Upload
hoangkhanh
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
Autor: Eunice Lourdes da Silva Vieira1 Orientador: Márcia Marques Dib2
Resumo
O presente artigo é resultado de um estudo decorrente da participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) no período de 2010-2011, de iniciativa da Secretaria de Estado do Paraná, realizado na Universidade Estadual de Londrina, na área curricular de Educação Física. Tem como objetivo verificar como os jogos cooperativos podem contribuir no desenvolvimento social e motor dos alunos na disciplina de Educação Física como novas formas de aprendizagem, trazendo novos métodos de aprendizagem através dos jogos cooperativos, observando através da pratica a evolução do comportamento social e motor do aluno. A metodologia utilizada foi a aplicação de pré-testes e pós testes com os alunos, verificando suas habilidades motoras e social, bem como os seus conhecimentos nos jogos cooperativos. As habilidades motoras foram realizadas através do teste KTK e o social através de um questionário fechado, reaplicados ao final da intervenção pedagógica para analisar a contribuição dos jogos cooperativos, auxiliando no desenvolvimento social e motor dos alunos participantes do projeto. Os resultados de um modo geral indicam uma tendência à melhoria do relacionamento social e motor, diminuição da agressividade. Portanto os jogos cooperativos podem contribuir para superar desafios e o individualismo mostrando uma nova forma de jogar, respeitando a individualidade do outro.
Palavras-chave: Educação Física. Jogos Cooperativos. Lúdico.
1 Introdução
O professor de Educação Física pode contribuir de forma significativa com
suas experiências e ferramentas pedagógicas que propicie atividade que leve o
aluno a uma auto-crítica sobre a competitividade nas aulas de Educação Física,
1 Especialista em Recreação, Lazer e Animação Sócio Cultural pela Universidade Estadual de Londrina, 2000. Graduada em Educação Física pela Faculdade de Educação Física do Norte do Paraná em 1997, Prof.a na Escola Estadual Rui Barbosa.2Prof. IES Márcia Marques DIB Mestre em Ciência do Movimento pela Universidade Federal de Santa Maria-R.S. Docente da Universidade Estadual de Londrina-Pr
2
criando novas práticas educacionais, podendo mostrar a importância da cooperação
dentro do processo social.
Segundo Amaral (2004, p. 14) o jogo cooperativo busca a integração de toda
a alegria e a valorização do indivíduo na construção do processo de participação.
“Os jogos cooperativos buscam incluir e não excluir”.
O jogo cooperativo serve para libertar o indivíduo da competição. Seu
objetivo é a participação de todos por uma meta comum. Com isso, a agressão física
é totalmente eliminada, e ainda, cada participante estabelece seu próprio ritmo,
sendo que, todos são importantes e necessários dentro do grupo, o que faz com que
aumente a confiança e a auto-estima (SOLER, 2008).
Taffarel (1995, p. 25) coloca que se admitimos a possibilidade de através da
utilização de métodos de criativos de ensino nas aulas de Educação Física,
desenvolver processos básicos que podem ser transferido para todas as situações
de vida e se a experiência nos demonstrou que a utilização destes métodos
possibilitou o surgimento de atitudes criativas nos alunos, cabe-nos ampliar estas
ideias e experiências face a possibilidade que oferece a extensão desta
comunicação.
Com isso, o principal intuito deste projeto foi o de mostrar a importância dos
jogos cooperativos nas aulas de Educação Física, com o objetivo de desenvolver a
socialização, criatividade autonomia, diminuindo a agressividade dos alunos,
melhorando os aspectos sociais e motores dos mesmos. O estudo foi desenvolvido
com alunos do 7o ano do ensino fundamental da Escola Estadual Rui Barbosa de
Londrina-Pr.
Para atingir tais objetivos foram aplicados testes com os alunos, verificando
suas habilidades motoras, bem como os seus conhecimentos nos jogos
cooperativos, através de questionário, que foi aplicado ao final da intervenção
pedagógica para analisar a contribuição dos jogos cooperativos, auxiliando no
desenvolvimento social e motor dos alunos participantes do projeto.
Neste trabalho foi utilizada uma unidade didática que consistiu em um
resultado de um processo de estudos decorrente da participação do Programa de
Desenvolvimento (PDE), enfocando um conhecimento maior nos jogos cooperativos
buscando o respeito à individualidade e diminuindo a agressividade. A princípio foi
feita uma fundamentação teórica buscando dados de alguns estudiosos para permitir
um maior entendimento deste estudo.
3
Foi feita uma abordagem qualitativa por meio dos autores citados, buscando
alternativas no uso dos jogos cooperativos na escola para minimizar os efeitos do
condicionamento competitivo que nos envolve e nos torna a todos perdedores, com
também melhorando os aspectos sociais e motores.
O método utilizado também adotou a aplicação de teste, questionário, e
vários jogos cooperativos que contribuíram para o desenvolvimento social e motor
dos alunos. Estas atividades foram desenvolvidas em quadra e na sala de aula, com
vários jogos, desenvolvendo os aspectos social e motor; respeito com o outro e com
o grupo, mostrando a diferença dos jogos competitivos e os jogos cooperativos,
levando os alunos a uma observação do verdadeiro sentido humano, respeitando o
próximo tanto dentro da escola como fora.
Os testes utilizados foi o KTK para verificar o aspecto motor, e um
questionário com perguntas fechadas mostrando o social em relação a problemática
apresentada.
Ao final do projeto foram reaplicados os testes KTK e o questionário, para
verificar nos alunos os efeitos dos jogos cooperativos no desenvolvimento motor e
social.
Para a avaliação dos alunos do projeto foi construído junto com os mesmos
um portfólio que estimula o pensar e refletir com as circunstâncias que ocorrem por
vezes na vida, fazendo rever as atitudes perante os semelhantes.
A proposta buscou fornecer subsídios, aos professores, com a finalidade de
ampliar sua visão quanto à utilização dos jogos cooperativos como: contribuição no
desenvolvimento social e motor dos alunos na disciplina de Educação Física.
1.1 A Educação Física
O tema Educação Física é bastante discutido no meio educacional, por se
tratar de uma disciplina, na maioria dos casos, praticada fora da sala de aula, o que
a difere das demais. Assim sendo, há que se iniciar seu estudo a partir de uma
abordagem histórica, para melhor compreensão de sua aplicação prática.
De acordo com Soares et al. (1992, p. 50) “a Educação Física surge de
necessidades sociais concretas que, identificadas em diferentes momentos
históricos, dão origem a diferentes entendimentos do que dela conhecemos”.
4
Essa disciplina passou por várias reformas educacionais, ganhando espaço
na escola como a Educação do Físico que se confundia com a prática da ginástica.
Mais tarde como Educação Física Militar, que dava ênfase nas formas de
conhecimento sobre o corpo, e ao esporte, onde foi muito incentivado pelo governo
Brasileiro com o intuito de orientar a prática desportiva. Neste contexto, o esporte
consolidou como objeto principal nas aulas de Educação Física, predominando o
interesse na formação de atletas. As aulas eram voltadas para os alunos que se
destacavam em um determinado esporte e os demais ficavam muitas vezes
desmotivados e não realizavam as aulas, somente assistiam, não eram dadas
oportunidades de desenvolver atividades corporais, motoras, culturais e lazer
(SOARES et al., 1992).
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná,
Na década de 70, a lei n.5692/71, por meio de seu artigo 7° e pelo decreto n. 69450/71, manteve o caráter obrigatório da disciplina de Educação Física nas escolas, passando a ter uma legislação específica e sendo integrada como atividade escolar regular e obrigatória no currículo de todos os cursos e níveis dos sistemas de ensino (PARANÁ, 2008, p. 42).
Ainda na década de 70 e início dos anos de 80 surge na Educação Física,
novas propostas entre elas a Psicomotricidade, baseada no desenvolvimento
psicomotor especialmente a estruturação do esquema corporal e as aptidões
motoras. Passa a privilegiar principalmente nas estruturas psicomotora de base
(coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, organização espaço-temporal e
esquema corporal).
As práticas corporais permaneciam sendo tratadas como uma maneira de
Educar e disciplinar os corpos, mas, deveriam, ao contrário, serem tratadas como
conhecimentos a serem transmitidos no ambiente escolar.
No período dos anos 80 e início de 90, a comunidade científica da Educação
Física se fortaleceu com a expansão da pós-graduação no Brasil. Surge um
movimento de renovação do pensamento pedagógico, dando origem às novas
tendências progressistas como afirma as Diretrizes que se destacam as seguintes
abordagens: Desenvolvimentista; Construtivista; Crítico-superadora; e Critico-
emancipatória (PARANÁ, 2008).
Toda esta abordagem descrita ampliou para uma reflexão em comum que é
de busca de uma Educação Física que liga as múltiplas dimensões do ser humano.
5
Esta metodologia adotada veio contribuir para o desenvolvimento do ser humano em
sua totalidade, olhando para ele não somente o seu lado físico, mas o mental e o
social, respeitando suas individualidades, dificuldades.
Nas Diretrizes Curriculares de Educação Básica do Paraná, é possível
verificar que,
Ainda nos anos 90, foi elaborado o Currículo Básico, como o principal documento oficial relacionado à educação básica no Estado do Paraná. O objetivo principal da criação do Currículo Básico foi o projeto de reestruturação do currículo das escolas públicas do Paraná, e dentro da Educação Física caracterizou-se por uma proposta avançada que mero exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em amplas dimensões. Essa proposta deu um novo entendimento em relação ao movimento humano, valorizando a produção histórico e cultural dos povos, relativas à ginástica, dança esportes, aos jogos e as atividades relacionadas às características regionais (PARANÁ, 2008, p. 46).
Percebe-se que o intuito foi o de ampliar os conhecimentos até então
adquiridos com o tempo, para que fosse possível estabelecer relações da teoria da
com a realidade. Com isso, atualmente ainda estão em vigor nestas Diretrizes os
elementos articulares dos conteúdos Estruturantes para a Educação Básica que são
(PARANÁ, 2008):
a) Cultura Corporal e corpo;b) Cultura Corporal e Ludicidade;c) Cultura Corporal e saúde;d) Cultura Corporal e Mundo do trabalho;e) Cultura Corporal e Desportivização;f) Cultura Corporal-Técnica e Tática;g) Cultura Corporal e Lazer;h) Cultura Corporal e Diversidade,i) Cultura Corporal e Mídia.
Tais elementos articuladores visam contribuir de modo a interligar as
práticas corporais de forma mais reflexiva. Neste contexto, os jogos recreativos e o
lúdico podem ser utilizados como elemento articulador para resgatar as brincadeiras,
influenciar nas interações sociais e formar indivíduos preparados para conviver
harmonicamente em sociedade.
Nos conteúdos estruturantes, o jogo pode contribuir para discutir as
possibilidades de flexibilização de regras e da organização coletiva. O jogo e a
brincadeira estão presentes em todas as fases da vida dos seres humanos, tornando
especial a sua existência.
6
1.2 O Lúdico
Quando se pensa em algo lúdico, o que vem em mente são brincadeiras e
jogos infantis. Essa ideia não está errada, pois, “o lúdico tem sua origem na palavra
latina "ludus" que quer dizer "jogo” (ALMEIDA, 2008). Se achasse confinado a sua
origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao
movimento espontâneo.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não é
utilizada somente como diversão. Vários estudiosos (Vygotsky, Freire, Saviani,
Huizinga) afirmam que o lúdico pode auxiliar no ensino-aprendizagem, pois o lúdico
é uma atividade propriamente humana por ser espontânea, ter uma função
específica e causar um resultado considerado satisfatório.
Segundo Piaget (Apud MAURÍCIO, 2010) “o desenvolvimento da criança
acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como
forma de equilibração com o mundo”.
Na idade infantil e na adolescência a finalidade do lúdico é essencialmente
pedagógica. A criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino,
porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa (NEVES apud MAURÍCIO,
2010).
Por ser uma necessidade do ser humano, o lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural. Por isso, o professor deve lançar mão
das diversas possibilidades que o lúdico pode assumir.
Durante as aulas de Educação Física, é possível proporcionar aos alunos a
possibilidade de vivenciar os mais diversos movimentos, jogos e interagindo consigo
mesmo e com o grupo. O uso dos jogos é uma alternativa mais divertida e prazerosa
ao ensino dos conteúdos escolares, procurando ser mais atraente e significativo aos
alunos.
Quando jogamos, estamos entrando em contato com muitos objetivos que são essenciais para o desenvolvimento humano. Vale citar alguns deles como: a) possui função terapêutica; b) serve para desenvolver a habilidades físicas, afetivas, sociais, e intelectual; c) desenvolve a criatividade; d) permite uma maior socialização; e) abre novos canais de comunicação (SOLER, 2008 p. 29).
7
Pode-se com isso perceber que o elemento lúdico tem grande relevância no
desenvolvimento humano, e se faz necessário resgatar na criança o gosto pelo
brincar, e que por muitas vezes a ausência dos pais nas brincadeiras com os filhos
deixa uma lacuna no desenvolvimento cultural.
É visível e inegável a ação do lúdico na construção da identidade da criança.
Cunha e Castro (1981, p. 15) evidenciam isto quando afirmam que “o ato de brincar
é uma atividade indispensável ao desenvolvimento de uma criança. Enquanto brinca
a criança está se exercitando física, social e emocionalmente, está crescendo em
descobertas que vai fazendo e nas experiências que vai adquirindo”.
Com isso, espera-se uma valorização, um respeito maior por essa fase da
criança. Surge então, uma preocupação na aprendizagem, através do uso de
atividades lúdicas e, consequentemente, da instalação de ambientes de
aprendizagem enfocando a ludicidade para que sirvam como apoio pedagógico
complemento às atividades do currículo escolar.
Conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando
seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. A educação
lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma
transacional em direção a algum conhecimento.
A criança aprende, através da atividade lúdica, ao encontrar na própria vida,
nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades.
Assim, “se o jogo que conhecemos não nos leva à construção de um mundo
melhor, então a alternativa é criar um jogo totalmente novo” (SOLER, 2008, p. 31).
1.3 O Jogo
O jogo pode ter várias definições e interpretações, como jogo político, jogo
de azar, jogo competitivo, jogar para proporcionar lazer, o jogo na educação, enfim,
uma infinidade deles.
Soler (2008, p. 27) explica que “a palavra jogo (jocu) tem origem latina e
possui como significado maior gracejo, ou seja, o jogo é divertimento e distração.
Porém, o jogo também significa trabalho sério, pois tem o poder de transformar
valores, normas e atitudes”.
8
Percebe-se assim, que o jogo pode ser um instrumento utilizado na
Educação, como meio para a aprendizagem de forma lúdica. Desta maneira, a
criança pode adquirir conhecimento de forma alegre e prazerosa.
E ainda, o jogo serve como aliado para ensino, sendo uma boa estratégia
para aproximar dos conteúdos que estão sendo abordados. Pode ser usado para o
trabalho como um instrumento transformador de valores. “O jogo desenvolve as
principais noções de regras arbitradas nas crianças, que conduz ao desenvolvimento
de sua própria moral. O jogo é escola de moral, não de moral na idéia, mas de moral
na ação" (ELKONIN, 1998, Apud PICCOLO, 2010).
Kishimoto (2003, p. 21) “valoriza o jogo por seu potencial para o aprendizado
moral, integração da criança no grupo social e como meio para aquisição de regras.”
Além disso, “considera que as habilidades de conhecimentos adquiridos no jogo
preparam para o desempenho do trabalho”. Entretanto, ao incorporar algumas
características tanto do trabalho como do jogo, a escola cria modalidade do jogo
educativo destinada a estimular a moralidade, o interesse, a descoberta e a reflexão
Portanto, o jogo permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social,
moral e a aprendizagem de conceitos,pois jogando, a criança experimenta,
descobrem, inventa, exercita, e confere suas habilidades, estimulando a curiosidade,
a iniciativa e a autoconfiança, proporcionando a aprendizagem.
Como educadores observa-se que o jogo implica em muitas outras funções
no desenvolvimento da criança. Aspectos culturais, sociais, políticos, cognitivos e
motores entre outros, são explorados e experimentados pelas crianças durante a
realização deste tipo de atividade que é, na maioria das vezes, um momento de
descontração e alegria para elas.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, “além de seus
aspectos lúdicos, o jogo pode servir de conteúdo para que o professor discuta as
possibilidades de flexibilização das regras e da organização coletiva” (PARANÁ,
2008, p. 65).
O jogo é um dos conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física.
Desse modo, a Educação Física pode ser uma grande aliada no desenvolvimento
dos alunos no processo de escolarização, como também a busca de alternativas que
permitam a participação e o desenvolvimento integral de todos os alunos.
9
Amaral (2004, p. 14) explica que “o jogo cooperativo busca a integração de
toda a alegria e a valorização do indivíduo na construção do processo de
participação. Os jogos cooperativos buscam incluir e não excluir”.
O autor está afirmando que os jogos cooperativos são atividades
desenvolvidas em grupo com o objetivo de alcançar as mesmas metas, respeitando
a individualidade de cada um, buscando novas formas de jogar, com o intuito de
diminuir as manifestações de agressividade nos jogos, despertando atitudes de
cooperação, comunicação, alegria e solidariedade.
O jogo cooperativo serve para libertar o indivíduo da competição. Seu
objetivo é a participação de todos por uma meta comum. Com isso, a agressão física
é totalmente eliminada, e ainda, cada participante estabelece seu próprio ritmo,
sendo que, todos são importantes e necessários dentro do grupo, o que faz com que
aumente a confiança e a auto-estima (SOLER, 2008).
Diante desse cenário, a opinião de Brotto (1999, p. 35) é a de que,
Quando jogamos cooperativamente podemos nos expressar autêntica e espontaneamente, como alguém que é importante e tem valor, essencialmente, por ser quem é, e não pelos pontos que marca ou resultados que alcança. Através dos jogos cooperativos, proporcionar o resgate da auto-estima, o desenvolvimento da Cooperação como um exercício de co-responsabilidade fundamental para o aprimoramento das relações humanas,quando sentimos confiantes expressamos nossas qualidades, nossas opiniões e liberamos nossas criatividades.
Com os jogos cooperativos pode-se atingir outros objetivos, como o gosto
pelo jogar. Pode ser um meio para incluir o indivíduo, tornando-o mais participativo,
criativo. Desse modo, é possível propor os jogos cooperativos como um instrumento
na Educação, auxiliando no desenvolvimento social e intelectual do aluno, buscando
novas alternativas de trabalho e deixando de ser tão competitivo e egoísta.
Teixeira (2001) apresenta no quadro abaixo uma comparação entre jogo
competitivo e o cooperativo, essas duas formas não só de jogar mas de viver e
conviver, sem opor uma à outra.
10
Quadro 1 – Comparação entre jogos cooperativos e competitivos
JOGOS COMPETITIVOS JOGOS COOPERATIVOS São divertidos apenas para alguns. São divertidos para todos. Alguns jogadores têm o sentimento de derrota. Todos os jogadores têm um sentimento de vitória. Alguns jogadores são excluídos por sua falta de habilidade.
Todos se envolvem independentemente de sua habilidade.
Aprende-se a ser desconfiado, egoístas ou se sentirem melindrados com os outros.
Aprende-se a compartilhar e a confiar.
Divisão por categorias: meninos X meninas, criando barreiras entre as pessoas e justificando as diferenças como uma forma de exclusão.
Há mistura de grupos que brincam juntos criando alto nível de aceitação mútua.
Os perdedores ficam de fora do jogo e simplesmente se tornam observadores.
Os jogadores estão envolvidos nos jogos por um período maior, tendo mais tempo para desenvolver suas capacidades.
Os jogadores não se solidarizam e ficam felizes Quando alguma coisa de "ruim" acontece aos outros.
Aprende-se a solidarizar com os sentimentos dos outros e desejam também o seu sucesso.
Os jogadores são desunidos. Os jogadores aprendem a ter um senso de unidade.
Os jogadores perdem a confiança em si mesmo quando eles são rejeitados ou quando perdem.
Desenvolvem a auto-confiança porque todos são bem aceitos.
Pouca tolerância à derrota desenvolve em alguns jogadores um sentimento de desistência face a dificuldades.
A habilidade de perseverar face as dificuldades é fortalecida.
Poucos se tornam bem sucedidos. Todos encontram um caminho para crescer e desenvolver.
Fonte: Baseado em ORLICK (1989); BROTTO (1999).
Ao se utilizar os jogos e as vivências cooperativas, facilita-se o processo de
aprendizagem, porque os jogos cooperativos propõem novas formas de jogar.
Aprende-se a considerar o outro que joga; busca-se um novo processo de
aprendizagem; promove-se um tipo de relação com o outro baseado na capacidade
de cooperar. Pode-se constituir um valioso instrumento na formação do cidadão.
Pode-se ainda, oferecer às crianças no dia-a-dia escolar o exercício de
convivência, baseada no respeito, ajuda mútua, cooperação.
O quadro 1 mostra uma situação que ajuda o professor a compreender
melhor a importância de mudar as estratégias de aprendizagem, pois os jogos
cooperativos podem servir como um meio educativo baseado na cooperação e na
resolução pacífica de conflitos.
Esta reflexão sobre a duas formas de jogar, leva o aluno a perceber as
diversas formas de crescer e jogando juntas para superar um desafio comum.
Os alunos, envolvidos por um período maior, têm a oportunidade de
desenvolver suas capacidades físicas e intelectuais, pois a auto-confiança e a
perseverança, podem melhorar a comunicação de experiência dentro do grupo.
11
1.4 Desenvolvimento Social
Para Vygotsky (2010, p. 16) ”O ser humano por sua origem e natureza, não
pode nem existir nem conhecer o desenvolvimento próprio de sua espécie isolada.
Ele tem, necessariamente, seu prolongamento nos outros; tornando em si, ele não é
um ser completo.”
O ser humano precisa dos outros da mesma espécie para se completar
psicológica e socialmente.
Ainda Vygotsky, nos diz que “desse modo, nem o desenvolvimento da
criança, nem o diagnóstico de suas aptidões, nem sua educação podem ser
analisadas se seus vínculos sociais forem ignorados”. Essa é uma realidade que
deve ser observada também no contexto escolar.
Pinto (1975) nos diz que “relações interdependentes é gerada historicamente
na atividade social de produzir e reproduzir as condições essenciais de
sobrevivência do grupo”. As relações permitem interação entre os grupos e entre os
indivíduos.
Novais (1984) define desenvolvimento como um “processo ordenado, regular
e contínuo que envolve, em ritmos diversos, todas as áreas de organismo e da
personalidade.”
Observa-se nas colocações dos autores citados acima, que ambos afirmam
a importância da convivência em grupo e conviver em sociedade, que é a partir de
vínculos sociais que somos capazes de demonstrar comportamento pessoal e social
respeitando as diferenças entre as pessoas. E como também ter oportunidade de
compartilhar suas idéias e sentir membros valorizados da comunidade.
Novais (1984) nos diz que “o desenvolvimento social se dá desde o primeiro
ano de vida. O contacto com o meio ambiente é feito através da figura materna”.
Até os três anos de idade a criança registra a necessidade de estabelecer
contacto social difuso, instáveis e sem duração. Até os sete a criança apresenta
necessidade de pequenos grupos. De sete a onze a criança já demonstra
intencionalidade de socialização, estando também a criança, preparada para
adaptar-se aos grupos, necessitando mesmo de manter relações com o grupo, a fim
de ajudá-la a tornar mais independentes da família. Até os quatorze há a
necessidade da <<turma>> do <<bando>> com o qual se identifique e sinta se
12
protegido contra a própria insegurança,integrando os próprios padrões da turma e
código social.
Após os 11 anos é o período da puberdade e da adolescência, face da crise
onde questionam pais, professores, a uma necessidade da descoberta do eu,
afirmação da nova personalidade, reestruturação de valores, espírito de aventura,
novas descobertas.
A interação social do adolescente só será significativa se o processo da
socialização for feito através de uma identificação positiva com as autoridades dos
grupos, caso contrário o adolescente entrará em conflito com a autoridade.
A colocação que Novais nos apresenta do desenvolvimento social desde o
primeiro ano de vida, permite refletir sobre a importância de trabalhos em grupo,
onde auxiliará no desenvolvimento da personalidade do nosso aluno adolescente,
procurando resgatar a auto-estima e o controle de seus comportamentos atitudes a
fim de adquirir habilidades sociais úteis.
Para Gallahue (2008, p. 223) “O ambiente da Educação Física é um dos
melhores lugares para o ensino afetivo de habilidades sociais positivas porque e um
ambiente de aprendizagem onde os alunos podem explorar as muitas dimensões do
comportamento social.”
Ainda Gallahue (apud SOLOMON, 1997) coloca três princípios foram
identificados para ajudar as crianças a construírem habilidades sociais.
a) Crianças devem ter oportunidades para se envolverem e autodireção
(ajudar a criar regras para classe);
b) Elas devem perceber as tarefas como significativas e importantes
(atividades apropriadas para promover o desenvolvimento);
c) Elas devem sentir que são membros valorizados da comunidade da
classe (elas devem ter oportunidades para compartilhar suas idéias e
sentimentos).
Neste aspecto pretende realizar as aulas, de modo que a cooperação seja
valorizada tentando criar um ambiente de respeito com os outros e com ele mesmo,
dando oportunidades de manifestar suas idéias e o amadurecimento dos seus
valores sociais.
13
1.5 Desenvolvimento Motor
Gallahue (2008) ”Define o desenvolvimento motor como uma mudança
progressiva no comportamento motor de uma pessoa desencadeado pela interação
da tarefa de movimento com a biologia do indivíduo e as condições do ambiente de
aprendizado.
O desenvolvimento motor acontece com as mudanças do tempo e idade e
do ambiente que a pessoa vive. Quanto mais estimulado o desenvolvimento motor,
maiores habilidades motoras esta pessoa conseguirá realizar.
O desenvolvimento motor é um processo de alterações no nível de
funcionamento de um indivíduo, onde uma maior capacidade de controlar
movimentos é adquirida ao longo do tempo.
Gallahue (2008) reconhece que os fatores ambientais têm um importante
papel na aquisição de habilidades motoras e que as crianças precisam de
encorajamento, oportunidades freqüentes para praticar e instrução de qualidade em
um ambiente ecologicamente saudável para desenvolver e refinar suas habilidades
de movimento.
As aulas de Educação Física devem ser um local favorável para estimular e
desenvolver as habilidades motoras no aluno. Utilizando jogos, como meio de
aprendizado pode ser uma forma agradável que aumenta o interesse dos alunos em
praticar as habilidades motoras.
Os testes motores podem contribuir para verificar as habilidades dos alunos,
podendo sempre ser realizado como instrumento de avaliação motora, já que o
desenvolvimento é o processo contínuo de mudanças ao longo do tempo que se
inicia na concepção e cessa somente na morte.
Gallahue (2008) coloca que é muito importante desenvolver as habilidades
motoras fundamentais.
Uma habilidade motora fundamental é uma série organizada de movimento
básico que implica a combinação de padrões de movimento de dois ou mais
segmentos do corpo. Ex: Podem ser caracterizadas como movimentos de equilíbrio,
locomotores, ou manipulatórios. Contorcer-se e girar, correr e pular e rebater e
lançar é exemplos de habilidades motoras fundamentais de cada uma dessas
categorias, respectivamente.
14
As habilidades motoras fundamentais de contorcer o corpo e rebater um
objeto podem ser aplicadas em forma horizontal, como na tacada em um jogo de
beisebol ou em formas verticais, ao golfe ou sacar uma bola de tênis.
E importante que os professores de Educação Física e outros profissionais
dispensem atenção aos domínios de aprendizagem para o desenvolvimento motor e
social do aluno. Todo professor deve propor atividades onde o aluno possa
desenvolver suas qualidades motoras e social de maneira positiva e harmoniosa,
respeitando seu ritmo, maturação.
Paraná (2009) salienta que o papel do professor é fundamental quando
acontecem atividades com jogos, sua posição deve ser, antes de tudo, de
investigador do modo de pensar da criança, para ajudá-la a compreender os
conteúdos escolares e a superar dificuldades.
O professor deve ficar atento as mudanças de seus alunos, intervindo
positivamente nas relações intra e interpessoais, ajudando na formação de um
indivíduo mais autônomo, criativo e com maturidade emocional para enfrentar os
problemas sociais.
2 DESENVOLVIMENTO
Soler (2008, p. 68) explica que “a cooperação é talvez a única saída para o
ser humano, pois, nascemos ser e nos tornamos humanos no decorrer da vida”.
Então, por que não ensinar nossas crianças a enxergar o outro que joga, como
amigo e um ser solidário, para que possamos ver esse comportamento refletido no
mundo?
O jogo, na modalidade jogo cooperativo, pode contribuir para o
desenvolvimento da solidariedade e cooperação. O aluno tem a oportunidade de
expor suas idéias e, conseqüentemente, despertar a criatividade e a autoconfiança.
Essa atividade pode levar o aluno a uma auto-crítica sobre a competividade
nas aulas de Educação Física, criando novas práticas educacionais; pode mostrar a
importância da cooperação dentro do processo social.
Inicialmente foi utilizado o teste KTK para verificar os aspectos motores,
onde foi possível diagnosticar os alunos que se encontravam com maior dificuldade
15
motora e, com o decorrer das aulas, fazer a intervenção necessária para o
desenvolvimento de tais habilidades.
Alguns alunos encontraram poucas dificuldades motoras, mas todos
realizaram as mesmas atividades já que tinham como objetivo também trabalhar a
socialização. Somente em algumas atividades mudava os obstáculos para os alunos
que tinham maior habilidade.
Durante as aulas os alunos foram estimulados a fazer seu próprio portfólio
onde organizaram os registros dos jogos, texto e definição e classificação dos jogos
cooperativos anotando suas opiniões do que entenderam sobre conteúdo
trabalhado.
Foi esclarecidos aos alunos:
a) os objetivos propostos no jogo criado;
b) quais seriam os valores, normas e atitudes transformados com o novo
jogo;
c) apresentado o jogo de maneira clara e motivadora para que possa
despertar o interesse do aluno;
d) observar o tempo necessário para o jogo, não deixando que os alunos
fiquem desmotivados e quando isso acontecer propor um novo jogo.
Foi dada a oportunidade aos alunos de manifestar suas ideias tanto no
começo como no fim do jogo, dependendo do objetivo que quer ser atingido naquele
jogo.
Esta discussão é fundamental para os alunos estabelecerem uma conexão
com sua vida prática e com o grupo em que vive.
Os alunos foram estimulados a criarem seu próprio portfólio, onde
organizaram os registros dos jogos trabalhados e as regras mudadas por eles e pelo
grupo que estava participando.
Foi utilizada a unidade didática, resultado de estudo do PDE, onde consta
atividades cooperativas como também 3 textos educativos.
2.1 Coordenação Total do Corpo
A primeira parte do trabalho foi avaliar a capacidade de coordenação total do
corpo, utilizando o teste KTK de Kiphard e Schilling (1974). Realizou-se um pré e
16
pós teste, após uma intervenção com os jogos cooperativos verificando se os
mesmos podem auxiliar no processo de desenvolvimento motor do aluno. Este teste
embora seja mais utilizado em criança com deficiência mental, pode também ser
aplicado em crianças normal para verificar suas capacidades motoras e realizar as
intervenções necessárias para melhorar tais aspectos nesta área motora.
Segundo Gorla (2001, p.31) “a partir do manual do teste KTK, por Kiphard e
Schilling (1974), o teste é utilizado como instrumento para obter informações de
variáveis das capacidades motoras globais, para estruturar programas de Educação
Física e verificar validades com outros estudos.”
Ainda Gorla (2001, p. 1) coloca que as “algumas crianças encontram
dificuldades em habilidade motoras tais como recreação, jogos de correr, saltar,
saltitar, arremessar, no equilíbrio, nas orientações espaciais e temporais, na
lateralidade nos esportes.”
Estas dificuldades em habilidades motoras citadas por Gorla é percebida
durante as aulas de Educação Física pelos os profissionais da área, assim a
proposta em verificar se os jogos cooperativos podem contribuir no desenvolvimento
de Motor de forma mais lúdica e recreativa.
Esse mesmo autor cita que as Influências genéticas e ambientais têm sido
consideradas por autores como Krebs (1997), Pereira et al. (1997); Gallahhue
(1998), entre outros, cuja a preocupação centra-se no atual estilo de vida das
pessoas, sejam elas normais ou deficientes, e nas consequências que a falta de
oportunidades de exploração dos movimentos naturais pode causar.
2.1.1 Coordenação Motora
Foi utilizado o teste KTK para verificar a coordenação motora dos alunos,
verificando sua evolução com o pré e pós teste. No primeiro momento foi realizada
uma reunião com os pais onde foi esclarecido sobre o projeto e foi dado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecimento do teste que iria ser aplicado nos alunos.
Para Avaliação da coordenação motora foi utilizada a bateria KTK (Kiphard e
Schilling-1974), citada por Gorla (2009, p.144 e 159) apresenta as tabelas onde foi
feita as classificações de acordo com a idade e escore, constituída por quatro itens:
1. Teste - Balançar de ré (BR)
2. Teste - Pulo monopedal (PM)
17
3. Teste - pulo de lado (PL)
4. Teste - Mudar de lado (ML)
O teste KTK proposto era aplicar com os 28 alunos de ambos o sexo, mas 6
deles não trouxeram a autorização dos pais, e 4 não fizeram o pós teste. Tendo sido
aproveitado o resultado de 18 alunos, devido alguns alunos não cumprir todas as
etapas do teste KTK. A idade dos alunos e 11 a 14 anos e 11meses.
O teste foi anotado em uma planilha do pré-teste onde constavam as
identificações dos alunos e os resultados atingidos.
O local aplicado foi em uma parte do pátio onde não há muito acesso de
outros alunos e espaço necessário para colocar os instrumentos do teste KTK.
Foi aplicado o teste em grupos de 2 alunos para que não houvesse
interferência de outros alunos durante a aplicação do teste.
No pré teste os resultados foram:
Resultado Alunos %BOM 0 0NORMAL 8 44,00REGULAR 7 39,00BAIXO 3 17,00TOTAL 18 100
No pós testes o resultado foi:
Resultado Alunos %BOM 3 17,00NORMAL 8 44,00REGULAR 6 33,00BAIXO 1 6,00TOTAL 18 100
Os jogos cooperativos e os circuitos contribuíram para desenvolvimento
motor dos alunos, já que nas aulas todos os avaliados executaram as atividades
proposta. A aplicação e execução do jogo cooperativo é fácil podendo ocorrer
mudanças de regras, levando o aluno de maneira lúdica aprimorar os movimentos
18
motores. Embora sendo pouco tempo para aplicação das atividades, percebe-se um
melhora no desenvolvimento motor dos alunos.
O pré teste se deu no período de 12/08/11 a 20/8/11. Após 4 meses foi
aplicado novamente um pós teste KTK, visando mensurar se houve evolução
positiva no desenvolvimento motor dos participantes. Os resultados obtidos no teste
KTK demonstram que a participação em atividades físicas, houve um efeito positivo
no desenvolvimento da capacidade de coordenação.
Para atingir tais objetivos utilizei das atividades mencionadas a seguir,
algumas delas repetidas mais de uma vez:
Circuitos usando a cooperatividade, salto, equilíbrio; transposição lateral;
Voleibol Cooperativo; Voleibol de fronha; Futebol maluco par e ímpar; Basquetinho;
Olhos de pardais; Abraços que salvam; Equilíbrio; Cestas cooperativas; Circulo
engraçado; Futebol Cego; Futpar (jogo de inversão); Pulando com balão; Pulando e
passando o aro; Pulando e trocando; Pulo gigante; Jogo dos dez passes; Campo
minado; Queimada maluca; Sentar em grupo; Voleibol divertido; Pé na tabua; Todos
a pegar.
Para observação das atividades utilizou-se de foto e para os testes,
filmagens e fotos.
Ao final das atividades era proporcionado aos alunos um Feedback com o
grupo, onde os mesmos colocavam o que entendeu do jogo, o que foi desenvolvido
no aspecto motor e social. Estes comentários eram anotados pelos alunos durante a
aula ou após a aula. Os mesmos receberam alguns jogos onde colocavam seus
comentários, realizando a construção de um portfólio que estimula o pensar e refletir
com as circunstâncias que ocorrem por vezes em nossa vida fazendo rever nossas
posturas e atitudes perante nossos semelhantes.
Ao final do trabalho selecionei 8 portfólios com os comentários dos aluno
sobre as atividades aplicadas.
2.1.2 Questão Social
Na atividade que visou trabalhar a Questão Social, o instrumento utilizado
inicialmente foi aplicação de um pré-questionário e depois um pós questionário com
dez perguntas fechadas, no qual se buscou identificar qual a conduta dos alunos
como agem em situações na escola e a participando de jogos no contexto escolar.
19
Com relação ao questionário, os 28 alunos responderam as questões os
resultados do pré-teste.
Questões Teste Opção % Pré % PósGostam de fazer trabalhos sozinhos Sim 18,0 7,0
Não 39,0 40,0As vezes 43,0 53,0
Gosta de dar sua opinião em trabalho em grupo Sim 61,0 53,0Não 14,0 7,0
As vezes 25,0 40,0100,0 100,0
A princípio, pode-se perceber na classe, que havia uma separação nos
grupos. Alguns extremamente falantes e outros muito introvertidos, dificultando
bastante o relacionamento de um grupo para com o outro, mas, houve algumas
mudanças no decorrer do trabalho que foi o respeito com a individualidade do seu
colega de sala.
Alguns alunos mais introvertidos começaram a dar suas opiniões e participar
da aula sem o medo de ser motivo de risadas pelos demais alunos.
Questões Teste Opção % Pré % PósJogar é sinônimo de ganhar sempre Sim 11,0 18,0
Não 57,0 6,0As vezes 32,0 22,0
Melhor competir ou cooperar Competir 32,0 32,0Cooperar 61,0 68,0Não sabe 7,0 0
100,0 100,0
Os dados acima mostram que conseguiram perceber que nem sempre eles
ganham, mas tem o prazer de realizar uma atividade ou jogo que proporciona alegria
e a união do grupo.
O jogo cooperativo proporcionou um maior entendimento do que é cooperar
e competir, qual a diferença entre um e o outro. E, que nem sempre ganhar é
sinônimo de uma boa convivência, mas percebê-lo com amigo onde um ajuda o
outro a crescer na sociedade.
20
Questões Teste Opção % Pré % PósQuando vê alguém brigando Torce pra continuar 21,0 18,0
Ajuda 32,0 25,0Não liga para o que está acontecendo 47,0 52,0
As aulas de EF ajudam na união Sim 54,0 71,0Não 14,0 0,0
As vezes 32,0 29,0O que gostam de fazer na aula Jogar bola 57,0 46,0
Algo diferente 35,0 50,0Ficar sentado 7,0 4,0
100,0 100,0
O resultado acima mostra que conseguiram perceber que a união do grupo é
mais importante do que conseguir resolver sozinhos suas dificuldades, e que as
aulas de Educação Física proporcionam uma maior união do grupo. Alguns alunos
que não tinham interesse em realizar nenhuma atividade começaram a praticar sem
medo de errar.
Questões Teste Opção % Pré % PósNo jogo cooperativo Joga contra o outro 11,0 0,00
Joga com o outro 65,0 93,00Não sabe 25,0 7,00
Jogo cooperativo Joga sozinho 4,0 100,00Joga em grupo 75,0 100,00
Não sabe 21,0 100,00O que muda quando cooperamos Maior união grupo 75,0 89,00
Não muda nada 11,0 7,00Não sabe 14,0 4,00
100,0 100,0
Ao final do trabalho conseguiram definir o que é cooperar, e a importância de
cooperarem tanto no jogo como no dia a dia de sua vida.
O resultado demonstra que a parte social a melhora foi pouco, já que para
conseguirmos uma mudança social necessita de outros requisitos como família,
tempo para atingir os objetivos,mas em relação aos jogos cooperativo,as atividades
contribuíram para uma maior cooperação do grupo e menor agressividade,
respeitando a dificuldade do outro.
Todos os alunos participantes do projeto no final compreenderam o que é
jogos cooperativos.
21
2.1.3 Desenvolvimento Social
Para levantar dados sobre o desenvolvimento social foi feito o uso de três
textos educativos que trabalharam a moral da história, permitindo que os alunos se
colocassem como protagonistas, sendo questionados qual seria sua atitude nesse
caso. Como também de algumas atividades praticas de integração ao meio social e
aprimorando o trabalho em grupo.
O texto a seguir visa verificar a confiança do aluno em novos métodos e
pessoas, verificando como os mesmos colocariam em situações imprevistas,
estando atento para agir com cautela e segurança e o respeito com os animais.
VISÃO DE PLANEJAMENTOEra uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a
conseguir alguma coisa que pudesse lhe facilitar o trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro lhe entregou uma flauta mágica que ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar. Desse modo, o caçador teria facilitada a sua ação. Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caravana convidando dois outros amigos caçadores para África. Logo no primeiro dia de caçada, o grupo de deparou com um feroz tigre. De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre, que já estava próximo de um de seus amigos, começou a dançar. Foi fuzilada a queima roupa. Horas depois, um sobressalto. A caravana foi atacada por um leopardo que saltava de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se. De agressivo, ficou manso e dançou. Os caçadores não hesitaram e o mataram com vários tiros. E foi assim flauta sendo tocada, animais ferozes dançando, caçadores matando. Ao final do dia, o grupo encontrou pela frente um leão faminto. A flauta soou, mas o leão não dançou. Ao contrário, atacou um dos amigos do caçador flautista, devorando-o. Logo depois, devorou o segundo. O tocador de flauta, desesperadamente fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum. O leão não dançava. E enquanto tocava e tocava, o caçador foi devorado. Dois macacos em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles observou com sabedoria: - Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem o surdinho...
Após a leitura do texto, pode ser observado as seguintes percepções dos alunos:
Que os caçadores confiaram muito na flauta e quando encontrou o leão surdinho se deu mal, e a caça aos animais não é certo, devemos deixar os animais viver em paz (A.F.S).Que os caçadores acreditaram muito em um objeto, que estava na cara que não iria dar certo. E errado acabar com as florestas e os animais (I.P.J.); Confiaram muito em um objeto que pessoas estranhas falaram que era confiável. E importante respeitar os animais e não acreditar em tudo que é falado, mas tomar muito cuidado com pessoas estranhas (D.O.S.); Entendi que nesta vida nem tudo é fácil, sempre terá dificuldades que nós leva a aprender. Tocar a flauta mágica não deu certo,porque temos que agir juntos e se preparar para as dificuldades ,e não achar que tudo vai ser sempre fácil.Os animais estão acabando por causa do nosso egoísmo,os animais são sagrados e futuramente podem acabar.E ai o que será de nós (L.P.J); Que os caçadores utilizavam a flauta mágica para mobilizar os
22
animais,mas não funcionou,acreditaram muito em algo que não conhecia, perdendo até suas vidas por não conferir se a flauta funcionava mesmo. Devemos sempre conferir se as informações são verdadeiras. E a respeito dos animais, eles devem viver livres com manda a natureza no seu habitat (K.M.A); Que os caçadores confiaram muito na flauta mágica, quando encontrou o leão surdo se deu mal.Por este motivo não devemos confiar em pessoas que conhecemos pouco. Deixar os animais viver em paz na natureza (B.C.M.F).Os caçadores acreditaram na flauta cegamente, esquecendo que era somente um objeto, perdendo suas vidas, por cofiarem em algo que não conhecia. Não é certo caçar os animais, no futuro podem não existir algumas espécie, sendo conhecida somente por fotos ou filme (T.T.R); Os caçadores acreditaram em algo que não conhecia, na flauta mágica, por isso o leão atacou e a flauta não funcionou, pois o leão era surdo acabando com eles sem piedade. Devemos respeitar o habitat dos animais e procurar conhecer seus costumes para não nós machucar. Afinal eles são selvagens e não pensam como nós (M.C.T.).
HISTÓRIA DO PARDALUm pardal, cansado da rotina diária, resolveu partir para novas aventuras.Voou, voou, até atingir uma região extremamente gelada.Ficou tão gelado, que caiu na neve.Uma vaca que passava perto viu a triste situação do pardal e resolveu ajudá-lo, defecando sobre ele.Em poucos minutos o pardal sentiu-se tão quente e confortável que começou a cantar.Um gato que estava perto, ouviu o seu canto, deu o bote, tirou-o da merda e o comeu.
A) O que é aventurar para você?B) Quando estiveres cansado da rotina, tome cuidado com novas aventuras.C) Quando resolver aventurar-se você costuma planejar suas ações?
Viajar, sair de sua rotina; Se o lugar é seguro; Não. Penso antes de fazer as coisas na hora (I.P.J.); Descobrir novas coisas; Tem que ir junto com um adulto tomar cuidado com as novas aventuras; As vezes (D.O.S.); Aventura é conhecer um lugar novo e me sentir bem e feliz, sair da rotina e ficar mais emocionante; Saber o que tem por lá se tem animais ou não, se posso me machucar ou não, porque aventura só é aventura se for tudo bem; Claro que não eu gosto de deixar a vida me levar (L.P.J); Divertir sem perigo e fazer coisas novas; Tem que ter cuidado com lugares que você não conhece.Para não ter nenhum problema; Sim, mas depende da situação (K.M.A); Viver em paz com a família, brincar as vezes e conhecer lugares novos; Primeiro observo o lugar,caso não vejo perigo me aventuro com novas experiências; Sim vou com minhas amigas ou com meus pais (B.C.M); Fazer coisas novas como viajar,mas com segurança; Temos que tomar cuidado,prestando atenção com novas experiências,para não arrepender mais tarde; Sim, conheço o lugar para depois me aventurar (T.T.R); Explorar novos lugares; Quando estamos cansados é melhor se fortalecer e ficar de bico fechado para não entrar em confusão; Sim, planejo o que vou fazer para a nova experiência (M.C.T.).
O CÉU E O INFERNOQuase todo mundo tem um desejo, mas não muitas pessoas fazem seus desejos se realizem. Uma vez na China antiga, um homem tinha um desejo estranho. "Eu quero ver a diferença entre o céu e o inferno antes de eu morrer", ele costumava dizer.Então um dia o seu desejo se tornou realidade. Quando ele estava visitando o inferno, viu mesas cheias de comida deliciosa, mas todo mundo estava com fome e irritado. Eles tinham comida, mas eles tinham que sentar-se longe da mesa, porque eles eram forçados a usar pauzinhos muito longo. Foi impossível colocar qualquer alimento na boca.Quando o homem estava visitando o céu, ele ficou muito surpreso. Tudo parecia o mesmo: grandes mesas cheias de comida deliciosa, pessoas sentadas longe da mesa, e usando pauzinhos muito tempo para comer. Era exatamente como o inferno, mas no céu as pessoas estavam bem alimentados e felizes.Sabe por quê? No céu, eles estavam alimentando um ao outro
PARA REFLETIR!!!!!
23
O terceiro texto trabalhou de forma diferenciada dos demais, foi lido o texto
em sala de aula e após a leitura foi feito um reflexão com os alunos sobre o texto,
colocando a moral da estória e respondendo: Sobre o que eles fariam se estivesse
diante desta mesa citada no texto
Foi feita uma síntese geral onde a maioria colocou: Que não devemos
acreditar nas aparências, procurar ajudar as pessoas de forma justa e honesta.
Quando procuramos ajudar uns aos outros conseguimos solucionar vários
problemas, que muitas vezes sozinhos não conseguimos, colocando a importância
dos jogos cooperativos na ajuda em aprender a compartilhar em grupo.
Tais atividades foram intercaladas com a aplicação de 23 jogos cooperativos
e demais jogos cooperativos que trabalhava mais o social como: “O que você parece
para mim...”; Bingo de valores; Espelhos; Estátua em grupos; Escala de valores;
Circulo engraçado; Gincana; Cadeira livre.
Os jogos foram utilizados alguns na sala de aula e outros na quadra,
dependendo do espaço que utilizaria na atividade aplicada, sendo realizada cada
ação em uma aula.
Em novembro finalizei os jogos com uma gincana cooperativa, onde
participou todas as séries do período diurno.
Todos os jogos cooperativos aplicados na quadra eram reunidos os alunos
em círculo, para explicação do jogo que seria trabalhado naquela aula. Após esse
momento os materiais alternativos que fossem necessários para o desenvolvimento
do jogo era distribuídos como (bola, cone, corda, bexiga, arco, bastão, caixa de
papelão vendas para os olhos, barbante etc.).
Quando trabalhei o jogo campo minado, preparei o ambiente antes de iniciar
as aulas, já que requer de algum tempo para demarcar com fita crepe o chão e
deixei pronto vários mapas contendo travessias diferentes. As demais atividades
eram levados os matérias que fossem ser utilizado na aula.
Dando início ao trabalho onde eram observados as situações de
cooperação, individualismo, socialização, ao final da atividade reunia novamente os
alunos em círculos, permitindo comentar e tirar dúvidas sobre a atividade que
participaram, e anotavam suas opiniões fazendo o feedback.
No início os alunos não queriam anotar suas opiniões, mas devido a
construção do portfólio, viram a necessidade de anotar sobre o que entendeu ou
desenvolveu os jogos trabalhados.
24
As opiniões dos alunos sobre alguns jogos foram de que, no caso do Campo minado:
Nessa brincadeira, é preciso usar muito a cabeça, ou seja, pensar muito. Nela existem dois grupos tentando ganhar, cada grupo começa na coluna 1 de qual letra quiser. Para ganhar é preciso chegar ao outro lado sem pisar no lugar errado, com a orientação sua equipe. Nesta brincadeira é muito importante a ajuda da equipe (A.F.S); E um jogo divertido, que necessita ter concentração e cooperação para descobrir o caminho certo (I.P.J.); É preciso atenção, colaboração com o grupo para poder pensar junto e encontrar o caminho certo (D.O.S.); Desenvolve confiança,memória,agilidade,cooperação.O grupo pensa junto em um caminho certo,tomando cuidado para o outro grupo não identificar os sinais dados,passa os sinais de pessoa a pessoa do seu grupo. A memorização dos lugares onde estão as minas explosivas é muito importante e como estamos em grupo caso um esqueça o outro lembra (L.P.J); Eu entendi que ajuda a união porque é feito em grupo e precisa de muita atenção (K.M.A); Entendi que este jogo desenvolve o trabalho em equipe tem que comunicar com o grupo,sendo um jogo muito divertido (B.C.M.); Proporciona muito raciocínio para conseguir o caminho certo.E muito legal o jogo, nos movimentamos através dos sinais dado pelo pessoal da equipe,os sinais serve para conduzir em um caminho certo (T.T.R); Este jogo ajuda na memória e atenção,com também no trabalho em grupo.Precisamos prestar atenção nos gestos da nossa equipe para se movimentar.Gostei muito deste jogo (M.C.T.).
Quanto a atividade Olhos de Pardais:
É um jogo muito divertido, onde temos que ficar atentos para não perder nosso lugar. (A.F.S); Nesta brincadeira temos que ficar atentos a troca de lugares, procurando ter bastante atenção (I.P.J.); Tem que ter muita atenção, trabalho em grupo e agilidade. (D.O.S.); Desenvolvemos muita atenção, agilidade e conseguimos ter noção e percepção de muitas coisas (L.P.J); Eu entendi que é um jogo que devemos ser rápido tanto no olhar como no movimentar (K.M.A); Tem que ficar atentos, com todos movimentos (B.C.M.); Olhos de pardais desenvolve a visão e audição e a rapidez (T.T.R); Tem que prestar atenção,e ser bem rápido (M.C.T.).
Na atividade Bingo de valores:
Este jogo mostra os nossos valores, e conseguimos perceber o que são valores para o nosso amigo (A.F.S); Neste jogo nós colocamos o que achamos que tem valor na nossa vida e também percebemos quais são os valores na vida dos nossos amigos (I.P.J.); Neste jogo você pode falar seus valores e aprender com os valores de seus companheiros (D.O.S.); Aprende-se os valores importantes da vida,revelando seus valores e aprendendo com os valores de seus amigos (L.P.J); Eu entendi que é um jogo que ensina a ter união, colocar nossos valores e conhecer os valores dos outros(K.M.A); Nesse jogo nos colocamos o que nós achamos que tem valor na nossa vida, conseguindo perceber o que os nossos amigos tem de valor na vida deles (B.C.M.); O Bingo de valores aprimora o trabalho em grupo,foi muito legal este jogo mostrando o que o ser humano deveria seguir (T.T.R); Este jogo faz a gente pensar nós nossos valores (M.C.T.).
No Voleibol Cooperativo:
Este é um jogo onde devemos ficar atentos ao sinal da professora a equipe deve ser muito unida e rápida para realizar as trocas de lugares (A.F.S); Eu percebi que o jogo é divertido não se machuca.Temos que ficar atentos a troca de times (I.P.J.); Neste jogo devemos ser rápidos com as trocas de lugares e sem deixar a bola cair (D.O.S.); É preciso de atenção e agilidade, aceitação até porque ao trocar de lugares todos acabam jogando juntos. Assim não ao espírito de competição, mas, sim o de diversão aceitação e isto tudo se resume em cooperação (L.P.J) ; Eu entendi que os jogos cooperativos e aprender com os dons de seus colegas (K.M.A); Os jogos são divertidos,ensina respeitar o outro, neste jogo Voleibol cooperativo também temos que ser bem ágil (B.C.M.); Esse é outro jogo de Voleibol ele é cooperativo,uma bola grande é usada e desenvolve a rapidez e a coordenação
25
motora.Achei muito legal misturar o Voleibol com a cooperação e com uma bola bem grande (T.T.R); O jogo é divertido e temos que trabalhar em equipe,ser bem rápido e prestar atenção no que a professora indica. (M.C.T.).
Na atividade Pulando Balões:
Saltamos com objetos e cada aula foi ficando mais difícil, mas consegui ficar mais tempo tocando em um balão sem errar (A.F.S); É divertido e nós ficamos treinando os saltos de modo divertido e sempre em equipe ou duplas (I.P.J.); Temos que pular pensando em nós e nossos companheiros (D.O.S.); Usa a agilidade para poder mover os balões e coordenação para pular e aumenta a confiança em pular junto com o outro (L.P.J); No começo não conseguia pular tinha medo,mas agora já consigo pular bem melhor e eu cooperei com os outros alunos durante os saltos (K.M.A); Nós treinamos bastante o salto com a corda,e quando a professora colocava os abjetos ficava no inicio mais difícil, mas depois íamos melhorando. Foi muito divertido (B.C.M.; Pulando com balão desenvolve a coordenação motora e é muito legal, mas é difícil. Todos os saltos com as cordas desenvolveram bastante nossas dificuldades, o primeiro foi pulando e batendo a mão depois foi ficando mais difícil para quem conseguia. Foi muito legal (T.T.R); Pulamos bastante corda,mas de maneira diferente,aumentando nossa dificuldade (M.C.T.).
No início os alunos resistiram a proposta já que estavam acostumados a
jogar somente contra o outro e não com os outros. Durante as atividades fui
colocando a importância dos jogos cooperativos e aos poucos eles foram aceitando.
Com as atividades diversificadas foi possível verificar as mudanças em
cooperar e não somente competir como também os movimentos motores,
principalmente em alunos que apresentavam bloqueio em saltar com foi verificado
no teste KTK.
Considerações
A utilização dos jogos cooperativos como alternativas de novos métodos de
aprendizagem proporcionou um novo olhar critico sobre os valores dos jogos,
mostrando novas maneiras de jogar cooperativamente sem excluir os alunos que
apresentam mais dificuldades e priorizando somente os mais habilidosos.No inicio
do trabalho foi difícil a introdução dos jogos cooperativos já que eles ,estavam
acostumados somente com jogos competitivos,com o trabalho sendo realizados a
maioria valorizaram a nova maneira de jogar e respeitar os menos habilidosos.
Percebi que alguns alunos mais retrospectivos, começaram a questionar mais e
realizar as aulas com mais motivação, sem o medo de ser motivo de chacota (sarro)
pelos outros alunos.
As atividades de pular corda iniciaram em dupla e sempre de forma mais
simples para a mais complexa, incentivando a todo o momento os alunos em
26
participar das atividades, principalmente os alunos que foram verificados no teste
KTK, que encontravam muita dificuldade para saltar, tornando um hábito de toda
aula pratica, independente da atividade a ser trabalhada no dia, ter uma corda.
Percebia que quando esperavam um grupo para realizar uma atividade ou jogo os
alunos no lugar de ficar parado pegavam a corda e iam pular sempre em grupo,
onde ajudou bastante no desenvolvimento tanto dos mais habilidosos como dos que
encontravam mais dificuldades.
Algumas letras de músicas foram introduzidas por eles enquanto pulavam a
corda .O feedback após as atividades ajudaram bastante no aspecto social já que
eles tinham que colocar suas opiniões e respeitar as opiniões dos demais alunos.
Dentro do aspecto social foi possível criar alternativas cooperativas,
tentando diminuir esse condicionamento competitivo, agressividade, medo e o
individualismo, mas é necessário um trabalho contínuo, porque uma mudança social
é lenta e gradativa.
Os jogos cooperativos contribuem bastante no desenvolvimento motor de
maneira lúdica, observei que muitos alunos não vivenciam muitos movimentos em
casa, ficando muito em televisão e computador, sendo a Educação Física um
momento de se relacionar com o outro companheiro e executar movimentos de
maneira prazerosa.
Os resultados deste estudo indicam uma melhora de relacionamento inter
pessoal na visão dos alunos, e no desenvolvimento motor sendo valorizado o corpo
e o movimento, pois ninguém e socializado sozinho ou ficando parado sem realizar
algum tipo de movimento que os levariam a ter prazer.
Como pode ser verificado nas atividades desenvolvidas, utilizar jogos
cooperativos como método de aprendizagem que permite trabalhar questões como
exclusão, a solidariedade, aprendendo a enxergar o outro e a perceber o papel
social de cada um. A escola pode se um excelente lugar de convivência para
trabalhar os aspectos social e motores cabe a cada profissional buscar novas
proposta de aprendizagem que venha trabalhar com as relações humanas até
chegar ao convívio social mais amplo.
27
Referências
ALMEIDA, Anne. Ludicidade como instrumento pedagógico. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/recrea22.htm.>. Acesso em: 20 out. 2010.
AMARAL, Jader Denicol. Jogos cooperativos. São Paulo: Phorte, 2004.
AWAD, Hani Zehdi Amine. Brinque, jogue, cante e encante com a recreação: conteúdos de aplicação pedagógica teórico Jundiaí [SP]: Fontoura, 2008.
BROTTO, Fábio Otuzi. Se o importante é competir o fundamental é cooperar! Santos: Projeto Cooperação, 2001.
_______. O jogo e o esporte como um exercício de convivência. Campinas, 1999.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro e prática da educação física. Scipione, 2009.
_______. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2009.
GALLAHUE, David l. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora,2003.
________. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008.
GORLA, Irineu José. Avaliação motora em educação física adaptada. Editora Norte, 2009.
HAYWOOD, kathleen M. Desenvolvimento motor ao longo da vida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
KISHIMOTO, Tizuko Morchila. O jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1999.
_______. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Vozes, 1998.
_______. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
LOPES, V. P.; MAIA, J. A. R.; SILVA, R. G. Estudo do nível de desenvolvimento da coordenação motora da população escolar (6 a 10 anos de idade) da Região Autônoma dos Açores. v. 3, n. 1, p. 47-60. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2003.
MAURICIO, Juliana Tavares. Aprender brincando: o lúdico na aprendizagem. Disponível em: <www.profala.com./arteducesp140htm.> Acesso em: 14 set. 2010.
28
ORLICK, Terry. Vencendo a competição. Círculo do livro, 1989.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares para Educação Básica. Educação Física. Paraná: SEED, 2008.
PICCOLO, Gustavo Martins. O jogo, sua construção social e as possibilidades de desenvolvimento humano. Disponível em: <http//br.monografias.com./trabalhos3/>. Acesso em: 15 set. 2010.
PPP. Projeto político pedagógico. Escola Estadual Rui Barbosa. Londrina-Pr, 2007.
SCHWARTZ, Gisele M. Educação física no ensino superior: atividades recreativas. São Paulo: Guanabara Koogan.
SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez,1992.
SOLER, Reinaldo Soler. Brincando e aprendendo com os jogos cooperativos. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint. 2008.
TAFFAREL, Celi Nelza Zulke. Criatividade nas aulas de educação física. Rio de Janeiro: Livro Técnico,1985.
TEIXEIRA, Mônica. Afinal de onde vem estes jogos? Revista jogos cooperativos. Disponível em: <http://www.jogoscooperativos.com.br > Acesso em: 25 de abr. 2011.
_______. Entendendo os jogos. Revista jogos cooperativos. Disponível em http://www.jogoscooperativos.com.br> Acesso em: 25 de abr. 2011.
_______. Tipos e categorias de jogos I. Revista jogos cooperativos. Disponível em http://www.jogoscooperativos.com.br> Acesso em: 25 de abr. 2011.
VIGOTSKI,L.S. Coleção Educadores MEC.