A IMPORTÂNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

Embed Size (px)

Citation preview

  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    1/12

    Rafael de Menezes Pagina 1 de 12

    A r t i g o sA IM PORTANC IA DO D IRE ITO PR IVADO APESAR DA

    P UB LIC IZ AC Ao D O D IR EIT OR afae l Jose de M enezes (J u iz de D ire ito em P E, p6s -g raduado pe la U FPE , e P ro f. de D ire ito C iv il da U NIC AP e daESMAPE )

    1 - In tro d u c aoM od ern am en te p erc eb e-s e u ma in te rv en ca o d e p rin cip io s d e D ire ito P ub lic o s ob re 0 Direito

    P rivado , de m odo que nao se pode m ais fa la r de con tra to e de p rop riedade em nosso o rdenam en to , sems e a te nta r p ara 0 d irig is mo c on tra tu al e s em s e re sp eita r a fu nc ao s oc ia l d a p ro prie da de .

    o C 6d igo C iv il b ras ile iro , quase cen tena rlo , nao pode se r a tua lm en te ap lic ado em do is de s eusp rin cip ais in stitu to s s em a in flu en cia d a C on sm ulc ao F ed era l d e 1 98 8.

    E q ua is s ao e ste s d ois in stitu to s?o p rim eiro e 0 contra to , 0 n eg 6c io ju rid ic o p or e xc ele nc ia , a m aio r fo nte d e o briq ac ao . E v is iv el a

    in te rv encao da Le i M aio r nos con tra tos quando de te rm ina a de fesa do consum ido r e 0 p la ne ja m en to d aa tiv idade econ6m ica (a rts . 5 , X XX II, 170 , V , e 174 , caput) .

    o segundo e a p rop ried ade , 0 ma is c omp le xo , 0 m ais am plo e 0 ma is im p orta nte d os d ire ito srea is . E c on he cid a a d ete rm in ac ao c on stitu cio na l d e q ue a p ro prie da de a te nd era s ua fu nc ;:a os oc ia l (a rts .5 , XX III, e 186 , I a IV ).

    E 0 e sta do in te rv in do n a v id a d os c id ad ao s p ara d ar s up erio rid ad e ju rid ic a a os e co no mic am en tem a is fra co s. V olta re i a e ste s in stitu to s lo go a ba ix o.M as 0 D ire ito P riv ad o a in da o cu pa u m p ap el im po rta nte n o m un do ju rid ic o e s em pre fa sc in ara

    s e us e s tu d io s os .E 0 q ue p ro cu ra re i m o stra r n es te tra ba lh o.

    2 - D ls tin ca o e ntre D ire ito P ub lic o e D ire ito P riv ad o

    A s re lacoes das pessoas den tro de um E stado sao regu ladas po r no rm as ju rid icas a fim de

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    2/12

    Rafael de Menezes Pagina 2 de 12

    viabil izar 0 c on viv io e m s oc ie da de .Ta is no rm as regu lam nao s6 as re lacoes das pessoas en tre s i, m as ta rnbe rn das pessoas com 0

    Es tado .o c on ju nto d e to da s e ss as n orm as in te gra 0 o rd en am en to ju rid ic o d e u m p ais e , p ara fa cilita r

    seu es tudo e conhec im en to , d iv idem -se ta is no rm as em do is g rupos : de d ire ito pub lico e de d ire itopr ivado.A s no rm as de D ire ito P ub lico tra tam das re lacoes do E stado com os c idadaos , da o rqan izacao

    d o p r6 prio E sta do e , a in da , d as re la co es in te rn ac io na is e ntre E sta do s.Ja as no rm as de D ire ito P rivado tra tam das re laco es d as pes soas en tre s i, espec ia l m en te na

    v id a c iv il e c om erc ia l, "d es pro vid as d e n atu re za p olitic a o u ju ris dic io na l" (R ao , 1 99 7: 2 23 ).E im po rta nte ta l d iv is ao p ois o s p rin cip io s d e d ire ito p ub lic o n ao s e a plic am n o d ire ito p riv ad o.A lg un s d ele s m ere ce m d es ta qu e:- a p re va le nc ia d o in te re ss e p ub lic o s ob re 0 in te re ss e p riv ad o: e c on he cid o c om o 0p rin cip io d a a uto rid ad e p ub lic a. O ra , n as re la co es d e d ire ito p riv ad o a s p arte s e sta o e m p os ic aod e ig ua ld ad e, n ao e xis te a p re do rn in an cia d o in te re ss e p ub lic o, 0 q ue o co rre q ua nd o 0 Es tado ,po r exem plo , desap rop ria um a c asa pa ra faze r pas sa r um a rua . E e vid en te q ue 0 in te ressep rivado tem pro tec ao ju rid ica , m as quando se choca com 0 in te re ss e p ub lic o, e ste te mp rio rid ad e. R es sa lto q ue p rio rid ad e n ao s e c on fu nd e c om s up re ma cia . A ss im , n o a lu did oe xe mp lo d a d es ap ro pria ca o. n ao h a c on fis co , m as p ag am en to d e in de nlz ac ao .- 0 ges to r da co is a pub lica nao pode d ispo r da m esm a: ao con tra rio no d ire ito p riv ado , onde ap ro prie da de e u m d ire ito q ue 0 c idadao exe rce sob re s eu pa lrirnon io de m odo ex clus iv o e quaseil imitado; 0 re gim e c ap ita lis ta v alo riz a a p ro prie da de e "o s p od ere s q ue e la c on fe re s aoe xa ge ra do s, a p rin cip io , e xa lta nd o-s e a c on ce pc ao in div id ua lis ta . A o s eu e xe rc ic io n ao s ea nte po ern re stn co es , s en ao ra ra s, e 0 d ire ito d o p ro prie ta rto e e le va do 8 c on dic ao d e d ire itona tu ra l, em pe de igua ldade com as libe rdades fundam en ta is ." (G om es , 199 0: 90 ). A p r6p ria"D ec la racao dos D ire itos do H om em e do C loacso ", vo ta da pe l a A ssem ble ia N ac iona l frances aem 1789 , d ispoe no a rt. 17 que a p rop riedade e u m d ire ito na tu ra l, inv io lave l e sag rado .- no D ire ito P ub lico s6 pode se r fe ito 0 que a le i au to riza , ja no D ire ito P rivado pode s er fe ito tudoque a le i nao p ro ibe : es te e 0 cham ado p rinc ip io da lega lidade ou da s ubm issao do E stado 8o rd em ju rid ic a . 0 adm in is trado r da co is a pub lica s 6 age com apo io na le i, nao possu indolib erd ad e o u v on ta de p es so al. J a 0 p artic ula r te m a uto no mia p ara s e re la cio na r c om a s o utra spessoas , ai raves dos con tra tos , d ispondo de seus bens e fo rm ando seu pa trim on io . C om en taS un dfe ld : "8 id eia d e s ub mis sa o d o E sta do 8 o rd em ju rid ic a, a pllc av el a o d ire ito p ub lic o, o po e-s eo p rinc ip io , que es ta base do d ire ito p riv ado , da libe rdade dos ind iv id uos " (1997 : 151 ). D am esm a fo rm a C elso A nton io B ande ira de M ello : "0 a te d e d ire ito c iv il e sta m arc ad am en te s ob 0in fluxo da ide ia de au tonom ia da von tade . G ove rna -se s ob 0 p alio d a a m p ia lib erd ad e. N o D ire itop rivado a reg ra e a de que '0 q ue n ao e sta p ro ib id o e p erm itid o'." (apud S un dfe ld 1 99 7: 1 55 ).- d a re sp on sa bilid ad e o bje tiv a: ta l p rin cip io c on sa gra do p elo a rt. 3 7, 6, da C F, de te rm ina que 0E sta do d ev e in de niz ar to da v ez q ue s eu s a ge nte s a tin gire m d ire ito s d os p artic ula re s, c au sa nd o-Ihes danos . O ra , se 0 E sta do e sta s ub ord in ad o 8 o rd em ju rid ic a, d ev e s er re sp on sa ve l p el osd an os q ue s eu s a ge nte s c au sa re m a os a dm in is tra do s. O co rre q ue ta l re sp on sa bilid ad e d oE stado e ob je tiva , ou s eja , independe de cu lpa . Ja no d ire ito p rivado a res ponsab ilidad e es ub je tiv a, d ep en de d e c ulp a la to s en su . A responsab ilidade do Es tado e m ais am pla em

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    3/12

    Rafael de Menezes Pagina 3 de 12

    d ec orre nc ia d a e vo lu ca o d o d ire ito , ja q ue n o p erio do c olo nia l b ra sile iro , c om o le m bra G a sp arin i,"v igo ra ram e m no sso te rrit6 rio a s le is p ortu gu esa s, e e sta s ace ita vam o s p os tu la do s d a te oria dairre sp onsab ilid ad e p atr im on ia l do E sta do", de m od o q ue na o h av ia pa ra os co lo nos "q ua lq ue rd ire ito a in de nlzaca o po r d an os cau sad os p or ag en tes d a C oroa p ortu gu esa " (1 98 9: 4 09 ).M ode rn am en te a re sp on sab ilida de e ob je tiva p ois , n as pa lav ra s de P edro L essa , "d esde qu e u mp articu la r s ofre u m p re ju iz o, e m c on se cu en cia d o fu nc io na m en to (re gu la r o u irre gu la r, p ou coim po rta ) d e um serv ice orga niza do no in te resse de to do s, a in de nlzaca o e de vida " (ap ud S to co ,1999 : 507). C abe a reparncao equan im e en tre os con tr ibu in te s, por v ia do im pos to , do danaca usa do p elo E stad o a u m p articu la r.

    3 - A pub llc lzacao do D ire ito

    Pub lic iz a r e " in te rf er ir , 0 E sta do , n a e sfe ra ju sp riv atis tic a". (D in iz , 1 99 8: 8 64 )A denom inada pub llc izacao com preende 0 p rocesso de crescen te in te rvencao es ta ta l,

    e sp ec ia l m en te n o a m bito le gis la tiv o, c ara cte ris tica d o E sta do S oc ia l d o Secuo XX . Tem -se a recucao doesp aco de a uto no mia priva da , p ara a g aran tia d a tu te la ju rid ica do s m ais fra co s. A a cao in te rve nc io nis tao u d ir ig is ta d o le gis la do r te rm in ou p or s ub tra ir d oC 6d ig o C iv il rn ate ria s in te ira s, e m a lg un s c aso s tra ns fo rm a da s e m ra m osa ut6 no mo s, c om o 0 d ire ito d o tr ab a lh o , 0 d ir eit o a q ra rio . 0 d ir eito d oco nsu m id or e 0 d ire ito d a in fa nc ia e d a ju ve ntu de .

    V icen te R ae (1997 : 222 ) apon ta qua is seriam estas causas de recucao do D ire ito P rivado :

    a ) 0 d ese nvo lv im en to das fo rm as d e pro te qao do s m eno s favo re cido s, ou d os ind iv id uo sr ep uta do s s oc ia lm e n te fra co s;

    b ) a c on ce ntra qa o p ro gre ss iv a d os h om e ns e d o s c ap ita is , q u e c ar ac te riz a a epocec on te m po ra ne a, c ria nd o p ro ble m as p es so ais e p atr im o nia is d e c re sc en te in te re ss e s oc ia l;

    c ) a as ce nd en te 'pa dro niz aq ao ' d os m e io s m ate ria is d e v id a e , c on se qu en te m en te , d a p ro priav ida , a t ransformar em p ro b lem a c ole tiv o 0 q ue d an te s c on stitu ia p ro ble m a in div id ua l.

    o E sta do in dife re nte a os p ro ble m as s oc ia is c on du z a exp lo racao do m ais rico e do m ais fo rteso bre o s e co no m ica m en te fra co s.

    A lv aro V illa ca A ze ve do c on firm a :

    nao se d eve co lo car n o a rb itr io das partes m uita libe rd ad e sem m uita lim itaqao , sen doc erto q ue a te n de n cia m o d er na e a d e in te rv ir, c ad a v ez m ais , 0 E stad o n a orde m S oc ia l eE co no m ic a, p ara q ue as pessoas n ao use m 0 p od er so cia l o u e co no m ic o p ara o prim ire mseus s eme lh a nt es (1 98 8: 1 07).

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    4/12

    Rafael de Menezes Pagina 4 de 12

    T al pub lic izacao do d ire ito p rivado c resceu nes te secu lo X X, p rinc ipa lm en te ap6s a 1a Guer raM und ia l, com o consequenc la do soc ia lism o ab rac ado pe l a revo lucao russa de 1917 e da dou trina soc ia ld a Ig re ja , r ep re s en ta da p el a e nc ic lic a R erum N ov aru m , de 1891 , do P apa l.eao X III.

    E sta fo i a p rim eira enc ic lica papa l a se ocupa r dos p rob lem as soc ia is , reconhec endo suae xis te nc ia e a pre se nta nd o s uq es to es p ara s ua s olu ca o p ac ific a.

    R ea lm en te , a re vo lu ca o in du stria l e nc on tro u n o o rd en am en to ju rid ic o d o E sta do lib era l a sc on dic oe s n ec es sa rie s p ara s ua e xp an sa o. p ro vo ca nd o, n um s eg un do m om en to , d es ig ua ld ad es s oc ia isd ec orre nte s d a c on ce ntra ca o in co ntro la da d o p od er e co no rn ic o.

    o e sta do lib era l d o s ec ulo X VIII, n ao in te rv en cio nis ta , d eu lu ga r e nta o a u m e sta do p re oc up ad oc om a s q ue sto es s oc ia is , re qu is ita nd o-s e "d o D ire ito a rn is sa o d e o rd en ar 0 p ro c es s o p ro d ut iv o ,v eto ria liz an do -o p ara a re allz ac ao d a fe lic id ad e h um a na , n ao s 6 in div id ua l c om o c ole tiv a." (C arv alh os a,1972 : 134 )

    4 - A pub llc lzaca o do D ire ito de Fa milia

    o D ire ito d e F am ilia e p arte in te gra nte d o D ire ito C iv il, e c on se qu en te me nte d o D ire ito P riv ad o,tra ta nd o-s e d o c on ju nto d e re gra s a pllc av els a s re la co es e ntre p es so as lig ad as p elo c as am en to e p elopa ren tesco .

    M as ta l c once ito nao e unan lm e, pe lo con tra rio , havendo au to res s us ten tando a op in iao de que 0D ire ito d e F am ilia in te gra 0 D ir eit o P u b li co .

    I st o p o rq u e 0 D ire ito d e F am ilia n ao fa z p arte d o D ire ito P atrim on ia l, q ue e ng lo ba ju sta me nte o sd em ais ra mo s d o D ire ito C iv il: D ire ito d as O brlq ac oe s, D ire ito d as C ois as e D ire ito d as S uc es so es .

    N o D ire ito C iv il a s p es so as s e re la cio na m e ntre s i, a dq uirin do d ire ito s e a ss um in do o briq ac oe s:as pessoas ta rnbe rn se re lac ionam com as co is as , ap rop riando -as ; das re lacoe s d os hom ens en tre s i ecom as co is as se fo rm a um pa trirnon io : c om a m orte , ta l ps trirnon io e trans fe rido aos s ucesso res dofa lec ido.

    P erc eb e-s e q ue 0 D ire ito d as O briq ac oe s. d as C ois as e d as S uc es so es e sta o in te rlig ad os ,enquan to 0 D ire ito d e F am ilia s ob ra n es se ra cio cin io .

    E a fa milia e a c elu la b as ic a d a s oc ie da de , re pre se nta nd o 0 a lic erc e d e to da o rq an iz ac ao s oc ia l,sendo po r isso que 0 E sta do d es eja p re se rv a-la e for ta lece- la

    H a in clu siv e p re vis ao c on stitu cio na l n es te s en tid o, n o capu t d o a rt. 2 26 :

    a fa m ilia , b as e d a s oc ie da de , te rn e sp ec ia l p ro te qa o d o E sta do .

    A fir m a S ilv io R o dr ig ue s:

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    5/12

    Rafael de Menezes Pagina 5 de 12

    o in te ress e do E stado pe la fam ilia faz com q ue 0 ra m o d o d ire i to q ue d is cip lin a as re laqoesju rid ic as q ue se c on stitu em d en tro d ela se s itue m ais pe rto do d ire ito pub lico do q ue do d ire itop riv ad o. D en tro d o D ire ito d e F am ilia 0 in te re ss e d o E s ta do e m aio r do que 0 ind iv idual (1998 :11 )

    D a m esm a fo rm a W as hing ton de B arros M on te iro :

    e is a ra za o p orq ue ju ris ta s e xis te m , co m o C ic u, q ue p atro cin am o pin ia o s eg un do a qua l 0d ir eito d e fam ilia e a fim d o d ire ito p ub lic o. M e lh or a in da , 0 d ire i to d e fa m ilia e stf1c omp re en did o n o d ir eito p ub lic o (1990 : 4 )

    S em d uv id a 0 E stado deve in te rv ir no D ire ito de F am ilia , m as nao a pon to de trans fo rm a-lo emra m o d o D ire ito P ub lic o.

    T al in te rv en ca o d ev e s erv ir p ara s ub stitu ir a fa milia e m fu nc oe s im po rta nte s, c om o e xp lic aO rla nd o G om es , c ita nd o C arb on nie r:

    a e sta tiz aq ao c ara cte riz a-s e p ela c re sc en te in ge re nc ia d o E s ta do n as re la qo es fa m ilia re s,p or d ois m o do s: s ub stitu in do a fami l ia em numerosas e im p orta nte s iu nc oe s, c om o a funqaoeducat iva e a fu nq ao a lim e nta r, c on tro la nd o-a n o e xe rc ic io d as fu nq oe s q ue c on se rv a (1991 :12 )

    D a m esm a fo rm a 0 E sta do , a tra ve s d o J uiz , d ev e fis ca liz ar 0 pa trio pode r, que de ixa de s erapenas um d ire ito op ress iv o e incon tro lado dos pa is , passando a se r m ais um dev er de p ro tec ao aosfilh os , q ue p re cis am d e s au ce , e du ca ca o, re sp eito e la ze r.

    O utro s e xe mp lo s d e p ub llc iz ac ao d o d ire ito d e fa milia s eria m a lic en ce m ate rn id ad e (a rt. 7 , X VIII,C F), a conc essao de e rn presnm os aque les que qu is erem casa r (a rt. 8 do D L 3 .200 /41 ) e a p re fe renc iade no rneacao ou p ro rnoc ao de func iona rio pub lico pa ra os che fes de fam ilia num erosa (D L 3 .284 /41 ea rt. 4 7 d a le i 1 .7 11 /5 2).

    M as e ns in a O rla nd o G om es :

    p elo s s uje ito s d as re la qo es q ue d is cip lin a, p elo comeu io d es sa s re la qo es , p elo s fin s d es e u o rd e namen to e p ela s fo rm a s d e a tu aq ao , 0 D ir eito d e F am ilia e d ir e i t o p r ivado , e partein te g ra nte d o d ir eito c iv il. (1991 : 7 )

    R ea lm en te , a s ubsn tucao da fam ilia pe lo E stado tem cara te r exc epc iona l e as no rm as de D ire itod e F am ilia re gu la m re la co es ju rid ic as e ntre p artic ula re s.A le m d is so , a fa milia n ao e "o rg an is mo s oc ia l in te gra nte d o E sta do " (G om es , 1 99 1 :7 ), s en do

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    6/12

    Rafael de Menezes Pagina 6 de 12

    fo rm a d a p o r in d iv id u os .A ss im , a pe sar da in te rve nca o e sta ta l p ara da r m elho re s co nd icoe s d e v ida as ge ra c;:o es n ova s, 0

    D ire ito d e F am ilia p erm a ne ce in te gra nd o 0 D ire ito P riv ad o, co m o p arte d o D ire ito C iv il.

    5- 0 D ir eito d o T ra b alh o e D ir eit o Pub lic o

    Enquan to 0 D ire ito d e F am ilia , a pe sa r d as re sp eita ve ls o pin io es e m c on tra rio , e D ire ito C iv il,e nte nd o q ue 0 D ire ito d o T ra ba lh o in te gra 0 D i re ito Pub lic o .

    o D ire ito d o T rab alh o ro mpe com a ide ia con tra tu alis ta d a igu ald ade d as pa rte s, se nd o reg idop or p rin cip io s p r6 prio s, e ntre e le s 0 p rin cip io d a pro te cao a o tra ba lh ad or. T al p rin cip io , qu e e m erein stru m en to d e re allz ac ao d o d ire ito m a te ria l, fis io nom iz a-s e c om o p rin cip io c orre to r d e d es ig ua ld ad es ,co ntr ib uin do p ara a m e lh oria d a c on dic ao so cia l d o tra ba lh ad or.o D ire ito do T raba lho nasceu do D ire ito C iv il e tem com o p ressupos to a des igua ldade das parte s e ,v isa nd o a bu scar um a co rre ca o d essa d es ig ua lda de , e q ue e le e xis te .A firm o q ue 0 D ire ito d o T ra ba lh o n ao e D ire ito P riva do p orq ue a lg un s p rin cip io s d e D ire ito P ub lic o, v is to sa cim a , s ao a plic ad os a o D ire ito d o T ra ba lh o, v eja m os:

    a p re va le nc ia d o in te re ss e d o tra ba lh ad or s ob re 0 in te re ss e d o p atra o: 0 in te re ss e d otrab alh ad or e de orde m pu blica e tem pre fe re nc ia sob re 0 do em pregado r, tan to que a Le iM aio r, no art. 1 , IV , des taca que en tre os fundam en tos da R epub lica Fede ra tiva do B ras ile sta o "o s va lo re s so cia is do trab alh o". A in da n o a rt. 17 0, inc isos V II e V III, 0 const i tu in tep re sc reve q ua is sa o o s p rin cip io s d a a tiv ida de e con 6m ica e d es ta ca "a va lo riza ca o dotraba lho hum ano , a ju s fica soc ia l, a recucao das des igua ldades soc ia is e a busca do p lenoemp re g o" . A in d a 0 art. 193 , que va le a pen a ser transc rito na in tegra : "a ordem soc ia l temco mo b ase 0 p rim a do d o tra ba lh o, e c om o o bje tivo 0 b em -e sta r e a ju sfic a s ocia is ." P erc eb e-se to da u ma preo cu pacao d o o rd en am en to co ns tituc ion al co m a silu aca o d o tra ba lha do r. N aoh a no D ire ito d o T ra ba lho a igu alda de q ue ex is te n as re la coe s de d ire ito p rivad o.

    no D ire ito do T raba lho s6 pode ser fe ito 0 q ue a le i a uto riz a, ja no D ire ito P riva do p od e serfe ito tudo que a le i nao pro ibe : no D ire ito do T raba lho as pa rte s nao te rn libe rdade deco ntra ta r. N ao ex is te a pre va len cla da a uto no mia da vo nta de . E a lgo se melh an te a o qu eo corre n as re la coe s es ta tu ta ria s en tre a A drn ln is traca o e os serv id ore s pu blicos . 0 E sta doq ua nd o co ntra ta o s fu nc io na rio s p ub licos resp eita a s co nd ico es leg ais . D a m esm a fo rm a 0panao, que s6 pode adm itir um em pregado naque las c rcuns tanc ias p rev is ta s em le i, com 0d ev id o re sp eito a os irre nu nc ia ve is d ire ito s d o tra ba lh ad or.

    O s d ir e it o s t raba lh i s ta s sao ir re nu nc ia ve is . N a o e admit ida a re nu nc ie p re via d e d ir eito s.Se 0 e m pre ga do , p or e xe m plo , ao se r adm itido no em preg o, ass ina docum en to no q ua labre m ao do 13 s ala rio , n en hum a s era a v alid a d e d e s se a to d es tin ad o a imped i r ,d e sv ir tu ar o u fr au da r a a plica qa o d os p re ce do s le ga is ... A te nd en cia d as m o de m as le istrabalh is tas e n o s en tid o d a p ro ib iq ao e xp re ss a d a re nu nc ia . (N ascim en to , 1 99 0 : 69 )

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    7/12

    Rafael de Menezes Pagina 7 de 12

    P erc eb e-s e, fin alm e nte , q ue 0 d ir ig is mo c on tra tu al q ue e xis te n as re la co es d e d ire ito p riva do , p orexe mp lo , en tre loca do r e inq uilin o, en tre fo rne ce dor e co nsum ido r, g an ha n o D ire ito d o T ra ba lh o u mcara te r m uito m ais fo rte . A o in ve s de d ir ig ism o con tra tua l, ex is te to do um pa te rn alism o a fa vor d otra ba lha do r. 0 E stad o in te rve rn co m fo rca na s re laco es tra ba lh is ta s e m d efe sa do em preg ad o. E noD ire ito d o T ra ba lho o nd e se con sa gra a e xpressao in d ub io p ro m is ero .

    6 - 0 d ir ig ism o con tra tua l

    C om o ja d ito (n? 1 , supra ), 0 C 6d igo C iv il b ras ile iro , do com eco do se cuo , n ao p od e sera tu alm en te a plica do com re laca o ao s co ntra to s se m a in flu en cia d a C ons ttu lca o F ede ra l d e 1 98 8.

    Eo con tra to e 0 n eg 6c io ju rid ico p or e xc ele ncia , a m a io r fo nte d e o briq ac ao . E v is iv el ain te rvencao da Le i M aio r nos con tra tos quando de te rm ina a de fesa do consum idor e 0 p la ne ja m en to d aa tiv id ad e e con 6m ica (a rts . 5, X XX II, 1 70 , V , e 17 4, caput) .

    E a p re ocup aca o d o co ns titu in te com a ju sfica soc ia l, com o s e con om ica me nte fra cos ,m e re ce do re s d e s up erio rid ad e ju rid ic a.

    A lg uns con tra to s d eve m te r se u co nte ud o reg ula do p elo E stad o a tra ves d e no rm as im pe ra tiva s acu ja o be die nc ia as pa rtes n ao po de m fu gir. E 0 c ha m ad o "p rin cip io d a re qu la rn en ta ca o le ga l d ocon teu do do s co ntra to s", m en cion ad o p or O rlan do G om es :

    n ao m a is re gra s s up le tiv as , q ue as p arte s o b se rv am se c oin cid em c om s eu s in te re ss es ,m a s n orm a s im p era tiv as , a c uja o be die nc ia n ao p od em fu rta r-s e. C on tra to s p ad ro niz ad os .F a la -s e e nta o em d ir ig i smo con tr a tua l. (1989 : 36 )

    A firm a A lv aro V illa ca A ze ve do so bre a lib erd ad e d e c on tra ta r:

    - impo rtante e q ue e ss a lib erd ad e s eja co nd ic io na da , p ois a libe rdade , sendo um bem nas m aosde pessoas de bom sen s o, pode se trans fo rm ar num m al, q uando d ir ig ida po r k xces , q ueescravizam 0 hom em , de um a fo rm a ou de ou tra . D es sa m ane ira , a l ibe r dade es tf 1 cond ic io nadaa c erto s p rin cip io s d e c on viv en cia in te rs ub je tiv a, p ara q ue se n ao v erifiq ue m a bu so s e para q uese r ea fir m e, s emp re , a ide ia de q ue 0 D ire ito pode nao se r a p ro pria J us tig a, m a s p ara e la te nd e.(19 88 : 17 ).

    7 - A funcao socia l da p ropriedade

    D a m esm a fo rm a qu e n ossa L ei M aio r p ub lic izo u os con tra to s, ta rn be rn in te rfe riu na es fe raju s p riv a tis tic a q uant o a propr iedade .N o ss o o rd en am e nto ju rid ic o a ss eg ura 0 d ire ito de p ro pried ad e, he rd ad o do D ire ito R om ano q ue

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    8/12

    Rafael de Menezes Pagina 8 de 12

    c on ce be u a p ro prie da de in div id ua l, a fa sta nd o-a le nta m en te d a p ro prie da de fa m ilia r.A ntes nao hav ia p reocupacao com a ap ropriacao da te rra tendo em v is ta 0 no ma dism o da s

    p rime ir as c omun id a des .D uran te a idade m ed ia a p ropriedade da te rra nas rnaos da Ig re ja e dos N obres fo i fundam en ta l

    p ara a o rp an iza ca o so cio -e co no m ic a d o s is te m a fe ud al.o feuda lism o pe receu com a R evo lucao F rancesa de 1789 , m esm o ana em que a A ssem ble iaN aciona l vo tou a "D ec la racao dos D ire ito s do H om em e do C ioadao ", m an ifes to que in fluenc iou todas asco nsfitu ico es o cide nta is e no a rt. 1 7 d isp6 e qu e a p ro pried ad e e um dire ito n atu ra l, inv io lave l e sa grad o:

    - "s en do a p ro prie da de u m d ire i to in v io la v el e sag rado , n inguem pode se r p rivado de la , senaoquando a n ec es sid ad e p ub lic a, le ga lm e nte c on sta ta da , 0 e x ija e v id e nt emen te , e sob a cond iqaode jus ta e p re v ia in d en iz a qao " (R ea le , 1998 : 79 )

    A inda :

    A p ro prie da de , s em e xa ge ro n en hu m , fig ura e ntre os b ens cen tra is da noss a o rdem ju rid ica . A ola de d a v id a, d a lib erd ad e, s urg e s eg ura m en te a propr iedade (B asto s, 1 99 7 : 2 11 )

    N o art. 5 , X XII, a Le i M aio r b ra sile ira ga ra nte 0 d ire ito d e p ro prie da de , p ara e m se gu id a re ss alv arqu e a p ro pried ad e a te nd era sua fun cao soc ia l.

    C om o se ve 0 m od erno d ire ito de p ro pried ad e evo lu iu co m a p ub lic iza cao do d ire ito p riva do , a fimde qu e a te rra se ja u sa da p ara fin s e co no micos , g era nd o riqu eza , e m b en efic ia do p ro prie ta rio , d ostra ba lh ad ore s e d e to da a s oc ie da de .

    A libe rdade de uso e f ru iq a o v e -s e , em mu ito s c as o s, tr an sfo rma d a em deve r de uso . E umd es do bra m en to s em d uv id a im p orta nte d o m o de rn o d ire ito d e p ro prie da de . A lu z d as c on ce pq 6e sa tu ais n ao h a p orq ue fa ze r p re va le ce r 0 capr icho e 0 e go is m o q ua nd o e pe rf eit amen te p o ss iv e lcompat ib i l izar a fru iq ao in div id ua l d a p ro prie da de c om 0 a tin gim e nto d e fin s s oc ia is . (Bas tos ,1989 :120)

    S e a p ropriedade ru ra l nao cum pre sua funcao soc ia l, ou se ja , se a p ropriedade nao e exp lo radaeco no micam en te em b en efic ia d e to do s, d eve ser de sap ro priad a p ara fins d e re fo rm a aq ra ria .

    N a ve rdade es ta se m antendo a prop riedade p rivada , s6 que 0 dom in ic e re tirado de quemna o u sava eco no micam en te a te rra p ara ou trem qu e d ela va i tira r m aio r p ro ve ito .

    D ife ren te e a d esa prop ria cao d e im 6ve l ru ra l pa ra con stru ca o d e um a rod ov ia , p or exem plo ,h ip 6te se em qu e a d esa prop ria ca o se jus tifica po r u tilid ad e p ub lica , e na o po r o rn issa o do p ro prie ta rio noseu dever de usa r econom icam en te a te rra .

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    9/12

    Rafael de Menezes Pagina 9 de 12

    A desapropria cao por u tilidade pub lica se faz nos te rm os do art. 5 , X XIV , da C F, sem prem ed ia nte ju sta e p re via in de nlz aca o e m d in he iro .

    Ja a desaprop riacao para fins de re fo rm a aqra ria do im 6ve l ru ra l que nao este ja cum prindo suafu nc;:a o so cia l se fa z m ed ia nte in de nlz aca o e m titu lo s d a d iv id a a qra ria , c on fo rm e 0 a lud ido art. 184 daCF .

    O utra d ls tlncao e a de que s6 a U niao pode desapropria r para fins d e re fo rm a aqra ria , "in ic ia tivavedada aos E stados, aos M un ic ip ios e ao D istrito Federa l que , nem m esm o pagando prev iam ente e emdinhe iro , nao podem tom ar ta l in ic ia tiva ; inqerencia na propriedade privada s6 e p ossive l m ed ian te a viac on stitu cio na l" (C re te lla J r., 1 99 3 : 4 24 3)

    8 - C onclusao

    o D ire ito P rivado rea liza as pessoas que se sen tem cercadas pe lo E stado todo poderoso e porv ez es ma u a dm in is tr ad or.

    N ao se d iscu te a irnportanc ia de norm as em favor de um dire ito m ais justo , capaz de im ped ir 0abuso do m ais fo rte , opos to ao ind iv idu alism o ju rid ico , m as nao a pon to de su focar ou m esm o extin gu iro d ire ito p riv ad o.

    O rla nd o G om es c he go u a id en tific ar tn 3s m eio s te cn ico s p ara "e vita r o u co ib ir a s co nse cu en cia sinadm iss ive is da ap licacao dos dogm as in div idua lis tas em sua pureza orig ina l" (1989 : 36).

    T ais p ro ce ss os te cn ic os s eria m :a ) a conversao de le is sup le tivas em le is im pera tivas: sabe-se que a grande parte das

    norm as de d ire ito pa trim on ia l p rivado nao obrigam as partes, apenas com ple tam sua von tade emcaso de ausenc ia de decla rscao de von tade dos in te ressados. S e as partes nada d ispoern emc erta s c lrc un sta nc la s, a n orm a 0 faz e m lugar de las. T ra tando-se de norm as im pera tivas, asp arte s n ao p od e m d efe nd er e fe ito s ju rid ic os d ive rs os. T ais n orm as im pe ra tiv as d eve m p rio riza ru m d ire ito m ais ju sto , m en os in div id ua lis ta . S ob re 0 a ssu nto a firm a V ice nte R ae :

    para se a tr ib uir fo rq a im p era tiv a, in de rro ga ve l p ela v on ta de d as p arte s a t ai s d ispos iq6es ,p re cis o n ao e , e n tre ta nto , in clu i-Ia s n o d ire ito p ub lic o , s ub ve rte n do -s e a d is t inqao t ra d ic iona le ntre e ste ram o do d ire i to e 0 d ire ito p riv ad o. B as ta a tr ib uir-Ih es , im p lic ita m en te o uexp ressamente , 0 ca ra te r de no rm as de orde m pub lica , ass im se ob tendo 0 resu l tadoa lm e jad o, s em in fra qa o d a s is te m atic a d o d ire i to o bje tiv o. (199 7 : 221 )

    b ) 0 co ntro le d a a tiv id ad e d e c erta s e mp re sa s: 0 E sta do d eve in te rv ir n o fu nc io na me nto d e ce rta sem pre sa s c uja a tiv id ad e in te re ss a a econo mia popu la r ou se ja exerc ida no se to r da a ssis tenc iav ita l. S ao o s c ha ma do s s erv ico s e sse ncia is a p op ule ca o, p ra tica do s p or p artic ula re s q ue d ev emc um p rir s ua s o briq ac oe s c om e fic ie nc ia .c ) a d iscussa o corpora tiva : as pessoas e conom icam ente m ais fracas devem se organ iza r para sefo rta lecerem , a fim d e que num a re lacao ju rid ica em que este jam in te re ssadas possam negoc ia run idas com a outra p arte . O rlando G om es exem plifica com 0 "c on tra to co le tiv o d e tra ba lh o". 0

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    10/12

    Rafael de Menezes Pagina 10 de 12

    e sp ir ito a ss oc ia tiv o p od e tra ze r ecuva lenc ia d e fo rca en tre as pa rte s.

    O ra , e no D ire ito P rivado que 0 c ida da o se re la cio na com a s o utras pe sso as co m in ten salib erd ad e, a tra ve s d os co ntra tos , ad qu ir ind o be ns e fo rm an do um p afr irn on io q ue , ap 6s sua m orte , se ratra ns fe rid o a s eu s s uc es so re s.

    E a c ha m ad a a uto no m ia p riva da .o E stad o de ve in te rv ir n as re la coe s p riva da s, "m as na o 0 d ev e fa ze r s ub stitu in do -s e a os

    ind iv id uo s, o u e scrav iza nd o-os ao se u p od erio " (R ao , 19 97 : 1 80 ).Af ina l 0 d ire ito se mp re fo i u ma c ien cia soc ia l, vo lta do p ara a o rq an izacao e 0 d es en vo lv im e nto d a

    soc iedade .E 0 progresso , 0 tra ba lh o, a c ircu la ca o d e riq ue za s, a s n ec es sid ad es c re sce nte s d os h om e ns ,

    sa o fo rcas incon tro lave is qu e n ao po d em se r to ta lm en te lim itad as p elo p od er pu blico , so b p en a dea tr of ia e s u bde s en v o lv imen to .

    C ab e a o p articu la r a e xp lo ra ca o d ire ta d a a tiv id ad e e co no rn lca , 0 que s6 e poss ive l comlib erd ad e, ta nto q ue 0 "p ate rn alism o" d o D ire ito do T ra ba lho a po nta do ac im a (ve r n O5 ) tem fe ito c rescero m ercad o in fo rm al, co m co nlra ta coe s c la nd es tina s, p ois m uito s e mpre ga do re s n ao sup ortam a rca r co mo s e n ca rg o s tr ab a lh is ta s.

    D a m esm a fo rm a a excess iva p ro te cao le ga l a o de ved or, com a s g aran tias de im pe nh orab ilid ad ede bens (a rt. 649 do C PC e a le i 8 .009 /90), d ificu ltam a obtencao de cred lto , po is 0 c re do r e xig e m aisga ra ntia s p ara os em pres tim os sa be ndo d os risco s d a ina dim ple nc ia : e m en os cred ito s ig nifica m en osqua lidade de vida pa ra os consum ido res , m enos m ercado para as em presas, m enos em prego pa ra ostra ba lha do re s e m en os im pos to s pa ra 0 governo .

    Ide m no s con tra to s de lo cacao , com o afirm a S ilv io V en osa :

    - a d en om i na da p ro te q ao ao i nqu i li na to deses timu la as cons t ruq6es e , c on se q ue nteme nte , fa ltamim 6 ve is p ara lo ca r. A a tu alle i in qu ilin aria (le i n O8.245/91) p ro c ur a c o rr ig ir a d is to rq a o. N a sl eg is la q 6 es p re te rit as , a tin g ia -s e e x at amen te 0 o po sto d o p re te nd id o p ela le i. C om o e lenta ata re fa le g is la tiv a, uma v e z d is to rc id a a econom ia , d if ic ilmen te se vo l ta ao es tag io an te r io r ,p ri nc ip a lme n te p o rq u e 0 c id ad ao p as sa a d es co nfia r d o E s ta do , 0 qual , a q u alq u er mome n to ,p o de in te rv ir em s e u p atr im o n io p riv ad o. (2 00 1 : 33 9)

    C om o se ve , 0 E sta do d ev e in te rv ir n o D ire ito P riv ad o p ara a re du ca o d as d esig ua ld ad esre gio na is e so cia is , m as sem e xce sso s q ue a tro fie m a a uto no mia priva da e im pe ca rn 0 desenvo lv imen tosocio-econornico.

    9 - B ib lio gra fia

    3 .1 - SUNDFELD , CARLOS AR I F un dam en to s d e D ire ito P ub lic o S ao P au lo : M a lh eiro s E dito re s

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    11/12

    Rafael de Menezes Pagina 11 de 12

    L td a., 1 99 7, 3a ed .3 .2 - G AS PA RIN I, D IO GE NE S D i re it o Adm in is t ra t iv o Sao P au lo : Ed . Sa ra iva , 19893 .3 - STOCO , RU I Re sp on sa b i/id ad e C iv il e s u a I nt er pr et aqa o J u ris p ru d en c ia l S ao P au lo :

    E dito ra R ev is ta d os T rib un ais , 1 99 9, 4a ed .3 .4 - G OM ES , O RLAN DO D ir eit os Re a is R io de Jane iro : E dito ra Fo rense , 1990 , lOa ed .3 .5 - BASTO S, CELSO R IBE IRO A C on stitu iq ao d e 1988 e s eu s P ro b lema s Sao Pau lo : Ed . LTR

    L td a., 1 99 73 .6 - BASTO S, CELSO R IBE IRO e M AR TINS , IVES G ANDR A Comen ta r ios a Co ns titu iq a o d o

    Bras i l S ao Pau lo : Ed . S ara iv a , 1989 ,2 vo l.3 .7 - C RE TE LLA JR ., JO SE Comen ta r ios a Co ns titu iq a o d e 1988 R io de J ane iro : E d. Fo rense

    U niv ers ita ria , 1 99 3,8 v ol.3 .8 - D IN IZ , M AR IA HELEN A D ic io na ri o Ju r id ic o Sao Pau lo : Ed . Sa ra iva , 1998 , vo l. 33 .9 - RAo , V ICENTE 0 Direito e a V id a d os D ir eito s S ao P au lo : E dito ra R ev is ta d os T rib un ais ,

    1 99 7, 4a ed ., vo l. 13 .10 - R EALE , M IG UEL N ov a F ase do D ire ito M odem o S ao P au lo : E dito ra S ara iva , 1998 , 2a

    ed icao3 .11 - G OM ES , O RLAN DO Contratos R io de J ane iro : E dito ra F orense , 1989 , 12a ed icao3 .12 - A ZE VED O, ALV AR O V ILLA CA Co ntr ato s In om i na do s o u A tip ic os e Neg6 cio F id u ci ar io

    Be le rn : E dicoes C EJU P, 1988 , 3a ed icao3 .13 - C AR VA LH OSA , M OD ES TO A O rdem E con6m ica na C ons titu iq ao de 1 96 9 S ao P au lo :

    E dito ra R T, 1 97 23 .14 - R OD RIG UE S, S ILV IO D i re it o C i vil S ao P au lo : E dito ra S ara iva , 1998 , vo lum e 6 - D ire ito

    de F am ilia , 23a ed .

    3 .15 - G OM ES , O RLAN DO D ir eito d e F am ilia R io de Jane iro : E dito ra F orense , 1991 , 7a ed .3 .16 - M ON TE IR O, W ASH ING TO N DE BARRO S C urs o d e D ire ito C iv il S ao P au lo : E dito ra

    S ara iva , 1990 ,2 v olum e, D ire ito de Fa milia , 28a ed .3 .17 - N AS CIM EN TO , AM AU RI M AS CA RO In ic iaqao ao D ire ito d o T ra ba lh o S ao P au lo : E dito ra

    LTR L tda ., 1990 , 15a ed .3 .18 - VENO SA , S ILV IO DE SALVO T eo ria G e ra l d as O b rig aq 6e s S ao P au lo : E dito ra A tla s S /A ,

    2001

    Rafael de Menezes - Todos os direito reservados - 2008

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm 23/09/2011

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm
  • 5/11/2018 A IMPORTNCIA DO DIREITO PRIVADO APESAR DA

    12/12

    Rafael de Menezes Pagina 12 de 12

    http://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htmhttp://www.rafaeldemenezes.adv.br/artigos/aimport.htm