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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA OSMÉRIA ALMEIDA CARNEIRO A Comunicação Organizacional na Empresa Mineração Fazenda Brasileiro: Uma Análise do Funcionamento da Comunicação Interna Conceição do Coité, 2011

A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

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Page 1: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

OSMÉRIA ALMEIDA CARNEIRO

A Comunicação Organizacional na Empresa Mineração Fazenda Brasileiro: Uma Análise do Funcionamento da

Comunicação Interna

Conceição do Coité, 2011

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OSMÉRIA ALMEIDA CARNEIRO

A Comunicação Organizacional na Empresa Mineração Fazenda Brasileiro: Uma Análise do Funcionamento da

Comunicação Interna Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Comunicação Social - Rádio e TV, da Universidade do Estado da Bahia, DEDC, Campus XIV como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Radialismo, sob a orientação do Prof. Msc. Tiago Santos Sampaio.

Conceição do Coité, 2011

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OSMÉRIA ALMEIDA CARNEIRO

A Comunicação Organizacional na Empresa Mineração Fazenda Brasileiro: Uma Análise do Funcionamento da

Comunicação Interna Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Comunicação Social - Rádio e TV, da Universidade do Estado da Bahia, DEDC, Campus XIV como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Radialismo, sob a orientação do Prof. Msc. Tiago Santos Sampaio.

Data:____________________________ Resultado:________________________ BANCA EXAMINADORA Prof. (orientador)___________________ Assinatura________________________ Prof.____________________________ Assinatura_______________________ Prof.____________________________ Assinatura_______________________

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Dedico este trabalho ao meu avô Joaquim Moraes Carneiro (Daço), in memorian autodidata que primeiro me ensinou a arte

de comunicar.

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AGRADECIMENTOS

Só Deus sabe quanto foi difícil para essa menina humilde conquistar seu

espaço. A esse Deus que ouviu minhas orações e que está sempre presente em

minha vida o meu agradecimento será eterno.

Ao meu avô Daço que não se conformava em ver minha situação e sempre pediu

que eu tivesse uma oportunidade. Vovô, o senhor ouviu suas preces.

Aos meus pais Maria Luiza e Osmário que não tiveram oportunidade de estudar,

mas que mesmo com dificuldades conseguiram formar uma comunicóloga. Agradeço

ao meu tio Odeval Moraes que assumiu a figura de pai apoiando e contribuindo

financeiramente para não desistir do curso.

Agradeço também as minhas primas – irmãs Gilma Nascimento, Camila Carneiro e

Josuela Nascimento pelo estímulo e por valorizar minhas escolhas acreditando

sempre que viria a conquista. Sem esquecer a minha tia Sinha que durante minha

trajetória escolar se dedicou a investir nos meus estudos.

Ao meu irmão Osmério e minha cunhada Sandrelí, que dentro de suas

possibilidades me ajudaram nessa caminhada. Como não agradecer as minhas

colegas de curso Glécia Carneiro e Mariana Azevedo pelo apoio emocional,

financeiro e o intelectual que proporcionou trocas crucias para nosso crescimento na

academia.

A todos os mestres do curso de comunicação, e, de modo especial, o professor e

orientador Tiago Sampaio e Kátia Morais. A Tiago agradeço por ter sido tão

presente no desenvolvimento desta monografia. Um amigo, um orientador, sim um

verdadeiro profissional. A professora Kátia por todo seu carinho e confiança no meu

potencial, gestos que tem refletido no meu crescimento intelectual.

Não poderia esquecer de agradecer ao comunicador Valdemir de Assis,

personalidade que primeiro me oportunizou espaço, revelando Bella Almeyda como

repórter da Agência Calila. Ao prefeito Renato Souza agradeço pela oportunidade de

estágio na assessoria de comunicação em sua gestão.

Também agradeço a aqueles da família Almeida e Moraes e ao meu namorado

Lucas Carneiro que comemora comigo mais um avanço na vida acadêmica.

E agradeço a todos que não acreditaram em mim, que debocharam e que torceram

contra. Nossa! Tenho mesmo que agradecer, pois me deixaram mais forte. Minha

prova realmente tinha um gosto amargo, mas minha vitória hoje tem sabor de mel.

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Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar e refletir.

Michel Foucault

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RESUMO A complexidade do processo comunicativo presente na contemporaneidade demanda em essência um trabalho estratégico. As diferentes características da comunicação organizacional, como as redes, os níveis, barreiras e fluxos são elementos que precisam ser compreendidos na tentativa de estabelecer parâmetros que permitam identificá-los e planejar a partir deles. Com base nas tendências atuais no que compete à comunicação organizacional e considerando o leque de características inerentes do contexto organizacional, buscou-se por meio de um estudo sistemático da realidade vivenciada na Mineração Fazenda Brasileiro (MFB), estudar o funcionamento da comunicação na empresa, bem como analisar os seus aspectos refletindo sobre o andamento dos processos comunicativos e propondo ainda soluções para os problemas encontrados. A pesquisa usou dos métodos de observação não participante, entrevistas e aplicação de questionário para chegar as possíveis avaliações, o que ofereceu subsídios para termos como resultado a avaliação de uma comunicação que contempla razoavelmente as necessidades do corpo da organização, mas que apresenta desconexão em alguns aspectos, como barreiras, falhas nas relações interpessoais, necessidade de uma melhor apropriação dos instrumentos de comunicação, entre outros. Antes de chegar a possíveis avaliações buscamos manter diálogos com estudiosos na perspectiva de tecer análises sustentadas em estudos da comunicação no contexto das organizações, construindo assim um caminho sólido para a leitura dos possíveis entraves na comunicação da MFB. Palavras-chave: Barreiras Comunicacionais; Comunicação Organizacional; Comunicação Interna; Mineração Fazenda Brasileiro; Público Interno.

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ABSTRACT

The complexity of the communicative process present in the contemporary demand essence of a strategic work. The different features of organizational communication, such as networks, levels, flows and barriers are elements that need to be understood in an attempt to establish parameters to identify them and plan ahead of them. Based on current trends in aspects related to organizational communication and considering the range of inherent characteristics of the organizational context, we sought through a systematic study of the reality experienced in the Fazenda Brasileiro Mining (MFB), studying the functioning of business communication and analyze aspects reflecting on the progress of communication processes and offering further solutions to the problems encountered. The study used methods of non-participant observation, interviews and questionnaire to get the possible assessments, which provided grants for the evaluation terms as a result of a communication that includes the reasonable needs of the body of the organization, but it presents some disconnection aspects such as barriers, gaps in interpersonal relationships, the need for greater ownership of communication tools, among others. Before reaching possible evaluations seek to converse with scholars from the perspective of weaving sustained analysis in studies of communication within organizations, thereby building a solid path for the reading of the potential barriers in communication MFB. Keywords: Communication Barriers; Organizational Communication; Internal Communication; Fazenda Brasileiro Mining; Internal Public.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO (1-2) COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E ESTRATÉGICA--------35-36 GRÁFICO (3-4) COMUNICAÇÃO INTERNA INTEGRADA----------------------------37-39 GRÁFICO (5-6) COMUNICAÇÃO INTERNA E PLANEJAMENTO-------------------40-41 GRÁFICO (7-8-9-10) INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO INTERNA-----42-43-44 GRÁFICO (11) BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO INTERNA-----------------------------45 GRÁFICO (12) NÍVEL INTERPESSOAL DE COMUNICAÇÃO----------------------------46

GRÁFICO (13-14-15) COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL--------------------49-50

GRÁFICO (16) FLUXOS DA COMUNICAÇÃO INTERNA----------------------------------52

GRÁFICO (17) COMUNICAÇÃO INTERNA E MOTIVAÇÃO------------------------------54

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------10

1.1 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE-------------16

1.2 CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL--------------------21

1.2.1 AS BARREIRAS--------------------------------------------------------------------------------21

1.2.2 OS NÍVEIS --------------------------------------------------------------------------------------22

1.2.3 AS REDES---------------------------------------------------------------------------------------22

1.2.4 OS FLUXOS-------------------------------------------------------------------------------------23

1.3 COMUNICAÇÃO INTEGRADA: UMA NOVA FILOSOFIA DE GERENCIAMENTO

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------24

1.4 COMUNICAÇÃO INTERNA: UMA FERRAMENTA INDISPENSÁVEL-------------25

2.0 A EMPRESA---------------------------------------------------------------------------------------30

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA----------------------------------------------------31

2.2 BREVE APRESENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA NA MFB-------------32

2.3 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E ESTRATÉGICA-----------------------------35

2.4 COMUNICAÇÃO INTERNA INTEGRADA-------------------------------------------------37

2.5 COMUNICAÇÃO INTERNA E PLANEJAMENTO----------------------------------------39

2.6 INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO INTERNA--------------------------------------41

2.7 BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO INTERNA--------------------------------------------44

2.8 NÍVEL INTERPESSOAL DE COMUNICAÇÃO-------------------------------------------45

2.9 COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL-------------------------------------------------47

2.10 FLUXOS DA COMUNICAÇÃO INTERNA------------------------------------------------51

2.11 COMUNICAÇÃO INTERNA E MOTIVAÇÃO--------------------------------------------53

3.0 UMA REFLEXÃO CRÍTICA DA COMUNICAÇÃO INTERNA NA MFB-----------55

3.1 SUGESTÕES E ALTERNATIVAS PARA A COMUNICAÇÃO NA MFB------------59

CONSIDERAÇÕES FINAIS------------------------------------------------------------------------64

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA-----------------------------------------------------------------66

APÊNDICE----------------------------------------------------------------------------------------------69

ANEXO---------------------------------------------------------------------------------------------------73

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1- INTRODUÇÃO

Notadamente, as organizações têm ocupado um espaço significativo na

sociedade contemporânea como jamais tiveram em épocas passadas. Vivemos em

meio a uma relação de dependência e como parte de um todo dessas organizações.

Kunsch reforça essa observação afirmando que “vivemos numa sociedade

organizacional formada por um número ilimitado de diferentes tipos de organizações,

que constituem parte integrante e interdependente da vida das pessoas” (2003,

p.19).

Para Colnago, o século XXI desponta como uma época em que o homem é

visto sob uma concepção diferente, por meio da qual sua relação como o mundo e

com as organizações é nova. Portanto, deve-se levar em consideração que

“organização e indivíduos são, ambos, concomitantemente, atores no processo”.

(CAMATTI 2010, p. 4), o que por sua vez favorece no funcionamento da

organização.

Está implícita nas colocações de Kunsch (2003) e Camatti (2010) a

necessidade de ver as pessoas ou “públicos” de acordo como são caracterizados no

contexto organizacional como atores que sustentam a legitimidade da organização,

visto que estão intrinsicamente ligados por uma correlação de interdependência.

É válido destacar ainda que a sociedade contemporânea é pautada na

produção capitalista, que por sua vez influencia na relação capital-trabalho. Esta

relação recebe, cada vez mais influência da tríade informação, conhecimento e

globalização, que é “cada vez mais expressiva no cotidiano, constitui um fenômeno

que traz impactos econômicos, políticos, sociais e culturais para as organizações”

(OLIVEIRA E PAULA 2007, p. 9).

Oliveira e Paula explicam essa correlação ressaltando que

Em um mercado global e informatizado, a informação, atrelada às tecnologias, passa a ser considerada elemento determinante nas organizações. O mesmo se dá com o conhecimento, fonte fundamental de riqueza, ao propiciar o aumento de produtividade e a criação de novos negócios e de vantagem competitiva (OLIVEIRA; PAULA, 2007, p. 9).

Deste modo, o contexto organizacional precisa sofrer algumas adaptações

condizentes com as modificações oriundas da contemporaneidade no que se refere

também à tríade mencionada. Diante deste quadro, um breve histórico da

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comunicação organizacional faz-se necessário para evidenciarmos algumas

características inerentes do século XX.

A obsessão pela produtividade na sociedade moderna impossibilitava uma

maior valorização dos empregados, as relações de poder eram bem mais

concentradas e a hierarquização funcional prevalecia em maior escala dentro das

organizações. Segundo Oliveira e Paula (2008), no século XX as organizações se

caracterizavam pela racionalidade e pela ocupação dos empregados em lugares

determinados para sustentar a produção, por meio da qual eram submetidos a

normas que regulavam os comportamentos e se estabeleciam hierarquias pautadas

nas diferenças.

No que compete à área da comunicação, essa hierarquização esteve bem

presente nas organizações, o que por sua vez impossibilitava uma melhor

organização dessa ferramenta, bem como seu leque de possibilidades. Quanto à

aplicabilidade comunicativa nas organizações, em maior ou menor grau, esta tem

deixado de ser aplicada isoladamente, na qual os profissionais trabalhavam em uma

conjuntura predominantemente pautada na divisão das tarefas. Entretanto, alguns

estudiosos consideram que ainda existem alguns aspectos do século passado

impregnados até hoje, o que configura uma contradição no contexto contemporâneo,

pois este exige a utilização planejada da comunicação como ferramenta estratégica.

Sobre o trabalho de comunicação a partir da divisão de tarefas, as palavras

de Bueno são esclarecedoras ao contextualizar essa desconexão predominante em

antigos modelos de comunicação organizacional.

As atividades de comunicação eram percebidas e desenvolvidas isoladamente: a edição de publicações empresariais, a assessoria de imprensa, a organização de eventos, a publicidade e o marketing, de maneira geral, eram assumidas, na quase totalidade dos casos, por departamentos e profissionais sem qualquer vinculação. (BUENO, 2009, p. 5)

Na contemporaneidade a ideia de uma comunicação integrada tem sido

notadamente discutida por autores como Kunsch (2003) e Bueno (2009), como o

novo modelo adequado a realidade atual. Entretanto, algumas organizações

teoricamente usam o conceito, mas não o aplicam em sua totalidade, o que

evidencia a falta de uma maior apropriação do sistema de comunicação integrada.

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Segundo Kunsch (2003), comunicação integrada é “uma filosofia que

direciona a convergência das diversas áreas, permitindo uma atuação sinérgica”, um

trabalho em que as quatros instâncias – comunicação institucional, comunicação

mercadológica, comunicação interna e comunicação administrativa – interagem para

suprir as demandas comunicacionais.

Evidenciamos, dessa forma, que o sistema comunicacional nas empresas

contemporâneas precisa caminhar por diferentes direções e formatos. Isto implicará

em sua abrangência operacional, ou seja, outras ações precisam se intercalar

formando um conjunto de elementos estruturais capazes de atender as demandas

das organizações de maneira mais acurada.

Partindo deste pressuposto, delimitar a amplitude dessa ferramenta

comunicacional em poucas ações provoca uma limitação da sua real função. Esse

reducionismo impossibilita a sua aplicabilidade de forma mais compreensiva, sendo

real a necessidade de uma apropriação das funções da comunicação nas

organizações em sua totalidade para uma dinamicidade operacional.

É preciso entender que a comunicação nas organizações contemporâneas

padece de um método plural que abarque todas as possibilidades do seu campo de

atuação, descobrindo modos de ultrapassar os limites da organização e permitam

que as atividades rotineiras assumam novos rumos gerenciais a partir das possíveis

demandas existentes.

Para Cardoso (2006), espera-se um papel da comunicação que vá além, de

um trabalho de gestão estruturalmente capaz de atender os desafios da

competitividade, e, sobretudo, de uma sociedade que se torna mais exigente em

qualidades e direitos. Deste modo, a comunicação nas organizações precisa

adaptar-se a fim de acompanhar as transformações oriundas de uma sociedade

globalizada e informatizada, na perspectiva de operacionalizar suas funções

condizentes com a realidade vigente em cada período.

O desafio atual da comunicação organizacional é conseguir corresponder às

dinâmicas advindas do novo cenário contemporâneo, que de certa forma implica

em uma reconfiguração, na qual esta deve ser repensada sob uma nova ótica

operacional.

Michel (2009) afirma que na sociedade globalizada as organizações de

qualquer natureza têm de se posicionar para enfrentar as situações que surgem e

responder aos públicos cada vez mais exigentes. Logo, a comunicação

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organizacional precisa acompanhar todas essas modificações para uma atuação

mais abrangente e dialógica com seus públicos atuais e potenciais.

A partir de um olhar centrado nas tendências da comunicação organizacional

atual, esta monografia tem como objeto de estudo a comunicação interna na

Empresa Mineração Fazenda Brasileiro (MFB), buscando analisar o formato em

execução e propondo possíveis soluções para os problemas encontrados.

A empresa estudada faz parte da rede multinacional Yamana Gold, produtora

de ouro com sede no Canadá. A Companhia tem significativa produção de ouro,

outros metais preciosos e cobre, áreas para produção de ouro em estágio de

desenvolvimento, áreas em pesquisa e direitos sobre áreas no Brasil, Argentina,

Chile, México, América Central, Estados Unidos e sete minas em exploração com

cinco projetos em desenvolvimento. A MFB faz parte desta rede e está localizada na

cidade de Teofilândia, na Bahia, há oito anos.

Neste estudo, está em foco o funcionamento da comunicação interna na MFB

a partir da utilização de instrumentos comunicacionais. Buscou-se assim traçar as

possíveis respostas às questões mais relevantes sobre a comunicação empregada,

a fim de oferecer um retorno à empresa estudada. Este encaminhamento visa suprir

as lacunas nas práticas comunicacionas tornando-a mais adequada à realidade da

organização e às necessidades da equipe de funcionários.

Portanto, a relevância deste trabalho justifica-se na medida em que a

comunicação organizacional é uma ferramenta indispensável dentro de uma

organização, como salientam os autores Torquato (2008) e Kunsch (2003). Bem

como pela necessidade de sensibilizar os gestores sobre a importância da

comunicação organizacional para a formação de novas posturas estratégicas que

visem a utilização adequada dos instrumentos comunicacionais para atingir os seus

objetivos. Sua justificativa também se constitui pelo fato de ser um trabalho

agregador de novas práticas comunicacionais, e pelo intuito de ampliar os

conhecimentos a partir de fenômenos rotineiros que se fazem presentes em

contextos de gerenciamento da comunicação.

É válido mencionar que esta monografia teve como principal objetivo analisar

o modelo de comunicação interna da empresa, verificando a existência de suas

possíveis fragilidades, bem como apresentar alternativas que venham suprir as

lacunas identificadas. Contemplaram-se ainda como objetivos específicos: a)

levantar e discutir os conceitos sobre a comunicação organizacional de forma

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abrangente e, de modo mais específico, sobre a comunicação interna, à luz dos

estudiosos da área; b) conhecer e compreender de modo integrado e sistemático o

funcionamento da comunicação na MFB, apontando os fatores que constituem as

possíveis barreiras na sua comunicação interna; c) identificar e analisar os aspectos

passíveis de serem reestruturados na perspectiva de colaborar com a comunicação

interna executada na empresa, vislumbrando ainda a possibilidade de acrescentar

conhecimentos à comunicação organizacional no território do sisal.

Quanto ao diálogo o referencial teórico, são contemplados os estudos de

comunicação organizacional a partir de alguns autores renomados como Kunsch,

Bueno, Torquato entre outros. Neste estudo, tiveram prioridade a utilização de obras

com discussões atuais, para que os conceitos aqui discutidos atendessem a

abordagem dos fenômenos observados e analisados. Diversos trabalhos acerca do

tema foram consultados, logo os conceitos e resultados foram sustentados em

teorias e pesquisas aprofundadas pelos estudiosos da área, que ao longo destes

estudos ofereceram subsídios para o desenvolvimento desta monografia.

Conceitos como comunicação integrada, barreiras na comunicação e

comunicação interna são discutidos com as contribuições de Kunsch (2003). Como

suporte teórico para fazer um paralelo entre os primeiros trabalhos no campo da

comunicação organizacional e a realidade atual, os históricos apresentados por

Bueno (2009) foram igualmente cruciais. As discussões trazidas por Torquato (2008)

sobre o papel da comunicação nas organizações são reforçadas neste estudo,

assim como os novos modelos de gerenciamento da comunicação no contexto

organizacional. Conceitos de comunicação estratégica e suas dimensões também

são apresentados a partir das contribuições de Oliveira e Paula (2007).

No que compete aos métodos, esta pesquisa fundamenta-se por meio da

pesquisa exploratória. É qualitativa, na perspectiva de discutir os fenômenos

comunicacionais da empresa MFB, tendo como procedimento técnico acionado a

pesquisa de campo, a fim de obter contato com a real situação da comunicação

desenvolvida na empresa. Alguns instrumentos de coletas de dados foram

utilizados, tais como: questionários, entrevistas, análise das ferramentas de

comunicação utilizadas e a observação não participante.

A escolha dos entrevistados e das pessoas que responderam ao questionário

foi estabelecida pelo método de amostragem. A escolha deste método na etapa de

coleta de dados deu-se pelo fato de estar trabalhado com uma empresa com um

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15

número expressivo de funcionários, sendo em torno de 600, fato desta alternativa

ser a mais adequada ao objeto estudado. Deste modo, o questionário foi aplicado

com 130 funcionários, sendo 13 gestores e 117 funcionários dos diferentes setores.

A pesquisa também objetivou uma investigação explicativa, visto que

observou os fatores determinantes que alteraram de forma negativa o processo

comunicacional da empresa. As explicações surgiram a partir das possíveis leituras,

que foram sustentadas em teorias, procurando dessa forma identificar as situações

contrárias à proposta de comunicação esperada pela organização.

Para atender a proposta apresentada, a monografia está organizada em três

capítulos. Primeiro são apresentados os conceitos de comunicação organizacional e

de comunicação interna e, posteriormente, são enumerados os meios utilizados para

aprimorar a comunicação nas empresas contemporâneas; no segundo capítulo, a

empresa é apresentada e posteriormente é analisada a comunicação interna da

organização e seus mecanismos comunicacionais; por fim, são feitas as críticas e

lançadas as alternativas a partir dos dados obtidos na pesquisa e das contribuições

de estudiosos da área. Nas considerações finais, é traçado um panorama de todo o

trabalho, as contribuições em termos de pesquisa, decorrências identificadas na

comunicação da empresa, bem como uma análise quanto à contemplação da

proposta.

Page 17: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

16

1.1 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE

A finalidade comunicativa no contexto das organizações fundamenta-se como

um elemento vital para sua sobrevivência. Para Nassar e Figueiredo (apud Farah)

a sociedade e o mercado consumidor tornaram-se bastante hostis às “empresas analfabetas”, que não aprendem a escrever, ouvir, falar, se expressar e, principalmente, dialogar no ambiente em que atuam. (NASSAR; FIGUEIREDO, 1995, p. 12).

Diante do quadro de que o processo comunicacional organizacional tornou-se

fator de sobrevivência no mercado, é fato que os profissionais que atuam nesse

contexto devem caminhar por um infindável percurso na busca de novos

conhecimentos. Essa readaptação é necessária para que atendam as demandas

das leis de mercado e de um público que tem assumido, a cada dia, uma maior

postura de vigilância crítica.

Nas discussões sobre o campo da comunicação organizacional, autores como

Kunsch (2003), Torquato (2008), Pimenta (2004) e Bueno (2009) expõem

claramente sobre sua real função no contexto contemporâneo, bem como sua

influência nos rumos da administração organizacional para atingir os seus objetivos.

Conceitualmente falando, define-se a práxis da comunicação organizacional

como atividade essencialmente multidisciplinar. O processo comunicativo nas

organizações hoje parte de uma ideia de agregação de atividades.

Quanto a essa multidisciplinaridade, Pimenta caracteriza esse suporte

administrativo enumerando a relação de atividades que norteiam o trabalho de

comunicação organizacional como sendo

[...] uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, assessoria de imprensa, lobby, propaganda, promoções, pesquisa, endomarketing e marketing (PIMENTA, 2004, p, 99).

Deste modo, faz-se necessário entender que o processo de comunicação nas

organizações é amplo. Segundo Bueno, existe uma complexidade de elementos que

se integram no desenvolvimento dessa comunicação. Esses elementos

compreendem as “ações, estratégias, planos, políticas e produtos planejados e

desenvolvidos”, na perspectiva de alcançar uma relação sistemática com os

chamados públicos de interesse (BUENO, 2009, p. 3).

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A questão da multidisciplinaridade no âmbito da comunicação organizacional

também é reforçada por Torquato que a interpreta ressaltando que

a comunicação é um processo multidisciplinar e abrangente. Como tal, precisa ser caracterizada e entendida nos espaços específicos por suas diferentes formas, processos e canais (TORQUATO, 2008, p. 33).

As contribuições de Torquato, nesse sentido, são válidas para entendermos

que cada espaço demanda um olhar centrado nas particularidades do contexto em

que a comunicação será executada. O ambiente enquadra-se como o fator chave,

“por isso mesmo, urge avaliar, estudar e planejar a comunicação nas organizações

de maneira mais acurada” (TORQUATO, 2008, p. 34).

O fenômeno comunicacional no contexto das organizações é o componente

energizador para o processamento da organização administrativa. Kunsch o define

como um “sistema fundamental para o processamento das funções administrativas

internas e do relacionamento das organizações com o meio externo” (KUNSCH,

2003, p. 69). Em estudos mais recentes, Duarte e Monteiro ampliam essa visão

reforçando que “a comunicação é a energia que circula nos sistemas e a argamassa

que dá consistência à identidade organizacional”. E a sintetiza como “o oxigênio que

confere vida as organizações” (DUARTE; MONTEIRO, 2009, p. 334).

Inúmeras definições norteiam a função da comunicação organizacional,

algumas mais abrangentes que outras, mas é possível identificar nas diferentes

conceituações que essencialmente têm a função de coordenar a comunicação

estrategicamente. Logo, objetiva atender a meta pré-estabelecida pelas empresas,

que é dialogar com seus diferentes públicos abrangentes.

Nas palavras de Oliveira e Paula

Uma concepção estratégica da comunicação organizacional pressupõe a ampliação do seu papel e de sua função para conquistar espaço gerencial, de modo a auxiliar às organizações a promover e revitalizar seus processos de interação e interlocução com os atores sociais, articulados com suas políticas e objetivos estratégicos (OLIVEIRA; PAULA, 2007, p. 39).

A comunicação organizacional como instrumento estratégico objetiva “criar e

fixar valores positivos e motivadores na memória do seus públicos, de forma

duradoura” (MICHEL, 2009, p. 3). Segundo Farias (1995, apud MICHEL), os valores

serão “reforçados ao longo do tempo (reimpregnação da mente) por meio dos

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serviços, das atuações e comunicações”. Logo, é preciso promover um trabalho de

comunicação estratégica contínua que contemple todas essas especificidades.

É válido destacar ainda a finalidade da comunicação dentro das organizações

sob a ótica da sua consolidação no mercado. Sobre isto, Kunsch chama atenção

para o papel da comunicação nas organizações ao afirmar que

Interdependentes, as organizações têm de se comunicar entre si. O sistema organizacional se viabiliza graças ao sistema de comunicação nele existente, que permitirá sua contínua realimentação e sobrevivência. Caso contrário entrará num processo de entropia e morte. Daí a imprescindibilidade da comunicação para uma organização social (KUNSCH, 2003, p. 69).

Dessa forma, pode-se diagnosticar que a comunicação nas organizações

contemporâneas tem como principal papel revitalizar os processos administrativos e

comunicacionais de modo estratégico. Logo, faz-se necessário sua legitimidade

dentro da empresa, que por sua vez precisa ser aplicada de maneira sinérgica com

as demandas referentes às especificidades de cada organização.

Estudos no campo da comunicação organizacional já revelaram que esta não

pode ser pensada como uma receita pronta. Mas devem ser levadas em

consideração as características inerentes aos ambientes em que será executado o

trabalho de comunicação empresarial. Pessoa (2006) reforça esta afirmação quanto

à aplicabilidade do processo comunicativo em sincronia com o ambiente

organizacional, afirmando que deve ser realizado um diagnóstico da empresa, pois

de fato não existem receitas e fórmulas prontas que possam ser aplicadas nas

diversas organizações.

Camatti (2010), por sua vez, usa a metáfora da cebola, justificando que toda

organização precisa ser descascada para que se conheça seu interior. Essa

declaração reforça a ideia de que o trabalho de comunicação organizacional parte

da leitura do ambiente, o qual irá revelar a melhor forma de coordenar os trabalhos

estrategicamente.

É válido ressaltar ainda que a comunicação organizacional deve ser

processada previamente por meio de planejamentos estratégicos, que por sua vez

deve atender aos critérios de elaboração, tendo como fator relevante as

peculiaridades presentes nos diferentes contextos.

Page 20: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

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Segundo Fortes, “aplica-se a função básica de planejamento com a finalidade

de alterar um cenário presente, provavelmente adverso, para um futuro conjunto de

circunstâncias favoráveis” (2003, p. 185). Deve-se então, planejar para que a rotina

da empresa que, sobretudo, é constante de mudanças possa ser resistente e ao

mesmo tempo poder controlar as situações turbulentas inerentes dos contextos

organizacionais.

Por isso, o entendimento quanto ao papel da comunicação organizacional faz-

se necessário, visto que este engloba um conglomerado de objetivos para diferentes

fins, como enumera Cahen (apud, MICHEL)

A comunicação empresarial é uma atividade sistêmica, de caráter estratégico, ligada aos mais altos escalões da empresa e que tem por objetivos: criar – onde ainda não existir ou for neutra – manter – onde já existir – ou, ainda, mudar para favorável – onde for negativa - a imagem da empresa junto a seus públicos prioritários, reforçando as características da atividade (MICHEL, 2009, p. 3).

A comunicação organizacional precisa então ser analisada e estudada não

somente como atividade, ação, estratégia, mas ainda como fenômeno, como

processo e sistema intrínseco à dinâmica social, cuja essência constitui e reconstitui

a própria organização (CURVELLO, 2009, p. 4).

Ao fazermos uma retrospectiva a partir de contribuições de estudos da área, é

notória uma crescente evolução do fazer comunicação nas empresas. Carneiro

(apud COLNAGO) interpreta essa evolução a partir da seguinte análise:

em contraposição ao comunicador tradicional, o estrategista ocupa-se menos como o produto de comunicação, e muito mais com a estratégica que o envolve. [...] O desafio do comunicador estrategista não é simplesmente editar um newsletter ou organizar um evento, mas, antes de tudo, perseguir os objetivos de negócio da empresa, garantindo um claro alinhamento estratégico dos produtos de comunicação. (COLNAGO, 2006, p. 43)

Apesar da crescente evolução em termos práticos, Baldissera (2002) chama

atenção para a necessidade de compreender a comunicação organizacional em sua

complexidade. Vivenciamos uma nova dimensão da comunicação organizacional,

um momento em que o contexto contemporâneo emerge de uma extensão de

comportamentos operacionais dos produtores dessa comunicação.

Ultrapassar os antigos limites e assumir novos rumos em uma perspectiva

abrangente devem ser posturas cultivadas no ambiente organizacional, pois o que

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20

nos deparamos hoje é com um padrão amplo de ações que são cruciais para o

desenvolvimento da empresa, bem como para uma relação harmônica com o âmbito

interno e externo. Compreendemos desta forma, que outras conjunturas

comunicacionais precisam ser entendidas como partes integrantes, e que também

operam dentro das funções da comunicação organizacional.

A esse respeito Cardoso comenta que

não é mais possível conceber e executar planos, projetos, e programas isolados de comunicação institucional, mercadológica, de administração interna ou externa, pois uma estratégia organizacional integra todos os setores da organização e envolve todos os seus participantes (CARDOSO, 2006, p. 18).

Para um maior entendimento quanto à extensão de possibilidades da

comunicação organizacional, é válido recorrer também à relação de funções

apresentada por Michel em seu estudo, o qual as interacionam da seguinte forma:

A comunicação organizacional possui variedades de funções: a estratégica, a política, a institucional, a mercadológica, a social, a comunitária e a cultural, entre outras, devendo atuar sempre como comunicação integrada, privilegiando os segmentos: institucional, mercadológico, de marketing, interno e administrativo, orientando-os para que possam alcançar os objetivos da organização e definir suas políticas de relacionamentos (MICHEL, 2009, p. 5).

A comunicação em um espaço organizacional tem presença em todos os

processos administrativos da empresa, ou seja, dos gerenciais aos comunicacionais

são sustentados por meio da comunicação. Portanto, essa ferramenta na

contemporaneidade torna-se indispensável, sendo necessária uma maior

apropriação de seus pontos estratégicos para um melhor desenvolvimento das

atividades organizacionais. Entretanto, “as próprias organizações ainda veem o

funcionamento da comunicação como um enigma difícil de ser decifrado e enfrentam

problemas em transformar essa força motriz em energia vital”. (DUARTE;

MONTEIRO, 2009, p. 334).

Para Torquato (apud MICHEL, 2009, p. 4), é a comunicação que proporciona

a reunião das partes distintas da empresa, produzindo as condições para um

trabalho coordenado das estruturas, permitindo enfim, que as cúpulas empresariais

atinjam suas metas. Portanto, essa especificidade comunicativa nas organizações

tem a função de construir e reconstruir as relações adequadas, abrindo assim

Page 22: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

21

espaços de interação entre diferentes interlocutores a fim de obter os resultados

almejados pela organização por meio da otimização do trabalho de comunicação.

Com esse novo paradigma surgido com o advento da sociedade

contemporânea, a comunicação organizacional por meio do leque de possibilidades

e responsabilidade que norteiam seu trabalho, precisa ter como foco a adequação

para um diálogo harmônico e pontual. Desta forma será possível, através da

comunicação, agregar valores e conquistar uma maior visibilidade para as

organizações que a utilizam de modo estratégico.

1.2 CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

A comunicação nas organizações apresenta um conglomerado de elementos

encadeados durante o seu processo comucacional. Segundo Nassar

todas as organizações, independentes de seus modelos administrativos e de outros atributos que lhe conferem identidade em relação a outras organizações, têm na comunicação um processo complexo, integrante de suas políticas, seus planejamentos e suas ações. (NASSAR, 2008, p. 64)

A complexidade do ato comunicativo nas organizações também é pontuada

por Kunsch (2003) que sugere que a gestão da comunicação estude os elementos e

aspectos relevantes, a fim de compreender toda essa complexidade inerente à

comunicação no contexto organizacional.

Deste modo, o gestor da comunicação a partir de uma análise sistêmica e,

sobretudo do entendimento de suas características irá coordenar todos os processos

identificados de maneira ativa com os desafios de um ambiente mutável de

fenômenos comunicacionais.

Devemos então entender cada uma dessas características e seus efeitos.

1.2.1 AS BARREIRAS

No processo comunicativo as barreiras fazem-se presentes por meio de

diversas modalidades, tais como: fisiológicas, semânticas, psicológicas, mecânicas.

No meio organizacional, Kunsch (2003) as classifica como pessoais, que têm como

determinante os indivíduos, os quais podem facilitar ou dificultar as comunicações

Page 23: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

22

por meio de seus comportamentos; a barreira administrativa/burocrática, que

acontece em consequência da forma como as organizações atuam e processam

suas informações, tendo como causas determinantes a distância física, as relações

de poder, autoridade e status e a posse das informações. A barreira gerada pelo

excesso de informações, segundo Kunsch é bastante presente na atualidade. São

muitas reuniões desnecessárias, sobrecarga de informações, número crescente dos

meios telemáticos, impressos, eletrônicos etc, o que tem provocado a chamada

saturação para o receptor. Já a barreira pelas comunicações incompletas e parciais

surge pelo fato de darem margem para as informações fragmentadas, distorcidas

ou, por vezes, não são transmitidas e sonegadas.

1.2.2 OS NÍVEIS

A problemática do processo comunicativo pelos níveis, segundo Thayer (apud

Kunsch 2003) é provocada por quatro níveis comportamentais: o intrapessoal, o

interpessoal, o organizacional e o tecnológico.

No intrapessoal, preocupa-se com o estudo do interior do individuo, ou seja,

qual sua reação quando este adquire, processa e consome informações. Logo, as

particularidades e sua capacidade de processamento irão influenciar na

comunicação estabelecida. Já no nível interpessoal, o foco é analisar a comunicação

entre os atores envolvidos e como estes são afetados mutuamente, sendo a

regulação e o controle uma função dos mesmos. O nível organizacional está

relacionado às redes, pelas quais os sistemas de dados e fluxos mantêm a ligação

de toda a equipe da organização, bem como com o ambiente. Temos ainda o nível

tecnológico, o qual se centraliza na utilização dos equipamentos mecânicos e

eletrônicos dos programas formais para produzir, armazenar, processar, traduzir e

distribuir informações.

1.2.3 AS REDES

Duas redes norteiam o sistema de comunicação nas organizações.

Nominalmente falando são as chamadas redes formal e informal. De acordo com

Kunsch, “as comunicações formal e informal convivem simultaneamente, e delas as

organizações não podem prescindir” (KUNSCH, 2003, p. 82).

Page 24: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

23

É pela comunicação formal que as cúpulas organizacionais comunicam-se e

direcionam as diversas mensagens por meio dos veículos selecionados. Entende-se,

dessa forma, como a comunicação administrativa, pela qual se dá a disseminação

dos informes, ordens, medidas, recomendações etc. Enquanto na rede informal tem-

se outra finalidade e direcionamento. A informal surge a partir da demanda das

pessoas por informações confiáveis, as quais são em grande escala omissas pelos

canais da rede formal. Portando, é uma comunicação direcionada a grupos

específicos, na tentativa de uma maior satisfação e contemplação de suas

demandas informativas. Um exemplo muito comum são os boatos, causando assim

distorção das informações.

1.2.4 OS FLUXOS

Os fluxos são entendidos como o processo pelo qual se direciona a

comunicação, ou seja, de onde a informação é emitida e para quais receptores é

direcionada. Kunsch (2003) enumera cinco formatos de fluxos identificados nas

organizações.

O fluxo descendente, conhecido como de cima para baixo, é a comunicação

considerada oficial, em que sai do topo da organização para a classe subalterna da

empresa. Na comunicação ascendente, muda-se o lugar de emissor e receptor,

nesse estágio são os subordinados que emitem suas informações através de

recursos estrategicamente pensados, como a caixa de sugestões, reuniões,

pesquisas sobre o clima e satisfação no trabalho. O fluxo lateral ou horizontal

acontece quando a comunicação não perpassa por hierarquias de poder, mas sim

do mesmo nível. Esse fluxo é comum entre departamentos, seções, serviços,

unidades de negócios, etc. “Quando bem conduzida, pode criar condições bastante

favoráveis a uma otimização de recursos e desempenho organizacional” (KUNSCH

2003, p. 84).

No fluxo transversal, a comunicação caminha por diferentes direções,

contemplando as variadas posições hierarquias, bem como todas as instâncias

setoriais. Encontramos também nas organizações o fluxo circular, nome que já é

bastante sugestivo, pois abrangem todos os níveis sem nenhuma ligação às

Page 25: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

24

direções tradicionais, sendo a amplitude do conteúdo determinada pelo grau de

envolvimento das relações.

Diante de vários fenômenos comunicacionais presentes nas organizações,

todo o corpo da organização precisa de fato convergir entre si, e assim compartilhar

suas experiências e realizar um trabalho pautado em uma ideia de integração.

1.3 COMUNICAÇÃO INTEGRADA: uma nova filosofia de gerenciamento

A ideia de uma comunicação integrada sugere uma nova dinâmica de

gerenciamento, um novo método que favoreça uma relação harmônica com todas as

áreas afins da comunicação organizacional. Segundo Kunsch essa nova concepção,

pressupõe uma junção da comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da comunicação interna, e da comunicação administrativa, que formam o mix, o composto da comunicação organizacional. (KUNSCH, 2003, p. 150).

A autora advoga a implantação de um projeto comum, no qual todas as

instâncias comunicacionais dialoguem e abarquem uma política de comunicação

organizacional a partir da convergência de potencialidades. Cada sistema do mix da

comunicação na necessidade da valorização das trocas entre as respectivas áreas.

A fragmentação da comunicação organizacional impossibilita a conexão entre

diferentes conhecimentos e estratégias. As ações de comunicação necessitam ser

sustentadas pelas tendências de todas as atividades, pois será a partir dessa

convergência “com base em uma política global, claramente definida, e nos objetivos

gerais da organização que possibilitará ações estratégicas e táticas de comunicação

mais pensadas e trabalhadas com vista na eficácia” (KUNSCH, 2003, p.150).

As transformações ocorridas nas ultimas décadas são um dos fatores que

influenciaram essa nova perspectiva na comunicação organizacional. Exige-se agora

a exclusão de uma atuação isolada em favor do exercício de uma comunicação

integrada, em que simultaneamente as suas áreas trabalhem em conjunto a fim de

atender as demandas das organizações e de seus públicos.

Quanto a essa afirmação, Curvello (apud kunsch, 2003) complementa

afirmando que

[...] as imposições de um mercado em mutação constante exigiram uma atuação conjunta e eficaz dos profissionais, para oferecer às organizações

Page 26: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

25

instrumentos que realmente pudessem atender à demanda social por informação (KUNSCH, 2003, p. 122).

A visão da Associação Brasileira das Empresas de Relações Públicas (Aberp)

sobre o sistema integrado é de ação essencialmente positiva. A confiabilidade da

associação no processo fica em evidência ao declararem: “acreditamos na

comunicação integrada, ou seja, na atuação conjugada de todos os profissionais da

área. Não há conflitos entre as diversas atividades: há somatória em beneficio do

cliente”. Aberp (apud Kunsch 1986, p. 107).

Mas segundo Bueno

[...] a realidade a que estamos assistindo é bem outra: uma disputa intensa entre áreas e profissionais, eivada de equívocos e preconceitos, um embate ruidoso de egos e uma ausência total do espírito crítico e de uma perspectiva abrangente do universo da Comunicação Empresarial. Não podemos ser integrados, se ao menos não nos dispusermos a ser solidários e a entender o outro. (BUENO, 2004, p. 23)

O grande desafio então é atingir um objetivo comum, em que a aplicação da

comunicação integrada não sofra com o distanciamento entre os profissionais que

continuam resistentes a uma cultura da divisão das tarefas. Para que haja de fato

uma comunicação integrada, se “pressupõe uma junção da comunicação

institucional, mercadológica, comunicação interna e administrativa, que formam o

composto da comunicação organizacional” (KUNSCH 2003, p. 150).

Sendo assim, os profissionais precisam se desligar do clima de concorrência

e amadurecerem a partir da troca e da unificação de suas habilidades. O

compartilhamento exige respeito e flexibilidade, e a comunicação para se enquadrar

como integrada perpassa pelo casamento desses dois itens, cuja união favorece a

implantação e execução de uma comunicação bem mais articulada

1.4 COMUNICAÇÃO INTERNA, UMA FERRAMENTA INDISPENSÁVEL

A comunicação organizacional no âmbito interno precisa ser entendida como

parte significante para uma vida duradoura das organizações e não como um mero

contato com os públicos internos.

Potencializar essa comunicação nas organizações é considerado pelos

estudiosos ainda como uma tarefa árdua, tendo como principal fator a falta de uma

Page 27: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

26

cultura cívica de gestão que contemple na íntegra a verdadeira essência do

processo comunicativo com esse segmento.

Para Pimenta, “a estrutura tradicional da empresa é burocrática, técnica,

racional e normativa, por princípio não há espaço para sentimentos e emoções”

(2004, p. 119). É fato que existe uma gama significativa de organizações que se

articula por meio dos métodos considerados “ultrapassados” e permanecendo

resistentes as reciclagens, o que por sua vez impossibilita que dialogue com os

métodos oriundos dos avanços advindos com a sociedade contemporânea.

Cardoso assevera que

no âmbito interno das organizações empresariais, as relações com os empregados, os diferentes estilos administrativos, assim como as ações humanas, demandam novos rumos de gestão que superem os e modelos lineares, verticais e impositivos e alcancem novas formas de ação administrativa que envolvam e valorizem o trabalho em equipe baseado na maior participação e autonomia dos envolvidos (CARDOSO, 2006, p. 8)

Neste novo cenário proposto por Cardoso, propõe-se uma reconfiguração no

modo de gerenciar o trabalho interno por meio da comunicação, um momento de

caminhar em direção de alternativas que atendam todas as direções, contemplando

assim novas dimensões. O que por sua vez irá conquistar a reciprocidade entre

“subordinados” e suas respectivas chefias.

O trabalho de comunicação interna precisa levar em consideração algumas

premissas, tendo como uma das principais, o reconhecimento e valorização do ser

humano. Nesse sentido, as palavras de Pimenta são esclarecedores quando

escreve que

pessoas são seres únicos, individuais, com características que lhes conferem personalidade e individualidade. Não existem duas iguais. Cada pessoa possui um valor próprio, difícil de ser comparado, de ser convertido em cifras, é o seu valor absoluto. Sendo assim, não pode ser trocada ou vendida, ou seja, não tem preço (PIMENTA, 2004, p. 4)

A valorização do ser humano é fundamental para que os atores sociais

criem um sentimento de pertencimento, o que já foi comprovado por diversos

estudos como algo que gera resultados benéficos para a organização.

Mas segundo Oliveira e Paula (2008), existe um déficit por parte do público

interno em termos de sentirem-se parte de uma organização, o que dá margem para

uma dualidade. Ou seja, em dado momento quando se referem a uma organização

Page 28: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

27

cultivam esse sentimento, porém ao contextualizar o cotidiano interno, demostram

outro sentimento. Para as autoras essa reação é um reflexo da falta de

confiabilidade na efetividade de mudanças propostas pela organização.

É sabido que as relações internas necessitam ser mais respeitadas e

democráticas, visto que interferem no ambiente e afetam diretamente no

desempenho dos indivíduos, o que consequentemente provoca efeitos contraditórios

à qualidade do funcionamento da organização.

Para Corrêa (apud MARCHIORI)

um ambiente interno com qualidade é um processo no qual se valoriza a confiança, a competência, comprometimento e credibilidade. Entendemos que neste ambiente é preciso a existência de relacionamentos que promovam a satisfação de cada individuo e suas relações grupais. É necessário que a empresa esteja em consonância com seus objetivos, e é fundamental “viver” a organização em todos os seus processos. (MARCHIORI, 2006, p. 10)

Segundo Michel (2009), é uma boa comunicação interna a que resultará num

melhor atendimento ao público externo, na satisfação do público interno e no bom

funcionamento da empresa, o que ajudará na construção da imagem organizacional.

Evidenciamos nesta declaração de Michel, como a comunicação interna

precisa ser pensada sob uma ótica do comprometimento dentro das organizações.

Os gestores precisam entender que o resultado positivo perpassa por meio do

processo comunicativo, que incontestavelmente exerce poder na contemplação das

metas programadas pelas organizações.

O poder da comunicação nas empresas é vista por Torquato como um poder

expressivo dentro das organizações, neste sentido ele afirma que

a comunicação, como processo e técnica, [...] intermedia o discurso organizacional, ajusta interesses, controla os participantes internos e externos, promove, enfim maior aceitabilidade da ideologia empresarial. Como poder expressivo, exerce uma função-meio, perante outras funções-fim da organização. Nesse sentido, chega a contribuir para a maior produtividade, corroborando e reforçando a economia organizacional. (TORQUATO, 1986, p. 17).

Com base no exposto, evidenciamos que a comunicação interna ocupa um

espaço abrangente e determinante para o sucesso das organizações, o que por sua

vez precisa ser processada e articulada estrategicamente, favorecendo assim para

um feedback satisfatório.

Page 29: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

28

Dado a relação de papéis que a comunicação interna assume e com base

em suas potencialidades, faz-se necessário uma gestão mais consciente e em

sintonia com sua real função. Uma visão aberta para sua importância é outra postura

a ser tomada, a fim de obterem uma maior receptividade dessa ferramenta no

processo comunicativo.

Segundo Kunsch,

a importância da comunicação interna reside sobretudo nas possibilidades que ela oferece de estímulo ao diálogo e a troca de informações entre gestão executiva e a base operacional, na busca da qualidade total dos produtos ou serviços e do cumprimento da missão de qualquer organização. (KUNSCH, 2003, p. 159).

É notório nesta análise de Kunsch, que a importância do processo de

comunicação nas organizações é viabilizada pelo encadeamento entre ambas, na

qual se contempla diferentes elementos de fins estruturais, os quais mantém

reforçada uma visão positiva da organização.

Conforme estudos de Kunsch (2003) baseados na classificação de Charles

Redffied (1980), as organizações em seu contexto interno processam suas

informações por diferentes meios de comunicação, os quais atendem as seguintes

nomenclaturas: orais, escritos, pictográficos, escrito-pictográficos, audiovisual,

telemáticos e o presencial pessoal.

Bueno por sua vez ao discutir sobre comunicação interna chama atenção

para identificação dos públicos, para este autor “considerar que existem públicos

internos (e não público interno) em uma organização é o primeiro passo” (BUENO,

2009, p. 87). Essa identificação permite que se apropriem dos meios de

comunicação de maneira personalizada, o que permite uma melhor interação entre

esses atores, visto que estará em comunicação por vias familiarizadas pelos

respectivos usuários.

É através dos meios orais que a organização dialoga por meio de dois

suportes, ou seja, de forma direta ou indireta. São classificados como os diretos a

conversa, entrevistas, reuniões, palestras e os encontros com o presidente face a

face. Já os indiretos se dar por meio da comunicação por telefone,

intercomunicadores automáticos, rádios, alto-falantes, etc.

Page 30: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

29

Os escritos são todos os materiais impresso, tais como, boletins, cartas,

circulares, relatórios, revistas, entre outros. Quanto aos pictográficos, se enquadram

as fotografias, desenhos, mapas, diagramas, etc.

Os escritos-pictográficos se organizam por meio da junção entre a escrita e as

ilustrações, que são os cartazes, gráficos, diplomas e os filmes com legenda. Temos

ainda, os meios simbólicos, dos quais fazem partes, as bandeiras, luzes, sirenes,

sinos, e tanto outros visuais e auditivos.

Quanto aos meios audiovisuais, estão os telejornais, documentários, vídeos

institucionais, de treinamentos, filmes, etc.

Os meios telemáticos surgem com o advento das novas tecnologias, o que

por sua vez contribuiu para a expansão do processo comunicativo dentro das

organizações. A intranet, os telefones celulares, o correio eletrônico, os telões, são

exemplos de meios telemáticos em crescente evolução e apropriação nas diferentes

organizações, cujos objetivos são para fins específicos.

Temos ainda o meio presencial pessoal, viabilizado por meio da

dramatização, da interpretação e da demonstração, a exemplo do teatro.

Esta enumeração de meios apresentados por Kunsch (2003) demonstra a

variedade de veículos disponibilizados para manter a comunicação com os públicos

internos. Público aqui precisa ser entendido no sentido plural como é caracterizado

por Bueno (2009), visto que a leitura de cada indivíduo está intrinsicamente ligada a

sua cultura com esses meios. Sendo a questão das particularidades o eixo norteador

para a escolha do meio mais adequado para se direcionar as mensagens a todos os

públicos abrangentes.

Page 31: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

30

2- A EMPRESA

A Mineração Fazenda Brasileiro – MFB – faz parte da companhia Yamana

Gold, empresa canadense produtora de ouro, com capital aberto no Canadá e

fechado no Brasil. Dedica-se a mineração de metal e as atividades relacionadas,

que inclui: exploração, extração, processamento e recuperação ambiental. Possui

projetos em fase de exploração, desenvolvimento e operação.

A companhia destaca como as principais unidades a Yamana

Desenvolvimento Mineral – Corporativo (São Paulo), MFB – Mineração Fazenda

Brasileiro S.A (Bahia), MMIC – Mineração Maracá Indústria e Comércio S.A. (Goiás),

JMC – Jacobina Mineração e Comércio Ltda, MASA – Minas Argentinas S.A.

(Argentina), El Peñón – Minera Meridian Ltda. (Chile) e Minera Florida Ltda. (Chile).

A Yamana Gold é a primeira em produção de ouro no Brasil e ocupa o 7º

lugar em mineração no mundo. O número de funcionários atinge a faixa de 9.000 o

faturamento em torno US$ 1,1 bilhão, tendo uma receita líquida de US$ 434,8

milhões, produção anual (onças de ouro equivalente) cerca de 1 milhão e patrimônio

líquido US$ 6,5 bilhões.

A introdução da companhia no Brasil aconteceu em julho e agosto de 2003,

período em que foi comprado o patrimônio da Vale na cidade de Teofilândia na

Bahia e implantado o projeto da MFB. Em 2010, começaram as operações na cidade

de Santa Luz também aqui na Bahia. A empresa está localizada1 a 14 km de

Teofilândia e possui vínculos com empresas das diferentes regiões do país, são 600

funcionários diretos e colaboradores terceirizados.

Em seu espaço físico, a unidade é composta por departamentos

administrativos, setor de geologia, manutenção, posto médico, setor de suprimentos,

espaço de diálogo diário de segurança (DDS), oficina mecânica, sala de controle

operacional, auditório padronizado, lavanderia, restaurante e um caixa eletrônico do

Banco do Brasil em funcionamento.

Quanto à tríade missão, visão e valores da empresa são requisitos bem

estabelecidos, tendo como missão a “Produção de metais preciosos, criando valor

aos acionistas e garantindo os princípios de saúde, segurança e meio ambiente,

proporcionando aos colaboradores e comunidades o desenvolvimento

1 Ver anexo do mapa de localização

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socioeconômico”. Sua visão objetiva “Ser reconhecida como uma empresa líder em

custos, em permanente crescimento e impulsionada pela inteligência para

transformar recursos em riquezas” e apresenta como valores a “atitude ética, retidão

de caráter, empreendedorismo, aprimoramento contínuo, transparência em todos os

sentidos, e responsabilidade”.

A implantação da empresa em Teofilândia há vinte cinco anos, projeto

iniciado pela Vale do Rio doce provocou ativação no comércio. O número de

funcionário representa esse avanço, são 600 pessoas de diferentes cidades sisaleira

empregados pala companhia.

A empresa no tocante as questões sociais2 e ambientais tem correspondido.

A parceria com o poder público e entidades acontece a todo vapor nas

comunidades, bem como os projetos3 de combate aos impactos ambientais existem

desde a introdução da empresa na região, sendo este um dos requisitos mais

respeitado dentro da sua política administrativa.

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa sobre a comunicação na MFB foi realizada em dois momentos.

Primeiro, por meio de entrevista com o gerente geral da empresa, Dr. Henrique

Carlos Marins no mês de julho de 2011, e em agosto com os públicos internos que

responderam a um questionário4 com perguntas de assinalar e abertas em modelo

Escala Likert5. Treze gerentes das diferentes áreas de atuação responderam ao

questionário contendo 11 questões e os 117 funcionários outro questionário com 36

questões de assinalar e abertas.

Por ter sido realizada em uma empresa com grande número de funcionários,

priorizou-se 180 funcionários, contemplando as diferentes visões departamentais e

considerando a disponibilidade dos mesmos, fato de obter 130 questionários

respondidos para tabulação. A distribuição e recolhimento do material aconteceram

em dois dias, respectivamente em 15 e 16 de agosto 2011.

2 Iniciativas pelo social são divulgadas no informe Yamana, dando visibilidade e retorno a comunidade

interna. Nos anexos um exemplar do informe está disponível para observação. 3 Ver em anexo alguns procedimentos referentes aos impactos ambientais já realizados.

4 Questionário aplicado com os gestores e funcionários no apêndice para visualização.

5 É um tipo de escala de resposta psicométrica usada comumente em questionários, e é a escala

mais usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu nível de concordância com uma afirmação.

Page 33: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

32

Para uma melhor organização referente à tabulação dos dados, subdividiu-se

o questionário em categorias que correspondem aos fenômenos estudados e as

suas caracteríticas, tais como: comunicação organizacional e estratégica;

comunicação interna e integrada; comunicação interna e planejamento; instrumentos

de comunicação interna; barreiras na comunicação interna; nível interpessoal de

comunicação; comunicação formal e informal; fluxos da comunicação interna e,

comunicação interna e motivação.

Também foi trabalhado com o método de observação não participante através

de visitas à empresa. Estas oportunizaram a análise do ambiente e a comunicação

estabelecida entre funcionário-funcionário, gerente-funcionário, bem como o

funcionamento da comunicação pelos diferentes instrumentos utilizados pela

empresa.

Em termos de resultados, as respostas contemplaram o foco do objeto de

estudo, que foi conhecer o funcionamento da comunicação interna. Através da

pesquisa foram obtidas respostas cruciais para as possíveis leituras do ambiente,

pois é notória a fidelidade de muitos participantes nesta pesquisa, em que

transmitem principalmente nas questões abertas seus anseios e críticas. Tal

aspecto, verificado na observação não participante e na aplicação dos questionários

e entrevistas demonstram assim que o público interno não fecha os olhos para

lacunas, ao contrário, se posiciona, criticando, ao mesmo tempo em que, como

testemunhas oculares, contribuem com sugestões para os entraves vivenciados no

ambiente interno.

2.2 BREVE APRESENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA NA MFB

A comunicação executada na empresa parte de uma organização do setor

administrativo geral, que tem como gestor Henrique Carlos Marins em conjunto com

o departamento de recursos humanos e segurança, saúde, meio ambiente e

comunidade (SSMAC). A empresa não possui um departamento de comunicação,

os projetos de comunicação de grande porte e prestação de atividade de assessoria

de imprensa são desenvolvidos por uma agência de comunicação de São Paulo,

empresa terceirizada.

A comunicação interna é colocada por seus gestores, como uma área ainda

em construção. Segundo eles, falta uma maior exploração dessa ferramenta dentro

Page 34: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

33

da organização. Em entrevista, esse déficit foi pontuado como um dos grandes

vilões da organização, o que demonstra a falta de uma cultura administrativa voltada

para o setor comunicacional enquanto política de ações bem definidas, realidade

presente até mesmo em uma multinacional.

A empresa dispõe de alguns canais de comunicação interna: o sistema de

intranet, os murais, o office communications, boletim informativo mensal, reuniões, e-

mail, diálogo diário de segurança (DDS), folhetos, banners, outdoor e painéis e uma

televisão localizada em ponto estratégico no refeitório.

Através de sua política de integração, oferece aos novos funcionários e

estagiários a semana de recepção, uma comunicação dirigida antes de começarem

a desenvolver suas atividades. Durante esse período os recém-contratados são

instruídos sobre o histórico da empresa, sua politica administrativa, bem como sobre

seus direitos e deveres na organização.

Foi explanado também durante a entrevista que existe uma preocupação em

personalizar as informações, assim como distribui-las pelos diferentes instrumentos

de comunicação da empresa, de modo que as informações cheguem ao

conhecimento dos diferentes níveis hierárquicos.

Com o proposito de facilitar a comunicação via murais6, as informações são

ordenadas pelas seguintes categorias: Administração, Institucional, Geral, Recursos

Humanos e SSMAC (segurança, saúde, meio ambiente e comunidade), permitindo

assim uma melhor seleção de leitura.

O telefone, canal de comunicação hoje tradicional, continua sendo usado em

grande escala, o que por sua vez assume o papel de um dos principais meios de

comunicação interna dentro da empresa, visto que a probabilidade da passagem da

mensagem e sua resposta acontecem em tempo real.

O e-mail é uma ferramenta diariamente utilizada na empresa para o envio de

informações pessoais e institucionais. As potencialidades que o meio oferece,

estimulam a equipe da empresa MFB a usufruir das vantagens da internet para se

comunicar.

6 Em anexo imagens de murais disponíveis na organização e formatos utilizados.

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34

Outro canal de comunicação é o outdoor7, ferramenta utilizada para divulgar

os índices de produção mensal, objetivando estimular e informar os colaborados

sobre a produção e metas a serem atingidas. Esse instrumento se mantem fixo em

locais de maior passagem diária, possibilitando assim que todos façam um paralelo

entre o mês anterior com os resultados alcançados que são atualizados

mensalmente.

O sistema de intranet, instrumento que veio potencializar a comunicação nas

organizações e estreitar ainda mais os laços também foi incorporado para manter a

comunicação interna da empresa. Quanto a esse instrumento, é um canal forte

dentro da organização, mas ainda estão trabalhando para um melhor feedback.

O office communications adotado pela empresa tem ação similar ao MSN,

com esse suporte comunicacional durante os trabalhos e em conexão online todos

se comunicam, trocam informações sobre cada setor, passam recados,

cumprimentos, enfim, a comunicação não segue regras formais. Deste modo,

podemos identificar o uso das mídias sociais e suas vantagens de comunicação.

A empresa também estabelece a comunicação com os diferentes públicos

interno por meio de uma TV8 fixada na parede do refeitório. O instrumento é utilizado

para divulgar as produções diárias, alertas de segurança, mensagens reflexivas e

desenhos ilustrativos sobre segurança e saúde no trabalho.

Por meio do boletim9 informativo mensal, instrumento que contempla as

informações de toda companhia, a empresa divulga suas atividades desenvolvidas

em parceria com outras instituições, divulgando assim seu cumprimento da política

social. As iniciativas também são pautas nas colunas destinadas a MFB,

reconhecimento, investimentos, entre outros. Através desse canal estabelecem uma

troca de experiências, ao mesmo tempo em que fortalece a imagem da organização

dentro do ambiente interno.

7 Imagem em anexo de outdoor usado dentro da empresa para informar os dias atingidos sem

acidente no trabalho 8 Nos anexos imagens ilustram o uso dessa ferramenta dentro da organização

9 O informe Yamana em anexo mostra como as informações são trabalhadas, bem como a linguagem

empregada

Page 36: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

35

2.3 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E ESTRATÉGICA

A comunicação organizacional por essência é de ação estratégica, sendo esta

característica o componente que consolida os processos de interação e interlocução

com os atores sociais, como salientam Oliveira e Paula (2007). Com base nos itens

de 1 a 3 do questionário, pudemos fazer um paralelo entre as visões dos gestores

com a dos funcionários em relação ao atendimento do caráter estratégico pela

comunicação na empresa.

De acordo com as respostas obtidas no questionário podemos perceber que

69% dos gestores entrevistados apontaram que a empresa divulga adequadamente

sua missão, visão e valores.

Gráfico (1) Comunicação Organizacional e Estratégica (Visão dos

gestores)

Essa divulgação é fundamental para a efetiva construção da imagem

empresarial junto aos funcionários e aos públicos que esta quer atingir. O resultado

obtido a partir dos gestores mostra-se equivalente aos encontrados pelos

funcionários, 37% mostraram-se totalmente de acordo com as formas de divulgação

da tríade missão, visão e valores. Essa equivalência nos resultados nos permite

observar que a empresa consegue alcançar seu objetivo no que compete à

divulgação dos princípios que norteiam sua política administrativa.

Page 37: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

36

Quanto à relevância atribuída à comunicação na empresa, 61 % dos gestores

e 42 % dos funcionários concordam parcialmente em termos de relevância a

comunicação na organização. Notamos que existe um equilíbrio entre as respostas

dadas pelos gestores e funcionários. Logo, podemos fazer inferência de que em

maior ou menor grau estes reconhecem que ainda falta uma melhor atenção para as

questões comunicacionais no ambiente interno.

Sobre este aspecto, Torquato (apud Michel 2009) chama atenção para a

necessidade de valorizar a comunicação nas organizações, defendendo que é por

meio dela que acontece a reunião das partes distintas da empresa, contribuindo

assim para um trabalho coordenado das estruturas, como também permitindo que as

cúpulas empresariais atinjam suas metas. Deste modo, é preciso tornar essa “força

motriz em energia vital” (DUARTE; MONTEIRO, 2009).

Gráfico (2) Comunicação Organizacional e Estratégica (Visão dos

Funcionários)

A concordância parcial ocorreu em 40% dos funcionários e 46 % dos

gestores, quando questionados se a comunicação ajuda a organização cumprir com

seus objetivos. Como mostram os números, a prática de uma comunicação

estratégica na empresa apresentou um grau de concordância em termos de

aplicabilidade. Novamente ao fazer um balanço entre as diferentes leituras

identificamos que na medida do possível a empresa tem contemplado as

Page 38: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

37

necessidades dos receptores por meio de um potencial estratégico, mesmo não

correspondendo em sua totalidade.

Com base no resultado adquirido na análise dos questionamentos sobre a

comunicação organizacional de ação estratégica, e, sobretudo a partir das

contribuições de estudos trazidos por Bueno, devemos “resgatar a importância

(estratégica) da comunicação interna e valorizar a diversidade, o que implica

considerar a pluralidade de ideias, vivencias e opiniões como atributos fundamentais

do moderno processo de gestão” (BUENO, 2009, p. 63).

2.4 COMUNICAÇÃO INTERNA E INTEGRADA

É sabido que a comunicação organizacional caminha hoje para uma nova

filosofia de gerenciamento, compreendido como sistema de comunicação integrada

como advogam Kunsch (2003) e Bueno (2004).

Tendo como análise neste estudo a comunicação interna na MFB,

questionamos também sobre a comunicação integrada na empresa. A partir daí foi

possível identificar que os públicos internos consideram que existe uma articulação

em nível considerável. Os resultados dos gestores, bem como dos funcionários

empataram na opção indiferente e concordo totalmente, 34% na visão dos

funcionários e 31% na dos gestores ao questionarmos se a comunicação interna é

articulada com a comunicação mercadológica, marketing e pessoal de vendas.

Gráfico (3) Comunicação Interna e Integrada (Visão dos gestores

Page 39: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

38

Como mostram os dados, os profissionais que realizam o trabalho de

comunicação na MFB, desenvolvem suas atividades por meio de um sistema

integrado, mas este é passível de novas perspectivas que contemplem ainda mais o

cruzamento das diferentes instâncias de conhecimento, o que permitirá um trabalho

mais produtivo.

Outro papel da comunicação integrada é auxiliar na composição da imagem

da empresa. Em relação à comunicação interna na MFB, os atores que legitimam o

cumprimento deste papel por meio da comunicação expressaram um maior nível de

satisfação em relação à contribuição que a comunicação oferece à imagem da

organização. Sobre a comunicação interna auxiliar na composição da imagem da

empresa os gestores avaliou em 47% e 38% em termos de concordância, e nenhum

se mostrou indiferente. Já 27% dos funcionários pontuaram essa indiferença e

concordaram totalmente, enquanto o maior número concordou parcialmente,

atingindo os 34%.

A imagem, ou as diferentes imagens que uma organização assume se dá a

partir das leituras que distintos públicos de interessem fazem dela, como afirma

Bueno (2004). Essas imagens por sua vez podem consolidar a empresa no mercado

ou provocar efeitos contraditórios, afetando assim a tríade sobreviver, crescer e

perpetuar, almejada pelos diferentes segmentos no mundo dos negócios.

Outro questionamento foi sobre o uso da comunicação como mecanismo

facilitador dos processos administrativos. Nesse sentido perguntamos se o trabalho

administrativo é facilitado pela comunicação praticada na empresa. Segundo dados

às apropriações são de visões otimistas para gestores e funcionários que atingiram

46% e 39% maiores porcentagens concordando parcialmente.

Page 40: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

39

Gráfico (4) Comunicação Interna e Integrada (Visão dos funcionários)

Os dados demonstram que a partir da experiência vivenciada, consideram

que de fato há contribuições para o desenvolvimento dos trabalhos por meio da

comunicação exercida pela empresa. Sendo este trabalho desenvolvido na MFB,

nos certificamos também que a comunicação tem correspondido como mecanismo

de comunicação, como também como suporte administrativo ao assumir diferentes

funções dentro da organização.

Outra observação é que as potencialidades dessa ferramenta são

reconhecidas e que tem ganhado atenção dentro da organização, o que por sua vez

tendem a auxiliar no cumprimento das metas.

De fato a comunicação tem esse papel de auxiliar todo o funcionamento da

empresa ao assumir diferentes funções, não exatamente só de informar, mas

também de facilitadora dos processos administrativos e comunicacionais. Como

afirma Curvello (2009), em essência ela constitui e reconstitui a própria organização.

2.5 COMUNICAÇÃO INTERNA E PLANEJAMENTO

Tanto a comunicação externa como a comunicação interna de uma

organização precisam ser desenvolvidas por meio de um planejamento estratégico.

O planejamento, como destaca Forte (2003), tem a função de alterar cenários

positivamente, para que no futuro se tenha cenários favoráveis à dinâmica da

organização.

Page 41: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

40

Os gestores, ao identificarem se a empresa possui um departamento para

planejar e executar as ações de comunicação mostraram que veem a articulação

entre os setores que desenvolve as atividades como um trabalho a parte que alguns

setores realizam na empresa, visto que ainda não foi implantado um departamento

específico de comunicação.

Gráfico (5) Comunicação Interna e Planejamento (Visão dos gestores)

Em termos da comunicação interna na MFB como reflexo de um

planejamento, os números obtidos demonstraram que mesmo a empresa não

possuindo um departamento para o setor, reconhecem que o trabalho é

desenvolvido pelos responsáveis diretos. 46% dos gestores concordaram

parcialmente, como também mais 36% dos funcionários que a elaboração dos

instrumentos e ações de comunicação interna são itens do planejamento

estratégico. Com base nos resultados podemos fazer uma inferência que em maior

ou menor grau os produtores da comunicação na MFB suprem as lacunas na falta

de um espaço próprio para o desenvolvimento das ações.

Mas não podemos descartar a necessidade de uma melhor execução do

plano, bem como uma reavaliação das facetas de comunicação formuladas e

dirigidas para os diferentes públicos internos da empresa.

Page 42: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

41

Gráfico (6) Comunicação Interna e Planejamento (Visão dos funcionários)

Se de fato a empresa se pauta a partir de um planejamento de comunicação,

logo este precisa passar por avaliações constantemente. Mas segundo o resultado

obtido junto aos gestores em que 39% mantiveram-se indiferente quanto a qualidade

da comunicação ser avaliada periodicamente, e 26% maior parcelas na visão dos

funcionários concordam parcialmente. Entendemos que de fato há um déficit nesse

sentido, visto que os gestores reconhecem que as avaliações são feitas em longo

prazo ora não se realizam dentro da organização.

.

2.6 INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO INTERNA

Alguns instrumentos de comunicação são utilizados pelas organizações para

manter a comunicação entre as diferentes partes da empresa, outros também para

avaliar a comunicação. No caso da MFB as reuniões participativas foram

identificadas como o instrumento mais empregado para ter conhecimento quanto à

qualidade da comunicação quando este trabalho é realizado. Havia também a

possibilidade da resposta com a opção “outros”, a qual foi destinado um espaço para

especificar mais instrumentos. As respostas obtidas foram: e-mail interno; mural;

jornal interno, diálogo diário de segurança (DDS) e e-mails informativos.

Outros se posicionaram com respostas como: não existe; nunca vi;

desconheço; nenhum mecanismo; nenhum; a meu ver não há e quase não há com

os colaboradores.

Page 43: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

42

A partir de uma visão estratégica, ao oferecer espaço para as possíveis

avaliações manifestadas nas questões abertas, perguntamos quais os mecanismos

de avaliação da qualidade da comunicação interna utilizados pela empresa. Como

mostra a relação anterior, constatamos que existe um choque nas respostas entre

os gestores e funcionários, visto que os gestores opinaram que o método mais

usado é a conversa com os funcionários, automaticamente estão afirmando que se

apropriam de um mecanismo.

Gráfico (7) Instrumentos de Comunicação Interna (Visão dos gestores)

Enquanto funcionários veem que é usado em maior escala as reuniões e os

questionários, outros ainda discordam como não é utilizado nenhum método,

desconhecem, acham que não existem, respostas que dão margem para uma

dualidade nas respostas.

Page 44: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

43

Gráfico (8) Instrumentos de Comunicação Interna (Visão dos funcionários)

Em termos de eficácia dos instrumentos utilizados pela empresa, a

porcentagem é favorável, uma vez que os gestores atingiram a porcentagem de 46%

concordando parcialmente, sendo 36% na perspectiva dos funcionários. Deste modo

a seleção dos meios condiz com as necessidades internas da organização, segundo

os atores que se comunicam através dos diferentes meios disponibilizados pela

empresa.

Gráfico (9) Instrumentos de Comunicação Interna (Visão dos gestores)

Page 45: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

44

Gráfico (10) Instrumentos de Comunicação Interna (Visão dos funcionários)

2.7 BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO INTERNA

Como enumera Kunsch (2003), algumas barreiras se fazem presentes no

processo comunicativo organizacional. Com base no questionário e especificamente

nas questões 12 e 16, não identificamos a barreira administrativa/burocrática, a qual

é gerada entre outros fatores pela forma como o topo atuam e processam as

informações.

Ao perguntarmos se todos os públicos internos são bem informados para

cumprir as funções dentro da empresa e se confiam nas pessoas responsáveis em

fornecer informações sobre os trabalhos, chegamos a conclusões satisfatórias, pois

as porcentagens chegaram de 28% a 38% em termos de concordância. Desta forma

os dados não identificaram em grande escala a barreira administrativa/burocrática

neste estudo, mas a melhoria ainda mais nesse sentido pode ser um bom caminho.

Page 46: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

45

Gráfico (11) Barreiras na Comunicação Interna (Visão dos funcionários)

No que compete à barreira pelas informações incompletas, também não foi

identificada pela maioria do público neste estudo. Quando perguntado se as

informações que recebem para executar o trabalho são completas e precisas, a

maior parte do público opinou atingindo de 27% a 32% nos graus de concordância.

E em termos da linguagem praticada pelos instrumentos considerada como clara e

direta concordaram de 21% e 48%. As opções concordam parcialmente e

totalmente, maiores opinadas em relação às questões anterior demonstram que

existe satisfação, números consideravelmente bons nesses dois requisitos dentro da

empresa.

Já a barreira pelo excesso de informações, em que questionamos se há

muitas reuniões, memorandos, impressos, e se causam sobrecarga de informações,

os números mostram que a soma entre os três níveis de discordância atingiram de

70% a 78% por cento, enquanto os dados de concordância chegaram apenas de

22% a 34%. Entendemos assim que uma grande parcela demonstra que esta

barreira se faz presente no âmbito interno. Para Kunsch (2003), essa é uma das

barreiras mais presentes na atualidade, são muitas reuniões, e-mails, crescente

número de impressos, entre outros, o que tem causado saturação para o receptor.

2.8 NÍVEL INTERPESSOAL DE COMUNICAÇÃO

Page 47: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

46

As relações interpessoais são uma das características relacionadas às

questões dos níveis dos comportamentos gerados dentro das organizações. A

comunicação por sua vez é afetada palas relações, transmissão e entendimento da

mensagem, quando os chamados atores sociais não fazem um trabalho de

regulação e controle da comunicação estabelecida entre eles.

Kunsch (2003), ao estudar os níveis chama atenção para a necessidade de

entender todos os elementos e aspectos relevantes da comunicação organizacional,

visto que existe uma complexidade de fenômenos que interferem e causam efeitos

contraditórios ao andamento das atividades administrativas e comunicacionais.

Quanto ao relacionamento entre os funcionários na MFB, respectivamente

abordada na questão 18, foi possível identificar a partir das respostas que precisa

ser melhorado. Os números em relação à insatisfação demonstram que 76%

identificam que as relações interpessoais têm deixado a desejar.

Gráfico (12) Nível Interpessoal de Comunicação (Visão dos funcionários)

Em relação ao favorecimento do trabalho em equipe por meio das relações

estabelecidas, houve uma maior parcela concordando que as relações interpessoais

da empresa são positivas nesse sentido chegando a 63% que reconhece tais

contribuições, Pois mesmo com os problemas identificados os funcionários tem

buscado respeitar o desenvolvimento das atividades dentro da empresa.

Segundo alguns funcionários, em momentos de crise nas relações

interpessoais algumas atitudes são tomadas pela empresa para resolver o problema,

Page 48: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

47

tais como: reunião com os envolvidos no conflito; a empresa procura informar

claramente seu posicionamento; diálogo com os funcionários para procurar as

melhores formas e resolver as crises; reunião com as partes; conversas com

orientações e soluções; conversa bastante com os funcionários; cobrança de

adequação; trabalhos de conscientização para melhorar o apoio de todos os

colaboradores; palestras e viagem com o grupo; comunicação; tratamentos

específicos para que se encontrem uma solução e, avaliação de pesquisa de clima.

Outros se manifestaram indiferente, com respostas que contrapõem os

demais colegas, para esse grupo de funcionários, a empresa não tem nenhuma

política de relações interpessoais, outros disseram que desconhecem, alguns

opinaram que assumem medidas drásticas, bem como que não é tomada nenhuma

ação planejada, tiveram ainda, os que apontaram que existe indiferença, advertência

por escrito, outros falaram que e feito redução do quadro de funcionário, e, ameaça

de demissões.

Fazendo um paralelo entre as respostas, é notório que existe aí um confronto

de opiniões, alguns atores identificam ações em prol das relações interpessoais,

outros enumeram algumas falhas. Percebemos então, que um dos fatores seja a

falta de mais atitudes em prol da melhoria das relações com mais visibilidade, visto

que alguns entendem que são bem presentes, outros de uma forma ou de outra se

mostram indiferente.

2.9 COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL

Segundo Kunsch (2003), as redes formal e informal convivem

simultaneamente dentro das organizações, logo, faz-se necessário entender as

especificidades de cada uma, bem como conhecer suas potencialidades e

fragilidades de maneira mais articulada.

Analisando a comunicação informal na MFB, através dos resultados obtidos,

verificamos que os principais tipos são identificados pelos atores sociais, mas

também foi possível registrar que alguns praticam e ao mesmo tempo não

conhecem o modelo, bem como suas discrepâncias e favorecimentos para o âmbito

interno. Dentre as respostas para a pergunta sobre quais os principais tipos de

comunicação identificam na empresa tivemos: bate papo entre colegas de trabalho;

falsos boatos; rádio peão; conversa de corredores; conversas na hora do almoço e

Page 49: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

48

produção; conversas entre pessoas de setores diferenciados; e, comentários dentro

da empresa.

Continuamente, perguntamos quais os problemas mais comuns gerados pela

comunicação informal. Mais uma vez, os funcionários contribuíram significativamente

ao enumerarem uma relação de interferências que são cruciais para a qualidade do

funcionamento da organização. Os problemas mais identificados foram: geração de

expectativas para os colaboradores; boatos e mitos; desvio de informações; intrigas;

informações imprecisas; ruídos; constrangimentos; má interpretação de quem ouve

e de quem fala; informação errada; desvio da verdade; distorções; não se baseiam

em fatos e dados; dúvidas e choque de informações; perda de tempo; as

informações muitas vezes não chegam como deve ser; muita gente quer falar ao

mesmo tempo; e, transtorno entre os colaboradores, pois não chagamos a nenhum

acordo.

Já a rede formal atua como uma ferramenta de disseminação de informações

quando bem estruturada de manter a comunicação em perfeita sinergia entre os

diferentes níveis hierárquicos, como salienta Kunsch (2003). Em termos de

comunicação formal, rede usada pelos gestores da comunicação para se

comunicarem com os diferentes níveis hierárquicos por meio dos diferentes canais e

tipos de comunicação, também é bastante explorada na MFB, sendo esta analisada

a partir das questões de 24 a 28.

Em relação ao papel de controlar e registrar as conversas de corredores, os

públicos internos da MFB expressivamente discordaram ao atingirem 73% por cento

e apenas 15% que entendem que são registradas e controladas. Os dados

respectivamente expressam a falta de ações nesse sentido, como também

evidenciam a partir dos problemas pontuados que está havendo perdas em termos

de qualidade na comunicação interna da empresa, e que consequentemente pode

estar refletido no desenvolvimento das atividades.

Page 50: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

49

Gráfico (13) Comunicação Formal e Informal (Visão dos funcionários)

Segundo análise de 57% do público interno, os instrumentos de comunicação

formal atualizam as informações de modo rápido e adequado, sendo considerado

também nesta pesquisa que alguns funcionários não veem a questão da atualização

tão presente, sendo estes em uma margem de 34%, discordando em diferentes

níveis, como mostra mais um resultado subdividido no gráfico.

Outra observação é quanto à visão de qual instrumento de comunicação

formal é mais importante para empresa, às reuniões e os e-mails receberam maior

credibilidade com 35% e 32% por cento, enquanto os murais 15%, os comunicados

8%, o telefone 5% e o sistema de intranet 3%. Evidenciamos assim, que as reuniões

na MFB e os e-mails assumem o papel de maiores disseminadores das informações.

Page 51: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

50

Gráfico (14) Comunicação Formal e Informal (Visão dos funcionários)

É válido considerar ainda, que a análise dos funcionários contempla os

diferentes públicos, aqueles que são atualizados pela rede e os que desenvolvem

atividades na mina, sendo estes informados por meio das reuniões.

Contrapondo o mais importante com o menos eficaz, obtivemos resultados

reveladores, visto que 22% consideram exatamente o mural, tido como mais

importante como o menos eficaz, seguido deste veio o telefone com 21%, a intranet

com 20%, os comunicados com 10% e os e-mails com 4%.

Gráfico (15) (Comunicação Formal e Informal (Visão dos funcionários)

Page 52: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

51

Foi perguntado ainda qual instrumento de comunicação que não é utilizado

pela empresa que eles gostariam que fosse. Nas respostas sugeriram folders, rádio

comunitária e um instrumento com informações direto da gerencia. As respostas

demonstram que alguns sentem a carência de outros instrumentos de comunicação,

mas é válido considerar que pelo pouco número de sugestões os canais

disponibilizados pela empresa de uma forma ou de outra têm atendido à demanda

do público interno.

Com base nos dados quanto às redes formal e informal e, sobretudo, a partir

dos estudos de Kunsch (2003), percebemos que a formação dessas redes na MFB

como também em outros contextos organizacionais em alguns momentos

contribuem para o desenvolvimento dos trabalhos, em outros causam conflitos e,

ainda no caso da formal nem sempre cumprem na integra o seu real papel de

informar.

2.10 FLUXOS DA COMUNICAÇÃO INTERNA

O fluxo descendente que diz respeito às mensagens que são emitidas do topo

da organização para os demais, precisa levar em consideração alguns aspectos

decisórios, como a produção dos informativos, bem como adequação no processo

comunicativo. Com base nestes requisitos questionamos se o nível de instrução dos

funcionários é considerado nos instrumentos de comunicação utilizados pela

empresa e se a direção se comunica de modo adequado com seus funcionários.

Os dados mostraram que a comunicação descendente na empresa respeita

em parte os diferentes níveis de instrução dos funcionários. Inferência feita quando

perguntamos se o nível de instrução dos funcionários é considerado nos

instrumentos de comunicação utilizados pela empresa, sendo que 36% por cento

concordam parcialmente sendo que mais 30% se mostraram indiferente. O que dá

margem a necessidade de contemplar ainda mais a leitura dos diferentes segmentos

de leitores da MFB, visto que as informações só podem alcançar todos os públicos

quando passamos a respeitar as possíveis particularidades dos indivíduos.

Perguntamos também se a direção da empresa se comunica de modo

adequado com os funcionários e tivemos números bem próximos entre os níveis

concordo e discordo, foram 48% contra e 42% que concordaram. A partir dos dados

entendemos que existe um canal de comunicação entre gestores e funcionários

Page 53: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

52

relativamente funcional, mas que seu aprimoramento possa ser contínuo, tornando-

se um exercício diário dentro da organização.

Quanto à comunicação ascendente na empresa, fluxo de informações

passadas dos funcionários para gerentes, em que perguntamos se a empresa é

aberta para receber críticas e alternativas, os dados contabilizados novamente

apresentaram porcentagens bem próximas, sendo que 48% discordam e 45%

concordam que é dado esse espaço na empresa.

Gráfico (16) Fluxos da comunicação Interna (Visão dos funcionários)

Chegamos então, a uma possível conclusão, de que a empresa não tem

usufruído na integra as vantagens que o fluxo ascendente oferece. Método este

capaz de fazer a leitura do ambiente, no que compete as suas fragilidades e

potencialidades a partir da visão dos principais porta-vozes da verdade.

O fluxo horizontal que não perpassa por hierarquias de poder, sendo um

processo comunicativo entre pessoas na mesma condição funcional, foi o fluxo

analisado na empresa a partir do questionamento se os funcionários sentem-se a

vontade para manifestarem os seus posicionamentos para os colegas de trabalho.

Em relação aos resultados, tivemos controversas entre os 23% que se mostraram

indiferente e os 36% que concordaram parcialmente. Chegamos a mais uma

possível conclusão de que o fluxo horizontal na empresa é um reflexo das relações

interpessoais interferindo na comunicação entre os atores sociais, sendo este um

Page 54: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

53

dos fatores que mais interfere no andamento das atividades, na satisfação no

ambiente de trabalho, bem como nos resultados da produção.

2.11 COMUNICAÇÃO INTERNA E MOTIVAÇÃO

Como foi salientado no primeiro capítulo deste trabalho, a comunicação

interna não parte apenas de um mero contato com o público interno. O processo

comunicativo interno vai muito mais além, o que por sua vez é cobrado de seus

gestores atitudes que garantam comprometimento e legitimidade dentro das

organizações.

Em relação à motivação dos funcionários, para acontecer precisa levar em

consideração algumas premissas, a exemplo do reconhecimento e valorização do

ser humano. Segundo Pimenta (2004), cada pessoa possui um valor próprio, dessa

forma é necessário valorizar e respeitar suas potencialidades e fragilidades.

No caso da MFB, 25% dos funcionários se mantiveram indiferente quanto ao

seu trabalho ser valorizado e reconhecido pela empresa e 36% por cento

concordaram, mas parcialmente. Podemos perceber a partir dos dados que a

comunicação praticada na empresa não tem contribuído em grande escala para a

motivação dos mesmos, bem como são poucos os programas de incentivo e

valorização dos funcionários através da utilização dos instrumentos de comunicação.

Questionados se a empresa trabalha com programas de incentivo e valorização dos

funcionários através da utilização dos seus instrumentos de comunicação. 25% se

mostraram indiferentes e apenas 25% concordaram parcialmente.

Page 55: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

54

Gráfico (17) Comunicação Interna e Motivação (Visão dos funcionários)

A comunicação deve ser uma aliada no processo de motivação do público

interno. Segundo os dados da pesquisa na MFB, a comunicação na empresa tem

atingido um grau de contribuição relativamente satisfatório, visto que 45% por cento

do público interno concordaram parcialmente e totalmente que a comunicação

praticada na empresa contribui positivamente para motivação no trabalho.

Muitas são as facetas e métodos teóricos para estudar a comunicação nos

contextos organizacionais. Estes dados são resultados de mecanismos teóricos e

práticos que sustentaram para as possíveis leituras, que de uma forma ou de outra

podem vim a contribuir com os processos de gerenciamento da comunicação na

MFB.

Page 56: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

55

3. UMA REFLEXÃO CRÍTICA DA COMUNICAÇÃO INTERNA NA MFB

No que compete à comunicação organizacional estratégica, verificamos que

alguns problemas em termos de aplicabilidade presentes em diferentes contextos

organizacionais também se refletem na MFB. A questão da relevância a

comunicação na empresa, revelou que de fato os gestores em alguns momentos

deixam a desejar, bem como certificou que de fato a empresa precisa trabalhar em

um sentido de uma melhor valorização, pois não basta executar planos e projetos

sem reconhecer todo o potencial da ferramenta utilizada.

Outra observação é que não basta pensar que está sendo feito um trabalho

integrado se este não se reflete em resultados. Uma simples troca de habilidades

entre os profissionais uma vez ou outra não deve ser entendida como um processo

de integração. As interações precisam acontecer mesmo por meio de um caminho

lento, pois desafios carecem ser lançados visto que ainda estamos sendo educados

para uma cultura de troca de conhecimentos.

Se pararmos para analisar, tudo hoje transcorre por meio de um planejamento,

uma compra de um imóvel, as despesas mensais, até mesmo as atividades que

iremos desenvolver durante o dia. O caso do trabalho de comunicação nas

organizações não seria diferente. Um plano sólido precisa ser seguido na

perspectiva de contemplar uma política de comunicação com vista à especificidade

do ambiente.

Segundo resultado da pesquisa, a empresa dispõe de um plano de

comunicação. Bem formulado ou não, ele existe para a manutenção dos processos

comunicativos. A ressalva nesse aspecto surge pela falta de uma avaliação mais

pontual das ações que são desenvolvidas a partir do plano, pois deve ser

considerado que alguns funcionários desconhecem que avaliações são feitas na

empresa, ocasionando atitudes de insatisfação.

É importante entender que a qualidade nos processos comunicativos é algo

crucial, sendo necessária a inclusão no plano de um estudo sobre as

potencialidades e fragilidades presentes na comunicação desenvolvida na empresa.

Se até mesmo os gestores além dos funcionários reconhecem a falta de um

mecanismo bem mais controlador, isso mostra que essa lacuna precisa ser

preenchida em favor de uma comunicação bem mais planejada e articulada.

Page 57: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

56

Tanto os gestores quanto os funcionários em sua maioria concordaram

parcialmente em relação à eficácia dos instrumentos de comunicação

disponibilizados pela empresa. Este dado é entendido como positivo, se

considerarmos que tem atendido a demanda de uma forma ou de outra, mas é

preciso se ater que os instrumentos não devem ser desprovidos de estéticas e

qualidades que devem estimular para uma comunicação mais eficaz.

Por meio da pesquisa foi possível identificar que a barreira pelo excesso de

informações se faz presente na MFB. Se os gestores da MFB sentem a necessidade

de convocar muitas reuniões, emitir memorandos e impressos por toda parte, logo

precisam se articular com base em um planejamento.

Informações antigas em algumas empresas costumam ficar por um bom

tempo nos pontos de informação. A partir do método de observação registramos

nesta pesquisa que na MFB essa falha tem ocorrido com os murais. Sem uma

atualização pontual os informes com datas atuais tendem a se perderem no meio de

tanta informação, causando assim o excesso em termos visuais e a falta de estimulo

a leitura.

A questão das relações interpessoais é uma problemática encontrada nos

diferentes tipos de organizações. Sabemos que não podemos esperar por fórmulas

mágicas para resolvê-las, mas podemos procurar por meio das potencialidades da

comunicação controlar as tensões estrategicamente.

Se os atores sociais da MFB reconhecem que as relações precisam ser

melhoradas, logo subtendemos que mesmo com as ações desenvolvidas ainda não

encontraram a melhor forma de reverter a situação. Uma política de relações

interpessoais precisa atingir toda empresa e sua existência deve ser transparente

aos olhos de todos os grupos.

Outro aspecto é que o favorecimento do trabalho por meio da comunicação foi

visto pela maioria como positivo, mas é importante considerar que a visão dos

funcionários é de uma situação de desconforto em alguns momentos. Isso significa

que não trabalhar melhorias nesse sentido é deixar o problema criar raízes mais

consistentes, o que provocará ainda mais insatisfações e desequilíbrios no

funcionamento da empresa.

Enquanto profissionais da comunicação, precisamos entender que não

adianta introduzir instrumentos de comunicação, se não educarmos os respectivos

usuários para uma cultura de contato com as ferramentas. Um sistema de intranet,

Page 58: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

57

os e-mails, os murais, entre outros, precisam ser mais explorados nas organizações.

Sabemos que a rotina de trabalho é cansativa e que o excesso de informação é um

dos fatores que também interfere, mas quando a comunicação cumpre seu

verdadeiro papel de informar de uma forma ou de outra todas as partes são

contempladas.

A comunicação formal tem essa finalidade de atingir todos os níveis

hierárquicos de uma organização e mantê-los atualizados das diferentes

informações. A demanda por informações concretas e confiáveis é permanente,

cabe aos gestores preencher essa procura, entretanto, nem sempre isso tem se

realizado nas empresas.

No caso da comunicação formal desenvolvido na MFB, mesmo atingindo um

maior número a favor que as informações são atualizadas de modo rápido e

adequado, não podemos excluir a visão oposta, visto que são por meio destas que

podemos ler as possíveis falhas.

Em relação aos murais não serem vistos como um instrumento muito

importante dentro da empresa como mostrou o resultado dos dados, entendemos

que essa visão parte pela falta de um maior estímulo que o meio ainda não tem

oferecido. Uma suposição seria o fato de depositarem informativos sem ao menos

conter símbolos ou imagens que chamem atenção, o que torna o produto comum

mesmo seu conteúdo tendo um diferencial.

No que compete à comunicação informal, de fato não existe um método que

controle a formação desta rede dentro das organizações, pois esta faz parte do

processo de comunicação. Mas é preciso vê-la sob a ótica da contribuição na leitura

do ambiente, bem como interruptora do canal que os gestores querem manter com

os diferentes públicos.

Essa interrupção se dá devido à dualidade de informações que são geradas

no âmbito interno. No caso da MFB a relação de fatores decorrentes da

comunicação informal é algo que necessita ser analisado, para que os problemas

pontuados não reflitam diretamente no bom funcionamento da empresa.

Os diferentes níveis de instruções são fatores essenciais e decisórios durante

o processo comunicativo. Adaptar a linguagem falada e escrita para os diferentes

públicos é uma forma de atingir a verdadeira essência da comunicação, a qual

acontece quando ambas as parte interagem entre si. Partindo deste pressuposto, a

Page 59: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

58

comunicação na MFB precisa considerar bem mais as diferenças para atingir seu

objetivo de informar.

Ouvir os atores sociais por meio do fluxo ascendente tornou-se uma

necessidade dentro das organizações. Seus anseios, críticas e sugestões são

fatores que contribuem para um estudo do ambiente interno de forma simples e

vantajosa.

Nesse novo contexto que hoje se encontra a comunicação, não abrir espaço

para a troca acaba sendo um fechamento para os avanços, os quais fazem toda

diferença na imagem da organização e no seu crescimento em termos de mercado,

uma vez que será permitida a convergência de diferentes conhecimentos.

A troca precisa acontecer seja por meio do fluxo descendente, ascendente,

horizontal, e se até neste último em que a comunicação acontece entre os mesmos

níveis hierárquicos o processo tem sido dificultado na MFB, a problemática é ainda

maior. A liberdade de posicionamentos entre os colegas do mesmo setor dispõe dos

mesmos direitos, isso segundo os modelos tradicionais. Estando no mesmo

patamar, logo entendemos que não existe distanciamento e hoje mais ainda que já

não faz mais sentido a distância nem mesmo entre os elevados e baixos escalões

da empresa.

Quando os atores sociais estando motivados a empresa ganha em termos de

produção e a saúde psicológica do público interno agradece. A repetição de uma

atividade desmotiva, por isso que os programas de incentivos são recomendados e

um verdadeiro parceiro no controle da situação.

Se os gestores da MFB pouco desenvolvem programas de valorização e

reconhecimento, não podem achar o trabalho de supervisão não foi bem

desenvolvido quando houver perdas na produção, mas que seus realizadores

podem estar desmotivados com as mesmas condições de trabalho.

A comunicação não pode ser excluída enquanto suporte da promoção da

motivação, um leque de facetas é oferecido para os mais diferentes fins, basta então

colocá-las em prática a partir da demanda de cada ambiente.

As observações acerca da comunicação na MFB trazidas neste capítulo

partem da necessidade de sensibilização no tocante a inserção de novos

posicionamentos frente à comunicação interna na empresa. Entendemos aqui como

um primeiro estudo, mas ao mesmo tempo agregador de novas percepções do fazer

comunicação na organização. Um olhar sobre foi lançado a partir da pesquisa, o que

Page 60: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

59

por sua vez possibilitou identificar as potencialidades e fragilidades da comunicação

na MFB por meio das diferentes visões de gestores e funcionários.

3.1 SUGESTÕES E ALTERNATIVAS PARA COMUNICAÇÃO NA MFB

Os produtores da comunicação organizacional da MFB não devem fechar os

olhos com as lacunas apresentadas no ambiente interno, mas sim envolver-se com

a realidade e a partir dela pensar estrategicamente ações que ao menos reduzam as

discrepâncias, uma anseio da organização, bem como dos atores sociais.

É viável que os gestores da MFB tenham um olhar mais pontual e valorizador

da comunicação. O primeiro passo é perceber que todo o funcionamento do

organograma da empresa se valida por meio da comunicação, mesmo esta ainda

não sendo identificada de total relevância.

A visão dos gestores e funcionários foi louvável ao considerarem que a

comunicação em maior ou menor grau contribui para o cumprimento dos objetivos

da empresa, mas esse resultado não deve ser visto como satisfatório, pois é

necessário que os gestores façam uma leitura dos pontos que ainda se mostram

fracos para procurar superá-los a cada dia. Se hoje já conseguem contemplar um

nível considerável relativamente favorável, um melhor cumprimento do papel da

comunicação na empresa só irá favorecer ainda mais na consolidação das metas.

Uma alternativa para uma prática de comunicação integrada permanente na

empresa seria a formulação de um planejamento participativo de comunicação a

partir da visão dos diferentes responsáveis por toda a comunicação. Um momento

que se conseguiria absorver todas as ideias e promover um diálogo, ao mesmo

tempo em que seriam estimulados a desenvolver em conjunto suas estratégias de

comunicação.

Outra sugestão é a implantação de um departamento estratégico de

comunicação na empresa. Registramos nesta pesquisa que alguns setores se

articulam para manutenção dos processos comunicativos, mas sabemos também

que ora ou outra tendem a ficarem acarretados, visto que também desenvolvem

outras atividades. Um setor direcionado para formulação do plano e articulador de

toda a comunicação interna dentro da MFB seria um avanço muito positivo, o pensar

comunicação precisa de espaço, de uma gestão comprometida e de uma política

bem planejada e, sobretudo, bem executada.

Page 61: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

60

Outro passo é que os profissionais responsáveis pela gestão da comunicação

na empresa devem buscar mecanismos para uma melhor avaliação da qualidade da

comunicação organizacional.

As caixas de sugestões quando estrategicamente utilizadas podem contribuir

com o processo de avaliação, uma ferramenta simples, economicamente acessível e

de fácil uso. Mais uma opção seria a realização de uma pesquisa semestral ou

anual. Assim, os profissionais ficariam livres para se posicionarem quanto à

comunicação realizada durante o período, além de contribuírem lançando suas

sugestões. As reuniões também podem atuar com parceira nesta busca por

avaliações, mas é necessário que os gestores deixem transparecer que esta

funciona como um espaço aberto a fim de não gerar sentimentos de insatisfação

com as opiniões dirigidas.

O novo chama atenção e estimula a comunicação. Desse modo os

instrumentos de comunicação na empresa no que compete as suas formas de uso e

manutenção precisam ser maleáveis na perspectiva de estimular a leitura e o

entrosamento entre os que emitem e os recebem as mensagens. Os murais, os

comunicados, folders, entre outros, devem atender os critérios estéticos. Cores,

formatos, linguagens diz muito e provoca o desejo de contado com o conteúdo, o

que por sua vez contempla o objetivo de informar.

É importante também que a escolha pelos traços estéticos leve em

consideração a imagem que mais representa a política administrativa da empresa.

Personalizar um estilo pode ser fundamental para a identidade da organização que

consequentemente poderá conquistar uma melhor visibilidade na comunidade que

está inserida, para os atores sociais, bem como no mercado atuante.

É preciso uma reavaliação da quantidade de informações distribuídas, visto

que os funcionários da MFB consideram que de fato está havendo uma sobrecarga,

o que por sua vez pode está gerando a falta de estímulo em receber todas as

mensagens. A quantidade deve ser associada à qualidade e as necessidades de

cada momento, mas se de fato a empresa demanda de muitas reuniões que estas

sempre aconteçam de forma dinâmica, fazendo com que todos os envolvidos

interajam naquele espaço, sendo o diálogo flexível algo que precisa sempre ser

respeitado.

Faz parte da rotina dos gestores da comunicação a atualização das

informações. No caso da MFB, que não possui profissionais específicos para as

Page 62: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

61

questões comunicacionais, é viável que delegue entre os responsáveis a função de

atualizar os informativos diariamente.

Durante a entrevista, foi colocado por Dr. Henrique Marins, gerente

administrativo da empresa, a possibilidade trabalhar as informações dos murais

usando diferentes cores de papeis. Este trabalho segundo ele, já está sendo

desenvolvido na Unidade de Jacobina, onde também atua como gerente e tem

trazido resultados positivos. Uma proposta que pode contribuir muito com o incentivo

à leitura dos informes e que precisa ser colocada em prática na MFB.

As relações interpessoais, como já foi discutido neste trabalho, podem

favorecer ou comprometer o desenvolvimento das atividades. Deste modo a

empresa precisa desenvolver sua política a partir das lacunas identificadas. Uma

iniciativa seria os supervisores serem orientados a fazer sempre uma leitura do

ambiente, pontuando todas as alterações, registrando-as e avaliando-as, assim

saberá quais atitudes a serem tomadas em cada situação.

A comunicação, com o leque de possibilidades disponíveis para os diferentes

fins, pode estar favorecendo ainda mais os trabalhos na MFB com uma melhor

apropriação dos instrumentos disponíveis. Estimular o acesso às informações pelas

vias de contatos é algo que deve se tornar um exercício dentro da empresa. Mas

para isso os canais precisam ser adaptados para as diferentes necessidades. Os

informativos precisam atender sempre de modo especial os diferentes leitores; o

sistema de intranet buscando sempre o feedback; as produções da TV trazendo

sempre ideias inovadoras; as trocas de informações face a face respeitando o lugar

do outro enquanto receptor; as reuniões como um espaço de diálogo e troca e assim

por diante.

Tudo começa e recomeça a partir do zero. Se em uma situação ou outra os

gestores da comunicação perceberem que a comunicação formal tem caminhado

em direções desfavoráveis para o cumprimento das metas, é chegado o momento

de repensar as ações para que sejam supridas por carências emergentes. É um

processo de construção e reconstrução que a todo o momento precisa ser

trabalhado.

Temos como exemplo a visão de que o mural é um dos instrumentos menos

importantes para empresa. O resultado mostra que alternativas precisam ser

testadas, como a restruturação das molduras, mudanças na linguagem trabalhada

Page 63: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

62

nos textos, valorização do colorido, contemplar outras informações, enfim criar um

novo cenário para esse instrumento seria um primeiro desafio a ser lançado.

Sobre a comunicação informal, esta também demanda uma análise por parte

dos gestores, uma vez que o resultado da pesquisa revelou a existência de alguns

problemas gerados a partir de sua formação. Uma forma de estudo desta rede seria

o método de observação apropriado pelos supervisores, que ao identificarem os

possíveis entraves na comunicação podem está se articulando para criação de

algum mecanismo de intervenção.

Uma forma para contemplar a diversidade de leitores no que compete aos

diferentes níveis de instrução seria a personalização das mensagens. Para informar

o público dos mineradores estabelecia uma linguagem, com os gestores e setores

departamentais outra, e assim sucessivamente. Esse trabalho depende muito da

sensibilidade do profissional, principal responsável pela seleção dos meios, bem

como de sua linguagem. Contemplada essas diferenças teríamos um feedback bem

mais satisfatório, como também uma comunicação muito mais democrática. Para os

gestores da MFB se comunicarem adequadamente com todos os atores sociais, é

uma questão de disciplina que precisa a ser trabalhada, visto que enquanto

difusores de informações são os principais responsáveis pela qualidade dos

processos.

Para oportunizar as trocas de experiências e ouvir as possíveis sugestões, é

preciso que os gestores deixem claro que cultivam a criação de um espaço aberto

sem distanciamento entre as diferentes hierarquias. O exercício de ouvir o outro de

fato é uma atitude que não só as organizações demandam de amadurecimento,

como também de uma sociedade que se diz atualizada, mas que em alguns

momentos permanece fechada para viver novas experiências.

Em relação à promoção da motivação na MFB, um salto grande estaria

acontecendo se houvesse uma articulação entre os diferentes setores para uma

demarcação dos pontos com índices mais baixos de satisfação. Momento de

estabelecer as metas, de traçar as estratégias comunicacionais e de apostar em

atitudes simples, mas que fazem toda diferença em uma organização.

Contemplar todas as necessidades e soluções para aprimoração da

comunicação, não é uma questão de sobressair de uma cena para outra no dia

seguinte e resolver todos os problemas. Projetos experimentais precisam ser

pensados na perspectiva de criar e recriar novos modelos de gerenciamento da

Page 64: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

63

comunicação. Alternativas existem para serem lançadas e o processo de construir e

reconstruir das alternativas precisa girar em torno da flexibilidade dos processos,

quando alcançada, a comunicação nas organizações estará de uma forma ou de

outra atingindo seus objetivos.

Page 65: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

64

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contemplar toda demanda de uma gestão da comunicação ainda tem sido

uma tarefa complexa, bem como um enigma até mesmo ao nível de uma empresa

multinacional, como mostrou a realidade observada na Mineração Fazenda

Brasileiro (MFB).

Diante desta realidade, os profissionais que gerenciam a comunicação nas

organizações precisam trabalhar sua sensibilidade para identificar cenários e

situações carentes de ações, pois tem sido muito comum priorizar tais situações em

detrimentos de outras. Identificar as demandas emergentes e trabalhar a partir delas

não necessariamente pode ser visto como incorreto, no entanto, essa atitude pode

acarretar em um trabalho centralizador e fechado para o cumprimento de toda a

complexidade do processo comunicativo nas organizações.

É fato que os profissionais de comunicação precisam lidar com um mercado

mutável de transformações e com as diferentes posturas críticas que as pessoas

têm assumido, bem como buscar ampliar o conhecimento e dinamizá-lo na tentativa

de corresponder às exigências de mercado, principalmente ao que condiz sobre sua

área de atuação.

Tendo como base os dois pilares mais importante desta pesquisa, ou seja, o

funcionamento e os aspectos inerentes da comunicação interna na MFB, números

representativos mostraram que os gestores na empresa dentro de suas limitações e

possibilidades têm preenchido positivamente as demandas da comunicação, mesmo

que este trabalho ainda seja apontado como um processo em desenvolvimento.

Quanto aos possíveis entraves registrados podemos fazer inferências, que sejam

provenientes da falta de um trabalho mais sólido de comunicação, bem como a

inexistência de um departamento específico para planejar, executar e coordenar

estrategicamente a partir das deficiências em áreas previamente identificadas.

Com esta pesquisa realizada na MFB foi possível verificar sob o ponto de

vista dos gestores e dos funcionários que a comunicação interna mesmo com pontos

de divergência, tem correspondido às necessidades da empresa, como também que

estes se mostram conscientes da inexistência de uma melhor vigilância e tratamento

das barreiras, elemento que afeta diretamente nas condições de uma melhor

comunicação.

Page 66: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

65

É preciso compreender que o trabalho de comunicação nas organizações é

contínuo e carregado de fazer a leitura dos pontos críticos, oportunizando assim o

cumprimento das metas e mantendo acesa a chama de sua consolidação. Entraves

na comunicação ora ou outra surgem, fenômeno comum que com uma boa política

de comunicação se consegue energia suficiente para ultrapassá-los.

. Diante dos desafios encontrados na gestão da comunicação e considerando

esse primeiro estudo acerca da comunicação interna na empresa, cabe a MFB

refletir sobre o que até hoje já foi feito e as estratégias necessárias para aprimorar

sua política de comunicação. Em relação aos resultados obtidos avaliamos de forma

positiva, visto que conseguimos por meio dos métodos utilizados fazer uma leitura

produtiva do ambiente interno junto aos gestores e funcionários, o que oportunizou

ganhos em termos de pesquisa e um retorno à organização estuda por meio de um

estudo integrado e sistemático.

Em uma última análise, entendemos que em maior ou menor grau a proposta

foi contemplada, bem como seu objetivo. No trabalho de pesquisa novos

conhecimentos foram adquiridos e a empresa por sua vez poderá refletir a partir

deste levantamento sobre a real situação do seu processo comunicativo, podendo

ainda a partir das sugestões lançadas agregarem novas práticas a sua política de

comunicação.

Page 67: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

66

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69

Page 71: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

70

MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS GESTORES

1 1 2 3 4 5

2 1 2 3 4 5

3 1 2 3 4 5

4 1 2 3 4 5

5 1 2 3 4 5

6 1 2 3 4 5

7 1 2 3 4 5

8 1 2 3 4 5

9 1 2 3 4 5

11 1 2 3 4 5Os instrumentos de comunicação utilizados pela empresa são eficazes.

A empresa divulga adequadamente para o público interno a sua missão, visão e

valores.

É dada grande relevância a comunicação interna na empresa

A comunicação interna praticada pela empresa é estratégica par o cumprimento

dos objetivos da empresa.

A comunicação interna é articulada com a comunicação mercadológica

(marketing; pessoal de vendas).

O trabalho administrativo é facilitado pela comunicação praticada na empresa.

A empresa possui um departamento específico para planejar e executar as

ações de comunicação.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDC

CAMPUS XIV - CONCEIÇÃO DO COITÉ

COLEGIADO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

10

Quais os mecanismos de avaliação da qualidade da comunicação interna utilizados pela empresa?

[ ] Conversa com os funcionários [ ] Reuniões Participativas [ ] Questionários e Formulários

[ ] Outros (Especificar): __________________________________________

5 - Concordo

Totalmente

A comunicação interna auxilia na composição da imagem da empresa.

HABILITATAÇÃO RÁDIO E TV

QUESTIONÁRIO

OBJETIVO: Estudar o funcionamento da comunicação interna da MFB - Mineração Fazenda Brasileiro

ORIENTAÇÃO: O questionário abaixo é composto por questões de assinalar e abertas. Para as questões de assinalar

que tenham escala de 1 a 5 indique o grau de concordância, sendo 1 o grau mínimo de concordância e 5 o grau

máximo. Por favor, não deixe nenhuma assertiva sem resposta.

OBRIGADO POR SUA PARTICIPAÇÃO NESTA PESQUISA!

A elaboração dos instrumentos e ações de comunicação interna são itens do

planejamento da empresa.

A qualidade da comunicação interna é avaliada periodicamente.

1 - Discordo 2 - Discordo Parcialmente 3 - Indiferente4 - Concordo

Parcialmente

Page 72: A comunicação organizacional na empresa de mineração fazenda brasileiro uma análise do funcionamento da comunicação interna

71

MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS

1 1 2 3 4 5

2 1 2 3 4 5

3 1 2 3 4 5

4 1 2 3 4 5

5 1 2 3 4 5

6 1 2 3 4 5

7 1 2 3 4 5

8 1 2 3 4 5

9 1 2 3 4 5

11 1 2 3 4 5

12 1 2 3 4 5

13 1 2 3 4 5

14 1 2 3 4 5

15 1 2 3 4 5

16 1 2 3 4 5

17 1 2 3 4 5

18 1 2 3 4 5

19 1 2 3 4 5

OBJETIVO: Estudar o funcionamento da comunicação interna da MFB - Mineração Fazenda Brasileiro

10

A comunicação interna praticada pela empresa é estratégica par o cumprimento dos

objetivos da empresa.

QUESTIONÁRIO

Os instrumentos de comunicação utilizados pela empresa são eficazes.

A qualidade da comunicação interna é avaliada periodicamente.

5 - Concordo

Totalmente3 - Indiferente

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDC

CAMPUS XIV - CONCEIÇÃO DO COITÉCOLEGIADO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

HABILITATAÇÃO RÁDIO E TV

[ ] Conversa com os funcionários [ ] Reuniões Participativas [ ] Questionários e Formulários

[ ] Outros (Especificar): __________________________________________

Quais os mecanismos de avaliação da qualidade da comunicação interna utilizados pela empresa?

ORIENTAÇÃO: O questionário abaixo é composto por questões de assinalar e abertas. Para as questões de assinalar

que tenham escala de 1 a 5 indique o grau de concordância, sendo 1 o grau mínimo de concordância e 5 o grau

máximo. Por favor, não deixe nenhuma assertiva sem resposta.

OBRIGADO POR SUA PARTICIPAÇÃO NESTA PESQUISA!

2 - Discordo Parcialmente1 - Discordo4 - Concordo

Parcialmente

É dada grande relevância a comunicação interna na empresa

A elaboração dos instrumentos e ações de comunicação interna são itens do planejamento

da empresa.

A comunicação interna auxilia na composição da imagem da empresa.

O trabalho administrativo é facilitado pela comunicação praticada na empresa.

A empresa possui um departamento específico para planejar e executar as ações de

comunicação.

Sinto-me bem informado para cumprir minhas funções na empresa.

Considero que há excesso de informações na comunicação praticada na empresa (muitas

reuniões, memorandos, impressos, etc)

A comunicação interna é articulada com a comunicação mercadológica (marketing; pessoal

de vendas).

A empresa divulga adequadamente para o público interno a sua missão, visão e valores.

Sinto-me sobrecarregado com as informações da empresa.

As informações que recebo na empresa para executar meu trabalho são completas e

precisas.

Confio nas pessoas responsváeis por me fornecerem informações sobre o meu trabalho.

Considero a linguagem praticada pelos instrumentos de comunicação clara e direta.

Entendo que o relacionamento entre os funcionários da empresa precisa ser melhorado.

As relações interpessoais da empresa favorecem o trabalho em equipe.

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23 1 2 3 4 5

25 1 2 3 4 5

29 1 2 3 4 5

30 1 2 3 4 5

31 1 2 3 4 5

32 1 2 3 4 5

33 1 2 3 4 5

34 1 2 3 4 5

35 1 2 3 4 5

36 1 2 3 4 5

A direção da empresa se comunica de modo adequado com os seus funcionários.

A comunicação praticada na empresa contribui positivamente para a minha motivação no

trabalho.

Sinto que o meu trabalho é valorizado e reconhecido pela empresa.

A empresa trabalha com programas de incentivo e valorização dos funcionários através da

utilização dos seus instrumentos de comunicação.

O nível de instrução dos funcionários é considerado nos instrumentos de comunicação

utlizados pela empresa.

A empresa é aberta para receber críticas, opiniões e contribuições dos seus funcionários.

Os funcionários sentem-se a vontade para manisfestarem os seus posicionamentos para

os seus colegas de trabalho.

Os gestores mantêm um canal de comunicação satisfatório com os funcionários.

21

Quais os problemais mais comuns gerados pela comunicação informal?

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

Quais os instrumentos de comunicação formal são utilizados pela empresa?

[ ] Murais [ ] Intranet [ ] Comunicados [ ] Telefone [ ] Reuniões [ ] E-mails

[ ] Outros (Especificar): ________________________________________________________________________

22

24

Em momentos de crise nas relações interpessoais quais as atitudes são tomadas pela empresa para resolver o

problema?

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

20

Quais os principais tipos de comunicação informal você identifica na empresa?

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

Qual o instrumento de comunicação formal mais importante para a empresa?

Qual destes instrumentos de comunicação formal não é utilizado pela empresa e que você gostaria que fosse?

[ ] Murais [ ] Intranet [ ] Comunicados [ ] Telefone [ ] Reuniões [ ] E-mails

[ ] Outros (Especificar): ________________________________________________________________________

28

[ ] Murais [ ] Intranet [ ] Comunicados [ ] Telefone [ ] Reuniões [ ] E-mails

[ ] Outros (Especificar): ________________________________________________________________________

As conversas de corredores são registradas e controladas pela empresa.

Qual o instrumento de comunicação formal menos eficaz para a empresa?

[ ] Murais [ ] Intranet [ ] Comunicados [ ] Telefone [ ] Reuniões [ ] E-mails

[ ] Outros (Especificar): ________________________________________________________________________

26

27

Os instrumentos de comunicação formal atualizam a informação de modo rápido e

adequado.

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Foto: Bella Almeyda

Foto: Bella Almeyda

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Foto: Bella Almeyda

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MFB

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MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA

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Políticas ambientais

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IMAGENS: Arquivo MFB