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Universidade de Brasília
ELIANE FÁTIMA SANTOS
A FORMAÇÃO DO ESTAGIÁRIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
ELIANE FÁTIMA SANTOS
A FORMAÇÃO DO ESTAGIÁRIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Prof. Ms. Nilton Francisco Cardoso
Belo Horizonte
2007
SANTOS, Eliane Fátima. Formação do estagiário de Educação Física. Belo Horizonte, 2007. 21 p. TCC (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007. 1. Escola 2. Formação-Educação Física 3.Programa Segundo Tempo
ELIANE FÁTIMA SANTOS
A FORMAÇÃO DO ESTAGIÁRIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:
Professor Mestre Nilton Francisco Cardoso Presidente: Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais
Professor Mestre Varley Teoldo Costa Membro:
Belo Horizonte (MG), de junho de 2007
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. NILTON FRANCISCO CARDOSO pela orientação, pelo acolhimento, pelo profissionalismo, pela ética, fundamentais para realização deste trabalho. A SONINHA, professora de Educação Física, que me apresentou o Programa Segundo Tempo, dando-me a oportunidade de implantá-lo na escola, juntamente com os outros colegas. Ao ALLISON, estagiário de Educação Física, pela seriedade, pela dedicação, pelo carinho, cativando nos alunos, o respeito, a amizade e a curiosidade para o aprendizado de novos esportes. A LUCIANA, professora de Química, que, mesmo sendo por pouco tempo, contribuiu para a construção deste trabalho. Ao meu filho, EDSON EMMANUEL SANTOS, que, nas madrugadas, do seu modo, no seu tempo, da sua forma, me auxiliou junto às novas tecnologias. A minha filha, CAROLINA ERIKA SANTOS, que, mesmo distante, contribuiu com textos e propostas de continuidade deste estudo através da pesquisa-ação.
RESUMO
Este relato de experiência se propõe a descrever como se dá o processo de formação do
estagiário de Educação Física, na Escola Municipal Professor Tabajara Pedroso (EMPTP),
dentro das atividades do Programa Segundo Tempo. Além disso, apresenta um breve histórico
da formação de profissionais de Educação Física no Brasil, desde a década de 1970 até o
momento atual. No contexto das novas propostas pedagógicas progressistas, verificou-se que
o Programa Segundo Tempo vai ao encontro do projeto político-pedagógico da EMPTP, rumo
à construção de cidadãos mais críticos e participativos, em um processo que atinja toda a
comunidade escolar. Foram encontradas diversas dificuldades no desenvolvimento do
Programa, destacando-se a falta de disponibilidade de tempo dos profissionais envolvidos, o
que prejudicou alguns dos objetivos propostos nos planejamentos. Mesmo assim, observou-se
que foram alcançados resultados positivos na formação do estagiário, dos alunos, bem como
na formação dos próprios coordenadores, e que o Programa foi muito importante para a
concretização das propostas curriculares da EMPTP.
Palavras-chave: Escola. Formação-Educação Física. Programa Segundo Tempo.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................10
2 FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA ..........................................11
3 REALIDADE GERAL DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR TABAJARA
PEDROSO...............................................................................................................................14
4 UM POUCO DA HISTÓRIA DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR TABAJARA
PEDROSO...............................................................................................................................15
5 REALIDADE ESPECÍFICA – A ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR TABAJARA
PEDROSO E O PROGRAMA SEGUNDO TEMPO..........................................................17
6 ANÁLISE .............................................................................................................................20
7 CONCLUSÃO......................................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................25
10
1 INTRODUÇÃO
Este relato de experiência tem como objetivo fornecer elementos para uma reflexão
crítica sobre a formação do futuro profissional de Educação Física (EF), mais
especificamente, dos estagiários inseridos no Programa Segundo Tempo (PST). Privilegiarei,
neste documento, um olhar sobre a relação do estagiário com a professora coordenadora, com
alunos e com a escola em que se desenrola o projeto.
Farei uma explanação do PST na Escola Municipal Professor Tabajara Pedroso
(EMPTP), oferecendo um registro da nossa realidade, que deverá ser divulgado em todos os
espaços promovidos pela escola e, assim, interagir com outras opiniões, para que, juntos,
reflitam sobre o projeto, que está em funcionamento desde o ano de 2004 e necessita de mais
apoio para sua continuidade – apoio da Coordenação Geral, dos professores, dos pais dos
alunos, enfim, de todos os membros da comunidade escolar. Também traçarei um breve
histórico da formação profissional em Educação Física e sua evolução nas instituições, com a
intenção de nos ajudar a refletir sobre o docente em formação, e apresentarei o que, até o
momento, foi possível construir com o objetivo de desenvolver profissionais e alunos com
posicionamento cidadão mais crítico e participativo, no âmbito escolar.
Em nossa sociedade cheia de conflitos, inserida em um contexto sócio-político-
econômico-cultural contraditório, tenho observado jovens que ingressam nas universidades
particulares e encontram dificuldades de se manter estudando. Muitos desses jovens não
concluem o curso, ou continuam os estudos, mas dividindo o tempo escolar com trabalho e/ou
estágio.
Enquanto coordenadora do PST na escola, tenho responsabilidades e compromisso
para com os estagiários. Preocupa-me o aluno em formação quando chega à nossa escola
buscando uma complementação da carga horária, uma oportunidade de desenvolver atividades
acumuladas no seu dia-a-dia, realizando tarefas adquiridas através da instituição em que se
encontram matriculados, ou, ainda, simplesmente um trabalho remunerado. Essa preocupação
surge quando observo a pouca disponibilidade de tempo desse estagiário, sendo tal
disponibilidade necessária para garantir o relacionamento com a professora coordenadora,
com os alunos envolvidos no programa e, conseqüentemente, com a dinâmica da escola, para
que tenha lugar um processo de formação através da construção do planejamento, de trocas de
conhecimento e informações.
11
Compreendendo que o PST proporciona um espaço de formação para a coordenadora
e o estagiário, onde se deve realizar a leitura, os registros, as ações práticas inovadoras, a
divulgação do programa em outros espaços, a aquisição do conhecimento, a apropriação do
projeto político-pedagógico da escola, entre outras atividades. Estas práticas, infelizmente,
não têm ocorrido. O nosso cotidiano fica preenchido com tarefas, não menos importantes,
como: cadastramento de alunos, negociações de horários com o estagiário, com a
coordenação, com a escola e o desenvolvimento de atividades para envolvimento e
entretenimento dos alunos. Com tudo isso, todo o processo de formação e os objetivos que
nos propomos a realizar através dos planejamentos – como a aprendizagem e a aquisição de
novos conhecimentos específicos da EF – ficam prejudicados, não ocorrendo da forma como
planejamos.
O PST em nossa escola também fica prejudicado, em virtude desta mesma escassez
do tempo, não havendo uma discussão da sua organização, intenção e objetivos, na
comunidade escolar. A intenção deste registro é a de irmos além da prática e pensar: que
alunos desejamos formar, que profissionais desejamos ser e quais os caminhos desejamos
trilhar?
2 FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
A formação do profissional em Educação Física (chamado de instrutor físico)
estruturou-se no Brasil ao longo das quatro primeiras décadas do século XX. Seu
desenvolvimento é creditado aos militares, responsáveis pela criação do curso. A ampliação
do número de instituições formadoras deu-se somente a partir da década de 30 e, mais
intensamente, na década de 40, quando a formação de professores de EF passou a ser uma
exigência diante da expansão do sistema de ensino em nosso país. Outro fator de aumento da
demanda de professores de EF foi o crescente desenvolvimento do desporto. É possível
afirmar que, a partir de então, o sistema desportivo e a escola, por trazer a EF como
componente curricular se constitui nos principais espaços de absorção dos professores de EF
(MOLINA, 1997).
Não se observou nenhum crescimento explosivo de cursos de formação até a década
de 60, predominando nessa área, como nas demais, os cursos mantidos pelo poder público. Se
a década de 60 se iniciou com menos de dez cursos de formação superior, havia, ao final da
12
década de 70, mais de 90 cursos em funcionamento (OLIVEIRA, pg.4) Observou-se,
portanto, nesse período, um crescimento explosivo, condicionado pelo papel decisivo da
iniciativa privada e pela ampliação da rede pública. Os fatores determinantes foram, mais uma
vez, a ampliação da EF enquanto componente curricular, o desenvolvimento do sistema
desportivo e a intensificação das práticas corporais no conjunto das atividades culturais (p. ex:
o crescimento das academias de ginástica, clubes de fitness, etc.).
De 1961 até 1987, a formação superior em EF foi pautada pelo chamado currículo
mínimo, implantado pela Lei nº 4024 – antes, o currículo era regido por decreto presidencial.
A Resolução 03/87 do Conselho Federal de Educação promoveu alterações que, precedidas
por um longo debate nacional sobre currículo em EF, procuraram propiciar à formação do
profissional da área um maior equilíbrio nos conteúdos trabalhados ao longo do curso. Para
tanto, o espaço das chamadas ciências sociais e humanas no currículo foi ampliado,
superando, assim, o espaço acanhado que as mesmas ocupavam no currículo mínimo em
relação às ciências naturais.
A resolução em vigência ampliou a formação do profissional de EF, na medida em
que lhe conferiu o título de Bacharel e/ou Licenciado (Art. 1º da Res. 03/97). Desse modo,
foram criados, nos últimos anos, cursos de Bacharelado em Esporte, em Treinamento
Desportivo, em Lazer e Recreação, entre outros.
As reformulações curriculares do final da década de 80 inscrevem-se num quadro
multifacetado. De um lado, estão as solicitações do mercado de trabalho que, em termos de
qualificação técnica, são extremamente diversificadas. Há trabalhos que identificam mais de
30 atuações possíveis para o profissional de EF, como, por exemplo: docente na educação
básica, ensino fundamental, médio ou superior, técnico em esporte, instrutor em academias de
ginástica, clubes recreativos e esportivos, hospitais, hotéis, programas para a terceira idade,
programas de educação física adaptada, coordenador de programas de atividades físicas e
lazer em prefeituras e secretarias estaduais e outras instituições e de programas de ginástica
laboral em empresas, organizador e árbitro de torneios esportivos. Se esse extenso e
diversificado leque de atuações fez com que algumas instituições, de imediato, optassem pela
criação de cursos de bacharelado em esporte, em uma clara resposta ao mercado, por outro
lado, surgiu uma nova perspectiva na concepção do profissional de EF, devido, sobretudo, a
uma entrada mais decisiva das ciências sociais e humanas no processo de produção de
conhecimento no campo da EF. Tal perspectiva precisava ser absorvida pelos currículos de
formação, necessidade que se mostrou evidente em avaliações realizadas por pesquisadores da
EF demonstrando que a formação da área seria exclusivamente técnica, não permitindo, nem
13
estimulando a construção de uma visão crítica da realidade social e profissional. Assim, pode-
se afirmar ser este um momento de transição, que aponta já para a necessidade de uma
avaliação mais global das reformulações curriculares (STEINHILBER, pg. 95).
Um aspecto que deve repercutir positivamente nos cursos de formação é o crescimento
e a consolidação da pós-graduação na área, embora este crescimento tenha ficado muito
concentrado no plano dos cursos lato sensu (especialização).
A década de 80 tem uma significação bastante peculiar para o pensamento pedagógico
brasileiro recente. Foi marcada por um debate cuja tônica foi a crítica, principalmente de
orientação marxista, da função social que o sistema educacional vinha desempenhando na
sociedade capitalista (periférica) brasileira. Essa crítica, que não será retomada em detalhes
aqui, denunciava o papel conservador do sistema educacional, uma vez que este, através de
vários mecanismos (ideológicos, marginalizadores, de exclusão, etc.), contribuía, não para a
transformação da realidade social, mas sim para a reprodução dos modelos vigentes. Esse
movimento crítico procurou, num segundo momento, suscitar a construção de alternativas
para a prática pedagógica, o que se configurou nas chamadas propostas pedagógicas
progressistas, que visavam colocar a educação e, portanto, a prática pedagógica, a serviço da
transformação social, rumo a uma sociedade igualitária e justa.
A década de 90 colocou para as Pedagogias Progressistas ou Pedagogias Críticas
principalmente o desafio de operar mudanças concretas na prática pedagógica no Brasil, no
sentido acima referido. Esse projeto se orientou pela pedagogia freireana, que se encontrava
em destaque na época. As reflexões teóricas propostas por Paulo Freire nasceram da prática
político-pedagógica e desta se nutriam. A tarefa de mudar a prática, no entanto, impõe mais
obstáculos do que se poderia prever. Quanto a tais obstáculos, para além dos que se situam
num nível “macroestrutural”, ou seja, relacionados a determinações econômicas e políticas,
existem os de ordem “micro”, que estão obviamente ligados aos primeiros, mas exigem
tratamento específico, no âmbito da elaboração de planos de ação e mudança curricular.
O movimento descrito acima, que agitou a pedagogia brasileira nas duas últimas
décadas, teve paralelos no âmbito específico da Educação Física, em que se verificou o
desenvolvimento de propostas pedagógicas progressistas ou críticas, que ainda careciam de
prática efetiva. É interessante notar que a adesão “teórica” as proposta pedagógica críticas
parece ser maior do que sua efetiva prática. Alguns estudos mostram que o conhecimento
dessas propostas é grande no meio acadêmico, mas ainda pequeno entre aqueles que estão em
atividade nas escolas de ensino fundamental e médio.
14
Refletindo sobre alternativas de ação no campo da EF, entendo que a abordagem
presente na perspectiva da pesquisa-ação poderia indicar um caminho mais efetivo. Isto
porque, nessa perspectiva, (a) procura-se vincular o conhecimento da realidade da própria
prática à ação e (b) os sujeitos, que na pesquisa “tradicional” participam meramente como
informantes, aqui atuam também como sujeitos pesquisadores de sua prática (BRACHT, pg.
9).
3 REALIDADE GERAL DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR TABAJARA
PEDROSO
Como professora de Educação Física da EMPTP, há dez (10) anos, me propus a
receber o PST, tendo a certeza de sua contribuição para a melhoria da formação de nossos
alunos e de todos envolvidos.
Nossa realidade é de uma escola de periferia de Belo Horizonte, situada na região de
Venda Nova, com alunos do último ano do 2º ciclo, 3º ciclo e ensino médio que desde
outubro de l994, quando da implantação do projeto da Escola Plural 1994; todo corpo docente
desta escola trabalha em função do direito a educação e a construção de uma escola inclusiva
– princípios fundamentais que o projeto defende.
Venda Nova, rapidamente cresceu demograficamente, com a construção de avenidas,
comércios e condomínios residenciais tornando-se carente de espaços livres para atividades de
lazer.
Por essa razão, o espaço de lazer dos nossos alunos quase se resume à escola. Fora
dela há insegurança, os risco de violência, drogas, gravidez precoce e prostituição juvenil.
Diante disso, o PST, além de enriquecer o currículo da escola, pode ser uma opção aos riscos
que a rua oferece.
Somos uma escola de periferia, com um amplo espaço, que não é suficiente e nem
bem explorado, uma vez que o nosso quadro de professores não é suficiente para atender o
número de alunos. Assim, o PST na nossa escola também foi positivo, quando possibilita a
companhia do estagiário e sua atuação nos espaços livres da escola e dos nossos alunos.
Diante dessas constatações e por comungar da linha político-pedagógica da escola,
aceitei o desafio de implantar o PST por compreender ser ele uma ação real e que muito tem a
contribuir.
15
4 UM POUCO DA HISTÓRIA DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR TABAJARA
PEDROSO
Criada em 24 de setembro, de l988 para atender uma comunidade com demanda para
ensino fundamental e ensino médio, apresenta no momento aproximadamente l390 alunos.
Professores, funcionários e estagiários formam um quadro de 111 pessoas trabalhando
coletivamente com o objetivo de atender e fazer cumprir os projetos aprovados pela escola,
através de assembléias e congressos.
A EMPTP fica localizada no bairro Candelária na região de Venda Nova,
considerada periferia de Belo Horizonte.
A comunidade de Venda Nova reinvidicadora de seus direitos políticos, através de
órgão competente, criou a Regional Venda Nova, descentralizando vários serviços prestados
pela prefeitura de Belo Horizonte e facilitando a vida de muitos moradores da região
O orçamento participativo, criado em l993 pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH),
prática de administração pública, como pressuposto básico, instituiu um canal de participação
dos cidadãos de Belo Horizonte nas decisões do governo podendo assim exercer os seus
direitos e deveres. Dessa forma a comunidade opina e vota pela prioridade de obras para
melhoria do bairro, ao mesmo tempo em que desenvolve a participação e a organização
popular.
Com este processo de participação popular são aprovadas melhorias básicas e
emergentes na região como diversas obras de saneamento, de abertura de ruas e construção de
escadarias nas vilas. Infelizmente, o que diz respeito à cultura e ao lazer tem ficado para
segundo plano, tornando a região carente dessas atividades.
A localização da EMPTP, o seu espaço e o grupo de profissionais envolvidos no
processo educacional leva os jovens e pais desses jovens, de outras regiões, a cadastrar e
conseqüentemente matricular-se nessa escola, em função dessas condições oferecidas. Com
isso, os nossos alunos na sua maioria não pertencem à mesma comunidade, dificultando uma
maior participação nas reuniões de pais, nos congressos, nos eventos promovidos por esta
instituição.
Pedagogicamente falando, a EMPTP imediatamente, fez a adesão aos princípios da
escola plural e da sua implantação (1998). Nessa trajetória, acertos e erros fazem parte da
16
nossa construção educacional, como qualquer outra que está sujeita a novas experiências,
imprevistos e propostas inovadora.
Que ser humano queremos formar? Para buscarmos respostas a esta pergunta formas
de trabalho foram construídos, nossos currículos adaptados, os tempos, os espaços de
formação, sendo priorizada a construção do conhecimento para o aluno com o qual nossa
escola trabalha. Esses questionamentos ampliaram as reflexões e discussões junto a proposta
da Escola Plural
Dentro delas o Programa Escola Plural, priorizou a construção pedagógica da nossa
escola (especialmente do currículo e dos tempos e espaços de formação), tentando contribuir
com o conhecimento efetivo do aprendiz, do aluno com o qual a escola trabalha, com as
especificidades do sujeito cultural, inserido numa determinada comunidade.
Os projetos políticos pedagógicos da EMPTP deixam claro as intenções para se
construir uma escola que seja popular, democrática, libertária, que esteja a serviço da classe
trabalhadora garantido o direito de todos na aprendizagem, com o caráter de inclusão.
Para a elaboração dos diversos projetos escolares, o coletivo de profissionais dessa
escola faz as seguintes considerações: que sua comunidade viva numa sociedade plural
marcada pela diversidade social, que demanda a elaboração e a aplicação de propostas que
promovam a equidade social, que a apresentação do saber na escola se dá num tempo
organizado sob a forma de horários, turnos, ciclos, sessões, encontros, seminários, etc., que o
tempo é organizado nos limites físico-pedagógicos: salas de aula, auditórios, recreios,
quadras, campos, bibliotecas, permitindo o sujeito uma re-significação do espaço escolar,
garantindo o direito de seus alunos ao conhecimento e ao desenvolvimento cultural.
Faz parte do projeto político pedagógico da escola a participação em diferentes
instâncias política tais como: Congresso Político Pedagógico realizado de dois em dois anos
pela comunidade escolar e pais de alunos; conselho de Classe com participação de alunos,
coordenadores e professores; o diálogo como forma de promover a disciplina e a solução de
conflitos; festival de poesias com confecção de livros com as poesias criadas pelos alunos;
festival de dança; mostras musicais; eventos esportivos e culturais, enfatizando a ludicidade e
os valores de convivência; projeto Escola Aberta, projeto semipresencial (noturno), projeto de
musicalização, subsidio para excursões, aprovado no coletivo em assembléia escolar, quando
é retirada uma porcentagem da verba do “PAP” (projeto de ação pedagógica), para destinar
ás excursões de cultura e lazer no decorrer do ano letivo e destaco o Projeto Segundo Tempo,
que tratarei de forma mais específica no decorrer deste relato.
17
Citar um pouco da história da EMPTP tem o objetivo de levar ao leitor o
conhecimento e a compreensão da realidade e experiência de trabalho dessa escola. É
importante para o estagiário, profissional em formação, participar e se apropriar deste
conhecimento, para que possa entender, localizar, aplicar e ampliar seus conhecimentos
adquiridos através de matérias curriculares como: didática, estrutura, metodologia de ensino,
que torná-se concreto na prática de uma escola pública dinâmica.
Compreender esta dinâmica é outro desafio uma vez que em nosso cotidiano acontece
avanço e retrocesso. Apresentando a nossa realidade específica juntamente com o Programa
Segundo Tempo tenho a intenção de apresentar como o meu processo de formação e do
estagiário acontece no nosso dia-a-dia.
5 REALIDADE ESPECÍFICA – A ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR TABAJARA
PEDROSO E O PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
Temos uma proposta, partindo da trajetória da Educação Física e somando-se aos
objetivos do PST na EMPTP, que não está fechada e muito menos acabada.
Por isso, é bom lembrar que no final dos anos 70, com a retomada dos movimentos
sociais e a luta pela redemocratização da sociedade que durante longos anos viveu sob a
ditadura militar inicia-se um rico processo de problematização da prática social e pedagógica
no interior da escola de educação física. Surge uma linha progressista nesta área no sentido de
contrapor ao pensamento higienista, militarista e desportivista tão impregnados no seio das
atividades físicas e nos esportes. Sua função social passa a ser discutida bem como a
possibilidade de contribuição para a construção de uma sociedade humana, justa, democrática,
igualitária e por que não feliz.
Com esta nova concepção, a Educação Física ganha novo referencial quando ambos,
professor e aluno, tornam-se sujeitos sociais construidores de si mesmos e da história. Assim,
professor se iguala a educando e o aluno a educador (ATA CPP).
Dentro desta visão de historicidade, a cultura de movimento do aluno passa a ser
valorizada e aproveitada nas aulas de Educação Física e enriquecidas com outras vivencias
corporais traduzidas socialmente em um verdadeiro patrimônio cultural e corporal dos seres
humanos: a recreação, o lazer, os jogos, os esportes, a ginástica as danças, etc.
Nesse sentido, torna-se fundamental para a área de Educação Física a construção de
uma prática pedagógica que considere a escola um espaço amplo e democrático que permite
ao aluno expressar e ampliar seus movimentos. Movimentos estes que possuem significados
18
sociais, afetivos, cognitivos, expressivos, criativos, comunicativos, essenciais no processo de
formação do aluno.
A Educação Física, nessa perspectiva, tem seu eixo de atuação invertido,
estabelecendo um vínculo, não com o mundo do trabalho, mas com o mundo do lazer – que
deveria ter lugar no tempo disponível a que todos têm direito. Percebe-se, assim, que o lazer
que se inicia na escola, nas aulas de Educação Física, continua na comunidade, na rua no
clube, etc., na vida cotidiana do aluno. A função da Educação Física não mais se relaciona
com a produtividade do mundo do trabalho, mas com o ócio do mundo do lazer. Promove-se,
com isso, um tempo fundamental para o ser humano se colocar à disposição dele mesmo.
A partir dessa concepção a equipe de professores da Educação Física da EMPTP tem
contribuído para ampliar os objetivos do projeto-político-pedagígico desta escola, entre eles:
a) estudar, discutir e refletir a ação pedagógica dos conteúdos das atividades
corporais e a importância da Educação Física para o universo educativo dos
alunos:
b) proporcionar aos alunos a ampliação de seus conhecimentos de forma a aumentar
suas possibilidades de lazer, contribuindo desta maneira para a conquista de uma
melhor qualidade de vida;
c) contextualizar a cultura corporal numa visão histórica da própria realidade,
tornando o aluno agente de sua própria aprendizagem;
d) Incentivar a participação, a alegria, a cooperação, a coletividade e não só a
competição ainda mantida nos programas escolares até então;
e) buscar uma prática interdisciplinar através de trabalhos curriculares e
extracurriculares;
f) discutir a avaliação de forma a contribuir no processo educativo do aluno bem
como na reformulação constante do professor;
g) garantir aos alunos uma prática inserida nos domínios cognitivos, afetivo-social e
motor inerente ao seu total desenvolvimento.
O desenvolvimento do projeto da área de EF procura estar sempre em consonância
com o Projeto da escola de forma a garantir a participação dos alunos e comunidade nas
atividades propostas.
Chega o PST, com características e objetivos propostos numa concepção inovadora de
educação, indo ao encontro dos desafios de nossa escola, que desde o início de sua trajetória,
busca construir um currículo que forma cidadãos autônomos, críticos, transformadores.
19
O PST apresnta objetivos de inclusão, de ações democráticas, permitindo ao aluno o
exercício de sua cidadania, dentre outros. Possibilita aos sujeitos da aprendizagem (aluno e
professor) uma ação conjunta nos procedimentos do processo ensino-aprendizagem.
O mesmo consiste em um trabalho das práticas da cultura corporal de movimentos
humanos, expressos nos jogos, nas danças, nos esportes e nas ginásticas, através de um
contexto gerador de ações democráticas, com uma concepção de aulas aberta, com caráter
lúdico, que contemple o desejo e as necessidades de nossos alunos das instituições públicas.
Sendo assim, a EMPTP com o PST, tem mais chance atingir seus objetivos propostos.
O PST é desenvolvido em nossa escola por professores/coordenadores da área de Educação
Física e alunos estagiários do curso de Educação Física e Pedagogia. Foi idealizado pelo
Ministério do Esporte, destinado a democratiza o acesso á prática esportiva, com finalidade de
colaborar para a inclusão social, bem estar, desenvolvimento intelectual e humano, e
assegurar o exercício da cidadania. O público alvo prioritário são crianças, adolescentes e
jovens de 07 a 17 anos, matriculados no ensino fundamental e médio das escolas públicas de
educação do Brasil.
O programa foi criado para usar o esporte como ferramenta pedagógica e para evitar
que as crianças das comunidades mais carentes do país, foco do segundo tempo, ficassem nas
ruas em seu tempo livre.
As atividades esportivas culturais são desenvolvidas através de uma pedagogia de
transformação específica da didática do esporte, dos conteúdos e métodos de ensino,
vivenciados dentro de um processo educacional mais amplo e abrangente.
Os professores coordenadores e estagiários por sua vez têm o compromisso de
contribuir com a formação de alunos mais conscientes de sua cidadania, em planejar e
diversificar suas aulas, oferecendo-lhes uma pedagogia para além das quadras, ou seja, para
sua vida fora da escola.
Dentro destas novas perspectivas, o esporte nesse programa deve ser regido por
princípios próprios e diferenciado dos esportes de alto rendimento, com características de
seletividade, garantindo assim, a participação de todos os alunos de forma significativa,
enfatizando solidariedade, respeito, cooperação, dentre outros valores.
O PST nessa linha, aponta para uma educação libertadora, inclusiva, igualitária e de
qualidade por meio da pratica esportiva escolar, princípios também definidos pelos docentes
dessa escola.
O Programa teve inicio na escola no ano de 2004, através de uma carta enviada pela
Secretaria Municipal de Esportes de Belo Horizonte, convidando-nos a participar . O corpo
20
docente foi unânime na aceitação, desde que as atividades relacionadas ao programa fossem
nos interturnos evitando o prejuízo ás aulas curriculares e que as mesmas pudessem ser
realizadas em um espaço adequado, com qualidade e segurança que é a nossa quadra coberta
Passamos a receber os módulos de estudos, convites para reunião de capacitação e os
estagiários de EF e pedagogia, ficando assim o programa implantado.
Depois de entrevistados os alunos estagiários, verificando disponibilidade de tempo
para realizar o trabalho, área de interesse, expectativas, conhecimento do programa,
apresentamos nossa escola: espaços físicos, diretores, coordenadores, professores,
funcionários, alunos e nossa proposta pedagógica.
Construímos nosso planejamento dentro das possibilidades e da realidade da escola,
socializando o conhecimento adquirido e distribuindo as tarefas.
Foi feita a divulgação do programa através de cartazes e faixas, ficha de inscrição e
cartas aos pais, organização do material esportivo e forma de utilização, planejamento das
atividades e manutenção do programa passam a fazer parte da nossa rotina de trabalho.
6 ANÁLISE
Mesmo com todo o cuidado na implementação do Programa e na atenção aos
estagiários, na realidade, não conseguimos atingir o objetivo esperado. Convido-os a observar
e a analisar, comigo, os aspectos positivos e negativos do nosso trabalho, destacando a
questão da formação do estagiário.
Os aspectos positivos que destaco, entre outros, são:
a) proposta inovadora quanto a sua metodologia, indo de encontro ao projeto
político-pedagógico da escola, quanto aos objetivos de uma educação inclusiva
igualitária, democrática e libertadora;
b) ampliação do tempo escolar do aluno;
c) possibilidade de ampliar inclusão de outros esportes além do futebol, de forma
participativa espontânea;
d) interação dos alunos dos diferentes turnos da escola e de diversos segmentos
envolvidos para a realização do programa;
e) oportunidade de capacitação tanto para os professores de EF da escola quanto para
os estagiários;
21
Estes aspectos contribuem para a continuidade da formação do estagiário
uma vez que é uma proposta atual e dinâmica. Trabalha com alunos motivados que
participam da atividade por interesse, por opção. O trabalho permite uma
diversificação no desenvolvimento das atividades e divulgação em outros espaços.
Os aspectos negativos observados são:
a) falta de disponibilidade de horário dos professores limitando o tempo para estudos,
uma vez que todas coordenadoras possuem uma jornada dupla de trabalho;
b) demora na contratação dos estagiários;
c) falta de espaço no contra turno, uma vez que o espaço físico na escola é todo
absorvido pelos turnos;
d) falta de comunicação direta na coordenação da Secretaria de Esportes e os
professores coordenadores;
e) perda de capacitação ou informes sobre o programa devido a falhas na
comunicação;
f) atraso no pagamento dos estagiários, provocando aparente desmotivação;
g) atraso na merenda e falta de diversificação da mesma;
h) ausência da comunidade escolar quando solicitada;
i) falta disponibilidade do estagiário;
j) falta de um entrosamento entre a equipe docente do Programa, o que prejudicou
alguns dos objetivos propostos nos planejamentos, como estudar e discutir a ação
pedagógica dos conteúdos das atividades corporais e a importância da EF para o
universo educativo dos alunos, bem como buscar uma prática interdisciplinar
através de trabalhos curriculares e extracurriculares;
k) limitação das práticas aos domínios afetivo-social e motor inerente ao total
desenvolvimento dos alunos, sem que fosse bem desenvolvida uma prática inserida
nos domínios cognitivos;
l) falta de consonância entre o desenvolvimento do projeto da área de Educação,
dentro do Programa Segundo Tempo, e o Projeto Global da escola, de uma forma
que pudesse garantir a participação dos alunos e da comunidade nas atividades
propostas.
m) falta de perseverança e freqüência dos alunos.
22
n) desmotivação das meninas na participação do projeto ou falta de incentivo do
estagiário para que as mesmas participem.
Retomando ao trabalho Relato de Experiência, que tem como objetivo fazer uma reflexão
crítica sobre a formação do futuro profissional de Educação Física inserido no PST percebo, o
quanto é difícil modificar a estruturação de um profissional e quando esta estrutura é baseada
em um contexto rígido, militar, disciplinar e formador. Portanto o processo é lento.
Quando cito a estruturação do profissional em Educação Física no
Brasil ao longo das quatro primeiras décadas do século XX, através de instituições militares e
hoje, em pleno século XXI, quando atuo em uma escola pública democrática e inclusiva
deparo com comportamentos diversos como: tratamento autoritário com os alunos e
professores, tomada de decisão sem esclarecimento e clareza das atitudes, assembléias
esvaziadas para votar em projetos de grande interesse da comunidade escolar, investimentos
de trabalhos de formação sem continuidade dos mesmos, oficinas e projetos realizados no
interior da escola sem apresentação e avaliação através de registros antes, durante e após a
apresentação dos mesmos, me pergunto, onde está a falha.
Onde está a falha, onde é necessário atuar para ter um trabalho que
provoque e contribua para a transformação não só dos alunos, mas de toda comunidade
escolar, para um mundo melhor, uma vida melhor, mais consciente, participativa, ativa,
questionadora, atenta às mudanças sociais, atenta às mudanças que ocorrem no interior da
escola e que possam intervir de forma organizada, para o bem estar de todos.
Avalio que a questão do estagiário de Educação Física, não deve ser diferente
do professor em atuação. Elas se misturam e contrapõem. Se ignorar a estabilidade já
conquistada pelo professor, o domínio e compreensão adquiridos no espaço de atuação,
estagiário e professor se equiparam profissionalmente.
O que gostaria de estar compartilhando com o leitor é que, parece que, tudo
começa com uma formação inicial deficiente que, organizada em um currículo por disciplinas,
transmite ao acadêmico um conjunto de conhecimentos básicos, estimula uma forma de
pensar e um modo de trabalhar que o profissional em formação, na sua imersão constante no
mundo do trabalho e com as experiências de formação permanente, vai substituindo ao longo
de sua trajetória de trabalho. A experiência, a prática e a formação vão preenchendo os vazios
deixados pelo currículo, tanto no plano de conteúdos, como na forma de pensar a disciplina e
o papel do professor. Portanto, a formação é um processo contínuo que começa na fase de
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motivação para a carreira, passa pela formação inicial e pela formação em serviço e
permanece aberta até a aposentadoria.
Finalizo, deixando neste registro de relato de experiência, reflexos sobre a
minha preocupação citada inicialmente sobre a formação do estagiário de Educação Física.
Espero ter oportunidade de dialogar com todos que tiver acesso a este documento e que
possamos dar continuidade a este trabalho através da pesquiça-ação, que acredito ser uma
prática pedagógica em Educação Física que provocará mudança numa perspectiva crítica.
Deixo ainda registrado o desejo para que o sucesso do PST na escola se
concretize no seu dia-a-dia, que seja real nas ações, nas atitudes. Porém, existem muitas
dúvidas e conflitos que devem ser sanados com tivermos mais disponibilidade de tempo.
Disponibilidades de tempo para o diálogo, para as leituras e re-leituras de
autores que nos ajudam a refletir sobre a nova perspectiva na concepção do profissional de
educação física, a partir da entrada das ciências sociais e humanas no processo de produção de
conhecimento no campo da EF, disponibilidade para encontros, formação de grupos de
estudo, intercâmbio com outras escolas que realizam o programa, etc.
7 CONCLUSÃO
Concluo, através deste relato de experiência, que o Programa Segundo Tempo tem
sido muito importante para a concretização das propostas curriculares da Escola Municipal
Professor Tabajara Pedroso, como: inclusão, formação, socialização, participação, construção
do conhecimento, interdisciplinaridade, oportunidades de vivenciar novas propostas de
trabalho dentro de uma perspectiva democrática, etc.
Mesmo com todas as dificuldades encontradas no nosso cotidiano escolar, estamos
atentos à explosão dos cursos de Educação Física, injetando, no mercado de trabalho, mais
profissionais da área, o mesmo que ocorreu ao final da década de 70. Diante disso, a Escola se
propõe estar aberta à participação de estagiários que desejam ter uma experiência na área de
Educação Física Escolar. Esses estagiários, vivendo momentos de transição no currículo da
sua escola de origem, chegam a nós, professores coordenadores, visando somente o tempo de
estágio e a oportunidade de ser remunerado. Com o envolvimento no projeto da escola, não
mais permanecem os mesmos, aprendem como é importante transmitir o conhecimento
adequado para os alunos e desenvolver novas atividades, que eles não têm durante as aulas
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curriculares. A partir dessa avaliação, pode-se dizer que o trabalho, além de ser realizado com
muita seriedade e dedicação, consegue alcançar resultados positivos na formação do
estagiário. No entanto, a preocupação com a formação continua, uma vez que esse estagiário
ainda não está plenamente preparado e capacitado, fazendo-se necessária uma constante
atuação dos coordenadores junto aos estagiários, com o objetivo de garantir uma boa
qualificação, sem, contudo, agredir a sua alto-estima e suas competências já adquiridas e
acumuladas.
Quanto a mim, desejo continuidade, propondo-me a fazê-lo através da pesquisa-ação,
que acredito poder indicar um caminho mais efetivo. Isto porque, nessa perspectiva,
procurarei vincular o conhecimento da realidade da prática à ação, além de participar como
um sujeito pesquisador da minha própria prática.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATA do Congresso Político Pedagógico da Escola Municipal Professor Tabajara Pedroso, 1998. BRACHT, Valter. A prática Pedagógica em Educação Física: A mudança a partir da pesquisa-açao. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.23, n.2, p.9-29. Editora Autores Associados. Campinas, janeiro 2002. BRASIL. Ministério do Esporte. Capacitação Continuada. Esporte Escolar. Módulos 1-6. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, l992. MÓDULOS I A VI DO CURSO DE CAPACITAÇÃO CONTINUADA EM ESPORTE ESCOLAR. Brasília, Centro de Educação a distância. MOLINA NETO, Vicente. A formação Profissional em Educação Física e Esportes. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 19, 1, set./97. PREFEITURA MUNICIPAL DE HORIZONTE. Secretaria Municipal de Planejamento. Planejar BH, Belo Horizonte, ano 2, n. 8, ago. 2000. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE. Campinas: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, 1979.