13
1 Estudante de Comunicação Social habilitação em Jornalismo. 2 - Doutora em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Especialista em Educação a Distância pela Universidade Católica de Brasília; em Metodologia do Ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira pela Faculdade São Luís e em Educação pela Faculdade Claretianas. A COMUNICAÇÃO E A CRIATIVIDADE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM ESTUDO A PARTIR DO REFERENCIAL HISTÓRICO CULTURAL Larissa Fernanda Rodrigues¹ UNIUBE [email protected] Valeska Guimarães Rezende da Cunha² UNIUBE [email protected] GT5: Ensino Superior Resumo A educação é responsável pela humanização do homem, por esse motivo são criadas cada vez mais tecnologias para auxiliar na melhora do ensino e da aprendizagem. Através de estudos das teorias de Piaget e Vygotsky, temos como objetivo realizar uma investigação que possa oferecer uma discussão de como a comunicação e a criatividade no contexto da modalidade de Educação a distância (EAD) se efetiva. O processo de ensino e aprendizagem na EAD se diferencia por permitir uma educação sem o contato físico entre professores e alunos. A modalidade EAD conta com diversas estratégias para suprir esse distanciamento entre os sujeitos, e recursos de comunicação e aspectos teórico-metodológicos que norteiam as orientações de estudo e a interação entre os sujeitos constitutivos desse cenário. Essa investigação, em andamento, de cunho teórico-conceitual e prático, vinculada ao programa de Iniciação Científica da Uniube, procura desvelar as contribuições dos pressupostos da Teoria Histórico Cultural, para pensar o processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento nos cursos de graduação na modalidade EAD. Por meio de instrumentos de coleta de dados, notadamente, questionário eletrônico, documentos coletivos (Google Docs), apoiando-se na teoria qualitativa, está sendo possível desvelar as atividades e as ações presentes no curso de Pedagogia, escolhido para a investigação. Espera-se que ao analisar a comunicação em EAD pode-se verificar que são vários os fatores que possam influenciar nessa relação, na qual todos passam pelo tipo de conversa estabelecido, quais os meios utilizados, como essa comunicação se constitui, sob que bases de concepções de educação e de ser social. Palavras-chave: Comunicação. Criatividade. Educação a distância. Histórico cultural

A COMUNICAÇÃO E A CRIATIVIDADE NA EDUCAÇÃO A … · Coloca-se como percussor na descrição dos mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte da natureza e cada pessoa, enfatizando

Embed Size (px)

Citation preview

1 – Estudante de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo.

2 - Doutora em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mestre em Linguística pela

Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Especialista em Educação a Distância pela Universidade Católica de

Brasília; em Metodologia do Ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira pela Faculdade São Luís e em

Educação pela Faculdade Claretianas.

A COMUNICAÇÃO E A CRIATIVIDADE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM

ESTUDO A PARTIR DO REFERENCIAL HISTÓRICO CULTURAL

Larissa Fernanda Rodrigues¹

UNIUBE

[email protected]

Valeska Guimarães Rezende da Cunha²

UNIUBE

[email protected]

GT5: Ensino Superior

Resumo

A educação é responsável pela humanização do homem, por esse motivo são criadas cada vez

mais tecnologias para auxiliar na melhora do ensino e da aprendizagem. Através de estudos das

teorias de Piaget e Vygotsky, temos como objetivo realizar uma investigação que possa oferecer

uma discussão de como a comunicação e a criatividade no contexto da modalidade de Educação

a distância (EAD) se efetiva. O processo de ensino e aprendizagem na EAD se diferencia por

permitir uma educação sem o contato físico entre professores e alunos. A modalidade EAD

conta com diversas estratégias para suprir esse distanciamento entre os sujeitos, e recursos de

comunicação e aspectos teórico-metodológicos que norteiam as orientações de estudo e a

interação entre os sujeitos constitutivos desse cenário. Essa investigação, em andamento, de

cunho teórico-conceitual e prático, vinculada ao programa de Iniciação Científica da Uniube,

procura desvelar as contribuições dos pressupostos da Teoria Histórico Cultural, para pensar o

processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento nos cursos de graduação na modalidade

EAD. Por meio de instrumentos de coleta de dados, notadamente, questionário eletrônico,

documentos coletivos (Google Docs), apoiando-se na teoria qualitativa, está sendo possível

desvelar as atividades e as ações presentes no curso de Pedagogia, escolhido para a

investigação. Espera-se que ao analisar a comunicação em EAD pode-se verificar que são vários

os fatores que possam influenciar nessa relação, na qual todos passam pelo tipo de conversa

estabelecido, quais os meios utilizados, como essa comunicação se constitui, sob que bases de

concepções de educação e de ser social.

Palavras-chave: Comunicação. Criatividade. Educação a distância. Histórico cultural

2

Introdução

É visível a capacidade que o homem tem de adquirir novos conhecimentos. É algo tão

natural que não se percebe todas as novas coisas que se aprende no dia-a-dia. A comunicação é

uma necessidade do ser humano e através dessa interação entre sujeitos envolvidos em uma

com o seu par social, a aprendizagem também toma espaço. Para Leontiev (1978a, p.23) a base

do conhecimento está na prática humana e afirma: “o pensamento não existe fora da sociedade".

Ou seja, é na mínima interação social que o ser humano se submete todos os dias, que

se encontram os princípios de uma aprendizagem. O homem é posto aos ombros das gerações

anteriores, pois para que essa apropriação aconteça, ele deve participar da família, das

instituições, do trabalho, da sociedade.Leontiev (1978, p. 166) afirma que “[...] a aquisição da

linguagem não é outra coisa senão o processo de apropriação das operações de palavras que são

fixadas historicamente nas suas significações”.

Vygotsky também denomina o termo ferramentas psicológicas, o que significa que ele

aplica valor ao papel da interação social e que somente com essa interação é possível se

apropriar dessas ferramentas. É necessário, para a criança, que haja a interação social, ou seja,

que tenha também uma mediação de outra pessoa mais experiente que lhe ensine a lidar com a

cultura pertencente. Em outras palavras, um ser isolado do contado humano não é capaz de

desenvolver características humanas, como raciocínio, percepção, memória e emoções.

Assim sendo, a criança não irá chegar à ambiente de ensino desprovida de

conhecimento. Vygotsky, Luria e Leontiev (2006) afirmam que a criança adquire alguns

[conhecimentos] antes mesmo de chegar à um ambiente educacional apenas pela convivência

com adultos ou pela simples forma de aprender a falar, interagir e perguntar sobre tudo que lhe

é novo.

A aprendizagem fora do âmbito social irá conduzir a mente da criança para um

desenvolvimento maior, ela vai se consolidando em um processo de aprendizagem constante.

E isso explica a importância do meio educacional.

Leontiev (1978) define atividade como sendo um sistema coletivo vindo de um motivo,

por exemplo, alimentar-se para satisfazer a fome. Esse sistema é movido por uma ação e é quem

3

influencia na formação da personalidade de um individuo. Além disso, a vontade também é

essencial para a realização dessas ações, sem isso, a atividade se torna cansativa e difícil.

O homem aprende diversas coisas de maneira natural, mas mesmo com essa vantagem,

Vygotsky acredita que a escola é primordial no desenvolvimento de um indivíduo. Sendo assim

os estímulos que se recebe diariamente não são suficientes, é preciso estar em um ambiente de

comunicação verbal de práticas educacionais direcionadas para que a reprodução das ações seja

adequada.

Os meios educativos permitem ao homem ir além do que ele consegue aprender no

cotidiano de contato social. Neles, é possível desenvolver capacidades de maiores

aprendizagens bem como adquirir conteúdos culturais mais aprimorados. . É o que defende

Heller (1991, p.19) afirmando que a vida social humana compreende as esferas cotidianas e não

cotidianas. Sendo que a primeira garante a existência do indivíduo e da origem a segunda

A contemporaneidade traz uma intensificação na comunicação através de novas

tecnologias e fica cada vez mais difícil acompanhar todas essas modificações, mas uma das

vantagens trazidas por toda essa rede tecnológica é o maior acesso à informações, além é lógico

de influências culturais e, principalmente, à um mundo educacional mais amplo e acessível. Ou

seja, todas as mudanças inovadoras na área de comunicação vêm permitindo que a educação

sofra cada vez mais alterações benéficas tanto na acessibilidade quanto no conteúdo.

A nova rotina pesada e corrida que faz parte de grande parte da população atual impede

que muitos possam retirar um tempo para os estudos. Por esse motivo, diversas maneiras estão

sendo criadas para que o estudo se torne cada vez mais acessível para a comunidade.

Nesse contexto básico de desenvolvimento tecnológico e aprimoramento educacional,

a necessidade de comunicação e recebimento de informações se tornam parte importante no

cotidiano de todos. E é baseado nisso que a modalidade de Educação a Distância (EAD) ganha

cada vez mais força e adeptos.

Os recursos tecnológicos existentes proporcionam o aumento de comunicação. E se com

tais recursos a comunicação já era facilitada, com a entrada do computador, ela foi ainda mais

utilizada. A partir de 2000, a conexão de informações e a conexão social, voltaram-se para o

4

mundo virtual e estabeleceram um novo ordenamento, principalmente no campo educacional.

Aumentou então, ainda mais, a influência da EAD, como sendo uma modalidade educacional

altamente complexa a que possibilita um novo estilo de ensino e aprendizagem.

A EAD vem sendo vista por muitos governos como um caminho mais barato, que atinge

rapidamente um número maior de trabalhadores, e, ao mesmo tempo, uma estratégia política

em que não há necessidade de o trabalhador estar reunido e ter que se encontrar em locais

determinados, sem a presença do educador, [...]. (PRETI, 2000, p.38).

Essa modalidade, de acordo com Preti (2000, p17), se encontra em todos os continentes,

e por sua flexibilidade e economia de escala, ela pode ser uma resposta aos desafios político-

social, econômico, pedagógico e tecnológico, postos à sociedade neoliberal. No quesito

flexibilidade, o aluno escolher o tempo que deseja estudar e o local que esse estudo será feito e

na economia, o aumento das vagas na modalidade, pelas vantagens que as tecnologias

proporcionam.

1. Questão histórico-cultural

A EAD está presente e não tem como negar e através de estudos histórico-culturais foi

possível entender as origens e contínua importância dessa modalidade na contemporaneidade.

Além disso pode-se dar inicio de um estudo de como é efetuada a comunicação nesse ambiente.

1.1 Piaget

Nascido em Neuchâtel, no dia 9 de agosto de 1896, Jean Piaget formou-se em biologia

e desde sua infância se interessou por ciências e natureza. Afinidade que vem a ser representada

em toda a sua teoria. Em seu estudo da formação do conhecimento humano, buscou sempre a

união do lógico e o biológico, mas encontrou dificuldades em ligar a filosofia com a biologia,

recorrendo assim, à psicologia e a procedimentos experimentais.

O biólogo realizou testes em crianças e logo descobriu que a lógica não é inata ao ser

humano e que ela se diferencia na criança e no adulto. Dentro desse assunto ele estuda o

5

desenvolvimento cognitivo da criança, buscando novos caminhos para explicar a origem e

progresso do conhecimento.

“O modelo teórico proposto por Piaget,

pode ser qualificado em princípio, de

interacionista. Ele acredita que o conhecimento

não é imanente nem ao sujeito nem ao objeto,

sendo, isto sim, construído na interação entre

estes dois pólos.” (PALANGANA, 1998. p71).

Seus estudos em psicologia orientaram-se principalmente pelo behaviorismo, pela

Gestalt e fortemente pelas ideias de Freud, psicanálise. Segundo ele, a criança justifica suas

ações por meio da linguagem.

Piaget trata de aspectos como o ajustamento de antigas estruturas a novas funções e o

desenvolvimento de outras para o preenchimento das antigas. Seguindo o pensamento, ele

defende dói princípios básicos: A adaptação e a estrutura.

As funções de adaptação e organização são relações recíprocas. Dentro da adaptação, o

biólogo desenvolve dois processos complementares. A assimilação, descrita como o

englobamento de novas experiências e/ou informações e a acomodação, sendo a organização

dessas estruturas.

Ao englobar a biologia, Piaget classifica quatro fatores responsáveis pela psicogênese

do intelecto infantil: o biológico; o exercício e experiência física; as interações e transmissões

sociais e por ultimo o fato de equilíbrio das ações.

Piaget adota uma postura interacionista ao se referir da relação desenvolvimento/

aprendizagem. É preciso considerar que tais estruturas não são dadas a priori, pelo contrário,

se dá com o contato da criança com o meio. Por isso pode-se afirmar que o processo de

desenvolvimento do pensamento (conhecimento) se forma com a interação

1.2 Vygotsky

6

Lev Semynovitch nasceu em 5 de novembro de 1896 na cidade de Orsha. Foi vítima de

Tuberculose e veio a falecer em 11 de junho de 1923. Formado em direito, filosofia e medicina,

especializou-se em literatura. Trabalhou no instituto de estudos das deficiências, que ele mesmo

fundou, tal experiência despertou seu interesse pela psicologia. Esteve à frente de um grupo de

jovens em pesquisas na área de psicologia e seus estudos se conduziam para uma análise

histórica e crítica da situação da psicologia na Rússia e no restante do mundo.

Quando esse pensador iniciou seu trabalho em psicologia, um soviético, que defendia

que essa área só poderia cumprir essa tarefa adotando como embasamento postulados

filosóficos implícitos nos postulado de Marx, K.N.Kornilov, ocupava a direção do Instituto de

Psicologia de Moscou. Tal fato foi de grande influência para Vygotsky nas suas teorias.

Lev destaca a ausência de escolas que pudessem oferecer os alicerces necessários para

a estipulação de uma teoria do processo psicológico humano. Ele queria gerar uma abordagem

completa, que fosse capaz de explicar as funções psicológicas superiores para a ciência natural.

Coloca-se como percussor na descrição dos mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte da

natureza e cada pessoa, enfatizando as origens sociais da linguagem e do pensamento.

Assim como muitos pensadores, para entender o pensamento de Vygotsky é preciso

considerar o contexto social o qual ele se insere. Para desenvolver um método diferente que

possibilitaria a compreensão da natureza do comportamento do homem, ele retoma a

abordagem dialético-materialista. Esse novo método criado, vem diretamente de uma

comparação entre Engels e as concepções naturalistas e dialéticas. Ele interpretou as

concepções desse famoso filósofo alemão sobre o trabalho humano e o uso de instrumentos,

que fazem com que o homem não transforme apenas à natureza, mas a si próprio. Com isso,

Vygotsky torna-se pioneiro em conectar essas concepções com as funções psicológicas.

Não há maturidade suficiente que consiga explicar os fatores comportamentais do

homem. Para ele os fatores biológicos dominam os sociais e é aos poucos que se desenvolve o

pensamento e o próprio comportamento da criança pelas interações que ela estabelece com

pessoas mais experientes.

7

Vygotsky ressalta que o domínio da fala é uma particularidade do ser humano, que

permite à criança, a utilização de instrumentos auxiliares. A linguagem, então, interfere no

processo de desenvolvimento da criança. A conquista dela organiza todos os processos mentais

dessa criança, moldando o pensamento. O seu aparecimento é devido à necessidade de

comunicação, a mesma necessidade que o estudo aplica à Educação à distância.

“[...], Vygotsky considera que a fala é,

desde o estágio mais primitivo, socializada, e

sua função primordial, tanto nas crianças

quanto nos adultos, é a comunicação, o contato

social.” (PALANGANA, 1998, p.150)

A aprendizagem e o desenvolvimento são fatores distintos e interdependentes. Vygotsky

orienta-se no sentido de explicar a interação entre os dois. Para ele, a aprendizagem está

presente desde o início da vida da criança e a inteligência, nada mais é que a habilidade de

aprender.

2. EAD

A Educação à distância está longe de ser algo novo. A educação (em meados de 1728)

se dava por cartas, e assim se prolongou até meados do século de 1950, em meio a diversas

evoluções, ampliações para novos cursos e também com público de nível secundário e técnico.

No século XX então, o avanço vai para rádio e TV, com programas escolares que

serviam de complemento para os dados nas instituições de ensino. A referência foi o Centro

Nacional de Ensino, que transmitia aulas pela rádio Sorbonne. Assim como na correspondência,

a modalidade nesses novos meios de comunicação também evoluiu, até a integração de

materiais impressos para complemento. A grande influente foi a Open University, no Reino

Unido (1960).

A EAD então foi aperfeiçoada em 1972, na Universidade Nacional de Educação a

Distância (UNED), em Madrid, na Espanha. Além de proporcionar igualdade nas

8

oportunidades, a faculdade também trazia um suporte dos materiais impressos (seu diferencial),

audiovisuais, fones e outros meios de complemento do estudo. Com os avanços tecnológicos,

em 1980, e com as melhorias na tecnologia, as instituições passaram a ofertas cursos on-line a

fim de formar seus funcionários. Quanto ao público, esse procedimento só foi aplicado na

década de 1990 (época de ouro da internet). O ambiente virtual formou-se como um de

aprendizagem, em que professores e alunos conseguem interagir em tempo real.

A primeira instituição totalmente online foi a Jose International University, nos Estados

Unidos. Atualmente, as tecnologias concedem cada vez mais métodos de interação (bate papo,

e-mail). A comunicação e para informações, seu papel continua importante.

Nunes (2009) apresenta, detalhadamente, a importância e a existência da EAD em

diversos países, por continente. África, China, Indonésia, Canadá, Cuba, Portugal, México,

Venezuela e outros diversos países são trazidos pelo autor como sendo contribuintes para as

novas formas dessa modalidade.

A modalidade de educação à distância não é recente no Brasil também. As ofertas de

programas educativos a inúmeros cidadãos são evidenciadas há mais de 100 anos. Os pioneiros

em educação à distância no Brasil foram o Instituto Monitor, que ofereça cursos técnicos,

corporativos e livres e, em segunda instância, o Instituto Universal Brasileiro (IUB) por um ex-

sócio do Monitor, que oferecia cursos profissionalizantes. Ambos de grande importância para

a modalidade EAD no país.

Em 1965, a criação das TVs Educativas (TVE), pelo poder publico, foi recebida pelas

universidades e fundações para a instalações de canais de difusão educacional. A partir daí

então, esse meio se tornou presente, tendo, em 1972, houve a Criação do Programa Nacional

de Teleducação (PRONTEL) e do Centro Brasileiro de TV Educativa (FUNTEVÊ). O

Telecurso de 1° e 2° graus, da Fundação Roberto Marinho em parceria com a TV Cultura de

São Paulo, em 1977, ofertavam a educação supletiva à distância, para maiores de 21 anos que

não puderam concluir seus estudos. Tais cursos possuíam atividades de estudo individuais e em

grupos. É um dos maiores projetos de EAD no Brasil, transmitido por 39 emissoras.

9

Depois passou a ser compreendida como uma modalidade em todos os níveis de

educação. Com isso, as universidades públicas e particulares aderiram a oferta de cursos de

especialização a distancia, com a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem.

Com todos esses avanços a modalidade passou até a ofertar cursos de extensão,

especialização e graduação. Nessa história, deve-se atentar para as formas de comunicação entre

os indivíduos envolvidos no processo educativo da EAD. Os recursos tecnológicos existentes

proporcionam os momentos de comunicação síncronos e assíncronos. São recursos os chats,

fóruns, videoconferências, internet, ambientes de aprendizagem e outros.

Se com tais recursos a comunicação já era facilitada, com a entrada do computador,ela

foi ainda mais utilizada. A partir de 2000, a conexão de informações e a conexão social,

voltaram-se para o mundo virtual e estabeleceram um novo ordenamento, principalmente no

campo educacional. Aumentou então, ainda mais, a influencia da EAD, como sendo uma

modalidade educacional altamente complexa a que possibilita um novo estilo de ensino e

aprendizagem.

Assim como no âmbito mundial, o Brasil também passou por uma disseminação dos

meus de comunicação que marcaram de maneira distinta a inclusão da EAD no sistema

educacional. Os meios de comunicação, que se renovam a cada dia, ajudam cada vez mais na

facilidade de comunicação de pessoas envolvidas nos ensinos dessa modalidade.

2.1 Comunicação na EAD

A comunicação se coloca como algo variável na EAD por depender das tecnologias

(problemas com o Ambiente Virtual de Aprendizagem) que se tem atualmente e também do

empenho tanto de alunos como professores. Essa comunicação deve objetivar o ensino

pedagógico e dar condições para que a mediação possa acontecer.

Essa modalidade, de acordo com Preti (2000, p17), se encontra em todos os continentes,

e por sua flexibilidade e economia de escala, ela pode ser uma resposta aos desafios político-

social, econômico, pedagógico e tecnológico, postos à sociedade neoliberal. No quesito

flexibilidade, o aluno escolher o tempo que deseja estudar e o local que esse estudo será feito e

10

na economia, o aumento das vagas na modalidade, pelas vantagens que as tecnologias

proporcionam.

A EAD vem sendo vista por muitos governos como um caminho mais barato, que atinge

rapidamente um número maior de trabalhadores, e, ao mesmo tempo, uma estratégia política

em que não há necessidade de o trabalhador estar reunido e ter que se encontrar em locais

determinados, sem a presença do educador, [...]. (PRETI, 2000, p.38).

Preti ainda acredita que mesmo com o barateamento, o maior enfoque é dado na

qualidade de ensino. A modalidade ainda é vista com certo preconceito como sendo um “um

facilitário pedagógico”, ou seja, nesse ponto de vista, os alunos não empenham muitos esforços

para obter um diploma universitário ou, até mesmo, uma “educação para pobres”. Os próprios

dados do ENADE demonstram o desempenho de tais alunos e pode desmentir preconceitos para

com a modalidade.

“Essa modalidade de educação tem

possibilitado a formação superior de muitas

pessoas que não necessitam se afastar do

trabalho para estudar”, ela “tem sido uma opção

e uma oportunidade de continuação dos estudos

para muitas pessoas e, consequentemente, tem

lançado no mercado de trabalho um número

crescente de profissionais”. (GUIMARÃES,

2013, p. 60).

3. Metodologia

Ao compreender tanto os estudos de Piaget, Vygotsky, dentre outros importantes no

quesito histórico cultural, quanto o desenvolvimento tecnológico e o maior destaque que a

modalidade de Educação a Distância adquire, o estudo se baseia em tais fatos para analisar os

processos de ensino e aprendizagem dentro do contexto da EAD. Através desse estudo Histórico

e Cultural ainda em andamento, de pesquisas de campo, e os conceitos da criatividade de

11

Vygotsky e Teoria da Atividade de Leontiev, procura-se entender como é feita a comunicação

e despertada a criatividade dentro dessa modalidade.

Segundo Luria (1994) um dos mecanismos que surgem no processo imaginativo é o

silogismo, pensamentos dedutivos ou indutivos que nos permitem, através de premissas, a

chegar a uma conclusão. Com base nisso pretende-se desenvolver análises de estudos Históricos

Culturais e pesquisa de campo para chegar à conclusão de como é desenvolvida as atividades

de comunicação e criatividade dentro da Educação a Distância.

Em primeira instância foram coletados dados de cursos na modalidade EAD de diversas

universidades com polos na região para que os estudos pudessem ser iniciados. Foi

desenvolvida uma tabela com tais instituições e seus respectivos cursos em EAD oferecidos,

bem como as cargas horárias, o tempo dos cursos e as vagas oferecidas.

Em seguida foram feitos estudos de livros teóricos e trabalhos acadêmicos que se

relacionam com a área e/ou contribuem para o entendimento do processo de ensino e

aprendizagem. Esses materiais abrangem desde Vygotsky, Leontiev, como teses de

profissionais que trazem, citando tais autores, maiores informações e contextualizações sobre

o tema.

Para finalizar foi selecionado o curso de pedagogia da Universidade de Uberaba para o

inicio das pesquisas em campo. Nessa parte foi enviado ao e-mail dos alunos um questionário,

pré-montado em reuniões de estudo do projeto, para que assim, fossem montadas prováveis

linhas de raciocínios sobre como é dada a comunicação dentro do contexto EAD. As

dificuldades enfrentadas e os motivos que levam os alunos a selecionarem essa modalidade.

4. Considerações parciais

A singularidade de raciocínio do ser humano torna questões educacionais

importantíssimas para serem debatidas. Com isso diversas discussões sobre como é possível

conseguir uma educação plena no país, ou sobre problemas educacionais surgem cada vez mais.

Na mesma medida, as novas tecnologias que permitem uma maior comunicação global

entre indivíduos de diversas partes do mundo, criaram um ambiente educacional onde a

acessibilidade não tem limites.

12

Nesse contexto, se torna interessante buscar as razões que atualmente levam os ser

humanos a optarem por uma educação virtual e entender como é feita a comunicação e

desenvolvida a criatividade dentro desse ambiente.

A educação é de extrema importância para que a condição mental do ser humano

possa se desenvolver e ir além do conhecimento que ele adquire no cotidiano através de

interações sociais.

5. Referências

BARROCO, Sonia Mari Shima. TULESKI, Silvana Calvo. Vigotski: O homem cultural e

seus processos criativos.Psicol. Educ., São Paulo, n. 24, jun. 2007. Disponível

em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-

65752007000100003&Ing=pt&nrm=iso>. Acesso em: 30 de mar. de 2015.

CLARETIANO Rede de Educação. Disponível em:<http://claretiano.edu.br/polos/uberaba>.

Acesso em: ago. 2014

CRUZEIRO do Sul Educacional. Disponível em:<http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br/>.

Acesso em agosto. 2014

CUNHA, Valeska Guimarães Rezende da. Educação a distância (EAD):uma revisão histórica.

In: Formação de professores de história em cursos de licenciatura a distância: um estudo

nas IES – UNIUBE e UNIMONTES. 300f. Tese (Doutorado em Educação).Uberlândia:

Universidade Federal de Uberlândia, 2014. Cap. 3, p. 72-134

PALANGANA, IsildaCampaner. Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e

Vygotsky: a relevância do social.2 ed. São Paulo: Plexus Editora, 1998.

SOUZA, Márcia Guimarães Oliveira de. A mediação no curso de pedagogia-EAD: um

estudo na perspectiva histórico-cultural.200f. Dissertação (Mestrado em Educação).

13

Uberaba, 2013. Disponível

em:<http://www.uniube.br/biblioteca/novo/base/teses/BU000252449.pdf>. Acessos em: 31 de

mar. de 2015.

UNIVERSIDADE de Uberaba. Disponível em:<http://www.uniube.br/copese/ead/cursos/>.

Acesso em agosto. 2014

UNIVERSIDADE Norte do Paraná. Disponível em:<http://www.unoparead.com.br/>. Acesso

em: ago. 2014

UNIVERSIDADE Federal de Minas Gerais.Disponível em:<https://www.ufmg.br/ead/site/>.

Acesso em: ago. 2014

UNIVERSIDADE Federal de Uberlândia.Disponível em:<http://www.cead.ufu.br/inicio>.

Acesso em: ago. 2014

UNIVERSIDADE Aberta do Brasil. Disponível

em:<http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_wrapper&view=wrapper&Itemid=10>.

Acesso em: ago. 2014