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PROGRAMA DE MESTRADO EM GESTÃO E PRÁTICAS EDUCACIONAIS (PROGEPE) LINHA DE PESQUISA E DE INTERVENÇÃO EM PRÁTICAS POLÍTICO-SOCIAIS
A formação de professores: pesquisa e intervenção com base na ação-reflexão-ação de Paulo Freire
BRANTES, Kelly Cristina MERLI, Angélica Almeida
RIBEIRO, Iara Sousa STANGHERLIM, Roberta
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OBJETIVO
Apresentar o percurso metodológico de três projetos de pesquisa e intervenção em andamento, orientados pela perspectiva da “ação-reflexão-ação” de Paulo Freire.
São 2 os aspectos para a reflexão e a análise aqui
pretendidas: Dimensões que abrangem possíveis fragilidades e
potencialidades existentes na formação dos professores e que podem contribuir ou não para a sua prática, tendo em vista as temáticas específicas de cada um dos projetos;
Avanços apresentados pelas professoras no que diz respeito à valorização da formação para a reflexão sobre suas próprias concepções e práticas docentes, tendo em vista sua participação na pesquisa e intervenção fundamentada na ação-reflexão-ação.
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IDEIAS INICIAIS
A investigação-intervenção proposta nessas pesquisas tem buscado elaborar estratégias de levantamento e de análise de dados que, no processo investigativo, possibilitem partir das práticas escolares, problematizar, refletir, elaborar sínteses e voltar a essas práticas com conhecimentos (re) construídos e sistematizados em diálogo com os professores participantes das pesquisas e com as referências teórico-metodológicas que fundamentam os estudos em andamento.
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Os projetos convergem entre si no tocante à preocupação com a formação de profissionais que atuam na Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino médio.
A metodologia investigativa-interventiva, na perspectiva da ação-reflexão-ação, também aproxima os projetos.
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FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA CONTEMPORANEIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Gatti (2010): a formação de professores proposta pelos cursos analisados não é suficiente para o docente vir a planejar, ministrar e avaliar atividades de ensino para os anos iniciais do EF e para a educação infantil. Evidenciou-se ainda desequilíbrio entre teoria e prática. Fragmentação na formação: separação entre formação disciplinar e formação para a docência. Falta de integração entre ensino-pesquisa-extensão.
Oferta de uma gama cada vez maior de cursos pautados no discurso da meritocracia, qualificação, capacitação e aperfeiçoamento com a finalidade de atender a exigência de certificação dos profissionais da educação.
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A PESQUISA E INTERVENÇÃO NA PERSPECTIVA DA AÇÃO-REFLEXÃO-AÇÃO DE PAULO FREIRE
“A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. [...] O que se precisa é possibilitar, que, voltando-se sobre si mesma, através da reflexão sobre a prática, a curiosidade ingênua, percebendo-se como tal, se vá tornando crítica. [...]. A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer”. (FREIRE, 1996, p. 42-43)
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PROCESSOS DE REFLEXÃO CRÍTICA
Contreras (2002), com base em Giroux, explica que a ideia dos professores como intelectuais permite:
Entender a prática docente como trabalho intelectual e não como mera tarefa mecânica;
Compreender que a prática docente se relaciona com a cultura escolar e não escolar presente na vida cotidiana e;
Considerar que é preciso construir, na relação entre os docentes, com os discentes e comunidade, bases para o desenvolvimento do saber crítico comprometido com a própria transformação social.
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AS PESQUISAS
Utilização dos espaços de ATPC e JEIF para o desenvolvimento de processos formativos pautados na reflexão crítica sobre a prática;
Coordenador/pesquisadora e diretora/pesquisadora: estabelecer o distanciamento necessário para sistematizar o conhecimento em processo de construção. Professora desenvolve sua pesquisa em escola com a qual não possui vínculo profissional.
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INSTRUMENTOS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS
Roteiros de observação,
Registro em diário de bordo,
Questionário semiestruturado.
Entrevistas audiogravadas em grupo, em duplas, individuais,
Análise de documentos e registros produzidos nas unidades escolares.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DAS PESQUISAS
Levantamento de temas a serem discutidos nos encontros de formação.
Desenvolvimento do processo formativo de forma a vivenciar com os grupos os seguintes momentos:
Refletir - o grupo de professores expõe o que pensa a respeito do tema proposto pela pesquisadora;
Problematizar - o grupo é estimulado pela pesquisadora a refletir, discutir e analisar sobre o que foi dito/refletido;
Sistematizar - o grupo, junto com a pesquisadora, elabora sínteses sobre o que foi refletido e problematizado, ou seja, sistematiza o conhecimento construído naquele processo formativo. Para isso, são usados diferentes recursos que atendam a especificidade de cada encontro: artigos científicos, materiais audiovisuais que tratam do tema ou mesmo registros impressos e /ou audiovisuais que foram produzidos na escola.
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CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE REGISTRO DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
6 professoras de um grupo docente com 29 estão participando da pesquisa, onde o foco de reflexão e análise é o registro na e da prática docente.
Resistência para registrar: burocratização das práticas. CP realiza observações em sala de aula, dá a devolutiva às
professoras observadas, e depois compartilha as observações e reflexões feitas na devolutiva com o grupo de JEIF.
Nas devolutivas, estabelece-se um diálogo com base nas observações da coordenadora-pesquisadora e das professoras, buscando refletir o planejado, o desenvolvido, o avaliado e o registrado. Trocas entre as professoras. Repensar a prática.
Conversas informais: professoras apontam alguns aspectos sobre os quais têm refletido em decorrência das observações e devolutivas feitas pela CP.
Proposta: desafio para a coordenação. Mudanças na prática da CP e das professoras.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Modelo tecnicista de formação de professores: não propicia o pensar reflexivo sobre a própria prática.
Constata-se, de um lado que esses professores ainda sofrem forte influência de uma formação tecnicista que impacta nas concepções e práticas docentes e, por outro lado verifica-se que valorizam e se sentem valorizados quando são instigados a refletir sobre as concepções e práticas no espaço coletivo de formação continuada em serviço. Nesse sentido, compreende-se a possibilidade de a formação poder contribuir com o desenvolvimento profissional do professor como intelectual crítico.
Torna-se fundamental valorizar os processos formativos como espaço de investigação e reflexão sobre as práticas, criando condições para que o compartilhar de experiências aconteça, ou seja, que os saberes da experiência feitos (FREIRE, 1996) possam dialogar com os conhecimentos científicos e que o processo reflexivo parta das práticas e volte a elas transformando-as.
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REFERÊNCIAS AGUIAR, Márcia A. da S; BRZEZINSKI, Iria; FREITAS, Helena C. L.; SILVA, Marcelo P. da; PINO,
Ivany R. Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia no Brasil: disputas de projetos no campo da formação do profissional da educação. In. Educação e Sociedade, Campinas, vol.27, n.96- Especial, p.819-842, out.2006.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental- 1ª a 4ªséries- 1º e 2º ciclos. Temas Transversais. Volume 10.2 de Orientação Sexual e Pluralidade Cultural. Brasília: MEC/SEB,1997.
BRZEZINSKI, Iria. Políticas contemporâneas de formação de professores para os anos iniciais do ensino fundamental.In: Revista Educação e Sociedade. Campinas, vol. 29, n. 105, p. 1139-1166, set./dez. 2008. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br
CONTRERAS, José. Autonomia de professores. Tradução Sandra Trabucco Valenzuela. 2.ed. - São Paulo: Cortez, 2002
FREIRE. Paulo. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977. ______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra,1996 ______. Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 1997 ______.Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 1ªed. São Paulo: Olho d´Àgua, 2009. ______. SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 13.ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra,
2011. GATTI, Bernadete A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. In: Educação e
Sociedade., Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, out.-dez. 2010.Disponível em: http://www.cedes.unicamp.br
GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.
NÓVOA,Antonio. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote,1992. SARMENTO,M.J. Profissionalidade. Porto: Porto,1998.
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