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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE EM PACIENTE PORTADORES DE ENFISEMA ELIZABETH JACOB CAVALHEIRO RIO DE JANEIRO, JUNHO DE 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE

EM PACIENTE PORTADORES DE ENFISEMA

ELIZABETH JACOB CAVALHEIRO

RIO DE JANEIRO,

JUNHO DE 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

CURSO PSICOMOTRICIDADE

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE

EM PACIENTES PORTADOR DE ENFISEMA

ALUNO: Elizabeth Jacob Cavalheiro

ORIENTADOR: Jorge Tadeu Vieira Lourenço, M. Sc.

RIO DE JANEIRO,

JUNHO DE 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

CURSO PSICOMOTRICIDADE

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE

EM PACIENTES PORTADOR DE ENFISEMA

Elizabeth Jacob Cavalheiro

Trabalho Monográfico apresentado como

requisito parcial para a obtenção do

Grau de Especialista em Psicomotricidade

RIO DE JANEIRO,

JUNHO DE 2002

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RESUMO

A Sociedade Moderna incentiva a qualidade total em todos os seus

segmentos.

Este procedimento tem como ponto crucial a melhora da qualidade de vida

do ser humano, ou seja, uma sociedade mais justa em que o homem possa viver no

mais pleno gozo de suas qualidades físicas, mentais, sociais e espirituais. Sendo

assim, o objeto deste trabalho monográfico é mostrar de forma resumida e simples,

uma outra maneira de ver e tratar o paciente enfisematoso. E enfatizar a importância

do conceito de totalidade dentro da Psicomotricidade, deixando de lado o tratamento

segmentado e analítico, encarando-o de uma forma global.

O trabalho esta organizado em capítulos onde fala-se com brevidade sobre

o Enfisema Pulmonar, segue-se com problemas especiais do enfisematoso; mecânica;

respiratória; fisiopatológica da disfunção dos músculos respiratórios. Prossegue-se

com uma descrição da Imagem Corporal e Postural do Paciente. Aborda o inter-

relacionamento entre o Psicomotricista e o Paciente. E por fim, propõe-se a atuação

da Psicomotricidade na Recuperação do Paciente Enfisematoso.

Pela visão do exposto acima, ocorreu a idéia de uma pesquisa bibliográfica

e observativa, com a pretensão de conhecer e passar conhecimento do que mais atual

a Psicomotricidade esta realizando neste campo. Este trabalho visa a recuperação do

paciente enfisematoso e espera-se que traga maiores contribuições para os

profissionais de Psicomotricidade.

Vale exaltar que a Psicomotricidade caminha a “passos eletrônicos” e

portanto só se contribui efetivamente com bem estar total do ser humano se estiver

cientificamente atualizado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5

CAPÍTULO 1 ENFISEMA PULMONAR .................................................................... 7

1.1 Definição .............................................................................................................. 7

1.2 Etiologia ............................................................................................................... 7

1.3 Anatomia Patológica ............................................................................................ 7

1.4 Fisiopatologia ....................................................................................................... 8

1.5 Quadro Clínico ..................................................................................................... 9

CAPÍTULO 2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ENFISEMATOSO ............. 10

2.1 Problemas especiais do enfisematoso ................................................................ 10

2.1.1 Hiperinsuflação pulmonar ............................................................................... 10

2.1.2 Eficiência mecânica reduzida ......................................................................... 10

2.1.3 Impedância alta nas vias aéreas .................................................................... 10

2.1.4 Tosse ineficaz ................................................................................................. 10

2.1.5 Déficit na bomba ventilatória ........................................................................... 10

2.1.6 Presença de ansiedade, pânico e temor ......................................................... 10

2.2 Mecânica Respiratória ......................................................................................... 10

2.2.1 Mecanismo Respiratório Principal ................................................................... 10

2.2.2 Mecanismo Respiratório Acessório ................................................................. 11

2.2.2.1 Respiração de Origem Escapular ........................................................... 12

2.2.2.2 Respiração de Origem Nucal ................................................................... 12

2.2.2.3 Expiração ................................................................................................. 12

2.3 Fisiopatologia da Dsfunção dos Músculos Respiratórios no Enfisematoso ......... 13

CAPÍTULO 3 – IMAGEM CORPORAL E POSTURA DO PACIENTE

ENFISEMATOSO .............................................................................

15

CAPÍTULO 4 – PSICOMOTRICISTA X PACIENTE .................................................. 17

CAPÍTULO 5 – ATUAÇÃO DA PSCOMOTRICIDADE NA RECUPERAÇÃO DO

PACIENTE ENFISEMATOSO ..........................................................

18

5.1 Tratamento do Bloqueio Inspiratório .................................................................... 20

5.1.1 Manobra de relaxamento do diafragma .......................................................... 20

iii

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5.1.2 Trabalho para liberar o diafragma frente á massa visceral e abdominal ........ 20

5.13. Reeducação através da expiração forçada .................................................... 21

5.1.4 Reeducação pelo trabalho paradoxal do diafragma ....................................... 21

5.1.5 Percepção da caixa torácica ........................................................................... 21

5.1.6 Correção dos músculos inspiratórios acessórios bloqueados em inspiração . 23

5.1.7 Os abdominais ................................................................................................ 25

5.1.8 Relaxamento ................................................................................................... 26

CONCLUSÃO........................................................................................................... 28

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 29

ANEXO(S)

ANEXO A – Comprovantes Acadêmicos .............................................................

30

A.1 – Estágio ........................................................................................... 31

A.2 – Participação em Eventos Culturais ................................................ 33

iv

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INTRODUÇÃO

A escolha deste tema foi devido à análise de observações obtidas durante

diversos estágios desta autora durante o período de formação acadêmica. Isso levou à

reflexão sobre a forma pela qual o paciente era avaliado, por vezes desumana e

friamente, sendo segmentado e não trabalhado como um todo.

Devem-se tomar consciência que o enfisematoso é um paciente crônico

que tem consciência de seu mau prognóstico. São pacientes que contam inúmeros

atendimentos em Unidades de emergência, internações, muitas vezes em Centros de

Terapia Intensiva. É típico que sejam pessoas tensas e assustadas; temem uma nova

crise ou descompensação. Por isto e muitas outras razões não se pode vê-los

simplesmente como candidatos a fisioterapia respiratória e sim por um prisma

holístico, trabalhando-o como um todo.

Mesmo a Ciência vem demonstrando que o carinho, a ternura, no contato

do paciente com toda a equipe de saúde, ajudam-no a superar suas barreiras mais

facilmente. Isto, observa-se em particular, nos pacientes de Unidades de Terapia

Intensiva, auxiliando-os a superar sua estadia, que na grande maioria dos casos é

bastante prolongada, tornando-a mais amena e menos traumatizante.

O paciente é portanto um todo, que se não o enxergado pode prejudicar a

compreensão de uma verdade mais geral. Tem-se que trabalhar com o conceito de

totalidade e ver o paciente como um conjunto e não segmentá-lo, atendendo suas

necessidades básica no momento de terapia. Se assim não for, há que se trabalhar

com sínteses cristalizadas ou coaguladas, inviabilizando a possibilidade de mudanças.

Assim sendo, a cada sessão, o paciente sofre uma nova avaliação e seu

programa de tratamento nunca será exatamente o mesmo. Não se pode ver o

paciente e trabalhar a sua parte respiratória como se só existisse o tórax e o

diafragma. O enfisematoso tem uma “postura rígida” e uma caixa torácica fixa. Por

isto, um trabalho corporal melhorando a sua postura e aumentando sua flexibilidade

irá interferir de maneira positiva na dinâmica respiratória, proporcionando uma melhor

resposta ao tratamento medicamentoso, com melhora na qualidade de vida desses

indivíduos e proporcionando sua reintegração na sociedade.

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Considerando às várias afecções que podem afetar os pulmões esta o

enfisema pulmonar que atingem adultos ou idosos, numa faixa etária 50/60 anos.

Setor ambulatorial de uma Instituição Pública.

O trabalho esta organizado da seguinte forma:

No capítulo 1, fala-se com brevidade sobre o Enfisema Pulmonar:

Definição. Etiologia, Anatomia Patológica e o Quadro Clínico.

No capítulo 2, faz-se uma consideração geral sobre o enfisematoso, onde

destaca-se os problemas especiais do Enfisematoso; mecânica; respiratória;

fisiopatologia da disfunção dos músculos respiratórios no Enfisematoso.

No capítulo 3, segue-se com uma descrição da Imagem Corporal e Postural

do Paciente.

No capítulo 4, aborda-se o inter-relacionamento entre o Psicomotricista e o

Paciente.

Por fim, no capítulo 5, propõe-se a atuação da Psicomotricidade na

Recuperação do Paciente Enfisematoso.

Pela visão do exposto acima, ocorreu a idéia de uma pesquisa bibliográfica

e observativa, com a pretensão de conhecer e passar conhecimento do que mais atual

a Psicomotricidade está realizando neste campo.

Nasceu então a Contribuição da Psicomotricidade em Paciente Portador de

Enfisema.

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CAPÍTULO 1

ENFISEMA PULMONAR

1.1 Definição

O enfisema caracteriza-se por aumento anormal e permanente dos espaços

aéreos distais aos bronquíolos terminais, acompanhado por destruição de suas

paredes, e sem fibrose óbvia. O processo destrutivo situa-se no ácino-pulmonar, isto

é, conjunto de estruturas originadas dos bronquíolos terminais.

As alterações do enfisema causam redução na retração elástica pulmonar,

que permite colapso excessivo das vias aéreas na expiração e leva à obstrução

irreversível ao fluxo aéreo.

A obstrução das vias aéreas resulta em lentificação da expiração forçada,

que é determinada por 3 fatores: resistência intrínseca das vias aéreas,

complexibilidade das vias aéreas, e retração elástica pulmonar. A diminuição do fluxo

expiratório máximo resulta da grande diminuição da retração pulmonar, e/ou excessiva

colapsabilidade das vias aéreas. Os dois distúrbios mais comuns que fazem parte

dessa obstrução crônica do fluxo aéreo são enfisema bronquite crônica. Apesar da

fisiopatologia da limitação ao fluxo aéreo ser diferentes nessas duas doenças, na

prática os pacientes tem frequentemente ambos os distúbios. (GARDNER, 1989.)

1.2 Etiologia

Os dois fatores etiológicos principais que foram identificados no enfisema

são: o hábito de fumar cigarros e uma predisposição hereditária, que é pela deficiência

de uma proteína chamada alfa-1-inibidora de protease (L1-IP).

1.3 Anatomia Patológica

É caracterizada por destruição das paredes alveolares e aumento dos

espaços aéreos terminais em um padrão desigual.

Vários tipos de enfisema tem características anatomopatológicas distintas.

Os tipos mais importantes são enfisema panacinar e centroacinar. No enfisema

centroacinar, o processo é mais intenso na porção central do lóbulo, e é a forma mais

comum de enfisema; no enfisema panacinar o defeito ocorre uniformemente em todo o

ácino. (GARDNER, 1989.)

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Nas grandes vias aéreas, é observada inflamação nas vias aéreas e ao

redor destas, com estreitamento da luz, impactação de muco e alterações

obliterativas.

1.4 Fisiopatologia

O baixo fluxo aéreo expiratório no enfisema é devido a perda da tendência

natural do pulmão de resistir à expansão. Uma das consequências da diminuição da

retração elástica é uma pressão motriz menor para expelir o ar dos alvéolos durante a

expiração. Uma outra consequência é a perda da tração radial sobre as vias aéreas

fornecida pelas paredes alveolares, promovendo assim o colabamento da via aérea

durante a expiração. Quando o tecido alveolar é destruído, a estrutura de suporte do

parênquima pulmonar diminui, por isto é menor a tração radial que se exerce para

evitar o colabamento da via aérea.

A diminuição da retração elástica no enfisema também altera a

complacência do pulmão e os volumes pulmonares. Devido a diminuição da retração

elástica o pulmão do enfisematoso resiste menos à expansão do que a seu análogo

normal. Assim, o pulmão tem maior volume a qualquer pressão transpulmonar, o que

leva o enfisematoso a ser hiperinsuflado. A CPT está aumentada, pois a perda da

retração elástica resulta em uma força menor se opondo à ação da musculatura

inspiratória. A CRF também está aumentada, pois o equilíbrio entre a contração

expansora da parede torácica e a retração do pulmão está deslocada a favor da

parede torácica. O VR está subitamente aumentado, pois vias aéreas com fraca

sustentação são mais suscetíveis ao colabamento durante uma expiração máxima. No

enfisematoso, a não-uniformidade do processo de doença resulta em alteração da

relação ventilação/perfusão ( V/Q ), tendo áreas de baixa relação V/Q e fornecendo

sangue insaturado, o que leva à hipoximia arterial. (GARDNER, 1989.)

Os mecanismos que contribuem para a hipoventilação alveolar e retenção

do CO² no enfisematoso são:

a) maior trabalho expiratório

b) anormalidade do centro respiratório

c) alteração da relação ventilação-perfusão criando algumas áreas com alta relação

V/Q, que funcionam como espaço-morto

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d) a fadiga dos músculos inspiratórios também é uma das causas de retenção de CO²

1.5 Quadro Cínico

Os sintomas comumente referido são dispnéia e tosse, frequentemente com

produção de escarro. Alguns pacientes são assintomáticos e podem ser

diagnosticados por testes de função pulmonar.

O fator precipitante de uma exacerbação costuma ser uma infecção do trato

respiratório, principalmente de origem viral.

Ao exame físico, muitas vezes são magros, não são cianóticos e não

apresentam o edema de extremidades característico de insuficiência cardíaca direita.

O exame do tórax muitas vezes revela um aumento do diâmetro

anteroposterior, indicado hiperinsuflação dos pulmões. Os pacientes usam em

excesso a musculatura respiratória acessória e possuem uma diminuição na excursão

diafragmática. (LACÔTE, 1987)

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CAPÍTULO 2

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ENFISEMATOSO

2.1 Problemas especiais do enfisematoso

2.1.1 Hiperinsuflação pulmonar

Além da doença broncopulmonar propriamente dita, a DPOC conduz a uma

verdadeira miopatia ventilatória.

A hiperdistensão pulmonar distende o tórax e abaixa o diafragma,

encurtando suas fibras musculares, o que as coloca num ponto desvantajoso da

relação força-comprimento. A deformidade torácica leva à assincronia

toracoabdominal durante os aumentos da ventilação. (STEVEN, 1989)

Com o encurtamento das fibras não consegue uma boa contração

muscular.

2.1.2 Eficiência mecânica reduzida pela dificuldade da musculatura

inspiratória em repousar, incapacitando progressivamente o paciente ao trabalho

respiratório fatigando-o facilmente, pela postura inadequada, pelo aumento do auto-

peep e pela hiperinsuflação dinâmica. (STEVEN, 1989)

2.1.3 Impedância alta nas vias aéreas, devido principalmente a presença

de secreção.

2.1.4 Tosse ineficaz, sem força para tossir vamos ter acúmulo de secreção

e consequentemente sucetíveis a infecção pulmonar.

2.1.5 Déficit na bomba ventilatória, que tem por objetivo as trocas

gasosas, ocorre pela alteração na caixa torácica e nos músculos respiratórios.

2.1.6 Presença de ansiedade, pânico e temor, que causa hiperventilação

e com isso aumenta a demanda ventilatória.

2.2 Mecânica Respiratória

2.2 .1 Mecanismo Respiratório Principal

Quando a respiração é de fraca amplitude, o diafragma tem como ponto fixo

suas inserções lombares, costais e esternais, e abaixa o seu centro tendíneo. Este

freado pelas vísceras abdominais, contidas pelos músculos abdominais e perineais e

pela tração exercida pelo pericárdio, torna-se, por sua vez um ponto semi-fixo e ergue

ligeiramente as costelas. As costelas tem um movimento de “alça de balde”, este

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movimento tem uma orientação própria, de cada lado, porque as relações costela-

vértebra são diferentes. Elas se modificam progressivamente ao longo da coluna: o

movimento da primeira costela é orientado para frente e para fora e o das costelas é

orientado para trás e para fora.

Quando a inspiração é forçada o centro tendíneo abaixado recebe no final

de sua excursão uma igual contrapressão das vísceras mantidas pelos músculos

abdominais e perineais e fica fixo. Com isso permite uma forte elevação das costelas

inferiores e do esterno, ocasionando um aumento dos diâmetros do tórax (vertical,

antero-posterior e transversal). A elevação lateral das costelas desencadeia a

contração do músculo transverso (reflexo miotático), por suas fibras estarem

entrelaçadas as fibras musculares diafragmática ao nível das seis últimas costelas. O

transverso fecha-se lateralmente, diminuindo ainda mais o perímetro abdominal

permitindo a manutenção da massa visceral. A elevação das costelas inferiores coloca

em tensão igualmente as aponeuroses dos oblíquos externo e interno, preparando-se

para uma contração dinâmica eventual em caso de uma expiração voluntária.

(SOUCHARD, 1987.)

2.2.2 Mecanismo Respiratório Acessório

A fixação do centro tendíneo permite que as inserções lombares do

diafragma exercem uma tração sobre as vértebras lombares e os discos

intervertebrais, acentuando a lordose lombar, que é o ponto de partida de uma

contração dos músculos espinhais por um mecanismo de pré-tensão. Essa ação é

nítida especialmente ao nível L1 – L2 , assim como em D11 – D12 onde a mobilidade

das costelas flutuantes permitem uma tração direta sobre as vértebras. É provável que

o espinhal do tórax, cujas inserções situam-se sobre D11, D12, L1, L2 seja o motor

principal dessa ação.

Os músculos espinhais são inspiratórios devido à póstero-flexão que

provocam na coluna vertebral, o que abre o gradeado costal na frente. E são também

inspiratórios devido à tração para baixo (rotação externa) que o dorso longo e o

iliocostal efetuam sobre as costelas assim, agem a partir de baixo, de ponto fixo costal

em ponto fixo costal, com o cordão de uma persiana.

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A contração inspiratória dos espinhais pode propagar-se até a primeira VT e

até a primeira costela, através do longo dorsal que vai até T1 e através do iliocostal

cujos dois feixes inferiores podem contrair-se independente do feixe superior. Essa

fixação inspiratória da coluna torácica permite que os inspiradores escapulares

funcionem. Quando a contração dos espinhais se propaga até a cabeça pelo semi-

espinhal da cabeça, a fixação da nuca permite a contração dos músculos inspiratórios

acessórios que aí se inserem. (SOUCHARD, 1987.)

A escolha da respiração nucal ou escapular depende da ação em curso; se

é preciso liberdade da cabeça é escolhida a inspiração escapular e se é necessário a

liberdade dos braços é empregada a inspiração nucal. Quando a liberdade da nuca e

cintura escapular forem necessárias, apenas os espinhais entram em jogo até o nível

D1, graças ao dorsal longo, espinhal do tórax e iliocostal e torácico.

2.2.2.1 Respiração de Origem Escapular

A fixação do dorso até T1 torna-se possível. Quando a escápula serve de

ponto fixo graças à ação do rombóide e trapézio médio que unem à coluna, ela se

realiza através dos inspiratórios acessórios que são o serrátil anterior e o peiitoral

menor. Quando o braço serve de ponto fixo, a inspiração acessória é assegurada pelo

grande dorsal. A fixação dorsal até D1 permite a contração dos intercostais a partir dos

pontos fixos superiores que lhes são oferecidos, e então, elevam as costelas.

2.2.2.2 Respiração de Origem Nucal

A sustentação da nuca e da cabeça permite a respiração nucal, que é feita

pela ação do esternocleidomastóide e dos escalenos. A partir desses pontos fixos, os

intercostais podem então elevar as costelas.

2.2.2.3 Expiração

• A expiração de pequena amplitude é puramente passiva, quando após a

contração diafragmática, permite sua subida ao se relaxar. Trata-se de um movimento

passivo permitido pela elasticidade da cintura muscular abdominal e do períneo.

• A expiração de grande amplitude é essencialmente ativa, coloca em ação

o transverso que empurra a massa visceral, o que contribui para a subida do

diafragma além de sua posição de equilíbrio. O transverso abaixa as seis últimas

costelas. O quadrado lombar, puxa vigorosamente a 12ª costela para baixo. A

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contração dos oblíquos interno e externo permite o abaixamento das costelas, com

exceção das quatro primeiras. O oblíquo externo sobe até a 5ª costela, então as

primeiras não contam com qualquer expiratório acessório além dos intercostais, o que

faz com que não se possa disputar ar com os escalenos. Este ar residual, não é

possível expulsar, e com isso evita qualquer risco de pressão negativa nos pulmões, o

que acarretaria passagem de sangue para os alvéolos pulmonares.

2.3 Fisiopatologia da Disfunção dos Músculos Respiratórios no

Enfisematoso

Sem dúvida, o impacto mais importante que a limitação do fluxo aéreo tem

sobre os músculos respiratórios é em virtude da hiperinsuflação pulmonar no qual está

associado. A hiperinsuflação impõe várias limitações na função dos músculos

respiratórios, leva ao encurtamento dos músculos respiratórios e do diafragma

fazendo com que toda musculatura trabalhe numa posição desvantajosa.

O diafragma fica comprometido pela distorção geométrica que a

hiperinsuflação induz. Como o diafragma é achatado e encurtado, a sua contração é

menos eficiente, e progressivamente não será capaz de converter efetivamente tensão

em pressão.

Com o aumento da hiperinsuflação pulmonar, a zona de oposição diminui.

Esta zona se refere a região costal do diafragma, a parte lateral da parede torácica.

Em pacientes normais, quando o diafragma se contrai o aumento da pressão

abdominal é transmitida para a caixa torácica através desta zona a fim de facilitar a

expansão torácica, e com o aumento do volume pulmonar a contribuição do diafragma

na expansão torácica vai reduzindo.

“Quanto mais alongado estiver o músculo maior será a sua força de

contração, por isto com o encurtamento das fibras musculares a força de contração

será menor.”

Os músculos respiratórios têm consumo de O2 aumentado, o que os torna

vulneráveis a déficits importantes de equilíbrio energético. No enfisematoso adiantado,

distúrbios nutricionais reduzem a massa muscular. Como andamento desses

processos, há tendência a fadiga muscular e falência muscular, que leva a retenção

de CO2.

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Paciente enfisematoso em repouso demonstra um aumento no volume

minuto marcado pelo aumento na frequência respiratória e volume corrente normal ou

diminuído e diminuição no tempo expiratório. Quando o tempo expiratório é curto e

menor que o tempo inspiratório, ocorre dificuldade para o repouso da musculatura

inspiratória, incapacitando progressivamente o paciente ao trabalho respiratório e

provoca modificações no mecanismo de frenação expiratória, sendo este fato

extremamente importante e crítico em paciente hiperinsuflado e com desvantagem

mecânica do diafragma e retenção de CO2.

Três distintos modos de respiração podem aparecer no enfisematoso:

a) Assincronismo respiratório entre abdomen e da caixa torácica;

b) Respiração alterada – o paciente inspira com o tórax em alguns momentos e em

outros com o diafragma;

c) Respiração paradoxal – movimento do abdomen e da caixa torácica em direção

opostas (invertido).

OBS: A respiração alternada e a paradoxal podem indicar sinais clínicos de fadiga,

como dispnéia e retenção de CO2.

A desvantagem mecânica devido a hiperinsuflação irá fazer com que esses

pacientes usem a musculatura acessória e faz com que respirem rápido e superficial,

que pode ser devido a influência central – (SNC) e/ou periférica (músculo) e

frequentemente é acompanhado de movimentos descoordenados da caixa torácica e

do abdomen.

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CAPÍTULO 3

IMAGEM CORPORAL E POSTURA DO PACIENTE ENFISEMATOSO

Entende-se por imagem do corpo humano a figuração de nosso corpo

formada em nossa mente. Dentro disso, há sensações que vem dos músculos, dos

ossos, das articulações, da pele, e há também sensações provenientes das vísceras.

Além do mais existe a experiência imediata de unidade do corpo, essa percepção de

unidade e chamada de esquema corporal, que enfatiza a importância do

conhecimento da posição do corpo.

O corpo sofre alterações de acordo com as suas experiências no passar

dos anos, registrando então uma carga de emoção e a personalidade do indivíduo.

Uma pessoa muito tensa poderá causar distorções posturais por por

excesso de contração muscular que tendem a diminuir a atividade dos fusos

neuromusculares do sistema gama e consequentemente haverá uma carência de

transmissão de impulsos ao cérebro, que acaba por não informar ao cérebro sobre a

deformidade postural, e ela então não será corrigida. Isto é o que ocorre com o

paciente enfisematoso que tem a sua musculatura tensionada, principalmente os

músculos inspiratórios.

A hiperinsuflação pulmonar faz com que toda a musculatura inspiratória

fique constantemente contraída. Isto favorece ao encurtamento de toda a musculatura,

principalmente a do diafragma, que encurtamento levará a alterações posturais. Toda

a musculatura está interligada, possui uma relação íntima desde a nuca até a planta

do pé ( cadeia cérvico-toráco-abdômino-pélvica).

Somatizando a estes fatores ainda tem o “stress”, a tensão e a angústia a

que estes pacientes são submetidos a cada crise e/ou descompensação. “Só quem

tem falta de ar sabe o que é, querer respirar e não ter ar”.

Por todas estas razões, o indivíduo assume uma postura de

“empilhamento”, isto é, encurtamento de toda a cadeira posterior e consequentemente

altera a harmonia das curvas vertebrais e dos segmentos: nuca curta, cabeça para

frente, cifose dorsal, hiperlordose lombar, rotação interna dos fêmures e dos ombros.

Isto ocorre principalmente pelo encurtamento dos músculos espinhais do diafragma,

dos iliopsoas e adutores pubianos (pectíneo, adutor curto, adutor longo, reto interno, e

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porção anterior do adutor magno). O encurtamento desses músculos, ainda, impedem

o bom posicionamento do joelho e calcâneo. (BIENFALT, 1989.)

O aumento dos diâmetros torácicos devido a hiperinsuflação pulmonar,

caracteriza o tórax em tonel, típico do enfisematoso.

As diversas combinações dessas alterações acarretam não apenas as

deformidades mais ou menos acentuadas do corpo, mas também as feiúras

corriqueiras e admitidas muitas vezes como normais.

Quando se corrigem ou diminuem essas alterações o tórax apresenta seu

máximo de amplitude e se consegue chegar a um ponto maior de relaxamento da

musculatura respiratória, aumentando a mobilidade da caixa torácica. Por isto, deve-

se fazer nesses pacientes, um trabalho de reeducação postural global, incluindo a

conscientização do esquema corporal, que está toda alteração, dando a eles entrada

sensorial de toda a caixa torácica, estrutura óssea e muscular.

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CAPÍTULO 4

PSICOMOTRICISTA X PACIENTE

Temos que ser profissionais fisicamente e profissionalmente, pois assim,

seremos capazes de bem servir, cuidar e tratar nossos pacientes. Ao lidarmos com

pacientes crônico devemos ter em mente:

“Cuidar algumas vezes, consolar com frequência e cuidar bem sempre”.

Temos que observá-los, nos aproximar, tocá-los, para tentar conhecer seus

anseios, vulnerabilidade, limitações, divergências e respeitá-los.

Na Unidade de Terapia Intensiva existem diversos fatores que tendem a

desumanizar o tratamento e afastar o terapeuta de seu paciente. Habitualmente o

paciente se encontra ligado a diversos aparelhos que ficam ao seu redor, dificultando

o acesso. Como poderá você conhecer uma pessoa intimamente sem tocá-la,

transmitir carinho e atenção, sem encará-la olho-no-olho? Isto é impossível! O

paciente tem que ter afinidade, aproximação, confiança no seu terapeuta. Sem esta

aproximação, o crescimento do nosso trabalho ficará muito difícil. (MONTEGU, 1988.)

Tomar a mão do paciente faz com que ele confie em seu terapeuta. O que

se aplica a praticamente qualquer pessoa numa situação de “STRESS”, ocorre a

possibilidade de se exercer um efeito calmante, reduzindo a ansiedade. Dá tanto ao

que toma a mão, como ao que tem tomada, uma sensação maior de segurança. Para

isto uma simples explicação:

“A estimulação tátil parece ser uma experiência fundamentalmente

necessária ao desenvolvimento comportamental saudável do indivíduo”.

Isto deve ser lembrado toda vez que for tratar desses pacientes.

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CAPÍTULO 5

ATUAÇÃO DA PSCOMOTRICIDADE NA RECUPERAÇÃO DO PACIENTE

ENFISEMATOSO

Pelo que vimos de toda cadeia muscular envolvida na respiração e a cadeia

cérvico-tóraco-abdômino-pélvico, podemos concluir que o diafragma é a estrutura

mais potente capaz de impedir o livre deslizamento das fáscias e com isso diminui a

flexibilidade de toda a cadeia muscular.

Toda essa visão de cadeia nos faz modificar a maneira de tratar um

enfisematoso, vendo-o de uma maneira global a fim de obter uma maior mobilidade de

caixa torácica e melhorar a sua mecânica respiratória. Assim, conseguiremos realizar

a reeducação diafragmática com mais sucesso, soltando todo o conjunto

aponeurótico, fascial, ligamentar, tendinoso e muscular que estão ligados a eles.

O tensionamento progressivo de toda a musculatura que está relacionada

com a postura do enfisematoso, permite a contração excessiva de alguns grupos

musculares, de “nó” muscular, em “nó” muscular.

Não se deve forçar a amplitude respiratória dentro de uma caixa torácica

deformada, deformando-a mais ainda. Os movimentos que acompanham as fases da

respiração, provocam o agravamento da deformação morfológica e o fracasso do

tratamento.

Estando a caixa torácica ligada na sua parte posterior à coluna, a sua

mobilidade se consegue liberando esta última.

A extensão da coluna favorece a inspiração e aumenta ainda mais a

lordose lombar. Mas nessas condições, se obtém ainda mais o detrimento da

morfologia, por esse movimento ser lordosante, deformando a coluna, a caixa torácica

e o diafragma. Basta observar o aspecto anti-estético do tronco durante a inspiração

forçada.

É fundamental o bom posicionamento do paciente durante a terapia para

evitar a deformidade da coluna, principalmente a extensão da cabeça e a hiperlordose

lombar.

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A boa posição da cabeça é essencial, pois é ela que centraliza as

informações e de onde partem os influxos para todos os músculos, e as ações de

endireitamento sempre começam pela cabeça.

A terapia deve ser constituída de um treino expiratório, pois a expiração é o

maior problema, devido ao estado permanente de inspiração por retração dos

músculos suspensórios da cintura escapular e caixa torácica.

- Portanto, ao reeducar o paciente deve-se:

a) Renunciar ao intuito de fortificar os espinhais que não são fracos

demais, mas sim curtos e resistentes;

b) Banir qualquer tratamento segmentar ou analítico;

c) Evitar o bloqueio respiratório.

- Por outro lado, é preciso:

a) Lutar contra a retração dos músculos posteriores e músculos

inspiratórios, alongando-os;

b) Estirar de modo global o conjunto desses músculos em todas as suas

funções;

c) Corrigir mediante tracionamento as posturas e acentuação das

curvaturas;

d) Liberar o bloqueio respiratório;

e) Aumentar a tonicidade dos músculos abdominais;

f) Dar percepção da caixa torácica;

g) Relaxamento.

Antes de começar o trabalho com o paciente, peça-lhe que desabotoe toda

a roupa, tudo o que aperta o corpo. Peça para que ele deite de costas no chão.

Completamente. Braços estendidos ao longo do corpo, palmas voltadas para o alto,

pés à vontade. Deixe o silêncio instalar, será mais fácil se ele fechar os olhos. Peça

para que ele sinta o contato do seu corpo no chão, quais os pontos de contato? Como

encostam:

a) os calcanhares?

b) as nádegas? os ossos da bacia? o sacro?

c) as costas? quantas vértebras encostam no chão?

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d) as omoplatas?

e) os ombros?

f ) a cabeça? você sente o peso dela?

Preste atenção nos maxilares. Se estiverem cerrados, tente soltá-los. Deixe

a língua alargar-se na boca. Deixe-a tomar espaço na cavidade bucal. Pronto! É o

começo do trabalho.

É importante o paciente ter a sensação do seu corpo antes e depois de ser

trabalhado, para que ele sinta a diferença e tome consciência disso.

5.1 Tratamento do Bloqueio Inspiratório

A supremacia dos músculos inspiratórios acessórios sobre os expiratórios

projeta a cabeça e os ombros irá causar, portanto, um bloqueio inspiratório, sobretudo

localizado na terminação do músculo envolvido nesta manobra. No caso de bloqueio

inspiratório grave e generalizado, primeiramente solicita-se ao indivíduo que aprenda a

relaxar seus músculos inspiratórios com bom posicionamento da nuca, das costas e

dos ombros. Para conseguí-los, deve suspirar profundamente sem solicitar os

músculos expiratórios. Conforme o nível de bloqueio o terapeuta intervém

manualmente e progressivamente para corrigir em particular esta região. Se o

bloqueio torácico for alto, o indivíduo deve suspirar enchendo a barriga, se for, inferior

deve suspirar entrando a barriga.

O bloqueio diafragmático em inspiração é assinalado por uma lordose ao

nível D11, D12, L1, L2, e ainda por um comportamento morfológico inspiratório

generalizado do indivíduo.

5.1.1 Manobra de relaxamento do diafragma

Consiste em uma massagem aplicada desde as últimas costelas até o

umbigo. Devem ser aplicadas pressões suaves sobre a pele permitindo um

relaxamento diafragmático. São completadas por uma massagem ao longo das

costelas inferiores, realizada dos dois lados com a ponta dos dedos desde a apêndice

xifóide até a face lateral do tórax.

5.1.2 Trabalho para liberar o diafragma frente à massa visceral e

abdominal:

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Este trabalho deve ser feito em posição corrigida da lordose lombar e

pescoço, tem por finalidade liberar as relações antagonistas do diafragma e dos

abdominais. Pode ser liberado das seguintes formas:

5.1.3 Reeducação através da expiração forçada

Ela permite o relaxamento do diafragma, ao mesmo tempo pela subida de

seu centro tendíneo no tempo expiratório e pelo estiramento de suas inserções

lombares, graças à posição corrigida da lordose lombar (eleva-se os membros

inferiores a 90º). Toda expiração deve ser feita com a boca aberta, sem controlar o

fluxo de ar e sem tolerar o menor bloqueio do centro tendíneo. Este tipo de trabalho

requer vigoroso contração dos abdominais.

O diafragma não deve controlar a sua subida, o que supõe que as vias

aéreas superiores estejam totalmente abertas.

Nesta reeducação pela expiração forçada, fazemos contrair os músculos

abdominais sem permitir a menor resistência do diafragma.

5.1.4 Reeducação pelo trabalho paradoxal do diafragma

A presença de bons músculos abdominais não é garantia de uma relação

fluida entre diafragma e abdominais. Quando solicitamos a expiração a um indivíduo

com tal característica ele contrai a barriga na expiração; destes pacientes exige-se

pelo contrário, que estufe a barriga na expiração.

O único meio para obter a liberação das relações entre o diafragma e os

abdominais consiste em solicitar uma expiração “enchendo” a barriga. Esta contração

paradoxal do diafragma só se pode obter por comando voluntário. O diafragma abaixa

sem encontrar menor resistência dos abdominais.

A expiração solicitada só pode ser feita a nível torácica superior e costal

inferior, através do quadrado lombar, visto que todo rebaixamento do diafragma é

sinônimo de inspiração.

Essa manobra deve ser realizada em posição de correção de lordose

lombar, sem controle de laringe ou músculo abdominal durante a expiração.

5.1.5 Percepção da caixa torácica

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O terapeuta dará a esse paciente a percepção da caixa torácica, através de

entrada sensorial de toda a caixa torácica, estrutura muscular e óssea.

Deve-se trabalhar o paciente bem posicionado, corrigindo a hiperlordose

lombar e a extensão de pescoço e deixando-o numa posição confortável.

. Paciente em decúbito dorsal, com queixo encaixado (ponha um saquinho

na cabeça), joelhos fletidos (alinhados com o quadril), cintura encostada no chão,

boca semi-aberta e relaxada. O terapeuta antes de começar vai esquentar as suas

mãos, esfregando uma na outra, preparando-as para tocar na pele do paciente.

Algumas coisas que podemos fazer:

a) O terapeuta vai esfregar as suas mãos de cima para baixo e de dentro

para fora, em toda a caixa torácica do paciente.

b) Com uma escovinha ou unhas ou polpa dos dedos, vai passando sobre

toda a caixa torácica, entre os espaços intercostais e costela, partindo sempre de

dentro (externo) para fora. Pede para o paciente expirar, soltando todo o ar, abaixando

bem as costelas enquanto o terapeuta trabalha.

c) Com a polpa dos dedos, o terapeuta vai descolando a pele do paciente,

começa bem superficial e vai até o subcutâneo. Trabalha toda a caixa torácica, vai de

dentro para fora.

d) O terapeuta posiciona a palma de suas mãos no tórax do paciente

(região tóraco-apical e/ou costo-basal), e acompanha o seu movimento respiratório,

direcionando-o tanto na inspiração como na expiração, para soltar todo o ar. Corrigir

as compensações, se elas forem aparecendo. Faz a mesma coisa, só que com uma

palma da mão sobre o esterno e outra no diafragma. Durante estes exercícios o

terapeuta deve observar se o paciente não expande mais um hemitórax que o outro,

ou se há alguma assimetria, se este for o caso, deve manter o lado melhor, não

deixando expandir e estimular a respiração no outro, buscando a simetria.

. Em decúbito ventral, com uma almofada na barriga para retificar a coluna

lombar e a cabeça sob as mãos. Vai fazer a mesma coisa que na posição anterior.

Trabalhando sempre de dentro para fora e de cima para baixo; esfregar as mãos e

descolar a pele, começando na dorsal e terminando no cóccix. Estimula a respiração

nas costas, visando a abertura e aumento da mobilidade da caixa torácica.

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5.1.6 Correção dos músculos inspiratórios acessórios bloqueados em

inspiração

Os inspiratórios acessórios são principalmente os espinhais e os músculos

que se originam na nuca ou ombros, estes sempre manifestam sua superioridade em

relação aos expiratórios.

A rigidez desses músculos, deve ser corrigida por uma reeducação postural global, alongamento e relaxamento.

Existem inúmeras maneiras de realizar tração nesses músculos. Citarei

apenas algumas dessas maneiras: a) Tração dos músculos espinhais e músculos posteriores dos membros

inferiores (Ms.Is.):

- Efetua-se através de um alongamento da nuca, com o queixo encaixado,

uma flexão coxo-femural com o sacro achatado contra o chão a fim de produzir a

tração sobre os espinhais lombares e a correção da hiperlordose.

- Postura em posição sentada a 90º com os Ms.Is. esticados; solicita-se ao

indivíduo um esforço de auto-alongamento procurando abolir as curvas vertebrais; a

mão do terapeuta é colocada sobre o queixo ou sob o occipital, de modo a exercer

uma tração para cima. Não se deve tolerar nenhum bloqueio inspiratório. O occipital,

as escápulas, e o sacro devem estar alinhados num mesmo plano, e para isto será

necessário abaixar o queixo, contraindo os músculos anteriores do pescoço. A flexão

ativa do pé, com os artelhos flexionados e os joelhos em rotação externa, provoca

uma tração passiva da região posterior da perna e da coxa.

- O esforço ativo para unir os joelhos que permite o alongamento dos

adutores, pode também ser exercida em posição sentada a 90º, mantendo-se os pés

em rotação externa. Este trabalho permite corrigir as hiperlordoses lombares altas.

- Consegue-se uma tensão vigorosa e completa dos músculos posteriores

mediante flexão anterior do tronco com o paciente sentado a 90º. O occipital, a

escápula e o sacro devem permanecer alinhados, A flexão anterior do tronco com os

braços para trás, permite combater a lordose dorsal alta e a cifose escapular.

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- Com a nuca alongada, joelhos fletidos (alinhados com o quadril), com o

sacro achatado contra o chão e ombros abaixados. O terapeuta coloca uma mão no

sacro do paciente e a outra sobre o tórax. Pede para o paciente soltar todo o ar e ao

mesmo tempo o terapeuta vai puxando a mão para fora; esta manobra serve para

obter uma correção eficiente da região lombar (manobra de “Pompage”).

b) Tração dos músculos inspiratórios nucais:

Com o encurtamento dos músculos inspiratórios nucais e aumento da

lordose cervical, os músculos cervicais ficam restritos, então a cada postura da cabeça

tenderá a uma compensação que deve ser impedida e/ou inibida. O bom alongamento

e alinhamento da cabeça sobre o tronco é capaz de favorecer uma boa postura.

Durante a tração desses músculos, faz com que diminua a lordose cervical,

mas por compensação aumenta a lordose lombar que se estende até a região dorsal,

e isto é responsável pela projeção para frente da região superior do tórax. Por isto,

para corrigir esta compensação deve-se manter a lombar alongada, com o quadril

encaixado (restrovertido) e deve inibir a projeção da parede anterior do tórax,

abaixando o esterno manualmente e procurando expirar todo o ar e aumentar o

tempo expiratório.

- Dado que os músculos inspiratórios nucais são “compressores” e

responsáveis pelo encurtamento da nuca e pela projeção da cabeça, toda recolocação

cervical deve começar pela tração axial e pelo abaixamento do queixo na expiração,

permitindo a descompressão articular.

- Látero-flexão e rotação da cabeça, sempre tenta ir um pouco além do

que o paciente consegue e abaixa o ombro oposto do qual a cabeça está viranda.

- Toda látero-flexão provoca por intermédio dos escalenos a elevação da

1ª e 2ª costelas do lado oposto à látero-flexão. Isto deve ser deprimido na expiração,

fazendo uma pressão manual e contrabalançado na inspiração.

c) Tração dos músculos inspiratórios escapulares:

- Paciente com as pernas elevadas a 90º ou joelhos flexionados, com a

nuca alongada e sacro achatado no chão. Abduz o braço para trás, se houver uma

protusão lateral exagerada do hemitórax é sinal de retração do grande dorsal, então, é

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preciso empurrar para baixo manualmente para impedir o bloqueio inspiratório

alongando-o.

- A retração do peitoral maior se manifesta por uma forte resistência à

abdução, por uma rotação externa exagerada e ainda por uma tendência a

anteropulsão do membro superior quando este está em abdução. O seu alongamento

é obtido em abdução através da expiração e da retropulsão manual da parte alta do

tórax.

- Com os braços abertos em posição de castiçal, o alongamento do

peitoral menor é obtido em expiração mediante pressão manual oblíqua para baixo

nas 3ª, 4ª e 5ª costelas.

- É possível fazer a correção simultânea do peitoral menor e do serrátil

anterior em expiração a partir da posição dos braços em castiçal, fazendo-se a

repulsão em adução da omoplata e achatando-se o omoplata contra o chão.

O estiramento do serrátil anterior se obtém em expiração, com os braços

em posição de castiçal, fazendo-se uma repulsão em adução da omoplata e

exercendo-se uma pressão oblíqua sobre a metade inferior do tórax.

5.1.7 Os abdominais

Os abdominais hipotônicos andam quase sempre com a “insuficiência

respiratória”. Excetuando-se o transverso, que seu papel é aplainar a região abaixo

dos manilos, como tensor da parede anterior do tórax e do abdomen, desde a linha

dos mamilos até o púbis. Os exercícios abdominais devem ser feitos com o

alongamento total da coluna para o qual é necessário que os pré-cervicais também

estejam contraídos. Consequentemente é indispensável agir de uma ponta a outra da

coluna, no sentido de obter um alongamento da coluna e encurtamento dos

abdominais. Isto só pode ser conseguido afastando a ponta superior da coluna do

cóccix e aproximando o queixo do púbis e mantendo os Ms.Is. em ângulo reto com o

tronco, produzindo estiramento nos músculos posteriores, que só pode então executar

contração estática excêntrica, enquanto que os músculos anteriores executam

contração estática concêntrica, que lhes cultivam a tonicidade. Um bom tônus

abdominal auxilia a boa postura e ao equilíbrio corporal.

Os exercícios abdominais são inumeráveis. Exemplo de alguns deles:

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- paciente deitado, com a nuca alongada e os joelhos (alinhados com o

quadril) e os ombros e o sacro achatados no chão – leva as pernas

flexionadas ao abdomen, mantendo a cintura no chão, e volta sem

encostar os pés no chão, faz algumas vezes e relaxa encostando os pés

no chão;

- na mesma posição que a anterior, respira fundo encostando a cintura no

chão e expira soltando todo o ar, aproximando o esterno do púbis,

contraindo períneo e sentindo a contração do abdomen baixo.

5.1.8 Relaxamento

Após um trabalho de reeducação postural, é importante o relaxamento,

objetivando a educação da percepção proprioceptiva e da imagem corporal, pois faz

com que o trabalho que foi realizado seja memorizado pelos músculos trabalhados.

O relaxamento regenera os tecidos fatigados e esgotados, sem repouso, o

corpo esgota rapidamente as suas forças. A flexibilidade depende do grau de tensão

dos músculos, e trata-se de relaxar para tornar-se flexível.

Para alcançar o relaxamento o paciente já deverá estar confiante em

relação ao seu terapeuta para aceitar o silêncio, ou melhor a passividade. A posição

de relaxamento do paciente, é escolhida por ele, a que ele se sentir mais confortável.

O relaxamento é induzido e não ordenado. O indivíduo deve estar atento ao

seu corpo e entrar em contato com ele, percorrendo mentalmente todo o corpo até o

rosto. Associa-se a percepção da respiração e os movimentos consequentes dela e

ainda todas as sensações que ele possa sentir. (BRIEGHEL, 1987.)

Conseguido o relaxamento, o paciente descansa por alguns minutos, na

posição que for mais confortável para o seu corpo.

Após o relaxamento não se deve levantar bruscamente, mas sim

lentamente se estirando. O estiramento é intermediário natural entre o repouso e a

atividade. Podemos estirar indo dos menores movimentos vagarosamente aos mais

amplos e mais energéticos, bocejando e respirando livremente ao mesmo tempo.

O estiramento vem, naturalmente, depois do repouso e prepara o corpo

para ação. Ele elimina a linfa acumulada nos tecidos durante a imobilidade do sono.

Põe os músculos na condição mais favorável para o trabalho. A extensão de um

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músculo estimula-o e aumenta por reflexo fisiológico, seu tônus de base. O

estiramento ainda, oferece a vantagem de tornar as articulações flexíveis.

O bocejo que acompanha todo estiramento intencional ou natural, é na

verdade, um estiramento dos músculos das vias respiratórias, com todos os efeitos

citados acima. Com o bocejo, as vias respiratórias abrem-se de maneira mais ampla e

o ar fresco entra abundantemente. A expiração que se segue, é em geral, ampliada

por um suspiro que libera os pulmões, expulsando com vigor o ar. O bocejo também

constitui uma preparação para a atividade por colocar em forma os órgãos

respiratórios.

Então, o estiramento e o bocejo devem ser sempre estimulados antes,

durante e depois o trabalho com o paciente e nunca devem ser reprimidos.

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CONCLUSÃO

De tudo o que foi descrito e comentado, se conclui que não se pode ver o

paciente respiratório de uma forma segmentada (“pulmão e diafragma”), que para ter

sucesso no tratamento é preciso trabalhar o paciente como um todo, buscando o

relaxamento e flexibilidade de seus músculos que estão constantemente contraídos e

por isto eles assumem um postura de “empilhamento”. Não há boa postura se o

diafragma e os músculos inspiratórios envolvidos na respiração estão tensos.

O estudo das cadeias, tanto a muscular com a cérvico-tóraco-abdômico-

pélvico, se faz entender e explicar a maneira pela qual nós estamos interligados,

desde a base do crânio até a planta do pé, e por eles se estende, como ocorre as

deformidades posturais no enfisematoso.

A reeducação postural global melhora a mecânica respiratória desses

pacientes e consequentemente a sua qualidade de vida.

Este conceito de totalidade é uma visão nova dentro da Psicomotricidade, e

que tende cada vez mais a se expandir, pela necessidade que os Psicomotricista terão

de conhecer mais o seu paciente e ter mais recursos para lhe oferecer. Portanto um

trabalho corporal melhorando sua postura e aumentando sua flexibilidade irá interferir

de maneira positiva na dinâmica respiratória, proporcionando uma melhor resposta ao

tratamento medicamentoso, com melhora na qualidade de vida desses indivíduos e

proporcionando sua reintegração na sociedade.

Apesar da escassa bibliográfica nacional e a difícil obtenção de livros mais

atualizados o objetivo deste trabalho foi mostrar de forma direta e prática, como

melhor trabalhar um paciente enfisematoso e fazer com que o mesmo retorne as suas

atividades de vida diária. Espera-se que, futuramente traga maiores contribuições para

os profissionais de Psicomotricidade.

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Bibliografias

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Si. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

BIENFAIT, Marcel. Fisiologia da Terapia Manual. São Paulo: Summus, 1989.

BRIEGHEL, G. Müller. Eutonia e Relaxamento. São Paulo: Manole, 1987.

GARDNER, Ernest Donald J. Anatomia do Corpo Humano. Guanabara, 1989.

LACÔTE, M. Avaliação Clínica da Função Muscular. São Paulo: Manole, 1987.

MONTEGU. A. Tocar, Significado Humano da Pele. São Paulo: Summus, 1988.

PIRET, S., BÉZIERS, M.M. A Coordenação Motora. São Paulo: Summus, 1992.

SOUCHARD, Ph. E. Ginástica Postural Global. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

SOUCHARD, Ph. E. O Diafragma. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

SOUCHARD, Ph. E. Reeducação Postural Global. São Paulo: Icone, 1986.

STEVEN. E., WEINBERGER, M.D. Fundamentos de Pneumologia. [s.l.] Artes

Médicas, 1989.

AUCOUTURIER & LAPIERRE, Bruno. Psicomotricidade e Terapia. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1989.

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Anexo

Comprovantes Acadêmicos

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