Upload
emrcaepm
View
2.750
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
A Civilização do Amor
Significados de uma expressão
Queridos jovens, gostaria de vos convidar a ousar o amor, isto é, a
não desejar nada para a vossa vida que seja inferior a um amor
forte e belo, capaz de tornar toda a existência uma alegre
realização da doação de vós próprios a Deus e aos outros (…). O
Amor é a única força capaz de mudar o coração do homem e a
humanidade inteira, tornando enriquecedoras as relações entre
homens e mulheres, entre ricos e pobres, entre culturas e
civilizações.
Bento XVI, Mensagem à Juventude,2007
Significados de uma expressão
A palavra “civilização”, etimologicamente, provém do latim, civilitas, e refere-se à qualidade específica do cidadão, ao ser humano, enquanto membro da cidade ou da sociedade.
Pode significar a posse de um património de bens espirituais, e o exercício de actividades culturais que determinam a experiência do colectivo.
O conceito de Civilização significa o conjunto de manifestações da vida material e espiritual de um povo ou de uma época, qualquer que seja o seu grau ou a sua riqueza.
AMORApalavra AMOR é amplamente utilizada na
linguagem quotidiana, bem como nas grandes produções culturais, mas nem sempre no seu sentido original de Caritas , enquanto sentimento , desejo e vontade, no coração de cada um de nós, para a fazer sair de si e ir ao encontro do outro, até ao extremo do dom de si, dando a vida por ele.
A expressão “Civilização do Amor”
Aponta para um ideal de um mundo novo, em que o amor, determina não apenas a relação entre as pessoas, como configura de maneira nova a relação de diálogo e de comunhão entre povos e culturas.
Da civilização em crise à civilização do amor
A sociedade confronta-se, nos dias de hoje, com novas e persistentes questões sociais e humanas. Na família, na empresa, na escola, na comunidade em geral, novos desafios se enfrentam, as relações entre as pessoas assumem novos contornos e dimensões, as tecnologias e as comunicações revolucionam os padrões de vida.
Ao mesmo tempo, assistimos a um acrescido risco de relativismo quanto aos valores, em que sobretudo as gerações mais novas manifestam dificuldade em aceitarem princípios estáveis e referenciais de natureza moral.
Vive-se, no presente, um tempo de predomínio dos factos e do imediatismo sobre a perenidade dos valores, um tempo de insaciável satisfação de interesses, nem sempre legítimos, que atrofiam e anestesiam o espírito de solidariedade, de partilha, de gratuidade e até de sã convivialidade entre as pessoas.
Ao observarmos a sociedade actual, deparamo-nos com aspectos preocupantes:1. O utilitarismo , por vezes cego, conduziu
a uma preocupante inversão, traduzida no predomínio de um novo reino de interesses, face ao património de valores;
2. O relativismo ético, em que tudo vale o mesmo, e o indiferentismo moral , em que nada parece importar e diminuem a coesão social;
3. A igualdade de hábitos, o uniformismo das diferentes pedagogias e aprendizagens, a banalização das atitudes e dos comportamentos têm vindo a conduzir a uma relação social minada pelo hedonismo, pelo excesso de individualismo e por um acelerado mimetismo social.
4. A experiência da pobreza assumia um carácter mais estático, transmitida de geração em geração, para uma sociedade de acrescidas fragilidades, vulnerabilidades e exclusões, com crescentes franjas da população a sofrerem o estigma de estar fora do sistema social, com todas as consequências humanas , sociais, espirituais e éticas que daí advêm.