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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
SANTANA IMACULADA DE OLIVEIRA FONTES
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
NATAL, RN
2021
1
SANTANA IMACULADA DE OLIVEIRA FONTES
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso superior de licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profa. Ma. Ivanessa Castro de Sousa.
NATAL, RN
2021
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Moacyr de Góes - CE
Fontes, Santana Imaculada de Oliveira.
A importância do brincar na educação infantil / Santana Imaculada de Oliveira Fontes. - Natal: UFRN, 2021.
19 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Educação. Secretaria de
Educação à Distância, Curso de Pedagogia à Distância. Licenciatura em Pedagogia.
Orientadora: Dra. Ivanessa Castro de Sousa.
1. Educação Infantil - TCC. 2. Brincar - TCC. 3. Aprendizagem
- TCC. I. Sousa, Ivanessa Castro de. II. Título.
RN/UF/BSIQ CDU 372
Elaborado por FERNANDO CARDOSO DA SILVA - CRB-15/759
3
SANTANA IMACULADA DE OLIVEIRA FONTES
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. .
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em ___/___/_____,
pela seguinte Banca Examinadora.
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________ Profa. Ma. Ivanessa Castro De Sousa - Presidente
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
____________________________________ Profa. Dra. Amone Inácia Alves - Examinadora
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
______________________________________
Prof. Me. José Evangilmarison Lopes Leite - Examinador
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
4
Dedico este trabalho a Deus, por ser minha fortaleza, a minha mãe,
Francileide Gomes, e meu pai, Raimundo Fernandes Fontes (in
memoriam), por sempre me incentivarem a estudar e fazerem o
possível para eu nunca desistir. Agradeço a toda minha família, meu
esposo, minha filha e meus irmãos por terem contribuído de forma
direta, para que esse sonho se realizasse. Sou grata por tudo e por
tanto.
5
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo mostrar a importância do brincar no processo
de ensino e aprendizagem das crianças na Educação Infantil, bem como
percebermos como as brincadeiras, presentes na vida da criança desde antes de
sua inserção na escola, ajudam no seu desenvolvimento e aprendizagem, fazendo
com que elas aprendam de uma forma lúdica. Trata-se de uma pesquisa
Bibliográfica e Qualitativa. Para desenvolver essa pesquisa tivemos como
embasamento teórico: Vygotsky (1979), Friedman (2006) e Kishimoto (1994), que
discutem como as brincadeiras e os jogos contribuem para o processo de ensino
aprendizagem das crianças. Através da brincadeira, ela vai aprender a socializar-se,
respeitar o outro e a si mesmo e descobrir o mundo ao seu redor.
Palavras-chave: Brincar; Educação Infantil; Aprendizagem
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8
CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA............................................................................................... 9
A CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................................................................... 11
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................. 12
AS CONTRIBUIÇÕES DO JOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS
NA EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................................................................. 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 19
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 20
7
OBJETIVO GERAL:
Compreender a importância do brincar para o desenvolvimento e aprendizagem das
crianças.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Reconhecer o brincar como parte importante do ensino;
Identificar como o brincar ajuda no processo de aprendizagem das crianças;
Perceber a importância do lúdico na vida escolar e social;
Relacionar o brincar e a aprendizagem como uma maneira prazerosa de
aprender.
8
INTRODUÇÃO
O brincar é essencial na vida da criança, deve fazer parte de seu dia a dia.
Através dessa atividade, a criança viaja no mundo da sua imaginação, podendo,
assim, brincar do que quiser.
É importante que as brincadeiras tenham um planejamento, um
direcionamento, que não seja apenas brincar por brincar. É através dessas
atividades que as crianças vão descobrindo o mundo ao seu redor, desenvolvendo
suas habilidades, sua cognição, coordenação motora, e se tornando um ser social,
pois brincando ela vai aprender a interagir com outras crianças e outros seres
humanos, despertando principalmente o lado afetivo. Através da brincadeira, a
criança demonstra seus desejos e vontades, suas preferências, e assim, vai sendo
estimulada a desenvolver cada vez mais suas habilidades, ao mesmo tempo em que
desperta a sua criatividade. É nesse processo que a figura do pedagogo se torna
essencial, ao promover um direcionamento adequado das atividades lúdicas em
cada fase de desenvolvimento da criança.
Nesse sentido, este trabalho tem como principal objetivo mostrar a
importância do brincar no ensino/aprendizagem na educação infantil, e como o
lúdico faz com que esse processo ocorra de forma espontânea, introduzindo a
criança no contexto escolar em si. Destaca-se também a importância da participação
do professor no processo de ensino aprendizagem da criança, sendo fundamental o
planejamento de atividades que as motivem e as ajudem a aprender a partir de suas
próprias vivências no espaço escolar.
É através do brincar que a criança descobre o mundo no contexto escolar e
social, exercitando sua imaginação e criatividade. Segundo o RCNEI, Brasil, (1998),
as brincadeiras podem ajudar também no desenvolvimento da personalidade da
criança, ao expressar sua autonomia, e principalmente ao ajudar a trabalhar o lado
afetivo e o desenvolvimento de sua identidade.
Analisaremos a importância das brincadeiras nessa fase da vida humana, e
porque as crianças precisam desse tempo, tanto para seu desenvolvimento e
aprendizagem na vida escolar e social, quanto principalmente na sua formação
como ser humano.
9
Sabemos que o brincar é um dos instrumentos indispensáveis para o
desenvolvimento da criança, esse ato tem uma grande relevância nesse período da
vida, pois não estamos nos referindo apenas à diversão, ao brincar por brincar,
refere-se ao processo de aprendizagem da criança, através de um fazer pedagógico
bem planejado e mediado. Assim, a criança vai aprender brincando e brincar para
aprender.
CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Nesta caracterização da pesquisa, tratamos de apresentar a utilização do
estudo bibliográfico, que ocorre por meio do levantamento e da utilização de livros,
teses, dissertações, artigos em periódicos, entre outros meios que subsidiarão a
organização do trabalho em seu corpo teórico.
Todo este estudo bibliográfico é de suma importância, tanto para o
desenvolvimento do nosso texto, quanto para o embasamento teórico do mesmo,
assim como, é uma necessidade de qualquer pesquisador para que se tenha uma
análise de dados pautada em concepções e estudos já desenvolvidos. Promovendo
um trabalho subjetivo ao senso comum e que busca uma verificação ou
comprovação de um determinado fenômeno ou problemática social.
Por se tratar de um estudo que visa discutir sobre a importância do brincar na
Educação Infantil, apresentamos uma abordagem de natureza qualitativa,
na medida em que, a abordagem qualitativa proporciona uma boa compreensão a
respeito da realidade e do contexto estudado, também porque nossa intenção aqui é
analisar os dados sem quantificá-los.
A pesquisa qualitativa busca responder as questões dentro das ciências
sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, diferentemente
das pesquisas de base quantitativa, as pesquisas de abordagem qualitativa buscam
os significados em que “o nível de realidade não é visível, precisa ser exposta e
interpretada, em primeira instância, pelos próprios pesquisadores” (MINAYO, 2009,
p.22).
10
Ainda conforme Minayo (2009) é necessário que, durante o trabalho, o
pesquisador reconheça a complexidade do objeto de estudo, bem como reveja as
teorias trabalhadas e estabeleça os conceitos que serão relevantes e,
principalmente, sistematize as técnicas que melhor se adequem à pesquisa,
analisando o material de forma específica e contextualizada. Bauer e Gaskell (2002,
p. 57) acrescentam que as pesquisas de cunho qualitativo têm como principal
interesse: As maneiras como as pessoas se relacionam com os objetos no seu
mundo vivencial, sua relação sujeito-objeto, é observada através de conceitos tais
como opiniões, atitudes, sentimentos, explicações, estereótipos, crenças,
identidades, ideologias, discurso, cosmovisões, hábitos e práticas.
Para Minayo (2007, p. 21) a pesquisa qualitativa:
[...] responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas
Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não
deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos
significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e
das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui
como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não
só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas
ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus
semelhantes.
Ou seja, para Minayo (2007), a pesquisa qualitativa envolve questões
particulares, que são relacionadas ao meio social onde a realidade, e sua
significância não deveria ser medida por números. Visto que é uma pesquisa que
lida com as atitudes, valores e realidade social do sujeito, fazendo com que ele seja
livre para pensar de forma consciente e espontânea.
Para analisar as premissas e atingir conclusões sobre os dados coletados
tivemos por base GIL (2002) que nos informa sobre o método descritivo, onde
descreve que as pesquisas descritivas têm “[...] como objetivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2002, p. 42).
11
A CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Dentro do cenário da Educação Infantil, podemos observar que durante
muitos séculos a educação de crianças era responsabilidade unicamente da família,
mais especificamente da mãe, a quem recaía a obrigação de gestar muitos filhos,
organizar, cuidar da casa, do marido e da educação de todos os filhos. Segundo
Ariès (1981), nesse período a infância estendia-se até os sete anos de idade; depois
a criança era tida como um adulto em miniatura, onde tinha que aprender com os
adultos as normas e as regras culturais do meio em que viviam. Havia muita
mortalidade infantil nesta época devido a vários fatores como epidemias,
desnutrição, exploração sexual, desigualdade econômica, abandono nas ruas, entre
tantas outras causas.
Com a chegada do período industrial, as mulheres começaram a sair de casa
para trabalhar. Com isso percebeu-se a necessidade de criar instituições que
atendessem as crianças para que as mães pudessem sair de casa e adentrassem
no mercado de trabalho. Assim começaram a surgir os jardins de infância e as
creches. Os jardins de infância eram para as crianças bem favorecidas
economicamente e as creches eram para as crianças desfavorecidas
economicamente, tinha objetivo apenas assistencialista. Essas creches surgiram
para atender o mercado industrial que estava a necessitar da mão de obra das
mulheres (mães) e não para atender as necessidades das crianças.
No decorrer deste período começou as inquietações sobre a Educação
Infantil, começou-se a pensar na educação como uma ação política e sociocultural, e
diante disso registra-se os primeiros avanços no que diz respeito a Educação
Infantil. A Constituição Federal de 1988 reconhece que toda criança tem direito a
frequentar uma creche e que a mesma não deve voltar-se para o campo da
educação e não apenas para o assistencialismo.
Após a Constituição Federal de 1988 que tornou a criança um sujeito de
direitos e deveres, outras leis começaram a ser promulgadas, entre elas temos a
ECA (1990) (Estatuto da criança e do adolescente), a LDB (1996) (Lei de Diretrizes
e Bases da Educação), o RCNEI (1998) (Referencial Curricular Nacional da
Educação Infantil), os mesmos vieram para somar e desmistificar a ideia de que as
crianças sejam adultos em miniatura e que as creches desenvolvam trabalhos
apenas pautado no assistencialismo. Até aqui observamos grandes avanços na
12
Educação Infantil, hoje é direito de todos e dever do estado oferecer uma educação
de qualidade aos indivíduos, atendendo as necessidades e especificidades de cada
sujeito/cidadão. Diante disso, compreende-se que a Educação Infantil passa a ser a
primeira etapa da Educação Básica.
Recentemente, uma nova emenda constitucional, a Lei nº 12.796 de 04 de
abril de 2013, altera a Lei 9.394/96, que declara o seguinte:
Art. 1º A Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações: [...]. I educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade [...].
Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade.
Sabemos que a matrícula de crianças a partir dos 04 anos de idade torna-se
obrigatória e as instituições de ensino ficam responsáveis por ofertar vagas
suficientes para atender toda essa população. Ainda, o ECA (1990), assegura que
os pais ou responsáveis que descumprirem essa regra ficaram sujeitos a arcarem
com as eventuais consequências, que variam entre prisão de 15 dias a um mês e
multa de três a vinte salários mínimos.
Sendo a Educação Infantil uma modalidade da educação, cabe ao Estado,
juntamente com a sociedade e a família, buscarem por melhorias para que a mesma
seja transpassada por padrões de alta qualidade no que se refere ao seu objetivo
maior que é educar de forma plena. Esta modalidade carece de olhar diferenciado e
de políticas sérias que promovam um melhor atendimento a esses sujeitos.
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A brincadeira é um dos meios de diversão mais antigos conhecidos pelo
homem. O ato do brincar é datado desde a pré-história, passando pelo Egito, Grécia
antiga e pela Idade Média, onde foi proibido pela igreja por acreditar ser algo
profano, retornando na Idade Moderna, época em que houve maior valorização do
corpo, até a atualidade. Para Luria & Leontiev (1998, p.125), o brinquedo surge a
13
partir de uma “necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais amplo
dos adultos”.
Para Piaget (1964) a criança desenvolve características e fases próprias de
acordo com a idade. A primeira fase é a sensório-motora, período entre um e dois
anos de idade, que compreende os sentidos, movimentos, músculos e a percepção
do cérebro. Já a fase simbólica, de dois a quatro anos, é a fase na qual a criança
passa a utilizar os movimentos motores com mais frequência, as mãos tornam-se
ferramentas de exploração, é a fase da manipulação dos objetos, como por
exemplo, manusear a colher, chocalho, brinquedos, etc. Na fase operatório concreto,
de sete aos doze anos, é o período de aquisição e assimilação dos conhecimentos,
os jogos começam a fazer parte da realidade e exigem regras bem definidas, como
as brincadeiras de casinha, médico papai e mamãe.
O brincar favorece a criança o aprendizado, pois é brincando que o ser
humano se torna apto a viver numa ordem social e num mundo culturalmente
simbólico. O brincar faz parte da especificidade infantil e oportuniza a criança ao seu
desenvolvimento e a busca de sua completude, seu saber, seus conhecimentos e
suas múltiplas possibilidades que podem e devem ser utilizadas como recurso de
aprendizagem e desenvolvimento.
Acreditamos que o brincar na educação infantil serve como eixo orientador e
estimulador para o desenvolvimento e o desempenho de suas atividades, embora
seja essencial que o professor tenha consciência do valor pedagógico das
brincadeiras e dos jogos para a criança desde a educação infantil, uma vez que as
variações das brincadeiras na educação infantil vão promover um desenvolvimento
reflexivo, fazendo com que o processo de assimilação se torne mais rápido.
Nesta perspectiva é necessário que o professor esteja sempre disposto a
elaborar propostas lúdicas, que incluam o brincar em todo processo do trabalho na
educação infantil, onde por meio deste seja possível mediar a aprendizagem e o
desenvolvimento da criança, ajudando a progredir na definição de sua identidade,
em meio ao ambiente social que a cerca e nas formas de comunicação e linguagem
a serem elaboradas por ela, portanto o “brincar e algo muito sério quando nos
referimos a educação infantil”. Porém se tratando de educação, pré-escola, o brincar
muitas vezes é caracterizado como algo “não sério”. (KISHIMOTO, 2001, p. 37).
14
É de fundamental importância se fazer uma reflexão sobre o processo de
motivação como instrumento de aprendizagem por meio do lúdico. Pois realizada
pelo professor durante as aulas, tende possibilitar com mais entusiasmo a vontade
da criança a aprender, podendo alcançar os objetivos propostos de forma
significativa tanto pela escola quanto pelo educador. É relevante buscar trabalhar
com atividades lúdicas que despertem o gosto e o prazer da criança em aprender,
dando a ela a oportunidade de tomar atitudes, decisões e conhecer o novo.
A brincadeira é um dos recursos que auxiliam aos educando a construir
conceitos e ideias que venham favorecer o desempenho em suas aulas, já que o
educador é o facilitador de conhecimento no ensino aprendizagem da criança. De
acordo com o dicionário Aurélio Buarque (2002, p. 473) a motivação é:
exposição de motivos ou causas, conjunto de fatores os quais age entre si, e determinam a conduta de um individuo. Diante dessas definições, entendemos que estar motivado é estar alegre e empolgado, sentindo-se confiante e estimulado na realização de suas atividades.
Ou seja, é essencial que a criança encontre motivação na hora de brincar,
pois é por meio das brincadeiras que a criança começará a realizar as suas tarefas.
Portanto, fica evidente que o ato de brincar leva a criança a realizar suas tarefas
com satisfação e alegria, tornando a aula um momento satisfatório e prazeroso, já
que enquanto a criança brinca também aprende. Sendo assim, fica evidente que o
brincar favorece os aspectos cognitivos da criança, o que possibilita uma maior
motivação enquanto brincam, já que é nas brincadeiras que os aspectos sensório
motor da criança começam a ser desenvolvidos, pois a brincadeira é momento no
qual a criança se expressa e se interage com as demais. Friedmann (2006).
Para Vygotsky (1989), a criança, a princípio, dependerá de signos externos,
ou seja, precisa dos significados das ações atribuídos da brincadeira, para assim
internalizá-las, e posteriormente criar seus próprios significados. E o que Vygotsky
chama de “Zona de Desenvolvimento Proximal”, onde a aprendizagem vai ocorrer no
âmago das interações e no momento de construir suas próprias estruturas
psicológicas. Por isso, é de fundamental importância que o educador seja um
facilitador do conhecimento, buscando métodos que venham favorecer o
desempenho do aprendizado da criança valorizando também aquilo que a criança
vive no seu cotidiano, como nos mostra Vygotsky (1979, p. 138).
15
No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira importância. Põem em evidencia as qualidades especificamente humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A criança fará amanhã sozinho aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia, deve ter por objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação.
Nessa perspectiva, a criança consegue desenvolver através das brincadeiras
algo que ela praticou com intermédio de alguém, conseguindo desempenhar suas
atividades com mais eficiência e tornando seu aprendizado significativo.
É de extrema importância ter consciência de que o desenvolvimento das
atividades lúdicas transmitem dados elementares no que diz respeito à criança, a
forma como ela interage com os seus colegas, e como expressam seus sentimentos,
seu estagio de aprendizado, seu nível linguístico, em fim, sua formação moral.
Motivar a criança a aprender é propiciar meios que venham favorecer a autoestima
da criança através da brincadeira, fazendo com que ela realize suas atividades com
alegria, sentindo-se prazerosa enquanto aprende.
AS CONTRIBUIÇÕES DO JOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DAS
CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O aprendizado acontece de maneira continuada e progressiva e requer
ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, pois se sabe que a criança
precisa de tempo para brincar. As aulas muitas vezes, tornam-se meras repetições
de exercícios educativos, ficando a aula monótona e como consequência procura-se
a solução com a utilização dos jogos para despertar na criança o interesse pela
descoberta de maneira prazerosa e com responsabilidade, como evidencia
Kishimoto (1994).
Vivemos uma época em que a tecnologia avança aceleradamente inclusive na
educação, mas as atividades lúdicas não podem ser esquecidas no cotidiano
escolar, já que essa é uma alternativa atraente de se trabalhar com o lúdico em sala
de aula, pois de acordo com Ronca (1989, p.27) “o movimento lúdico
simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança
16
constrói classificações, elabora sequências lógicas, desenvolve o psicomotor, a
afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”.
Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito mais
prazer, pois o brinquedo é o caminho pelo qual as crianças compreendem o mundo
em que vivem e são chamadas a mudar. Desta forma a brincadeira é uma
oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre,
inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e
a capacidade de se tornar um ser humano criativo.
Para Vygotsky (1979, p.84) “as crianças formam estruturas mentais pelo uso
de instrumentos e sinais. Na brincadeira, a criação de situações imaginárias surge
da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da
realidade”. Como se percebe, as atividades lúdicas propiciam a criança à
possibilidade de conviver com diferentes sentimentos, os quais fazem parte de seu
interior.
Aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de
grande valor para o desenvolvimento do aluno, um exemplo, de atividade que
desperta o interesse do aluno é o jogo sobre o qual nos fala Kishimoto (1994, p.13),
afirma que:
O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas praticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como o jogo pode ser uma boa estratégia para aprimorá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola.
Dessa maneira, percebemos a necessidade do professor de pensar nas
atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento, lembrando que o
jogo e a brincadeira exigem partilhas, confortos, negociações e trocas, promovendo
conquistas cognitivas, emocionais e sociais. A tal ponto isso se faz verdade, que a
criança sente e expressa à curiosidade, a importante noção de que viver é brincar,
pois ao brincar a criança conhece a si própria e aos outros e realiza a dura tarefa de
compreender seus limites e possibilidades e de inserir-se em seu grupo, pois a partir
disso a criança aprende e internaliza normas sociais de comportamentos, os hábitos
fixados pela cultura, pela ética e pela moral. KEARSLEY (2011)
E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para a
educação, pois de acordo com Ronca (1989, p.99) “o lúdico torna-se valido para
17
todas as series, porque é comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como
atividades relacionadas apenas na infância”. Na realidade, embora predominante
neste período, não se restringe somente ao mundo infantil, uma vez que através das
atividades lúdicas as “brincadeiras favorecem a autoestima das crianças ajudando-
as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa”. (PCNS, 1998,
p.27).
Por isso, Kishimoto (1996) afirma que o lúdico contribui para o
desenvolvimento da autoestima o que favorece a autoafirmação e valorização
pessoal. Já que, as brincadeiras, os jogos, os brinquedos podem e devem ser
objetos de crescimento que possibilitam á criança a exploração do mundo,
descobrir-se, entender-se e posicionar-se em relação a si e a sociedade de forma
lúdica e natural exercitando habilidades importantes na socialização e na conduta
psicomotora, assim sendo “o ensino, absorvido de maneira lúdica passa adquirir um
aspecto significado e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da
criança.” (NOVAES, 1992, p.28).
Desse modo brincando a criança vai construindo e compreendendo o mundo
ao seu redor, nesse intento os jogos são uma fonte de prazer e descoberta para a
criança, o que poderá contribuir no processo ensino e aprendizagem; porém tal
contribuição no desenvolvimento das atividades pedagógicas dependerá da
concepção que se tem do jogo. Assim sendo, os jogos não é apenas uma forma de
entretenimento e de atividades físicas que possibilitam o gasto da energia das
crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual e que podem
contribuir significativamente para o processo de ensino e aprendizagem e no
processo de socialização das crianças. Já que os jogos são vistos normalmente por
seu caráter competitivo, ou seja, uma disputa onde existem ganhadores e
perdedores; esta visão está vinculada á postura de muitos educadores. Nesse
interim, a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades sociais e intelectuais,
já que “o jogo não é somente um divertimento ou uma recreação.” (FRIEDMAN,
2006, p.75).
Portanto, atualmente o jogo não pode ser visto e nem confundido apenas
como competição e nem considerado apenas imaginação, principalmente por
pessoas que lidam com crianças da educação infantil. O jogo é uma atividade física
ou mental orgânica por um sistema de regras, não é apenas uma forma de
18
divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento
intelectual, proporcionam a relação entre parceiros e grupos. Através da interação a
criança terá acesso à cultura dos valores e aos conhecimentos criados pelo homem.
Por isso para Vygotsky (1979) o jogo, o brincar e o brinquedo desempenham
um papel fundamental na aprendizagem e no processo de socialização das crianças.
É nessa perspectiva que Vygotsky (1979, p. 122), afirma:
É na atividade de jogo que a criança desenvolve o seu conhecimento do mundo adulto e é também nela que surgem os primeiros sinais de uma capacidade especificamente humana a capacidade de imaginar [...] brincando a criança cria situações fictícias, transformando com algumas ações o significado de alguns objetos.
Assim, os jogos despertam na criança interesse e atração onde ao mesmo
tempo em que, participam com prazer desfrutam da oportunidade que eles lhes
oferecem para o seu desenvolvimento, enfim, através da brincadeira e do jogo, a
criança aprende a lidar com o mundo, formando sua personalidade, vivenciando
sentimentos como amor e medo.
No jogo a criança se coloca em movimento num universo simbólico,
projetando-se no mundo ao seu redor, para Vygotsky (1979, p.56) “o jogo traz
oportunidade para o preenchimento de necessidades irrealizáveis e também a
possibilidade para exercitar-se no domínio do simbolismo”. Sendo assim, o jogo
lúdico é uma atividade que tem valor educacional intrínseco. Jogar educa, assim
como viver educa.
19
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho tem grande relevância na nossa vida acadêmica, social e
profissional. Pois contribui de forma importantíssima para nosso aperfeiçoamento,
como futuros educadores. O conhecimento teórico adquirido na construção deste
trabalho foi fundamental pra percebermos como o brincar é essencial na vida de
uma criança.
Através da brincadeira, ela interage com si mesmo e com os outros, aprende
a socializar-se com crianças diferentes e a respeitar essas diferenças. A criança vai
aprender através de algo que é próprio dela, o brincar. Sendo assim, vai aprender a
lidar com o mundo e vai formando sua própria personalidade. E que as brincadeiras
não podem ser tão dirigidas nem tão livres, tem que haver um equilíbrio entre
ambos.
Na construção deste trabalho, percebemos que o brincar é importante tanto
para criança, quanto para o adulto, pois o que acontece com ela hoje vai refletir na
sua vida adulta futuramente. No brincar, a criança vai exercitando, principalmente,
habilidades essenciais para a saúde de suas relações com os outros.
Além de estarem desenvolvendo suas habilidades, criatividade e a
imaginação, elas estão vivenciando momentos alegres e prazerosos, o que torna a
aprendizagem mais descontraída, pois assim elas se divertem e aprendem ao
mesmo tempo.
A pesquisa nos mostrou o quanto é importante esses momentos na primeira
infância, bem como o quanto o brincar faz bem e ajuda a criança no seu
desenvolvimento como ser humano e social. Vimos também como os jogos, as
brincadeiras e a utilização dos brinquedos são ferramentas importantes para o
desenvolvimento emocional, afetivo, cognitivo e social das crianças.
Portanto, podemos concluir que os jogos, as brincadeiras, e todas as
atividades lúdicas são fundamentais, tanto para a aprendizagem dos alunos, quanto
como ferramenta de trabalho para os educadores, sendo bastante necessárias para
seu fazer pedagógico, fazendo com que o processo de aprender e brincar ocorram
simultaneamente.
20
REFERÊNCIAS
ARIÈS, Philippe. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman.
Rio de Janeiro: LCT, 1978.
BRASIL. Parâmetros curriculares Nacionais. Ensino Fundamental: Língua
Portuguesa. Brasília. MEC/SEF. 1998a.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional
para a educação infantil. v. 3. Brasília: MEC/SEF, 1998c.
FRIDMANN, Adriana. jogos Tradicionais Série Idéias.n.7.São
Paulo:FDE,1995.Disponível:<http/crmariocovas.SP.gv.br/top.php?t=004centro de
referência em educação >. Acesso em :10 .set. 2006.
GIL, Antonio Carlos - Como elaborar projetos de pesquisa .4. ed – São Paulo:
Atlas, 2002.
GRESSLER, L. A. Introdução à pesquisa. 2ª ed. São Paulo: Loyola. 2007.
KISHIMOTO, Tizuko M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2001.
VYGOSTSKY, L. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes,1979.
MINAYO, Cecília Souza - Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 26. ed –
Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.