178
A Guerra Fria na África:

A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

A Guerra Fria na África:

Page 2: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 3: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Havia um motivo para o interesse dos países desenvolvidos pela África: as ditaduras africanas, miseráveis e violentas, eram excelentes compradoras de armas. Só por isso a África ganhou destaque durante a Guerra Fria. Na África, houve várias guerras de independência. Falaremos de algumas delas a seguir:

Page 4: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 5: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

A independência da Argélia:

• A Argélia foi dominada pelos franceses desde 1830. A partir da década de 1880, iniciou-se um processo de imigração francesa para o território argelino, ocupando as melhores terras, que passaram a ser destinadas à vinicultura. Os colonos franceses na Argélia, denominados pieds noirs (pés pretos), tinham condições de vida superiores às dos argelinos e o grau de discriminação era muito grande.

Page 6: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Durante a Segunda Guerra Mundial, a invasão da França pelos alemães provocou a divisão do território francês e a formação de dois governos: Paris ficou diretamente controlada pelos nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o governo colaboracionista do marechal Pétain. O general Charles de Gaulle comandava a França livre. A Argélia passou a responder ao governo de Pétain.

Page 7: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em 1945 ocorreram as primeiras manifestações pela independência — em razão da crise econômica do pós-Segunda Guerra na França, que nas áreas coloniais foi muito mais grave. Essas manifestações foram lideradas por muçulmanos, grupo religioso predominante na Argélia, mas foram prontamente sufocadas pelos franceses.

Page 8: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 9: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Quando os franceses foram derrotados pelos Vietnamitas na Guerra da Indochina, em 1954, ficou claro que seu poder havia enfraquecido. Nesse mesmo ano, a população muçulmana da Argélia, movida pelo nacionalismo islâmico, voltou a colocar se contra a França, através de manifestações que foram coibidas, mas que resultaram na criação da Frente Nacional de Libertação.

Page 10: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 11: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• A Frente Nacional de Libertação passou a se organizar militarmente para derrotar o domínio francês. No próprio ano de 1954 começou a guerra de independência. Em 1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os líderes da Frente foram capturados e levados presos para Paris, onde permaneceram até 1962.

Page 12: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• A violência praticada pelos franceses com a população civil na Batalha de Argel só fez aumentar ainda mais os descontentamentos dos argelinos.

• Em 1958 é proclamada a IV República francesa. O general De Gaulle sobe ao poder e recebe plenos poderes para negociar a paz com o Governo Provisório da Argélia, estabelecido no Cairo (Egito).

Page 13: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 14: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

General De Gaulle:

Page 15: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• As negociações de paz se estendem até 1962, quando foi assinado o Acordo de Evian, segundo o qual a França reconhecia a independência da Argélia, pondo fim à guerra que já durava oito anos.

Page 16: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 17: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

O fim do Império Colonial Português:

• Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações dos séculos XV, XVI e XVII. Em 1415, os portugueses iniciavam a conquista de novos mundos, com a tomada de Ceuta, no Norte da África. Durante o imperialismo, a partir de 1850, as colônias portuguesas ficaram reduzidas a Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e aos arquipélagos de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.

Page 18: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 19: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

A Independência de Angola:

Page 20: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em 1956, foi fundado o Movimento Popular pela Libertação da Angola, MPLA, que em 1961 desencadeou as lutas pela independência, sob a liderança do poeta Agostinho Neto.

Page 21: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Agostinho Neto:

Page 22: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Outros dois movimentos surgiram dentro do processo de lutas de independência: a União Nacional para a Independência Total de Angola, Unita, e a Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA.

Page 23: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em 1974, foi assinado o Acordo de Alvor, segundo o qual os portugueses reconheceriam a independência de Angola em 1975, e seria formado um governo de transição composto pelo MPLA, Unita e FNLA.

Page 24: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou então ajuda de Cuba e, em 1976, derrotou as forças da Unita e da FNLA, provocando uma guerra civil altamente destrutiva e cruel.

Page 25: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 26: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 27: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

A Independência de Moçambique:

• Em 1962, foi criada a Frente de Libertação de Moçambique, Frelimo, por Eduardo Mondlane, que iniciou as lutas pela independência.

Page 28: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Eduardo Mondlane:

Page 29: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Samora Machel, em 1969, assumiu a direção do movimento, que passou a disputar, através da guerrilha, o controle do território.

• Em 1975, Portugal reconheceu a independência da República Popular de Moçambique.

Page 30: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Samora Machel:

Page 31: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 32: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• A saída de Portugal abriu caminho para o surgimento de regimes comunistas em Angola e Moçambique, e para a deflagração de conflitos tribais em diversos países do continente. As disputas internas e regionais estimularam os governantes a investir em armas poderosas, apesar da situação de miséria de suas populações.

Page 33: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• O fim da Guerra Fria não mudou a situação no continente africano. O único fato de grande importância nos anos 90 foi o fim do regime racista da África do Sul e a ascensão ao poder do líder negro Nelson Mandela, em 1994. No aspecto político e econômico, a África não exercia influência no cenário internacional.

Page 34: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

África do Sul:

Page 35: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Apartheid (significa "vidas separadas" em africano) era um regime segregacionista que negava aos negros da África do Sul os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século XVII, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, o termo passou a ser usado legalmente em 1948.

Page 36: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem europeia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais. Entre as principais leis do apartheid, podemos citar:

Page 37: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• - Proibição de casamentos entre brancos e negros - 1949.- Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço) - 1950.- Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades - 1950

Page 38: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) - 1951- Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) - 1953- Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões - 1953

Page 39: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 40: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Bebedouro:

Page 41: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 42: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 43: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Este sistema vigorou até o ano de 1990, quando o presidente sul-africano tomou várias medidas e colocou fim ao apartheid. O grande líder da luta contra o Apartheid na África do Sul foi Nelson Mandela.

Page 44: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Seu nome verdadeiro é Rolihlahla Madiba Mandela. Principal representante do movimento antiapartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.

Page 45: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 46: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Nelson Mandela:

Page 47: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• De etnia Xhosa, Mandela nasceu num pequeno vilarejo na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson".

Page 48: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Seu pai morreu logo depois e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.

Page 49: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Como jovem estudante de direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos.

Page 50: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942 e dois anos depois fundou, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.

Page 51: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Comprometido de início apenas com atos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Page 52: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Massacre de Shaperville:

Page 53: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 54: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros militantes. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para o Marrocos e Etiópia para treinamento paramilitar.

Page 55: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

Page 56: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 57: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Durante os 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas antiapartheid em vários países.

Page 58: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 59: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 60: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Durante os anos 1970, Mandela recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.

Page 61: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 62: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993. Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e o 1º presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Page 63: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Nelson Mandela:

Page 64: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Desmond Tutu e Mandela:

Page 65: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois se casou com Winnie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público.

Page 66: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Mandela e Evelyn:

Page 67: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Mandela e Winnie:

Page 68: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Mandela e Graça:

Page 69: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano. Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos.

Page 70: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth II; a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.

Page 71: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 72: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.

Page 73: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS. A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.

Page 74: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 75: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Nelson Mandela faleceu em 2013 aos 95 anos em sua casa na África do Sul.

Page 76: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 77: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 78: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Oriente Médio:

Page 79: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 80: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• A Guerra Fria envolveu o Oriente Médio. Esta região se destaca por três razões. Do ponto de vista econômico, é a mais rica em reservas de petróleo. Do ponto de vista geopolítico, serve de passagem entre Ásia e Europa. E no aspecto cultural, é o berço das três principais religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Page 81: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Com todas essas características, o Oriente Médio tornou-se um dos centros problemáticos da Guerra Fria. O interesse pela região já era visível nos anos 40, quando as principais potências mundiais negociaram a criação do Estado de Israel, em 1948. Havia muitos interesses geopolíticos em jogo no Oriente Médio.

Page 82: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• A União Soviética, de um lado, e os Estados Unidos, de outro lado, acreditavam que Israel poderia se tornar um importante parceiro político na região.

Page 83: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 84: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Partilha da Palestina Proposta pela ONU em 1947:

Page 85: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• No início do século XX, já existiam na região pequenas comunidades israelitas, vivendo junto com a população de maioria árabe. A partir de então, novos núcleos começaram a ser instalados, geralmente comprando terras dos árabes palestinos. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha foi derrotada e perdeu seus domínios no mundo árabe.

Page 86: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 87: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• A Palestina passou então a ser administrada pela Grã-Bretanha, com autorização da Liga das Nações. Depois de 1918, a imigração de judeus para a Palestina aumentou, o que começou a gerar inquietação na população árabe.

Page 88: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Oriente Médio:

Page 89: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• E a hostilidade da população árabe levou os colonos judeus a criar uma organização paramilitar – a Haganah – a princípio voltada para a autodefesa e mais tarde também para operações de ataque contra os árabes.

Page 90: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• A Declaração Balfour feita após 1ª Guerra e era a favor da criação de um Estado judeu, mas a Grã-Bretanha tentou parar a imigração dos judeus para não descontentar os Estados muçulmanos do Oriente Médio, com quem mantinha proveitosas relações econômicas;

Page 91: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• mas foi confrontada pela pressão mundial da coletividade israelita e, dentro da própria Palestina, pela ação de organizações terroristas. Mas, depois da Segunda Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se irresistível.

Page 92: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em 1947, a Assembleia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.

Page 93: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 94: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, que foi imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense).

Page 95: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 96: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Atualmente, esses refugiados são cerca de 3 milhões.

Page 97: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Os 25% restantes da Palestina, correspondentes à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ficaram sob ocupação do Egito e da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Cidade Velha, de grande importância histórica e religiosa.

Page 98: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Cidade Velha:

Page 99: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Cronologia de Israel:

• 1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina em dois Estados – um judeu e outro árabe. Essa resolução é rejeitada pela Liga dos Estados Árabes.

• 1948 – Os Judeus proclamam o Estado de Israel, provocando a reação dos países árabes. Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e

Page 100: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Líbano e ampliação do território israelense em relação ao que fora estipulado pela ONU. Milhares de palestinos são expulsos para os países vizinhos. Como territórios palestinos restaram: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ocupadas por tropas egípcias e jordanianas.

Page 101: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 102: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1956 – Guerra entre Israel e o Egito. Embora vitoriosos militarmente, os israelenses retiraram-se da Faixa de Gaza e da parte da Península do Sinai que haviam ocupado.

Page 103: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1964 – Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão inicial era destruir Israel e criar um Estado Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a OLP não alcançou seu objetivo e, com o decorrer do tempo, passou a admitir implicitamente a existência de Israel.

Page 104: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 105: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Arafat:

Page 106: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando fulminantemente em três frentes, os israelenses ocupam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (territórios habitados pelos palestinos) e tomam a Península do Sinai ao Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.

Page 107: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 108: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 109: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 110: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 111: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 112: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 113: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 114: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim às retaliações israelenses contra a Jordânia, de onde provinha a quase totalidade das incursões palestinas contra Israel, o rei Hussein ordena que suas tropas ataquem os refugiados palestinos. Centenas deles são massacrados e a maioria dos sobreviventes se transfere para o Líbano.

Page 115: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Campos de refugiados palestinos atacados por tanques jordanianos:

Page 116: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 117: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Rei Hussein e Arafat:

Page 118: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do Perdão”). Aproveitando o feriado religioso judaico, Egito e Síria atacam Israel; mas, são derrotados e os israelenses conservam em seu poder os territórios ocupados em 1967.

Page 119: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Ariel Sharon – 1973:

Page 120: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Para pressionar os países ocidentais, no sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provoca uma forte elevação nos preços do petróleo.

Page 121: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 122: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 123: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 124: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 125: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Criação da OPEP:

Page 126: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco Likud) obtém maioria parlamentar. O novo primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados em 1967.

Page 127: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Colonos Judeus na Palestina:

Page 128: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Assentamento Judeu:

Page 129: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o presidente Anwar Sadat.

Page 130: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Acordo de Camp David – 1979:

Page 131: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1982 – Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute, capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos pelas milícias cristãs libanesas, com a conivência dos israelenses.

Page 132: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Israel invade o Líbano:

Page 133: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 134: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 135: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1985 – As tropas israelenses recuam para o sul do Líbano, onde mantêm uma “zona de segurança” com pouco mais de 10 km de largura. Para combater a ocupação israelense, forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita libanesa apoiada pelo governo islâmico fundamentalista do Irã.

Page 136: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Outdoors do Hezbollah:

Page 137: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1987 – Começa em Gaza (e se estende à Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos palestinos contra a ocupação israelense. Basicamente, a Intifada consiste em manifestações diárias da população civil, que arremessa pedras contra os soldados israelenses.

Page 138: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Estes frequentemente revidam a bala, provocando mortes e prejudicando a imagem de Israel junto à opinião internacional. Resoluções da ONU a favor dos palestinos são sistematicamente ignoradas pelo governo israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A Intifada terminou em 1992.

Page 139: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

A Intifada:

Page 140: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 141: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 142: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 143: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1993 – Com a mediação do presidente norte-americano Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, firmam em Washington um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina, com autonomia administrativa e policial em alguns pontos do território palestino.

Page 144: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 145: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Prevê-se também a progressiva retirada das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. Em troca, a OLP reconhece o direito de Israel à existência e renuncia formalmente ao terrorismo. Mas duas organizações extremistas palestinas (Hamas e Jihad Islâmica) opõem-se aos termos do acordo, assim como os judeus ultranacionalistas.

Page 146: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 anos de exílio, como chefe da Autoridade Nacional Palestina (eleições realizadas em 1996 o confirmam como presidente) e se instala em Jericó. Sua jurisdição abrange algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de Gaza – embora nesta última 4 000 colonos judeus permaneçam sob administração e proteção militar israelenses.

Page 147: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• O mesmo ocorre com os assentamentos na Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000 habitantes palestinos), por exemplo, 600 colonos vivem com o apoio de tropas de Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o segundo país árabe a assinar um tratado de paz com os israelenses.

Page 148: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 149: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 150: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 151: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1995 – Acordo entre Israel e a OLP para conceder autonomia (mas não soberania) a toda a Palestina, em prazo ainda indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é assassinado por um extremista judeu.

Page 152: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 153: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Funeral de Yitzhak Rabin:

Page 154: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1996 – É eleito primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, do Partido Likud (antes denominado Bloco Liked), que paralisa a retirada das tropas de ocupação dos territórios palestinos e intensifica os assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio à população predominantemente árabe.

Page 155: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Benjamin Netanyahu:

Page 156: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• O processo de pacificação da região entra em compasso de espera, ao mesmo tempo em que aumentam os atentados terroristas palestinos

Page 157: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao qual também pertencia Yitzhak Rabin), é eleito primeiro-ministro e retoma as negociações com Arafat, mas sem que se produzam resultados práticos.

Page 158: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Ehud Barak:

Page 159: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 2000 – Israel retira-se da “zona de segurança” no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente, devido à falta de progresso no camiho da paz, e também devido às ações terroristas palestinas (não obstante as represálias israelenses), Barak renuncia ao cargo de primeiro-ministro.

Page 160: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 161: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 162: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• São convocadas novas eleições, nas quais ele se reapresenta como candidato. Mas o vencedor é o general da reserva Ariel Sharon, do Partido Likud, implacável inimigo dos palestinos. Pouco antes das eleições, começa nos territórios ocupados uma nova Intifada.

Page 163: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Ariel Sharon:

Page 164: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• 2001 – Agrava-se o ciclo de violência: manifestações contra a ocupação israelense, atentados suicidas palestinos e graves retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser Arafat, já septuagenário, parece incapaz de manter a autoridade sobre seus compatriotas ou de restabelecer algum tipo de diálogo com Israel, cujo governo por sua vez mantém uma inflexível posição de força.

Page 165: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Balanço Atual:

• Até agora, Israel desocupou apenas sete cidades da Cisjordânia (uma oitava foi desocupada parcialmente), correspondentes a 3% do território da cisjordania; deste, 24% encontram-se sob controle misto israelense-palestino e 74% permanecem inteiramente ocupados.

Page 166: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em termos demográficos, 29% dos palestinos estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade Palestina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja importância é consideravelmente menor, nela permanecem apenas as tropas israelenses que protegem os colonos judeus ali estabelecidos.

Page 167: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Atualmente, Israel e Palestina estão se atacando mutuamente e matando inocentes.

Page 168: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 169: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 170: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Em outra parte do Oriente Médio, no entanto, havia um elemento complicador: em 1979, o Irã converteu-se ao islamismo xiita, com pretensões de levar o mundo na direção da fé muçulmana.

Page 171: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 172: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

A revolução Islâmica no Irã:

Page 173: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

Aiatolá Khomeini:

Page 174: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Uma situação que fugia à lógica da Guerra Fria. O aiatolá Khomeini tratava Estados Unidos e União Soviética como o Grande Satã, como inimigos que deveriam ser combatidos em nome do Islã. A revolução iraniana era um fato novo no cenário internacional no fim dos anos 70. Até hoje, terminada a Guerra Fria, o Islã continua sendo um grande enigma contemporâneo.

Page 175: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 176: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 177: A guerra fria na áfrica e no oriente médio
Page 178: A guerra fria na áfrica e no oriente médio

• Na verdade, no chamado Terceiro Mundo era a América Latina o principal foco de atenção das superpotências. Esse interesse, natural por causa da proximidade geográfica dos Estados Unidos, aumentou bastante a partir de 1959, quando Fidel Castro chegou ao poder em Cuba.