A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE E DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILcastelobrancocientifica.com.br/img.content/artigos/artigo96.pdf · Educação Infantil, títulos importantes para o

Castelo Branco Científi ca - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 1

Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE E DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

KUSTER, Hingridy Santana1

GALÃO, Aline Peter2

RESUMO

O presente artigo aborda o quanto são importantes a ludicidade e o brincar na Educação Infantil e o quanto o professor faz diferença na vida do aluno. A Educação Infantil é a fase em que a criança desenvolve inicialmente o brincar e as primeiras amizades e a oportunidade de conviver com crianças e adultos que não constituem a sua família, mas que também contribuem para a formação do Eu, desenvolvendo os aspectos intelectual, emocional, social e motor.A ludicidade e o brincar são a combinação perfeita para o dia a dia das crianças no ambiente escolar, um espaço que proporcionará o desenvolvimento das múltiplas inteligências: lógico-matemática, linguísti-ca, musical, espacial, corporal-cinestésica, intrapessoal, interpessoal, na-turalista e existencial.

PALAVRAS-CHAVEEducação Infantil. Ludicidade. Jogos e brincadeiras.

1Graduando o 8º período do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade Castelo Branco. Email: [email protected] o 8º período do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade Castelo Branco.Email: [email protected]

Castelo Branco Científi ca - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifi ca.com.br2


INTRODUÇÃO

Em decorrência das transformações atuais torna-se indispensável a presen-ça da Educação Infantil na educação. Baseada neste contexto, a sociedade vem valorizando diariamente sobre a importância da qualidade de ensino para os pequenos.

Assim, a Educação Infantil hoje é um dos seguimentos mais discutidos nos encontros do professores e pesquisadores do tema. Existe uma grande preocupação entre eles em relação ao ensino e à aprendizagem desta etapa, período, este, que infl uenciará e formará a personalidade do aluno. Um dos grandes desafi os do professor da atualidade é buscar estratégias e práticas inovadoras para ministrar o currículo com qualidade que vise atender as necessidades do cotidiano dos estudantes.O que se percebe é que nem sempre a escola e os educadores têm condições de ministrar adequadamente os conteúdos já que o ensino infantil ainda perpassa por muitos problemas, isso devido a falta de trabalhos lúdicos, brincadeiras e jogos que são instrumentos para um bom desenvolvimento pedagógico.Diante disso, vamos estudar os fundamentos, concepções e teóricos que procuram entender e compreender seus principais conceitos com o intuito de aprimorar os métodos e inovações para as instituições de ensino.O artigo vem para justifi car e realizar uma refl exão abordando a situação do ensino, com o objetivo de construir novas concepções e abordagens sobre o tema e contribuir para uma mudança signifi cativa no ensino.Serão abordadas neste artigo funções essenciais para o desenvolvimento da criança no período da Educação Infantil, os temas apresentados serão: A Ludicidade, A Importância do Brincar, A Hora do Banho e do Sono, O Desenvolvimento Psicossocial da Criança, Como ensinar e a Avaliação na



Educação Infantil, títulos importantes para o desenvolvimento do indivíduo.Na Educação Infantil, devem-se abordar os sete eixos de aprendizagem - identidade e autonomia, movimento, música, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade e matemática. Cada um desses eixos de-senvolve habilidades diferentes: limites, afetividade, expressão, equilíbrio, autoestima, autoconhecimento, autoconfi ança, integração social, aprender a ler e a escrever, resolver problemas de natureza lógica, compreender a forma escrita alfabética, dimensões do mundo social e natural e construção dos conhecimentos matemáticos. Para que a criança se desenvolva em todos os aspectos acima relacionados e a efi cácia do processo ensino aprendizagem seja alcançada são fundamentais o convívio social e o contato com música, histórias, contos, jogos e brincadeiras.O artigo vai refl etir sobre o ambiente escolar e seu objetivo é aperfeiçoar e qualifi car o ensino, pois os profi ssionais devem ser mais críticos e cria-tivos, melhorando e criando estratégias na qualidade de ensino. Cabe tam-bém ao professor propor e buscar alguns recursos de apoio para o processo de construção de conhecimento, abordando eixos de mudanças na educa-ção, educando com autonomia para a transformação da aprendizagem.Este trabalho vai buscar responder questões sobre a difi culdade encontrada pelos professores, educadores e instituições com a fi nalidade de reconhe-cer a importância da Educação Infantil, identifi cando suas consequências na formação do aluno.

A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Desenvolver atividades lúdicas remete a situações do cotidiano, mostra que a aprendizagem pode ser não apenas prazerosa mas muito signifi cativa para os alunos, fazendo com que eles se interessem por estar na escola.



O educador deve sempre incentivar os pequenos a ouvir músicas, pois des-de a barriga da sua mãe as ouvem, até o som da pulsação é música para os bebês. Esse incentivo é fundamental para enriquecer o aprendizado e ajudar no desenvolvimento emocional, tornando a música algo agradável e estimulador da criatividade e das artes.A sala de aula é uma referência dentro da escola para a criança. É onde ela passa a maior parte do seu tempo, por isso deve ser um ambiente har-monioso, aconchegante, com brinquedos e cores, para que as crianças se interessem pela aprendizagem. Através dos sons, melodias, os bebês têm contato com o mundo. Cada atividade com o bebê - troca de fralda, hora do banho e de ninar - deve ser realizada com canções, para ele associar que está na hora da atividade e fazê-la por prazer, não por obrigação. As canções também treinam os ouvidos dos bebês para identifi car os sons: de animais, de instrumentos musicais e barulhos.Na Educação Infantil, tudo deve ser trabalhado de forma lúdica, com mui-tos materiais concretos para as crianças tocarem, sentirem e participarem da construção do fazer. Na sala devem existir cantinhos: cantinho de leitura – com livros variados, cantinho de brinquedos – com bonecas de diferentes características físicas e carrinhos, cantinho de supermercado, cantinho de fantasias. As crianças precisam se sentir livres para escolher com o que querem brincar, mesmo que menino brinque de boneca e menina de carri-nho ou bola.Em uma sala de Educação Infantil deve haver muitos livros infantis, de papel, de pano, de plástico, para estimular a criatividade. As crianças têm que pegar, manusear, folhear – para desenvolvimento do tato, e apreciar os livros que quiserem, contar as histórias por meio de sua imaginação. A professora pode fazer uma caixa de papelão com personagens colados em palitos de picolé para ela mesma narrar histórias ou para as crianças inven-



tarem as suas. Assim, elas estarão desenvolvendo a imaginação, perdendo a timidez, adquirindo confi ança e criando diálogos.Os livros e brinquedos a serem escolhidos devem ser pensados e planeja-dos, pois podem ter grande infl uência na formação da identidade de meni-nos e meninas, pois eles se identifi cam muito com os brinquedos e livros.Contar histórias de bruxas malvadas, princesas e cavaleiros não é válido apenas por ser um momento lúdico, mas também por proporcionar ensina-mentos sobre a vida. Por exemplo, os livros que trazem o papel do homem e da mulher na sociedade não devem ser contados apenas por contar. É uma ótima oportunidade de se fazer um trabalho de refl exão sobre o contexto em que o aluno está inserido – o papel da mulher e do homem na socie-dade. Cada conto traz seus ensinamentos, as crianças se identifi cam com os personagens e fazem da linguagem fantástica explicações para os seus sentimentos, como o medo e a raiva.

“Desde os primeiros anos de vida é necessário que a criança receba estimulação visual, auditiva e tátil e que elas tenham uma variedade de objetos para manipular e de possibilidades para se movimentar. Sua atividade intelectual, nos primeiros anos, é sensório motor, isto é, consiste em perceber o ambiente e agir sobre ele. A interação entre o organismo e o ambiente, é necessária para a descoberta de certas relações lógicas entre os objetos e, portanto para compreen-são, no futuro, de vários conceitos. É vendo, ouvindo, manipulando objetos, que a criança vai lentamente formando suas noções de ob-jeto, espaço, causalidade, e tempo”. (Piaget, 2000: 51)

Os bebês adoram ouvir histórias, mesmo que ainda não sabem falar, gos-tam de segurar os livros. Ler para eles é uma maneira de colocá-los em contato com a linguagem oral e escrita. As imagens – fi guras grandes, co-



loridas - aprimoram a percepção visual e estimulam o gosto pela leitura desde cedo, além de proporcionar momentos prazerosos. Deve-se fazer da leitura para os bebês um momento inesquecível, colocá-los sentados, cantar antes de iniciar a história. Com esse ritual, eles saberão o que vai acontecer e fi carão ansiosos pela história. Isso ajuda no desenvolvimento cognitivo, físico e emocional.Na Educação Infantil são só brincadeiras? Posso alfabetizar a minha turma de Educação Infantil? Pode sim, desde que seja uma aprendizagem prazerosa e não uma tortura, despertando a curiosidade e envolvendo as brincadeiras e os desafi os. Com algumas turmas isso acontece mais facilmente, crianças que têm acesso à cultura escrita desde cedo são alfabetizadas com mais facilidade.Enfi m, a leitura na Educação Infantil é muito importante para as crianças, traduzindo o real para a realidade delas, desenvolvendo a inteligência, a sensibilidade, a potencialidade, a criatividade e a afetividade.

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

A brincadeira é uma representação da vida. Por meio dela, as crianças dão sentido às experiências por que passam e reproduzem sua relação com as pessoas ao seu redor.A brincadeira favorece a interação e a construção de identidade, contribui para o aumento da autoestima e a construção da subjetividade, para a me-lhor compreensão do mundo, das pessoas, dos sentimentos, etc.A brincadeira exerce papel fundamental no desenvolvimento intelectual da criança. É através dela que a criança vive o mundo social. Os brinquedos e os jogos têm um importante papel no desenvolvimento psicológico. Dentre os jogos que são observáveis em todas as crianças, in-dependentemente de época, cultura, raça, classe social, está o faz-de-conta.



As brincadeiras de antigamente, casinha, professor, consertar carro, são atividades que a partir da memória e imaginação as crianças repetem o que veem na escola, em casa, no mundo que as cercam, refl etem as atitudes de pessoas próximas: pais, irmãos, parentes e vizinhos. Nessas brincadeiras, utilizam objetos para fazer de conta que são outros, por exemplo, caixa de fósforos para fazer de carro, vassoura para representar um cavalo, bonecas representando membros de uma família. Em tais atividades as crianças uti-lizam as operações mentais, desenvolvendo o cognitivo, portanto, brincar também é estudar e aprender.Inventar histórias, cantar, empilhar, montar, imitar, entre outras brincadei-ras não são importantes somente para o desenvolvimento motor e cog-nitivo, mas também para o afetivo. As crianças realizam atividades por iniciativa própria e por imitação das pessoas que elas têm contato.

“O período educação infantil é uma nova fase da vida da criança, fase esta de grande importância. O professor é responsável pelas primeiras experiências da criança com um grupo social estruturado fora do lar, onde o relacionamento dos membros é diferente do qual era acostumada, com regras, hábitos e atitudes convenientes. Por-tanto, uma das fi nalidades primordiais é adaptar o aluno à situação escolar. Durante este período devem-se trabalhar os pré-requisitos, percepção visual, auditiva, tátil e coordenação motora da criança.” (Santos e Simão, 2001: 10).

Para iniciar um jogo com uma criança, o adulto deve intervir e dizer as re-gras que a brincadeira possui, essas explicações devem ser fi rmes ao mos-trar os limites. A criança precisa entender que se não respeitar a regra per-derá o jogo, mas que em outra partida ela poderá ganhar. Uma explicação clara, objetiva e sem gritos fará com que as crianças entendam e respeitem as regras, além de aceitar o ganhar e o perder.



Os jogos de regras são importantes para a Educação Infantil, pois as crian-ças jogam em grupo seguindo normas estabelecidas e visam um objeti-vo comum: chegar à fi nal e alguém ser o ganhador. Esses jogos além de mostrar as restrições podem representar desafi os. As crianças entendem o que são limites, cooperação e competição na prática, fazendo do jogo uma aprendizagem concreta.Ganhar um jogo é muito bom, mas deve haver alternância entre jogos com ganhador e sem ganhador. É necessário mostrar para as crianças que jogar, interagir com os colegas, se divertir é mais importante do que ganhar.As crianças são seres ativos e curiosos. Atividades livres são essenciais para o seu desenvolvimento, mas atividades direcionadas também devem fazer parte do cotidiano, contribuindo assim para o processo de construção do conhecimento.Por meio da brincadeira as crianças se conhecem melhor, aumentam a au-toestima, aprendem a interagir com as pessoas no meio em que vivem e tornam-se mais criativos. A brincadeira também proporciona a descoberta de novos conhecimentos, necessidades e desejos. Ao brincar as crianças evi-denciam sinais que podem signifi car muito mais do que aquilo que aparenta ser. Cabe ao educador estar atento a esses sinais e intervir quando necessário.Com a observação das brincadeiras livres e planejadas o educador tem uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças, em grupo e indivi-dual, pois é a partir das brincadeiras, jogos, atividades diferenciadas que elas se expressam e mostram o que estão sentindo, o que estão passando em casa. A percepção do educador possibilita avaliar cada criança.Atribui-se à Educação Infantil as funções de educar e cuidar, portanto os cuidados com a higiene pessoal, alimentação, saúde e bem-estar, as brin-cadeiras livres e planejadas e as atividades educativas precisam garantir o pleno desenvolvimento das capacidades infantis.



A HORA DO BANHO E DO SONO

O ritmo e as necessidades das crianças da Educação Infantil na escola são diversos. A quebra da rotina de casa pode atrapalhar as crianças em seu desenvolvimento, por isso o educador deve manter contato com a família para as crianças não serem submetidas a bruscas mudanças, garantindo uma sensação prazerosa ao estarem na escola.Estar na escola deve ser prazeroso para a criança. Todos os ambientes, ativi-dades e pessoas da escola devem estar de braços abertos para ela. A acolhida com músicas, bom dia, boa tarde e muita alegria é indispensável. A maior interação entre a criança e o professor favorece o aprendizado e a diversão.O banho vai além do simples lavar o cabelo, ensaboar e enxaguar o corpo. Deve ser um momento especial, agradável, com maneiras diferentes de acontecer, não pode ser visto como uma obrigação. O banho deve ocorrer de acordo com a necessidade, garantindo limpeza e conforto, o momento é de conversas, músicas e brincadeiras, além de aprendizado sobre cuidados com o corpo, ensinando a lavar corretamente as partes do corpo e o porquê necessitamos desses cuidados.O educador deve, a todo o momento, conversar com os pequenos, olhá--los nos olhos, tocá-los com calma e sem pressa, transmitir tranquilidade, fazendo do banho um momento de prazer e relaxamento.



“Para os que fi cam de pé, o ideal é oferecer um banheiro adaptado com registro de água ao alcance das mãos deles. Outra opção é pro-videnciar a elevação do piso para evitar a necessidade de o educador fi car agachado. Os que têm 2 ou 3 anos aprendem nessa hora, a se preocupar com o outro. Nada de molhar a professora ou de demorar, já que pode haver colegas querendo entrar no boxe.” (REVISTA NOVA ESCOLA, 203,JUNHO/JULHO 2007)

Fazendo um trabalho bem feito com as crianças, aos poucos elas conquis-tam a autonomia de se lavar sozinhas. O educador deve sempre incentivá--las a segurar o sabonete, a bucha, se esfregar e ajudar a colocar a roupa. Os dentes das crianças não podem ser deixados de lado, é necessário realizar a escovação, incentivando essa prática para evitar cáries. Fazer um traba-lho pedagógico para que as crianças tenham o hábito de tomar o banho e escovar os dentes depois das refeições é essencial. Conscientizá-las desde cedo é fundamental,pois com cerca de um ano, os pequenos imitam o que os adultos fazem e começam a querer se cuidar sozinhos.Músicas, brinquedos e livros de borracha são bem-vindos nesse momento, tornando-o mais signifi cativo e prazeroso.As crianças da Educação Infantil precisam de um lugar tranquilo, confor-tável, arejado e calmo para dormir, repor as energias e voltar a brincar, o sono é importante para a aprendizagem, para regular a emoção e para o crescimento, fazendo bem para a saúde.Quando a criança adormece é porque está realmente precisando renovar suas energias e o ambiente deve estar disponível para isso a qualquer instante.



“O tempo de sono varia de acordo com a idade. Um bebê recém- nascido dorme várias vezes ao longo do dia. Esse comportamento se mantém até o terceiro mês em cerca de 90% dos casos. Os 10% restantes adormecem somente durante a noite desde o nascimento. Nesse período, ainda não é produzida a melatonina – hormônio que indica para o organismo que está na hora de repousar. Por isso, o nenê dorme conforme sua necessidade durante as 24 horas do dia. Entre o terceiro e o quinto mês, o sono passa a se concentrar a noite. O bebê amadurece e o mecanismo que regula essa atividade também. Com 1 ano, ele repousa a noite e tira duas ou três sonecas durante o dia. A duração delas também é rígida: para alguns, bastam 20 minutos, enquanto para outros são necessárias duas horas e meia. Depois dos 3 anos, a maioria das crianças deixa de repousar durante o dia.Para as que vêm de regiões onde até os adultos tiram a sesta, o hábito se prolonga.” (REVISTA NOVA ESCOLA, 201, ABRIL DE 2007)

O momento do descanso não pode ser forçado, cada criança tem sua hora de dor-mir. Assim, se houver uma criança com sono, as que não quiserem dormir devem ser levadas para outro ambiente para fazer outras atividades até o sono chegar.Para a higiene, cada criança deve ter seu lençol, fronha e toalha de banho para a semana, mesmo que não trouxer de casa.É essencial um profi ssional para observar as crianças que estiverem dor-mindo, pois alguma poderá acordar precisando de auxílio: assustada, indis-posta, chorando muito, querendo morder os colegas, etc.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DA CRIANÇA

No Desenvolvimento Psicossocial são vários os fatores que infl uenciam no desenvolvimento da criança. Cabe aos pais, ajudados pelos professores, educá-la e conhecer as melhores formas de ajudar para que tenha um com-



portamento socialmente adequado. Para Wallon, o desenvolvimento do ser humano estuda-se através do de-senvolvimento psíquico da criança. Sua teoria é baseada nos elementos básicos da comunicação: Afetividade, Emoções, Movimento e a Formação do Eu, que são papéis importantíssimos para o desenvolvimento da pessoa, sendo por meio deles que o ser humano demonstra suas vontades, desejos, construindo sua personalidade no meio o qual está inserida.Na teoria do Desenvolvimento Psicossocial Erik Erikson também conside-ra o homem como um ser social, que vive e interage e que seu comporta-mento é infl uenciado de acordo com o meio em que está inserido. Sua teoria é dividida em oito estágios e cada estágio corresponde à for-mação de um aspecto particular da personalidade que são eles: 1º estágio: Confi ança básica x Desconfi ança básica; 2º estágio: Autonomia x Vergonha e dúvida; 3º estágio: Iniciativa x Culpa; 4º estágio: Diligência x Inferiorida-de; 5º estágio: Identidade x confusão de identidade; 6º estágio: Intimidade x Isolamento; 7º estágio: Produtividade x Estagnação; 8º estágio: Integridade x Desesperança e a crise da adolescência que ocorre durante toda a vida.Durante os quatro primeiros estágios a criança desenvolve a confi ança, autonomia e iniciativa, fase da construção da formação da identidade, por-tanto, cabe aos familiares e educadores fazerem parte do crescimento das crianças de forma a contribuir no seu desenvolvimento, lembrando que a forma de agir dos educadores formará a criança, para o bem ou para o mal. Percebe-se que em algumas escolas a falta de atenção e carinho dos profi s-sionais da educação infl uencia negativamente no desenvolvimento da crian-ça. É papel da escola oferecer um ambiente seguro e que evite angústias e mal-estar nos alunos, seu meio deve ser acolhedor, pronto para ajudá-los.Por isso, o educador é fundamental no processo ensino-aprendizagem, ele deve mediar às crianças aos objetos de conhecimentos, propiciando espa-



ços e situações de aprendizagens. Educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento. A criança necessita da paixão do professor pela profi ssão escolhida.Educar é tarefa importante e difícil e não há receita que ensine como se relacionar e agir com a criança. Porém, algumas atitudes apresentam re-sultados positivos em seu desenvolvimento como, por exemplo: acreditar na capacidade da criança, dar exemplos, contribuir na sua autonomia, es-tabelecer limites e regras. Estas atitudes simples, mas que geram pessoas capazes de entender o mundo, tornando-os críticos e corresponsáveis na missão de educar.

COMO ENSINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

Ao nascer, toda criança tem o direito ao amor, à saúde, à segurança e à qualidade na educação, essas são condições básicas que fazem parte do desenvolvimento da criança, assim, famílias, educadores e instituições são responsáveis também por completar a qualidade de que tanto se fala.Essa linha de pensamento se tornou forte a partir do momento em que a Edu-cação Infantil sentiu a necessidade de contribuir para a qualidade no ensino.Mas a ideia de ensinar na Educação Infantil nem sempre foi aceita, antes ela era vista como um “depósito” de crianças, onde pais e familiares as deixavam para poderem ir trabalhar e deixá-las em segurança.Porém, nas últimas décadas tem-se estudado que é necessário e fundamen-tal que as pré-escolas trabalhem com base em um currículo da educação infantil. O currículo passou a ser de fato compreendido de que é preciso planejar e avaliar aulas para os pequenos com o intuito de educá-los.É no período da aula que o conhecimento nessa fase se dá, por meio de



interação, de brincadeiras, e o faz de conta. Por isso que é importante que os pais estimulem seus fi lhos, não para escolarizá-los durante a educação infantil, mas para apoiá-los durante o seu desenvolvimento. Atualmente, muitas famílias questionam a aprendizagem infantil por não verem espalhados na sala cartazes e atividades escritas. Argumentam que a falta desse recurso infl uencia no desenvolvimento e que nesta fase as crianças já deveriam ler e escrever. Porém, cabe à Instituição junto à família analisar os eixos, ressaltando a efi cácia de uma boa aula, trabalhar o lúdico, desenvolver os aspectos físi-cos, motor, psíquico que infl uenciam no processo de ensino aprendizagem. A criança perpassa por algumas fases que precisam ser trabalhadas para que quando chegar à parte da leitura e escrita consiga relacionar tudo o que foi aprendido nessa primeira infância, como por exemplo, jogos e brinca-deiras são atividades lúdicas que auxiliam o professor explorar do aluno o desenvolvimento e a capacidade de imaginar, criar, assim, conhecer o mundo, ampliar e organizar o pensamento e trabalhar com afetos e senti-mentos, isso faz com que a criança também desenvolva a relação com o outro, aprenda a dividir brinquedos, partilhe o lanche, função importantís-sima para lidar com o outro na vida adulta.Um dos eixos a serem desenvolvidos é o Desafi o Corpora, uma parte fun-damental da vida humana. Enquanto as crianças se movimentam, testam a liberdade, correm, pulam, elas acabam controlando suas vontades e desejos.É nesse momento que a brincadeira se torna signifi cativa para a criança, pois durante o movimento ela aprende, aprende a interagir com o outro, a respeitar regras, a conviver num ambiente em que ela não é mais o centro das atenções. Na Linguagem Oral e Comunicação a educação infantil trabalha com ques-tões de expressão, e é na famosa “escolinha” que as crianças ouvem his-tórias, brincam, interagindo uns com os outros, durante esse processo de



diálogo com o adulto a criança entende o que está acontecendo a sua volta.

Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabe-tizar-se muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da escrita. (Ferreiro, 1999, p.23)

.Por isso que é muito importante que o professor construa atividades junto com os alunos, além das crianças se sentirem responsáveis por algo que está fi xo na parede, além de ter todo o cuidado de não estragar o que foi construído, ela participa integralmente da construção de escrita, ou seja, quanto mais a criança tiver interação com um adulto disponível a ensiná-la, maior será sua concentração durante a fala e a escrita.As crianças também devem explorar o ambiente em que vivem. Muitas de-las, atualmente, vivem em prédios ou condomínios fechados e não conhe-cem o que está ao redor delas, por isso a Linguagem Musical e a Expressão Corporal também ensinam. A música está presente em todas as gerações, desenvolvendo ritmos importantes na relação com atividades de movimento.

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

“As instituições devem criar procedimentos para o acompanhamento do trabalho pedagógico e para a avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classifi cação” (Diretrizes Curricula-res Nacionais para a Educação Infantil, 2010, p.29).A avaliação na educação infantil vai muito além de provas, trabalho e no-



tas, a avaliação é um processo de ensino-aprendizagem, ou seja, ocorre em todos os momentos, antes, durante e depois das atividades propostas.Mas, em muitas instituições escolares, a avaliação ainda é vista como clas-sifi catória e não como meio de diagnóstico. Porém, é preciso observar que a função da avaliação consiste em desempenhar um papel social na vida do aluno, não submetendo-o a classifi cação, mesmo que isso ainda ocorra.O resultado de bom desempenho não signifi ca que os alunos tenham com-preendido e entendido os conceitos ministrados pelos professores, o que ocorre em geral é que os alunos memorizam os conteúdos para fazer uma boa prova e por esse motivo obtêm boas notas.

[...] Chega de confundir a avaliação da aprendizagem com exames. A avaliação da aprendizagem, por ser avaliação, é amorosa, inclu-siva, dinâmica e construtiva, diversa dos exames, que não são amo-rosos, são excludentes, não são construtivos, mas classifi catórios. A avaliação inclui, traz para dentro; os exames selecionam, excluem, marginalizam. (LUCKESI, 2000, p. 07).

Desta forma, a aprendizagem deixa de ser prazerosa, sendo apenas para memorizar, obter boas notas e passar de ano, sem que haja preocupação com o conhecimento após o seu estudo.

Quando a fi nalidade é seletiva, o instrumento de avaliação é consta-tativo, prova irrevogável. Mas as tarefas, na escola, deveriam ter o caráter problematizador e dialógico, momentos de trocas de ideias entre educadores e educandos na busca de um conhecimento grada-tivamente aprofundado. (Hoffmann, 1996, p. 66)



Infelizmente tudo o que encontramos e observamos é avaliado de maneira geral, entre bom, regular, ruim e péssimo. Mas o educador deve atentar-se em analisar a avaliação para propiciar ao aluno condições de qualidade para o estudo.Na educação infantil, a avaliação deve ocorrer durante todo o processo de ensino-aprendizagem, pois, cada situação, momento, brincadeira traz consigo uma aprendizagem, e cada gesto do aluno signifi ca algo que foi ou que está sendo aprendido. É importante ressaltar que a avaliação da aprendizagem é essencial para a formação pessoal do indivíduo, seu bom desempenho qualifi cará o aluno, por isso é válido o professor avaliar também o seu desempenho como edu-cador, se a forma de explicar ou ensinar é sufi ciente ou não para a formação do aluno.

“A avaliação sempre deve ter caráter de diagnóstico e processual, pois ela precisa ajudar os professores a identifi carem aspectos em que os alunos apresentam difi culdades”. A partir daí, os professores poderão refl etir sobre sua prática e buscar formas de solucionar pro-blemas de aprendizagem ainda durante o processo e não apenas no fi nal da unidade ou no fi nal do ano. (Libâneo, 2004, p. 253).

Assim, o professor deve confi gurar-se numa estrutura multidimensional, integradora de múltiplas dimensões, as quais incluem a formação escolar, deve levar também para a sala estratégias que favoreçam esse processo. Desta forma, o processo de formação e a refl exão constituem-se suportes essenciais para que o professor exerça sua função com sua competência, ou seja, pensando sempre na qualidade na educação para o aluno.



CONCLUSÃO

Concluímos que a tarefa de transformar nosso complexo sistema educa-cional exige múltiplas ações, por isso é importante desde cedo as crianças estarem em contato com momentos signifi cativos para que haja qualidade na formação e na prática do educador e a centralidade dos conhecimentos nos processos de produção e organização da vida social. O artigo vem para incentivar os educadores e familiares a trabalharem de forma lúdica, favore-cendo a interação e a construção da identidade, cujo objetivo é refl etir sobre o ambiente escolar, suas difi culdades e fi nalidade de reconhecer a importân-cia da Educação Infantil para a formação do indivíduo. Desta forma, faz--se necessário a aproximação constante tanto da escola como do professor de aperfeiçoar e qualifi car o ensino, os professores e educadores devem ser mais críticos e criativos, melhorando e criando estratégias na qualidade de ensino.Enfi m, é papel da instituição abordar eixos de mudanças na educação, educando com autonomia para a transformação da aprendizagem.

REFERÊNCIAS

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REVISTA NOVA ESCOLA, 201, ano XXII, Distribuída em todo o país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. ABRIL DE 2007)

REVISTA NOVA ESCOLA, 203, ano XXII, Distribuída em todo o país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. JU-NHO/JULHO DE 2007)



SANTOS, Claudia e SIMÃO, Sueli Parada. Processo de alfabetização. 4. ed. São Paulo: Ática, 2001.

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