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A importância da iluminação artificial em ambientes comerciais-visando eficiência e sustentabilidade
dezembro/2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
A importância da iluminação artificial em ambientes comerciais-
visando eficiência e sustentabilidade
Vanessa Belo Rezende- [email protected]
Iluminação e Design de Interiores
Instituto de Pós-Graduação e Graduação- IPOG
Belo Horizonte, MG, 12 de Março de 2014
Resumo O objetivo principal deste estudo é analisar a importância da aplicação da iluminação
artificial eficiente nos ambientes comerciais, procurando conscientizar a sociedade a uma
realidade mais racional, possibilitando o caminho para um ‘desenvolvimento sustentável’,
visando uma melhoria na prática de aplicação desses conceitos nos dias atuais. Foi realizada
uma investigação teórica, através de pesquisa bibliográfica, sobre projeto luminotécnico,
suas grandezas físicas e implicações diretas e indiretas na fisiologia e psicologia humanas e,
também, pesquisas exploratória e campo, com análise in loco e aplicação de um questionário
a quatro empresários do setor lotérico, construção civil, arquitetura e hotelaria, no interior
do Estado de Minas Gerais, onde se buscou avaliar as reais preocupações do empreendedor
com questões de meio ambiente e sustentabilidade, a compreensão dos mesmos sobre a
importância de um projeto de iluminação, a satisfação ou não com o ambiente de trabalho e
sua relação direta ou indireta com a percepção da luz no ambiente. O assunto em questão foi
levantado, por causa do uso inconsciente da iluminação artificial em tempos de economia e
sustentabilidade, e também, para que este estudo sirva de incentivo e conscientização dos
proprietários de estabelecimentos comerciais na valorização e contratação de especialistas
no assunto.
Palavras Chave: Iluminação artificial. Ambientes comerciais. Sustentabilidade. Eficiência.
Percepção.
1. Introdução
Segundo Muller e Pereira (2007:23), o desenvolvimento sustentável da humanidade, que,
citado no relatório de Brundtland (WCED, 1987), pode ser definido como “aquele que
satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazerem suas próprias necessidades”. A sustentabilidade é um processo sistêmico, que só
existe com a integração do desenvolvimento ao equilíbrio social, econômico e ambiental,
tendo, portanto, um caráter essencialmente multidisciplinar.
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Para se alcançar a sustentabilidade é necessário inovação, e esta precisa de contexto para sua
implantação. Além disso, é preciso ter conhecimento técnico, bom senso, além de coerência e
responsabilidade pelas decisões tomadas durante este processo. O ‘pensar sustentável’ dentro
do ‘contexto ambiental’ significa preocupar-se com o planeta, com a conservação e uso
racional dos recursos naturais (água, energia, matérias-primas e terra, entre outros), por
entender que eles sejam finitos. Ainda, significa preocupar-se com a minimização da geração
de produtos tóxicos e de resíduos, com a qualidade ambiental dos espaços internos e externos
e com o desempenho energético das edificações.
Grande parte da responsabilidade em reduzir o impacto ao meio ambiente cabe à industria da
construção civil, pois esse setor consome cerca de 40% dos nossos recursos naturais. Para
agravar a situação, estima-se que até 2015 haverá um aumento de 45% no consumo de energia
elétrica nesse setor (CEBDS,2007). Em 2004, por exemplo, as edificações do Rio de Janeiro
consumiram 44% da energia elétrica da cidade, sendo que desse total, 40% foram gastos pela
iluminação artificial (MME, 2006).
Desde 2001 a crise energética vem assombrando os brasileiros. O medo dos apagões, como o
que já havia deixado 50 milhões de pessoas de onze unidades federativas do Brasil e Paraguai
às escuras por quase seis horas na noite de 11 de março de 1999 (WIKIPÉDIA), levantaram
questionamentos sobre o uso indiscriminado dos recursos naturais, alertando que a escassez
de água e energia eram problemas eminentes se a postura dos usuários não mudasse. O plano
de corte de 20% no consumo de energia implantado pelo governo do então presidente da
república Fernando Henrique Cardoso, dando incentivos para quem atingisse a meta ou
punições para quem não as atingisse, introduziu novos hábitos na vida da população quanto
aos banhos demorados, ferro elétrico ligado além do tempo necessário, uso incorreto de
eletrodomésticos, além de outros desperdícios, mas principalmente (ao que interessa a este
estudo) intensificou o uso de lâmpadas fluorescentes compactas em substituição às
incandescentes popularmente utilizadas e que geravam um maior consumo de energia elétrica.
A mudança de comportamento trazia, além do uso racional dos recursos, a diminuição das
contas no final do mês e, por fim, o problema ocasionado pela estiagem daquele ano chamava,
pela primeira vez, a atenção do brasileiro para questões sobre a qualidade de vida, para si e
seus descendentes, num futuro muito próximo de recursos vitais, e agora vistos como
findáveis, não fossem utilizados com consciência.
Esse foi, com certeza, um grande passo para toda a população do país e se, acadêmica-
cientificamente, viu-se uma intensificação no número de pesquisas buscando, mais que tentar
resolver o problema de uma real deficiência energética, compreender a relação do homem
com o espaço natural e construído e os desdobramentos em sua saúde ,bem-estar e conforto,
na prática a contratação de um profissional especialista para elaboração de projetos de
iluminação é mais comum por empresários de médias a grandes empresas, excluindo-se a
grande maioria das micro e pequenas empresas.
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As hipóteses levantadas é que começa haver uma preocupação com questões de uso racional
dos recursos naturais e com qualidade de vida e o que aconteceu em 2001 começou a
repercutir entre os brasileiros devido às sanções impostas pelo governo federal em caso de
não redução no consumo de energia. O projeto de iluminação começa timidamente a ser
encarado como sendo necessário para desenvolvimento e prosperidade econômica dos
estabelecimentos comerciais. A existência de um profissional especializado na área de
iluminação ainda é confundido com outros profissionais da construção civil.
É preciso investigar o que gera o problema, mas antes de tudo, é preciso entender que, mais
que pura estética ou um amontoado de cálculos matemáticos automatizados, mais que
quantidades de lux disponíveis ou de kilowatts economizados, projetar um espaço de
trabalho, onde se passa a maior parte do dia, “implica entender como percebemos este
ambiente, como a luz influencia a nossa percepção, do que pode ser atrativo e o que nos trás
desconforto” (BARBOSA, 2010:22). Senzi (2003 apud BRONDANI, 2006:18), inclusive,
aponta uma queda entre 40% e 60% na produtividade em decorrência da cor da luz, onde
aquela que mais se assemelha à luz do dia, com um branco mais frio, aumenta o rendimento,
enquanto que a luz mais amarelada, que lembra o final da tarde, faz o mesmo cair.
Assim, com a finalidade de discutir a sustentabilidade, a escolha por este tema é um convite a
empresários a repensarem seu papel na sociedade e mais diretamente na vida de uma pequena
parcela da população que está sob o seu governo, quanto à sua contribuição pontual, mas não
menos importante, na busca por uma melhor qualidade de vida global para a atual e futuras
gerações, servindo de incentivo para que passem a contratar os serviços de profissionais
especializados para projetos de iluminação de suas empresas, mesmo que as atuais
regulamentações venham exigindo apenas que edificações comerciais, de serviços e públicas
com área igual ou superior a 500m² atendam “níveis máximos de consumo de energia, ou
mínimos de eficiência energética” (BRASIL, 2001a; BRASIL, 2001b apud INMETRO et al,
2009a:5) conforme estabelecido pela Política Nacional de Conservação e Uso Racional de
Energia promulgada em 2001 e que vem sendo aperfeiçoada desde então.
O objetivo principal deste estudo é levantar a importância da contratação de um especialista
para elaboração de projetos de iluminação em ambientes comerciais, de modo a garantir a
saúde e bem-estar (fisiológico e psicológico) dos trabalhadores e, consequentemente,
aumentar a produtividade, além de gerar economia de energia.
A fim de atingir os objetivos acima descritos, foi realizada primeiramente esta
contextualização histórica da questão levantada e da sustentabilidade, seguida de uma
investigação teórica, através de pesquisa bibliográfica, sobre o que se entende por projeto de
iluminação e suas implicações diretas e indiretas na fisiologia e psicologia humanas, através
da percepção da luz e cor no ambiente construído. Na seqüência foi realizada uma pesquisa de
campo, com aplicação de um questionário a 4 (quatro) empresários do setor de lotérica,
construção civil, arquitetura e hotelaria, no interior do Estado do Minas Gerais, onde buscou-
se avaliar as reais preocupações do empreendedor com questões de meio ambiente e
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sustentabilidade, a compreensão dos mesmos sobre a importância de um projeto de
iluminação e da forma como a mesma pode afetar seus negócios, o conhecimento sobre a
existência de um profissional especialista e sua diferenciação de outros profissionais do setor
de construção civil e, a satisfação ou não com o ambiente de trabalho e sua relação direta ou
indireta com a percepção da luz no ambiente.
O que fazer com esses dados? Quando temos acesso a essas informações, tornamo-nos co-
responsáveis pelo cenário atual de consumo dos recursos naturais. Os profissionais atuantes
nestas áreas têm um papel fundamental nesse processo, tornando-se urgente a concepção o
planejamento e a materialização deste comprometimento na forma de projetos luminotécnicos
com menor impacto ambiental. E como objetivo principal, este estudo levanta a importância
da contratação de um especialista para elaboração de projetos de iluminação em ambientes
comerciais, de modo a garantir a saúde e bem-estar do ser humano e, consequentemente,
aumentar a produtividade, além de gerar economia de energia.
2. O projeto luminotécnico
Segundo a NBR 5410 (ABNT, 2004a:1) que “estabelece as condições a que devem satisfazer
as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens” para reforma ou construção
de novas edificações de qualquer uso, as cargas de iluminação devem ser calculadas atendo-se
as exigências de iluminância, conforme o uso do ambiente, estabelecidas pela NBR 5413
(ABNT, 2004a:13). Porém, embora esta última leve em consideração a idade dos usuários,
velocidade e precisão da tarefa a ser desenvolvida, além da refletância do ambiente (ABNT,
1992:2) para definir o mínimo de lux a ser disponibilizada em cada ambiente, levando-se em
conta o conforto visual dos usuários, a primeira norma acaba por simplificar o projeto de
iluminação no sentido de exigir apenas um ponto de luz fixo no teto, com potência mínima de
100VA (volt amperes) por ambiente (ABNT, 2004a:182).
Esta brecha na NBR 5410 torna a prática de elaboração de projetos das instalações elétricas
considerando diretamente o mínimo exigido por ambiente, ou automatizando os cálculos por
iluminância a fim de apenas calcular as cargas necessárias sem nenhuma preocupação real
com o uso do local, comum entre os engenheiros responsáveis pelos projetos complementares
das edificações.
Rodrigues (2002:4) justifica que a luz é naturalmente vista pelo homem como um elemento
tão familiar e isso faz com que ele ignore a necessidade de se buscar “conhecê-la e
compreendê-la” mais. Em contrapartida, relata que dentro do campo da iluminação, sabe-se
da importância da mesma para o bom desempenho das tarefas e da sua influência sobre o
estado emocional dos seres humanos, e mesmo assim, encontram-se no Brasil um grande
número de edificações fora dos padrões técnicos adequados, apresentando iluminação em
excesso, nenhum aproveitamento da luz natural, uso incorreto de equipamentos e falta de
interruptores de comando das luminárias, além de outros problemas ligados aos hábitos dos
usuários e a falta de manutenção dos equipamentos, que deprecia o sistema mais
rapidamente.
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Mas se essa ou aquela norma dá abertura para a elaboração de projetos muitas vezes
deficientes a respeito de uma real busca por melhor qualidade de vida, ignorando totalmente a
integração de luz natural e artificial, a NBR 15.215-3 (ABNT, 2004b:1) discursa a respeito de
um bom projeto de iluminação, onde a luz natural é controlada “maximizando suas vantagens
e reduzindo suas desvantagens”. A metodologia traçada pela parte 4 desta mesma norma
(ABNT, 2004c:5) para a medição dos níveis de iluminamento natural de um ambiente lista o
que deve ser observado, chamando a atenção para, entre outras, as seguintes medidas a serem
tomadas:
a) considerar a quantidade de luz no ponto e no plano onde a tarefa for executada, seja
horizontal, vertical ou em qualquer outro ângulo;
b) evitar sombras sobre a fotocélula, acarretadas pela posição de pessoas em relação a ela, a
não ser que seja necessário para a caracterização de um posto de trabalho;
c) verificar, sempre que possível, o nível de iluminação em uma superfície de trabalho, com e
sem as pessoas que utilizam estes ambientes em suas posições; desta forma, é possível
verificar eventuais falhas de leiaute;
d) realizar as medições num plano horizontal a 75 cm do piso quando a altura da superfície de
trabalho não é especificada ou conhecida.
Pode-se notar que aqui já existe a preocupação com a influência do meio em que o usuário
executará suas tarefas. Se atentando, inclusive, para as sombras projetadas por outras pessoas
sobre o plano, que possam comprometer a iluminação da área de trabalho. Nesse sentido
Barbosa (2010:28) entende a sombra como parte da iluminação que gera estímulos visuais
importantes para a percepção e, consequentemente, qualidade do espaço, visto que a mesma
faz parte do cotidiano e da memória fototrópica dos seres humanos que veem, todos os dias,
os espetáculos de luz da natureza, geralmente associados a diversos sentimentos.
No entender de Godoy:
Um bom projeto deve aproveitar as oportunidades da arquitetura e decoração para
potencializá-las e valorizá-las visualmente, prevendo pontos, cargas, circuitos e
controles dedicados a cada solução. Assim, com as informações definidas, inicia-se
o desenvolvimento das soluções, elegendo os objetivos visuais, compondo os
ambientes, criando efeitos. O projeto deve ser intensamente discutido com os
gerenciadores do negócio, que conhecem o tipo de cliente a ser atendido e os
objetivos do empreendimento (Godoy, 2000: 4 apud BRONDANI, 2006;56).
Mas enquanto ainda não se entra especificamente no mérito da percepção da luz do espaço, a
ser abordado no próximo tópico, volta-se a atenção para as questões técnicas do mais recente
Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios
Comerciais, de Serviços e Públicos – o RTQ-C – que traça as diretrizes para a etiquetagem de
edificações com área igual ou superior a 500m² pelo Inmetro – Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia – conforme a classificação do seu nível de eficiência
energética, do Plano de Ação para Eficiência Energética em Edificações – o Procel Edifica
(INMETRO et al, 2009a:5).
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O manual para aplicação dos regulamentos (INMETRO, 2009b:7), que se define como “um
desafio para procurar e efetivamente alcançar níveis mais elevados de eficiência energética
nas edificações”, classifica os edifícios através da eficiência alcançada em três sistemas: a
envoltória (características físicas do edifício), a iluminação e a utilização de ar-condicionado.
A eficiência de uma edificação quanto à iluminação leva em conta a potência instalada de
iluminação nos ambientes internos, a iluminância de projeto e a iluminância efetivamente
gerada pelo sistema, sendo que “quanto menor a potência utilizada, menor é a energia
consumida e mais eficiente é o sistema, desde que garantidas às condições adequadas de
iluminação” (INMETRO, 2009b:8). Dessa forma, a escolha correta dos equipamentos, a
integração da luz natural com a artificial, projetando a distribuição por zonas de acionamento
que levam em conta a quantidade de luz necessária e a já disponível naturalmente nos planos
de trabalho, conforme o uso tornam-se estratégias extremamente importantes na busca pela
real eficiência energética, estimulando os projetistas a buscarem melhores soluções para seus
projetos.
Neste sentido, o lighting designer, arquiteto, engenheiro ou outro profissional que trabalhe em
iluminação deve estar sempre em busca de aperfeiçoamento, com intuito de se estar sempre a
par das atualizações tecnológicas, mas principalmente, se aprofundar nos estudos que grandes
centros de pesquisas vêm constantemente desenvolvendo.
O próprio manual enfatiza:
Cabe salientar que nenhuma regulamentação por si garante um edifício de qualidade.
Maiores níveis de eficiência podem ser alcançados através de estratégias de projeto e
por iniciativas e cooperação dos diversos atores ligados à construção dos edifícios
(arquitetos, engenheiros civis, eletricistas, mecânicos e empreendedores).
Igualmente, tão importantes e frequentemente esquecidos, os usuários têm
participação decisiva no uso de edifícios eficientes através dos seus hábitos, que
podem reduzir de forma significativa o consumo de energia, aumentando assim a
eficiência das edificações e reduzindo desperdícios. Todos os envolvidos na
concepção e utilização dos edifícios e seus sistemas podem contribuir para criar e
manter edificações energeticamente eficientes (INMETRO et al, 2009b:7).
Barbosa (2006:21) também retrata a importância do usuário, “para o qual o espaço foi
projetado”, nos desdobramentos da racionalização energética, tendo em vista que “serão
precisamente estes usuários eu irão fechar cortinas, acender as luzes, abrir cortinas e apagar as
luzes, buscando sempre a situação mais confortável, seja para trabalhar, repousar, meditar ou
simplesmente contemplar”, o que leva novamente este estudo à necessidade de entendimento
da relação da luz e cor na saúde e bem-estar (fisiológico e psicológico) do homem.
3. A percepção visual
Citando Tormann:
A iluminação é nossa menina dos olhos, filha do conhecimento e da criatividade, ela
age como uma personagem silenciosa, polivalente, polimorfa, carregada de mistério
e, todavia inteligível, orgulhosa, podendo ser tranquila, acolhedora e até agressiva
quando necessário.
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E embora a autora esteja se referindo à cenografia de um espetáculo, ela não é a única a tratar
a iluminação como peça imprescindível do teatro da própria vida. Brondani também cita
Godoy (2000:3 apud BRONDANI, 2006:21) ao evidenciar “que as técnicas teatrais na
iluminação de arquitetura é um processo natural do desenvolvimento visual dos
empreendimentos”.
A idéia é reafirmada por Barbosa (2010:29) ao escrever que a luz, numa linguagem teatral,
reforça o conteúdo emocional de um espaço e que, tal qual a arquitetura, projetar a luz é uma
arte aplicada que existe para um para que e para quem, com critérios funcionais, construtivos
e estéticos, conforme o objetivo a ser atingido. Para isso, utiliza-se a memória de luz do
homem que está diretamente relacionada com o que é visto diariamente na natureza e a carga
emocional que cada um carrega daquilo que vivencia.
É por isso que, segundo Senzi (2003 apud BRONDANI, 2006:18), “a cor da luz também
interfere na produtividade”, apontando um decréscimo no rendimento entre 40% a 60% ao
utilizar lâmpadas com temperatura de cor mais quente, semelhante à cor amarela do
entardecer, em comparação com o uso de lâmpadas com temperatura de cor fria, mais
parecida com a luz do dia.
A explicação para este fenômeno novamente está na natureza. Visto que, desde os tempos em
que os homens habitavam as cavernas, o dia é o horário em que o homem trabalha, estuda e
desenvolve as suas atividades, ou seja, é o período em que ele encontra-se alerta, concentrado
no desenvolvimento de suas tarefas enquanto a noite é o horário para o seu repouso, um
período de relaxamento.
O ciclo de trabalho-repouso se repete a cada 24 horas aproximadamente e é a luz que regula o
relógio biológico do homem, conhecido por ciclo circadiano. Segundo Fernandes (2006), “é
um estado fisiológico especial que ocorre de maneira cíclica em uma grande variedade de
seres vivos do reino animal, tendo sido observados comportamentos de repouso e atividade
[...] em animais tão inferiores na escala zoológica como os insetos”.
Geib (2003) explica que a melatonina é um hormônio cuja produção aumenta
significativamente durante o sono, é fortemente suprimido na presença de luz, diminuindo
com o despertar de cada dia. A informação claro/escuro é transmitida da retina para o núcleo
supraquiasmático e deste para a glândula pineal que regula a secreção deste hormônio
sincronizador dos ritmos biológicos. Segundo Ebersole (2001 apud GEIB et al, 2003),
“modificações no padrão de sono e repouso alteram o balanço homeostático, com
repercussões sobre a função psicológica, sistema imunológico, performance, resposta
comportamental, humor e habilidade de adaptação”.
A luz é a parcela de radiação visível do espectro eletromagnético que, dependendo do
comprimento de onda, será a cor percebida pelo olho humano. Assim, da mesma forma que a
luz, a cor é um importante elemento na percepção do espaço pelo homem, com implicações
fisiológicas e psicológicas.
Cromoterapia ou Colorterapia é a ciência que usa raios coloridos, que podem ou não ser
visíveis ao olho humano, “para alterar ou manter as vibrações do corpo naquela frequência
que resulta em saúde, bem-estar e harmonia” (AMBER, 2006).
Para melhor entendimento deste fenômeno, Barbosa cita em sua tese as pesquisas
desenvolvidas por Harold Wohlfarth, presidente da academia alemã de ciência da cor e
fotobiólogo da Universidade de Alberta, no Canadá:
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[...] as minúsculas partículas de energia eletromagnética que formam a luz, afetam
um ou mais neurotransmissores do cérebro. Os Neurotransmissores são substâncias
químicas que transmitem mensagens de nervo para nervo e de nervo para músculo.
A luz, ao atingir a retina, influencia a síntese da melatonina que, por sua vez,
provoca a síntese da serotonina, um neurotransmissor que atua no sistema nervoso
central inibindo ou ativando a ação dos neurônios do hipotálamo e sistema límbico,
modificando os aspectos emocionais e motivacionais físicos e psicológicos
(BARBOSA, 2010:103).
Ao interagir com as glândulas pituitária, pineal e hipotálamo, que regulam o sistema
endócrino e as funções dos sistemas nervoso simpático e parassimpático, a energia
eletromagnética da cor influencia a fome, sede e sexo. As respostas emocionais que remetem
ao ódio, amor, dor e desprazer têm origem no sistema límbico, também influenciado pelas
cores. “Por este motivo, a interferência fisiológica e psicológica das cores é uma realidade”,
conclui Brondani (2006:42).
Tiski-Franckowiak (2000 apud BRONDANI, 2006:42) vai ainda mais além e aponta “que o
tempo de percepção das cores varia de acordo com a cor”, sendo que a cor azul, de
intensidade fraca e com ondas curtas, demora em torno de 0,06 segundos para ser percebida e
auxilia no equilíbrio dos neurônios. Em contrapartida, a cor vermelha, de intensidade maior e
mais ondas longas, é percebida mais rapidamente, em 0,02 segundos, excita os mesmos.
Neste ponto os estudos de Tiski-Franckowiak valida Fonseca (2005:25) que observa que as
cores quentes, como o vermelho, amarelo e laranja, causam a aceleração dos batimentos
cardíacos e elevação da pressão arterial, sendo associadas à atividade e alerta, enquanto que as
cores frias, como o azul e o verde, diminuem a aceleração dos batimentos cardíacos e pressão
arterial, imprimindo uma sensação de relaxamento.
Figura 1: Espectro Eletromagnético e Espectro Visível
Fonte: Lighting with artificial light 1. Frankfurt, Fodergemeinschaft gutes licht, 1994
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Vermelho: 630-780nm Alaranjado: 600-630nm Amarelo: 565-600nm
Verde: 500-565nm Azul: 435-500nm Violeta: 380 a 435nm
4. A iluminação eficiente e a economia
Rodrigues et al (2004) defende que a energia elétrica é um insumo de importância
fundamental na vida humana, e por se tratar de uma fonte de energia secundária, limpa e de
fácil utilização, ela está presente desde as atividades mais elementares, como iluminar um
ambiente, até as atividades industriais mais complexas da era moderna.
A crise energética que ocorreu no Brasil no início dos anos 2000 levantou a necessidade de
racionalização e melhor utilização do uso da energia elétrica. Esse fato foi importante para os
comerciantes, pois incentivou a criação de uma cultura de utilização dos recursos naturais e a
busca pelo conhecimento de novas alternativas, entre elas o aproveitamento da luz natural e
sua integração com a iluminação artificial.
Dados apresentados pelo Guia Prático Philips Iluminação revelam que 19% da energia
produzida no mundo é consumida pela iluminação, e grande parte das instalações existentes é
antiga e pouco eficiente.
Segundo Reis (2000), o valor da eletricidade fica ainda mais evidenciado quando se observa o
levantamento referente à expansão do consumo de energia elétrica no Brasil. Entre os anos de
1970 a 1993, por exemplo, a variação foi de mais de 500% enquanto que o crescimento do
consumo total de energia ficou em torno de 175%.
De acordo com Rodrigues (2002), os problemas mais frequentes relacionados à iluminação
eficiente encontrados nas edificações são:
- Iluminação em excesso;
- Falta de aproveitamento da iluminação artificial;
- Uso de equipamentos com baixa eficiência luminosa;
- Falta de interruptores;
- Ausência de manutenção, o que deprecia o sistema mais rapidamente;
- Hábitos de uso inadequados.
O combate ao desperdício de energia pode ser obtido através da mudança de hábitos e
também por meio da utilização de um projeto luminotécnico correto.
Conservar energia não significa reduzir o conforto, nem os benefícios que a mesma
fornece e sim acabar com os desperdícios, induzindo a sociedade a uma realidade
mais racional, onde a redução da necessidade de novas centrais de geração de
energia possibilite a preservação do meio ambiente e o caminho para o
“desenvolvimento sustentável”. (AMARAL e GONÇALVES, 2002, p. 520).
A procura por métodos que resultem em menor consumo e por equipamentos eficientes na
redução da demanda de energia elétrica é uma iniciativa nova de grande crescimento e
destaque junto às outras formas de economia no planeta.
Mas planejar eficientemente a iluminação exige mais que a escolha de luminárias e
equipamentos adequados. Segundo Becker (1985), um sistema de iluminação eficiente e bem
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planejado é aquele que fornece uma quantidade adequada de luz, quando e onde ela é
necessária, com uma mínima quantidade de energia.
Para que o projeto de iluminação seja eficiente, deve conter os seguintes requisitos:
- Considerar a iluminação natural, aproveitando-a da melhor maneira e durante o maior
tempo possível;
- Criar uma iluminação artificial embasada em cálculos reais, realizados de acordo com as
diversas situações possíveis;
- Criar diferentes circuitos de iluminação, que possibilitem o uso somente das lâmpadas
desejadas em cada momento, evitando o gasto desnecessário.
Essas atitudes são pensadas e tomadas em projeto, restando ao usuário somente se beneficiar
das mesmas durante a utilização do espaço. Com o projeto e as escolhas corretas, é possível
realizar uma economia considerável.
5. Metodologia de pesquisa
Para tornar científico o conhecimento sobre qualquer assunto, é necessário utilizar-se de
métodos, ou seja, técnicas de coleta e análise de dados relacionados ao tema da pesquisa. Esta
coleta pode ser realizada através de pesquisa bibliográfica, contato pessoal, entrevistas,
questionários, roteiro de análise documental, análise de comportamento, entre outros.
Segundo Gil (1995), a utilização de um método tem como objetivo proporcionar ao
investigador os meios técnicos para garantir a objetividade e a precisão no estudo dos fatos
sociais. Mais especificamente visam fornecer a orientação necessária à realização da pesquisa
social, sobretudo no referente à obtenção, processamento e validação dos dados pertinentes à
problemática que está sendo investigada.
Para embasamento deste artigo, foi utilizada a pesquisa exploratória envolvendo levantamento
bibliográfico através de livros, revistas, artigos e sites, acrescido de pesquisa descritiva
contendo dois métodos de coleta, sendo um deles uma entrevista e o outro uma análise in loco
do comportamento dos usuários nos estabelecimentos selecionados.
Andrade (2003), define que a pesquisa exploratória tem a finalidade de proporcionar maiores
informações sobre determinado assunto e facilitar a delimitação de um tema, além de definir
os objetivos ou formular as hipóteses de um estudo. No que se refere à pesquisa descritiva,
Samara e Barros (2002) colocam que a mesma busca descrever situações do mercado através
de dados primários coletados em entrevistas pessoais ou discussões de grupo.
Ainda de acordo com Samara e Barros (2002), o roteiro de entrevista é um formulário
utilizado para se coletar dados. Sendo assim, a referida entrevista foi realizada através de
questionário contendo perguntas de múltipla escolha e também abertas, relacionadas ao tema
abordado, aplicado através de uma entrevista pessoal feita aos proprietários de quatro
estabelecimentos.
A entrevista teve como objetivo avaliar as reais preocupações do empreendedor com questões
de meio ambiente e sustentabilidade, a compreensão dos mesmos sobre a importância de um
projeto de iluminação e da forma como a mesma pode afetar seus negócios, o conhecimento
sobre a existência de um profissional especialista e sua diferenciação de outros profissionais
do setor de construção civil e, a satisfação ou não com o ambiente de trabalho e sua relação
direta ou indireta com a percepção da luz no ambiente.
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A primeira parte do questionário refere-se à identificação pessoal dos empresários, como
nome (opcional), sexo, idade e escolaridade, e identificação e caracterização da empresa,
como nome (opcional), ramo e setor de atuação.
A segunda parte é a pesquisa propriamente dita, onde se procurou além de coletar os dados,
direcionar o empresário a tomar conhecimento da existência de um profissional especializado
em iluminação (se ainda não o tinha) e avaliar, por fim, a importância do projeto de
iluminação em si, desenvolvido por tal profissional.
6. Resultados obtidos
Segundo questionário realizado com os quatro empresários dos setores de : construção civil,
arquitetura, lotérica e hotelaria conclui-se que 75% dos entrevistados afirmam ter
conhecimento da existência hoje no mercado de um profissional especializado em iluminação,
mas mesmo assim por questões financeiras não contratam profissional lighting designer,
geralmente contratam para esta finalidade os profissionais que já se encontram em sua obra .
Esses profissionais podem ser:
- O arquiteto, que na quase totalidade dos casos não possuem conhecimentos específicos em
iluminação;
- O eletricista, que para os contratantes tem o conhecimento e a prática da instalação;
- Os vendedores de lojas especializadas em iluminação, porque dizem que podem contar com
a praticidade de tê-los por perto no momento da compra e ainda contar com sua constante
atualização de informações sobre equipamentos e novidades do mercado.
75% dos entrevistados se diz preocupado com questões ambientais e soluções sustentáveis
em suas empresas. Mas pode ser notado que quando essas questões ambientais geram um
custo maior em sua prática, a consciência ecológica é deixada de lado.
O construtor civil, apesar de trabalhar indiretamente com profissionais especialistas em
iluminação em obras de terceiros, não utiliza projetos luminotécnicos em sua própria empresa,
uma vez que acha ser gabaritado para a tarefa , juntamente com seus eletricistas. Mas utiliza
coleta de resíduos e tem preocupação com as questões ecológicas e sustentáveis.
O empresário lotérico não demonstrou preocupação em investimentos de novas tecnologias,
apesar de ressaltar que gostaria de economizar na conta de energia. Ele também demonstrou
interesse de destacar produtos à venda e melhorar o bem-estar e conforto dos funcionários.
Somente o empresário hoteleiro diz ter contratado um profissional lighting designer para
executar projeto luminotécnico em seu empreendimento, e ressalta que já o havia contratado
em outro empreendimento anteriormente, admirando o resultado obtido, assim como o custo-
benefício , charme, conforto e assertividade na iluminação. Ressalta ainda que o fez por
questões de economia na utilização de lâmpadas e tecnologias adequadas, e iluminação
diferenciada, que atraísse o cliente para a proposta do hotel.
Todos os entrevistados disseram ter consciência do importante papel da iluminação e
sustentabilidade em seus empreendimentos.
7. Conclusão
Com o estudo realizado, foi possível concluir que as pessoas começam a ter um interesse
crescente e um pequeno conhecimento, no qual podemos chamar de noção, sobre o que
significa o trabalho e resultados obtidos por um lighting designer através de projeto
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luminotécnico. O que já significa uma melhora comparada há alguns anos atrás. E esta
melhora no conhecimento sobre os efeitos de uma iluminação artificial planejada está sendo
partilhada e difundida por àqueles que experimentaram seus efeitos práticos e subjetivos.
Criando assim, uma cultura de demonstrar e apresentar ao mercado os benefícios que o
projeto de iluminação artificial eficiente pode trazer às pessoas e ao meio ambiente.
Felizmente as recentes regulamentações também têm mudado essa realidade e estimulado a
busca por melhores soluções para os projetos, a fim de alcançarem níveis mais elevados de
eficiência energética e, sobretudo, níveis mais elevados de qualidade de vida para os usuários,
introduzindo questões quanto à escolha correta dos equipamentos, integração da luz natural e
artificial e distribuição da luz por zonas de acionamento, que vão agregando valores aos
ambientes que até então eram pouco encontrados em nosso meio.
Na maioria dos casos analisados neste estudo um único profissional, geralmente um “bom
eletricista” ou arquiteto, é contratado para executar a parte luminotécnica, e não se atentam
para o fato de que um projeto específico e bem elaborado, com utilização de bons produtos e
uma lógica de funcionamento refletiria em ganhos mais significativos levando o projeto a um
nível superior.
É fato também que existe sim uma preocupação com a economia dos recursos naturais,
sustentabilidade e qualidade de vida. A contenção de despesas foi muito citada por todos os
empresários, eles estão sempre atentos ao gasto de energia, mas na maioria das vezes não tomam as
decisões corretas para conseguir a economia desejada.
Os dados encontrados através deste trabalho reforçam a afirmativa da influência
transformadora exercida pela iluminação nos espaços, em seus usuários e, consequentemente,
no funcionamento do empreendimento. Transmitir as reais sensações desejadas e poder
oferecer um ambiente confortável e diferenciado aos usuários do local são questões
primordiais na busca pelo sucesso.
Mas o mais importante ao desenvolver este artigo foi diagnosticar o crescente interesse e a
abertura dos empresários ao trabalho desenvolvido pelo lighting design, evoluindo juntamente
com uma consciência ecológica. Esta mudança gera perspectiva para a classe envolvida, pois
torna o mercado mais amplo e diversificado, possibilitando novos investimentos. A próxima
atitude a ser tomada é a expansão destas informações e o desenvolvimento de uma divulgação
eficaz sobre o profissional especialista em iluminação, para que assim mais pessoas
conheçam, entendam e valorizem seu trabalho.
O mundo começa a despertar para um novo conceito de como tornar sustentável a relação do
homem com o planeta.
8. Referências
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determinação da iluminação natural em ambientes internos. Rio de Janeiro: 2004b, 33 p.
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Crise_do_apag%C3%A3o>. Acesso em 12 de março 2014.
Anexo
Questionário Aplicado ao Sócio-Proprietário da Empresa
Nome (Opcional): ______________________________________ Sexo: ( ) F ( )M
Data de Nascimento: ___/ ___/ ______ Estado Civil: ____________________________
Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental
( ) Ensino Médio
( ) Técnico (Ex.: Edificações): ______________________________________
( ) Graduação (Ex.: Arquitetura): ____________________________________
( ) Pós-Graduação (Ex.: Iluminação): ________________________________
Nome da Empresa (Opcional): __________________________________________________
Ramo de Atividade: ( ) Industrial ( ) Comercial ( ) Prestador de Serviços
Especifique a Atividade (Ex.: Escritório de Arquitetura): _____________________________
1. Você se preocupa com questões ecológicas e de sustentabilidade? ( ) Muito
( ) Um pouco
( ) O suficiente para diminuir custos e, ao mesmo tempo, ajudar o meio-ambiente
( ) Nem um pouco
( ) Outro: __________________________________________________________________
2. Quais medidas você costumar tomar e incentivar dentro de sua empresa que
remetam, consciente ou inconscientemente, às questões ecológicas e de sustentabilidade?
(Podem ser marcadas mais de uma opção) ( ) Separar recicláveis do lixo orgânico
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( ) Evitar o desperdício de água, ao esquecer torneiras abertas
( ) Coletar e armazenar água da chuva para utilizar na limpeza de calçadas e cuidados com
jardinagem
( ) Evitar acender a luz durante o dia, abrindo cortinas e janelas para deixar a luz natural entrar
( ) Quando for inevitável utilizar iluminação artificial, desligar interruptores ao sair do
ambiente
( ) Substituir lâmpadas, na medida do possível, quando novas tecnologias mais econômicas
são lançadas
( ) Investir regularmente em projetos de profissionais especializados, a fim de utilizar
conscientemente as novas tecnologias na busca pela qualidade de vida e economia dos
recursos naturais.
( ) Nenhuma
( ) Outra: __________________________________________________________________
2.Você se preocupa com a economia de energia?
( ) Sim
( ) Não
( ) Um pouco
3. Quais são suas atitudes para economizar energia?
( ) Deixar as luzes apagadas
( ) Investir em bons materiais de iluminação
( )Contratar um profissional especializado em iluminação
( )Contratar um bom eletricista
( ) Contratar um arquiteto
4. Você considera a iluminação importante para o sucesso de seu empreendimento? ( ) Muito importante
( ) Importante
( ) Nada importante
( ) Não sei
( ) Outro: __________________________________________________________________
Por quê?
5. Para você, uma boa qualidade na iluminação de um ambiente de trabalho está
diretamente relacionada ao que? (Podem ser marcadas mais de uma opção) ( ) Maior uso de luz natural
( ) Uso somente de luz artificial
( ) Uso integrado de luz natural e artificial
( ) Maior economia de energia
( ) Maior custo-benefício dos equipamentos utilizados
( ) Estética (beleza) do ambiente
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( ) Saúde e bem-estar do funcionário
( ) Outro: __________________________________________________________________
6. Qual o seu atual grau de satisfação com a iluminação de seu estabelecimento? ( ) Totalmente satisfeito
( ) Satisfeito
( ) Indiferente
( ) Insatisfeito
( ) Totalmente insatisfeito
7. Foi executada alguma melhoria quanto à iluminação do imóvel onde sua empresa está
instalada ou, em caso de ser um imóvel construído especificamente para a instalação da
empresa, houve uma preocupação específica com esta questão? ( ) Sim
( ) Não
Qual? _____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Observação: Se você não executou nenhuma melhoria quanto à iluminação do imóvel
onde sua empresa está instalada, ir direto para a questão 10.
8. Se você fosse executar melhorias na iluminação de sua empresa, você contrataria
profissional e projeto específicos? ( ) Sim, pois é importante
( ) Não, por questões de custos
( ) Não, pois o próprio vendedor da loja de equipamentos de iluminação e o técnico eletricista
podem me auxiliar a escolher os melhores equipamentos e soluções, tendo em vista a sua
experiência
( ) Não, pois confio na minha capacidade de saber escolher o que seria melhor para o meu
empreendimento
( ) Outro: __________________________________________________________________
Observação: Se você não contratou profissional e projetos específicos quando executou
melhorias na iluminação de sua empresa, ir direto para a questão 11.
9. Qual profissional você contratou? ( ) Um técnico eletricista
( ) Um arquiteto
( ) Um engenheiro civil/eletricista
( ) Um especialista em iluminação
( ) Outro: __________________________________________________________________
10. Por que você contratou este profissional?
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( ) Por questões de custos
( ) Porque é conhecido/amigo
( ) Porque é o profissional mais capacitado atualmente disponível no mercado
( ) Porque é o profissional mais indicado
( ) Outro: __________________________________________________________________
11. Além dos aspectos energéticos que envolvem a iluminação de um ambiente, grandes
centros têm realizado importantes pesquisas sobre a influência da luz e cor na saúde e
bem-estar (fisiológico e psicológico) do homem. “Por exemplo, a cor vermelha tende a
excitar e, se o tempo de exposição a ela for muito longo, pode irritar [...] Altas
iluminâncias estão associadas às sensações de alerta e as baixas às de relaxamento.”
(FONSECA, 2005:26-28). Sendo assim, entre os sentimentos/emoções abaixo
relacionados, qual você diria que melhor descreve a atmosfera que a ATUAL
ILUMINAÇÃO imprime ao ambiente de trabalho de sua empresa? (Podem ser
marcadas mais de uma opção) ( ) Concentração ( ) Tristeza ( ) Frieza
( ) Dispersão ( ) Alegria ( ) Dramática
( ) Tensão/Alerta ( ) Agitação ( ) Nenhum
( ) Relaxamento ( ) Aconchego ( ) Outro: _____________________
12. Segundo Brondani (2006:18), “estudos revelam que o desconforto e o mal-estar em
alguns ambientes são caracterizados pelo mau uso das cores”, e sendo assim, “a cor da
luz também interfere na produtividade” (SENZI, 2003 apud BRONDANI, 2006:18).
Com base na análise do ambiente de trabalho de sua empresa, feito por você na questão
anterior, responda: você acredita que os sentimentos/emoções que você assinalou acima
estão sendo positivos para seus negócios? ( ) Sim
( ) Não
Por quê?
13. Levando-se em conta as duas últimas questões onde foi compartilhada uma parte do
conhecimento que um profissional especialista em iluminação tem buscado cada vez
mais se aprofundar, responda: você considera a iluminação importante para o sucesso
de seu empreendimento? ( ) Muito importante
( ) Importante
( ) Nada importante
( ) Não sei
( ) Outro: __________________________________________________________________
Por quê?
14. Como você associa a idéia de conforto na iluminação? ( ) Muito importante
( ) Importante
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( ) Nada importante
( ) Não sei
( ) Outro: __________________________________________________________________
Por quê?
Muito obrigada por sua colaboração!