28
nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004 A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul: uma aplicação de matrizes de Markov Valter J. Stülp Professor da PUC/RS Adelar Fochezatto Professor Titular da PUC/RS Resumo O artigo analisa a convergência regional da renda per capita no Estado do Rio Grande do Sul. Uma função de distribuição da renda per capita é estimada para o ano de 1985 e outra para o ano de 1999. Cinco classes de renda per capita são definidas. Com base nas duas distribuições de renda, uma matriz de Mar- kov de probabilidades de transição de uma região de um nível de renda para outro é esti- mada. Os resultados indicam que está haven- do um processo de convergência de renda per capita em direção à média estadual. No longo prazo, as cinco classes de renda seriam reduzidas a três, desaparecendo a classe mais baixa e a mais alta. Abstract This paper analyses the regional convergence of the per capita income in the State of Rio Grande do Sul. A distributional function of the per capita income is estimated for the years of 1985 and 1999. Five income classes are defined. Based on these two functions, a Markov transitional probability matrix is estimated. The results indicate a process of income convergence toward the state average. In the long run, the five income classes would be reduced to three, with the disappearance of the lowest and the highest income classes. Palavras-chave economia regional, convergência, matrizes de Markov, economia do Rio Grande do Sul. Classificação JEL R11, R13. Key words regional economy, income convergence, Markov model, the economy of Rio Grande do Sul. JEL Classification R11, R13.

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul · 2017-05-05 · -convergência (Quah, 1993b). Uma aná-lise comparativa dos dois tipos de con-vergência permite que

  • Upload
    vucong

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul:uma aplicação de matrizes de Markov

Valter J. StülpProfessor da PUC/RS

Adelar FochezattoProfessor Titular da PUC/RS

ResumoO artigo analisa a convergência regional darenda per capita no Estado do Rio Grande doSul. Uma função de distribuição da renda per

capita é estimada para o ano de 1985 e outrapara o ano de 1999. Cinco classes de rendaper capita são definidas. Com base nas duasdistribuições de renda, uma matriz de Mar-kov de probabilidades de transição de umaregião de um nível de renda para outro é esti-mada. Os resultados indicam que está haven-do um processo de convergência de rendaper capita em direção à média estadual. Nolongo prazo, as cinco classes de renda seriamreduzidas a três, desaparecendo a classe maisbaixa e a mais alta.

AbstractThis paper analyses the regional convergence

of the per capita income in the State

of Rio Grande do Sul. A distributional function

of the per capita income is estimated for the

years of 1985 and 1999. Five income classes

are defined. Based on these two functions,

a Markov transitional probability matrix

is estimated. The results indicate a process

of income convergence toward the state average.

In the long run, the five income classes would be

reduced to three, with the disappearance of the

lowest and the highest income classes.

Palavras-chaveeconomia regional,convergência, matrizes deMarkov, economia do RioGrande do Sul.

Classificação JEL R11, R13.

Key wordsregional economy, income

convergence, Markov model,

the economy of Rio Grande do Sul.

JEL Classification R11, R13.

1_ IntroduçãoOs estudos sobre disparidades econômi-cas e convergência de renda entre paísese regiões têm ocupado grande espaço naliteratura econômica nos últimos anos. Aquestão fundamental que se coloca nes-ses estudos é a de saber se as economiastêm tendência a convergir em direção aosmesmos níveis de renda (ou produção per

capita), ou seja, se existe um mecanismoque permita que as economias menos de-senvolvidas alcancem o nível de renda per

capita das economias mais desenvolvidas(Baumol, 1986; Barro e Sala-I-Martin,1991 e 1992).

Os diferentes conceitos de conver-gência utilizados nesses estudos repou-sam sobre a hipótese fundamentada nosmodelos de crescimento neoclássicos (So-low, 1956; Swan, 1956), os quais mostramque as taxas de crescimento da renda oudo produto per capita de diferentes regiõesgeográficas tendem a se igualar no equilí-brio de longo prazo. Segundo esses mo-delos, isso acontece porque há retornosdecrescentes dos fatores produtivos e, porisso, uma região menos desenvolvida, queestá utilizando menos intensivamente es-ses fatores, tende a crescer mais rapida-mente que uma região mais rica, de modoa alcançar o nível de renda ou de produ-ção per capita desta no longo prazo.

Em termos empíricos, essa hipó-tese corresponde ao conceito de �-con-vergência, e ela pode ser absoluta (incon-dicional) ou condicional (Barro e Sala-i-Martin, 1995). Ela é absoluta quando in-depende das condições iniciais, e condi-cional quando as diferentes economiassão controladas por diferenças específi-cas em seus steady states. De acordo comBaumont et al. (2000), a hipótese de �-convergência absoluta, em geral, é testa-da por meio de um modelo econométri-co do tipo:

De acordo com esse modelo, diz-se que há �-convergência quando � é nega-tivo e estatisticamente significativo, umavez que, nesse caso, a taxa média de cresci-mento da renda per capita entre os períodos0 e T é negativamente correlacionada como nível inicial da renda per capita. A estima-ção de� possibilita calcular a velocidade de

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul40

1

0Tln

y

yl n

i T

i

,

,

���

���

� � ( y i , 0) � i(1)

em que: y i , 0 é o PIB per capita da região i no período inicial;

y i t, é o PIB per capita da região i no período t ;

T é o número de períodos analisados;

e � são parâmetros estimados;

� i é um termo de erro, que deve ser aleatório.

convergência ��

� �

���

��l n T

T

( )1e o tem-

po necessário para que as economias per-corram metade do caminho que as sepa-ram de seus estados estacionários, chama-

do de meia-vida ��

��

��

l n

l n

( )

( )

2

1.

O teste da hipótese de �-conver-gência condicional consiste em estimar omodelo econométrico abaixo, no qual al-gumas variáveis que tornam as regiõesdiferentes entre si são isoladas e manti-das constantes:

Esse vetor, geralmente, é compos-to de variáveis de estado, como o estoquede capital físico e humano, e de variáveisde controle ou de ambiente, como a parti-cipação do consumo público e do investi-mento doméstico no PIB, as modifica-ções dos termos de troca, a taxa de fecun-didade, o grau de instabilidade política eoutras (Barro e Sala-i-Martin, 1995).

Outra maneira de testar a hipótesede convergência condicional é por meioda equação anterior, da convergênciaabsoluta. Nesse caso, no entanto, essa

equação é estimada usando subestratosde regiões, agrupando aquelas que apre-sentam semelhanças evidentes e aceitá-veis em seus estados estacionários. Taissubestratos constituem os clubes de con-vergência (Jean-Pierre, 1999). Nesse ca-so, os clubes de convergência são forma-dos antes do teste de convergência. Noentanto, eles podem formar-se, também,como resultado dos testes de convergên-cia, ocorrendo sempre que a renda per ca-

pita das regiões converge para mais deum estrato de renda no longo prazo.

Outro conceito de convergência en-contrado na literatura é aquele da �-con-vergência (convergência sigma), o qual serefere à redução da dispersão da renda ouprodução per capita ao longo do tempo(Barro e Sala-i-Martin, 1995). Ela consistesimplesmente no cálculo do desvio padrãoe na comparação dos resultados em termosdo PIB por habitante na data inicial e finaldo período considerado; há convergênciaquando ocorre uma diminuição do desviopadrão no período final. Em termos algé-bricos, o teste de sigma convergência podeser expresso da seguinte forma:

� �DP

DP

t

0

em que: DP é o desvio padrão da rendaper capita nos períodos inicial (0)e final (t ).

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 41

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

1

00

Tln

y

yl n y X

i T

i

i i i

,

,,( )

���

���

� � � � (2)

em que: X i representa o vetor de variáveis específicas do estado esta-cionário da economia da região i.

Para que haja convergência, é pre-ciso que essa razão seja menor que um.Da mesma forma que a�-convergência, aconvergência sigma pode ser absoluta oucondicional. Na convergência condicio-nal, as regiões são controladas por fato-res específicos.

Com base nesses dois conceitosde convergência, pode-se notar que a�-convergência é uma condição necessá-ria, mas não suficiente para que haja a�-convergência (Quah, 1993b). Uma aná-lise comparativa dos dois tipos de con-vergência permite que se coloquem emevidência dois mecanismos que concor-rem para o resultado final: por um lado, a�-convergência implica a presença de ummecanismo de ajuste que reduza as dife-renças de renda per capita entre as diferen-tes regiões, mas, por outro lado, as re-giões estão sujeitas a choques específicosque podem provocar um aumento dadispersão da renda per capita. A �-conver-gência é a resultante global desses doismecanismos e ela não existe a não ser quea �-convergência domine o efeito doschoques específicos que influenciam cadauma das regiões (Hénin e Le Pen, 1995).

Um terceiro conceito de conver-gência, definido por Bernard e Durlauf(1995), repousa sobre a propriedade deestacionariedade de séries temporais e,

por essa razão, é chamado de convergên-cia estocástica. Nesse caso, diz-se que háconvergência estocástica quando as pre-visões de longo prazo das diferenças dePIB por habitante entre duas ou mais re-giões tendem a zero. Conforme Bernarde Durlauf (1996), essa definição não érespeitada se os choques específicos inci-dentes sobre cada uma das regiões exer-cerem efeitos permanentes sobre suastrajetórias de longo prazo. Em termos al-gébricos, o teste de convergência estocás-tica pode ser expresso da seguinte forma:

Para que haja convergência, é ne-cessário que S t tenda a zero no longo pra-zo. Assim, o teste de convergência con-siste em definir S t em função do tempo, oque pode ser realizado por meio de umafunção que pode ser do tipo:

S et

t� �

e, para que haja convergência, é precisoque o coeficiente � seja negativo.

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul42

S Rt it t

i

n

� �� ( �

1

)

em que: S t é a soma dos desvios de renda per capita das regiões em rela-ção à média do Estado no período t ;

Rit é a renda per capita da região i no período t ;

� t é a renda per capita média no período t .

Apesar da difusão do uso dessescoeficientes e da sofisticação das ferra-mentas usadas e do grande número deestudos aplicados para países e regiõesexistentes na literatura, as metodologiasde estudo da convergência vistas ante-riormente não estão imunes a críticas,tanto em relação aos seus fundamentosteóricos quanto aos seus resultados em-píricos. Na perspectiva teórica, a princi-pal crítica refere-se à suposição de retor-nos decrescentes dos fatores de produ-ção, decorrente da sua fundamentaçãonos modelos de crescimento neoclássi-cos. Nesse sentido, a teoria do cresci-mento endógeno tem desafiado essa su-posição ao afirmar, e evidenciar empi-ricamente, a existência de rendimentoscrescentes.

Em termos empíricos, as princi-pais críticas são as seguintes:

a. possibilidade de haver inconsis-tência entre os conceitos de � e�-convergência: de acordo comFriedman (1992) e Quah (1993b),um aumento da dispersão darenda ou do produto per capi-ta pode ser consistente com umcoeficiente negativo para o pa-râmetro �;

b. o conceito de �-convergência nãoé adequado para mostrar se háou não convergência: conformeQuah (1993a, 1993b), indicado-res de dispersão não são adequa-dos para mostrar o comporta-mento da distribuição regionaldo PIB per capita;

c. os conceitos de � e �-convergên-cia e as técnicas usadas para esti-má-los são incapazes de mostraro comportamento da distribui-ção da renda regional no tempo,não permitindo que se faça infe-rências sobre a dinâmica em ter-mos de posição relativa das re-giões no caminho que leva, ounão, à convergência.

O objetivo deste trabalho é anali-sar a evolução das disparidades regionaisno Rio Grande do Sul, usando uma abor-dagem alternativa, com o intuito de su-plantar algumas das deficiências dos con-ceitos de � e �-convergência. Para isso, oestudo utiliza um processo estacionáriode primeira ordem de Markov, descritodetalhadamente abaixo, com o qual sepode verificar se está ou não ocorrendoconvergência, o tempo necessário paraalcançá-la, a evolução da posição relativa

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 43

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

das regiões dentro da distribuição regio-nal de renda per capita e a existência ounão de clubes de convergência.1 O pro-cesso investigado é o de convergência ab-soluta, ou seja, sem controlar para variá-veis específicas das regiões.

A principal vantagem desse méto-do, em relação aos testes tradicionais jádescritos, é que ele possibilita que se ve-rifique a dinâmica da convergência notempo. Seus resultados permitem que seacompanhe, para cada subperíodo detempo, a evolução de cada classe de ren-da per capita até alcançar a situação deequilíbrio de longo prazo. Como se sabeas regiões que compõem cada classe, po-de-se analisar a dinâmica, em termos deposição relativa, e a contribuição de cadaregião no processo que leva, ou não, àconvergência.

O estudo abrange a economia gaú-cha, a qual é desagregada em 22 regiõesgeográficas que formam os ConselhosRegionais de Desenvolvimento – CO-REDEs –, e refere-se ao período que vaide 1985 a 1999. Em relação a cada região, écalculado o PIB per capita referente ao anode 1985 e ao ano de 1999 e esses valoressão expressos em termos relativos à médiado Estado no período em questão.2

Este trabalho está estruturado daseguinte forma: além desta introdução,

na segunda seção serão mostradas as ca-racterísticas gerais da economia do RioGrande do Sul, bem como de suas re-giões demarcadas pelos COREDEs; aseguir, na terceira seção, será apresentadade forma detalhada a metodologia utili-zada; na quarta seção, serão analisados osresultados encontrados; e, por último,serão apresentadas as principais conclu-sões do trabalho.

2_ Características econômicase demográficasdo Rio Grande do Sul

No contexto nacional, o Rio Grande doSul apresenta-se em uma posição conso-lidada: é a quarta maior economia, parti-cipando com aproximadamente 8% doPIB brasileiro; apresenta uma renda per

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul44

1 Em Ferreira (1998),encontra-se esta metodologiaaplicada para analisar aconcentração e a dispersão dasrendas per capita estaduais.2 Em outro trabalho que estásendo desenvolvido pelosautores, a análise é estendida emtrês direções: aumento doperíodo da análise; aumento donúmero de regiões incluídas noestudo, abrangendo todas asregiões brasileiras; e captura do

efeito do contexto geográficocomo um fator determinante daperformance econômica e daposição relativa das regiões nadinâmica da distribuiçãoespacial da produção ou renda.Vários fatores, como comércioentre regiões, difusão detecnologia e conhecimento eoutros, aumentam as interaçõesespaciais e tornam as regiõesinterdependentes.

capita bem acima da média, ficando atrásapenas de São Paulo, do Rio de Janeiro ede Brasília; e apresenta o maior Índice deDesenvolvimento Humano – IDH – en-tre os Estados brasileiros, mostrando umagrande evolução, uma vez que ocupava oquarto lugar em 1970.

Observando-se a estrutura da pro-dução por atividade econômica no tem-po, nota-se que, no Rio Grande do Sul,como no Brasil, houve uma queda naparticipação relativa da agropecuária e daindústria e um aumento da participaçãodo setor de serviços. Em termos relati-vos, a estrutura produtiva da economiagaúcha é mais concentrada na atividadeagropecuária, que representa aproxima-damente 13% do produto agregado esta-dual; na produção nacional, esse setorparticipa com apenas 8% do total. A par-ticipação do setor terciário no PIB doEstado é igual à participação desse setorna economia nacional, enquanto a parti-cipação da indústria é um pouco menor.

O Estado possui 497 municípios,agrupados em 22 regiões formadas pelosConselhos Regionais de Desenvolvi-mento – COREDEs.3 Em termos demo-gráficos, pode-se dizer que há forte con-centração espacial da população, já queapenas quatro COREDEs – Metropoli-tano Delta do Jacuí, Vale do Rio dos

Sinos, Serra e Sul –, concentram emtorno de 50% da população total. Em1999, o total da população do Estadoera de 10.042.098 habitantes (7% dapopulação brasileira), dos quais aproxi-madamente 80% residia na área urbanae 20% na área rural.

A seguir será analisada a evoluçãoda composição setorial e espacial do pro-duto agregado e do emprego formal.4 Aprodução do setor da Agropecuária, em1986, representava 16% do PIB estadual,passando a representar, em 1998, 13%, oque comprova o declínio relativo dessesetor no produto agregado estadual. Asregiões onde esse setor apresenta maiorparticipação na produção são as dosCOREDEs da Fronteira Oeste, Central,Produção, Sul e Missões, as quais deti-nham juntas, em 1998, em torno de 40%do produto total desse setor no Estado.

A produção da Indústria, por suavez, em 1986, representava 37% do pro-duto agregado estadual, passando para29% em 1998, evidenciando certa desin-dustrialização do Estado. As regiões dosCOREDEs em que esse setor está maisfortemente concentrado são Vale do Riodos Sinos, Metropolitano Delta do Jacuí,Serra e Sul, que, juntas, representavam,em 1998, uma parcela de 67% da produ-ção industrial estadual. É importante

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 45

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

3 Ver no Anexo A acomposição dos municípios porregião dos COREDEs e, noAnexo B, algumas estatísticasbásicas referentes a eles.4 Os dados referentes aoemprego formal setorial eespacial são da RAIS.

destacar que, entre essas regiões, a Serrafoi a única que apresentou crescimentoda indústria nos últimos anos.

Quanto ao setor de Serviços, em1986, ele foi responsável por 47% doproduto agregado do Estado, aumentan-do sua participação para 58% em 1998.Esses resultados confirmam uma ten-dência geral de crescimento na participa-ção relativa do setor na economia, à me-dida que ela se desenvolve. As regiõesonde ele tem uma importância relativa-mente maior – COREDEs Metropolita-no Delta do Jacuí e Vale do Rio dos Si-nos – , detinham, juntas, em 1998, aproxi-madamente 40% da produção terciáriatotal do Estado.

Em relação ao emprego formal, ataxa de crescimento média anual do RioGrande do Sul, no período de 1990-1998, foi de 0,6%. Os dados sobre a evo-lução do emprego formal nas regiõesmostra que, dos 22 COREDEs, nove re-gistraram desempenho inferior à médiado Estado, sendo eles Campanha, Fron-teira Oeste, Sul, Centro-Sul, Hortênsias,Central, Missões, Metropolitano Deltado Jacuí e Vale do Rio dos Sinos. Dentreas regiões que tiveram crescimento acimada média do Estado, destacam-se MédioAlto Uruguai, Litoral, Norte e Alto Jacuí.

Analisando a distribuição espacialdo emprego formal no Rio Grande do

Sul, os dados mostram que, no ano de1990, os COREDEs Metropolitano Del-ta do Jacuí, Vale do Rio dos Sinos, Serra eSul registravam, juntos, 68% do empre-go formal total do Estado. Entre 1990 e1998, houve tendência de desconcen-tração do emprego, já que essas mes-mas regiões tiveram uma redução desua participação, passando a represen-tar aproximadamente 63% do empregoformal estadual.

Analisando o emprego formal porsetor e por região, pode-se verificar que,no caso da Agropecuária, os COREDEsque apresentaram maior participação doemprego formal setorial, em 1990, foramMetropolitano Delta do Jacuí, FronteiraOeste, Sul e Serra, que, juntos, somaram51% do emprego formal setorial doEstado. Já em 1998, a relação das regiõescom maior participação no emprego for-mal nesse setor sofreu pequena altera-ção, com a saída da Serra e o ingresso daRegião Central. Nesse ano, os quatroCOREDEs com maior participação pas-saram a representar, juntos, 47% do em-prego setorial do Estado.

Na indústria, as regiões com mai-or participação no emprego formal, em1990, foram Metropolitano Delta do Ja-cuí, Vale do Rio dos Sinos, Serra e Sul,que, juntas, registraram 68% do emprego

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul46

formal do setor no Estado. Em 1998, aRegião Sul apresentou uma redução nasua participação, sendo ultrapassada pelaregião do COREDE do Vale do Taquari.

No início dos anos de 1990, o em-prego formal no setor de serviços da eco-nomia gaúcha era bastante concentradona Região Metropolitano Delta do Jacuí,que, sozinha, participava com 46% dototal setorial do Estado. Essa concentra-ção permaneceu ao longo da década, mos-trando que o setor está correlacionadopositivamente com a concentração po-pulacional e econômica.

Em relação ao PIB per capita, asduas regiões que se destacam são as dosCOREDEs da Serra e MetropolitanoDelta do Jacuí. Nos últimos anos, a Regiãoda Serra tem apresentado melhor resulta-do, revertendo uma tendência históricafavorável a outra região. Esse comporta-mento pode ser atribuído a dois fatores:ao crescimento industrial acima da médiada Região da Serra; e, pelo lado da RegiãoMetropolitano Delta do Jacuí, ao cresci-mento populacional relativamente maisacelerado; em virtude das migrações, cer-tamente se explica mais a redução da ren-da per capita do que propriamente a perdarelativa de dinamismo por parte de suasatividades produtivas. Em contrapartida,uma das regiões mais pobres do Estado, o

COREDE da Região Sul, em 1999, alémde apresentar um PIB per capita inferior àmédia estadual, ao longo da década de no-venta, foi diminuindo moderadamente asua produção per capita. Essa queda só nãofoi mais intensa porque parte da popula-ção saiu da região, migrando especialmen-te para a Região Metropolitano Delta doJacuí, na qual está a Região Metropolitanade Porto Alegre.

Em termos de desenvolvimentohumano, os dados referentes ao ISMA5

mostram que houve melhora na média doEstado na década de 1990, passando de0,53 em 1991 para 0,55 em 1998. Embora,nesse período, tenha aumentado o núme-ro de regiões com ISMA acima da médiaestadual, a grande maioria das regiõescontinua abaixo da média. As regiões queao longo do tempo têm apresentado valo-res acima da média são os COREDEs doVale do Caí, Fronteira Noroeste, Metro-politano Delta do Jacuí, Serra e Vale doRio dos Sinos. A Região Norte foi a únicaque passou de uma situação abaixo da mé-dia para uma situação acima da média. AsRegiões do Médio-Alto Uruguai, Cen-tro-Sul e Nordeste mostraram pequenaevolução no período de 1991 a 1998,mas permaneceram durante todo esseperíodo nas últimas colocações entre os22 COREDEs do Estado.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 47

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

5 Índice Social MunicipalAmpliado – ISMA – é umÍndice de DesenvolvimentoHumano calculado pela FEE eserve de indicador do nível deatendimento das necessidadeshumanas básicas nosdiferentes municípios do RS.Ele é composto de quatroindicadores: saúde, domicílio esaneamento, educação e rendaper capita. No Anexo C,encontra-se um mapa queidentifica as regiões dosCOREDEs e o ISMA de cadauma em 1998. Para maioresdetalhes, ver NIS-FEE/RS:www.fee.tche.br.

3_ MetodologiaNa seção anterior, mostraram-se as ca-racterísticas gerais da economia do RioGrande do Sul, bem como as regiões de-marcadas pelos COREDEs. Pode-se, en-tão, verificar que o Estado apresenta di-ferenças significativas em termos demo-gráficos, perfil produtivo, renda per capita

e desenvolvimento humano. A questão aser examinada a seguir é verificar se aevolução relativa das economias regio-nais nos últimos anos configura um pro-cesso que tende à convergência absolutano longo prazo em termos de renda per

capita. O objetivo desta seção é descreverdetalhadamente a metodologia que foi uti-lizada para analisar a questão levantada.

Para examinar se está havendoconvergência de renda per capita entre asregiões do Rio Grande do Sul, foi utiliza-da a metodologia de matrizes de Markov.Para isso, foi necessário elaborar umamatriz de probabilidades de transição deníveis de renda entre as regiões estuda-das. Isso foi feito expressando-se o PIBper capita de cada uma das 22 regiões emtermos do PIB per capita médio do Esta-do, que foi considerado igual a unidade, ese refere ao primeiro ano do períodoconsiderado, o ano de 1985, e ao últimoano do período, 1999. Os dados do PIBper capita das regiões são do Anuário Es-

tatístico do Rio Grande do Sul da Funda-ção de Economia e Estatística – FEE.

Com isso, obteve-se, em relação acada um dos dois anos, 1985 e 1999, umafunção de distribuição regional do PIBper capita que possibilitou a separação dasregiões em classes. Mediante a organiza-ção das duas distribuições em uma mes-ma estrutura de classes, foi possível exa-minar como as regiões migraram de umaclasse para outra e, com base nessas mi-grações, foi construída a matriz de pro-babilidades de transição das regiões entreclasses de PIB per capita, a qual é definidacomo sendo a matriz de probabilidadesde transição de Markov.

Antes da determinação da matrizde Markov, porém, procedeu-se ao testede normalidade de cada uma das duasdistribuições de PIB per capita, por meiodo teste de Kolmogorov-Smirnov. Paraisso, comparou-se a distribuição de fre-qüência acumulada observada com aacumulada teórica esperada na hipótesede normalidade. O valor absoluto da di-ferença máxima entre as duas constitui ovalor D para o teste de Kolmogorov-Smirnov (Siegel, 1956).

Estima-se, a seguir, a função den-sidade de probabilidade de cada distribu-ição de PIB per capita. Essa função podeser estimada como:

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul48

A função�

f x( ) é a freqüência relati-

va por unidade no intervalo ( , )x xh h 2 2

e é a ordenada do histograma no pontox . Cada ponto x representa o centro deum intervalo. O n é o número total de ob-servações que, neste estudo, é igual a 22(número total de regiões representadaspelos COREDEs).

O valor de h, ou seja, a dimensãodo intervalo de classe, é importante paraa estimativa da função densidade de pro-babilidade. Um h muito grande faz comque haja grande número de pontos emcada intervalo, diminuindo a variância daestimativa. No entanto, isso leva a umformato de histograma menos adequado,já que aumenta o viés da estimativa. Comum h pequeno, ocorre o contrário: reduzo viés, mas aumenta a variância (Pagan eUllah, 1999).

Portanto, o valor de h deve ser es-colhido de modo a resultar em um tra-

de-off ótimo entre viés e variância daestimativa. Para encontrar esse valor, uti-lizou-se o mesmo procedimento de Ma-

grini (1999, p. 264), que minimizam a in-tegral do erro absoluto (IAE), dada por:

IAE f x f x dx� �

��

( ) ( ) (4)

Com base nesse procedimento,aqueles autores concluem que, quando adistribuição é normal, o valor ótimo dointervalo de classe é dado por:

h s n� 2 72 1 3, / (5)

em que: s é o desvio-padrão da distribuição;n o número de observações.

Segundo os autores, essa expres-são para encontrar o valor de h seria ade-quada mesmo nos casos em que as ob-servações não seguissem uma distribui-ção normal.

Estabelecidas as classes de níveisde PIB per capita, verificou-se quantas re-giões migraram de uma classe para outra,ou permaneceram na mesma, entre o anode 1985 e o de 1999. Com isso, esti-mou-se a matriz de probabilidades detransição, ou matriz de Markov. Combase nessa matriz, construiu-se um siste-ma de equações de diferenças, que, pormeio de sua solução, gerou as informa-ções referentes ao processo de conver-gência, ou não, do PIB per capita entre asregiões no longo prazo, bem como a ve-locidade dessa convergência.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 49

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

f xnh

I x xh

i

n

( ) (� ���1

21

i � x h2) (3)

em que: I x xh( �2 i � x h

2)será igual a1 se xi se encontrar no interva-

lo ( , )x xh h 2 2

e será igual a zero em caso contrário (Pagan eUllah, 1999).

4_ ResultadosO valor de D obtido por intermédio doteste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov é igual a 0,091 para a distribui-ção do ano de 1985 e 0,227 para a do anode 1999. Esses valores são menores queos que aparecem em Siegel (1956, p. 251,Tabela E) para as 22 observações a 1%de nível de significância estatística, queé de 0,342. Portanto, em relação a cadauma das duas distribuições de PIB per ca-

pita, não se pode rejeitar a hipótese denormalidade.

Na estimativa do valor de h, pormeio da expressão (5), obteve-se um valorigual a 0,26 referente à distribuição do anode 1985 e igual a 0,24 para a do ano de1999. Com isso, optou-se por utilizar ovalor médio, igual a 0,25, para cada umdos dois anos. Assim, normalizando amédia estadual do PIB per capita comosendo igual a 1, as regiões dos COREDEsforam divididas em cinco classes, quesão as seguintes:

a. 0,50 a 0,75;b. 0,76 a 1,00;c. 1,01 a 1,25;d. 1,26 a 1,50;e. 1,51 a 1,75.

O Quadro 1 mostra as regiões queintegram cada uma dessas classes nosanos de 1985 e 1999.

A construção do sistema de equa-ções de diferenças foi a próxima etapa se-guida para a resolução do modelo. SendoFt a distribuição regional da renda per ca-

pita no tempo t , e utilizando-se a matrizde transição de Markov, definida anteri-ormente, foi possível construir um siste-ma de equações que expressa a evoluçãoda distribuição ao longo do tempo. Essesistema é representado por:

A hipótese básica associada a esseprocedimento é a de que as probabilida-des de transição sejam estacionárias, istoé, que a probabilidade de passagem deuma classe para outra seja invariável notempo. Utilizando-se os dados do Qua-dro 1 e a expressão (6), construiu-se amatriz de Markov e o sistema de equa-ções de diferenças correspondente.

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul50

F

F

F

F

F

t

t

t

t

t

1

2

3

4

5

0 6 0 0 0 0

01

1

1

1

1

������

������

,

, , ,

,

, , ,

,

4 0 82 0 67 0 0

0 0 09 0 1 0

0 0 09 0 33 0 0 5

0 0 0 0 0 5

������

������

������

������

F

F

F

F

F

t

t

t

t

t

1

2

3

4

5

(7)

F MFt t �1 (6)

onde: M é a matriz de transição de Markov, indicando a probabilidadede cada região da classe de PIB per capita i no tempo t estar naclasse j no tempo t 1.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 51

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

Quadro 1_ Classificação das regiões dos COREDEs por níveis de PIB per capita

Classes de PIB per capita 1985 1999

a) 0,50 a 0,75

Médio Alto Uruguai Médio Alto Uruguai

Central Central

Nordeste Missões

Litoral

Missões

b) 0,76 a 1,0

Produção Produção

Norte Norte

Centro-Sul Centro-Sul

Noroeste Colonial Noroeste Colonial

Campanha Campanha

Sul Sul

Hortênsias Hortênsias

Fronteira Oeste Fronteira Oeste

Vale do Caí Alto Jacuí

Vale do Taquari Fronteira Noroeste

Alto Jacuí Metropolitano Delta do Jacuí

Litoral

Nordeste

c) 1,01 a 1,25

Metropolitano Delta do Jacuí Paranhana Encosta da Serra

Vale do Rio Pardo Vale do Caí

Fronteira Noroeste

d) 1,26 a 1,50 Paranhana Encosta da Serra

Vale do Taquari

Vale do Rio Pardo

Vale do Rio dos Sinos

e) 1,51 a 1,75Serra

SerraVale do Rio dos Sinos

Fonte: Cálculos dos autores.

Para resolver o sistema de equações de diferenças, determinam-se as raízes ca-racterísticas ou autovalores do sistema de equações. As raízes características ou auto-valores encontrados são: r1 1� ; r2 0 6� , ; r3 0 5� , ; r4 0 377� , e r5 0 557� , . A soluçãogeral desse sistema de equações é (Simon e Blume, 1994, cap. 23):

A distribuição de probabilidades do início do período, 1985, apresenta os se-guintes valores:

Com base nas informações da expressão (9), nos valores das raízes característi-cas e utilizando a expressão (8), determinam-se os valores dos c i e, com base nesses, asolução particular do sistema de equações, que é dada por:

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul52

F

F

F

F

F

c

t

t

t

t

t

1

2

3

4

5

0 00

37 22

10 00

61

������

������

,

,

,

,65

0 00

10 00

1 16

5 59

3 251 2

,

( )

,

,

,

,

������

������

r ct

0 00

0 00

51 66

24 68

16 99

10

2 3

,

( )

,

,

,

,

������

������

r ct

,

( )

,

,

,

,

,00

0 00

29 47

19 47

10 00

0 0

3 4

������

������

r ct

0

0 00

9 47

19 47

10 00

0 00

4 5

������

������

( )

,

,

,

,

,

r ct

������

������

( )r t

5 (8)

F

F

F

F

F

1

2

3

4

5

0 23

0 50

0 14

0 04

0

0

0

0

0

0

������

������

,

,

,

,

,09

������

������

(9)

F

F

F

F

F

t

t

t

t

t

1

2

3

4

5

0 0 2300 0 0 0

0 6909 0�

������

������

,

, , , , ,

, , , ,

0268 0 4650 0 3435 0 0427

0 1856 0 1285 0 2221 0 227

0 0 0878

0 1234 0 0747 0 1529 0 1166 0 0451

0 0 0 0900 0 0

,

, , , , ,

,

������

������

( )

( , )

( , )

( , )

( ,

1

0 600

0 500

0 377

0 57

t

t

t

t

7 ) t

������

������

(10)

A solução de equilíbrio de longoprazo é dada por:

F

F

F

F

F

t

t

t

t

t

1

2

3

4

5

0 0000

0 6909

0 1856

������

������

,

,

,

0 1234

0 0000

,

,

������

������

Essa solução de equilíbrio infor-ma que, no longo prazo, existirão apenastrês classes de PIB per capita no Estado doRio Grande do Sul:

a. uma classe, com um nível equiva-lente a um intervalo de 76 a 100%da média do Estado, compostapor 69% das regiões;

b. outra classe, com nível de PIBper capita entre 101 a 125% damédia estadual, abrangendo 19%das regiões;

c. uma terceira classe, com nível dePIB per capita mais alto, equiva-lente ao intervalo que vai de

126 a 150% da média do Esta-do, que será ocupada por 12%das regiões.

Portanto, deixarão de existir as duasclasses extremas, aquela com nível de PIBper capita inferior a 75% e a com nível supe-rior a 150% da média do Estado. Em rela-ção à situação atual, pode-se, portanto, afir-mar que haverá maior convergência entreas regiões em termos de PIB per capita.6

A segunda raiz característica, emvalor absoluto, fornece uma medida davelocidade com que o equilíbrio de longoprazo é alcançado. Essa velocidade é en-tendida como o tempo necessário parapercorrer a metade da distância entre aposição inicial e a de equilíbrio de longoprazo (dm). Ela é dada por:

dmlog

log r

log

log� � �

2 2

0 61 36

2 ,, (11)

Portanto, multiplicando-se 1,36 pe-ríodo por 14 anos (de 1985 a 1999), ob-tém-se o tempo necessário (número deanos) para percorrer a metade da distân-cia entre a posição inicial e a de equilíbriode longo prazo, que é, por isso, igual a 19anos. A velocidade de convergência dasregiões, das 5 classes de PIB per capita ini-ciais para as três classes finais, situaçãode equilíbrio de longo prazo, pode servista na Tabela 1.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 53

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

6 Estes resultados vão aoencontro dos de outrostrabalhos que testaram aconvergência regional dentrodo Estado do Rio Grande doSul: Marquetti e Ribeiro(2002) testaram

a � convergência para osmunicípios gaúchose Calliari (2001) testoua � convergência paraas microrregiõeshomogêneas do IBGEno Rio Grande do Sul.

A Tabela 1 mostra que, caso per-sistam as condições em vigor no perío-do de 1985 a 1999, em aproxima-damente 4 períodos (56 anos), osCOREDEs estarão próximos à situa-ção de equilíbrio de longo prazo. Ébom deixar claro que a dinâmica daevolução das regiões no tempo, repre-sentada na Tabela 1, nada informaquanto ao crescimento absoluto daseconomias estadual e regionais: ela re-flete apenas as mudanças nas posiçõesrelativas das regiões em relação ao PIBper capita médio do Estado.

Com o objetivo de identificar ospossíveis fatores que provocaram as al-terações nas posições relativas das re-giões, construiu-se o Anexo B e oQuadro 2.7 O primeiro mostra as mu-danças que os COREDEs apresenta-ram na sua posição relativa em termosde PIB, população e PIB per capita noperíodo de 1985 a 1999. Com base nosdados dessa tabela, pode-se verificaraté que ponto determinada região mu-dou em função de seu dinamismo eco-nômico ou por causa de mudanças emsua população.

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul54

Tabela 1_ Convergência das cinco classes de PIB per capita do Rio Grande do Sulem direção ao equilíbrio de longo prazo (porcentagem de COREDEs em cada classe)

Classes de PIB

per capita

Périodos de 14 anos

P0 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

0,50-0,75 23 14 8 5 3 2 1 1 0

0,76-1,00 50 60 60 65 66 68 68 69 69

1,01-1,25 14 8 19 16 19 18 19 18 19

1,26-1,50 4 14 11 13 12 12 12 12 12

1,51-1,75 9 4 2 1 0 0 0 0 0

Fonte: Cálculos dos autores.

7 Esse quadro foiconstruído com basenos dados do Anexo B.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 55

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

Quadro 2_ Posição relativa das regiões dos COREDEs em termos de PIB,população e PIB per capita, 1985-1999

(a)

Pop

ulaç

ão:

Reg

ião/

Esta

do

Metropolitano Delta do Jacuí** Litoral***Vale do Rio dos Sinos** Paranhana Encosta da Serra**

Hortênsias* Vale do Caí***Serra*

Fronteira Noroeste**Nordeste***Alto Jacuí* Vale do Rio Pardo***Campanha* Vale do Taquari***

Central* Médio Alto Uruguai*Centro-Sul* Norte*

Fronteira Oeste* Produção*Missões*

Noroeste Colonial*

Sul*

PIB total: Região/Estado

(b)

Pop

ulaç

ão:

Reg

ião/

Esta

do

Metropolitano Delta do Jacuí** Paranhana Encosta da Serra**Hortênsias* Vale do Caí***Litoral*** Vale do Rio dos Sinos**

Serra*

Fronteira Noroeste**Nordeste***Alto Jacuí*Campanha*

Central*Centro-Sul* Vale do Rio Pardo***

Fronteira Oeste* Vale do Taquari***Médio Alto Uruguai*

Missões*Noroeste Colonial*

Norte*Produção*

Sul*

PIB per capita em 1999: Região/Estado

Fonte: Anexo B.Obs.: (*) regiões que não trocaram de classe;

(**) regiões que trocaram de classe, piorando sua posição relativa;

(***) regiões que trocaram de classe, melhorando sua posição relativa.

Valendo-se dos dados do Anexo B,construiu-se o Quadro 2. O Quadro 2(a)classifica as regiões em quatro grupos deacordo com os seguintes critérios:

a. regiões com crescimento econô-mico e demográfico acima da mé-dia estadual (quadrante à direitasuperior);

b. regiões com crescimento econô-mico acima da média e cresci-mento demográfico abaixo da mé-dia estadual (quadrante à direitainferior);

c. regiões com crescimento econô-mico abaixo da média e cresci-mento demográfico acima damédia estadual (quadrante à es-querda superior);

d. regiões com crescimento econô-mico e demográfico abaixo damédia estadual (quadrante à es-querda inferior).

Seguindo a mesma ordem de qua-drantes, o Quadro 2(b) classifica as re-giões em:

a. regiões com PIB per capita acimada média e crescimento demo-gráfico acima da média estadual;

b. regiões com PIB per capita acimada média e crescimento demo-gráfico abaixo da média estadual;

c. regiões com PIB per capita abaixoda média e crescimento demo-gráfico acima da média estadual;

d. regiões com PIB per capita abaixoda média e crescimento demo-gráfico abaixo da média estadual.

De forma geral, pode-se dizer queas regiões que trocaram de classe tiveramcrescimento desproporcional entre o PIB ea população e que, pelo contrário, as re-giões que permaneceram na mesma classetiveram crescimento proporcional dessasduas variáveis. Em termos mais detalha-dos, em relação ao Quadro 2(a), pode-sedizer que os dois primeiros grupos são for-mados pelas regiões dinâmicas e os dois úl-timos pelas regiões estagnadas ou em de-clínio em termos de crescimento econômi-co; e que o primeiro e o terceiro grupos sãoformados por regiões que atraem migran-tes, seja pelo seu dinamismo econômicoatual ou do passado, seja pela sua localiza-ção geográfica, seja por outras característi-cas específicas, como é o caso da Regiãoturística das Hortênsias. Em relação aoQuadro 2(b), pode-se, para fins de exposi-ção, dividir as regiões em dois grupos, orico e o pobre.8

Em relação às regiões que nãotrocaram de classe, pode-se dizer queestão em uma situação estável, que podeser na riqueza, caso da Região da Serra,

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul56

8 A linha da riqueza e dapobreza, nesse caso, é o PIBper capita médio do Estado.

ou na pobreza, caso das demais regiões,que estão localizadas no quadrante à es-querda inferior do Quadro 2(b). Entreessas últimas, a Região das Hortênsias éa única que apresentou pressão demo-gráfica acima da média estadual. Isso sedeve ao fato de ela ser uma região turís-tica e que, apesar de apresentar uma ren-da per capita abaixo da média, possui umpadrão e um estilo de vida europeu queatraem moradores. No grupo estável napobreza, pelo dados do Quadro 2(a),pode-se dizer que as Regiões do MédioAlto Uruguai, Norte e Produção apre-sentaram um desempenho econômicorelativamente melhor.

As regiões que trocaram de clas-se, passando para uma posição relativainferior, Paranhana Encosta da Serra eVale do Rio dos Sinos, permaneceramno grupo das regiões mais ricas, embo-ra, pelo Quadro 2(a), se possa verificarque a primeira tenha apresentado me-lhor performance econômica no perío-do. A Região do COREDE Metropo-litano Delta do Jacuí passou do grupodas regiões ricas para o das pobres, por-que, além de ter apresentado crescimen-to econômico inferior à média, teve altocrescimento populacional. A Região daFronteira Noroeste é um caso de econo-

mia em decadência, apresentando baixoPIB per capita, baixo crescimento econô-mico e populacional. A Região Nordes-te, embora tenha melhorado de classepor causa do baixo crescimento popula-cional, pode ser enquadrada nessas mes-mas características.

As regiões que trocaram de classe,e passaram para uma posição relativa su-perior, Vale do Rio Pardo, Vale do Caí eVale do Taquari, estão no grupo das re-giões mais ricas do Estado; a primeira de-las é a única das três que já estava nessegrupo no início do período. Pelo Quadro2(a), percebe-se que as três regiões tive-ram desempenho econômico acima damédia e que o Vale do Caí apresentoucrescimento populacional relativamentemaior. As Regiões do Litoral e Nordestepermaneceram no grupo das regiõesmais pobres do Estado. No entanto, en-quanto o Nordeste melhorou sua posi-ção relativa apenas por causa da reduçãoda população, o Litoral, como pode servisto no Quadro 2(a), mostrou cresci-mento do PIB e aumento populacionalacima da média estadual. Isso demonstraque se trata de uma região com potencialde crescimento e que tende a melhorarsua posição dentro da estrutura de clas-ses de PIB per capita.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 57

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

5_ Comentários finaisO principal objetivo deste trabalho foianalisar a evolução das disparidades regi-onais do PIB per capita e o processo deconvergência das 22 regiões dos CO-REDEs no Rio Grande do Sul, no perío-do de 1985 a 1999. A metodologia utili-zada, além de informar se está havendoou não convergência e, caso esteja, qual éa sua velocidade, permitiu que se anali-sasse a dinâmica espacial da renda ao lon-go do tempo, dada pelas mudanças dasposições relativas das regiões dentro dadistribuição regional da renda.

Os resultados da análise suge-rem que o processo de crescimentoeconômico do período em estudoocorreu para levar, no longo prazo, auma redução das disparidades regiona-is, agrupando todas as regiões dentrode três estratos de renda per capita, in-cluídos na faixa que vai de 0,76 a 1,50da média do Estado. Esse é um resulta-do significativo, uma vez que, no iníciodo período, a distribuição regional darenda mostrava que 29% das regiõesestavam fora dessa faixa, com a maioriadelas no estrato de renda mais baixo dadistribuição, de 0,50-0,75, e uma pe-quena parcela no estrato mais alto, de1,51-1,75. Essa convergência ocorreuem uma velocidade tal que, em 19 anos,

praticamente metade das regiões per-tencentes às duas classes de renda per

capita extremas migraram para classesmais próximas da média estadual.

As regiões mais dinâmicas em ter-mos econômicos, ou seja, com maiorPIB per capita e crescimento econômico,foram Paranhana Encosta da Serra, Valedo Caí, Serra, Vale do Rio Pardo e Valedo Taquari. Algumas regiões tradiciona-is, e que concentram boa parte do PIBestadual, não apresentaram bom desem-penho econômico, além de continuaremsofrendo as conseqüências da pressãodemográfica. Esse é o caso das RegiõesMetropolitano Delta do Jacuí e Vale doRio dos Sinos.

Praticamente 50% das regiões es-tão em uma situação que pode ser defini-da como círculo vicioso da pobreza: bai-xo PIB per capita, baixo crescimento eco-nômico e redução da população. A maio-ria das regiões que estão nessa situaçãoestá situada na Metade Sul do Estado.São elas: Fronteira Noroeste, Nordeste,Alto Jacuí, Campanha, Central, Centro-Sul, Fronteira Oeste, Missões, NoroesteColonial e Sul.

Finalmente, pode-se identificar al-gumas regiões que, apesar de continua-rem entre as mais pobres, demonstrampotencial de crescimento e tendem a me-

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul58

lhorar sua posição relativa. Nessa situa-ção, pode-se enquadrar especialmente aRegião do Litoral, que está atraindo po-pulação, e as Regiões do Médio AltoUruguai, Norte e Produção, que apresen-taram boa performance econômica.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 59

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

ANSELIN, L. Spatial econometrics:methods and models.Dordrecht: Kluwer AcademicPublishers, 1988.

BARRO, R. J.; SALA-i-MARTIN,X. Convergence across states andregions. Brookings Papers on

Economic Activity, p. 107-182, 1991.

BARRO, R. J.; SALA-i-MARTIN,X. Convergence. Journal of Political

Economy, v. 100, p. 223-251, 1992.

BARRO, R. J.; SALA-i-MARTIN,X. Economic growth theory, MITPress, 1995.

BAUMONT, C.; ERTUR, C.; LEGALLO, J. Convergence des régions

européenes: une approche parl’économétrie spatiale.LATEC: Universitéde Bourgogne, Fev. 2000.

BAUMOL, W. J. Productivitygrowth, convergence and welfare:what the long-run data how.American Economic Review, v. 54,p. 1072-1085, 1986.

BERNARD, A. B.; DURLAUF,S. N. Convergence ininternational output. Journal of

Applied Econometrics, v. 10,p. 97-108, 1995.

BERNARD, A. B.; DURLAUF,S. N. Interpreting tests of theconvergence hypothesis. Journal of

Econometrics, v. 71,p. 161-173, 1996.

CALLIARI, E. Convergência de

renda per capita nas regiões

geograficamente homogêneas do Rio

Grande do Sul: 1960-1995. 2001.(Monografia) – Faculdade deCiências Econômicas, PontifíciaUniversidade Católicado Rio Grande do Sul,Porto Alegre, 2001.

FERREIRA, A. H. B. Concentração

regional e dispersão das rendas per

capita estaduais. Belo Horizonte:CEDEPLAR, 1998. (Texto paraDiscussão, 121).

FRIEDMAN, M. Do oldfallacies ever die? Journal

of Economic Literature, v. 30,p. 2129-2132, 1992.

FUNDAÇÃO DE ECONOMIAE ESTATÍSTICA (FEE).Anuário Estatístico do RioGrande do Sul 2001. 2001.v. 31, CD-ROM.

FUNDAÇÃO DE ECONOMIAE ESTATÍSTICA (FEE). ÍndiceSocial Municipal Ampliado(ISMA). Disponível em:<http://www.fee.tche.br>.Acesso em: 18 nov. 2002.

HÉNIN P. Y; LE PEN, Y. Lesépisodes de la convergenceeuropéenne. Revue Economique,v. 46, p. 667-677, 1995.

JEAN-PIERRE, P. Laconvergence régionaleeuropéenne: une approcheempirique par les clubs et lespanels. Revue d’Economie Régionale et

Urbaine, v. 1, p. 21-44. 1999.

LE GALLO, J. Space-time analysis

of GDP disparities among european

regions: a Markov chains approach.Dijon/França: University ofBurgundy, Mar. 2001.

MAGRINI, S. The evolution of

income disparities among the regions of

the European Union. RegionalScience and Urban Economics,n. 29, 1999.

MANKIW, N. G.; ROMER D.;WEIL, D. N. A contribution tothe empirics of economic growth.Quarterly Journal of Economics, v. 57,p. 407-437, 1992.

MARQUETTI, A. A.; RIBEIRO,E. P. Determinantes do desempenho

econômico dos municípios do Rio

Grande do Sul, 1991-2000.Secretaria de Coordenação ePlanejamento do Rio Grandedo Sul, 2002.

PAGAN, A.; ULLAH, A.Nonparametric econometrics.Cambridge/UK: CambridgeUniversity Press, 1999.

QUAH, D. Empiricalcross-section dynamics ineconomic growth. European

Economic Review, v. 37,p. 426-434, 1993a.

QUAH, D. Galton’s fallacy andtests of the convergencehypothesis. The Scandinavian

Journal of Economics, v. 95,p. 427-443, 1993b.

REY, S. J.; MONTOURI, B. D.U. S. Regional incomeconvergence: a spatialeconometric perspective. Regional

Studies, v. 33, p. 145-156, 1999.

SIEGEL, S. Nonparametric statistics

for the behavioral sciences. NovaIorque: McGraw-Hill BookCompany, 1956.

SIMON, C. P.; BLUME, L.Matehematics for economists. NovaIorque: W. W. Norton &Company Inc., 1994.

SOLOW, R. M. A Contributionto the theory of economicgrowth. Quarterly Journal of

Economics, v. 70, p. 65-94, 1956.

SWAN, T. W. Economic growthand capital accumulation. Economic

Record, v. 32, p. 334-361, 1956.

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul60

Referências bibliográficas

Os autores agradecem o apoio

dos estagiários Fernanda L. de

Souza (bolsista da FAPERGS)

e Fernando A. L. de Oliveira

(bolsista do CNPq).

E-mail de contato dos autores:

[email protected]

[email protected]

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 61

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

Lista das regiões dos COREDEs com os respectivos municípios(continua)

COREDE Municípios

Alto JacuíAlto Alegre, Boa Vista do Cadeado, Boa Vista do Incra, Campos Borges, Colorado, Cruz Alta, Espumoso,Fortaleza dos Valos, Ibirubá, Jacuizinho, Lagoa dos Três Cantos, Mormaço, Não-Me-Toque, Quinzede Novembro, Saldanha Marinho, Salto do Jacuí, Santa Bárbara do Sul, Selbach, Tapera e Victor Graeff.

Campanha Aceguá, Bagé, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul.

Central

Agudo, Cacequi, Cachoeira do Sul, Capão do Cipó, Cerro Branco, Dilermando de Aguiar, Dona Francisca,Faxinal do Soturno, Formigueiro, Itaara, Ivorá, Jaguari, Jari, Júlio de Castilhos, Mata, Nova Esperança do Sul,Nova Palma, Novo Cabrais, Paraíso do Sul, Pinhal Grande, Quevedos, Restinga Seca, Santa Maria, Santiago,São Francisco de Assis, São João do Polesine, São Martinho da Serra, São Pedro do Sul, São Sepé, São Vicentedo Sul, Silveira Martins, Toropi, Tupanciretã, Unistalda, Vila Nova do Sul.

Centro-SulArambaré, Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Barra do Ribeiro, Butiá, Camaquã, Cerro Grande do Sul,Charqueadas, Chuvisca, Dom Feliciano, Mariana Pimentel, Minas do Leão, São Jerônimo, Sentinela do Sul,Sertão Santana e Tapes.

Fronteira Noroeste

Alecrim, Alegria, Boa Vista do Buricá, Campina das Missões, Cândido Godói, Doutor Maurício Cardoso, Giruá,Horizontina, Independência, Nova Candelária, Novo Machado, Porto Lucena, Porto Mauá, Porto Vera Cruz,Santa Rosa, Santo Cristo, São José do Inhacorá, São Paulo das Missões, Senador Salgado Filho, Três de Maio,Tucunduva e Tuparendi.

Fronteira OesteAlegrete, Barra do Quaraí, Itacurubi, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margaridado Sul, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana.

HortênsiasBom Jesus, Cambará do Sul, Canela, Gramado, Jaquirana, Nova Petrópolis, Picada Café, São Francisco de Paulae São José dos Ausentes.

LitoralArroio do Sal, Balneário Pinhal, Capão da Canoa, Capivari do Sul, Caraá, Cidreira, Dom Pedro de Alcântara,Imbé, Itati, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Mostardas, Osório, Palmares do Sul, Santo Antônioda Patrulha, Tavares, Terra de Areia, Torres, Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Forquilhas e Xangri-lá.

Anexo A

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul62

Lista das regiões dos COREDEs com os respectivos municípios(continua)

COREDE Municípios

Médio Alto Uruguai

Alpestre, Ametista do Sul, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Cristal do Sul, Dois Irmãos dasMissões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeadodo Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Novo Tiradentes, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto,Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Sagrada Família, Seberí, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul,Vicente Dutra e Vista Alegre.

Metropolitano Deltado Jacuí

Alvorada, Cachoeirinha, Eldorado do Sul, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Triunfo e Viamão.

Missões

Bossoroca, Caibaté, Cerro Largo, Dezesseis de Novembro, Entre Ijuís, Eugênio de Castro, Garruchos, Guaranidas Missões, Mato Queimado, Pirapó, Porto Xavier, Rolador, Roque Gonzales, Salvador das Missões, SantoÂngelo, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, São Nicolau, São Pedrodo Butiá, Sete de Setembro, Ubiretama e Vitória das Missões.

Nordeste

Água Santa, André da Rocha, Barracão, Cacique Double, Capão Bonito do Sul, Caseiros, Esmeralda, Ibiaçá,Ibiraiaras, Lagoa Vermelha, Machadinho, Maximiliano de Almeida, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões,Paim Filho, Pinhal da Serra, Sananduva, Santa Cecília do Sul, Santo Expedito do Sul, São João da Urtiga, São Josédo Ouro, Tapejara, Tupanci do Sul, Vacaria e Vila Lângaro.

Noroeste Colonial

Ajuricaba, Augusto Pestana, Barra do Guarita, Bom Progresso, Braga, Campo Novo, Catuípe, Chiapeta, Condor,Coronel Barros, Coronel Bicaco, Crissiumal, Derrubadas, Bozano, Esperança do Sul, Humaitá, Ijuí, Inhacorá,Jóia, Miraguaí, Nova Ramada, Panambi, Pejuçara, Redentora, Santo Augusto, São Martinho, São Valério do Sul,Sede Nova, Tenente Portela, Tiradentes do Sul, Três Passos e Vista Gaúcha.

Norte

Aratiba, Áurea, Barão do Cotegipe, Barra do Rio Azul, Benjamim Constant do Sul, Campinas do Sul, CarlosGomes, Centenário, Charrua, Cruzaltense, Entre Rios do Sul, Erebango, Erechim, Erval Grande, Estação,Faxinalzinho, Floriano Peixoto, Gaurama, Getúlio Vargas, Ipiranga do Sul, Itatiba do Sul, Jacutinga, MarcelinoRamos, Mariano Moro, Paulo Bento, Ponte Preta, Quatro Irmãos, São Valentim, Severiano de Almeida,Três Arroios e Viadutos.

Paranhana Encostada Serra

Igrejinha, Lindolfo Collor, Morro Reuter, Parobé, Presidente Lucena, Riozinho, Rolante, Santa Maria do Herval,Taquara e Três Coroas.

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 63

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

Lista das regiões dos COREDEs com os respectivos municípios(conclusão)

COREDE Municípios

Produção

Almirante Tamandaré do Sul, Barra Funda, Camargo, Carazinho, Casca, Chapada, Ciríaco, Constantina,Coqueiros do Sul, Coxilha, David Canabarro, Ernestina, Gentil, Ibirapuitã, Marau, Mato Castelhano, Muliterno,Nicolau Vergueiro, Nova Alvorada, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Xingu, Palmeira das Missões, PassoFundo, Pontão, Ronda Alta, Rondinha, Santo Antônio do Palma, Santo Antônio do Planalto, São Domingosdo Sul, São José das Missões, Sarandi, Sertão, Soledade, Vanini, Vila Maria e Tio Hugo.

Serra

Antônio Prado, Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Campestre da Serra, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, CoronelPilar, Cotiporã, Fagundes Varela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Guabijú, Guaporé, Ipê, Montauri,Monte Belo do Sul, Nova Araçá, Nova Bassano, Nova Pádua, Nova Prata, Nova Roma do Sul, Paraí, PintoBandeira, Protásio Alves, Santa Tereza, São Jorge, São Marcos, São Valentim do Sul, Serafina Côrrea, Uniãoda Serra, Veranópolis, Vila Flores e Vista Alegre do Prata.

SulAmaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Canguçú, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval,Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santanada Boa Vista, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Turuçu.

Vale do CaíAlto Feliz, Barão, Bom Princípio, Brochier, Capela de Santana, Feliz, Harmonia, Linha Nova, Maratá,Montenegro, Pareci Novo, Salvador do Sul, São José do Hortêncio, São José do Sul, São Pedro da Serra,São Sebastião do Caí, São Vendelino, Tupandi e Vale Real.

Vale do Rio dos SinosAraricá, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Estância Velha, Esteio, Ivoti, Nova Hartz, Nova Santa Rita,Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapiranga e Sapucaia do Sul.

Vale do Rio Pardo

Arroio do Tigre, Barros Cassal, Boqueirão do Leão, Candelária, Encruzilhada do Sul, Estrela Velha, GeneralCâmara, Gramado Xavier, Herveiras, Ibarama, Lagoa Bonita do Sul, Lagoão, Pantano Grande, Passa Sete, Passodo Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Segredo, Sinimbu, Sobradinho, Tunas, Vale do Sol, Vale Verde,Venâncio Aires e Vera Cruz.

Vale do Taquari

Anta Gorda, Arroio do Meio, Arvorezinha, Bom Retiro do Sul, Capitão, Colinas, Coqueiro Baixo, Cruzeirodo Sul, Dois Lajeados, Doutor Ricardo, Encantado, Estrela, Fazenda Vila Nova, Forquetinha, Fontoura Xavier,Ilópolis, Imigrante, Itapuca, Lajeado, Marques de Souza, Mato Leitão, Muçum, Nova Bréscia, Paverama, Poçodas Antas, Pouso Novo, Progresso, Putinga, Relvado, Roca Sales, Santa Clara do Sul, São José do Herval, Sério,Tabaí, Taquari, Teutônia, Travesseiro, Vespasiano Corrêa e Westfália.

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul64

Posição relativa das regiões dos COREDEs em termos de PIB, população e PIB per capita, 1985-1999(continua)

COREDE

Região/total do RS Região/média do RS

1985 1999 1985 1999

PIB População PIB População PIB per capita PIB per capita

a) Regiões que trocaram de classe

Fronteira Noroeste 2,60 2,51 1,86 2,10 1,04 0,89

Litoral 1,54 2,29 2,23 2,70 0,67 0,83

Metropolitano Delta do Jacuí 21,03 20,87 20,73 22,06 1,01 0,94

Nordeste 1,38 2,10 1,37 1,75 0,66 0,78

Paranhana Encosta da Serra 1,58 1,18 2,20 1,83 1,34 1,21

Vale do Caí 1,36 1,38 1,58 1,47 0,99 1,08

Vale do Rio dos Sinos 17,07 10,15 16,59 11,66 1,68 1,42

Vale do Rio Pardo 4,27 4,21 5,43 4,09 1,01 1,33

Vale do Taquari 3,18 3,23 3,98 3,14 0,99 1,26

Anexo B

Valter J. Stülp_ Adelar Fochezatto 65

nova Economia_Belo Horizonte_14 (1)_39-66_janeiro-abril de 2004

Posição relativa das regiões dos COREDEs em termos de PIB, população e PIB per capita, 1985-1999(conclusão)

COREDE

Região/total do RS Região/média do RS

1985 1999 1985 1999

PIB População PIB População PIB per capita PIB per capita

b) Regiões que não trocaram de classe

Alto Jacuí 2,05 2,06 1,72 1,93 1,00 0,89

Campanha 1,90 2,24 1,63 2,12 0,85 0,77

Central 4,40 6,80 4,25 6,37 0,65 0,67

Centro-Sul 1,95 2,34 1,73 2,26 0,84 0,76

Fronteira Oeste 5,09 5,57 4,23 5,42 0,91 0,78

Hortênsias 1,10 1,22 1,01 1,23 0,90 0,83

Médio Alto Uruguai 1,20 2,16 1,22 1,85 0,56 0,66

Missões 2,21 3,22 1,88 2,66 0,69 0,70

Noroeste Colonial 3,12 3,85 2,38 3,10 0,81 0,77

Norte 1,85 2,37 1,90 2,11 0,78 0,90

Produção 4,29 5,51 4,33 4,72 0,78 0,92

Serra 9,58 6,39 11,08 7,24 1,50 1,53

Sul 7,24 8,36 6,68 8,19 0,87 0,82

Fonte: Cálculos dos autores.

nova Economia_Belo Horizonte_14 (2)_39-66_janeiro-abril de 2004

A evolução das disparidades regionais no Rio Grande do Sul66

Fonte: FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA (FEE). Índice Social Municipal Ampliado (ISMA).Disponível em: <http://www.fee.tche.br>. Acesso em: 18 nov. 2002.

Nota: Os COREDEs foram estratificados em cinco grupos; a região que está na cor verde é igual à média do Estado.

Anexo CISMA: Índice Social Municipal Ampliado para as regiões dos COREDEs do Rio Grande do Sul, 1998