A Doutrina Reformada da Predestinação - Loraine Boettner

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  • 7/28/2019 A Doutrina Reformada da Predestinao - Loraine Boettner

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    A Doutrina Reformada da Predestinao

    por

    Loraine Boettner D.D.aCopyright 1932

    byLoraine Boettner

    Retirado do site:http://www.monergismo.net.br/

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    SEO I

    I. Introduo............................................................................................1

    II. Enunciado da Doutrina

    III. Deus Tem Um Plano

    IV. A Soberania de Deus

    V. A Providncia de Deus

    VI. A Pr Cincia de Deus

    VII. Apresentao dos Sistemas

    VIII. As Escrituras so A Autoridade Final Pela Qual Os Sistemas Sero Julgados

    IX. Um Alerta Contra A Especulao Indevida

    Os Cinco Pontos do Calvinismo

    Encarte: "Calvinismo versusArminianismo"............................................................................................................41

    SEO IIOs Cinco Pontos do Calvinismo

    X. Incapacidade Total..................................................................................................41

    XI. Eleio Incondicional

    XII. Expiao Limitada

    XIII. Graa Eficaz

    XIV. A Perseverana Dos Santos...............................................................................144

    SEO III

    Objees Comumente Levantadas Contra a Doutrina Reformada daPredestinao

    XV. Que

    Fatalismo ?.................................................................................................................144

    XVI. Que Inconsistente Com O Livre Arbtrio E Com A Responsabilidade Moral

    http://monergismo.com/livros2/boettner/predest/001.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/002.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/003.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/004.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/005.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/006.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/007.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/008.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009_1.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009_2.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009_2.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/010.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/011.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/012.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/013.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/014.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/015.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/015.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/016.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/001.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/010.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/011.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/012.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/013.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/014.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/002.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/003.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/004.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/005.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/006.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/007.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/008.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009_1.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/015.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/015.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/016.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009_2.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/009_2.htm
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    do Homem

    XVII. Que Faz Deus O Autor do Pecado

    XVIII. Que Desencoraja Todos Motivos Para Esforo

    XIX. Que Representa Deus Como Discriminador de Indivduos, Ou ComoInjustamente Parcial

    XX. Que Desfavorvel Boa Moralidade

    XXI. Que Impossibilita Uma Sincera Oferta Do Evangelho Aos No Eleitos

    XXII. Que Contradiz As Passagens Universais Das Escrituras................................213

    SEO IV

    Objees Comumente Levantadas Contra a Doutrina Reformada daPredestinao

    XXIII. Salvao Pela Graa.......................................................................................213

    XXIV. Garantia Pessoal De Que Algum Est Entre Os Eleitos

    XXV. Predestinao No Mundo Fsico

    XXVI. Uma Comparao Com a Doutrina Maometana da Predestinao

    XXVII. A Importncia Prtica Da Doutrina..............................................................255

    SEO V

    XXVIII. Calvinismo Na Histria.............................................................255 - 301

    Captulo 1 Introduo

    O propsito deste livro no estabelecer um novo sistema de pensamento teolgico,mas dar um novo testemunho ao grande sistema conhecido como a F Reformada ouCalvinismo, e mostrar que sem nenhuma dvida o ensino da razo e da Bblia.

    A doutrina da Predestinao recebe comparativamente pouca ateno em nossos diase muito - imperfeitamente - compreendida mesmo por aqueles que supostamentedeveriam sustent-la mais lealmente. uma doutrina, contudo, que faz parte do credo

    http://monergismo.com/livros2/boettner/predest/016.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/017.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/018.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/019.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/019.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/020.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/021.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/022.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/023.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/023.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/024.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/025.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/026.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/027.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/028.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/016.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/017.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/018.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/019.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/019.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/019.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/020.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/021.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/022.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/023.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/023.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/024.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/025.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/026.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/027.htmhttp://monergismo.com/livros2/boettner/predest/028.htm
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    da maioria das igrejas evanglicas e que tem tido uma influncia notvel em ambos,Igreja e Estado. Os regimentos de vrias ramificaes das Igrejas Presbiteriana eReformada na Europa e nos EUA so plenamente Calvinistas. As Igrejas Batista eCongregacional, embora no tenham credos formulados, foram no princpioCalvinistas, se pudermos julgar pelos escritos e ensinos dos telogos que as

    representam. A grande igreja livre da Holanda e quase todas as igrejas da Esccia soCalvinistas. A Igreja Estabelecida da Inglaterra e sua filha, a Igreja Episcopal daAmrica, tm um credo Calvinista nos "Trinta e nove Artigos". Os Metodistas deWhitefield em Gales at hoje mantm o nome de "Metodistas Calvinistas".

    Entre os que advogaram esta doutrina no passado e os que ainda o fazem no presente,podemos encontrar alguns dos maiores e mais sbios homens do mundo. Foi ensinadono somente por Calvino, mas por Lutero, Zunglio, Melancton (embora ele maistarde se retratasse numa posio mais Semi-Pelagiana), por Bullinger, Bucer e todosos grandes lderes da Reforma. Enquanto diferissem em alguns pontos, eles

    concordavam com esta doutrina da Predestinao e ensinaram-na enfaticamente. Otrabalho principal de Lutero, "The bondage of de Will", mostra que ele mergulhou nadoutrina to ardorosamente quanto Calvino o fizera. Ele inclusive discorreu sobre elamais apaixonadamente e percorreu-a mais profunda e detalhadamente do que Calvinoo fizera. E a Igreja Luterana hoje, a julgar pela "Frmula de Concrdia" sustenta adoutrina da Predestinao numa forma modificada. Os Puritanos na Inglaterra eaqueles que no passado estabeleceram-se na Amrica, tanto quanto os "Covenanters"na Esccia e os Huguenotes na Frana, foram Calvinistas; e aqui pouco crdito paraos historiadores em geral, por to grande silncio haver sido mantido sobre tal fato.

    Esta f tambm foi por algum tempo sustentada pela Igreja Catlica Romana, e emnenhuma ocasio foi repudiada abertamente por ela. A doutrina da Predestinao, deAgostinho, colocou contra ele prprio todos aqueles elementos na Igreja que jogou-ocontra cada homem que subestimava a soberania de Deus. Ele os sobrepassou, e adoutrina da Predestinao adentrou crena da igreja Universal. A grande maioriados credos histricos da Cristandade tm estabelecido as doutrinas da Eleio, daPredestinao e da Perseverana final, como prontamente ser visto por qualquer umque proceda a um estudo profundo e minucioso estudo do assunto. Por outro lado, oArminianismo existiu por sculos somente como uma heresia nos arrebaldes daverdadeira religio, e de fato no foi eleito como campeo pela igreja Cristorganizada at o ano de 1784, a qual poca foi incorporado ao sistema da doutrina daIgreja Metodista na Inglaterra. Os grandes telogos da histria, Agostinho, Wycliffe,Lutero, Calvino, Zunglio, Zanchius, Owen, Whitefield, Toplady, e em tempos maisreceintes Hodge, Dabney, Cunningham, Smith, Shedd, Warfield e Kuyper, abraaramesta doutrina e a ensinaram com entusiasmo. Que eles tenham sido luzes eornamentos do mais alto tipo de Cristianismo, ser admitido por praticamente todosos Protestantes. Mais ainda, suas obras neste to importante tema nunca tiveramrplica. Ento, tambm, quanto paramos para considerar que entre as religies nocrists o Islamismo tem tantos milhes que crem em alguma forma dePredestinao, que a doutrina do Fatalismo tem sido de uma forma ou de outrasustentada em vrias naes no convertidas e que as filosofias mecansticas e

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    determinsticas tm exercido influncia to grande na Inglaterra, Alemanha eAmrica, vemos que pelo menos vale a pena estudar tal tipo de doutrina.

    Desde a poca da Reforma at mais ou menos duzentos anos atrs, estas doutrinaseram bravamente trazidas baila pela grande maioria dos ministros e mestres nasigrejas Protestantes, mas hoje em dia encontramos a grande maioria sustentando e

    ensinando outros sistemas. muito raro nos depararmos com aqueles chamados"Calvinistas sem reserva". Podemos muito apropriadamente aplicar s nossas

    prprias igrejas as palavras de Toplady com relao Igreja da Inglaterra: "Idos soos tempos em que as doutrinas Calvinistas eram consideradas e defendidas como oPalladium de nossa Igreja Estabelecida; pelos seus bispos e clero, pelas universidadese por todo o povo leigo. Foi, durante os reinados de Eduardo VI, Rainha Elizabeth,Tiago I e a grande parte de Carlos I, to difcil encontrar um clrigo que no pregasseas doutrinas da Igreja da Inglaterra, como agora difcil encontrar algum que o faa.Temos genericamente abandonado os princpios da Reforma, e "Ichabod" , ou 'a

    glria se foi', tem sito escrito na maioria de nossos plpitos e das portas de nossasigrejas, desde ento." 1

    A tendncia neste nossa era mais iluminada, olharmos para o Calvinismo como umcredo surrado e obsoleto. No comeo do seu esplndido artigo "A F Reformada noMundo Moderno", o Professor F. E. Hamilton diz, "Parece ser tacitamente assumido

    por um grande nmero de pessoas na Igreja Presbiteriana atual que o Calvinismocresceu demasiado nos crculos religiosos. Na verdade, um membro comum de umaigreja, ou mesmo ministro do Evangelho, tendem a olhar para uma pessoa que declaraacreditar na Predestinao, com um misto de divertida tolerncia. Parece-lhes incrvel

    que ainda exista tal curiosidade intelectual como um Calvinista real numa poca deiluminismo como a presente. Quanto a examinar seriamente os argumentos doCalvinismo, tal idia nunca entra em suas cabeas. Considera-se to fora de questocomo a Inquisio, ou como um mundo criado ("a partir da e pela vontade de umafora maior"), e olha-se para isso como se fosse uma daquelas fantsticas linhas deraciocnio que os homens tinham antes da idade da cincia moderna." Por causa destaatitude atualmente tomada com relao ao Calvinismo, e por causa da falta geral deinformao com relao a estas doutrinas, reputamos o tema deste livro como desuma importncia.

    Foi Calvino quem fermentou e trabalhou este sistema de pensamento teolgico comtal nfase e clareza lgica que desde ento tem sido referido pelo seu prprio nome. claro que ele no originou o sistema, mas simplesmente trabalhou com o que lhe

    pareceu ressaltar com brilho especial nas pginas das Sagradas Escrituras. Agostinhohavia ensinado o bsico, o essencial do sistema mil anos antes do nascimento deCalvino, e todo o corpo de lderes do movimento da Reforma ensinou o mesmo. Masfoi Calvino, com seu profundo conhecimento das Esctirutas, seu destacado intelecto egnio sistemtico, quem alinhou e defendeu estas verdades mais clara e habilmentedo que algum jamais houvera feito.

    Ns nos referimos a este sistema de doutrina como "Calvinismo", e aceitamos otermo "Calvinista" como nosso emblema de honra; ainda que nomes sejam meras

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    convenincias. "Ns podemos,", diz Warburton, "bem apropriadamente, e igualmentecom toda razo, referirmo-nos gravidade como 'Newtonismo', porque os princpiosda gravidade foram primeiramente trabalhados e demonstrados pelo grande filsofo

    Newton. Muito antes que Newton nascesse, a humanidade j convivia com os fatosda gravidade. Tais fatos eram visveis a qualquer um desde o primeiro dia da criao

    do mundo, tanto quanto gravidade foi uma das leis que Deus ordenou e decretou paraa organizao e o equilbrio do universo. Mas os princpios da gravidade no eramtotalmente conhecidos, e os efeitos do poder e da influncia da gravidade no eramtotalmente conhecidos at que fossem 'descobertos' por Sir Isaac Newton. Assim,tambm aconteceu com o que os homens denominam Calvinismo. Os princpiosinerentes ao Calvinismo tm existido por eras e eras antes que Calvino nascesse. Tais

    princpios de fato tm estado visveis como fatores patentes na histria do mundodesde o tempo da criao do homem. Mas tanto quanto foi Calvino quem primeiroformulou estes princpios em um sistema mais ou menos completo, tal sistema, ou

    credo, como queira referir-se a tal, e consoantemente aqueles princpios que soarrolados nele, vieram a ter o seu nome." 2 Nos podemos ainda adicionar que osnomes "Calvinista", "Luterano", "Puritano", "Peregrino", "Metodista", "Batista" eainda o nome "Cristo", foram originalmente apelidos. Mas a sua utilizao veio aestabelecer a validade e o bom entendimento dos seus significados.

    O atributo que proporcionou tal fora ao ensino de Calvino foi seu apego Bblia e sua inspirao e autoridade. Calvino foi mencionado como o mais proeminentetelogo bblico de sua poca. At onde a Bblia o guiou ele foi; parando

    peremptoriamente onde quer que as respostas ou indicaes na Bblia cessassem. Esta

    sua recusa em seguir mais adiante do que estivesse escrito, juntamente com suapronta aceitao do que a Bblia ensinava, deu s suas declaraes um ar definalidade e positividade que tornaram-no ofensivo aos seus crticos. Devido ao seudiscernimento afiado e ao seu poder de raciocnio lgico ele quase sempre erarotulado como um mero telogo especulativo. Que ele tinha um gnio especulativo de

    primeira grandeza, claro, no pode ser negado; e na relevncia pertinncia de suaanlise lgica ele teve uma arma que o fez terrvel para seus inimigos. Mas no eradesses dons que ele dependia primariamente enquanto formulando e desenvolvendo oseu sistema teolgico.

    O intelecto poderoso e ativo de Calvino levava-o a explorar o ntimo de cada objetoque tocasse. Foi longe em suas investigaes sobre Deus e o plano da redeno,penetrando em mistrios com os quais a maioria dos homens raramente sonha,quando muito. Ele trouxe luz um lado das Escrituras que at ento havia sempreestado em sombras e enfatizou aquelas verdades profundas que comparativamentehaviam escapado ateno da igreja nos tempos que precederam a Reforma. Eletrouxe luz doutrinas do apstolo Paulo que estavam no esquecimento, as colocouinteira e completamente no entendimento de uma grande parte da Igreja Crist.

    Talvez esta doutrina da Predestinao tenha provocado uma grande tempestade de

    oposio, e sem dvida tem sido mais erroneamente interpretada e caricaturada, quequalquer outra doutrina das Escrituras Sagradas. "Para dizer antes de outra coisa," dizWarburton, " como balanar a proverbial bandeira vermelha na frente de um touro

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    irado. Tal ato desperta as paixes mais ferozes de sua natureza, e traz tona umatorrente de abuso e calnia. Mas, porque os homens tm lutado contra tal, ou porqueeles odeiem, ou talvez no compreendam, no h uma causa lgica ou razovel porque deveramos abandonar a doutrina ao lu, ou livrarmo-nos dela. A questo real, o

    ponto crucial no 'Como os homens a recebem?' mas, 'Ser que verdadeira?' " 3

    Um motivo pelo qual muita gente, at pessoas supostamente educadas, so torpidos em rejeitar a doutrina da Predestinao a pura ignorncia do que realmentea doutrina e o que a Bblia ensina com relao a ela. Esta ignorncia no de fatosurpreendente quando considerando a quase mais completa falta de treinamentoBblico nos nossos dias. Um estudo meticuloso da Bblia convenceria muitas pessoasde que ela um livro muito diferente do que assumem que seja. A tremendainfluncia que esta doutrina tem exercido na histria da Europa e da Amrica deveria

    pelo menos qualific-la a uma ateno mais respeitosa. Alm do mais, consideramosque de acordo com todas as leis da lgica e da razo, nenhum indivduo tem o direito

    de negar a verdade de uma doutrina sem primeiro haver estudado de forma imparciala evidncia de ambos lados. Esta uma doutrina que lida com algumas das mais

    profundas verdades reveladas nas Escrituras e certo que abundantementebeneficiar os Cristo que minuciosamente a estudarem. Se algum estiver disposto arejeit-la sem antes estud-la cuidadosamente seus preceitos, ento no devemos nosesquecer que ela foi o cerne da firme convico de multides dos mais sbios emelhores homens que j viveram, e que deve haver, portanto, fortes motivosfavorveis sua verdade.

    Talvez algumas palavras de cuidado devessem ser dadas aqui, no sentido de que

    enquanto a doutrina da Predestinao uma verdade grande e abenoada dasEscrituras e uma doutrina fundamental de vrias igrejas, ela no deve ser encaradacomo sendo o cerne e a substncia da F Reformada. Como o Dr Kuyper disse, "um erro descobrir o carter especfico do Calvinismo na doutrina da Predestinao,ou na autoridade da Bblia. Para o Calvinismo tudo isso conseqncia lgica, no o

    ponto de partida -as folhagens testemunham a beleza e a riqueza do seu crescimento,mas no a raiz de onde brotou." Se a doutrina for separada da sua associao naturalcom outras verdades e exibida sozinha, o efeito exagerado. O sistema ento estardistorcido e mal interpretado. Um testemunho de qualquer princpio, para ser

    verdadeiro, deve apresentar (aquele princpio) em harmonia com todos os demaiselementos dos sistema do qual ele faz parte. A Confisso de F de Westminster umtestemunho equilibrado deste sistema como um todo, e d a devida proeminnciaquelas doutrinas, tais como a da Trindade, a da Divindade de Cristo, a da

    personalidade do Esprito Santo, a da Inspirao das Escrituras, a dos Milagres, a daReconciliao, a da Ressurreio, a da volta de Cristo, e assim por diante. Ademais,ns no negamos que os Arminianos sustentam muitas verdades importantes. Masns sustentamos que uma exposio completa e detalhada do sistema Cristo pode serdada somente com base na verdade apresentada pelo sistema Calvinista.

    Na mente da maioria das pessoas a teoria da Predestinao e o Calvinismo sopraticamente sinnimos. Contudo, no deveria ser este o caso, e a identificao muitoprxima dos dois sem dvida contribuiu grandemente para o preconceito de muitas

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    pessoas contra o indubitavelmente tem contribudo muito para o preconceito demuitas pessoas contra o sistema Calvinista. O mesmo verdadeiro tambm comrelao a uma mui prxima identificao do Calvinismo e "Os Cinco Pontos", comoser mostrado adiante. Enquanto a Predestinao e Os Cinco Pontos so elementosessenciais do Calvinismo, eles de forma alguma constituem a sua ntegra.

    A doutrina da Predestinao tem sido o tema de discusses infindveis, muitas dasquais, preciso admitir, ocorreram com o intuito de suavizar suas formas ou mesmode explic-la. "A considerao desta grande doutrina," diz Cunningham, "atinge osmais profundos e inacessveis assuntos que podem ocupar as mentes dos homens, - anatureza e os atributos, os propsitos e os atos do infinito e incompreensvel Jeov, -vista especialmente nos seus comportamentos quanto aos destinos eternos das Suascriaturas inteligentes. A natureza peculiar do assunto certamente requer, com justarazo, que deva ser sempre abordada com a mais profunda humildade, cautela ereverncia, j que ela nos pe em contato, por um lado, com um assunto to terrvel e

    avassalador quanto a eterna misria de uma multido inumervel de nossossemelhantes. Muitos homens tm discutido o assunto nesse esprito, mas muitostambm tm se satisfeito com especulao muito presunosa e irreverente sobre otema. No h provavelmente nenhum outro assunto que tenha ocupado mais aateno de homens inteligentes em qualquer poca que a doutrina da Predestinao.Ela tem sido exaustivamente discutida em todos os seus aspectos, filosfico,teolgico e prtico; e se houver algum motivo de especulao com relao ao qualns somos assegurados em dizer que ela tem sido esmiuada, este."Pelo menos alguns dos tpicos arrolados sob o ttulo geral foram discutidos por

    quase todos filsofos de eminncia tanto na antigidade como nos tempos modernos.* * * Todos os argumentos que a maior capacidade, genialidade e acuracidade podemelencar foram trazidos baila na discusso deste tema, e as dificuldades relacionadasao mesmo nunca foram completamente eliminadas, e ns estamos bem seguros emafirmar que elas nunca o sero, a menos que Deus nos revele mais amplamente ounos d capacidades maiores, - embora, talvez, fosse mais correto dizer que, desde a

    prpria natureza do caso, um ser finito nunca possa compreende-la totalmente, desdeque tal implicaria que aquele prprio ser finito seria capaz de compreender totalmentea mente infinita." 4

    No desenvolvimento deste livro utilizou-se muito de outras obras, de forma quepudesse conter a nata e a mais pura essncia dos melhores escritores do tema.Consequentemente muitos dos argumentos aqui encontrados so de homens muitosuperiores a este escritor. De fato, quando observando o conjunto, sou inclinado adizer com um celebrado escritor Francs, "Colhi um buqu de variadas flores dos

    jardins dos homens, e nada realmente meu, seno o fitilho que as mantm unidas."Ainda assim muito seu prprio, especialmente no que refere-se organizao earranjo dos materiais.

    No decorrer deste livro, os termos "predestinao" e "prordenao" so usados como

    sinnimos exatos, a escolha tendo sido determinada somente pelo gosto. Se desejar-sedistino, o termo "prordenao" pode talvez ser melhor utilizado quando o sujeitoem referncia for um evento na histria ou na natureza, enquanto que o termo

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    "predestinao" pode referir-se principalmente ao destino final das pessoas. Ascotaes das Escrituras foram extradas da "Verso Americana" da Bblia, ao invs da"Verso King James", j que a primeira mais acurada.

    O autor deseja agradecer particularmente ao Dr. Samuel G. Craig, Editor daCHRISTIANITY TODAY, ao Dr. Frank H. Stevenson, Presidente do Conselho

    Curador do Seminrio Teolgico Westminster, ao Dr Cornelius Van Til, Professor deApologtica no Seminrio Teolgico Westminster, ao Dr. C. W. Hodge, Professor deTeologia Sistemtica no Seminrio Teolgico de Princeton, sob a superviso de quemeste trabalho num formato muito mais curto foi originalmente preparado, e ao Rev.Henry Atherton, Secretrio Geral da Unio Soberana Graa, em Londres, Inglaterra,

    pela valiosa assistncia.

    Este livro, repetimos, designado a apresentar e a defender a F Reformada,comumente conhecida como Calvinismo. Ele no direcionado contra nenhumadenominao em particular, mas contra o Arminianismo em geral. O autor Presbiteriano, mas ele est bem ciente do afastamento radical que tropas dePresbiterianos tm feito do seu prprio credo. O livro posto adiante com aesperana de que aqueles que professam sustentar a F Reformada possam ter ummelhor entendimento das grandes verdades que so aqui tratadas e possam maisaltamente valorizar sua herana; e que aqueles que no tm conhecimento destesistema, ou que se opem ao mesmo, possam ser convencidos da sua verdade evenham a am-lo.

    A questo que ento se nos apresenta esta: - Deus, desde toda a eternidade, pr-ordenou todas as coisas que vieram e que viro a acontecer? Se sim, que evidnciadisto ns temos, e como pode o fato ser consistente com o livre arbtrio das criaturasracionais e com a Suas prprias perfeies?

    Captulo 2 Enunciado da Doutrina

    Na Confisso de F de Westminster, que estabelece as crenas das IgrejasPresbiteriana e Reformada e a qual a mais perfeita expresso da F Reformada,lemos: "Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sbio e santo conselho da Sua

    prpria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porm demodo que nem Deus o autor do pecado, nem violentada a vontade da criatura,

    nem tirada a liberdade ou contingncia das causas secundrias, antes estabelecidas."E mais adiante, "Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou h de acontecer em todasas circunstncias imaginveis, Ele no decreta coisa alguma por hav-la previstocomo futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condies."

    A doutrina da Predestinao representa os propsitos de Deus como absolutos eincondicionais, independentes de toda a criao finita, e como originados somente noconselho eterno da Sua vontade. Deus visto como o grande e poderoso Rei queapontou o curso da natureza e quem direciona o curso da histria at os seus menoresdetalhes. Seu decreto eterno, imutvel, santo, sbio e soberano. Estende-se no

    meramente ao curso do mundo fsico mas a cada acontecimento na histria humanadesde a criao at o juzo final, e inclui todas as atividades dos santos e anjos no cue dos condenados e dos demnios no inferno. Abrange todo escopo da existncia das

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    criaturas, atravs do tempo e da eternidade, compreendendo imediatamente todas ascoisas que j foram ou que viro a ser em suas causas, condies, sucesses, erelaes. Tudo fora do prprio Deus est incluso neste decreto todo abrangente, emuito naturalmente, j que todas as demais coisas viventes devem a sua existncia e asua continuidade em existncia ao Seu poder criativo e sustentador. Possibilita

    controle providencial sob o qual todas as coisas concorrem para o fim que Deus hdeterminado; e o objetivo : "Um distante acontecimento divino; Em direo do qualtoda a criao se move."

    Desde que a criao finita em toda a sua extenso existe como um meio atravs doqual Deus manifesta a Sua glria, e desde que ela absolutamente dependente dEle,de si prpria no poderia criar condio alguma que limitasse ou abatesse amanifestao daquela glria. Desde toda a eternidade Deus estabeleceu fazer

    justamente o que Ele est fazendo. Ele o Regente soberano do universo, e "...esegundo a sua vontade ele opera no exrcito do cu e entre os moradores da terra; no

    h quem lhe possa deter a mo, nem lhe dizer: Que fazes?"[Daniel 4:35]. Desde que ouniverso tem a sua origem em Deus e depende dEle para a continuao da suaexistncia, deve, em toda parte e em todo momento, sujeitar-se ao Seu controle paraque nada acontea contrrio ao que Ele expressamente decreta ou permite. Assim o

    propsito eterno representado como um ato soberano de predestinao oupreordenao, e incondicionado por qualquer fato subsequente ou mudana no tempo.Destarte representada como sendo a base da pr cincia divina de todosacontecimentos futuros, e no condicionada por aquela pr cincia ou por qualquercoisa originada pelos mesmos acontecimentos.

    Os telogos reformados lgica e consistentemente aplicaram s esferas da criao eda providncia aqueles grandes princpios que foram mais tarde arrolados noWestminster Standards. Eles viram a mo de Deus em cada acontecimento em toda ahistria da humanidade e em todos os prodgios da natureza fsica, de modo que omundo fosse a completa realizao do ideal eterno no tempo. O mundo como umtodo e em todas as suas partes e movimentos e mudanas foi unificado em umaunidade pela atividade governante, permeadora e harmonizadora vontade divina, e oseu propsito era manifestar a glria divina. Enquanto a concepo deles era de umadivnia ordenao de todo o curso da histria em todos os detalhes, eles estavam

    especialmente preocupados com a relao entre aquela ordenao e a salvao dohomem. Calvino, telogo sistemtico e brilhante da Reforma, colocou o assuntoassim: "Chamamos Predestinao o decreto eterno de Deus, pelo qual Ele em Simesmo determinou, o que Ele faria de cada indivduo da raa humana. Pois eles noso criados com um destino em comum, mas a vida eterna pr ordenada para algunsenquanto que a morte eterna pr ordenada para outros. Cada homem, portanto, tendosido criado para um ou outro daqueles destinos, dizemos que predestinado seja paraa vida ou para a morte." 1

    Lutero era to zeloso pela predestinao absoluta quanto Calvino, como vemos em

    seu comentrio sobre Romanos, onde ele escreveu: "Todas as coisas, o que quer queseja, provm de, e dependem do apontamento divino; atravs do qual foi prordenado quem deveria receber a palavra da vida, e quem deveria descrer dela,; quem

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    deveria ser livrado dos seus pecados, e quem deveria permanecer neles; e quemdeveria ser justificado e quem deveria ser condenado." E Melancton, seu amigo

    pessoal e companheiro de trabalho, diz: "Todas as coisas acontecem de acordo com adivina predestinao; no somente as obras que fazemos externamente; mas mesmoos nossos pensamentos interiores"; e novamente, "No h tal coisa como acaso, ou

    sorte; nem h nenhum caminho imediato para ganhar o temor de Deus, e para colocartoda a nossa confiana nEle, que no seja cabalmente versado na doutrina daPredestinao."

    "A ordem a primeira lei do cu." Do ponto de vista divino h uma linha intacta,contnua de ordem e de progresso desde o princpio da criao at o final do mundo ea instalao do reino dos cus em toda a sua glria. O propsito e plano divinos emnenhum momento interrompido ou derrotado; aquilo que muitas vezes nos pareceser derrota no o realmente, mas somente aparenta s-lo, porque a nossa naturezafinita e imperfeita no nos permite ver todas as partes no inteiro nem o inteiro em

    todas as suas partes. Se num relance ns pudssemos vislumbrar "o grandiosoespetculo do mundo natural e o drama complexo da histria humana," veramosento o mundo como uma unidade em harmonia manifestando a perfeio gloriosa deDeus.

    "Embora o mundo parea estar girando a esmo," diz Bishop, "e acontecimentos seremamontoados num caos cego e rude desordem, ainda assim, Deus v e conhece aconcatenao de todas as causas e efeitos, e tanto os governa que Ele faz perfeitaharmonia daquilo tudo que parece confuses e desordens. muito necessrio quedevamos ter nossos coraes bem estabelecidos na slida e firme crena desta

    verdade, que o que quer que venha a acontecer, seja bom ou mal, ns possamos olharpara a autoridade, para Deus. Com respeito a Deus, no h nada casual nemcontingncia no mundo. Se um mestre deva enviar um servo a um certo lugar eordenar-lhe que permanea l at tal momento, e depois mandar um outro servo aomesmo lugar, o encontro desses dois totalmente casual com relao a eles prprios,mas ordenado e previsto pelo mestre que os enviou. As coisas aconteceminesperadamente para ns, mas no para Deus. Ele prev e Ele aponta todas asvicissitudes das coisas." 2

    O salmista exclamou, " Senhor, Senhor nosso, quo admirvel o teu nome em

    toda a terra!"[Salmo 8:9] e o escritor de Eclesiastes diz, "Tudo fez formoso em seutempo..."[Eclesiastes 3:11]. Na viso que o profeta Isaas teve, o serafim cantava,"...Santo, santo, santo o Senhor dos exrcitos; a terra toda est cheia da suaglria."[Isaas 6:3]. Quando vemos a partir deste ponto de vista divino, cadaacontecimento no curso da vida humana em todas as eras e em todas as naes tem,no importa quo insignificante possa parecer-nos, seu lugar exato nodesenvolvimento do plano eterno. Tem relaes com as causas precedentes e exerceinfluncia sempre crescente atravs dos seus efeitos, de maneira a estar relacionadacom todo o sistema de coisas e desempenha sua parte individual na manuteno do

    perfeito equilbrio desta ordem mundial. Muios exemplos podem ser dados paramostrar que acontecimentos da maior importncia tm muitas vezes dependido doque poca pareceu ser acontecimentos dos mais fortuitos e triviais. A inter relao e

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    conexo de acontecimentos tal que se um destes fosse omitido ou modificado, todaa seqncia seria tambm modificada ou simplesmente no aconteceria. Assim, acerteza de que a administrao divina apoia-se na pr ordenao de Deus estendida atodos acontecimentos, sejam pequenos ou grandes. E, especificamente, nenhumacontecimento pequeno demais; cada um tem o seu lugar exato no plano divino, e

    alguns somente alguns so relativamente maiores que outros. O curso da histria,portanto, infinitamente complexo, ainda assim uma unidade vista de Deus. Estaverdade, junto com a razo para tanto, lindamente sumarizada no Catecismo Menor,que diz que, "Os Decretos de Deus so o seu eterno propsito, segundo o conselho dasua vontade, pelo qual, para a sua prpria glria, ele preordenou tudo o queacontece."

    O Dr Abraham Kuyper, da Holanda, que reconhecido como um dos mas destacadostelogos calvinistas nos anos recentes, d-nos um pensamento valioso no seguinte

    pargrafo: "A determinao da existncia de todas as coisas a serem criadas, se uma

    flor vai ser uma camlia ou um copo-de-leite, se um pssaro vai ser um rouxinol ouum corvo; se um animal vai ser um cervo ou um porco, e igualmente entre oshomens, a determinao de nossas prprias pessoas, se algum vai nascer como ummenino ou menina, rico ou pobre, tolo ou inteligente, branco ou de cor, ou mesmocomo Abel ou Caim, a mais tremenda predestinao concebvel no cu ou na terra;e ainda vemo-la acontecer ante nossos prprios olhos todos os dias, e ns mesmossomos sujeitos a ela em nossa inteira personalidade; durante toda a nossa existncia,nossa prpria natureza, nossa posio na vida sendo inteiramente dependente dela.Esta predestinao, que abrange a tudo e a todos, os Calvinistas a colocam no nas

    mos do homem, e ainda menos nas mos de cegas foras da natureza, mas nas mosde Deus Todo-Poderoso, soberano Criador e Dono do cu e da terra; e na ilustraodo oleiro e do barro que a Bblia tem exposto a ns esta eleio que a tudo e todosdomina, desde os tempos dos profetas. Eleio na criao, eleio na providncia, etambm eleio para a vida eterna; eleio no reino da graa, tanto quanto no reino danatureza." 3

    Ns no podemos apreciar adequadamente esta ordem mundial at que a vejamoscomo um sistema poderoso atravs do qual Deus est concretizando os Seus planos.O tesmo claro e consistente de Calvino proporcionou-lhe um senso intenso da

    infinita majestade do Deus Todo-Poderoso, em cujas mos repousam todas as coisas,e fez dele um 'predestinacionista' de vulto. Em sua doutrina do propsito eterno eincondicional do Deus onisciente e onipotente, ele encontrou o programa da histriada queda e da redeno da raa humana. Ele aventurou-se destemida masreverentemente sobre a borda daquele abismo de especulao onde todo oconhecimento humano perde-se em mistrio e adorao.

    A F Reformada, ento, oferece-nos um grande Deus que realmente o soberanoRegente do Universo. "Tal grande princpio," diz Bayne, " a contemplao douniverso de Deus revelado em Cristo. Em todos lugares, em todos tempos, de

    eternidade a eternidade, o Calvinismo v a Deus." Nossa era, que enfatiza ademocracia, no gosta de tal viso, e talvez nenhuma outra era tenha gostado menos.A tendncia hoje exaltar o homem e dar a Deus somente uma parte muito limitada

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    nos acontecimentos do mundo. Como o Dr. A. A. Hodge disse, "A nova teologia,postulando a limitao da antiga, est descartando a pr ordenao de Jeov como umartifcio surrado das escolas, desacreditado pela cultura avanada do presente. Estano a primeira vez que as corujas, confundindo as sombras de um eclipse

    passageiro com a noite, prematuramente guincharam para as guias, convencidas de

    que o que lhes era invisvel no poderia possivelmente existir." 4Esta , em geral, a concepo ampla da predestinao, como foi sustentada pelosgrandes telogos das Igrejas Presbiteriana e Reformada.

    A Pr Ordenao mostrada de maneira explcita nas Escrituras.

    Atos 4:27, 28 : "[27] Porque verdadeiramente se ajuntaram, nesta cidade, contra o teusanto Servo Jesus, ao qual ungiste, no s Herodes, mas tambm Pncio Pilatos comos gentios e os povos de Israel; [28] para fazerem tudo o que a tua mo e o teu

    conselho predeterminaram que se fizesse."Efsios 1:5 : "e nos predestinou para sermos filhos de adoo por Jesus Cristo, para simesmo, segundo o beneplcito de sua vontade,"

    Efsios 1:11 : "nele, digo, no qual tambm fomos feitos herana, havendo sidopredestinados conforme o propsito daquele que faz todas as coisas segundo oconselho da sua vontade,"

    Romanos 8:29, 30 : "Porque os que dantes conheceu, tambm os predestinou paraserem conformes imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre

    muitos irmos; e aos que predestinou, a estes tambm chamou; e aos que chamou, aestes tambm justificou; e aos que justificou, a estes tambm glorificou."

    I Corntios 2:7 : "mas falamos a sabedoria de Deus em mistrio, que esteve oculta, aqual Deus preordenou antes dos sculos para nossa glria;"

    Atos 2:23 : "a este, que foi entregue pelo determinado conselho e prescincia deDeus, vs matastes, crucificando-o pelas mos de inquos;"

    Atos 13:48 : "Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra doSenhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna."

    Efsios 2:10 : "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, asquais Deus antes preparou para que andssemos nelas."

    Romanos 9:23 : "para que tambm desse a conhecer as riquezas da sua glria nosvasos de misericrdia, que de antemo preparou para a glria,"

    Salmo 139:16 : "Os teus olhos viram a minha substncia ainda informe, e no teu livroforam escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quandoainda no havia nem um deles."

    Captulo 3 DEUS tem um plano

    impensvel que um Deus de sabedoria e poder infinitos criasse um mundo sem umplano definido para aquele mundo. E porque Deus assim infinito Seu plano deveextender-se a cada detalhe da existncia do mundo. Se ns pudssemos enxergar o

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    mundo em todas as suas relaes, passado, presente, e futuro, veramos que segue umcurso pr-determinado com preciso exata. Entre as coisas criadas, podemos procuraronde quisermos, tanto quanto o microscpio e o telescpio possibilitam nossos olhosa ver, encontramos organizao em todo lugar. Grandes formas resolvem-se em

    partes, e estas partes, por sua vez, so nada menos que organizadas em partes

    menores, at onde possamos infinitamente perceber.Cada ser humano, que nada mais que a criatura de um dia e sujeito a todas formasde erros, desenvolve um plano antes de agir; e um ser humano que age sem

    planejamento e propsito considerado tolo. Antes de iniciarmos uma viagem ouempreendermos qualquer tipo de trabalho, todos ns estabelecemos nosso objetivo eento trabalhamos para alcan-lo, tanto quanto sejamos capazes para tanto.Independentemente de como algumas pessoas possam opor-se Predestinao emteoria, todos ns em nossas vidas dirias somos "predestinarianos" prticos. Como E.W. Smith diz, um homem sbio "primeiro determina o objetivo que deseja atingir, e

    ento as melhores maneiras de faz-lo. Antes que o arquiteto comece seu edifcio, eledesenha as plantas e forma seus planos, at os mnimos detalhes da construo. Nacabea do arquiteto, o edifcio j est completo, em todas as suas partes, mesmo antesque a primeira pedra seja assentada. Assim tambm com o comerciante, o advogado,o fazendeiro, e todos os homens inteligentes e racionais. Suas atividades seguem alinha de propsitos previamente formados, tanto quanto suas capacidades finitas o

    permitirem, de planos pr-concebidos." 1

    Quanto maior for a nossa jornada, o mais importante que deveremos ter um plano;caso contrrio todo o nosso trabalho acabar em fracasso. Algum poderia ser

    considerado mentalmente desarranjado se se propusesse a construir um navio, ou umaestrada de ferro, ou governar uma nao sem um plano. Aprendemos que antes que

    Napoleo comeasse a invaso da Rssia, ele tinha um plano detalhado, mostrandoque linha de marcha cada diviso de seu exrcito deveria seguir, onde deveria estar adeterminado tempo, que equipamentos e provises deveriam ter, etc. O que quer quefosse que ele quisesse naquele plano, era devido s limitaes de poder e sabedoriahumanos. Tivesse a viso de Napoleo sido perfeita e seu controle sobre os eventossido absoluto, seu plano - ou podemos dizer seus pr-comandos - teriam sidoextendidos a cada ato de cada soldado que fz aquela marcha.

    E se tal fato para o homem, quanto mais verdadeiro para Deus! "Um universo semdecretos", diz A. J. Gordon. "seria to irracional e horrvel como seria um tremexpresso noite sem farol nem maquinista." Ns no podemos conceber Deustrazendo existncia um universo sem um plano que se extendesse a tudo o que fossefeito naquele universo. Como as Escrituras ensinam que o controle providencial deDeus se extende a todos eventos, mesmo o menor; elas assim ensinam que Seu plano igualmente compreensvel. uma das Suas perfeioes que Ele tenha o plano melhor

    possvel, e que Ele conduza o curso da histria para o seu final j apontado. E admitirque Ele tem um plano o qual ele controla admitir Predestinao. "O plano de Deus

    mostrado ser um em sua efetuao," dis Dabney. "Causa ligada ao efeito, e o queera efeito torna-se causa; as influncias de eventos no inter relacionamento deeventos entre s, e descendendo em correntes cada vez mais descntricas para eventos

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    subseqentes; de maneira que o resultado do complexo todo seja atravs de cadaparte. Como os astrnomos supem que a remoo de um planeta do nosso sistemamodificaria mais ou menos o equilbrio e a rbita dos demais, assim a falha de umevento neste plano prejudicaria o todo, direta ou indiretamente." 2

    Se Deus no tivesse de antemo ordenado o curso de eventos mas esperasse at que

    uma condio indeterminada fosse ou no cumprida, Seus decretos no poderial sernem eternos nem imutveis. Ns sabemos, contudo, que Ele incapaz de erro, e queEle no pode ser surpreendido por quaisquer inconvenincias imprevistas. Seu reinoest nos cus e Ele rege sobre tudo. Seu plano deve, portanto, incluir cada evento nombito completo da histria.

    Que mesmo os menores eventos tenham seu lugar neste plano, e que eles devem sercomo so, facilmente percebido. Todos ns sabemos de certos "acontecimentos aoacaso" que tem realmente mudado o curso de nossas vidas. Os efeitos destesextendem-se atravs de toda a histria posterior, com influncias cada vez maisabrangentes, causando outros "acontecimentos ao acaso". dito que certa vez Romafoi salva pelo grasnado de alguns gansos. Se historicamente verdade ou no, servecomo uma boa ilustrao. No tivessem os gansos acordado os guardas que fizeramsoar o alarme e levantado o exrcito defensor, Roma teria cado e o curso da histriadaquele momento em diante teria sido radicalmente diferente. Tivessem aquelesgansos permanecido em silncio, quem pode imaginar que imprios poderiam existiratualmente, ou onde os centros de cultura poderiam estar? Durante a batalha, uma

    bala no acerta o general por apenas uma polegada. Sua vida poupada, ele seguecomandando suas tropas, vence uma vitria decisiva, e feito o governador supremo

    de seu pas por muitos anos, -como foi o caso de George Washington. Assim mesmo,que curso diferente a histria teria seguido se o soldado do outro lado tivesse miradoum pouquinho s mais para cima ou para baixo! O grande incndio de Chicago em1871, que destruiu mais da metade da cidade, comeou, somos informados, quandouma vaca deu um coice num lampio. Quo diferente teria sido a histria de Chicagose aquele movimento tivesse sido ligeiramente diferente! "O controle dos maioresdeve incluir o controle dos menores, pois no somente as grandes coisas so feitas de

    pequenas coisas, mas a histria mostra o quo verdadeiramente aqueles mnimostraos esto continuamente provando serem pivs das importantes consequncias nas

    quais os eventos se revolvem. A persistncia de uma aranha encorajaram um homemextremamente desanimado, quase aptico, a atitudes e esforos laboriosos queformaram o futuro de uma nao. O Deus que predestinou o curso da histriaEscocesa deve ter planejado e presidido sobre movimentos daquele pequenino insetoque salvou Robert Bruce do desespero." 3 Exemplos deste tipo poderiam multiplicar-se indefinidamente.

    Os Pelagianos negam que Deus tenha um plano; os Arminianos dizem que Deus temum plano geral mas no especfico; mas os Calvinistas dizem que Deus tem um planoespecfico, que engloba todos os eventos em todas as pocas. Em reconhecendo que o

    Deus eterno tem um plano eterno no qual est pr-determinado cada evento quevenha a acontecer, os Calvinistas simplesmente reconhecem que Deus Deus, e Oliberam de quaisquer limitaes humanas. As Escrituras representam Deus como uma

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    pessoa, tal como outras pessoas al. Seus atos so cheios de propsitos, masdiferentemente de outras pessoas al. Ele onisciente em Seus planos e onipotente emSua performance. Eles vem o universo como o produto do Seu poder criativo, ecomo o teatro no qual so apresentadas Suas perfeies gloriosas, e o qual deve emtoda sua forma e toda sua histria, at o menor detalhe, corresponder com o Seu

    propsito em construi-lo.Num artigo muito iluminado sobre "Predestinao", Dr Benjamin B. Warfield, quemna opinio do presente escritor emergiu como destacado telogo desde Joo Calvino,nos diz que os escritores das Escrituras viram o plano divino como "largo o bastante

    para conter todo o universo de coisas, e pequeno o bastante para relacionar-se com osmenores detalhes, e atualizar-se com certeza inevitvel na ocorrncia de cadaevento." "Na sabedoria infinita do Senhor de toda a terra, cada evento cai com

    preciso exata em seu prprio lugar no desdobramento de Seu plano eterno; nada,mesmo pequeno, mesmo estranho, acontece sem a Sua ordem, ou sem a capacidade

    de caber, de amoldar-se ao seu lugar devido, para a ocorrncia dos Seus propsitos; eo fim de tudo dever ser a manifestao da Sua glria, e a acumulao do Seu louvor.Esta a filosofia tanto do Velho como do Novo Testamentos, da viso terrestre dosuniversos, a qual atinge unidade concreta em um decreto absoluto, ou propsito, ou

    plano do qual tudo o que vem a passar o desenvolvimento no tempo." 4

    A prpria essncia de tesmo consistente que Deus teria um plano exato para omundo, conheceria antecipadamente as aes de todas as criaturas que Ele props-sea criar, e atravs de Sua ni-abrangente providncia controlaria o sistema inteiro. Seele previamente ordenara somente certos eventos isolados, a confuso seria

    introduzida no sistema em ambos, no mundo natural e nas atividades humanas e Eleprecisaria estar constantemente desenvolvendo novos planos para atingir o quedesejasse. Seu governo no mundo ento seria um trabalho caprichoso de novosexpedientes que no mximo governaria somente de uma maneira geral, e seria tantoquanto ignorante acerca do futuro. Mas ningum com idias prprias sobre Deus crque Ele tenha de mudar de opinio a cada alguns dias para acomodar acontecimentosinesperados os quais no estavam includos em Seu plano original. Se a perfeio do

    plano divino for negada, nenhum ponto consistente de parada ser encontrado em queno haja o atesmo.

    Em primeiro lugar no havia a necessidade de Deus criar tudo. Ele agil com perfeitaliberdade quando ele trouxe este mundo existncia. Quando Ele escolheu criar havia sua frente um nmero infinito de possveis planos. Mas a bem da verdade nsachamos que Ele escolheu este plano particular no qual nos encontramos agora. Edesde que ele sabia perfeitamente todos eventos de todas espcies os quais estariamenvolvidos nesta especfica espcie de mundo, Ele muito obviamente pre-determinoucada evento que aconteceria quando ele escolhesse este plano. Sua escolha do plano,ou Sua certeza de que a criao devesse ser nesta ordem, ns chamamos Sua prviaordenao ou sua predestinao.

    Mesmo os atos pecaminodos dos homens esto includos neste plano. Eles soprevistos, permitidos, e tem seu exato lugar. Eles so controlados e a glria divina

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    prevalece sobre os mesmos. A crucifixao de Cristo, que admitidamente o piorcrime em toda a histria da raa humana, teve, foi expressivamente dito, seu exato enecessrio lugar no plano (Atos 2:23; 4:28). Esta maneira particular de redeno no um expediente para o qual Deus foi levado depois de ter sido derrotado edesapontado pela queda do homem. Antes, "segundo o eterno propsito que

    estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor," (Efsios 3:11). Pedro nos diz que Cristocomo um sacrifcio pelo pecado foi "conhecido, com efeito, antes da fundao domundo,..." (I Pedro 1:20). Crentes foram escolhidos "...nele, antes da fundao domundo,..." (Efsios 1:4). Ns somos salvos no pelas nossas prprias e temporriasobras, "..., mas conforme a sua prpria determinao e graa que nos foi dada emCristo Jesus, antes dos tempos eternos." (II Timteo 1:9). E se a crucifixao deCristo, ou Sua oferta de Si mesmo como sacrifcio pelo pecado, era parte do planoeterno, ento tambm a queda de Ado e todos os demais pecado que tornaram aquelesacrifcio necessrio eram parte do plano, no importando o quo indesejvel parte do

    plano eles possam ter sido.A histria em todos os seus detalhes, at o mais nfimo minuto, nada mais que os

    propsitos eternos de Deus. Seus decretos no so sucessivamente formados quandosurge a emergncia, mas so todos partes de um s "oni-compreensivo" plano, e nsnunca deveramos pensar em Deus como se Ele de repente estabelecesse um plano oufizesse qualquer coisa a qual Ele no tivesse pensado antes.

    O fato de as Escrituras muitas vezes falarem de um propsito de Deus comodependente do resultado de outro ou das aes dos homens, no constitui objeocontra estra doutrina. As Escrituras esto escritas na linguagem cotidiana de homens,

    e eles muitas vezes descrevem um ato ou uma coisa como parece ser, ao invs decomo realmente . A Bblia fala "...desde os quatro confins da terra." (Isaas 11:12), ede "...os fundamentos da terra,..." (Salmo 104:5); ainda assim ningum entende taistextos como a terra sendo quadrada, ou que ela realmente repousa sobre umafundao. Ns falamos do sol nascendo e pondo-se, ainda assim ns sabemos que no o movimento do sol, seno a da terra, quando revolve-se sobre seu prprio eixocausa tal fenmeno. Similarmente, quando as Escrituras falam do arrependimento deDeus, por exemplo, ningum com idias prprias de Deus entende como se Ele vque tenha tomado um caminho errado e muda de opinio. Simplesmente significa que

    Suas aes, quando vistas sob a tica do ser humano, parecem ser como as de algumque se arrepende. Em outras partes as Escrituras falam das mos, ou braos, ou olhosde Deus. Estes so conhecidos como "antropoformismos", exemplos nos quais Deus referrido como se Ele fosse um homem. Quando a palavra "arrepender-se", porexemplo, usada no sentido estrito, nunca foi dito que Deus tenha se arrependido:"Deus no homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa."(Nmeros 23:19); e novamente, "...a glria de Israel no mente, nem se arrepende,

    porquanto no homem, para que se arrependa." (I Samuel 15:29).

    A contemplao deste grande plano deve redundar em louvor da sabedoria insondvel

    e do poder ilimitado dAquele quem o idealiza e executa. E o quem pode dar aoCristo mais satisfao e alegria do que saber que a trajetria inteira do mundo ordenada com referncia ao estabelecimento do Reino dos cus e a manifestao da

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    glria Divina; e que ele (o Cristo) o objeto sobre o qual amor e misericrdiainfinitos so derramados em profuso?

    PROVAS NAS ESCRITURAS

    01. O plano de Deus eterno:

    II Timteo 1:9: "que nos salvou e nos chamou com santa vocao; no segundo asnossas obras, mas conforme a sua prpria determinao e graa que nos foi dada emCristo Jesus, antes dos tempos eternos."

    Salmo 33:11: "O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seucorao por todas as geraes."

    Isaas 37:26: "No ouviste que j h muito tempo eu fiz isso, e que j desde os diasantigos o tinha determinado?"

    Isaas 46:9, 10: "...que eu sou Deus, e no h outro; eu sou Deus, e no h outrosemelhante a mim; que anuncio o fim desde o princpio, e desde a antigidade ascoisas que ainda no sucederam;..."

    II Tessalonicenses 2:13: "...Deus vos escolheu desde o princpio para a santificaodo esprito e a f na verdade,"

    Mateus 25:34: "Ento dir o Rei aos que estiverem sua direita: Vinde, benditos demeu Pai. Possu por herana o reino que vos est preparado desde a fundao domundo;"

    I Pedro 1:20: "[Cristo] o qual [como sacrifcio pelo pelcado], na verdade, foiconhecido ainda antes da fundao do mundo,..."

    Jeremias 31:3: "...o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei,tambm com benignidade te atra."

    Atos 15:18: "diz o Senhor que faz estas coisas, que so conhecidas desde aantiguidade."

    Salmo 139:16: "Os teus olhos viram a minha substncia ainda informe, e no teu livroforam escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quandoainda no havia nem um deles."

    02. O plano de Deus imutvel:

    Tiago 1:17: "Toda boa ddiva e todo dom perfeito vm do alto, descendo do Pai dasluzes, em quem no h mudana nem sombra de variao."

    Isaas 14:24: "O Senhor dos exrcitos jurou, dizendo: Como pensei, assim suceder, ecomo determinei, assim se efetuar."

    Isaas 46:10, 11: "...O meu conselho subsistir, e farei toda a minha vontade; ... sim,eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propsito, e tambm o executarei."

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    Nmeros 23:19: "Deus no homem, para que minta; nem filho do homem, para quese arrependa. Porventura, tendo ele dito, no o far? ou, havendo falado, no ocumprir?"

    Malaquias 3:6: "Pois eu, o Senhor, no mudo; por isso vs, filhos de Jac, no soisconsumidos."

    03. O plano divino inclui os atos futuros do homem:

    Daniel 2:28: "mas h um Deus no cu, o qual revela os mistrios; ele, pois, fez saberao rei Nabucodonosor o que h de suceder nos ltimos dias. ..."

    Joo 6:64: "... Pois Jesus sabia, desde o princpio, quem eram os que no criam, equem era o que o havia de entregar."

    Mateus 20:18, 19: "Eis que subimos a Jerusalm, e o Filho do homem ser entregueaos principais sacerdotes e aos escribas, e eles o condenaro morte, e o entregaroaos gentios para que dele escarneam, e o aoitem e crucifiquem; e ao terceiro diaressuscitar.

    (Todas as profecias das Escrituras que so predies de eventos futuros so tambmarroladas neste tpico. Veja especialmente: Miquias 5:2 - comparando com Mateus2:5,6 e Lucas 2:1-7; Salmo 22:18 - comparando com Joo 19:24; Salmo 69:21 -comparando com Joo 19:29; Zacarias 12:10 - comparando com Joo 19:37; Marcos14:30; Zacarias 11:12, 13 - comparando com Mateus 27:9, 10; Salmo 34:19, 20 -comparando com Joo 19:33, 36).

    04. O plano divino inclui os eventos fortuitos ou acontecimentos ao acaso:

    Provrbios 16:33: "A sorte se lana no regao; mas do Senhor procede toda adisposio dela."

    Jonas 1:7: "E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, parasabermos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lanaram sortes, e a sorte caiusobre Jonas."Atos 1:24, 26: "[24] E orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces os coraes detodos, mostra qual destes dois tens escolhido [26] Ento deitaram sortes a respeitodeles e caiu a sorte sobre Matias, e por voto comum foi ele contado com os onzeapstolos."

    J 36:32: "Cobre as mos com o relmpago, e d-lhe ordem para que fira o alvo."

    I Reis 22:28, 34: "[28] Replicou Micaas: Se tu voltares em paz, o senhor no temfalado por mim... [34] Ento um homem entesou o seu arco, e atirando a esmo, feriuo rei de Israel por entre a couraa e a armadura abdominal."

    J 5:6: "Porque a aflio no procede do p, nem a tribulao brota da terra;"

    Marcos 14:30: "Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antesque o galo cante duas vezes, trs vezes tu me negars." (comparando com Gnesis37:28 e 45:5; tambm comparando com I Samuel 9:15, 16 e 9:5-10).

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    05. Alguns eventos so gravados ou fixados com certeza inevitvel:

    Lucas 22:22: "Porque, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que estdeterminado; mas ai daquele homem por quem trado!"

    Joo 8:20: "Essas palavras proferiu Jesus no lugar do tesouro, quando ensinava notemplo; e ningum o prendeu, porque ainda no era chegada a sua hora."

    Mateus 24:36: "Daquele dia e hora, porm, ningum sabe, nem os anjos do cu, nemo Filho, seno s o Pai."

    Gnesis 41:32: "Ora, se o sonho foi duplicado a Fara, porque esta coisa determinada por Deus, e ele brevemente a far."

    Habacuque 2:3: "Pois a viso ainda para o tempo determinado, e at o fim falar, eno mentir. Ainda que se demore, espera-o; porque certamente vir, no tardar."

    Lucas 21:24: "E cairo ao fio da espada, e para todas as naes sero levados cativos;e Jerusalm ser pisada pelos gentios, at que os tempos destes se completem."

    Jeremias 15:2: "quando te perguntarem: Para onde iremos? dir-lhes-s: Assim diz oSenhor: Os que para a morte, para a morte; e os que para a espada, para a espada; e osque para a fome, para a fome; e os que para o cativeiro, para o cativeiro."

    J 14;5: "Visto que os seus dias esto determinados, contigo est o nmero dos seusmeses; tu lhe puseste limites, e ele no poder passar alm deles."

    Jeremias 27;7: "Todas as naes o serviro a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho,

    at que venha o tempo da sua prpria terra; e ento muitas naes e grandes reis seserviro dele."

    05. Mesmo os atos pecaminosos dos homens esto includos no plano e socontrolados para o bem.

    Gnesis 50:20: "Vs, na verdade, intentastes o mal contra mim (Jos); Deus, porm,o intentou para o bem, ..."

    Isaas 45:7: "Eu formo a luz, e crio as trevas; eu fao a paz, e crio o mal; eu sou o

    Senhor, que fao todas estas coisas."Ams 3:6: "...Suceder qualquer mal cidade, sem que o Senhor o tenha feito?"

    Atos 3:18: "Mas Deus assim cumpriu o que j dantes pela boca de todos os seusprofetas havia anunciado que o seu Cristo havia de padecer."

    Mateus 21:42: "Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que osedificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; ..."

    Romanos 8:28: "E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles queamam a Deus, daqueles que so chamados segundo o seu propsito."

    Captulo 4 A Soberania de DEUSToda pessoa que pensa, rapidamente v que alguma soberania rege sua vida. No lhe

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    foi perguntado se ele existiria; nem quando, onde ou como nasceria; se no sculovinte ou antes do dilvio; se branco ou negro, se na Amrica ou na China. reconhecido pelos Cristos de todas as pocas que Deus o Criador e o Regente douniverso, e que como o Criador e Regente do universo, Ele a nica fonte de todo o

    poder que encontrado nas criaturas. Assim nada pode passar parte de Sua soberana

    vontade; e quando ns permanecemos nesta verdade, percebemos que ela envolveconsideraes que estabelecem a posio Calvinista e desaprovam a posioArminiana.

    Pelo fato de Deus ter criado tudo o que existe, Ele o Dono absoluto e Regulador detudo o quanto Ele fez. Ele no exerce influncia meramente, mas na verdade rege omundo que Ele criou. As naes da terra, em sua insignificncia, so como gros de

    poeira na balana, quando comparadas com a Sua grandeza; e muito mais cedopoder o sol parar o seu curso, que Deus ser impedido em Seu trabalho ou em Suavontade. Em meio a todas as aparentes derrotas e inconsistncias da vida Deus

    realmente move-se adiante, em imperturbvel majestade. Mesmo os atospecaminosos dos homens podem ocorrer somente com a Sua permisso. E desde queele assim o permite, no relutantemente mas voluntariamente, tudo o que venha aexistir - incluindo as aes e o destino final dos homens - devem estar, de algumaforma, de acordo com os Seus desejos e propsitos. Na mesma proporo em que tal negado Deus excludo do governo do mundo. Naturalmente alguns problemasaparecem aqui, os quais ns em nosso presente estado de conhecimento no somostotalmente capazes de resolver, mas isto no razo suficiente para rejeitar o que asEscrituras e os plenos princpios regentes da razo afirmam ser verdadeiro.

    Se o poder de um soberano terreno lei em seu reino, quanto mais ainda ser apalavra de Deus no Seu reino! Por exemplo, os Cristos sabem que o dia certamenteest chegando quando, voluntria ou involuntariamente todo joelho se dobrar e todalngua confessar que Cristo o Senhor, para a glria de Deus Pai. Nas Escrituras Elenos est representado como Deus ONIPOTENTE, que assenta-se no trono dodomnio universal. Ele sabe e conhece desde o princpio o resultado e os meios aserem utilizados para que tal resultado seja atingido. Ele capaz de fazer por nsexcedentemente e abundantemente mais do que ns pedimos ou mesmo pensamos. Acategoria do impossvel no existe para Ele "porque para Deus tudo possvel,"

    [Marcos 10:27 ; tambm Mateus 19:26]. Isto, contudo, no significa que Deus tenhapoder para fazer o que seja contra a Sua natureza, "operar contradies. impossvelpara Deus mentir, ou fazer alguma coisa que seja moralmente errada. Ele no podefazer com que dois mais dois totalize quatro, nem pode Ele fazer uma roda girar e

    permanecer parada ao mesmo tempo. Sua onipotncia to certamente uma garantiade que o curso do mundo ser conforme o Seu plano, quanto a Sua santidade umagarantia de que todas as Suas obras sero certas.

    No somente no Novo Testamento mas tambm no Velho testamento ns podemosencontrar esta doutrina da soberania de Deus consistentemente desenvolvida. Dr

    Warfield diz com relao doutrina como pode ser encontrado em: "O TodoPoderoso Criador de tudo est representado igualmente como o irresistvel Regentede tudo o quanto Ele fez" ; "Senhor se assenta como rei, perpetuamente" [Salmo

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    29:10]. Ele segue dizendo que os escritores raramente utilizam expresses tais como"est chovendo"; eles instintivamente falam de Deus mandando chuva, etc. As

    possibilidades de acidente e acaso so excludas e mesmo "que sorte fosse umamaneira de obter a deciso de Deus" (como em Josu 7:16 ; 14:2 : 18:6 ; I Samuel10:19 ; Jonas 1:7). Todas coisas, sem exceo, realmente so dispostas por Ele, e a

    sua vontade a responsvel por tudo o quanto acontece. Cu e terra e tudo o queneles existe so instrumentos atravs dos quais Ele opera os Seus propsitos.Natureza, naes, e destino de indivduos apresentam igualmente em todas as suasmudanas a transcrio dos Seus propsitos. Os ventos so Seus mensageiros, aflama flamejante Sua serva; cada fenmeno natural Seus atos; prosperidade a Suaddiva, e se calamidade cai sobre o homem, o senhor quem o permitiu (veja Ams3:5,6 ; Lamentaes 3:33-38 ; Isaas 47:7 ; Eclesiastes 7:14 ; Isaas 54:16). Elequem direciona os passos dos homens, saibam eles para onde ou no; Ele que ergue ederruba; que abre e endurece o corao; e cria os pensamentos e intenes da alma."

    1E no devemos crer que Deus pode converter um pecador quando Lhe convier? No

    pode o Todo-Poderoso, o onipotente Soberano do universo, mudar o carter dascriaturas que Ele fez? Ele transformou a gua em vinho em Can, e converteu Saulona estrada para Damasco. O leproso disse: "Senhor, se quiseres podes purificar-me", ecom uma palavra sua lepra foi curada. Deus capaz de limpar tanto a alma como ocorpo, e ns cremos que se Ele decidir faze-lo, Ele pode levantar uma multido deministros Cristos, missionrios e obreiros de vrias categorias que o mundo seriaconvertido num espao de tempo muito curto. Se Ele realmente se propusesse a

    salvar todos os homens, Ele poderia enviar legies de anjos para instru-los e parafazer prodgios sobrenaturais na terra. Ele mesmo poderia operar maravilhas nocorao de cada pessoa para que ningum se perdesse. Desde que o mal existesomente por Sua permisso, Ele poderia, caso Ele escolhesse, simplesmente eliminara sua existncia. Seu poder, nesse respeito, foi mostrado pelo trabalho do anjodestruidor que em uma noite massacrou todos os primognitos dos Egpcios (xodo12:29), e que em outra noite executou 185.000 do exrcito Assrio (II Reis 19:35). Foimostrado quando a terra abriu-se e engoliu Cor e seus aliados rebeldes (Nmeros16:31-33). Ananias e Safira foram atingidos (Atos 5:1-11); Herodes foi atingido emorreu de uma maneira horrvel (Atos 12:23). Deus no perdeu nenhum pouco doSeu poder, e altamente desonroso para Ele supor que Ele estaria disputando com araa humana fazendo o melhor que Ele pode mas incapaz de atingir os Seus

    propsitos.

    Embora a soberania de Deus seja universal e absoluta, no a soberania de podercego. aliada a sabedoria infinita, santidade e amor. E esta doutrina, quandoapropriadamente compreendida, muito confortadora e digna de confiana. Quemno preferiria ter todos a sua vida nas mos de um Deus de poder, sabedoria,santidade e amor infinitos, do que ter de deix-la merc do acaso, do destino ou de

    irrevogvel lei natural, ou de ego pervertido e sem viso? Aqueles que rejeitam asoberania de Deus deveriam considerar que outras alternativas existem.

    Como, ento, so controladas e guiadas as aes do universo? "De acordo com o

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    propsito dAquele que desenvolveu todas as coisas de conforme a Sua vontade." Atendncia atual de deixar de lado doutrinas de Soberania Divina e Predestinao demodo a obter espao para a autocracia da vontade humana. O orgulho e a presunodo homem, de um lado, e a sua ignorncia e depravao do outro, levam-no a excluirDeus e a exaltar-se a si prprio tanto quanto ele capaz; e estas duas tendncias

    combinadas afastam a maioria da raa humana para longe do Calvinismo.A idia Arminiana que assume que as intenes srias do caminho de Deus sejam emalguns casos no mnimo anuladas, e que o homem, quem no somente uma criaturamas uma criatura singular, possa exercer poder de veto sobre os planos de DeusTodo-Poderoso, est diretamente em confronto com a idia Bblica de Suaimensurvel exaltao por Ele est separado de toda a fraqueza da humanidade. Queos planos de homens no sejam sempre executados devido a uma falta de poder, ouuma falta de sabedoria; mas desde que Deus ilimitado nestes e em todos os outrosrecursos, nenhuma emergncia imprevista pode ocorrer, e para Ele causas para

    mudanas no existem. Supor que os Seus planos falhem e que ele Se esforce paranada, reduzi-Lo ao nvel de Suas criaturas.

    PROVAS NAS ESCRITURAS

    Daniel 4:35: "...ele opera no exrcito do cu e entre os moradores da terra; no hquem lhe possa deter a mo, nem lhe dizer: Que fazes?"

    Jeremias 32:17: "Ah! Senhor Deus! s tu que fizeste os cus e a terra com o teugrande poder, e com o teu brao estendido! Nada h que te seja demasiado difcil!"

    Mateus 28:18: "E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a

    autoridade no cu e na terra."Efsios 1:22: "e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus ps, e para ser cabea sobretodas as coisas o deu igreja,"

    Efsios 1:11: "nele, digo, no qual tambm fomos feitos herana, havendo sidopredestinados conforme o propsito daquele que faz todas as coisas segundo oconselho da sua vontade,"

    Isaas 14:24,27: "[24] - O Senhor dos exrcitos jurou, dizendo: Como pensei, assimsuceder, e como determinei, assim se efetuar. [27] Pois o Senhor dos exrcitos o

    determinou, e quem o invalidar? A sua mo estendida est, e quem a far voltaratrs?

    Isaas 46:9 - 11: "[9] - Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigidade; que eusou Deus, e no h outro; eu sou Deus, e no h outro semelhante a mim; [10] queanuncio o fim desde o princpio, e desde a antigidade as coisas que ainda nosucederam; que digo: O meu conselho subsistir, e farei toda a minha vontade; [11]chamando do oriente uma ave de rapina, e dum pas remoto o homem do meuconselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propsito, e tambm oexecutarei."

    Gnesis 18:14: "H, porventura, alguma coisa difcil ao Senhor?..."

    J 42:2: "Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propsitos pode ser

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    impedido."

    Salmo 115:3: "Mas o nosso Deus est nos cus; ele faz tudo o que lhe apraz."

    Salmo 135:6: "Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no cu e na terra, nos mares eem todos os abismos."

    Isaas 55:11: "assim ser a palavra que sair da minha boca: ela no voltar para mimvazia, antes far o que me apraz, e prosperar naquilo para que a enviei."

    Romanos 9:20,21: "[20] Mas, homem, quem s tu, que a Deus replicas? Porventuraa coisa formada dir ao que a formou: Por que me fizeste assim?[21] Ou no tem ooleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso eoutro para uso desonroso?"

    Captulo 5 A Providncia de DEUS

    As obras da providncia de Deus so a Sua maneira muito santa, sbia e poderosa de

    preservar e governar todas as Suas criaturas, e todas as aes delas (Catecismo Menorde Westminster, resposta pergunta 11). As Escrituras muito claramente ensinam quetudo o quanto existe fora Deus deve-Lhe, no meramente a sua criao original, mastambm a ontnua existncia, com todos os seus atributos e poderes, vontade deDeus. Ele quem sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1:3). Ele antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas (Cl 1:17). "Tu, s tu, sSenhor; tu fizeste o cu e o cu dos cus, juntamente com todo o seu exrcito, a terrae tudo quanto nela existe, os mares e tudo quanto neles j, e tu os conservas atodos,..." (Nee 9:6). "porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; ..." (At

    17:28). "...sobre todos, e por todos e em todos." (Ef 4:6)Em toda a Bblia as leis da natureza, o curso da histria, a sorte varivel deindivduos, so sempre atribudas ao controle providencial de Deus. Todas as coisas,seja no cu ou na terra, desde o serafim at a menor partcula atmica, so ordenadas

    por sua nunca falha providncia. To ntima a sua relao com a criao toda, queum leitor descuidado pode ser levado a consluses pantesticas. Ainda assim, tanto

    personalidades individuais como segundas causas so reconhecidas no comoindependentes de Deus, mas como tendo seu prprio lugar em Seu plano. E

    paralelamente esta doutrina de Sua Essncia, os escritores da Bblia tambm

    apresentam tambm a correlata doutrina de Sua Transcendncia, na qual Deus apresentado como totalmente separado e superior toda criao.

    Ainda com relao providncia de Deus, entendemos que Ele intimamenterelaciona-se com todo detalhe das aes dos homens e do curso da natureza. "Suporque qualquer coisa seja grande demais para estar sob Seu controle", diz Dr CharlesHodge, "ou qualquer coisa seja to pequena ao ponto de escapar Sua observao; ouque a infinidade de detalhes possa distrair a Sua ateno, esquecer-se de que Deus infinito. . . . O sol que propaga a sua luz no espao to facilmente como em qualquer

    ponto. Deus est to presente em todo lugar, e com tudo o quanto existe, como se Ele

    estivesse presente em somente um lugar, e tivesse nada mais a no ser um objeto deSua ateno." E ainda, "Ele est presente em toda folha de grama, ainda assimguiando o curso de uma estrela (nota do tradutor: no original "Arcturus" do Grego

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    "Arktouros", literalmente significando "observador de urso": uma estrela fixa deprimeira magnitude, na constelao "Bootes", no Hemisfrio Norte), coordenando asestrelas como seu organizador, chamando-as pelos seus nomes; presente tambm emcada alma humana, dando entendimento, provendo-a e suprindo-a, trabalhando nelaem ambos sentidos, no querer e no fazer. O corao humano est em Suas mos, e Ele

    o transforma e acalma, como as guas dos rios nos remansos." 1 quase que universalmente admitido que Deus determina quando, onde, e sob quaiscircunstncias, cada indivduo de nossa raa deve nascer, viver e morrer, se sermacho ou fmea, branco ou preto, sbio ou tolo. Para alguns Ele d requeza, a outroshonra, a outros sade, para outros certos talentos e dons para msica, oratria, arte,financas, polticas, etc. J outros so pobres, desconhecidos, nascidos em desonra, asvtimas de doenas, e vivem vidas de misria. Alguns so colocados em lugaresCristos onde recebem os benefcios do Evangelho; outros vivem e morrem nastrevas do atesmo. Alguns so trazidos atravs da f salvao; outros perecem

    descrentes. E numa importncia extrema, estes sinais externos, que no so resultadoda escolha individual, decidem o curso de vida da pessoa e o destino eterno. mostrado e ensinado por ambas, as Sagradas Escrituras e a experincia diria queDeus d a alguns o que Ele no concede a outros. Se Lhe fosse perguntado por queEle assim procede, ou por que Ele no salva a todos, a nica resposta disponvelestaria nas palavras do Senhor Jesus, "Sim , Pai , porque assim te aprouve." (Mt11:26). So a doutrina da queda e redeno mostrada nas Escrituras nos proporcionaluz no que vemos sobre ns mesmos.

    para ser relembrado que os que recebem estes dons, sejam espirituais ou temporais,

    recebem-nos atravs da pura graa, enquanto que com relao aos outros, Deussimplesmente abstem-Se de proporcionais tais talentos, os quais Ele no tinha aobrigao de dar. Naes, tanto quanto indivduos, esto assim nas mos de Deus,que aponta os limites de sua habitao, e controla os seus destinos. Ele controla-osto absolutamente quanto um homem controla um basto ou uma bengala. Eles estoem Suas mos, e Ele usa-os para alcanar os Seus propsitos. Ele os quebra em

    pedaos como um oleiro faz com um vaso, ou Ele exalta-os e eleva-os a grandezas,conforme a Sua vontade. Ele d a paz e abundncia de colheitas, propriedade efelicidade, ou Ele envia as desolaes da guerra, da fome, da seca e pestilncia. Todas

    estas coisas esto disposio de Deus, e so designadas para utilizadoresinteligentes, sob a Sua universal providncia. Deus no um mero expectador douniverso. Ele o fez, mas est presente e ativo em todo lugar, o sustentculo de tudo eo poder governante de tudo o quanto existe.

    Embora o valor de um pardal seja pequeno, e o seu vo parea ser descoordenado esem controle, ainda assim ele no cai ao cho, nem desvia-se para lugar algum, sem oseu Pai. "Sua onisciente providncia j de antemo determina em qual galho ele

    pousar; que migalhas ele apanhar; onde ele construir seu ninho e descansar; ondeele viver e onde ele morrer." 2

    Cada gota de chuva e cada floco de neve que caem das nuvens, cada inseto que semove, cada planta que nasce e cresce, gada partcula de poeira que flutua no ar tem

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    certas causas definitivas e tero certos efeitos definitivos. Cada um um elo nacorrente de eventos e muitos dos grandes eventos da histria aconteceram devido aestas coisinhas aparentemente insignificantes.

    Atravs de todo o curso de eventos existe progresso, em direo a um fim pr-determinado. Dr Warfield muito apropriadamente escreveu: "No foi um acidente que

    levou Rebeca ao poo, para dar as boas vindas ao servo de Abrao (veja Gn 24), ouque levou Jos ao Egito (veja Gn 45:8 ; 50:20. 'Deus assim o quis, para o bem'), ouguiou a filha do Fara at a arca no meio dos juncos (x 2), ou que mais tarde,direcionou a pedra do moinho que quebrou o crnio de Abimeleque (Jz 9:53), ouguiou a flecha (atirada a esmo) que feriu o rei por entre as juntas da armadura (1 Rs22:34). Cada evento histrico na realidade tratado ou como um tem na corretaordem de acontecimentos do propsito Divino pr-estabelecido; e o historiadormantem-se continuamente ciente da Sua presena na histria, que d at mesmo aorelmpago que risca os cus uma tarefa especfica (J 36:32). 2

    Nas grandes estaes de trem", disse o Dr Clarence E. Macartney, "voc pode ver umlpis metlico aparecer e escrever em letras grandes na parede os horrios de chegadaou de partida dos trens. O lpis metlico parece escrever por s prprio, mas nssabemos que escondido em algum escritrio existe um funcionrio, cuja mente emos operam o lpis. Tambm em nossa prpria vida, notamos nossas prpriasdeliberaes e escolhas e decises, e ainda na construo do nosso destino, parecemhaver outras cordas, cordas que no respondem ao nosso comando. Eventosaparentemente triviais desempenham sua parte em grandes acontecimentos." 4

    O senso de responsabilidade moral e dependndia do homem, e o seu instintivo apeloa Deus em horas de perigo, mostram o quo universal e inata a convico de queDeus realmente governa o mundo e todos os eventos humanos. Mas enquanto aBblia repetidamente ensina que o controle providencial universal, Poderoso, sbioe sando, em nenhum lugar as Escrituras intentam informar-nos como reconciliar talcom a liberdade do homem. Tudo o que precisamos saber que Deus governa as Suascriaturas e que o Seu controle sobrfe elas tal que nenhuma violncia aplica-se ssuas naturezas. Talves a relao entre a Soberania Divina e a liberdade humana possaser melhor expressada nas palavras: Deus to presente nos estmulos externos que ohomem age de acordo com a sua prpria natureza, e ainda assim faz exatamente o

    que Deus tem planejado para que ele faa.Este assundo, tanto quanto relaciona-se com a responsabilidade humana, ser maisamplamente tratado no captulo sobre Livre Arbtrio.

    PROVAS NAS ESCRITURAS

    A doutrina Bblica da Providncia to clara que admitida por muitos cuja visofilosfica leva-os a rejeit-la por si mesmos. Ns apresentaremos agora um sumriodas provas nas Escrituras, mostrando que todos os eventos tem um local e propsito

    determinados, apontados, que a providncia de Deus universal, e que Ele destarteassegura o completo termo dos Seus planos. O controle providencial de Deusabrange:

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    (a) Natureza do mundo fsico. "...o Senhor tem o seu caminho no turbilho e natempestade, e as nuvens so o p dos seus ps."[Naum 1:3] "Somente na terra deGsem onde se achavam os filhos de Israel, no houve saraiva."[x 9:26] "...porqueele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos."[Mt5:45] A fome no Egito pareceu aos homens ser somente a conseqncia de causas

    naturais; mas Jos podia dizer, "... porque esta coisa determinada por Deus, e elebrevemente a far."[Gn 41:32] "Alm disso, retive de vs a chuva, quando aindafaltavam trs meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e que nochovesse sobre outra cidade;..."[Am 4:7] "...dando-vos chuvas do cu e estaesfrutferas, enchendo-vos de mantimento, e de alegria os vossos coraes."[At 14:17]"Quem mediu com o seu punho as guas, e tomou a medida dos cus aos palmos, erecolheu numa medida o p da terra e pesou os montes com pesos e os outeiros em

    balanas,"[Is 40:12]

    (b) A criao animal. "No se vendem dois passarinhos por um asse? e nenhum deles

    cair em terra sem a vontade de vosso Pai."[Mt 10:29] "Olhai para as aves do cu,que no semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial asalimenta..."[Mt 6:26] "O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos lees, eeles no me fizeram mal algum; ..."[Dn 6:26] "Os lees novos os animais bramam

    pela presa, e de Deus buscam o seu sustento."[Sl 104:21] "De modo que Deus temtirado o gado de vosso pai, e mo tem dado a mim."[Gn 31:9].

    (c) Naes. (a humiliao de Nabocodonosor foi) "...a fim de que conheam osviventes que o Altssimo tem domnio sobre o reino dos homens, e o d a quem quer,e at o mais humilde dos homens constitui sobre eles."[Dn 4:17] "Eis que as naes

    so consideradas por ele como a gota dum balde, e como o p mido das balanas;eis que ele levanta as ilhas como a uma coisa pequenssima."[Is 40:15] "Alegre-se ocu, e regozije-se a terra; e diga-se entre as naes: O Senhor reina."[I Cro 16:31]"Pois Deus o Rei de toda a terra; ..."[Sl 47:7] "Ele muda os tempos e as estaes;ele remove os reis e estabelece os reis; ele quem d a sabedoria aos sbios e oentendimento aos entendidos."[Dn 2:21] "O Senhor desfaz o conselho das naes,anula os intentos dos povos."[Sl 33:10] "E o Senhor lhes deu repouso de todos oslados, .... , mas a todos o Senhor lhes entregou nas mos."[Jos 21:44] "Mas os filhosde Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou na mo

    de Midi por sete anos."[Jz 6:1] "... Suceder qualquer mal cidade, sem que oSenhor o tenha feito?"[Am 3:6] "Pois eis que suscito os caldeus, essa nao feroz eimpetuosa, que marcha sobre a largura da terra para se apoderar de moradas que noso suas."[Hab 1:6]

    (d) Homens individuais. "Como corrente de guas o corao do rei na mo doSenhor; ele o inclina para onde quer."[Prov 21:1] "Confirmados pelo Senhor so os

    passos do homem..."[Sl 37:23] "O corao do homem prope o seu caminho; mas oSenhor lhe dirige os passos."[Prov 16:9] "Em lugar disso, deveis dizer: Se o Senhorquiser, viveremos e faremos isto ou aquilo."[Tg 4:15] "Porque dele, e por ele, e para

    ele, so todas as coisas; ..."[Rm 11:36] "Pois, quem te diferena? E que tens tu queno tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se no o houverasrecebido?"[I Cor 4:7] "O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os

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    livra."[Sl 34:7] "Eis que o nosso Deus a quem ns servimos pode nos livrar dafornalha de fogo ardente; e ele nos livrar da tua mo, rei."[Dn 3:17] "O Senhor

    por mim, no recearei; que me pode fazer o homem?"[Sl 118:6] "Mas agora, Senhor, tu s nosso Pai; ns somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos ns obra dastuas mos."[Is 64:8] "...e a mo do nosso Deus estava sobre ns, e ele nos livrou da

    mo dos inimigos, e dos que nos armavam ciladas pelo caminho."[Esd 8:31] "...e queDeus tinha dissipado o conselho deles,..."[Neem 4:15] "Mas contra os filhos de Israelnem mesmo um co mover a sua lngua, nem contra homem nem contra animal;

    para que saibais que o Senhor faz distino entre os egpcios e os filhos de Israel."[x11:7] "E de noite disse o Senhor em viso a Paulo: No temas, mas fala e no tecales; porque eu estou contigo e ningum te acometer para te fazer mal, ..."[At18:9,10)

    (e) Os atos livres dos homens. "porque Deus o que opera em vs tanto o querercomo o efetuar, segundo a sua boa vontade."[Fil 2:13] "E o Senhor deu ao povo graa

    aos olhos dos egpcios, de modo que estes lhe davam o que pedia; ..."[x 12:36] "esteEsdras subiu de Babilnia. E ele era escriba hbil na lei de Moiss, que o SenhorDeus de Israel tinha dado; e segundo a mo de Senhor seu Deus, que estava sobre ele,o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira."[Esd 7:6] "...porque o Senhor os tinha alegrado,tendo mudado o corao do rei da Assria a favor deles, para lhes fortalecer as mosna obra da casa de Deus, o Deus de Israel."[Esd 6:22] "Ainda porei dentro de vs omeu Esprito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanas,e as observeis."[Eze 36:27]

    (f) Os atos pecaminosos dos homens. "Porque verdadeiramente se ajuntaram, nesta

    cidade, contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, no s Herodes, mas tambmPncio Pilatos com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o que a tuamo e o teu conselho predeterminaram que se fizesse."[At 4:27,28] "Respondeu-lheJesus (a Pilatos): Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima no te fora dado;

    por isso aquele que me entregou a ti, maior pecado tem."[Jo 19:11] "Disse, porm, orei (Davi a Abisai, com relao a Simei): ...Por ele amaldioar e por lhe ter dito oSenhor: Amaldioa a Davi; ... Deixai-o; deixai que amaldioe, porque o Senhor lhoordenou."[II Sam 16:10,11] "Na verdade a clera do homem redundar em teulouvor, e do restante da clera tu te cingirs."[Sl 76:10] "Eis que eu endurecerei o

    corao dos egpcios, e estes entraro atrs deles; e glorificar-me-ei em Fara e emtodo o seu exrcito, nos seus carros e nos seus cavaleiros."[x 14:17]

    (g) Os eventos fortuitos ou "acontecimentos ao acaso" [referir-se seo 4 (CapIII)] : "O plano divino inclui os eventos fortuitos ou acontecimentos ao acaso": "Asorte se lana no regao; mas do Senhor procede toda a disposio dela."[Prov 16:33]"E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para sabermos porcausa de quem nos sobreveio este mal. E lanaram sortes, e a sorte caiu sobreJonas."[Jon 1:7] "[24] E orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces os coraes detodos, mostra qual destes dois tens escolhido [26] Ento deitaram sortes a respeito

    deles e caiu a sorte sobre Matias, e por voto comum foi ele contado com os onzeapstolos."[At 1:24, 26] "Cobre as mos com o relmpago, e d-lhe ordem para quefira o alvo."[ J 36:32] "[28] Replicou Micaas: Se tu voltares em paz, o senhor no

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    tem falado por mim... [34] Ento um homem entesou o seu arco, e atirando a esmo,feriu o rei de Israel por entre a couraa e a armadura abdominal."[I Rs 22:28, 34]"Porque a aflio no procede do p, nem a tribulao brota da terra;"[J 5:6]"Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo canteduas vezes, trs vezes tu me negars."[Mc 14:30] (compare com Gn 37:28 e 45:5;

    tambm compare com I Sam 9:15, 16 e 9:5-10).Captulo 6 A Prescincia de DEUS

    A objeo Arminiana contra a predestinao tambm igualmente vai de encontro 'pr cincia' de Deus. O que Deus sabe e conhece antecipadamente deve, na prprianatureza do caso, ser to fixo e certo como o que seja pr ordenado; e se a prordenao for inconsistente com o livre arbtrio do homem, assim tambm o ser a

    pr cincia de Deus (e vice e versa). Pr ordenao resulta em eventos certos,enquanto pr cincia pressupe que eles sejam certos.

    Mas, se os eventos futuros so 'pr conhecidos' por Deus, eles no podem, qualquerque seja a possibilidade, ocorrerem de forma diversa do Seu conhecimento. Se ocurso dos eventos futuros 'pr sabido', a histria seguir um curso que todefinitivo e certo quanto uma locomotiva se desloca p