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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica 1º Semestre/2013-2014 Projeto FEUP A Engenharia na Crista do Surf Supervisora: Professora Ana Rosanete Lourenço Reis Monitora: Catarina Spratley Vieira Mendes Equipa: 1M7_01 Alexandre Duarte Ribeiro Eusébio - up201307997 Ana Catarina Carvalho Pereira - up201302822 João Pedro Andrade Gonçalves - up201304227 Nuno Alexandre Fernandes Caldeira - up201304232 Pedro Pina Neves - up201306035 25 de Outubro de 2013

A Engenharia na Crista do Surf - paginas.fe.up.pt · a marca da empresa que o patrocina em campeonatos. Nos dias de hoje, o surf está ... rudimentares nas quais se lançavam ao mar

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

1º Semestre/2013-2014

Projeto FEUP

A Engenharia na Crista do Surf

Supervisora: Professora Ana Rosanete Lourenço Reis

Monitora: Catarina Spratley Vieira Mendes

Equipa: 1M7_01

Alexandre Duarte Ribeiro Eusébio - up201307997

Ana Catarina Carvalho Pereira - up201302822

João Pedro Andrade Gonçalves - up201304227

Nuno Alexandre Fernandes Caldeira - up201304232

Pedro Pina Neves - up201306035

25 de Outubro de 2013

Resumo

Ao longo deste relatório podemos encontrar o desenvolvimento do tema “A

Engenharia na Crista do Surf”, no âmbito da unidade curricular Projeto FEUP, do curso

de Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica (MIEM).

Como o próprio título indica, este trabalho abrange vários ramos da engenharia

que de algum modo permitem compreender e desenvolver a modalidade em questão.

O nosso estudo e pesquisa focaram-se essencialmente nas pranchas e, como tal,

referimos os diferentes tipos que existem, os materiais que as constituem, a sua forma

e hidrodinâmica.

Para além disto, destacamos o grande objetivo de reduzir o impacto ambiental

no fabrico de pranchas através da utilização de materiais reciclados e não poluentes e,

ainda, abordamos um ponto sempre muito discutível – as melhores pranchas.

E como vivemos num tempo em que é necessário privilegiar o que é nacional,

este relatório foca-se nos destaques portugueses que passam pela investigação e pelas

empresas relacionadas com o surf.

Índice

1. Introdução 1

2. História do Surf 2

3. Evolução das pranchas de surf 3

4. Constituição de uma prancha de surf 7

5. Melhores locais para surfar 15

6. Surf em Portugal 17

7. Contributo Nacional 20

8. Melhores pranchas 27

9. Conclusão 31

Referências Bibliográficas 32

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1. Introdução

Este relatório foi produzido no âmbito da disciplina Projeto FEUP, pelo grupo nº

1 da turma 1M7 do curso Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica. O tema que

nos foi atribuído - "Engenharia na Crista do Surf" - aborda o surf e várias áreas da

engenharia.

A prática desportiva em questão consiste em efetuar manobras em cima de

uma prancha ao longo das ondas e, por isso, a ciência sente-se capaz de contribuir

para o desenvolvimento desta modalidade com cada vez mais apoiantes e praticantes,

estando por isso a evoluir progressivamente.

Quer ao nível dos materiais, da forma ou do fabrico, a engenharia pode servir

para melhorar o desempenho de cada atleta profissional, pode preocupar-se em criar

pranchas mais económicas que estejam ao alcance de muitas pessoas e ainda ter em

conta o impacto ambiental.

Pretende-se, então, com este trabalho apresentar um estudo aprofundado

sobre o que a engenharia contribui para este desporto.

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2. História do Surf

O surf é um desporto individual, radical, praticado no mar que tem como

objetivo/desafio manter o maior tempo possível em pé sob uma prancha deslizando

sob as ondas e realizando manobras radicais, com várias níveis de dificuldades. Surgiu

a cerca de 500 anos, apesar de não termos certezas de onde surgiu, acredita-se que

tudo tenha começado nas ilhas polinésias na qual os povos que habitavam aquelas

ilhas tinham o mar como trabalho ( visto que o sustento dos nativos da Polinésia era a

pesca). Estes, muito habilidosos no mar, desenvolveram métodos para voltar

rapidamente do barco à terra (isto é, embarcações) mesmo em águas furiosas. Com a

barriga e o peito colados nas tábuas de madeira( primeiras pranchas de surf), eles

surfavam fazendo com que essa prática acabasse por ser um ritual com raízes

religiosas e culturais.

Em 1912, o nadador havaiano Duke Paoa Kahanamoku

(Fig.1) conquistou a medalha de ouro de natação nas Olimpíadas

da Suécia e avisou ao mundo que treinara surfando. Batizado de

"homem-peixe", esse atleta é considerado o pai do surfe

moderno que tornou o arquipélago do Havaí e os seus desportos

típicos passaram a ser reconhecidos internacionalmente.

No início do século XX, o pai do surf moderno (Duke) promoveu o surf,

realizando demonstrações em diversas partes do mundo, nomeadamente na

Califórnia, França, Austrália, América do Sul e África e por volta da década de 1940,

popularizou-se na costa oeste dos EUA.

Até que em 1920 começaram a surgir os primeiros campeonatos nos Estados

Unidos. As competições de surf tornaram cada vez mais frequentes e o interesse por

parte de empresas ligadas á "cultura do surf" foi aumentando e criou-se então o surf

profissional onde os surfistas recebem pelo seu trabalho que consiste em representar

a marca da empresa que o patrocina em campeonatos. Nos dias de hoje, o surf está

cada vez mais competitivo uma vez que os campeonatos oferecem prémios, fazendo

com que esta atividade se torne muito mais atrativa.

Fig.1 - Duke Paoa Kahanamoku

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3. Evolução das pranchas de surf

3.1. Origem do surf e pranchas iniciais

O surf, prática desportiva que consiste em efectuar manobras em cima de uma

prancha ao longo das ondas, torna-se cada vez mais um desporto com mais apoiantes

e praticantes, estando por isso a evoluir progressivamente. A sua origem é no entanto

controversa, já que peruanos e polinésios reclamam ser os pioneiros a praticar esta

modalidade, tendo no entanto fins distintos para quais a esta recorriam.

Uma das teorias mais divulgadas aponta que o surf nasceu há

aproximadamente 450 anos, na ilha peruana de Uros. A pesca é um meio fundamental

para a obtenção de alimentos no Peru, logo os pescadores utilizavam pranchas muito

rudimentares nas quais se lançavam ao mar.

Foi, todavia, nas ilhas polinésias, mas especificamente no Hawai, que o surf,

como desporto, teve origem. Ao contrário dos peruanos os polinésios usavam esta

prática como actividade recreativa e não somente como método de sobrevivência.

As jangadas utilizadas pelos peruanos nas suas actividades pesqueiras eram

constituídas por palha e ráfia. Já os havaianos surfavam as ondas em pranchas de

madeira.

3.2. Pranchas da actualidade: Materiais e Geometrias

Em 1920, dois norte-americanos, George Freeth e DukeKahanamoku,

conceberam as primeiras pranchas de surf. Estas eram muito simples e feitas de

madeira. No final da década de 1940, Bob Simmons criou a primeira prancha em fibra

de vidro. Contudo, a produção em laboratório de poliuretano, a partir de 1950, veio

revolucionar a indústria das pranchas de surf, bem como os resultados obtidos pelos

seus praticantes.

Com a evolução de disciplinas como Química, Física, Ciência dos Materiais,

Hidrodinâmica e Aerodinâmica foi possível desenvolver pranchas com materiais e

geometrias apropriadas, que permitem aos atletas efectuar manobras de dificuldades

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superiores e tornar este desporto cada vez mais competitivo. As primeiras jangadas

eram feitas à base de palhas artesanais, sendo rapidamente substituídas por madeira,

por ser mais rígida, consistente e não absorver água com tanta facilidade (o que a

torna mais leve, facilitando portanto os movimentos). Mais tarde foram criadas

pranchas com o mesmo material, mas a madeira degrada-se com bastante facilidade

na presença de água, pelo que se iniciou um procura por materiais com características

mais favoráveis à pratica do surf.

Em 1950, começaram a ser fabricadas pranchas em espuma de poliuretano,

mais leves e resistente, que permitiam aos atletas explorar mais esta modalidade e

obter resultados significativamente melhores.

As pranchas usadas actualmente, e que atingem os melhores resultados, são

formadas por núcleos de poliestireno e resina epóxi. O poliestireno, apesar de parecer

demasiado frágil, é o mais utilizado, sob a forma de espuma, na construção das partes

centrais da prancha, visto ter custos muito reduzidos. Outra das suas características é a

sua baixa densidade, o que aumenta a impulsão da prancha.

O styrofoam, é uma espuma de poliestireno menos leve, mais forte e a que

melhor responde a nível de isolamento térmico, o que minimiza as variações de

temperatura, impedindo que esta se torne demasiado baixa, o que poderia prejudicar

o atleta. É, no entanto, também a espuma mais cara.

Utilizam-se espumas com diferentes densidades na formação dos núcleos, para

que haja um equilíbrio entre a rigidez da prancha e a massa desta, maximizando assim

o rendimento do surfista. A consolidação desses núcleos é feita através do sistema de

resina epóxi. Este complexo de resina evita lesões nos calcanhares dos atletas

provocadas por forças de compressão, especialmente quando se tratam de manobras

aéreas, e minimiza o atrito. Confere também às pranchas boa resistência térmica, e

boa resistência ao impacto, pois quando solidifica obtêm-se cristais que conferem a

prancha alguma dureza.

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As resinas utilizadas anteriormente, de poliéster, eram mais baratas, mas

desgastavam-se mais rapidamente e tinham maior absorção de água, o que

prejudicava o desempenho dos atletas.

Nas pranchas que contêm resinas epóxi e espumas de poliestireno no núcleo

não é necessário existir uma longarina central, que confere resistência e rigidez

longitudinal. Nas outras pranchas a longarina é de madeira ou então formada por

fibras de vidro ou carbono, ou ainda por PVC. Estes materiais tornam o equipamento

mais rígido e facilitam o controlo da prancha por parte do surfista.

É fundamental que a prancha tenha um acabamento antiderrapante, para que

o surfista não caia ao efectuar as suas manobras. O mais eficaz é um tecido de nylon

sem silicone. Este não adere à resina epóxi. Assim, obtemos uma parte superior

antiderrapante, e uma parte inferior lisa, que diminui o atrito entre a prancha e a água

e lhe confere uma maior fluidez.

Com os problemas ambientais que temos nos dias de hoje, a preocupação com

o meio ambiente é cada vez maior, o que afecta também o fabrico das pranchas de

surf. Como se tratam de produtos plásticos e similares, torna-se cada vez mais comum

o uso de pranchas construídas com madeira de agave, que só é extraída após a morte

da planta, e que permite aos surfistas atingir resultados semelhantes aos conseguidos

com as pranchas em poliuretano.

As vantagens destas pranchas estão na sustentabilidade ecológica resultante da

sua produção e também na sua durabilidade, 5 vezes superior às pranchas

semelhantes de resina.

Em 1981, as chamadas “single fins” (com apenas uma quilha) foram

substituídas pelas tri-quilhas, criadas por Simon Anderson, que revolucionaram por

completo o surf.

Outro desenvolvimento foi alterar o bottom (parte de baixo) da prancha,

criando concavidades. Estas podem ter diversas combinações, com o intuito de

melhorar o desempenho da prancha.

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Em última análise notamos que a indústria do surf cresce progressivamente, e

as pranchas vão se tornando cada vez mais personalizadas, correspondendo às

necessidades especificas de quem as usa. A evolução dos processos de fabrico e

materiais utilizados fizeram com que o desporto crescesse, e se torne cada vez mais

complexo.

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4. Constituição de uma prancha de surf

No universo do surf existem vários tipos de pranchas, sendo que estas diferem

entre si devido às suas shapes (formas), e dimensões. As pranchas de surf são

mediadas em inches (polegadas) e em feet (pés) sendo que 1 polegada equivale a

2,54cm, e uma vez que 1 pé são 12 polegadas, 1 pé tem valor de 30,48cm.

Conforme a finalidade a que se destinam, a constituição de cada prancha varia.

Geralmente são constituídas por materiais compósitos, ou seja materiais com várias

camadas de diferentes componentes, componentes estes, que possuem características

únicas, umas que são relevantes para o fim a que se destinam e outras não tao

relevantes, mas que quando combinados compensam os defeitos uns dos outros,

originando um material estável, que satisfaz as necessidades da prancha,

contrariamente ao que acontecia no passado, onde as pranchas eram feitas de

materiais naturais, como palha ou madeira. Graças a estes avanços tecnológicos, as

pranchas que agora são produzidas possuem elevada resistência a choques e

densidade reduzida, o que favorece a capacidade de flutuação da prancha e permite

que o surfista realize manobras com mais facilidade.

Para cada tipo de ondas e ambientes marinhos existe uma prancha que se

adapta melhor a essas condições. Por essa razão têm capacidade de obter melhores

resultados que as restantes. As pranchas possuem, geralmente, seis elementos

básicos, sendo eles o nose, a tail, o deck, os rails, o bottom, os fin’s (Fig.2).

Fig.2 - Constituintes de pranchas de surf

Tail

Deck

Nose

Leash Cup

Rails

Stringer

Bottom

Rocker

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4.1 Nose

O nose é a parte frontal da prancha, existem três categorias de nose’s. Pode ser

pontiagudo, permitindo que a prancha seja manobrada mais facilmente. O nose

redondo confere estabilidade à prancha, mas reduz a sua manobrabilidade. Por fim, a

última categoria é a frente arredondada, que permite alguma manobrabilidade da

prancha, mas também lhe confere estabilidade.

4.2. Tail

A tail é a região traseira da prancha. Existem diversos tipos de tail’s, no entanto

os mais importantes são: o pin tail, o round tail e o shallow tail. O tipo pin tail é uma

tail pontiaguda que permite que a traseira da prancha afunde ligeiramente impedindo

que esta mude de direção. Por outro lado, o round tail, é um tipo de tail que se

assemelha ao pin tail, mas é ligeiramente mais arredondado, e por isso possui mais

área, o que aumenta a força de impulsão que atua sobre a prancha tornando-a mais

manobrável. A shalow tail, é uma tail que possui um corte em forma de v, corte que

proporciona um bom controlo da prancha quando se efetua uma curva.

4.3. Deck

O deck é a superfície superior da prancha, ou seja o local sobre o qual o surfista

se vai deslocar para efetuar manobras. Existem três tipos de decks, o dome deck, flat

deck, e o step deck. O dome deck é o mais usado, uma vezque concentra grande parte

do volume da prancha no seu eixo, de modo a que seja mais fácil afundar os rails para

efetuar curvas.

4.4. Rails

Os rail’s são os limites da prancha, e podem ser afiados ou espessos. Os rail’s

afiados permitem que a prancha se mantenha estável a velocidades elevadas, mas é

obrigatório a que na região central estes sejam mais espessos para fornecerem

impulsão de modo a que o surfista não afunde, este tipo de rails é usado em

shortboards, uma vez que estas pranchas são desenhadas para ondas que atingem

velocidades elevadas. Por outro lado os rails podem ser espessos, sendo por isso

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apropriados para ondas mais lentas, no entanto estes rails como são mais espessos

provocam muito atrito entre a água e a prancha o que dificultam a mudança de

direção desta. Outra reação que ocorre nas pranchas com este tipo de rail’s, é que

devido á sua espessura e densidade reduzida, quando se afundam ao efetuar uma

curva armazenam muita energia potencial devido a impulsão que a prancha sofre,

provocando assim uma espécie de ressalto conhecido como drive.

4.5. Bottom

O bottom é a superfície inferior, fundo, de uma prancha e tem como principal

função redirecionar a corrente da água para fornecer estabilidade à prancha. Existem

diversos tipos de bottom’s, sendo que os mais importantes são o fundo liso (flat), e o

concavo, que se divide em single concave e em single to double concave. No single

concave as primeiras doze a vinte polegadas da prancha são lisas, com uma curvatura

ou com um “v” ligeiros, seguida por uma superfície concava que progressivamente

aumenta a sua profundidade ate chegar aos fin’s, reduzindo depois a profundidade ate

atingir o fim da tail. No single to double concave a zona frontal é igual ao tipo single

concave, mas conforme se aproxima da região traseira transforma-se a superfície

concava inicial divide-se em duas. O fundo lise, que como o nome sugere é uma

superfície plana, que facilita a flutuabilidade da prancha à superfície da água, o que faz

com que a que a prancha responda bem em ondas pequenas, e seja instável a altas

velocidades, e uma vez que é plana, ao efectuar curvas rapidamente, a prancha tem

tendência a deslizar, porque não existe atrito suficiente para anular a força centrifuga.

4.6. Rocker

O rocker, é a curvatura que uma prancha possui em toda a sua extensão, ou

seja, a elevação que a frente e a traseira possuem em relação ao resto da prancha. A

curvatura da frente é necessária para impedir que, quando o surfista apanha uma

onda, a prancha se afunde, mantendo-se assim acima da superfície da onda. Por outro

lado, a curvatura da região traseira, permite que a prancha efetue curvas com mais

facilidade, e também impede que a mesma se afunde, uma vez que a impulsão que

recebe da água é mais reduzida, e por isso não força a frente a penetrar a superfície da

onda.

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4.7. Fin

Por fim, o fin é a quilha que está na traseira da prancha, ou seja na parte

inferior da região traseira. Tem como função principal ajudar o surfista a controlar a

prancha de modo a que esta se mantenha estável. Existem pranchas com mais que um

fin, estando estes, por isso, disposto de diversas maneiras, no entanto é comum

encontrar pranchas que possuem um fin (single fin), que está centrado. Este tipo de fin

é usado mais frequente nas longboards. O twin fin, dois fin’s posicionados lado a lado,

geralmente encontrado em shortboards e em fish’s, uma vez que permitem que a

prancha atinja velocidades elevadas, o que é necessário para ondas de grandes

dimensões. No entanto, a disposição mais usada é a que possui três fin’s, um centrado

e dois laterais, também conhecida como thruster, e devido à sua versatilidade, é

encontrado em qualquer modelo prancha. No entanto existem componentes que nem

todas as pranchas possuem, como por exemplo o stringer e a leash cup.

4.8. Stringer

O stringer é uma tira, normalmente em madeira, que atravessa a prancha em

toda sua extensão, para aumentar a resistência da mesma, e por isso é composto por

uma madeira que quando deformada recupera rapidamente a sua forma original.

Existem diversos sistemas de stringer’s, como o stringer central, o parabólico, e

múltiplo. No stringer central, a tira de madeira é única e atravessa a prancha ao longo

do seu eixo, mas não proporciona resistência suficiente, especialmente quando a

prancha está sujeita as forças de torção. O stringer parabólico é constituído por duas

tiras que atravessam os rail’s da prancha, deste modo proporcionam resistência

elevada a forças de torção e são capazes de recuperar a forma original rapidamente. O

stringer múltiplo é um conjunto de tiras que atravessam a prancha ao longo do seu

comprimento para lhe fornecer resistência, e impedir que se deforme muito. Este tipo

de sistema é usado frequentemente em longborads uma vez que estas pranchas

tendem a oscilar bastante.

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4.9. Leash cup

A leash cup que é uma peça que contribui para a segurança do surfista. É

produzida geralmente em plástico e tem como função unir a corda que segura o

surfista à prancha, de modo a que este esteja mais seguro quando tem algum

problema durante a realização de uma manobra, uma vez que não afunda com tanta

facilidade.

4.10. Modelos de pranchas

Existem vários modelos de pranchas de surf, sendo que os mais importantes

são a shortboard, a longboard, a fish, a gun e a hybrid.

4.10.1. Shortborads(Fig.3)

As shortborads foram desenhadas para surfar ondas de grandes dimensões que

se desloquem a velocidades elevadas. Possuem geralmente comprimento inferior a

sete pés, noses afiados, rails finos, e um rocker elevado, características estas, que

quando combinadas conferem a este tipo de prancha alta mobilidade, embora sejam

difíceis de estabilizar mesmo com os três ou cinco fin’s que possuem, o que faz com

que esta prancha seja frequentemente usada por surfistas mais experientes.

Fig.3 Pranchas modelo Shortboard

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4.10.2. Fish (Fig.4)

O modelo fish, é semelhante à shortboard, mas

é mais pequeno e mais largo, o rocker neste modelo é

baixo, e geralmente possui dois fin’s, deste modo este

modelo consegue adquirir elevadas velocidades nas

zonas lisas de uma onda.

4.10.3. Gun(Fig.5)

As gun’s são modelos que, tal como o modelo fish, se assemelham à

shortboard, no entanto são pranchas mais compridas, podendo atingir os dez pés de

comprimento, possuem o nose fino e pontiagudo, deste modo podem ser usadas em

ondas de grandes dimensões que atingem velocidades elevadas, no entanto este

modelo requer elevada experiencia por parte do surfista.

Fig.4 - Prancha modelo Fish

Fig.5 -Prancha modelo Gun

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4.10.4. Longboards

As longboards, como o nome sugere são pranchas de grandes dimensões. Têm

comprimento entre oito e doze, no mínimo duas polegadas e meia de espessura, e

vinte polegadas de largura, o nose é arredondado, e podem também ser divididas em

tri-fin(Fig.8), se tiverem três fin’s, single fin(Fig.6), se possuírem um fin, e 2+1(Fig.7), se

forem constituídas por um fin central de grandes dimensões, e dois fin’s de dimensões

mais reduzidas, estas características fazem com que esta prancha seja bastante

estável, e por isso a mais apropriada para iniciantes.

Fig.6 - Longboard com single fin

Fig.8 - Longboard com tri-fin

Fig.7 - Longboard com fin o tipo 2+1

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4.10.5. Hybrid(Fig.9)

O tipo Hybird, tal como o nome sugere é a união de dois modelos semelhantes,

um modelo que pode ser usado como exemplo é o funboard, que mistura as

características e desempenho de uma shortboard com uma longboard, sendo que o

seu comprimento varia entre os seis e os oito pés, e têm geralmente forma

arredondada, sendo que as outras componentes podem ser muito variadas neste tipo

de pranchas. Como esta prancha é um elemento de transição é bastante usada por

surfistas que pretendem iniciar-se no shortborading.

Fig.9 - Prancha modelo Hybrid

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5. Melhores locais para surfar

Surfar é uma atividade que existe há milhares de anos e mesmo assim continua

a crescer em popularidade seja como um desporto ou estilo de vida. É importante ter

em mente que o surf é praticado durante o ano inteiro e não é apenas uma atividade

de verão.

Então, os melhores lugares para o surf apresentam boas condições para a

prática durante cada uma das estações. Na verdade, os padrões climáticos do inverno

e o movimento das marés são geralmente os responsáveis pelas “maiores ondas”. Por

exemplo, a temperatura em Bundoran, na Irlanda, é fria mesmo nos meses de verão, e

a água pode ficar realmente gelada nos meses de inverno. Mas apesar disso as

enormes ondas que quebram por lá atraem cada vez mais um número maior de

surfistas que buscam aventura.

Algumas vezes os melhores lugares para o surf não são aqueles que atraem

milhares de visitantes; Uma multidão de turistas pode acabar com a “onda” dos

surfistas em função de uma superlotação na praia.

Diante o prazer de surfar, a maioria dos profissionais na prática vão em busca

de um novo ambiente para realizar as suas manobras, por este motivo a CNN divulgou

uma lista dos melhores lugares do mundo para a prática de surf:

Pipeline – Hawai (Fig.10)

Pipeline é sem dúvida um local muito

desejado pelos surfistas com muita coragem,

sangue frio e habilidade na prática, pois é uma

praia com imensos perigos visto que as ondas

chegam aos vinte metros de altura.

Fig.10 - Praia de Pipeline - Hawai

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Supertube – África do Sul (Fig.11)

De acordo com especialistas as melhores

direitas do mundo são as de Supertube, que não é

por acaso que recebe esse nome, as ondas

tubulares permitem ao surfista percorrer um

caminho de até trezentos metros ininterruptos.

Fig.11 - Praia de Supertube na África do Sul

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6. Surf em Portugal

As ondas não podiam ser melhores e nomes tais como Ribeira d'ilhas, "Coxos"

ou "Super Tubos" , são conhecidos a nível planetário. As praias da Região Oeste, da

Ericeira a Peniche, são um sonho para todos os surfistas.

Não podemos esquecer de lugares como a Figueira da Foz, Carcavelos, Costa da

Caparica e Carrapateira, entre outros são também locais de eleição.

6.1. Os Cinco Melhores Locais Para Surfar Em Portugal

6.1.1. Nazaré

A maior onda do mundo (Fig.12)

foi surfada em Portugal, mais

precisamente na costa da Nazaré, pelo

havaiano Garrett McNamara que

apanhou a onda em causa através do

tow-in, prática onde o surfista é puxado

por uma mota de água até conseguir

entrar na onda.

Provavelmente o surfista não esquecerá o dia em que se tornou o primeiro a

conseguir apanhar uma onda de 30 metros, um fenómeno gigantesco motivado por

um acidente geomorfológico raro. Daí que o surfista seja o primeiro a dizer que surfar

na Nazaré é cada vez mais desafiante, pois as ondas da Praia do Norte são “únicas no

mundo”. É por isso que cada vez mais surfistas de todo o mundo escolhem esta longa

praia, rodeada por pinhais e dunas para, também eles, surfarem a onda perfeitas.

Fig.12 - A maior onda do mundo

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6.1.2. Ericeira, Reserva Mundial de Surf

A região da Ericeira é conhecida por ter praias e ondas únicas e especiais. Tanto

que isso lhe valeu o estatuto de primeira Reserva Mundial de Surf da Europa e a

segunda do mundo – só há outro sítio com uma distinção idêntica: Malibu, na

Califórnia. A Reserva Mundial de Surf da Ericeira estende-se desde a Praia da Empa, à

Praia de São Lourenço. São sete ondas de classe mundial num espaço de quatro

quilómetros: Pedra Branca, Reef, Ribeira d’Ilhas, Cave, Crazy Left, Coxos e S. Lourenço.

6.1.3. Peniche

A história de Peniche sempre esteve intimamente ligada ao mar, quer através

da pesca quer, mais recentemente, através do surf. A zona é considerada uma das

melhores da Europa para a prática da modalidade, pois há uma enorme quantidade de

ondas, de onde se destaca a mundialmente famosa dos Supertubos. Esta é sem dúvida

a onda rainha de Peniche, também chamada de Pipeline Europeu. O nome diz tudo.

Nesta praia com fundo de areia, as ondas são muito tubulares e rápidas. Peniche

recebe anualmente uma prova do circuito mundial de surf, o Rip Curl Pro.

6.1.4. Carcavelos (Fig.13)

Situada na costa de Cascais, a praia de Carcavelos é considerada um dos

melhores lugares para surf tanto para profissionais como para quem está a aprender.

Fig.13 - Praia de Carcavelos

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6.1.5. Bela Carrapateira (Fig.14)

Situada na costa ocidental

do Algarve, é uma das praias

mais belas de Portugal, como a

Arrifana ou a praia do Amado.

Sendo que estas são populares

não só pela paisagem, mas

também por serem bons destinos

para a prática de surf. A praia do Amado, em particular, rodeada por dunas.

Fig.14 - Praia Bela Carrapateira

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7. Contributo Nacional

O nosso país tem uma ligação muito íntima com os desportos de mar e o surf

não é exceção. Isto verifica-se, em grande parte, por possuirmos uma costa repleta de

praias fantásticas e com condições favoráveis à prática desses desportos e também por

sermos um povo de espírito livre, que valoriza as coisas boas da vida. Note-se que a

praia da Pedra Branca (Fig.16), na Ericeira, referida como “uma das praias com as

melhores ondas da Europa” e a praia da Carrapateira (Fig.15), no Algarve, conhecida

pela sua tranquilidade, integram a lista dos 50 melhores lugares do mundo para surfar

que foi publicada dia 1 de Julho de 2013 pela CNN, depois de ser conhecida a opinião

dos editores da revista Surfing Megazine.

Fig.15 - Praia da Carrapateira, no Algarve.

Fig.16 - Praia da Pedra Branca, na Ericeira

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E, como bons patriotas, não podemos deixar de referir o Canhão da Nazaré.

Devido à existência de um desfiladeiro com uma extensão de 2000 quilómetros e com

uma profundidade de 5000 metros, a Nazaré tornou-se uma referência a nível mundial

quando Garrett McNamara, um surfista norte-americano de 45 anos, surfou a maior

onda desde sempre com 34 metros (Fig.17).

Fig.17 - McNamara na Praia do Norte, na Nazaré.

Atualmente e em todo o mundo, o surf é o desporto que mais adeptos ganha

por ano e, por isso, cada vez mais mediático.

Devido à falta de documentação e registos, é difícil definir com exatidão o início

surf no mundo e em Portugal. Contudo, são conhecidas algumas datas que marcam os

feitos importantes no surf lusitano:

Em 1946 foi criado em Carcavelos e na Parede o primeiro clube de Bodysurf de

Portugal e por esta altura só se surfava com o peito, utilizando uma prancha de cortiça.

Pensa-se que o desporto tal como é conhecido hoje em dia, em pé, teve início no fim

dos anos 50, princípio dos anos 60 como consequência da presença das tropas

americanas em Biarritz (França), durante e depois da 2ª grande guerra mundial, que

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trouxeram as pranchas de uma Califórnia completamente rendida ao surf. Chegado à

Europa, o surf em pé conquistou Portugal com a ajuda de Pedro Lima, considerado o

pai do surf português. Sabe-se também que os primeiros surfistas portugueses foram

repreendidos e presos pelas autoridades presentes nas praias precisamente porque

eles eram vistos como irresponsáveis que não respeitavam as bandeiras vermelhas. Só

depois do 25 de Abril se verificou um crescimento considerável do número de

praticantes de norte a sul do país.

Em 1987 Portugal participa pela primeira vez enquanto seleção nacional no

Campeonato Europeu de Surf Seleções, terminando num honroso 4º lugar.

Em 1988 é criada a Federação Portuguesa de Surf.

Em 1989 surge o 1º Circuito Nacional de Surf. Ainda neste ano, Portugal organizou o

Campeonato Europeu de Surf Seleções, em Aveiro, no qual Portugal subiu ao pódio em

3º lugar. Para além disto, pela primeira vez, decorreu em águas lusas uma etapa do

mundial de surf que contou com uma assistência de mais de 2000 pessoas.

Em 1990 verifica-se o reconhecimento mundial da qualidade das ondas portuguesas

através da exposição mediática de um campeonato espetacular – o mundial de surf da

Ericeira – Buondi – Pro.

Em 1991 decorre a 1ª prova nacional com premiação em dinheiro e um surfista

nacional sagra-se vice-campeão europeu de surf.

Em 1992 a Seleção Nacional Portuguesa acaba em 9º lugar na primeira vez que disputa

o mundial amador de seleções e o surf chega às televisões.

Em 1993 inicia-se o Circuito Nacional de Esperanças , um conjunto de provas que

impulsiona o futuro do surf nacional.

Em 1996 a Seleção Portuguesa termina em 7º lugar no World Surfing Games ( uma

espécie de Jogos Olímpicos do Surf que substituem o antigo mundial amador ). Pela 1ª

vez Portugal recebe a elite do Surf Mundial numa prova da 1ª divisão do surf – World

Championship Tour of Surfing, para a história fica a vitória do surfista nacional Bubas

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face ao na altura tetracampeão do mundo – Kelly Slater. Ainda em 1996 Portugal

sagra-se Campeão Europeu de Juniores.

Em 2000 Tiago Pires “ Saca ” termina num 2º lugar histórico numa das provas de surf

profissional mais emblemáticas do mundo em Sunset Beach – Hawaii, naquela que foi

provavelmente a prova que mais visibilidade deu ao Surf Português a nível mundial.

Em 2008 Portugal verá pela 1ª vez um surfista nacional – Tiago Pires “ Saca ” entre os

44 melhores surfistas do mundo a disputar a “ 1ª divisão ” do Circuito Mundial de

Surf.

7.1. A aposta na investigação em Portugal

Hoje em dia, principalmente devido a preocupações económicas e ecológicas

há a necessidade de alterar os materiais e repensar nos processos de fabrico para que

se criem produtos com um menor impacto ambiental e, ao mesmo tempo, acessíveis

monetariamente. Isto acontece porque todos reconhecem os efeitos negativos que a

industrialização e a consequente poluição provocam no nosso planeta e vida e, por

outro lado, porque atravessamos uma crise económica global, muito sentida em

Portugal, que levou muitos portugueses a reduzirem os seus custos.

Assim, com o objetivo de inovar, ajudar o ambiente e fazer uma prancha de

surf que esteja ao alcance de todos os praticantes do desporto, decorreram algumas

investigações interessantes em Portugal como as que se seguem.

7.1.1. Investigadores do Minho criam pranchas de surf inovadoras e mais baratas

Neste projeto, o objetivo era o fabrico independente, automatizado e com

baixo custo unitário e ainda a utilização de materiais biológicos.

Só depois da cultura do surf chegar ao Ocidente e relativamente à pouco tempo

(nas últimas décadas) é que as tábuas de madeira gigantes e muito pesadas foram

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substituídas por plásticos especiais, como o poliuretano, ficando mais leves e

deslizantes. Na maioria das pranchas manteve-se uma tira central e longitudinal de

madeira, para conferir resistência.

De um modo geral, o método tradicional de construção de pranchas consiste

em aplicar a espuma, que é responsável por conferir rigidez, e depois utilizar

ferramentas manuais para trabalhar o bloco de espuma até se atingir a forma

desejada.

Durante um ano, a equipa do Pólo de Inovação em Engenharia de

Polímeros (PIEP) da Universidade do Minho estudou as pranchas já existentes no

mercado e as suas características mais relevantes como a relação entre

densidade/rigidez e a facilidade com que o material flutua e desliza, chegando à

conclusão de que é possível obter um bloco vertical constituído pelas espumas

técnicas e a tira de madeira que posteriormente é laminado por uma máquina

específica que pode ser programada de acordo com a curva e a forma que cada shaper

deseja. Portanto, estes são os principais clientes da empresa que adotou este novo

processo de fabrico que depois vão ter a responsabilidade de decorar.

Para além disto, o projeto caracterizou-se pela utilização de difenilmetano

diisocianato (MDI), um polímero mais amigo do ambiente e da saúde. Este, mais

especificamente, foi utilizado para a produção da espuma da prancha e o seu uso pode

resultar numa diminuição de cerca de 36% de gases do efeito de estufa, redução em

61% no uso de energias não renováveis e ainda se verificou uma poupança

considerável na energia utilizada durante todo o processo. “Os desafios tornam-se

mais aliciantes quando têm aplicação prática, é a relação biunívoca

universidade/indústria” , Fernando Duarte, membro da equipa investigadora.

2255

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7.1.2. Prancha de surf de cortiça criada por dois antigos alunos da Universidade de

Aveiro (Fig.18)

Fig.18 - Prancha de cortiça.

Um designer, Celso Assunção, e um engenheiro civil, Francisco Alves, tiveram a

ideia de produzir uma prancha apta para qualquer onda e, ao mesmo tempo, com

materiais reciclados.

Então, para aliar a arte, a hidrodinâmica e a ecologia, os dois antigos alunos da

Universidade de Aveiro utilizaram a cortiça como principal matéria prima que é um

material completamente natural, renovável e biodegradável; também usaram resinas

ecológicas e de bambu para as quilhas e incluíram o acabamento manual e

personalizado para cada surfista na finalização da prancha.

Em termos físicos, a prancha 100% ecológica, também tem vantagens porque a

cortiça permite absorver melhor a trepidação causada pela onda na tábua enquanto

dá melhor conforto e equilíbrio no contacto com os pés durante a prática do surf.

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7.2. Negócios

Micasurfboards

Marca 100% portuguesa que se dedica ao fabrico especial de pranchas de surf a

fim de melhorar o desempenho de cada atleta, tendo em conta o estilo de cada um.

Mica Lourenço é o fundador desta empresa que se preocupa com o meio

ambiente e, por isso, recorre à lixa, à cola e à acetona recicláveis.

“Criar pranchas de surf é a minha paixão, o meu amor e a minha vida. É

aquilo que eu faço!” - Mica Lourenço

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8. Melhores Pranchas

Actualmente, existem diversas maneiras de confeccionar pranchas, contudo as

mais cobiçadas e também as de melhor qualidade são produzidas pelas melhores

marcas, como a Billabong e a Quicksilver. Ultimamente, uma fábrica também se tem

vindo a destacar pela sua originalidade e inovação, a Pukas Surf.

8.1. Pukas Surf

Pukas Surf, mais conhecida por Olatu, é neste momento considerada a melhor

fábrica a fazer pranchas no Mundo. Esta localizada entre Mundaka e Hossegor na área

vizinha de San Sebastian e Zarautz (País Basco em Espanha).

Esta fábrica assume agora um grande protagonismo a nível mundial devido às

inovações que os seus trabalhadores trouxeram e devido às grandes apetências que os

próprios têm para as construírem.

8.1.1. Peter Daniels

Os projectos de Peter Daniels são caracterizados por linhas harmoniosas e

elegantes. Segundo este uma prancha, além de ter harmonia e equilíbrio em cada uma

das suas curvas, tem de ter a sua vertente sexy, de modo a captar a atenção das

pessoas. Assim, as pranchas de última geração devem possuir volumes maiores e

contornos ainda mais generosos e delicados. Peter defende ainda que os seus

trabalhos na produção de pranchas têm de continuar a ser subtis, refinados e muito

sensitivos, pois só deste modo se pode atingir o pretendido, uma prancha sem igual.

8.1.2. Johnny Cabianca

Johnny Cabianca tem um papel de extrema importância na formação destas

pranchas. É o responsável pelo manuseamento de todo o tipo de resinas. Agora Johnny

Cabianca fornece uma quantidade incalculável de valor à Pukas.

Johnny lida com resinas de todos os tipos. Para a melhor confecção de uma

prancha, Johnny necessita de saber os melhores tipos de resina e poliéster. Hoje em

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dia, as pranchas utilizadas pelos surfistas que atingem melhores prestações são

formadas por núcleos de poliestireno e por resina epóxi (de modo a evitar o desgaste

rápido e a absorção de água. Assim, o peso da prancha diminui e o surfista adquire

maior velocidade, atingindo a crista da onda). Muitas vezes, o poliestireno presente

nos núcleos das pranchas de surf pode parecer um plástico demasiado frágil, não

parecendo assim o material mais adequado para a construção de uma prancha. Mas

este, sob a forma de espuma é o mais utilizado na formação das partes centrais das

pranchas, visto que para além do seu preço reduzido pode ser facilmente convertido

em qualquer tipo de molde. O uso do poliestireno (material que pode ser obtido a

baixas densidades) faz com que a impulsão da prancha por parte da água seja maior,

não comprometendo a segurança do surfista.

O Styrofoam é a espuma de poliestireno mais forte e a que melhor responde

em matéria de isolamento térmico, diminuindo as variações de temperatura e

impedindo que esta se torne demasiado baixa, o que podia prejudicar o atleta. Esta

espuma sendo das recomendadas para se atingir um melhor desempenho da prancha,

é também das mais caras e mais pesadas.

8.1.3. Mikel Agote

Mikel afirma que a sua personalidade forte e um pouco de criatividade é a

receita para ser considerado um dos melhores shapers da actualidade. Mikel tentou

desde cedo aprofundar os seus conhecimentos relativamente tanto ao surf quanto à

forma que se constroem as pranchas.

Agora, com todo o conhecimento que tem, garante que, apesar da forma

inferior da prancha ser fundamental para o seu desempenho (está em constante

contacto com a face da onda) um shaper não gasta muito do seu tempo a moldá-la.

Quase todo o trabalho real vem depois e envolve a plataforma e os trilhos. Necessita-

se de muito tempo para misturar o topo dos trilhos. Mesmo que isso demonstre

habilidade do shaper, não é o principal objectivo. O grande objectivo é sim melhorar o

desempenho da prancha e ninguém melhor do que Mikel o sabe concretizar.

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8.1.4. Axel Lorentz

Axel Lorentz é o responsável pela remoção do excesso de espuma. Para a

remover Lorentz usa uma placa. Normalmente esse excesso de espuma é constituído

pela espuma mais densa, a qual é cortada fora uma vez que o shaper não está

agradado com a forma ou a espessura da prancha.

Resumindo, Axel é o responsável pelo melhoramento da prancha quando esta

já se encontra na fase terminal da sua construção.

8.2. As melhores pranchas

As pranchas da Quicksilver (Fig.19) são das pranchas mais

conhecidas e os seus modelos servem de inspiração a muitos

shapers mundiais. A ST CompFish, por exemplo, resulta de um longo

trabalho de 15 anos e de um estudo de mercado e utiliza os

melhores materiais como um shell de fibra de vidro e resina de

poliuretano.

Com um estilo muito retro, nariz pontiagudo e fundo em

"V", a prancha KeelFish (Fig.20) proporciona um controlo mais

eficaz nas mudanças de direcção e uma navegação mais

abrangente ao seu utilizador.

A Insight Penn (Fig.21) é uma prancha com uma dupla

curvatura no fundo, o que lhe confere um aumento da velocidade

e maior domínio sobre a direcção. Esta prancha tornou-se mais

fácil com o rebaixamento do nariz frontal. Para além disso, foram

introduzidos novos pormenores técnicos, que aumentaram a

capacidade de resposta da prancha, a sua resistência e,

consequentemente, a performance dos seus atletas.

Fig.19 - Prancha Quicksilver

Fig.20 - Prancha KellFish

Fig.21 - Prancha Insight Penn

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O modelo Dumpster Driver (Fig.22) foi uma das pranchas recentemente lançadas e

nasceu para suprir uma lacuna de mercado. Para suportar um verão tórrido

desenvolveu-se uma prancha com uma curvatura ampla e uma cauda enorme

quadrada para permitir mergulhar sem sentir qualquer espécie de incómodo.

Fig.22 - Prancha Dumpster Driver

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9. Conclusão

Tendo em conta a pesquisa feita, concluiu-se que a engenharia contribui

significativamente para o mundo do surf, mais concretamente no que toca ao fabrico e

ao desenvolvimento de pranchas.

O deslize da prancha na água vai depender de muitos fatores como a

hidrodinâmica, a forma e os materiais utilizados. Mas esta afirmação já faz sentido há

muitos anos, pois verificou-se um melhoramento gradual daquelas que começaram

por ser tábuas de madeira e até passou a haver distinção das pranchas de acordo com

a sua função.

Atualmente, e segundo este trabalho, o objetivo passa essencialmente pela

criação de pranchas cada vez melhores que correspondam às necessidades dos

praticantes da modalidade.

Existe também uma preocupação com o meio ambiente que se traduz na

utilização quer de produtos reciclados quer de produtos com menor impacto

ambiental. Tornou-se então possível, através do estudo de engenheiros, criar pranchas

de grande qualidade sem afetar a saúde do nosso planeta.

Sendo assim, e tendo consciência de toda a evolução até aos dias de hoje,

reconhecemos que a engenharia é, em parte, responsável pelo desenvolvimento do

desporto.

3322

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