A Filosofia de Ibn Sina ( Avicena) 22/03/2013 POR FELIPE PIMENTA DEIXE UM COMENTRIO

Mdico e filsofo persa, Avicena foi de uma enorme influncia na filosofia escolstica, sem

falar na sua obra Cann de Medicina, que foi durante sculos a base do ensino desse

cincia no Ocidente.

A filosofia de Avicena caracteriza-se por tentar fazer uma sntese do pensamento de

Plato com Aristteles. Essa tentativa foi duramente criticada no sculo XII por Averris.

Vamos a alguns dos principais pontos da sua filosofia:

O universo, para Avicena, constitudo por trs ordens: o mundo terrestre, cujo ponto mais

alto a alma humana; o mundo celeste, cujo ponto mais alto o primeiro causado; e

Deus, que o cimo supremo.

Avicena explica o mundo maneira de Aristteles, pois sua filosofia repete as teorias do

ato e potncia, matria e forma e as quatro causas. A diferena que Avicena prope uma

tese original sobre a inteligncia humana, que segundo o filsofo persa, estabelece a

unio entre o mundo material e o mundo celeste pelos seus cinco graus. Thonnard assim

os resume:

A inteligncia material, que a faculdade antes de qualquer operao, e tambm

potncia pura, mas na ordem intencional;

A inteligncia possvel, que a faculdade que possui apenas os primeiros princpios

intelectuais;

A inteligncia em ato, que o ato primeiro, ou faculdade disposta a agir, porque

possui a ideia ( a espcie impressa) e a cincia em ato;

A inteligncia adquirida, que conhece o ato segundo;

A faculdade intuitiva de ordem mstica, chamada por Avicena de O Esprito Santo,

porque une a alma a Deus. Essa faculdade tambm conhecida como o Esprito de

profecia que, segundo Gilson, era o lugar que Avicena reservou para o profeta

Maom.

Na sua filosofia, essas inteligncias esto em potncia, e para passarem ao ato, requerem

a influncia de um Intelecto Agente.

Avicena insiste que a nossa alma est separada do intelecto agente, sendo espiritual e

imortal. A existncia de Deus, para Avicena, demonstrada pela noo de Ato puro e do

primeiro motor de Aristteles, de forma que para o filsofo persa, Deus o nico ser cuja

essncia idntica existncia. Avicena esforou-se para conciliar a noo platnica de

participao, a astronomia de Ptolomeu e o Deus aristotlico.

Mas Avicena negava uma crena fundamental da filosofia aristotlico-tomista, que a

unio da alma e do corpo. Sua filosofia, segundo Gilson, est amarrada noo de

necessidade dos filsofos gregos, e essa doutrina teve que ser combatida pelos filsofos

da escolstica. Avicena tambm nega o ato da criao, pois admitia que causas inferiores

atuavam como instrumentos da causa primeira.

A doutrina da inteligncia ativa e da inteligncia passiva em Avicena causou um espanto

entre os cristos, como diz Gilson. No livro da Alma, Avicena diz que a alma inteligente

em potncia, e s depois se torna inteligente em ato. Ele compara a iluminao do sol na

nossa viso com a nossa faculdade intelectual, que v os particulares que esto na

imaginao e brilha sobre eles.

Bibliografia: F.J.Thonnard, Compndio de Histria da Filosofia

tienne Gilson, A Filosofia na Idade Mdia

ARQUIVADO EM:UNCATEGORIZED MARCADO COM:AVICENA, FILOSOFIA, IDADE MDIA, ISL

Resenha do Livro da Alma, de Avicena 11/03/2013 POR FELIPE PIMENTA DEIXE UM COMENTRIO

Um timo exemplo da filosofia islmica

O filsofo Ibn Sina, conhecido no ocidente pelo nome latinizado de Avicena, influenciou

muitos telogos cristos como Santo Toms de Aquino e Duns Scot. Nesse livro da Alma,

Avicena descreve sua doutrina sobre a existncia da alma e sua constituio. Para ele a

alma uma agregadora das faculdades da percepo, sendo uma para suas faculdades. A

alma tambm definida como aperfeioadora do corpo no qual ela habita, sendo tambm

sua organizadora. Avicena escreve um exemplo das faculdades de percepo e a

distino entre a percepo da forma e a percepo da inteno. O exemplo o da ovelha

e do lobo, no qual a percepo que a ovelha tem do lobo, ou seja, de sua forma, percebem

primeiro os seus sentidos externos antes do interno. A ovelha possui a percepo da

inteno da adversidade do lobo e que necessrio fugir dele, sem que o sentido externo

perceba isso. Assim, segundo Avicena, primeiramente o sentido externo percebe o lobo, e

em seguida o sentido interno, caracterizando assim o nome de forma. aquilo que as

faculdades internas percebem sem os sentidos( externos), sendo por isso designado o

nome de inteno.

Avicena tambm possui uma avanada cincia a respeito da luz e das cores, percebendo

claramente que a luz das estrelas durante o dia no podem manifestar-se pela maior

luminosidade do sol, sendo necessrio que haja escurido para que a luz das estrelas

possam brilhar.Sua opinio sobre a natureza do raio, da luz e das cores vo influenciar os

escolsticos Robert Grosseteste e Roger Bacon. Sobre a alma humana, Avicena

estabelece cinco graus que so: a inteligncia material, a inteligncia possvel, a

inteligncia em ato, a inteligncia adquirida e, por fim, uma faculdade intuitiva, que Avicena

chamar de intelecto sagrado. Essas inteligncias existem em potncia e para passarem

para o ato, necessitam de um intelecto agente, que est separado e faz parte do mundo

celeste.

recomendvel antes de ler esse livro da alma de Avicena, ler uma introduo sua

filosofia, como por exemplo, A filosofia na idade mdia, de Etienne Gilson, para poder

compreender melhor a filosofia de Avicena, porque quem no est acostumado com a

linguagem da filosofia medieval pode achar o livro muito difcil de entender.