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C A Hora do Marreco Órgão de divulgação do Colégio Boa Viagem • abril de 2011 • ano XXXVI • n.º 1 Esporte muito promove. Pág. 5 Pág. 7 Entrevista com a Prof.ª Adriana Coutinho. Pág. 8 Inauguração do Parque D. Lindu. “Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo se par- tiria em pedaços, eu ainda plantaria a minha ma- cieira.” Martin Luther King Jr. (Teólogo protestante e ativista político norte-americano.) O que traz este número HM BATE-PAPO COM O MARRECO [email protected] C AROS Colegas! Em mais um número do nosso jor- nalzinho, o primeiro desse ano de 2011, esperamos, sinceramente, trazer lazer, cultura, diversão, informação, enfim, alguns minutos de produtiva leitura. N’A Palavra do Diretor, um tema de per- manente interesse é debatido: na vida do edu- cador, quando se deve incentivar ou inibir?… A coluna de Literatura, dedicada especial- mente aos alunos dos 3. os anos de Humanas, aprofunda o tema do carpe diem, mostrando os seus primeiros usos em poemas latinos de Horácio e Ausônio. A Produção Textual traz uma convincen- te redação de Gabriel Bonani: “O bullying e o convívio social”. Em Curiosidades, está aberto o debate: te- ria realmente vindo o nome “Brasil” da árvore do pau-brasil? Não esteja tão certo… E o nome “Canadá”, como se originou? Teria a ver com a língua portuguesa? Certifiquem-se. Vale a pena. Na página de Esportes, artigo do prof. Ary Avellar Diniz mostra todo o potencial que o es- porte possui de promover indivíduos, estados e nações, convocando as autoridades pernam- bucanas a fazer crescer o potencial esportivo do Leão do Norte, ao lado do seu crescimento econômico. A nova diretora pedagógica do CBV, prof.ª Adriana Coutinho, é a nossa entrevistada. Por meio de respostas técnicas e precisas aos nos- sos questionamentos, a prof.ª Adriana dá-se a conhecer a pais, mestres e alunos, bem como a todos os interessados pelo cotidiano escolar do nosso Educandário. Por último, saudando a inauguração do Parque D. Lindu, lembramos que, no auge da polêmica que então se estabeleceu, o prof. Ary Avellar Diniz, com visão antecipadora, soube defender o projeto como extremamente bené- fico para o bairro e para a cidade. Desejamos a todos uma feliz Páscoa!

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C

A Hora do Marreco

Órgão de divulgação do Colégio Boa Viagem • abril de 2011 • ano XXXVI • n.º 1

Esporte muito promove.

Pág. 5 Pág. 7

Entrevista com a Prof.ª Adriana Coutinho.

Pág. 8

Inauguração do Parque D. Lindu.

“Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo se par-tiria em pedaços, eu ainda plantaria a minha ma-cieira.”

Martin Luther King Jr.(Teólogo protestante e ativista político norte-americano.)

O que traz este número

HM

Bate-papo com o marreco

[email protected]

C aros Colegas! Em mais um número do nosso jor-nalzinho, o primeiro desse ano de

2011, esperamos, sinceramente, trazer lazer, cultura, diversão, informação, enfim, alguns minutos de produtiva leitura.

N’A Palavra do Diretor, um tema de per-manente interesse é debatido: na vida do edu-cador, quando se deve incentivar ou inibir?…

A coluna de Literatura, dedicada especial-mente aos alunos dos 3.os anos de Humanas, aprofunda o tema do carpe diem, mostrando os seus primeiros usos em poemas latinos de Horácio e Ausônio.

A Produção Textual traz uma convincen-te redação de Gabriel Bonani: “O bullying e o convívio social”.

Em Curiosidades, está aberto o debate: te-ria realmente vindo o nome “Brasil” da árvore do pau-brasil? Não esteja tão certo… E o nome “Canadá”, como se originou? Teria a ver com a língua portuguesa? Certifiquem-se. Vale a

pena.Na página de Esportes, artigo do prof. Ary

Avellar Diniz mostra todo o potencial que o es-porte possui de promover indivíduos , estados e nações, convocando as autoridades pernam-bucanas a fazer crescer o potencial esportivo do Leão do Norte, ao lado do seu crescimento econômico.

A nova diretora pedagógica do CBV, prof.ª Adriana Coutinho, é a nossa entrevistada. Por meio de respostas técnicas e precisas aos nos-sos questionamentos, a prof.ª Adriana dá-se a conhecer a pais, mestres e alunos, bem como a todos os interessados pelo cotidiano escolar do nosso Educandário.

Por último, saudando a inauguração do Parque D. Lindu, lembramos que, no auge da polêmica que então se estabeleceu, o prof. Ary Avellar Diniz, com visão antecipadora, soube defender o projeto como extremamente bené-fico para o bairro e para a cidade.

Desejamos a todos uma feliz Páscoa!

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As televisões de todo o mundo mostraram, há poucos dias, duas ima-

gens altamente midiáticas: Ba-rack Obama e Muammar Kadafi.

O primeiro, usando de uma hábil psicologia, fez-se amigo de todos os brasileiros e foi sempre ovacionado durante suas apre-sentações: em Brasília, no Tea-tro Municipal do Rio de Janeiro, no morro do Alemão. O incenti-vo era a paz. Em contrapartida, noticiava-se a guerra na Líbia em horários alternativos: protagoni-zava-se, então, a figura de Kadafi, que se dirigia a seus conterrâneos opositores de maneira inibidora. Se ele tenciona permanecer no poder, não pode inibir certos seg-mentos da sociedade líbia, e sim, procurar incentivar as mesmas pessoas, de modo convincente, a aceitar a sua permanência… Não obstante, o tempo elástico e des-medido de duração no poder tem sempre um viés totalitário, além de a história mundial ter mostra-do que é desgastante. Contra a força não há resistência!

Infelizmente, a mídia tem ex-trapolado na exibição insistente de ações criminosas: desastres automobilísticos, assaltos, se-questros, homicídios e latrocí-nios. De um lado, possivelmente, avaliam-se as consequências ini-bidoras das prisões, cujas celas, projetadas para dez pessoas, en-cerram geralmente mais de ses-senta delinquentes, desprovidas de qualquer higiene, relegando aquela população a um patamar animalesco. Sendo assim, qual a razão do incentivo ao crime cres-cer em progressão geométrica nos últimos anos? Evidentemente, é fruto de uma legislação que bene-ficia os transgressores. Nunca se cumpre a pena total. Há aqueles que, aos 17 anos, são considerados crianças amparadas pelo Estatu-

to da Criança e do Adoles-cente, e por aí vai… É difícil inibir quando há ex cesso de in centivos dos mais esdrúxulos.

A educação familiar se apre-senta em várias situações de comportamentos caseiros: há o filho superprotegido, limitado a alcançar os privilégios da autono-mia, tão necessária ao jovem no mundo contemporâneo: inibe-se, assim, a sua personalidade; num outro extremo, a permissividade é considerada o caminho natural ao desmando, incentivo a com-portamentos de consequências desastrosas.

A virtude está sempre no meio. Nem tanto, nem tão pouco.

Afinal, o jovem deve ser incen-tivado à prática do bem, a assumir responsabilidades na sua profis-são de estudante e fase de apren-dizado, a fim de procurar enten-der o mundo que o rodeia.

Prosseguindo pelo foco educa-cional, alastram-se, infelizmente, as informações de jovens perten-centes a determinadas classes so-ciais que se envolvem com drogas, que tantos males têm causado às famílias: esse quadro é incentivo ao caminho do mal. Parece que nada os inibe; e, se se tenciona reverter esse quadro sofredor, faz-se necessário muito incentivo direcionado aos valores éticos, a envolver profissionais competen-tes, no intuito de derrubar as for-ças do mal.

Finalmente, devem os pais refletir e aplicar, com sabedoria, tudo aquilo que possa inibir ou incentivar o jovem.

A força do bem está sempre pronta a enfrentar a força do mal.

Quando inibir? Quando incen-tivar?

Inibir ou incentivarProf. Ary Avellar Diniz

Diretor do Colégio e da Faculdade Boa Viagem

palavra do diretor literatura

HM HM

O “carpe diem” de Ausônio

A expressão latina “carpe diem” sig-nifica “colher o dia” (aproveitar a vida), antes que seja tarde. É de

origem romana e está presente nas Odes (I, 11.8) do poeta Horácio (65-8 A.C.) onde se lê: “Dum loquimur, fugerit invida / ae-tas: carpe diem quam minimum credula postero” — “Enquanto falamos, terá fugi-do / ávido o tempo: colhe o instante, sem confiar no amanhã”. Nessa ode, porém, o “espírito” da frase pode ser entendido como “aproveitar as oportunidades que a vida oferece no momento em que elas se apresentam”; ou, ainda, “aproveitar a vida e não ficar apenas pensando no futuro”.

Da maneira como surge no Renasci-mento, Barroco, Arcadismo e escolas sub-sequentes, o carpe diem é utilizado num famoso poema do poeta latino Décimo Magno Ausônio (ca. 310-395), De rosis nascientibus (O nascimento das rosas), cujo final é o seguinte:Eu via a rápida pilhagem do tempo

[fugidioE, apenas nascidas, envelheceram as

[rosas:E eis que, enquanto eu falo, se desfaz a

[rútilacabeleira das flores vermelhas e o soloresplandescente de púrpura.Tantas formas, tantos nascimentos e

[mudanças váriasum só dia aparecem e neste mesmo dia

[encontram o fim.Queixamo-nos, ó natureza, da brevidade

[de tantacoisa bela; imediatamente tomas os dons

[que nos ofertas:O tempo das rosas é o tempo de um dia;Rápida, sua velhice se junta à

[adolescência;Aquela que, ao nascer, viu brilhar o astro

[da manhã,envelhecida contempla-a no seu regresso

[à tarde.Pior, pois se poucos momentos lhe restam,prolonga-lhe, por seus raios, a existência.Colhe, virgem, as rosas, enquanto a flor é

[novae nova a tua juventude; e relembraque assim também se apressa o tempo de [tua vida.

Monumento a Décimo Magno Ausônio, de Giovanni Pietro Lasagna. Milão, Escola Palatina. Foto de Dall’Orto.

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produção textual

Sabemos da existência do comportamento chama-do bullying presente na

sociedade, sendo, por infelici-dade, a sua utilização muito fre-quente nas escolas.

Tomando como base essas informações, seguem, abaixo, regras básicas para um bom convívio social e sua autodefesa:

1. Ao estar em locais públicos e sociais, seja educado e harmo-nioso, tentando fazer amizade com todos. 2. Não seja impul-sivo; mantenha a calma, caso algo aconteça. 3. Tente não uti-lizar meios inconvenientes com estranhos; torne-se agradável. 4. Se for perceptível o compor-tamento indevido de alguém,

tente não se socializar com tal agressor. 5. Assim que for no-tificado, ou tendo presenciado algum tipo de comportamento agressivo ou intimidador, tente contactar com seus superiores, notificando-os de tais ações e do nome do agressor, todavia man-tenha o anonimato. 6. Se estiver sofrendo ações desses gêneros, entre em contato com seus pais e, ou seus superiores do colé-gio ou de qualquer outro lugar; não tente tomar providências você mesmo, pois, assim, pode-rá perder a razão. 7. Se o caso for muito sério e estiver afetan-do sua personalidade e seu de-sempenho por completo, tente notificar a polícia, pois, desse

modo, lhe aconselharão o que fazer e, se muito sério, poderão encaminhar seu problema para os órgãos competentes; mas só tome tais providências se for um caso absurdo. 8. Tente sempre manter as provas com você (in-clusive testemunhas). 9. Após a leitura deste material, tente compartilhar as informações que lhe forem úteis com os fa-miliares, conhecidos e amigos. 10. E mantenha-se sempre in-formado sobre como agir contra o bullying: preste atenção em matérias de jornais e comentá-rios de especialistas).

Esperamos a compreensão de todos e que tais regras sejam colocadas em prática.

O bullying e o convívio socialGabriel Bonani*

Aluno do Colégio Boa Viagem

para saBer mais

é filho de Antonieta e Júlio e alu-no do CBV desde a Educação In-fantil. O que mais gosta de fazer é desenhar carros, possivelmen-te por influência de seu irmão Guilherme, que é engenheiro mecânico e o orienta a “mexer” num jipe. Atualmente, cursa o 9.º ano do ensino fundamental, tendo como matérias de sua predileção Português (prof.ª Re-gina Paz) e Geografia (prof. Ro-gério Basílio). Aprecia uma boa

* Gabriel Bonani

ficção, destacando, nesse cam-po, Os Três Mosqueteiros (atual leitura), de Alexandre Dumas, e O Código da Vinci, de Dan Brown. Pretende realizar um curso uni-versitário relacionado a auto-móveis. Curte uma boa livraria, em especial, a Livraria Cultura, de cuja seção relacionada a au-tomodelismo é aficcionado. Aos domingos, assiste ao programa Auto Esporte, o qual recomenda aos fãs de “motores”.

O bullying na vida escolar

Bullying é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicoló-

gica, intencionais e repetidos, prati-cados por um indivíduo (bully — “ti-ranete” ou “valentão”) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos ) incapaz de se defender.

O bullying pode ocorrer em situa-ções envolvendo a escola ou faculda-de/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países.

O bullying tem sido objeto de mui-ta discussão, ganhando espaço nos diversos meios de comunicação, o que configura uma preocupação não só dos educadores, mas também de toda a sociedade. Partindo desse princípio, e de acordo com o gênero estudado em sala — o texto instrucional —, foi soli-citado aos alunos dos 8.os anos que ela-borassem um texto no qual devessem constar regras de convivência pacífica para os que sofrem desse mal que vem crescendo dia a dia.

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curiosidades

lê-se nos livros de Histó-ria (e não sem razão) que a origem do nome Brasil

é oriundo de uma árvore alta, grossa e espinhosa, com tronco vermelho e flores amarelas, que os indígenas chamavam “ibirapi-tanga”, cuja seiva era usada para tingir tecidos.

Todavia, esta não é a única ori-gem apontada pelos historiadores, havendo uma, pelo menos, bas-tante curiosa e bem mais antiga.

A versão tradicional do nome passou a ser fortemente questio-nada a partir dos primeiros anos do século XX, quando o historia-dor Capistrano de Abreu adiantou outra hipótese sobre a origem do nome. Em sua opinião, “Brasil” era originalmente uma ilha mítica e paradisíaca localizada à altura da costa irlandesa: desde 1375, nos mapas dos frades irlandeses (muito viajados), a ilha Brasil já figurava. O historiador Gustavo Barroso defendeu essa nova in-terpretação num livro publicado em 1941.

A respeito dessa ilha que teria dado nome a nosso país, são do historiador Eduardo Bueno as pa-lavras abaixo.

“A ilha do Brasil, ou ilha de São Brandão, ou ainda Brasil de São Brandão, era uma das inúme-ras ilhas que povoavam a imagi-nação e a cartografia europeias da Idade Média desde o alvorecer do século IX. Também chamada de “Hy Brazil”, essa ilha mitológica, “ressonante de sinos sobre o velho mar”, se “afastava” no horizonte sempre que os marujos se aproxi-mavam dela (…). Segundo a len-da, Hy Brazil teria sido descober-

ta e colonizada por São Brandão, um monge irlandês que partiu da Irlanda para alto-mar no ano de 565. Como São Brandão nascera em 460, ele teria 105 anos quan-do iniciou a sua viagem. O nome “Brazil” provém do celta bress, que deu origem ao verbo inglês to bless (abençoar). Hy Brazil signi-fica, portanto, “Terra Abençoada”. Desde 1351 até pelo menos 1721, o nome Hy Brazil podia ser visto em mapas e globos europeus, sempre indicando uma ilha localizada no oceano Atlântico. Até 1624, expe-dições ainda eram enviadas à sua procura.”

Curiosidades da história Qual teria sido a origem do nome ‘Brasil’?

HM

Curiosidades da história

E o nome ‘Canadá’?

Mapa múndi de Ortelius, em que consta a ilha do Brasil.

Aspecto atual do corpo de Rosália Lombardo.

Bandeira do Canadá (no centro, a folha do bordo).

Detalhe do mapa múndi de Ortelius, mostrando a ilha do Brasil ao lado da Irlanda.

T irante a hipótese da ori gem iroquês “kanata” (chou-pana, aldeia), tomada por

Jacques Cartier, em 1535, como o nome do lugar, a outra suposição é que derive do português “Cá, nada”, palavras pronunciadas por Corte Real em 1500, ao subir o rio São Lourenço e não encontrar o caminho para as Índias. Os nati-vos teriam, posteriormente, repe-tido a expressão aos franceses.

A favor dessa última hipótese pesa o fato de o nome de uma pro-víncia canadense, o Labrador, ser também oriundo do português: foi assim chamada em homenagem ao explorador português João Fer-nandes Lavrador, que, juntamente com Pedro de Barcelos, avistaram a região em 1499.

R osália lombardo, apelida-da de A Bela Adormecida, foi uma criança de origem

siciliana nascida no ano de 1918 e que faleceu em 6 de dezembro de 1920, vítima de uma pneumonia. Seu corpo inerte foi mumificado pelo doutor Alfredo Salafia (1869-1933) e posteriormente traslada-do para a Capela dos Meninos das Catacumbas dos Capuchinhos de Palermo, sendo um dos últimos corpos a ser aceitos na cripta.

Atualmente, a jovem descansa num ataúde com uma proteção de vidro, situado acima de um pedestal de mármore, constituin-do uma das maiores atrações tu-rísticas da região, pois o rosto da criança, de grande beleza, dá a impressão de alguém que apenas dorme.

Ainda que só permaneça visí-vel a cabeça, um recente estudo com raios X demonstrou que o resto do corpo, incluídos os ór-gãos, se encontra em bom estado de conservação, com um grau de deterioração muito leve.

Outros fatores que intervieram na perfeita conservação do corpo de Rosália foram o clima particu-larmente seco das catacumbas e a aplicação de parafina dissolvida em éter no rosto da menina, o que favoreceria a sua perfeita conser-vação ao longo do tempo.

Curiosidades da biologia

Rosália Lombardo

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Esporte muito promoveProf. Ary Avellar Diniz

Diretor do Colégio e da Faculdade Boa Viagem

esportes

Sábado, o horóscopo acon-selhava descansar os neurônios cere-

brais e tornar a men-te mais leve. Sábado também é propício à tranquilidade das emoções.

Pela manhã, a TV mostrou a beleza do jogo de voleibol, quando se enfrenta-ram mais uma vez Minas e SESI. Que público vibrante!

Quantas jogadas de alto nível dos atletas em quadra. A própria Jaqueline, espectadora, sele-ção nacional, ex-aluna do Colégio Boa Viagem, vibrava com o desempenho do maridão Murilo, incontestavelmente o melhor jogador do mundo. Se Minas Gerais e São Paulo já se posicionam no cenário nacional entre os mais pujantes estados brasileiros, evidentemente suas práticas espor-tivas proporcionam, cada vez mais, prestígio ao Brasil. O esporte bem praticado transmite ao es-pectador noções de disciplina, ordem, grandeza e respeito ao próximo.

Os comentários dos espectadores presentes no recinto, durante a partida, foram dos mais va-riados: “Enquanto se assiste a tal espetáculo, o nosso Geraldão permanece parado”; “É um misto de descaso e ausência de melhor gestão pernam-bucana nos setores profissionais e amadoristas”; “É triste se sentir humilhado e desprestigiado nos resultados esportivos”.

O próprio Centro Esportivo Santos-Dumont, dá pena presenciá-lo, tal o descalabro. As favelas invadiram o local e se assentaram no recinto do espetacular e grandioso campus esportivo.

Que saudades do passado, quando colégios se enfrentavam por ocasião dos Jogos Escolares de Pernambuco (JEPs). Uma semana de aulas paralisadas e só competições. Todos os jovens disputantes e assistentes se envolviam naquelas alegrias contagiantes e educativas.

O esporte educa!À tarde do mesmo dia, outra magnífica peleja

de futebol: Milan × Internazionale de Milão, ri-

vais ferrenhos da mesma cidade, ambos lutando para con-

quistar o título de cam-peão italiano. Que jogo bem disputado, reple-to de técnicas, táticas e preparo físico-psi-

cológico.Berlusconi, presiden-

te do Milan e mandatário da Itália, ufanou-se diante dos 3 × 0 em

favor do seu time. A filha do citado político, nas sociais no estádio, esboçava sorrisos e olhares ávi-dos para o seu querido herói — o namorado Pato. Quanta cena de amor, vibração, público fervoroso e organização profissional!

Guardando as devidas proporções, regozija-mo-nos (e também nos solidarizamos com a torci-da tricolor) pela vitória do Santa Cruz sobre o São Paulo, na última quarta-feira de março, dia 30. Já no segundo jogo, o time pernambucano mostrou despreparo psicológico, evidente em suas três ex-pulsões desnecessárias. Não passou despercebido o bom estado de conservação do Arruda. Como é triste presenciar gramados de relva morta, en-charcados pelas águas pluviais, onde parece que se misturam lama e dejetos de toda natureza…

Será que o governo pernambucano ainda não percebeu que as competições esportivas são fato-res de altíssima promoção do estado?

Paraná e Santa Catarina, há uma década, pouco se sobressaíam nos esportes. Hoje, os resultados são elogiados em razão de seus governos terem aplicado maciçamente recursos financeiros nos es-portes, inclusive os profissionais.

Auguramos que os assessores do governo per-nambucano, junto à Secretaria dos Esportes, acor-dem e façam Pernambuco melhorar, com o apoio da iniciativa privada (PPP), as competições espor-tivas, profissionais e amadoras, e, se possível, faça-as marchar junto ao seu crescimento econômico graças à atuação do atual governo, de alta visão no mundo dos negócios.

O esporte promove, e Pernambuco necessita crescer em todas as direções, voltando a ser res-peitado como verdadeiro Leão do Norte. HM

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Quando eu era criança, costumava deitar-me em calçada de minha casa e,

desse modo, olhar para o céu, de onde ia dando formato às nuvens que pairavam sobre minha cabeça.

Era um tempo em que não precisava me preocupar com os estrondos de balas perdidas, com sequestros-relâmpagos, com apa-gões e outros males do século XXI. Os males daquela época eram tão inofensivos que quase não nos as-sustavam.

E eu podia, deitado, ir traçan-do imagens de camelos e ovelhas caminhando lado a lado, empur-rados por outras formas de nu-vens que se comprimiam para mostrar suas formas sutis aos olhos de um infante sonhador. E ninguém sonhava com outro mundo porque aquele em que se vivia já era admiravelmente acei-tável, ainda que não perfeito.

Quando eu era criança, via as gotas de chuva que caíam sobre mim sem imaginar que um dia elas pudessem inundar ruas e le-var sonhos inteiros de pessoas

que, como eu, também olhavam as nuvens com olhares carregados de sentimentos. E era prazeroso brincar naqueles pingos gelados, anunciando a chegada do inverno e interrompendo os raios fulgu-rantes do sol.

Havia mais beleza nos dias, mais encanto nas tardes, mais frescor nas noites. E era permi-tido sonhar deitado nas calçadas com a cabeça nas nuvens. Os avi-ões não superlotavam os céus, cujo azul era enfeitado por borbo-letas coloridas que batiam as asas tranquilamente, num voo infinito. Nunca soube de onde elas vinham nem para onde iam. Apenas que batiam as asas e encantavam os meus sonhos cimentados de ter-nura. E, quando dormia, era ca-paz de sonhar com borboletas que transportavam, na sutileza de sua fragilidade, seres alados azuis de antenas na cabeça, de cujas bocas saía um canto sedutor.

Mas, um belo dia, uma nuvem carregada pairou sobre aquele menino, trazendo um enorme temporal. Agora, não há mais cal-

çada nem nuvens claras em forma de coisas. A poluição que cobre o céu encarregou-se de levar para longe as minhas formas em forma de nuvens. As borboletas mudaram seu itinerário e os seres alados hoje voam em companhias aéreas luxuosas que permitem a eles o descanso de suas asas em oito parcelas fixas sem juros. Não há mais sonhos, não há mais formas. Os anjos que habitam esse uni-verso fantástico dormem o sono dos injustos sem se preocupar em pedir por nós, homens-crianças embalados por nuvens em forma-tos indescritíveis.

Não vejo mais as nuvens da-quela época, tampouco as sinto. Mesmo assim olho para o céu to-dos os dias, para que não se perca de mim aquela criança que ador-mecia misturada a cheiro de terra molhada no aconchegante cimen-to de sua calçada. Menino que era cimento e sonho. Homem de so-nho em meio a tantos cimentos.

Nuvens, formas, sonhos e outras alegriasProf. Leidson Macedo

Professor de Língua Portuguesa do CBV

crônica

Gotas de humor desafio

Sequências numéricas

Apresentaremos, abaixo, al gu­mas sucessões numéricas que se-guirão uma certa lógica quantita-tiva.1) Observe a sequência e determine o valor de “x”.0 – 4 – 16 – 36 – 64 – 100 – 144 – x

2) Qual o valor de “x” na sequência?2 – 10 – 12 – 16 – 17 – 18 – 19 – x

3) Considerando os onze primeiros números naturais, foi escrita a se-guinte sequência. Qual o valor de “x”?4 – 2 – 4 – 4 – 6 – 5 – 4 – 4 – 4 – 4 – x

Colaboração do prof. João Marcelo Ta-vares.

Respostas no próximo número.

Exercício físicoO garoto apanhou da vizinha, e

a mãe furiosa foi tomar satisfação:— Por que a senhora bateu no

meu filho? — Ele foi mal-educado, e me

chamou de gorda. — E a senhora acha que vai ema-

grecer batendo nele?

Conversa de casados— Querido, o que você prefere?

Uma mulher bonita ou uma mulher inteligente?

— Nem uma, nem outra. Você sabe que eu só gosto de você.

Receita infalível— Doutor, como eu faço para

emagrecer? — Basta a senhora mover a cabeça

da esquerda para a direita e da direita para a esquerda.

— Quantas vezes, doutor?

— Todas as vezes que lhe oferece-rem comida.

Maldito relógioA mulher comenta com o marido:— Querido, hoje o relógio caiu da

parede da sala e por pouco não bateu na cabeça da mamãe!

E o marido, de mau humor:— Maldito relógio. Sempre atra-

sado…

Conversa de bêbadoUm sujeito, cambaleando pelo

estacionamento, estava cutucando a porta de cada carro com uma chave. Veio o guarda e lhe perguntou:

— Qual é o problema, meu amigo?E o bêbado responde: — Perdi meu carro. — Onde foi que você viu o carro

pela última vez? — Foi aqui mesmo, na pontinha

desta chave... HM

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entrevista

Prof.ª Adriana Maria Ferreira CoutinhoDiretora pedagógica do Colégio Boa Viagem

HM: Qual o seu nome completo e a titu-lação?

Prof.ª Adriana: Meu nome é Adriana Maria Ferreira Coutinho e sou doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco, defendendo a tese Influências da literatura russa no pensamento filosófi-co e pedagógico de Levinas.

HM: Quais as suas impres-sões iniciais do Colégio Boa Viagem?

Prof.ª Adriana: O Colégio boa viagem tem uma trajetória de êxito pedagógico. O trabalho aqui realizado ao longo de décadas deixou marcas na cidade do Recife e na região. As instalações são bastante adequadas para o desenvolvimento de uma proposta educativa de qualidade. Seus profissionais apresentam vasta competência. De-pois, as perspectivas para este e os próximos anos dão provas de que, neste espaço, há um compromis-so efetivo em formar homens e mulheres responsá-veis por suas vidas e colaboradores na busca de uma sociedade mais fraterna. Por tudo isso, minhas im-pressões do CBV são as melhores possíveis.

HM: Que diretrizes pedagógicas propõe para o corrente ano letivo? Em que, especificamente, se diferenciam da proposta anterior?

Prof.ª Adriana: Entendemos a educação como processo que visa à formação do humano em sua in-tegralidade, articulando diversas dimensões de sua existência. A escola, aqui, é entendida como espaço que contribui para esse processo de formação, ao possibilitar o acesso a uma experiência de transmis-são e construção de conhecimento. Esse processo não pode ser compreendido de modo isolado, mas deve ser articulado com as outras dimensões do hu-mano, fazendo com que os educandos realizem uma síntese de suas vidas; ou seja, a escola é um local de aprofundamento e continuidade da formação humana que se inicia na família. Por pensarmos a educação e a escola nesses termos, propomos como princípio norteador de nossa prática educativa a “Pedagogia da Alteridade” de Emmanuel Levinas, articulada ao pensamento crítico de Paulo Freire. A HM

“Pedagogia da Alteridade” tem como base a convivência respeitosa entre todos os

envolvidos no processo educativo. A escola é uma experiência permea-

da pelo encontro das diferenças: étnicas, religiosas, culturais, regionais, econômicas… A não ocorrência do respeito às di-ferenças que se abrigam no mundo escolar não colabora para a formação humana do sujeito e termina por repro-duzir conflitos já existentes na sociedade. Diante de um contexto amplamente marca-do pelo egoísmo, o individua-

lismo e o preconceito, torna-se importante e necessária a

aposta numa pedagogia que põe o outro (alteridade) no centro das

relações e exige o devido respeito a seu modo de ser. Ao fazer isso, nós nos

encaminhamos para a sedimentação de pessoas solidárias e abertas ao convívio das

diferenças.

HM: Que podem esperar os nossos alunos do Ensi-no Médio da parceria CBV-Núcleo de Ensino?

Prof.ª Adriana: Acredito que, neste ano de 2011, o CBV, por conta dessa parceria com o Núcleo de Es-tudo, dá um passo importante na preparação de seus alunos para o ingresso à universidade, pois a parce-ria CBV-Núcleo de Estudos possibilitou contar com profissionais amplamente reconhecidos nessa tarefa de formação específica voltada para profissionaliza-ção do estudante. Nossos alunos, com toda a certe-za, estarão muito bem qualificados para enfrentar os mais diversos tipos de seleção.

HM: Que mensagem deixaria para pais e alunos?

Prof.ª Adriana: A vida é uma experiência em fun-ção da qual estamos sempre aprendendo. Nossa condição poderia ser definida assim: o humano é um ser “aprendente”. A escola é um espaço privilegiado do exercício da aprendizagem. Convido, portanto, alunos e pais a se engajarem conosco nessa expe-riência de contínuo aprendizado. E a grande tarefa é aprender a reconhecer o outro em sua diferença e condição. Nosso desejo é que toda a comunidade educacional do CBV se empenhe nesse horizonte de construção cidadã.

Page 8: A Hora do Marreco - cbvweb.com.br fileA nova diretora pedagógica do CBV, prof.ª Adriana Coutinho, é a nossa entrevistada. Por meio de respostas técnicas e precisas aos nos-

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Expediente

Inauguração do Parque Dona Lindu

P or ocasião da inauguração definitiva do Parque Dona Lindu, nos dias 26 e 27 de

março de 2011, após acirradas dis-cussões a respeito da conveniência de implantá-lo consoante projeto de Oscar Niemeyer, é de bom alvi-tre lembrar que o prof. Ary Avellar Diniz, diretor geral do Colégio e da Faculdade Boa Viagem, foi um de-fensor de primeira hora do mereci-do projeto para o Recife.

Vale ressaltar que, na época, a zona sul da cidade só contava com o teatro da Faculdade Boa Viagem, com capacidade para 360 lugares, e agora recebe, das mãos da Prefeitu-ra do Recife e do Governo de Per-nambuco, uma casa de espetáculos com capacidade para 750 lugares.

A defesa da obra foi sustentada em artigos publicados no Diá rio de Pernambuco, dos quais citamos os seguintes excertos.

“Há muita coisa séria a se dis-cutir no país, principalmente no que tange a reformas políticas, tri-butárias, das leis penais, à caduci-dade do Código Civil, mas é cruel discutir por discutir algo útil a ser realizado em prol da socieda-

Direção geral: prof. Ary Avellar Diniz (diretor presidente), prof.ª Januária Sampaio Diniz, prof. George Sampaio Diniz, prof. Ary Avellar Diniz Jr. e prof. Rodri-go Sampaio Diniz. Assessoria da direção geral: prof. Almir Mendes da Silva. Direção pedagógica: prof.ª Adriana Coutinho. Redação e ilustração: prof. Eduardo José Downey. Correspondente esportivo: prof. Túlio Ponzi Quartus. Colaboraram: prof. João Marcelo, aluno João Samuel e Thaís Oliveira. Fotos: redação e dep. de marketing. Tiragem: 3.000 exem plares.

de, mormente quando o falatório é desprovido de conteúdos e eivado de tantas opiniões mesquinhas e in-fundadas.” (…)

“Ainda há espaço para mais uma grande obra contemporânea — abençoado por Deus, está sen-do lançado do nada o Parque Dona Lindu, verdadeiro marco histórico, irrefutável atração turística tanto para brasileiros como para adven-tícios que nos visitem, como acon-tece com todos os projetos de Oscar Niemeyer concebidos em outras partes do Brasil e nas principais metrópoles do mundo.” (…)

“Qual o teatro ou a casa de espe-táculos existente em Boa Viagem? Não há! Desse modo, o local suprirá tal deficiência (…).”

“Enfim, qual o motivo de tanta celeuma, diante de tão expressivo, belo e criativo monumento, que fará interagir, de modo harmônico, a cultura, o lazer e a qualidade de vida?” (…)

“Os cães ladram e a caravana passa! Com a certeza de que aque-les que hoje apedrejam, em breve o aplaudirão, Niemeyer repetirá como o Cristo:

— “Pai, perdoa-lhes; porque eles não sabem o que fazem”.” (…)

“Urge, nesse instante de acir-rada polêmica, um pensamento mais crítico e menos emotivo, que permita vislumbrar o que é melhor para o Recife e para Pernambuco, ainda que algumas pessoas não al-cancem a magnitude do projeto de Niemeyer a ser instalado no Parque D. Lindu.” (…)

“O D. Lindu, à imagem de Per-nambuco, saberá orgulhar os reci-fenses, suprindo-lhes essa carência e proporcionando-lhes, de sobra, lazer, atração turística e maior en-cantamento ao bairro de Boa Via-gem.” (…)

“Nesse ritmo, poderíamos con-tinuar citando infinitas virtudes e utilidades desse projeto que pensa alto, grande, e tem o tamanho da grandeza do Leão do Norte.

É o mais bonito, de melhor plás-tica, o mais atraente, sendo apenas igualado, em sua beleza, pelo Cas-telo São João, do Instituto Ricardo Brennand na Várzea, entretanto inigualável a qualquer outro monu-mento edificado no norte-nordeste brasileiro.”

Aspecto do Parque Dona Lindu segundo projeto de Niemeyer.

HM