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Crítica álbum "Rules", The Whitest Boy Alive, (2009).
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A evolução faz a(s) Regra(s)
Música |
Rules The Whitest Boy Alive, 2009
O projecto indie-electrónico dirigido pelo multifacetado norueguês Erlend Øye
(a par da sua carreira a solo, inúmeras colaborações noutros projectos,
variadas remixes e parte integrante da dupla com Eirik Glambek Bøe, Kings of
Convenience) – The Whitest Boy Alive – regressa depois da estreia em 2006
(Dreams).
Rules chega na altura certa e aquece as temperaturas primaveris de
forma bem consolidada: está longe de ser apenas um álbum para a
estação. Será, certamente, um dos álbuns do ano. Indubitavelmente,
este trabalho tem a marca fidedigna da banda – não fosse o mentor o ilustre
norueguês – e, mantendo o registo que caracterizou o seu debut, surge em
tom de lufada de ar fresco. Com influências subtis de outro projecto de Øye,
distingue-se perfeitamente o teor mais positivo que diferencia, precisamente,
The Whitest Boy Alive de Kings of Convenience. É um álbum em que se sente
a evolução, algo que amadurecido com nuances jazzies e mais dançável que
o primeiro. A pop que reveste todo o álbum é elegante e fresca. A adaptação
aos tempos que se vivem (e ouvem) delineada de forma sóbria e
equilibrada: o baixo ganha força, a sua variação e os synths utilizados
remetem-nos para o ambiente disco. Apetece-nos dançar. Possivelmente, de
mais fácil digestão para os dancefloors. Nunca de forma gratuita e sem perder
o equilíbrio.
Para quem procura/espera o conforto da nostalgia presente no trabalho
anterior e prefere o lado mais melancólico do norueguês, vai surpreender-se
com a ambiência proporcionada por este trabalho. Não é motivo de alarme, o
alinhamento do álbum encontra-se definido de forma inteligente e há
espaço para ouvir as músicas mais camufladas, as que aparentam boa
disposição e leveza e, afinal, se revelam (facilmente para quem se encontra
familiarizado com a subtileza do nórdico) mais cruas, após uma segunda
leitura.
Keep a secret inicia a viagem e, após breves segundos, somos inundados
agradavelmente pela voz peculiar e calorosa de Øye – de imediato
percebemos que a música tem tudo para resultar bem ao vivo. Os
teclados da segunda canção, Intentions, destacam-se pela sofisticação
humilde que a sonoridade atinge: a composição desta música prova que os
Whitest Boys Alive conseguem o difícil parecer simples, a não aparente
complexidade revela-se num olhar mais atento.
Adivinham-se alguns hits: Courage surge em terceiro lugar com todos
os elementos para se difundir enquanto single. É fresca, de fácil
memorização e vislumbram-se sorrisos num dia solarengo aquando da
repetição self titled («Courage, courage, courageE») do tema em tom de
clímax.
Rollercoaster ride marca uma pausa na descoberta deste novo álbum, sendo
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28-02-2011 Rascunho.net :: Rules
www.rascunho.net/critica.php?id=1462 1/3
Rollercoaster ride marca uma pausa na descoberta deste novo álbum, sendo
das músicas mais calmas, seguindo-se de Gravity de forma algo progressiva,
como se a preparar o ouvido para a disco e energética High on the heels, que
surge imediata e sagazmente após sonoridades mais melodiosas. O desfecho
faz-se com a híbrida e camuflada Island, a faixa com maior duração do álbum
cuja composição soa, aparentemente, a um sentimento perfeitamente
definido, revelando-se na realidade à medida que os quase sete minutos vão
passando.
Podemos afirmar seguramente que, neste Rules, a regra é o equilíbrio
entre o baixo e todo o leque melódico com que somos presenteados.
A marcha é deliciosamente amena e a claridade que emana dos
acordes frescos contrabalança com a composição textual, onde
lemos, nas entrelinhas, alguma melancolia perfeitamente encadeada.
Se o primeiro álbum nos remete para um período mais conturbado de fim de
qualquer coisa (deixemo-nos guiar pela imaginação agora), em que
precisamos de aprender a levantar-nos de algum percalço, o segundo
aparece num tom seguro, de quem já conheceu dias menos bons e se delicia
com os primeiros passos, novamente. Há segurança, que só advém depois da
dor. Nas palavras do próprio Erlend Øye na entrevista à FactMagazine acerca
da diferença dos álbuns, «Muitas das canções de Dreams falam de nos
definirmos enquanto pessoas; por exemplo Don't give up é sobre a uma
idade adulta tardia. Enquanto Rules trata da realidade dos relacionamentos
com os outros».
Se inicialmente se definiam como um projecto de «música electrónica de
dança», só agora nos comprovam, verdadeiramente, as suas potencialidades
para tal. Surpreendem pela evolução desde o álbum passado (numa análise
mais egoísta e centrada no vocalista, não ficamos assim tão admirados: já
estamos familiarizados com as conhecidas habilidades de Oye enquanto
produtor a solo de electrónica, apesar de em TWBY não assumir essas lides,
encarregando-se das cordas e vocais).
A prova que uma banda pode manter a sonoridade, sem perder a
originalidade, criatividade e frescura necessárias à evolução de
qualquer projecto. Distinguido com honoris causa.
Sítio Oficial | MySpace
Filipa Mora, 2009
ComentáriosFilipa Mora
07-03-2009Música de elevador?..."Perdoai-lhes senhor...." bla bla... :)
Do que li, internacional, foi muito ao encontro do que disse no que escrevi sobre o álbum...Nâo li nadanegativo,por acaso.
filipe varela 05-03-2009
um grande álbum!!Pelo que tenho lido alguma crítica internacional afirma que rules é música electrónica deelevador? trata-se de música minimalista, ponderada, de excessos contidos, mas sobretuto com umasonoridade bastante singular e criativa, que nos dias de hoje, só por si, já é de louvar!!
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