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MANUALBOAS PRÁTICASPARA CULTURAS EMERGENTES

A CULTURA DA GROSELHA

Pensar Global,pela Competitividade,Ambiente e Clima

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A CULTURA DA GROSELHA

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Ficha técnica

Título: Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes

A Cultura da Groselha

Autor: Associação dos Jovens Agricultores de Portugal

Lisboa | 2017

Grafismo e Paginação: Miguel Inácio

Impressão: GMT Graficos

Tiragem: 250 ex.

Depósito Legal: 436267/18

ISBN: 978-989-8319-22-7

Distribuição Gratuita

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ÍndiceIntrodução

1 - Origem

2 - Taxonomia e Morfologia

3 - Requisitos Edafoclimáticos3.1 - Clima

3.1.1 - Temperatura3.1.2 - Precipitação3.1.3 - Vento

3.2 - Solos

4 - Ciclo Biológico4.1 - Floração

5 - Tecnologias de Produção

6 - Material Vegetal6.1 - Variedades

7 - Particularidades do Cultivo7.1 - Escolha da parcela7.2 - Preparação do terreno7.3 - Plantação7.4 - Desenho de plantação7.5 - Fertilização7.6 - Rega7.7 - Poda

8 - Pragas e Doenças8.1 - Pragas8.2 - Doenças

9 - Colheita

10 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

Bibliografia

Pensar Global, pela Competitividade, Ambiente e Clima

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Introdução

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Introdução

No âmbito da candidatura �Pensar Globalpela Competitividade, Ambiente e Clima�,inserida na operação 2.1.4 � Ações de infor-mação, com o objetivo de reunir, divulgare disseminar informação técnica, organiza-cional e de mercados, valorizando o ambi-ente e o clima, foi definido como meta aelaboração de um conjunto de elementosnos quais se inclui o presente �Manual deBoas Práticas para Culturas Emergentes�.

Este manual, a par dos outros elementosprevistos neste projeto, visa dotar os agen-tes do setor agrícola, em particular os asso-ciados da AJAP, de um conhecimento maisaprofundado sobre 15 culturas emergentesaliadas às boas práticas agrícolas.

A cultura da groselha insere-se no referidoconjunto de culturas consideradas emer-gentes, o qual foi aferido através da realiza-ção de inquéritos a nível nacional, por partedos técnicos da AJAP, junto de organismose instituições de referência do setor, tendoem conta a atual conjuntura, ou seja, consi-derando as culturas que se destacam pelacomponente de inovação aliada à rentabili-dade da exploração agrícola, aumentandoassim a competitividade do setor.

Para a elaboração deste manual, foramconsultadas diferentes fontes bibliográficas,bem como produtores e especialistas quecontribuíram de forma determinante paraa valorização da cultura da groselha.

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1 - Origem

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1 - Origem

A groselheira é originária das regiões friasdo hemisfério norte sobretudo da EuropaCentral e Oriental, e do Norte e Centro Asiá-tico. Apesar de existirem algumas varieda-des provenientes da Europa Ocidental,Escandinávia (groselheira vermelha) e daAmérica do Norte, a maioria das cultivarescomercializadas atualmente são origináriasda Europa e da Rússia.

O cultivo de groselheira é praticado naEuropa pelo menos desde o século XV,expandindo-se no início do século XX paraáreas onde o inverno é suficientemente friopara a quebra de dormência da planta.Atualmente a groselheira é cultivada emquase toda a Europa, no Norte da Ásia e emalgumas regiões da Oceania. A Rússia,segundo dados da FAO referentes ao anode 2014, foi responsável por 56% da produ-ção mundial da groselha, seguindo-se aPolónia cuja produção equivalia a 25% daprodução mundial.

Em Portugal, a cultura da groselha aindaestá em fase de crescimento, tendo existidoum aumento de área plantada, entre 2010e 2012, de 22 hectares. Em 2012 a produçãonacional foi cerca de 87 toneladas. Apesarde ainda ser uma cultura com pouca expres-são a nível nacional, a groselha é o pequenofruto com maior cotação de mercado noinício da primavera.

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2 - Taxonomia e Morfologia

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2 - Taxonomia e Morfologia

A groselheira, cientificamente denominadade Ribes Rubrum L., é um arbusto da famíliaGrossulariaceae e do género Ribes. Apesarda fitogenia e taxonomia ainda não estaremdeterminadas por não haver consensoquanto ao número de géneros e subgé-neros, a nomenclatura mais aceite atualmen-te é a de Janczewski. Esta divide as groselhastodas no mesmo género Ribes e em 6 subgé-neros diferentes, pertencendo as variedadescomerciais aos seguintes:

� Coreosma � Subgénero onde se inseremas variedades de groselha preta (Ribes

nigrum), oriundas da Europa Central eOriental e do Norte e Centro Asiático.Estas variedades podem atingir até2 m de altura;

� Ribesia � Subgénero onde se inseremas variedades de groselha vermelha(Ribes Rubrum) oriundas da zona Oci-dental Europeia e da Escandinávia. Es-tas variedades variam entre 1 e 1,5 mde altura;

� Grossularia � Subgénero oriundo daEuropa, Ásia e Norte de África, distin-gue-se dos restantes pela presença deespinhos no caule (Ribes uva-crispa).As variedades deste subgénero atin-gem entre 0,5 e 1,5 m de altura.

Em termos morfológicos são arbustos defolha caduca, com caules múltiplos semi--eretos, que podem atingir até 2 m de alturae amplitude consoante as variedades. Emcondições ótimas apresentam um rápidocrescimento. As raízes são superficiais, finase facilmente danificadas por operaçõesculturais frequentes.

As flores provêm de gomos terminais mistosque, em rebentos do ano, nascem no cauleprincipal e nos anos seguintes em ramossecundários. De cada botão de flor nasceuma inflorescência, em cacho, com cercade 13 a 15 cm e com o máximo de 20 flores.As flores são verdes no caso da groselheiravermelha e rosa no caso da groselheira pre-ta. Na maioria das variedades de groselheiraas flores são autoférteis, com exceção dasgroselheiras pretas (Ribes nigrum) e dasuvas crispas (Ribes uva-crispa) que por nãoserem autocompatíveis, a polinização é feitaatravés de sirfídeos e outros insetos.

Os frutos são designados morfologicamentede pseudobagas. Esta definição deve-se aofacto da flor ter um ovário ínfero levando aque o tubo floral se desenvolva em conjun-to com o ovário durante a frutificação.

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

3.1 - Clima

As groselheiras são plantas que necessitamde longas horas de frio e que são sensíveisa temperaturas elevadas, à exposição solare ao vento, devendo ser plantadas em luga-res com exposição a norte ou nordeste, demodo a minimizar os danos pelo calor e pelaexposição solar.

Enquanto que em climas muitos frios oumontanhosos a exposição solar tem umefeito benéfico, aumentando a produtivi-dade das plantas, em regiões mais quentespoderá ser benéfico o recurso a sombre-amento de modo a proteger as plantas dastemperaturas elevadas, diminuindo osdanos de stress causados pelo calor.

Devido às suas necessidades de longas horasde frio, período curto de maturação e intole-rância a temperaturas elevadas, as grose-lheiras estão bem adaptadas aos climas daszonas Norte e Centro de Portugal, especial-mente onde os invernos severos, mas semgeadas, antecedem a época de produção ematuração dos frutos.

3.1.1 - Temperatura

As groselheiras necessitam de aproxima-damente de 1.000 a 1.200 horas de frio, varian-do consoante a variedade, com temperatu-

ras entre 1,5 e 7 oC. Esta exigência visa satisfa-zer a dormência fisiológica da planta levandoà abertura dos botões florais no início daprimavera. Apesar de a groselheira ser umaplanta tolerante ao frio e às geadas leves,as temperaturas inferiores a -2oC podemcausar danos nas flores, reduzindo a produ-tividade da planta.

As temperaturas superiores a 32 oC causamdanos nas folhas e escaldões nos frutos,principalmente quando a exposição solar éelevada e intensa.

3.1.2 - Precipitação

As groselheiras estão adaptadas a áreaschuvosas, apesar das necessidades de águadesta espécie não serem muito elevadas,sendo em média cerca de 25 mm porsemana, aumentando durante o períodode maturação dos frutos.

3.1.3 - Vento

A groselheira é uma cultura que beneficiade uma boa circulação de ar na plantação,pois permite diminuir os danos causadospor uma exposição solar intensa e por tem-peraturas elevadas, bem como minimizar aexistência de doenças foliares. Contudo, aocorrência de ventos fortes pode levar adanos na cultura.

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3.2 - Solos

As groselheiras são bastantes tolerantes aum grande leque de condições de solo, maspreferem solos bem drenados, limosos aarenosos, com teor de matéria orgânicasuperior a 1%, boa capacidade de retençãode água e com pelo menos 45 a 60 cm deprofundidade. O pH do solo deve ser mode-radamente ácido, entre 5,5 e 6,5. Deve serevitada a plantação desta cultura em solosalcalinos, com pH superior a 7, pois nestascondições existe uma maior probabilidadede haver um déficit de micronutrientes nosolo.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

As condições climáticas em Portugalapenas permitem plantações no Nortee Centro de Portugal. No entanto, as altastemperaturas podem dar resultadosnegativos no crescimento e desenvol-vimento das plantas. Dessa forma, asplantas devem ser protegidas por redesde sombreamento.(Gijs Hoogendoorn, 2017)

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4 - Ciclo Biológico

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4 - Ciclo Biológico

A fisiologia da groselheira foi alvo de poucoestudo, existindo pouca documentaçãoacerca dos mecanismos fisiológicos deregulação do desenvolvimento da planta edos frutos. Contudo, sabe-se que esta espé-cie tem uma longevidade que varia entre 15e 30 anos, consoante a variedade, emborapoderá não ser economicamente viávelmanter uma plantação com mais de 10 anos.

Os ramos tornam-se produtivos no segundoano, mantendo-se rentáveis durante os doisanos seguintes, devendo posteriormenteser eliminados. É fundamental encontrarum bom equilíbrio entre os ramos produti-vos e os não produtivos, através da realiza-ção de podas.

4.1 - Floração

A iniciação floral ocorre de forma basífugaao longo do cacho dependendo, por umlado das condições ambientais necessitandode fotoperíodos curtos e, por outro, dalocalização geográfica, variando consoantea latitude.

A maioria das variedades de groselheirassão autoférteis, não necessitando de polini-zadores. Contudo, segundo alguns autores,a utilização de polinizações cruzadas podelevar à obtenção de frutos com calibres su-periores e a uma maior produtividade daplanta. Dessa forma, em plantações demaior dimensão é aconselhável utilizar dife-rentes variedades de groselheiras e colocarcolmeias na plantação, no mínimo de umacolmeia a cada 1.000 m2, por forma a pro-mover a polinização cruzada.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS:

A groselha vermelha beneficia muito dapresença de polinizadores uma vez que,em algumas variedades, a recetividadedos estigmas das flores não se dá aomesmo tempo ao longo do cacho. Falhasde vingamento de flores ao longo docacho fazem baixar o seu interessecomercial. (Pedro B. Oliveira, 2017)

Dormência

Floração

Formação dos frutos

Maturação

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Ciclo anual da planta de Groselha

Fonte: Adaptado de Coates & James, 2003

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5 - Tecnologias de Produção

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5 - Tecnologias de Produção

A produção de groselha em Portugal, podeser feita ao ar livre, com recurso a coberturade plásticos para proteção da cultura contrachuvas e geadas e principalmente contra aexposição solar, uma vez que a luz solardireta provoca a queima das folhas e danosnos frutos. A produção de groselha podetambém ser realizada em cultura protegida,de modo a permitir a antecipação dacolheita.

O método de condução também podevariar, sendo o mais tradicional a conduçãodas plantas na sua forma natural, conduçãocomo arbusto. A manutenção desta formade condução deve ser feita de modo a queexistam cerca de 9 a 12 caules por plantacom altura máxima de 1,5 m.

Outra forma de condução desta cultura éem cordão, com um, dois ou três cordõesprincipais. Este método permite uma maiorcirculação de ar, diminuição de danos provo-cados pelo vento, uma maior produtividadee uma colheita mais fácil. As maiores desvan-tagens desta forma de condução são o au-mento do trabalho manual na poda e nacondução da cultura, um maior investi-mento nas estruturas de suporte e a diminui-ção da longevidade da cultura.

Em ambos os sistemas de condução devemser utilizados plásticos de cobertura duranteo fim do inverno até ao início do outono,de modo a garantir a qualidade dos frutos,reduzindo os danos provocados pelo ventoe sol.

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Sistema de condução em arbusto

Fonte: Barney & Fallahi, 2009

Sistema de condução em cordão duplo

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As operações culturais de manutençãoda groselha compreendem várias açõescom vista a melhoria das condições pro-dutivas da plantação.

Em termos de podas, compreendem arealização da poda de inverno, em quese realiza o suporte das unidades de fru-tificação nos arames laterais, e da podaverde de primavera/verão na qual se reti-ram os rebentos dos troncos, se despon-tam os rebentos laterais e se retiram osrebentos que adensam o interior dasplantas.

Passam também pela correção de pH ematéria orgânica, controlo da irrigaçãoe fertirrigação através do sistema derega.

Englobam igualmente o controlo de pra-gas e doenças que afetam o pomar, assimcomo a eliminação das ervas daninhasna faixa de 75 cm de cada lado da linhade plantas. Finalmente, no caso deplantações com recurso a plásticos decobertura, é necessário o seu manuseiode acordo com as condições climatéricasdo local, sendo por norma recolhido nooutono e estendido no final do inverno.

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6 - Material Vegetal

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6 - Material Vegetal

6.1 - Variedades

As variedades de groselha dividem-se em3 grandes grupos consoante a época decolheita: variedades precoces, variedadesnormais e variedades tardias. No quadroseguinte apresentam-se algumas varieda-des de groselha tendo em conta a épocade colheita.

As variedades devem ser escolhidas tendoem consideração as condições climáticas ede solo, sendo que na região mediterrânicaos aspetos mais importantes a ter em contasão a tolerância da planta a temperaturaselevadas e a exigência em termos de horasde frio. Atualmente, em Portugal, existeinformação sobre a produção comercial deduas variedades, embora a mais indicadapara as nossas condições seja a Junifer,dadas as menores exigências em horas defrio para que se verifique a quebra dedormência.

- Junifer � Variedade precoce francesaque apresenta produtividades elevadas.Os seus frutos são de excelente quali-dade e a planta é resistente a doenças.É autofértil, mas pode beneficiar dapresença de polinizadores. O fruto éproduzido em pequenos cachos com10 a 20 bagas que quando maduros sãomacios e apresentam um vermelho pro-fundo e um sabor muito doce e aromá-tico. Trata-se da variedade que necessitade um menor número de horas de friosendo a que mais se adapta ao climaportuguês.

- Rovada � Variedade holandesa comelevada resistência a doenças, vigorosae de floração tardia. Os cachos de frutasão grandes e os frutos são vermelhostranslúcidos. O seu sabor é apreciadopara o consumo em fresco, bem comopara compotas.

A propagação de groselhas pode ser feitaatravés de sementes ou estacas. No casode se utilizar estacas, estas devem ser reti-radas de caules com um ano durante o pe-ríodo de dormência da planta. As estacasdevem ter entre 15 e 20 cm e os cortes de-vem ser feitos perto dos nós. As estacasdevem ser plantadas em viveiros com solosbem drenados, distanciadas de 15 em 15 cm.

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Variedadesprecoces

Variedadesnormais

Variedadestardias

Fonte: Berkeheimer & Hanson, 2001; Dale, 1999; Strang, 2012

Junifer

Detvan

Tratan

Jonkheer van test

Ben Connan

Rovada

Cascade

Red lake

Exemplos de variedades de groselha

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7 - Particularidades do Cultivo

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7 - Particularidades do Cultivo

7.1 - Escolha da parcela

A escolha da parcela deve ter em conside-ração as necessidades de frio e a suscetibi-lidade da planta ao calor, sendo que emclimas pouco frios, a escolha da parcela deveincidir em terrenos com boa circulação dear, prevenindo o aparecimento de doençasfoliares, e com exposição a norte ou nordes-te, de modo a que durante a tarde existasombra, diminuindo os danos por exposiçãosolar e temperaturas elevadas.

7.2 - Preparação do terreno

A preparação do terreno deve começar coma erradicação de ervas perenes na zona deplantação. Deve efectuar-se uma análise aosolo para determinar o pH, níveis e respec-tivas necessidades de fósforo e potássio.Estes nutrientes devem ser corrigidos paraníveis médios, com fósforo disponível entre22 a 34 kg por hectare e de potássio 68 e90 kg por hectare. Se o pH for inferior a 5,5,deve ser adicionada cal para aumentar o pHpara valores entre 6 e 6,3.

Em áreas onde os solos não são bemdrenados, devem ser instalados camalhõespermanentes com cerca de 0,9 a 1,2 m delargura e 10 a 15 cm de altura ou proce-der-se à instalação de telhas de drenagem,antes da plantação, a pelo menos 60 cm de

profundidade do solo e perto da linha deplantação.

Também é necessário proceder à instalaçãode estruturas que suportem a cobertura daplantação e um sistema de rega gota-a--gota, antes da plantação da cultura.

7.3 - Plantação

A época de plantação mais indicada para agroselheira ocorre antes da quebra de dor-mência durante o outono e inverno, sendoa altura mais indicada o final do inverno,pouco antes da quebra de dormência daplanta. Devem ser utilizadas plantas comum ou dois anos, vigorosas e bem enraiza-das. A plantação deve ser feita a cerca de15 cm de profundidade.

7.4 - Desenho de plantação

A densidade de plantação depende do vigorda cultivar, do hábito de crescimento e dosistema de plantação utilizado. No sistematradicional, as groselheiras devem serplantadas à distância de 1 a 1,25 m na linhae de 2 a 3,5 m na entrelinha. Devem serevitadas densidades elevadas de modo apermitir uma boa elaboração de colheitasmecânicas e de modo a permitir uma boacirculação de ar.

Se a plantação for conduzida em cordão, adensidade de plantas na linha varia deacordo com o número de cordões utilizados:

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- Cordão simples: 45 a 50 cm de distânciaentre plantas e, pelo menos, 2 m dedistância entre linhas;

- Cordão duplo: 60 a 75 cm de distânciaentre plantas e, pelo menos, 2 m dedistância entre linhas;

- Cordão triplo: 75 a 90 cm de distânciaentre plantas e, pelo menos, 2 m dedistância entre linhas.

O sistema de condução é feito através depostes verticais com 3 arames e 4 arames decada lado colocados a 0,5 m dos arames cen-trais, suportados pela extremidade de cruze-tas ou através de cadeados suspensos naestrutura de suporte do plástico de cobertura.

7.5 - Fertilização

O solo contém uma diversidade de elemen-tos minerais que as plantas necessitam.Quando são insuficientes, é necessáriofornecê-los através da fertilização, que tempor objetivo a otimização da produtividadeda cultura.

Os diferentes elementos desempenhampapéis distintos, sendo o azoto o nutrientemais limitante da produção das culturas,uma vez que se trata do nutriente funda-mental para o crescimento e vigor das plan-tas. O fósforo é um nutriente muito impor-tante para a formação das flores e dosjovens frutos, favorecendo igualmente o

desenvolvimento vegetativo e a estabilidadedo sistema radicular. O potássio é importan-te para a qualidade dos frutos, é muitomóvel, quer na planta quer no solo, sendorapidamente fixado.

As groselhas, apesar de sobreviverem emcondições de solos pobres, necessitam deuma fertilização cuidada para que obtenhama produtividade e a qualidade de frutosdesejada. A cultura deve ser fertilizada quan-do ocorre o crescimento vegetativo dasplantas. A fertilização pode ser feita umavez no início da primavera se a composiçãodo solo e o vigor da planta assim o permiti-rem, mas a prática mais eficiente é atravésde uma fertilização regular, impedindo a lixi-viação dos nutrientes para fora do alcancedas raízes. Deve ser evitada a utilização decloreto de potássio e outros fertilizantescom cloro na sua composição, por a grose-lheira ser uma planta sensível ao ião cloreto.A concentração de nutrientes ótima do solopara a cultura da groselha é a apresentadano quadro seguinte.

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De modo a manter uma plantação saudávelcom altas produtividades de frutos comqualidade, é necessária uma fertilizaçãoapropriada, sendo o azoto e o potássio osnutrientes que mais limitam a produção degroselha. No Quadro abaixo estão presentesas quantidades anuais recomendadas defertilizantes comuns em culturas de gro-selha.

A utilização de estrume ou outros materiaiscompostados com concentrações de azotosignificativas são a melhor fonte de nutri-entes para as groselhas, que respondembem a fontes de azoto de libertação lenta.

7.6 - Rega

As groselheiras necessitam de cerca de25 a 30 mm de água por semana, desdea floração até ao final da colheita paraque o crescimento, a produtividade dasplantas e a qualidade dos frutos sejamótimas. Apesar da grande maioria dosclimas ter precipitações adequadas parasatisfazer estas necessidades de água,em zonas onde isto não se verifica éaconselhável complementar com umsistema de rega gota-a-gota.

Se após a colheita existe um período deseca prolongado, a planta deve ser rega-da periodicamente até ao início das pri-meiras chuvas ou até a planta entrar noperíodo de dormência. A quantidade deágua fornecida deve ser a suficiente parahumidificar o solo, até cerca de 15 a 20cm de profundidade, devendo o soloestar seco antes da rega seguinte. A regaexcessiva pode causar danos nas raízesdevendo, por isso, ser evitada.

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Elemento nutritivo

Fósforo (P2O5)

Potássio (K2O)

Cálcio (CaO)

Magnésio (MgO)

Enxofre (S)

Macronutrientes

(ppm)

100

150

1000-5000

>30

10

Concentração de nutrientes no solo

Fonte: Harbut, 2011

Ano

1 (plantação)

2

3

4

5+

(kg/arbusto) FERTILIZANTES COMERCIAIS (g/arbusto)

Vaca /cavalo

2,5

2,5

3,5

4,5

6

Fonte: Adaptado de Barney & Fallahi 2009; Harbut, 2011

Quantidades anuais recomendadas de fertilizantes comuns a aplicar na cultura de groselha

Coelho/aves

0,6

0,6

1

1,3

1,7

10-10-10

115

115

170

225

285

18-5-10

64

64

96

125

158

21-0-0

55

55

81

107

136

46-0-0

25

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62

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7.7 - Poda

A poda tem como objetivos a manutençãoda produtividade da planta, facilitar acolheita dos frutos e permitir uma boacirculação de ar e exposição solar. As gro-selheiras conduzidas como arbusto devemser podadas próximo do chão e durante operíodo de dormência, preferencialmenteno fim do inverno ou no início da primavera,de modo a que existam sempre cerca de 9a 12 caules, com um a três anos, por planta.Um dos métodos mais utilizados de podasegue a seguinte estrutura:

Ano de Plantação: após a plantação,cortar as plantas para ficarem com 15 a25 cm de altura. Isto encoraja o cresci-mento das raízes e dos rebentos. Se aplantação for feita no outono a poda sódeverá ser feita no início da primavera;

Após o Primeiro ano: remover todos me-nos 6 ou 8 dos rebentos mais vigorosos;

Após o Segundo ano: deixar entre 4 a 5dos novos rebentos e entre 3 a 4 caulescom dois anos;

Após o Terceiro ano: manter entre 3 a 4caules com um, dois e três anos;

Plantações Maduras: após o quarto erestantes anos produtivos, remover oscaules mais antigos e deixar entre 3 a 4caules novos, de modo a substituir oseliminados.

Nas culturas conduzidas em cordão, a podadeve seguir a seguinte estrutura:

a) Após a plantação deve selecionar-seum caule direito, ereto, vigoroso com1 ano e cortar os restantes caules junto

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Durante o crescimento deve realizar-seanálise ao solo uma vez por ano, nomínimo. A produção de groselha ao arlivre não é uma solução uma vez que osol direto queima as folhas e danifica osfrutos. A groselha é uma cultura querequer algum cuidado, mas se lhe dermoso que necessita ela devolve-nos uma boaprodução. Se o produtor falhar, as plan-tas também falham.(Gijs Hoogendoorn, 2017)

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Groselheira no período de dormência após poda

Fonte: Harbut, 2001

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ao solo. O caule selecionado deve serpodado mais ao menos a meio, porcima de um rebento forte;

b) Quando o caule central tiver cerca de45 cm, deve remover-se os ramoslaterais a menos de 15 cm do solo;

c) Durante a época de dormência, devecortar-se cerca de metade do caulecentral, formado a partir do gomodeixado na época de crescimento an-terior. Deve igualmente encurtar-se osnovos ramos laterais a cerca de 3gomos por cada;

d) Devem ainda ser realizadas podas deprimavera/verão, retirando-se os reben-tos dos troncos, pela desponta dosrebentos laterais e pela eliminação dosrebentos que adensam o interior dasplantas. Quando o ramo central atingea altura pretendida, devem ser retira-dos todos, menos um gomo do cauleda época atual, durante a poda deverão.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS:

Uma boa condução da poda é fator im-portante para a obtenção de cachos combom desenvolvimento. O produtor temque ter em atenção que as groselhas ver-melhas apenas produzem frutos nosramos de segundo ano devendo-se man-ter preferencialmente estes aquando dapoda.

A abertura do centro da planta é funda-mental para um bom desenvolvimentodos cachos, facilitando a colheita. Umadas formas de obter arbustos abertos érealizar a poda deixando gomos voltadospara o exterior da copa. Caso verifiqueque as suas plantas estão demasiadodensas pode efetuar uma poda de verão.(Pedro B. Oliveira, 2017)

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8 - Pragas e Doenças

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8.2 - Doenças

As principais doenças que afetam a cultura da groselha são:

Inimigos (Nome vulgar)

Atracnose

Oídio

Ferrugem

Septoriose

Nome científico

Doenças

Pseudopeziza ribis

Sphaerotheca mors-uvae

Microsphaera grossulariae

Phyllactinia suffulta

Cronartium ribicola

Puccinia ribis

Mycosphaerella grossulariae

Código OEPP (Bayer)

DREPRI

SPHRMUMCRSGRPHYLGU

CRONRIPUCCRI

MYCORI

Fonte: Sofia, 2012

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O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

É importante fazer um controlo diário durante a estação de crescimento. Trabalharnuma Organização de Produtores ou contratar um consultor no começo pode ajudarmuito. A poda pode ter um grande impacto na fitossanidade da cultura.(Gijs Hoogendoorn, 2017)

8 - Pragas e Doenças

8.1 - Pragas

As principais pragas que afetam a groselha são:

Inimigos (Nome vulgar)

Afídeos

Currant Borer

Conchonilas

Currant Fruit Fly

Currant Sawfly

Nome científico

Pragas

Capitophorus ribis

Hyperomyzus pallidus

Nasonovia ribisnigri

Synanthedon tipuliformis

Coccoideaceae

Rhagoletis ribicola

Nematus ribesii

Nematus leucotrochus

Pristiphora appendiculata

Código OEPP (Bayer)

CRYMRIHYPEPANASORN

SYNATI

1CCOIF

RHAGRI

NEMARINEMALEPRISPA

Fonte: Coates, 2003

Para cada uma destas pragas e doenças tanto o diagnóstico como os tratamentos deverãoser elaborados por técnicos especializados na cultura, dado que consoante as característicasclimáticas e edáficas das explorações, as recomendações de tratamento poderão variar.

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9 - Colheita

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9 - Colheita

As groselheiras são plantas que podem sermuito produtivas quando maduras, comproduções entre os 2 a 3,5 kg por planta. Asgroselheiras atingem o seu pico de produçãoem 3 ou 4 anos.

Em termos de produtividade por hectare,embora dependa quer das variedadesutilizadas, quer da densidade de planta-ção, podem considerar-se valores médiospara a cultura de cerca de 15 ton/ha. Noentanto, atualmente em Portugal os valo-res de produtividade rondam as 10 ton/ha.

Após a maturação do fruto, este pode ficarno arbusto durante mais uma semana semque fique demasiado maduro, mas emalgumas variedades a acidez pode diminuir.A colheita semanal permite que o frutotenha uma maturação lenta permitindorealizar a colheita em 2 ou 3 vezes. Uma vezque a groselha é um fruto muito sensível,deve ser colhida apenas durante a manhãe imediatamente preparada e canalizadapara um circuito de frio.

As groselhas ficam vermelhas muito antesde estarem totalmente maduras. Devempermanecer na planta o máximo de tempopossível de modo a desenvolver saboresadicionais e a aumentar o teor de açúcar. Apredação de pássaros é normalmente sinalde que a maturação está completa.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS:

Devemos ter em atenção dois tipos decolheita: frutos para consumo em frescoe frutos para serem conservados. No pri-meiro caso os frutos devem ser colhidosquando atingem o máximo da sua corvermelha e quando começam a ficar ligei-ramente brados. No segundo caso a co-lheita pode ser um pouco antecipadatendo em conta que as groselhas se po-dem manter meses em atmosfera con-trolada. (Pedro B. Oliveira, 2017)

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10 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

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10 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

As questões relacionadas com a preservaçãoambiental, manutenção da biodiversidade,sustentabilidade no uso dos recursos na-turais e responsabilidade social, impulsio-nadas por uma cada vez maior conscien-cialização/exigência por parte dos consumi-dores, têm sido os grandes motores do cres-cimento da agricultura biológica e da produ-ção integrada.

Em Portugal, a produção de groselhas temainda uma fraca expressão, sendo de 106hectares a área dedicada a groselha, segun-do dados de 2015 do GPP. Segundo o INE eresultado do Recenseamento Agrícola de2009, a área de frutos de pequena baga emModo de Produção Biológico era inferior a9 hectares.

No que se refere à Produção Integrada, umdos constrangimentos decorre da já referidafraca expressão que a cultura ainda tem nonosso país, pelo que não existem produtosfitofarmacêuticos homologados, existindosim autorizações, ao abrigo dos usos meno-res para a utilização de alguns produtos fito-farmacêuticos.

No entanto, sendo notório o crescente inte-resse por parte dos consumidores, em queao aumento do consumo de groselha seassocia um estilo de vida saudável, a opção

por sistemas de agricultura mais susten-táveis, como o Modo de Produção Biológicoe Produção Integrada podem ser opçõescada vez mais interessantes.

Por outro lado, a obtenção de certificaçãoem Modo de Produção Biológico ou Produ-ção Integrada, permite acrescentar valor,uma vez que os mercados do Norte da Euro-pa são muito exigentes, impondo por vezesa certificação como condição de entradados produtos.

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Bibliografia

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Pensar Global, pela Competitividade, Ambiente e Clima

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Bibliografia

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Bratsch, Anthony, Williams, Jerry, 2009, Specialty Crop Profile: Ribes (Currants andGooseberries). Virginia Cooperative Extension, publicação: 438-107, pp. 1-14.

Berkjeimer, Steven F. and Hanson, Eric, 2001, Unsual Fruit Plants � for Gardens in the NorthCentral Region. Michigan State University, pp. 2-5.

California Rare Fruit Growres, Inc. (1996) Currants � Ribs spp. Fruit Facts, vol 1. Disponívelem: http://crfg.org/pubs/ff/currants.html

Coates, S. O�Neal; J. David, 2003, Crop Profile for Red Currants in Washington, IPM center� USDA, 14 pp.

Dale, Adam, 1999, Currants and Gooseberries, Ministry of Agriculture, Food and Rural Affairs� Ontario, 6 pp.

Harbut, Rebecca, 2011, White and Red Currant Production, The University of Wisconsin, 79 pp.

Martinho, José, 2015, A Cultura da Groselha in Voz do Campo nº 185, Julho, pp. 31-33.

Pikunova, A. V., Martirosian, E. V., Kniazev, S. D., Ryzhova, N. N., 2012, Application of RAPD--Analysis for the Study of Genetic Polymorphism and Phylogenetic Relationships in the RibesL. Genus. Russia Journal of Genetics: Applied Research 2, pp. 141-151.

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Sofia, Jorge, 2012, Jornada Pequenos Frutos � Algumas Doenças, Direção Regional deAgricultura e Pescas do Centro, pp. 9-13.

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