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ISSN 2176-1396 A GESTÃO DO CONHECIMENTO E O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS (NTS) EM SALA DE AULA: UMA CONTRIBUIÇÃO À SALA DE AULA, UTILIZANDO GEOTECNOLOGIAS ÀS CIÊNCIAS NATURAIS E DA TERRA Reginéa de Souza Machado 1 - IAP-Faculdade Evandro Lombardi 2 - IAP-Faculdade Evelyn Damasceno Silva de Freitas 3 - IAP-Faculdade Eixo Educação, tecnologia e comunicação Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Este trabalho pretende fornecer possibilidades teóricas e uma contribuição a práxis do professor dentro da sala de aula através de um aplicativo em geoprocessamento. Ao acompanhar turmas de graduação em Pedagogia de uma instituição particular da região de Maringá-PR nas discussões sobre planejamento de aulas na área de ciências naturais e da Terra, percebeu-se o desconhecimento do uso de softwares de geotecnologia e suas múltiplas aplicações. Objetivou- se, assim, oferecer uma contribuição, através da Geotecnologia, especialmente nas áreas de Biologia e Geografia, que utilizam imagens para a interpretação e intervenção do cotidiano, do uso de novas tecnologias que auxiliassem, de maneira intuitiva, reunir gratuidade e dados suficientes a uma (re)leitura do ambiente, permitindo que o aluno pudesse gerir essas informações, usando-o como ferramenta no processo de aprendizagem. Neste sentido procuramos oferecer uma busca por um software que possa ser utilizado na área segundo critérios de análise específicos, explorando a multidisciplinaridade, construindo novas formas de ensino e aprendizagem. Para tanto, oferecemos uma análise do Software Google Earth Engine, com possíveis encaminhamentos para uso em sala de aula, no monitoramento das diversas informações, que permitiriam estudar o ambiente físico e biológico. Essa contribuição não pretende formulação de planos e estratégias pedagógicas, mas a discussão e apreensão do uso que pode ser feito de novas tecnologias. É perceptível a contribuição que o software pode oferecer como apoio a sala de aula, especialmente linkado a um planejamento eficiente, com objetivos definidos e realizáveis. A sala de aula é carente desses recursos, especialmente no que diz respeito a relação professor e aluno, que sai fortalecida com uma experiência que une novas 1 Mestranda em Gestão do Conhecimento nas Organizações - UNICESUMAR. Professora da Faculdade Adventista Paranaense (IAP-Faculdade). Bolsista PROSUP-CAPES E-mail: [email protected]. 2 Mestrando em Educação - UNOESTE. Professor da Faculdade Adventista Paranaense (IAP-Faculdade). Bolsista PROSUP-CAPES. E-mail: [email protected]. 3 Mestranda em Gestão do Conhecimento nas Organizações - UNICESUMAR. Professora da Faculdade Adventista Paranaense (IAP-Faculdade). E-mail: [email protected].

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ISSN 2176-1396

A GESTÃO DO CONHECIMENTO E O USO DE NOVAS

TECNOLOGIAS (NT’S) EM SALA DE AULA: UMA CONTRIBUIÇÃO À

SALA DE AULA, UTILIZANDO GEOTECNOLOGIAS

ÀS CIÊNCIAS NATURAIS E DA TERRA

Reginéa de Souza Machado1 - IAP-Faculdade

Evandro Lombardi2 - IAP-Faculdade

Evelyn Damasceno Silva de Freitas3 - IAP-Faculdade

Eixo – Educação, tecnologia e comunicação

Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Este trabalho pretende fornecer possibilidades teóricas e uma contribuição a práxis do professor

dentro da sala de aula através de um aplicativo em geoprocessamento. Ao acompanhar turmas

de graduação em Pedagogia de uma instituição particular da região de Maringá-PR nas

discussões sobre planejamento de aulas na área de ciências naturais e da Terra, percebeu-se o

desconhecimento do uso de softwares de geotecnologia e suas múltiplas aplicações. Objetivou-

se, assim, oferecer uma contribuição, através da Geotecnologia, especialmente nas áreas de

Biologia e Geografia, que utilizam imagens para a interpretação e intervenção do cotidiano, do

uso de novas tecnologias que auxiliassem, de maneira intuitiva, reunir gratuidade e dados

suficientes a uma (re)leitura do ambiente, permitindo que o aluno pudesse gerir essas

informações, usando-o como ferramenta no processo de aprendizagem. Neste sentido

procuramos oferecer uma busca por um software que possa ser utilizado na área segundo

critérios de análise específicos, explorando a multidisciplinaridade, construindo novas formas

de ensino e aprendizagem. Para tanto, oferecemos uma análise do Software Google Earth

Engine, com possíveis encaminhamentos para uso em sala de aula, no monitoramento das

diversas informações, que permitiriam estudar o ambiente físico e biológico. Essa contribuição

não pretende formulação de planos e estratégias pedagógicas, mas a discussão e apreensão do

uso que pode ser feito de novas tecnologias. É perceptível a contribuição que o software pode

oferecer como apoio a sala de aula, especialmente linkado a um planejamento eficiente, com

objetivos definidos e realizáveis. A sala de aula é carente desses recursos, especialmente no que

diz respeito a relação professor e aluno, que sai fortalecida com uma experiência que une novas

1 Mestranda em Gestão do Conhecimento nas Organizações - UNICESUMAR. Professora da Faculdade

Adventista Paranaense (IAP-Faculdade). Bolsista PROSUP-CAPES E-mail: [email protected]. 2 Mestrando em Educação - UNOESTE. Professor da Faculdade Adventista Paranaense (IAP-Faculdade). Bolsista

PROSUP-CAPES. E-mail: [email protected]. 3 Mestranda em Gestão do Conhecimento nas Organizações - UNICESUMAR. Professora da Faculdade

Adventista Paranaense (IAP-Faculdade). E-mail: [email protected].

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tecnologias e gestão do conhecimento. Torna-se fundamental aproveitar os recursos das novas

tecnologias a uma melhor compreensão e intervenção de seu próprio ambiente, das múltiplas

formas de análise e depuramento das informações.

Palavras-chave: Gestão do Conhecimento. Novas tecnologias. Geoprocessamento. Sala de

aula.

Introdução

Do ponto de vista social, nossa sociedade exige pessoas muito diferentes das que até

agora haviam, pois a forma como ressignificamos as coisas ao nosso redor mudou (DAVIES,

MARQUES & SILVA, 1997; MARQUES, 2002; OLIVEIRA, MARIN, PIRES, FRIZZO,

RAVANELLO & ROSSATO, 2002). Esse choque do conhecimento adquirido e daquele

ressignificado começa na escola.

Essa sociedade do consumo, se mostra estranha ao mundo do trabalho, exigindo dos

estudantes um comportamento com relação ao conhecimento que se choca com o obtido nas

escolas (NEVES, 1992; POLANYI, 2000). Essa situação acaba por produzir uma percepção de

abandono da significação do por que estudar, com alunos pouco interessados por sua formação

acadêmica. Essa problemática acaba por identificar o professor como alguém cada vez menos

como autoridade a ser seguida. Essas características fazem com que o atual modelo de ensino

aprendizagem não pareça eficaz, provocando nos alunos a rebeldia e/ou apatia tão comuns em

salas de aula (SANTOS & SOARES, 2011). Esse choque do conhecimento, transitando entre a

escola e a sociedade, tem seu ápice no mundo tecnológico.

Em nosso contato com os professores e alunos das áreas de Ciências Naturais, no

acompanhamento de estágio com turmas de Pedagogia de uma faculdade particular da região

de Maringá; podemos perceber o desconhecimento das ferramentas de geotecnologias e a

carência no uso de novas tecnologias (NT’s). Percebemos um distanciamento entre o que se

aprende em sala de aula, com aquilo que se vislumbra no cotidiano. Muitos deles nos

confessaram que tudo o que aprendem, deve ser aprendido pois “cai no vestibular ou no

ENEM”. Essa mesma condição nos foi retratada pelos professores, que estão carentes de

sugestões de como conduzir determinados temas. Essa situação nos levou a estudar um meio

de relacionar e dar significado a uma área fundamental para a efetiva cidadania, que é a forma

como utilizamos o meio ambiente, e oferecer uma contribuição à sala de aula usando o que há

de mais moderno em informações, reunidas pelas NT’s, que pudessem ser transformadas em

conhecimento enquanto geridas pelos próprios alunos.

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1680

Ensinar e aprender, então, estão sendo discutidos para uma sociedade carente, não mais

de informação, pois esta está disponível on-line, mas de atribuir significado ao que se observa.

Muitos são os pesquisadores em educação que têm proposto novas teorias sobre o aprender e o

ensinar. Em suas pesquisas, alguns discordam, outros sugestionam e questionam sobre as

práticas metodológicas em educação. Mas há uma característica que permeia esses discursos:

cada um aprende de uma forma diferente dos demais (DELEUZE, 2003; PENNAC, 2009).

É preciso sugestionar novas formas de aprender, de maneira a fornecer ferramentas para

um novo ensinar, pois conforme aponta Witgenstein (apud DUARTE JUNIOR, 1984, p.27) “os

limites de nossa linguagem denotam os limites de nosso mundo”. Esse processo não pode ser

imposto aos professores, mas negociado, mostrando-se as benesses relativas ao aprendizado.

Como afirma Almeida e Valente (2005, p. 8), o “uso das Novas Tecnologias da Informação

(NT’s) e Comunicação impõe mudanças nos métodos de trabalho dos professores, gerando

modificações no funcionamento das instituições e no sistema educativo”.

Para tanto, nosso objetivo é fornecer uma contribuição à sala de aula, utilizando NT’s

de forma significativa através de um software educacional. Este conceitua-se como um

“produto [...] adequadamente utilizado pela escola, mesmo que não tenha sido produzido com

a finalidade de uso no sistema escolar” (OLIVEIRA, 2001, p. 73).

É preciso ampliar a forma como a comunicação dos conteúdos disciplinares vem sendo

realizada. É preciso ressignificar esse aprendizado num momento de questionamento sobre sua

real importância, pois os jovens possuem um acesso ilimitado a informação, mas possuem

grande dificuldade em transformá-la em conhecimento. Mesmo quando as notícias são

explicitadas, possuem grande dificuldade em filtrar tudo o que os rodeia, construindo inclusive,

uma terminologia específica para esse fato, as fakenews. Essa situação, torna complexa a real

significação do chamado conteúdo disciplinar, aplicando-o a uma prática do cotidiano do aluno,

capaz de fazê-lo compreender como intervencionar nesse ambiente, seja para preservá-lo, seja

para planificá-lo à ocupação humana.

A educação, nos moldes como está formatada em nossos dias, sofre muito com esse

quadro. Como boa parte dos professores acaba por optar por uma educação, em sua maioria,

distante de práticas, até mesmo as relacionadas com a vida social, os alunos acabam por se

distanciar da compreensão dos conteúdos e não relacioná-los com suas práticas cotidianas.

Convertendo informação em conhecimento

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É inegável o paradoxo estabelecido em nossos dias, onde cada vez mais as pessoas

possuem dificuldades de aprender o que a sociedade do trabalho exige; enquanto que, a oferta

de conteúdos on-line é extensa e supera o que um indivíduo consegue esgotar no período de um

dia. A julgar pelos índices decrescentes em interpretação de texto, matemática e conhecimento

das ciências naturais, entendemos que a escola não tem cumprido seu papel de agente formador.

Mas como essa sociedade da aprendizagem (POZO, 2002) lida com esse conjunto de

informações?

Exige-se então, indivíduos capazes de aprender cada vez mais de maneiras diferentes e

fora do ambiente formal escolar, formando uma cyber cultura, numa nova forma de receber,

reconhecer, ressignificar e gerir esse conhecimento, pois “o uso do computador pode se tornar

um grande aliado para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, viabilizando a realização de

novos tipos de atividades e de novas formas de pensar e agir”. (BALACHEFF & KAPUT,1996,

p.472).

As tecnologias da informação permitem criar novas formas de distribuir esse

conhecimento, manipulá-lo e compartilhá-lo, pois deseja-se que produza efeitos práticos a uma

sociedade carente de ações presentes. Assim, gerir o conhecimento é fundamental a estruturação

do que se recebe e a Gestão do Conhecimento (GC), torna isso possível. É preciso mencionar

que essa gestão ocorre também com o professor, pois precisa possuir definidos os objetivos na

utilização de softwares educacionais em seu planejamento. “A utilização de um software está

diretamente relacionada à capacidade de percepção do professor em relacionar a tecnologia à

sua proposta educacional” (TAJRA, 2001, p.74).

De modo geral, o conhecimento disponibilizado nas redes sociais e nos veículos de

busca e informação acabam por criar um cenário complexo, pois a informação aparece muito

desorganizada e miscigenada a tantos outros links de conhecimento que filtrá-lo já é tarefa

árdua, mas gratificante, pois aproxima o jovem da escola. Para Mercado (2002, p. 12): “A

incorporação das NT’s como conteúdos básicos comuns é um elemento que pode contribuir

para uma maior vinculação entre os contextos de ensino e as culturas que se desenvolvem fora

do âmbito escolar”.

A produção de conhecimento ocorre quando entendemos que a escola já não possui a

hegemonia de ser a única fonte relevante de conhecimento, não mais portando os únicos

materiais disponíveis para pesquisa ou possuindo as únicas vozes de tutores do conhecimento.

Há mais a ser explorado e aprendido.

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Quando usamos as NT’s como ferramenta na compreensão do mundo que nos rodeia,

passamos a gerir o conhecimento de maneira a manipulá-lo na busca por informações que

mudem o status quo, permitindo novas formas de abordagem e intervenção, ressignificando a

forma como lidamos com o conhecimento.

[...] a análise de um sistema computacional com finalidades educacionais não pode

ser feita sem considerar o seu contexto pedagógico de uso. Um software só pode ser

tido como bom ou ruim dependendo do contexto e do modo como ele será utilizado.

Portanto, para ser capaz de qualificar um software é necessário ter muito clara a

abordagem educacional a partir da qual ele será utilizado e qual o papel do computador

nesse contexto. E isso implica ser capaz de refletir sobre a aprendizagem a partir de

dois pólos: a promoção do ensino ou a construção do conhecimento pelo aluno

(VALENTE, 1997, p. 19).

A escola do novo século deve preparar o indivíduo a saber se apropriar, filtrando,

selecionando, questionando esse conhecimento. Dessa maneira, cria-se uma nova forma de

encará-lo na busca por respostas aos problemas cotidianos.

Novas forma de aprender e ensinar

Em nossa sociedade é crescente a procura por novas e eficazes formas, estruturas,

metodologias e práticas para um, cada vez maior, eficiente aprender e ensinar, especialmente

usando as NT’s, ampliando sua dispersão e proporcionando o afastamento de barreiras físicas

(BIZZOTO, 2000).

Essas NT’s permitem construir uma nova relação com o conhecimento, pois ampliam

os recursos a disposição e permitem coletar/analisar uma maior quantidade de informações.

Cabe ao educador proporcionar esse contato e depuramento da informação, não utilizando a

tecnologia apenas para receber informações, mas para lê-las, interpreta-las, pensa-las e na

discussão, criar alternativas com o objeto analisado (CHAVES, 2004).

Nesse processo de apropriação da informação, cresce também a motivação, pois agora

esse conhecimento (fornecido/mediado por tecnologia), permite análise e material para

interação entre os estudantes que buscam sua resolução. Quando trabalhamos questões

cotidianas, percebemos a potencialização da liberdade intelectual, a flexibilidade da utilização

de variadas fontes e a criatividade na proposição de alternativas as possíveis soluções ao

observado.

Quando as NT’s são acionadas, os limites da sala de aula são ultrapassados, e talvez,

um dos requisitos mais importantes, o biorritmo de cada um é respeitado. Mercado (2002, p.

131) amplia essa noção, pois o software educativo, “pode contribuir para auxiliar os professores

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na sua tarefa de transmitir o conhecimento e adquirir uma nova maneira de ensinar cada vez

mais criativa, dinâmica, auxiliando novas descobertas, investigações e levando sempre em

conta o diálogo”.

Uma contribuição à sala de aula

Essa contribuição foi elaborada em etapas de trabalho.

Etapa 1: Ao acompanhar as turmas de Pedagogia, no estágio em sala de aula, na área de

ciências naturais e da terra, tivemos a oportunidade de discutir a temática planejamento, e

oferecer o uso de softwares de geotecnologia. Causou-nos estranheza, os seguintes fatos:

a. O desconhecimento do uso desses softwares e sua aplicação a sala de aula;

b. Uma discussão mais ampla a respeito do uso de NT’s e da parceria dessas com o

conteúdo – cotidiano – aluno, ampliando a GC que esses poderiam fazer da informação, e de

sua transformação em conhecimento.

Importante frisar que as conversas ocorreram em ambiente informal (Tabela 1), relativas

ao planejamento das aulas de estágio e por isso, não são quantificadas nesse trabalho, que

pretende apenas apresentar uma colaboração à práxis do professor e uma discussão sobre a

temática do uso de NT’s à sala de aula. Um trabalho posterior será levado a efeito, coletando

dados para uma proposta mais ampla e com o sentido de oferecer um plano didático.

Tabela 1: Conversas de coleta do objeto de pesquisa

Escolas

Envolvidas

Nível Turmas Professores envolvidos Alunos envolvidos

Escola 1 EF II 2 2 68

Escola 2 EM 2 2 52

Fonte: Dados da pesquisa dos autores, 2017.

Com essa realidade percebida, nas conversas informais, procedeu-se as outras etapas de

construção desse trabalho.

Etapa 2: Busca por um software que possa ser utilizado na área de Ciências Naturais e

da Terra, especialmente em Geotecnologia. Para isso, elaborou-se os requisitos essenciais a sua

escolha:

a. Gratuidade;

b. Fácil utilização e/ou propriedades intuitivas de utilização;

c. Carregamento rápido e simplificado (baixa taxa de pixel);

d. Amplo espectro de utilização;

e. fidelidade das informações prestadas.

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Etapa 3: A busca por softwares que se encaixassem nesse panorama. O Ministério do Meio

Ambiente - MMA (BRASIL, 2005), através de sua página, já possui um mapa dos softwares

livres disponíveis, possuindo um modelo de classificação próximo ao elaborado para esse

estudo (Figura 1). O resultado aponta para a busca a novas ferramentas, mais intuitivas e com

maior número de informações disponíveis.

Figura 1: Softwares analisados pelo MMA

Programa Descrição Restrição

SPRING

Software nacional desenvolvido pelo INPE com

funções completas de geoprocessamento. Não

pode ser considerado a rigor como um software

livre, uma vez que o código fonte não está

disponível, mas foi incluído por ser gratuito e ter

um extenso parque instalado no Brasil e exterior.

- utiliza banco de dados próprio

-interface pouco intuitiva

JUMP

Visualizador com funções avançadas de edição de

dados vetoriais e cruzamentos espaciais entre

vetores. Desenvolvido em Java, pode ser

facilmente instalado em vários sistemas

operacionais.

-não acessa dados raster

diretamente

-não possuí boa impressão de

mapas

-dificuldade na manipulação de

grandes volumes de dados

QGis

Visualizador com vários plugins que adicionam

funcionalidades específicas como acesso a dados

de GPS, exportação para banco de dados PostGis,

conexão com GRASS, etc. A conexão com o

software GRASS possibilita seu uso como

substituto da interface gráfica original.

-não possui boa impressão de

mapas

-poucas opções de

exportação/importação de dados

OpenEv

Biblioteca de funções para processamento de

dados raster e vetoriais com um visualizador de

temas. A biblioteca GDAL é instalada junto com o

OpenEv, podendo ser utilizada na linha de

comando do sistema operacional.

-não possui boa impressão de

mapas

-interface pouco elaborada

-poucas opções de configuração

dos temas

Udig

Visualizador e editor de dados com ênfase no uso

de padrões abertos de acesso, como web services.

Possuí uma boa interface gráfica, com módulo

específico para geração de mapas. Importa dados

de vários formatos, incluindo bancos de dados

Oracle e PostGis.

-poucas opções de definição da

legenda

-não possui funções de análise

espacial

Ossim

(imagelinker)

Sistema de processamento de imagens de satélite

(imagelinker) baseado na biblioteca Ossim. Possui

várias funções como filtragem, mosaicagem,

linkagem de imagens, etc. Ossim é uma biblioteca

para o desenvolvimento de sistemas de

geoprocessamento

-não faz classificação de

imagens

-não trabalha com dados

vetoriais

Thuban

Visualizador com boas funções de definição de

legenda e consulta.

-não edita dados vetoriais

-não sistema de impressão de

mapas

Saga

Sistema com muitas funcionalidades incluindo

edição de dados, análise espacial, elaboração de

gráficos, elaboração de layout para impressão,

visualização em 3d, etc. Permite a criação de

módulos de análise espacial e seu

compartilhamento entre usuários.

-deficiências no módulo de

criação de layout

-não se conecta com PostGis ou

outro banco de dados

-não roda em Linux

TerraView

Visualizador completo desenvolvido pelo INPE

tendo como base a biblioteca TerraLib. Possuí

-ausência de módulo de

impressão

-utiliza um banco de dados

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1685

funções de análise espacial, consulta, importação

de dados, etc.

próprio, exigindo a importação

dos dados vetoriais.

Grass

É um sistema completo para processamento

incluindo dados vetoriais e raster.

- interface pouco amigável

- banco de dados próprio

Qvgis

Visualizador de dados geográficos em Java. - não tem saída para impressão

- não realiza análises espaciais

(overlays)

- não permite edição dos dados

Além do MMA, variados outros sites nos serviram de base de busca. Seguindo os

requisitos de escolha, foram analisados vários softwares, disponíveis em diversas plataformas

de base. Após a análise desses com os critérios elaborados, optou-se pelo Google Earth Engine.

Etapa 4: aplicar o software gratuito Google Earth Engine (GEE) as necessidades da sala

de aula e a multidisciplinaridade necessária a essa proposta. Esse software consiste num

sistema que organiza milhares de imagens, atuais e antigas, a fim de comparar e monitorar o

meio ambiente ao longo do tempo.

A plataforma foi construída para vários pesquisadores da área de geociências e facilita

o trabalho de mapeamento e interpretação de dados, sendo útil para verificar mudanças

climáticas, níveis de desmatamento, mapeamento de águas e, até mesmo, as consequências de

diversos desastres naturais (Figura 2).

Figura 2: Google Earth Engine

Fonte: https://earthengine.google.com/, 2017.

No youtube, existem tutoriais (em língua inglesa), que orientam novas formas de utilizá-

lo em sala de aula (GOOGLE, 2016).

Fonte: MMA/CGTI. , 2005. (Figura adaptada pelos autores)

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Com base no software, é possível analisar uma determinada área do globo, e poder

acompanhar sua evolução ao longo do tempo. O Google Earth mapeia o planeta, utilizando

fotos de satélite e posição de geoprocessamento (GPS).

O GEE as acumula ao longo do tempo, permitindo visualizá-las e perceber as alterações

no terreno (figuras 2 a 4). Tomemos por exemplo, a cidade sede de nossa pesquisa, Maringá,

no noroeste do Estado do Paraná.

Figuras 3, 4, 5 e 6: Maringá ao longo do tempo de 1994 à 2015

Maringá em 1984

Maringá em 1995

Maringá em 2005

Maringá em 2015

Fonte: https://earthengine.google.com/timelapse/, 2017.

Com o GEE, podemos perceber a evolução de nossa cidade ao longo do tempo,

percebendo as mudanças no terreno, a expansão humana e as rotações de cultura ao seu redor.

Outra frente de análise e subsídios para pesquisas é a função Timelapse, onde todas as imagens

ficam armazenadas ao longo do tempo e podem então ser fornecidas em modo visualização. O

GEE armazena imagens dos últimos 30 anos, permitindo ao aluno acompanhar, por exemplo:

Em Geografia: A expansão urbana, a área cultivável, o desvio de rios e córregos, as

mudanças climáticas, etc.

Em Biologia: O desmatamento, a dispersão de espécies nativas, a introdução de espécies

não nativas e sua interação, etc.

Outro recurso desse software livre é o datasets, um catálogo de dados público do GEE

que inclui uma variedade de conjuntos de dados geofísicos da Terra, como imagens dos

principais satélites disponíveis, análises geofísicas, dados de clima e tempo e densidades

demográficas.

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Outra ferramenta muito útil é que os dados podem ser importados para a montagem de

planilhas e catálogos de maneira muito intuitiva. Além disso, pode-se carregar seus próprios

dados, fornecidos por sua cidade/estado e compartilhá-los com outros grupos de pesquisa.

Na aba Casestudies, por exemplo, é possível acompanhar estudos de caso a respeito da

biodiversidade e da vegetação planetária (figura 7).

Figura 7: Abas do Case studies

Fonte: https://earthengine.google.com/case_studies/, 2017.

Assim, há uma variedade muito grande de informações, que servirão a

multidisciplinaridade das ciências biológicas e da Terra, e que pode ser observada e analisada

em diferentes projetos de pesquisa.

A expansão urbana pode ainda, ser tratada em outras áreas, como língua portuguesa, na

pesquisa que seguirá a que povos e regionalidades linguísticas, por exemplo, está ocupando

essas áreas. Em sociologia, sobre as localidades originais e intenções dos ocupantes emigrados.

Podem ser usados, caso se desabilite a tradução, os textos em língua Inglesa, para seu estudo

em grupo, por exemplo.

O uso de softwares auxilia na atividade de interação e percepção dos envolvidos em

relação ao conteúdo programático apresentado, que muda de mais um na lista de “conteúdos”

para possuir um significado na percepção das transformações sofridas pela região onde mora

ao longo do tempo. As NT’s, quando analisadas nesse sentido, como ferramenta, transformam

a informação em conhecimento, uma GC que valoriza e amplia o que se aprende.

Dessa análise, reside informar que trabalhos ou propostas de pesquisas em grupo, em

muito auxiliam nas descobertas de questões de análise de problemas reais, como infraestrutura,

ocupação humana, meio ambiente, planejamento urbano, etc.

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Nosso intento não é o de, nesse momento, orientar na produção de planos e projetos de

aula, pois o espaço não permite. Mas o de contribuir para o uso de novas formas de abordar

essas áreas, usando NT’s, na busca por um ensino que permita novas formas de aprendizagem

e interação com o conteúdo.

É importante ressaltar que essa forma de gerir o conhecimento, de uma GC, permitirá

novas interações, especialmente aos grupos de pesquisa, destinados a receber membros por sua

afinidade, não só com a temática, mas com as áreas do conhecimento reunidas para esse fim.

Resultados e Discussões

O ensino prático das geociências tem sido substituído por um acadêmico em sala de

aula. Nossa contribuição ocorre no sentido de auxiliar o professor numa ponte entre as NT’s, e

a GC, em paralelo com objetivos práticos para um ensino e aprendizagem de qualidade e

significação.

Na busca pela aplicação do uso do software, percebemos que sua utilização em sala de

aula ainda é um tanto tímida e de pouca abrangência, podendo em muito ser ampliada, o que

entendemos, ser fruto do desconhecimento de seus efeitos e usos técnicos. Ações nesse sentido

já se podem perceber pois,

o Google Earth Engine integra-se ao desenvolvimento curricular nas Escolas,

tornando-se uma ferramenta que possibilita aos professores a mediação do processo

de ensino-aprendizagem, e ajuda aos alunos a adquirir uma postura de aprendizes

pensadores/investigadores, diante dos conteúdos apresentados. Não substituindo as

aulas, mas acrescentando outro recurso didático, inovador e interessante para manter

a atenção do aluno, despertando sua curiosidade e vontade de aprender. (CANÃ,

ROSA & COSTELLA, 2015, p.554).

Há que se mencionar outro fator importante como, o uso da ferramenta em situações

fora do contexto regional do aluno. As sugestões de trabalhos escolares usando a ferramenta,

em sua maioria, são relativos a espaços que não são o do aluno, desprezando, por exemplo, sua

localidade ou seu estado de origem.

Ao explorar a temática mais atual, da ocupação e expansão humana, em relação ao meio

ambiente, o aluno inicia sua jornada a uma cidadania plena, de participação objetiva nas

decisões políticas de sua cidade/bairro. O uso de um software educativo, que possui essa

demanda, intuitivo, gratuito e que pode ser utilizado mesmo em um celular, é o de favorecer os

processos de ensino e aprendizagem em sua característica principal, de converter informação

em conhecimento, aplicando a esse, um caráter didático, de ferramenta. Segundo Chaves (2004,

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p.1): "[...] pode ser considerado software educacional aquele que puder ser usado para algum

objetivo educacional ou pedagogicamente defensável, qualquer que seja a natureza ou

finalidade para a qual tenha sido criado”.

Para tanto, por mais que a informação esteja em todos os lugares, escolher e gerenciar

essas plataformas tem sido muito complexo. Nossa contribuição age no sentido de informar e

prover um recurso que será utilizado como material didático, como um meio de ensino que

complementem e ampliem o trabalho feito em sala de aula.

Salientamos que o planejamento deve propiciar um start inicial, um gerador do debate,

como o uso de jornais e revistas da cidade a ser analisada, por exemplo, de porque meu bairro

está “superlotado” de pessoas? Por que a enchente arruinou somente essa área da cidade? Entre

outras questões, que poderão ser visualizadas e analisadas com o uso desse software. Como

reforça Vieira (2005, p.3), para que estas tecnologias “promovam as mudanças esperadas no

processo educativo, devem ser usadas não como máquinas para ensinar ou aprender, mas como

ferramenta pedagógica para criar um ambiente interativo”.

Quando professor e aluno ampliam o conteúdo programático, de forma a permitir uma

investigação mais dinâmica de sua condição social, há uma verdadeira colaboração intelectual.

Se essa contar com a mediação de tecnologia, linguagem a que os jovens possuem amplo

acesso, poderão dividir experiências das mais diversas. Quando esse ambiente é criado, os

problemas são agora resolvidos como parceria, transformando os agentes tradicionais em

gestores do conhecimento, um processo de colaboração que não tem fim.

O software educativo “é uma dessas ferramentas privilegiadas que podem integrar

favoravelmente o projeto pedagógico da escola, ampliando a efetividade do processo ensino

aprendizagem” (OLIVEIRA, 2001, p. 87). Esse ambiente de aprendizagem se desvincula do

conteúdo programático, pois o amplia, em muitas situações, quando o grupo recebe mais “mão

de obra” capaz de gestar ideias e questões de pesquisa, além de somar seu capital intelectual, a

construção de criativas formas de abordagem e resolução de problemas, pois age como

facilitador de uma aprendizagem com maior qualidade e permitindo um avanço

pedagógico da escola. Esses ambientes irão favorecer a comunicação, a cooperação e

colaboração entre professores e alunos, tornando esta nova maneira mais estimulante

e divertida (MERCADO, 2002, p. 134).

Uma GC cada vez mais, eficiente dos recursos e das ferramentas a sua disposição,

capacitando-o ao mundo do trabalho.

Considerações Finais

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Temos formado durante anos, alunos que não conseguem, por limitações que

permitimos existir, questionar o que veem, talvez por medo de serem, nesse processo,

questionados. Mas o que fazer? O aprender com significado só existirá num ambiente onde

professor e aluno estão pesquisando, debatendo e criticando esse saber. NT’s são bem vindas

não como algo estático e pronto, mas como algo que possa ser usado como ferramenta, que

possa dar significado as questões sociais, propiciando uma rela GC.

A sala de aula encontra-se carente de processos auxiliares, ferramentas que possam

ampliar o processo ensino e aprendizagem. Os alunos possuem grande apreço pelas tecnologias,

então unir NT’s e sala de aula, muito podem conferir ao processo e a relação professor e aluno.

Dentro de um planejamento eficiente, as NT’s irão contribuir para uma aprendizagem

efetiva, que deixa de ser enciclopédica e passa a permitir, de forma globalizada, uma ação

cidadã. Para isso, capacitar os professores é fundamental para o uso das NT’s, para que possam

julgar qual software deva ser utilizado de forma pedagógica, como recurso/ferramenta

pedagógica, e quais os objetivos a serem buscados.

Nosso objetivo imediato foi o de sugestionar um aplicativo que poderá ser muito

explorado no ensino e aprendizagem nas áreas de Biologia e Geografia, por exemplo; mas não

exclui a multidisciplinaridade de ações resultantes dos dados obtidos com o uso do software

GEE. Se utilizados de forma contextualizada com os conteúdos trabalhados em sala de aula e

com objetivos claramente estabelecidos pelos professores e equipe pedagógica da escola, essa

NT’s amplia a compreensão do ambiente e de suas transformações ao longo do tempo.

A medida que explora o ambiente virtual, as funções do software, o aluno é capaz de

interagir com as propriedades do conhecimento, estabelecer uma dialética necessária a GC; sua

gestão, que agora sofrerá o debate e a ressignificação necessária a uma nova postura diante do

problema.

Essa construção própria, carregada de significado, intencionalidade, faz com que os

alunos aprendam a valorizar o significado de outrem, da mesma forma que o desejam para si; e

assim (re)construir conhecimento a partir da análise do cotidiano, como elemento fundamental

a um país que precisa e muito, de inovações nas mais diversas áreas.

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