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A CULTURA DA FRAMBOESA - Culturas Emergentes€¦ · caracterizado por altas temperaturas e baixa humidade relativa, sendo por isso cada vez mais frequente o recurso a diferentes

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MANUALBOAS PRÁTICASPARA CULTURAS EMERGENTES

A CULTURA DA FRAMBOESA

Pensar Global,pela Competitividade,Ambiente e Clima

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A CULTURA DA FRAMBOESA

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Ficha técnica

Título: Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes

A Cultura da Framboesa

Autor: Associação dos Jovens Agricultores de Portugal

Lisboa | 2017

Grafismo e Paginação: Miguel Inácio

Impressão: GMT Gráficos

Tiragem: 250 ex.

Depósito Legal: 433096/17

ISBN: 978-989-8319-18-0

Distribuição Gratuita

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ÍndiceIntrodução

1 - Origem

2 - Taxonomia e Morfologia

3 - Requisitos Edafoclimáticos3.1 - Clima

3.1.1 - Temperatura3.1.2 - Precipitação3.1.3 - Humidade Relativa3.1.4 - Vento

3.2 - Solos

4 - Ciclo Biológico4.1 - Variedades Não Remontantes (Frutificação Floricane)4.2 - Variedades Remontantes (Frutificação Primocane)4.3 - Floração4.4 - Frutificação

5 - Tecnologias de Produção5.1 - Produção de framboesa ao ar livre5.2 - Produção de framboesa em túnel (cultura protegida)

5.2.1 - Produção precoce (primavera)5.2.2 - Produção tardia (outono)

6 - Sistemas de Produção

7 - Material Vegetal7.1 - Variedades

8 - Particularidades do Cultivo8.1 - Escolha da parcela8.2 - Preparação do terreno8.3 - Plantação8.4 - Desenho de plantação8.5 - Fertilização8.6 - Rega8.7 - Poda

9 - Pragas e Doenças9.1 - Pragas9.2 - Doenças

10 - Colheita

11 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

Bibliografia

Pensar Global, pela Competitividade, Ambiente e Clima

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Introdução

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Introdução

No âmbito da candidatura �Pensar Globalpela Competitividade, Ambiente e Clima�,inserida na operação 2.1.4 � Ações deinformação, com o objetivo de reunir, divul-gar e disseminar informação técnica, orga-nizacional e de mercados, valorizando oambiente e o clima, foi definido como metaa elaboração de um conjunto de elementosnos quais se inclui o presente �Manual deBoas Práticas para Culturas Emergentes�.

Este manual, a par dos outros elementosprevistos neste projeto, visa dotar os agen-tes do setor agrícola, em particular os asso-ciados da AJAP, de um conhecimento maisaprofundado sobre 15 culturas emergentesaliadas às boas práticas agrícolas.

A cultura da framboesa insere-se no referidoconjunto de culturas consideradas emer-gentes, o qual foi aferido através da realiza-ção de inquéritos a nível nacional, por partedos técnicos da AJAP, junto de organismose instituições de referência do setor, tendoem conta a atual conjuntura, ou seja, consi-derando as culturas que se destacam pelacomponente de inovação aliada à rentabili-dade da exploração agrícola, aumentandoassim a competitividade do setor.

Para a elaboração deste manual, foramconsultadas diferentes fontes bibliográficas,bem como produtores e especialistas quecontribuíram de forma determinante paraa valorização da cultura da framboesa.

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1 - Origem

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1- Origem

Considera-se o centro de origem da fram-boesa vermelha (Rubus idaeus L.) localizadona Ásia Menor, atribuindo-se aos romanosa propagação da planta por toda a Europa.

Atualmente podem encontrar-se frambo-esas em todos os continentes, à exceçãoda Antártida, embora a sua distribuiçãoesteja centrada principalmente no hemis-fério Norte, com especial destaque na Ásia,Europa e América do Norte. A framboesa éconsiderada uma cultura relativamenterecente quando comparada com outrasespécies fruteiras como a maçã ou o pêsse-go, uma vez que o seu cultivo terá começa-do há cerca de 450 anos.

Em Portugal e de acordo com o AnuárioVegetal 2006, a produção de framboesatem maior expressão no Litoral Alentejano,no Sotavento Algarvio, na região do Fundão,Guimarães e Bragança (com muito poucaexpressão). Atualmente, a principal regiãoprodutora de framboesa continua a ser oSudoeste Alentejano e o Sotavento Algarvio.

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Distribuição de pequenos frutos em Portugal

Fonte: Anuário Vegetal 2006

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2 - Taxonomia e Morfologia

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2 - Taxonomia e Morfologia

A framboesa é uma planta pertencente àfamília das Rosácea e ao género Rubus L., oqual se encontra subdividido em 12 sub-géneros, tendo o subgénero Idaeobatus, aque pertencem as framboesas, cerca de 200espécies.

As espécies do subgénero Idaeobatus encon-tram-se distribuídas pela Ásia, África, Austrá-lia, Europa e América do Norte. A maior di-versidade concentra-se no Sudoeste daChina, o mais provável centro de origem dosubgénero. A distribuição das espécies deframboesa ocorreu provavelmente a partirdo centro de diversidade na China para todoo hemisfério Norte, tendo a especializaçãoocorrido em resposta ao isolamento associa-do à deriva genética, à seleção natural, emresposta a diferentes condições ambientais,entre outros fatores.

Atualmente, as framboesas comercialmentecultivadas derivam da framboesa vermelhaeuropeia (Rubus idaeus L.) e das framboesasNorte Americanas vermelhas (Rubus strigo-

sus Michx.) e pretas (Rubus occidentalis L.).A enorme diversidade existente dentro dogénero Rubus, permitiu a obtenção de no-vas cultivares através de programas de me-lhoramento, uma vez que a hibridação ébastante fácil de ocorrer. Esta pode ocorrerentre variedades vermelhas e pretas origi-nando frutos de tonalidade púrpura.Também é frequente a ocorrência de muta-ções na framboesa vermelha dando origema frutos amarelos ou laranja.

Em termos de morfologia, é um arbustode 40 a 60 cm de altura, o qual possuium sistema radicular fasciculado,ocupando geralmente os primeiros 25cm do solo, constituindo a estruturaperene da planta. É a partir dele quetodos os anos surgem novos lançamen-tos, que se designam primocanes no casode se tratarem de lançamentos de pri-meiro ano e de floricanes no caso de setratarem de lançamentos de segundo ano.

As flores da framboesa são herma-froditas, iniciando-se a floração no ápice,seguindo-se o aparecimento sucessivode flores em direção à base. As flores se-gregam grandes quantidades de néctaraltamente atrativo para os insetos polini-zadores, sendo a abelha doméstica oprincipal polinizador utilizado. O fruto éformado por múltiplas drupéolas, asquais são extremamente frágeis, deven-do o seu manuseamento ser limitado aomínimo indispensável.

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

Portugal não apresenta na maioria dasregiões, condições favoráveis à cultura daframboesa ao ar livre, por ter um verãocaracterizado por altas temperaturas e baixahumidade relativa, sendo por isso cada vezmais frequente o recurso a diferentes tipo-logias de produção, como a produção emcultura protegida e o recurso a lançamentosde segundo ano, tratados em câmara fri-gorífica, que permitem a produção fora daépoca.

Por outro lado, as framboesas cultivadastêm sido selecionadas de modo a alargar oalcance de adaptabilidade, sendo hoje emdia cultivadas numa extensão muito maiordo que as espécies selvagens que lhesderam origem. A resistência ao frio ou me-nores necessidades de horas de frio, assimcomo resistência a determinadas doenças,têm permitido cultivar framboesas em zonasonde anteriormente não seria viável a suaprodução. No entanto, a produção em zo-nas com condições pouco favoráveis à cultu-ra pode limitar o desenvolvimento do má-ximo potencial de produção e qualidadedos frutos, em comparação com as zonasque apresentam as melhores condiçõesedafoclimáticas.

Face ao exposto, optou-se por efectuar umabreve descrição dos requisitos edafo-climáticos, abordando mais à frente osdiferentes aspetos relativos à produção emcultura protegida, uma vez que se trata da

tipologia de produção mais adequada àscondições da maioria das regiões do nossopaís.

3.1 - Clima

O clima, a par do solo, são fatores fundamen-tais para o adequado desenvolvimento dacultura da framboesa, considerando-secondições climáticas ótimas a ocorrência deinvernos amenos e verões longos e suaves.

Podem considerar-se os seguintes fatoresclimáticos que mais influenciam a adaptaçãoe a produtividade da cultura: temperatura,

precipitação, humidade relativa e vento.

3.1.1 � Temperatura

No que se refere à temperatura, a fram-boesa requer temperaturas baixas para aquebra de dormência, dependendo as ne-cessidades de frio invernal do tipo de fru-tificação (primocanes ou floricanes). Poroutro lado, a framboesa, durante o períodofloral, é muito sensível às baixas tempera-turas na primavera e, durante o período dematuração dos frutos, é sensível a tempe-raturas superiores a 25 e 30°C, em particularquando se verifique luz solar intensa, poden-do dar origem a queimaduras nos frutos.

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3.1.2 � Precipitação

Uma distribuição regular da precipitação,especialmente durante o outono, invernoe início da primavera é muito benéfica paraa cultura da framboesa, em particular quan-do esta se encontra instalada em solos pro-fundos e bem drenados.

Pelo contrário, quando se verificam períodosde precipitação abundante durante oinverno, dando origem a encharcamento,podem ocorrer danos nas plantas e atémesmo levar à sua morte devido à asfixiaradicular.

3.1.3 � Humidade Relativa

A humidade relativa é um fator importantena produção de framboesas e no desenvol-vimento adequado dos frutos uma vez que,em condições de baixa humidade relativa,os frutos podem não atingir as dimensõesdesejadas. Pelo contrário, elevados teoresde humidade relativa podem levar ao apa-recimento de infeções fúngicas nos frutose nas canas, para além de diminuir o tempode vida destes.

3.1.4 � Vento

Ventos fortes podem ocasionar sérios danosnas plantas, podendo provocar quebra dasextremidades das canas, desidratação dostecidos e queda dos gomos frutíferos, de-vendo, sempre que possível, optar por locais

protegidos de ventos, sob pena de secomprometer a produção.

3.2 - Solos

Relativamente aos solos a framboesa de-senvolve-se melhor em solos, profundos,bem drenados, com boa capacidade deretenção de água, férteis, ricos em matériaorgânica (superior a 5%) e com pH neutro aligeiramente ácido (5,5 a 6). Dadas ascaracterísticas do sistema radicular, devemescolher-se solos franco-arenosos, devendoevitar-se solos argilosos e compactos, quepela deficiente drenagem, podem levar aoaparecimento de zonas de encharcamentoe consequente morte das plantas por asfixiaradicular e surgimento de cloroses.

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4 - Ciclo Biológico

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4 - Ciclo Biológico

Nas framboesas, o ciclo biológico de cres-cimento inicia-se com o desenvolvimentodos gomos que se encontram no sistemaradicular, abaixo da superfície do solo, osquais podem ser gomos de raíz ou gomosaxilares dos lançamentos, na zona de substi-tuição. É a partir destes gomos que todosos anos surgem novos lançamentos, poden-do os mesmos surgir durante toda a épocade crescimento.

Produção de plantas a partir de gomos de raíz

Fonte: A planta de framboesa. Morfologia e fisiologia. Divulgação

Agro 556, 2007

Podemos distinguir dois tipos de framboesautilizadas em produção, consoante os há-bitos de frutificação, as variedades não re-montantes ou de frutificação floricane e asvariedades remontantes ou de frutificaçãoprimocane.

4.1 - Variedades Não Remontantes(Frutificação Floricane)

São variedades cuja frutificação apenas ocor-re após um ano de crescimento vegetativoe de um período de dormência durante o in-verno. Assim, as canas são bianuais, ou seja,os lançamentos do primeiro ano são vegeta-tivos (primocanes), diferenciando-se no segun-do ano para a produção de frutos (floricanes).

Os lançamentos crescem até que dias curtosou tempo frio limitem o seu crescimento, al-tura em que a planta entra no período dedormência. De modo a superar a dormência,estas variedades necessitam de 800 a 1600horas de frio (temperatura inferior a 7,2°C),ocorrendo ao mesmo tempo a diferenciaçãoou transição de lançamentos primocane emfloricane. Assim que se verifiquem tempera-turas mais elevadas (acima de 7,2°C) e depoisde atingidas as necessidades de frio, é pos-sível ter início a germinação dos gomos frutí-feros, assim como a germinação dos gomosde raíz, os quais vão originar a formação dospróximos primocanes.

Quando as necessidades em frio não sãosatisfeitas e, dessa forma, a quebra de dor-mência não for atingida, como no caso dasframboesas serem plantadas em condiçõesde inverno ameno, pode acontecer os lança-mentos terem poucos ramos de fruto. As-sim, é fundamental adequar a escolha dasvariedades às condições das zonas ondevão ser instaladas as plantações, escolhendoneste caso cultivares com baixas neces-sidades em frio.

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Esquema das diferentes fases e partes constituintes

de um lançamento de framboesa não remontante

A - Os vários estados de desenvolvimento dos lança-mentos; B - Crescimento de um gomo radicular, ondesão visíveis os gomos de substituição ao nível do solo;C - Os diferentes tipos de gomos num lançamento deframboesa não remontante: 1 - gomo terminal; 2 � go-mos imaturos; 3 � gomos frutíferos; 4 � gomos dormen-tes aéreos; 5 � gomo de substituição; 6 � gomosdormentes subterrâneos.

Fonte: A planta de framboesa. Morfologia e fisiologia. Divulgação

Agro 556, 2007

4.2 - Variedades Remontantes(Frutificação Primocane)

São variedades cuja frutificação ocorre noslançamentos do ano, durante o período decrescimento (primocanes), ou seja, a diferenci-ação floral dos gomos ocorre no primeiro ano.

As framboesas de frutificação primocane

são plantadas e conduzidas da mesmaforma que as de frutificação floricane duran-te o primeiro ano. Quando as plantas deframboesa são plantadas no início daprimavera, os frutos podem ser colhidos nooutono, sendo nalgumas condições possívelobter uma segunda colheita ainda no pri-meiro ano. O tempo que separa a primeiracolheita da segunda depende da altura aque as canas são podadas após a primeiracolheita. Se a poda é realizada imediatamen-te abaixo da zona que produziu a primeiraprodução primocane, então é possível obteruma segunda colheita em cerca de 12 sema-nas, mas se a poda é realizada ao nível dochão, então poderá demorar cerca de 20semanas ou mais até se conseguir obteruma segunda colheita.

As necessidades de frio nas framboesas dotipo de frutificação primocane são menoresdo que no caso das framboesas do tipo defrutificação floricane.

Com a introdução de variedades de frutifi-cação primocane o outono tornou-se maisuma estação de produção de frutos deelevada qualidade de framboesa. Nas nossascondições este período caracteriza-se fre-quentemente por baixa humidade, sendonecessário fornecer uma adequada quanti-dade de água de modo a suprir as necessi-dades da planta para a formação de frutosem quantidade e qualidade ideal. A cobertu-ra com túneis é uma medida eficaz para es-tender a época de colheita, manter a

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qualidade do fruto e proteger os frutos daprecipitação, sendo este aspeto desen-volvido mais à frente.

Atualmente as framboesas vermelhas comfrutificação primocane são as únicas fram-boesas de frutificação não floricane cultiva-das comercialmente, mas estão a ser desen-volvidos trabalhos de melhoramento comvista à obtenção de framboesas pretas defrutificação primocane para futura produçãocomercial.

4.3 - Floração

As flores da framboesa são herma-froditas sendo as variedades cultivadasautoférteis. As flores produzem grandequantidade de néctar, o que as torna bas-tante atrativas para o principal insetopolinizador, a abelha doméstica.

A diferenciação floral processa-se doápice para a base dos lançamentos po-dendo decorrer durante 1 a 3 semanas.

4.4 - Frutificação

As variedades não remontantes, comofoi referido anteriormente, têm um ciclobianual, o que significa que a frutificaçãoocorre no segundo ano, após um primei-ro ano de crescimento vegetativo e umperíodo de dormência durante o inverno.No segundo ano ocorre a formação dosfrutos após o que os lançamentos mor-rem, sendo substituídos por novos.

No caso das variedades remontantes, afrutificação ocorre na zona superior doslançamentos do ano, após o que a partedo lançamento que frutificou morre. Arestante parte do lançamento produzfrutificação no ano seguinte, compor-tando-se como não remontante.

Pode ainda existir uma classificaçãoadicional de variedades de framboesaque apresentem comportamento inter-médio entre as variedades não remon-tantes e remontantes, as quais se desig-nam variedades semi-remontantes.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

O SW Alentejano e o Sotavento Algarvioapresentam condições edafoclimáticasúnicas, quando comparados com o restodo território Nacional e Europeu, para acultura da framboesa, de consumo emfresco, permitindo ganhos de produti-vidade e janelas de produção que dãoaos nossos produtores uma vantagemcompetitiva relativamente aos demais.(João Roseiro, 2017)

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5 - Tecnologias de Produção

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5 - Tecnologias de Produção

As tecnologias de produção na cultura daframboesa têm evoluído no sentido degarantir não só ganhos de produtividade equalidade dos frutos, como também asustentabilidade e equilíbrio do sistemaprodutivo, ao mesmo tempo que procuraresponder às necessidades de mercado.

Em Portugal, têm sido implementadastécnicas que permitem deslocar as épocasde produção através do recurso a técnicasagronómicas que alteram o ciclo biológicodas plantas, nomeadamente através doprolongamento da estação de crescimentoou, como referido, através da sua deslo-cação, a qual possibilita a ampliação daépoca de colheita.

A produção de framboesa em culturaprotegida tem sido cada vez mais umaopção para as condições no nosso país,sendo feita por isso, apenas uma brevereferência à cultura de framboesa ao arlivre.

5.1 - Produção de framboesa ao ar livre

Como referido anteriormente, a cultura deframboesa ao ar livre não se adapta àmaioria das regiões do país, sendo oprincipal factor limitante as elevadastemperaturas e baixa humidade relativaque se registam no verão. Outro factorlimitante é o insuficiente número de horas

de frio durante o inverno, necessário paraa quebra de dormência das plantas deframboesa.

Deve ter-se em consideração estes aspetosaquando da escolha das variedades a utilizarpara produção ao ar livre, considerando-seas variedades remontantes as melhoradaptadas a este tipo de produção.

5.2 - Produção de framboesa em túnel (cultura protegida)

A técnica de produção de framboesa emtúnel tem sido cada vez mais adotada emPortugal, com o objetivo de alterar épocasde produção, de modo a conseguir colocara fruta em épocas mais favoráveis emtermos comerciais.

Assim, no caso de algumas variedades deframboesa, é possível antecipar a produçãoem uma ou duas semanas, colocando túneisde plástico no início da primavera, antes doinício do crescimento dos lançamentos.

Os túneis permitem igualmente a proteçãoda cultura contra as chuvas e geadas deoutono ou descidas acentuadas da tem-peratura. A colocação de telas de sombrasobre os túneis permite minimizar os efeitosdas temperaturas elevadas que ocorremno verão, as quais podem causar danos, porqueimaduras nos frutos.

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Um sistema alternativo de produção deframboesa em cultura protegida, consisteno recurso ao método hidropónico (ou semi--hidropónico), em estufa metálica, em vasoscom substrato inerte, sendo os nutrientesfornecidos através da solução de rega. Estesistema permite a produção em zonas comsolos pouco favoráveis à cultura, como é ocaso da região do Algarve onde podemosencontrar este sistema de produção.Também neste sistema se incorpora a telade sombra de modo a minimizar os efeitosdas elevadas temperaturas que se registamno verão.

5.2.1 - Produção precoce (primavera)

Um dos sistemas de produção fora daépoca consiste na antecipação da produ-ção para a primavera (março a junho),com recurso a Long canes (lançamentosdo segundo ano), tratadas pelo frio emcâmara frigorífica e instaladas no iníciodo inverno em cultura protegida (túneis).

É ainda possível, através da realizaçãode podas, obter-se mais uma produçãono outono, no caso de se efetuar umapoda rasa, ou mais duas produções sese optar por realizar uma poda abaixodas zonas de frutificação, sendo nestecaso menor o tempo que decorre entreproduções.

5.2.2 - Produção tardia (outono)

A produção tardia de framboesas, baseia--se no corte de lançamentos do ano devariedades remontantes durante o verão(julho a agosto).

O corte dos lançamentos na framboesaremontante abaixo da zona de frutifi-cação, após a primeira produção de julho,permite obter uma segunda produçãoem outubro/novembro, sendo no entan-to fundamental, a utilização de cultivaresprecoces, uma correta data e intensidade(altura) de corte, para que a planta tenhatempo suficiente de frutificar antes doperíodo de baixas temperaturas de in-verno. É assim possível obter duas produ-ções em lançamentos do ano de varieda-des de framboesa remontante.

No quadro seguinte exemplificam-sediferentes esquemas de produção deframboesa, através dos quais é possívelconcentrar a produção nas épocas maisfavoráveis para a colocação da produçãono mercado, antecipando ou atrasandoa colheita.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Este tipo de condução da cultura, aindaque exigente na gestão da mão de obrae das operações culturais a realizar, pos-sibilita a obtenção de uma campanha decolheita �extra� com as mais valias quedaí advêm. (João Roseiro, 2017)

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Operação

M. Vegetal

M. Vegetal

M. Vegetal

dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago

Fonte: João Roseiro, 2017

Esquemas de produção de framboesas

Plantação Canas 0,15 m

Colheita Plantas 1,5-2,0 m

Poda (Greencut/Cutback) Canas 1-1,5 m

Colheita Canas

Eliminação das plantas existentes e aparecimento de novos rebentos

Colheita

Aparecimento de novos rebentos

Eliminação das Canas que produziram

Poda Canas 1-1,5 m

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6 - Sistemas de Produção

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6 - Sistemas de Produção

Como já referido anteriormente, os sistemasde produção adotados em Portugal temvisado, para além das questões diretamenterelacionadas com os aspetos agronómicos,como produtividade e qualidade do fruto,as questões de mercado, aliado ao factoda grande maioria da produção de fram-

boesa se destinar ao mercado de expor-tação, mercado este, fortemente concor-rencial.

Assim, torna-se fundamental conseguircolocar a produção em períodos em que aoferta dos outros produtores mundiais sejamenor, estando estes períodos relativa-mente bem definidos, como se podeverificar no quadro abaixo.

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Quadro síntese dos períodos de oferta de framboesa no mercado europeu utilizando diferentes sistemas de produçãocom cultivares remontantes (R) e não remontantes (NR)

Fonte: Framboesa. Tecnologias de produção. Divulgação AGRO 556 (2007)

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Portugal apresenta condições climáticasfavoráveis que permitem a produção deframboesa em duas épocas particularmenteinteressantes, a produção precoce de prima-vera (março/abril) e a produção tardia deoutono (setembro/outubro). Nestas duasépocas conseguimos evitar em parte a con-corrência de Espanha e conseguimos preçosmais competitivos do que os registados noNorte da Europa.

Apesar do ainda baixo consumo de fram-boesa no nosso país, as empresas interna-cionais a produzir em Portugal reconhecemas condições ótimas de produção para omercado de exportação, respondendo àcrescente procura pelo produto.

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7 - Material Vegetal

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7 - Material Vegetal

7.1 - Variedades

Existe hoje em dia no mercado uma grandevariedade de framboesas obtidas atravésde programas de melhoramento, cujosprincipais objetivos visam a qualidade dofruto, a produtividade, a resistência a pragase doenças e a adaptabilidade das plantas afatores ambientais, sendo atualmentepossível a produção desta cultura em regi-ões onde anteriormente seria impossível.

Em termos comerciais os principais tipos deframboesas são as vermelhas, pretas epúrpuras, estas últimas resultantes docruzamento entre framboesas vermelhase pretas, embora hoje em dia já existamframboesas com outras cores, como as ama-relas, que começam a despertar alguminteresse para nichos de mercado.

Referem-se de seguida algumas variedadesque atualmente apresentam interesse nãosó a nível comercial como também para ascondições do nosso país: Kweli, Imara,Adelita, Kwanza e Maravilla, embora exis-tam no mercado muitas outras variedadesutilizadas em Portugal.

Kweli � é uma variedade de framboesa deprimocane que se adapta bem à produçãona maioria dos climas e condições decrescimento. Destina-se à produção defrutos no período de primavera e outono,com rendimentos muito altos e frutos de

elevado calibre, qualidade, sabor e vidapós-colheita (7 dias), possibilitando otransporte a longa distância. Framboesade cor vermelho-alaranjado.

Imara � é uma variedade de framboesaprimocane, bastante vigorosa, com altosrendimentos. Em Portugal tem forteapetência para a produção de outono/inverno. O fruto apresenta uma cor verme-lha bastante escura e brilhante, são defácil colheita, resultando num desempe-nho bastante eficiente.

Adelita � variedade de framboesa primo-

cane com elevado potencial produtivo,frutos grandes e muito uniformes, apre-sentando uma vida comercial muito pro-longada. Têm um sabor doce, ligeiramenteácido. Em termos de produção, no casode plantações de raíz em meados de maio,consegue-se uma produção em fins desetembro a dezembro. Se a poda for reali-zada em dezembro, consegue-se umasegunda colheita entre abril e maio.

Kwanza � trata-se de uma variedadeprimocane com frutos de cor vermelhoalaranjado, com boa conservação pós--colheita e elevada resistência a doenças.Exclusiva da Multiberry, para a produçãoNacional, e como tal apenas pode sercultivada por produtores que contratu-alizem com esta empresa. É consideradauma variedade com boa vida útil e comcolheita eficiente.

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Maravilla � variedade de framboesaprimocane, muito produtiva, de frutosvermelhos, de bom tamanho e bom sa-bor, exclusiva da Driscoll�s, que pode serapenas cultivada por produtores quecontratualizem com esta empresa.

Ao escolher a variedade o produtor deveter em conta não só os aspetos relacionadoscom a adaptação das variedades às con-dições edafoclimáticas da região produtora,mas também aos aspetos relacionados coma comercialização da produção. A existênciade variedades precoces a tardias permitealguma flexibilidade no sentido de se tentarabastecer o mercado em períodos de maiorprocura e preços mais elevados. Por outrolado, o tipo de fruto condiciona o seu desti-no, se para venda em fresco se para a indús-tria de transformação, o que deverá serigualmente tido em conta aquando daescolha das variedades. Outros fatorescomo a resistência a pragas e doenças,resistência à manipulação, adaptabilidadeà colheita mecânica quando o destino é aindústria de transformação, entre outrosaspetos.

Finalmente, um aspeto muito importantee que pode ser encarado como um constran-gimento, prende-se com o facto de algumasvariedades de framboesa serem protegidaspor registo, o que significa que têm de sercomercializadas através dos detentoresdesse registo.

No caso das variedades indicadas comoexemplo, a Kweli e a Kwanza são detidaspela Multiberry (para o território Nacional),a Maravilla pela Driscoll�s e a variedadeAdelita pela Planasa.

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8 - Particularidades do Cultivo

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8 - Particularidades do Cultivo

Em Portugal a cultura da framboesa ébastante recente, com os primeiros ensaiosinstalados em 1985. Hoje em dia podemosencontrar a produção de framboesaespalhada um pouco por todo o país em-bora ainda com uma área bastante reduzida.

As elevadas necessidades de mão de obraaliada ao facto de se tratar de um produtode elevado valor acrescentado, traduz-seem áreas de produção de pequena dimen-são associadas a empresas, na sua maioriado tipo familiar, embora já existam em Portu-gal, empresas de maior dimensão e represen-tação internacional, principalmente no Suldo país.

Embora seja possível a produção em culturaao ar livre, a cultura protegida ganha cadavez mais expressão, pelas vantagens queapresenta, já referidas anteriormente.

8.1 - Escolha da parcela

Em termos do tipo de solo, a framboesa de-senvolve-se melhor em solos férteis, bemdrenados e franco-arenosos. A prática daprodução de framboesa em cultura protegi-da permite a proteção contra fatores ambi-entais que de outra forma poderiam por emcausa a cultura, como chuvas e geadas deoutono.

Por outro lado, tendo em conta que a culturapode ser realizada em substrato, a qualidadedo solo deixa de ser um fator limitante naescolha da parcela. Na eventualidade dacultura ser instalada num solo pouco

favorável, os nutrientes podem ser forneci-dos através da fertirrega, possibilitando asua produção em zonas excecionais para acultura em termos de clima, mas com solospouco favoráveis como no SudoesteAlentejano ou no Algarve.

8.2 - Preparação do terreno

Tal como para outras culturas, poderá sernecessário realizar trabalhos de nivelamentode modo a facilitar o movimento de máqui-nas e a operação de colheita, assim comoa drenagem, para que não se verifiquemzonas de encharcamento. Existe ainda apossibilidade de quando se trate de solosmais pesados ou pouco profundos, seinstalar a cultura em camalhões, o que per-mite aumentar o volume de solo explorávelpelas raízes e, por outro lado, diminuir ahumidade na zona destas.

A mobilização do solo promove a suadescompactação e arejamento, tratando-sede uma operação importante para a culturada framboesa a realizar antes da plantação.Com a devida antecedência devem tambémser efetuadas análises de solo para se deter-minar a necessidade de realização de cor-reções de pH, assim como realizar-se a fer-tilização de fundo, de modo a aumentar oteor de matéria orgânica, que irá permitircolocar à disposição das plantas os nutri-entes necessários.

Antes da plantação podem ser instalados osistema de rega e a estrutura de suportedas plantas. A necessidade de uma estrutura

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de suporte prende-se com o facto das varasse vergarem, podendo mesmo quebrar casonão tenham suporte. Permite igualmenteque as operações culturais se processemcom maior facilidade. Existem vários sis-temas de condução, ilustrando-se na figuraabaixo dois exemplos possíveis, podendohaver variações destas duas modalidades.

Fonte: DRAP Norte. Framboesa

O controlo de infestantes na linha pode serfeito com recurso a sistema de mulching oucom cobertura com tela na linha, emborase no primeiro caso é necessário ir repondoa camada devido à degradação do material

que compõe o mulch, no segundo é neces-sário ter cuidado para que a tela não limiteo crescimento de novos rebentos.

Na entrelinha o controlo de infestantes podeser realizado através do enrelvamento,natural ou semeado, o qual funciona comoadubação verde através da sua incorporaçãono solo, operação esta necessária para quenão ocorra competição com a framboesa.

Como referido anteriormente é cada vezmais frequente a colocação de túneis deplástico sobre as linhas de plantação, porforma a antecipar a produção de primavera,podendo mais tarde colocar-se tela desombra sobre os túneis, quando os valoresda temperatura se elevam no verão (verfigura abaixo).

Fonte: DRAP Norte. Framboesa

8.3 - Plantação

Tipos de propágulos usados:

- Plantas frescas em vasos � formadas apartir de novos rebentos de primocane

com cerca de 20 cm de altura;

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60 cm

5 cm

100 cm

70 cm

100 cm

180 cm

60 cm

30º

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- Canas de 1 ano (Long canes) � são umaclasse especial de canas dormentes paraprodução fora da época no final do in-verno. As canas são deixadas intactas ousão podadas a 1,5-2 m de altura, sendocolocadas em câmaras frigoríficas durante6-8 semanas antes da plantação paraprodução no final do inverno.

Devem ser obtidas plantas de viveiroscertificados que estejam isentas de vírus edoenças.

8.4 - Desenho de plantação

Em termos de densidade de plantação éfundamental definir o compasso quepermita obter por um lado, o maior rendi-mento por hectare, proporcionando poroutro as melhores condições para as plantasvegetarem. Em média pode considerar-secolocar 3 a 4 plantas por metro linear nalinha e entre 2,5 a 3 metros de distânciaentrelinha.

8.5 - Fertilização

O solo contém uma diversidade de ele-mentos minerais que as plantas necessitam.Quando são insuficientes é necessáriofornecê-los através da fertilização, a qualtem por objetivo a otimização da produ-tividade da cultura.

Os diferentes elementos desempenhampapéis distintos, sendo o azoto o nutrientemais limitante da produção das culturas,uma vez que se trata do nutriente funda-mental para o crescimento e vigor dasplantas. O fósforo é um nutriente muito

importante para a formação das flores edos jovens frutos, favorecendo igualmenteo desenvolvimento vegetativo e a estabili-dade do sistema radicular. O potássio éimportante para a qualidade dos frutos,sendo muito móvel, quer na planta quer nosolo, sendo rapidamente fixado.

Sendo a framboesa uma planta de cres-cimento muito rápido, que esgota rapi-damente o solo, é fundamental fornecer osnutrientes necessários, sendo recomendávela realização de análises de solo e/ou foliarde modo que se possa aferir às reais neces-sidades da cultura.

Como referido anteriormente, nos sistemasde produção em solos arenosos no Sudo-este Alentejano ou em hidroponia em vasoscom substrato inerte no Algarve, os nutri-entes são fornecidos às plantas por via darega, funcionando o solo como mero supor-te físico para a planta. Para isso, utilizam-semodernos sistemas de fertirrigação,apoiados por sondas que medem tanto osteores de água no solo como a eletrocondu-tividade, sendo a partir destas leituras quesão definidas as necessidades da cultura.

8.6 - Rega

Tal como para outro pequeno fruto, emtermos de rega é fundamental evitar oexcesso de humidade pois pode levar aoapodrecimento das raízes. No caso daframboesa aquando da instalação éaconselhável a utilização de fita dupla por

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forma a manter o nível de humidade nocamalhão o mais homogéneo possível. Éigualmente importante manter a humidadeà superfície uma vez que a framboesa temmuitas raízes pastadeiras superficiais, asquais são bastante sensíveis à temperatura,e como tal, necessitam que se controle esteparâmetro através do humedecimento dazona superficial do camalhão. Poderá sernecessário, especialmente no verão, regarvárias vezes ao dia de modo a diminuir atemperatura na superfície do camalhão.

Como mencionado anteriormente, orecurso a sondas permite aferir as reaisnecessidades em água da cultura, evitando--se regar em excesso ou em déficit.

8.7 - Poda

Na framboesa existem diferentes tipos depoda consoante os objetivos que se preten-

dem atingir. A poda de manutenção visaobter uma boa distribuição de varas, de for-ma a permitir a entrada de luz e o arejamen-to. Procura-se eliminar os rebentos quenascem na entrelinha, de modo a manter adensidade de plantação e a largura da linha.

A poda de frutificação visa garantir não sóuma boa produtividade como atingir as de-sejadas épocas de produção consoante asnecessidades do mercado, dependendo dotipo de variedade de framboesa e dos seushábitos de frutificação:

Variedades não remontantes (frutificaçãofloricane) � eliminar as varas que frutifi-caram, uma vez que se tornam improdu-tivas. As varas do ano anterior e que serãoas próximas varas produtivas, devem serpodadas a cerca de 1,80 m e presas à es-trutura de suporte. Nas varas do ano(primocanes) escolhem-se as melhores 8a 10 varas por metro linear, realizando-seuma poda rasa às restantes, com o obje-tivo de garantir varas para frutificação naprimavera do ano seguinte;

Variedades remontantes (frutificaçãoprimocane) � no sentido de se obteremduas produções, após a produção deoutono, faz-se uma poda abaixo da zonade frutificação, indo estes lançamentosproduzir na primavera, devendo serposteriormente eliminadas pois nãovoltarão a frutificar.

A longevidade da framboesa é de 3 a 5 anos,período após o qual deve ser substituída,sob pena da viabilidade comercial daplantação ficar comprometida.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A gestão eficiente e eficaz da rega, é devital importância em todas as culturasagrícolas irrigadas, e em particular naframboesa devido ao seu ciclo de desen-volvimento muito rápido e elevadas exi-gências hídricas (particularmente nas fa-ses de floração e frutificação). É tambémnecessária uma atenção cuidada à boadrenagem do meio físico onde se plantaa cultura para evitar asfixia radicular porexcesso de humidade no solo. (João

Roseiro, 2017)

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9 - Pragas e Doenças

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9 - Pragas e Doenças

9.1 - Pragas

As principais pragas que afetam a framboesa são:

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9.2 - Doenças

As principais doenças que afetam a cultura da framboesa são:

Inimigos (Nome vulgar)

ácaros

afídeos

lagartas

tripes

drosófila da asa manchada

Nome científico

Pragas

Tetranychus urticae

(Tetranychidae, Acarida)

Acalitus essigi (Hassan)

(Eriophyidae, Acarida)

Amphorophora idaei

Aphis ruborum (Bormer)

(Aphididae, Hemiptera)

Helicoverpa armigera Hübner 1805

Spodoptera littoralis Boisduval

(Noctuidae, Lepidoptera)

Frankliniella ocidentalis Pergande

(Thripidae, Thysanoptera)

Drosophils suzukii (Matsumura)

(Drosophila, Diptera)

Código OEPP (Bayer)

TETRUR

ACEIES

AMPHID

APHIRB

HELIAR

SPODLI

FRANOC

DROSSU

Fonte: Nomenclatura dos inimigos das culturas para as quais se admite o recurso à luta química, DGADR, 2012; EPPO

Inimigos (Nome vulgar)

ferrugem

míldio

oídio

podridão cinzenta

phytophthora

Nome científico

Doenças

Phragmidium rubi-idaei (DC.) P.Karst

(= Phragmidium imitans Arthur)

(= Puccinia rubi Schumach)

(= Puccinia rubi-idae DC.)

Peronospora sparsa Berk.

(= Pseudoperonospora sparsa Berk.)

(= Peronospora rubi Rabenh. ex J. Schröt)

Oidium sp.

Botryotinia fuckeliana (de Bary) Whetzel

Anamorfo: Botrytis cinerea Pers.

Phytophthora rubi Man int Veld

Código OEPP (Bayer)

PHRARU

PSPESR

OIDISP

BOTRCI

PHYTFU

Fonte: Nomenclatura dos inimigos das culturas para as quais se admite o recurso à luta química, DGADR, 2012; EPPO

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Para cada uma destas pragas e doenças,tanto o diagnóstico como os tratamen-tos, deverão ser elaborados por técnicosespecializados na cultura, dado que con-soante as características climáticas eedáficas das explorações, as recomenda-ções de tratamento poderão variar.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Para minimizar as ocorrências de pra-gas (ácaros, afídeos, etc.) é necessárioque se faça uma monitorização fre-quente das plantas, procurando indí-cios de presença destas.Em simultâneo, o produtor deve pon-derar a utilização de meios de prote-ção integrada/biológica, preventivos,tais como armadilhas cromotrópicas,largadas de auxiliares, entre outros.(João Roseiro, 2017)

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10 - Colheita

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10 - Colheita

O estado de maturação das framboesasna altura da colheita depende das culti-vares e do destino da produção, ou seja,no caso dos frutos se destinarem ao mer-cado interno ou à transformação realiza--se quando os frutos estão na maturaçãofisiológica e quando se destinam à expor-tação devem ser colhidos mais cedo demodo a suportarem melhor o manuse-amento e transporte.

Em qualquer dos casos deve evitar-semanusear excessivamente os frutos, poisestes são muito frágeis. Deve igualmentecolher-se os frutos sobre maduros oudanificados de modo a evitar a prolifera-ção de doenças. A colheita deve ser reali-zada nas primeiras horas do dia, sendoos frutos colhidos imediatamente refri-gerados, enviados para distribuição ecomercialização no período máximo de24 horas.

Uma vez que a framboesa ao ser remo-vida do recetáculo ainda respira (liber-tando energia e calor), o tempo de vidaútil é mais curto do que para a maioriadas restantes frutas, sendo essa a razãoda necessidade das framboesas seremrefrigeradas imediatamente a seguir àcolheita e durante o transporte atéchegar ao consumidor.

Fonte: DRAP Norte. Framboesa

Consoante o destino da fruta, o modode colheita pode ser distinto, ou seja,para o mercado em fresco, a colheitatem de ser manual, para preservar a inte-gridade do fruto, mas para a indústria detransformação, a colheita poderá ser me-cânica, por forma a reduzir os custos decolheita significativamente.

No caso da colheita manual, os frutosdevem ser colhidos diretamente para osrecipientes finais ou em caixas poucoprofundas de modo a evitar que sejamdanificados pelo próprio peso.

A produção de framboesa por hectaredepende de vários fatores como asvariedades utilizadas, os sistemas decultivo, assim como as condições edafo-climáticas das áreas geográficas ondesão produzidas, entre outros. A título deexemplo podem apontar-se produti-vidades médias no SW Alentejano a ron-dar as 20 a 30 toneladas por hectare.

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11 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

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11 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

As questões relacionadas com a preser-vação ambiental, manutenção da biodi-versidade, sustentabilidade no uso dosrecursos naturais e responsabilidade so-cial, impulsionadas por uma cada vez maiorconsciencialização/exigência por parte dosconsumidores, têm sido os grandes mo-tores do crescimento da agricultura bio-lógica e da produção integrada.

Em Portugal, a produção de framboesatem ainda uma fraca expressão, sendode 775 hectares a área dedicada a fram-boesa, segundo dados de 2015 do GPP.Segundo o INE e resultado do Recense-amento agrícola de 2009, a área de frutosde pequena baga em Modo de ProduçãoBiológico era inferior a 9 hectares.

No que se refere à Produção Integrada,um dos constrangimentos decorre da járeferida fraca expressão que a culturaainda tem no nosso país, pelo que nãoexistem produtos fitofarmacêuticos ho-mologados, existindo sim autorizações,ao abrigo dos usos menores para a uti-lização de alguns produtos fitofarma-cêuticos.

No entanto, sendo notório o crescenteinteresse por parte dos consumidores,em que ao aumento do consumo deframboesas se associa um estilo de vidasaudável, a opção por sistemas de agri-

cultura mais sustentáveis, como o modode produção biológico e produção inte-grada podem ser opções cada vez maisinteressantes.

Por outro lado, a obtenção de certifi-cação em Modo de Produção Biológicoou Produção Integrada, permite acres-centar valor, uma vez que os mercadosdo Norte da Europa são muito sensíveis,impondo por vezes a certificação comocondição de entrada dos produtos.

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Bibliografia

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Oliveira P.B. (2007). A planta de framboesa. Morfologia e fisiologia. Edição no âmbitodo Projeto PO AGRO DE&D Nº 556, 36 pp.

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