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A FEBRE DO CAFÉ A FEBRE DO CAFÉ No Brasil, no século 19, só se No Brasil, no século 19, só se plantava café. Enquanto o café plantava café. Enquanto o café dava lucro aos seus senhores de dava lucro aos seus senhores de engenho, estes não incomodavam engenho, estes não incomodavam ninguém. Mas quando não tinham ninguém. Mas quando não tinham para quem vendê-lo, o Estado para quem vendê-lo, o Estado brasileiro comprava o restante brasileiro comprava o restante das mercadorias que não das mercadorias que não conseguiam vender. "Enquanto dá conseguiam vender. "Enquanto dá lucro, só poucos brasileiros lucro, só poucos brasileiros usufruem, mas quando dá usufruem, mas quando dá

A FEBRE DO CAFÉ - 2003

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A FEBRE DO A FEBRE DO CAFÉCAFÉ

No Brasil, no século 19, só se No Brasil, no século 19, só se plantava café. Enquanto o café plantava café. Enquanto o café

dava lucro aos seus senhores de dava lucro aos seus senhores de engenho, estes não incomodavam engenho, estes não incomodavam ninguém. Mas quando não tinham ninguém. Mas quando não tinham

para quem vendê-lo, o Estado para quem vendê-lo, o Estado brasileiro comprava o restante brasileiro comprava o restante

das mercadorias que não das mercadorias que não conseguiam vender. "Enquanto dá conseguiam vender. "Enquanto dá

lucro, só poucos brasileiros lucro, só poucos brasileiros usufruem, mas quando dá usufruem, mas quando dá

prejuízo, toda a população tem prejuízo, toda a população tem que pagar".que pagar".

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ORIGEM DO ORIGEM DO CAFÉCAFÉ

A palavra café deriva do árabe ‘qahwah’,que significa ‘vinho’ por ter

sido uma planta importante para o mundo árabe. O café foi uma planta nativa da Etiópia, na África, e de lá

passou para a Arábia e admite-se que os árabes hajam começado a tomar

café já no século XV. O cultivo se desenvolveu e o Iêmen permaneceu

como principal fornecedor mundial até o século XVII.

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LENDA DO LENDA DO CAFÉCAFÉ

• Uma das lendas em torno da descoberta do efeito estimulante do café é a do pastor Kaldi. Ao ver a agitação das cabras de seu rebanho, após a ingestão de alguns frutos do cafeeiro, Kaldi provou os frutinhos avermelhados, comprovando seu poder excitante. Isso teria ocorrido no ano 850. Kaldi evidentemente levou essa maravilhosa "dádiva divina" ao mosteiro local, mas as reações não foram favoráveis ele ateou fogo nos frutos, dizendo ser "obra do demônio". O aroma exalado pelos frutos torrados nas chamas atraiu todos os monges para descobrir o que estava causando aquele maravilhoso perfume e os grãos de café foram rastelados das cinzas e recolhidos. O abade mudou de idéia, sugeriu que os grãos fossem esmagados na água para ver que tipo de infusão eles davam, e os monges logo descobriram que o preparado os mantinha acordados durante as rezas e períodos de meditação. Notícias dos maravilhosos poderes da bebida espalharam-se de um monastério a outro e, assim, aos poucos se espalharam por todo mundo.

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A polêmica e o A polêmica e o desenvolvimento do cafédesenvolvimento do café

• No início do século XVI o café era muito consumido em Meca, mas logo foi condenado pela seita mais ortodoxa do islamismo, a pretexto de contrariar o Alcorão. Mas em 1526 sua proibição foi abolida e o cultivo e o comércio do café começaram a se desenvolver na península arábica, até chegar a Turquia e depois à Europa, no decorrer dos séculos XVI e XVII.

• Quem primeiro divulgou as propriedades do café na Europa foi Leonard Rauwolf, alemão que viajou pelo Oriente em 1592, seguindo-se a ele o botânico italiano Prospero Alpini. No fim do século XVI, consumiam-se café em Veneza, e logo foi levada ao continente americano, em 1607, pelo capitão John Smith, fundador da Virgínia. No início do século XVII, os navios da Companhia das Índias Orientais traziam grandes cargas de café do Oriente.

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• Mas foi em Constantinopla que se abriu o primeiro estabelecimento para servir café ao público, em 1550. Na Europa as primeiras casas de café surgiram em Veneza, em 1591; Londres, em 1652; e Marselha em 1671. A partir de 1670, estabelecimentos semelhantes difundiram-se pelas grandes cidades dos Estados Unidos. Com a popularização do uso do café seu cultivo espalhou-se pelo mundo.

• O capitão francês Gabriel-Matheiu de Clieu foi o responsável por trazer o café para a América na. Entre 1720 e 1723, De Clieu, que servia na guarnição da Martinica, visitou a França, onde soube que os holandeses haviam transplantado com êxito o café para as Índias Orientais, cujo clima se assemelha ao da Martinica. Resolveu então iniciar a cultura nessa colônia; mas os poucos cafeeiros então existentes em Paris eram conservados com muito cuidado, em estufas, pelos jardineiros de Luís XV. Só a muito custo ele conseguiu algumas mudas e, finalmente plantados na ilha e tratados com cuidado até a produção dos primeiros frutos. Elas originaram a maior parte das atuais plantações daquela região.

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A Expansão do Café A Expansão do Café no Brasilno Brasil 

Originário da Etiópia, onde já era utilizado em tempos remotos, o café atravessou o

Mediterrâneo e chegou à Europa durante a segunda metade do século 17. Era a época do Barroco e das monarquias absolutas, e

a expansão do comércio internacional enriquecia a burguesia. Já no início do

século 18, os Cafés tornaram-se centros de encontro e reunião elegante de

aristocratas, burgueses e intelectuais. o café conquistou, desde logo, o gosto de

escritores, artistas e pensadores. Lord Bacon atribuía-lhe a capacidade de "dar

espírito ao que não o tem’’

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• Foi em 1727 que o oficial português Francisco de Mello Palheta, vindo da Guiana Francesa, trouxe as primeiras mudas da rubiácea para o Brasil. Recebera-as como a saída de sementes e mudas de café estava proibida na Guiana Francesa, é licito pensar que o aventureiro português recebeu de Madame não só os frutos, mas outros favores talvez mais doces.

• Um novo ciclo econômico na história do país. Esgotado o ciclo da mineração do ouro em Minas Gerais, outra riqueza surgia, provocando a emergência de uma aristocracia e promovendo o progresso do Império e da Primeira República. 

• Penetrando pelo vale do rio Paraíba, a mancha verde dos cafezais, que já dominava paisagem fluminense, chegou a São Paulo, que, a partir da década de 1880, passou a ser o principal produtor nacional da rubiácea (café). Na sua marcha foi criando cidades e fazendo fortunas. Ao terminar o século XIX, o Brasil controlava o mercado cafeeiro mundial. O café era o símbolo do Brasil no exterior. 

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Crise Crise EconômicaEconômica

• Crises econômicas conjunturais, o consumo mundial de café crescia constantemente. Os lucros dos exportadores, entretanto, não subiam na mesma proporção, pois, entre 1891 e 1900, a exportação de 74 491 000 sacas de café rendeu a cifra de 4691906 contos de réis, enquanto na década seguinte, isto é, entre 1901 e 1910, houve uma queda para 4 179 817 contos de réis no pagamento da exportação de uma quantidade maior de café (130 599 000 sacas). Em 1906, o providencial Convênio de Taubaté viria salvar a situação. E os exportadores poderiam, outra vez, dormir em paz. 

• conseqüência dos problemas econômicos dos Estados Unidos, nosso principal cliente, e da expansão mundial da produção de café. 

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Conseqüências do Conseqüências do Ciclo do CaféCiclo do Café

- Concentração do poder político e econômico na região Sudeste.- Aumento do desenvolvimento industrial e urbano no Sudeste.

- Imigração européia para as lavouras de café e indústrias do

Sudeste.- Construção de ferrovias para escoar

a produção de café do interior de São Paulo para o porto de Santos.

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Política de valorização Política de valorização do cafédo café

• Quando o preço do produto caia, o governo brasileiro comprava estoques e queimava para

aumentar o preço• Tendência a superprodução

• os preços do café eram sustentados por esta política, incentivando outros países a plantar café,

aumentando assim a e concorrência internacional.

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