAS BIBLIOGRFICASASSIS, Machado de. A cartomante. Vrias histrias. Rio de Janeiro: Editora Rouvelle, 2008. 112 p.CANDIDO, Antonio. Iniciao literatura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Ouro sobre Azul, 2010. 6 edio. 136 pg. file:///C:/Users/Paulo/Downloads/144791716-SANTOS-OLIVEIRA-Sujeitos-Ficcionais.pdf