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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus: Tipo 1 e Tipo 2
Maria Elisa dos Santos Mendes Ferreira Marques
Porto, 2006
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus: Tipo 1 e Tipo 2
Orientador: Professor Doutor José DuarteCo-orientador: Professor Doutor Davide Carvalho
Maria Elisa dos Santos Mendes Ferreira Marques
Porto, 2006
Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área da Reeducação e Reabilitação, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
II
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor José Alberto Ramos Duarte por ter aceite o desafio da
orientação deste estudo, por ter direccionado com extrema competência esta
investigação e pelo seu apoio e disponibilidade sempre demonstrados.
Ao Professor Doutor Davide Carvalho, por ter aceite co-orientar o estudo,
possibilitando o acesso aos doentes da consulta de Endocrinologia do Hospital de
S. João do Porto e pela disponibilidade demonstrada.
Às Enfermeiras do Gabinete de Enfermagem pelo apoio que me deram ao
longo das visitas ao Hospital.
Aos Doentes diabéticos que aceitaram participar neste estudo.
Aos meus pais e irmã, por me terem apoiado nos momentos difíceis.
Ao Hugo Moreira, que sempre me apoiou com o seu especial carinho.
Às minhas grandes amigas Beta, Joana, Paula, Ruca, Salomé, Susana e
Susy pelo companheirismo e amizade e por terem passado comigo os momentos
de boa e má disposição.
A todos os que me ajudaram e que comigo conviveram e que, porventura,
não tiveram os seus nomes nesta página, o meu sincero agradecimento.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
III
ÍNDICE GERAL
Agradecimentos ................................................................................. II
Índice Geral ...................................................................................... III
Índice de Quadros..............................................................................V
Resumo ............................................................................................VI
Abstract............................................................................................VII
Lista de Abreviaturas ......................................................................VIII
Introdução.......................................................................................... 1
Revisão da Literatura......................................................................... 5
Diabetes Mellitus ....................................................................... 5
Diabetes Mellitus Tipo 1.................................................... 6
Diabetes Mellitus Tipo 2.................................................... 8
Complicações da Diabetes ............................................... 9
Exercício Físico e Diabetes Mellitus ........................................ 15
Material e Métodos .......................................................................... 25
Caracterização da amostra ............................................. 25
Instrumentos ................................................................... 25
Procedimentos Estatísticos............................................. 26
Apresentação dos Resultados ......................................................... 27
Discussão dos Resultados............................................................... 38
Conclusões ...................................................................................... 47
Referencias Bibliográficas ............................................................... 48
Anexos..............................................................................................IX
Anexo I – Questionário de Baecke Modificado .................................IX
Anexo II – Escala Visual Analógica...................................................XI
Anexo III – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado na amostra total .............................XII
Anexo IV – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios
do Questionário de Baecke Modificado na amostra total .......................XIII
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
IV
Anexo V – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado na amostra total ........................... XIV
Anexo VI – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 ..................... XVI
Anexo VII – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o os
domínios do Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 XVII
Anexo VIII – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 ................... XVIII
Anexo IX – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 ...................... XX
Anexo X – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios
do Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 ................ XXI
Anexo XI – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 .................... XXII
Anexo XII – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário
de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 ........................................XXIV
Anexo XIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos
diabéticos tipo 1 ...................................................................................XXVI
Anexo XIV – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em
Jejum nos diabéticos tipo 1 ..................................................................XXVI
Anexo XV – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos
diabéticos tipo 1 ..................................................................................XXVII
Anexo XVI – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário
de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 .......................................XXVII
Anexo XVII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos
diabéticos tipo 2 ...................................................................................XXIX
Anexo XVIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em
Jejum nos diabéticos tipo 2 ...................................................................XXX
Anexo XIX – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos
diabéticos tipo 2 ....................................................................................XXX
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
V
Índice de Quadros
Quadro 1 – Quadro 1 – Valores médios ± desvio-padrão da idade (anos) dos
sujeitos dos três grupos. .......................................................................... 27
Quadro 2 – Distribuição da amostra em função dos anos de evolução da
doença e do tipo de Diabetes Mellitus...................................................... 28
Quadro 3 – Distribuição da amostra em função do género e do tipo de
Diabetes Mellitus. ..................................................................................... 28
Quadro 4 – Distribuição da amostra em função da terapêutica utilizada e do
tipo de Diabetes Mellitus. ......................................................................... 29
Quadro 5 – Distribuição da amostra em função das complicações da diabetes
evienciadas e do tipo de Diabetes Mellitus............................................... 30
Quadro 6 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score
de Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades
de Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta
Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)
relativos aos diabéticos tipo 1. ................................................................. 32
Quadro 7 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score
de Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades
de Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta
Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)
relativos aos diabéticos tipo 2. ................................................................. 33
Quadro 8 – Valores de correlações obtidas (e valores de p) entre os
resultados do Questionário de Baecke, a Resposta Terapêutica, os valores de
Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c) em função do
tipo em função do tipo de Diabetes Mellitus. ............................................ 34
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
VI
RESUMO A Diabetes Mellitus é uma doença que afecta um grande número de
pessoas em todo o mundo. Apesar dos avanços da investigação no diagnóstico e
terapêutica e na prevenção das complicações, é um problema que continua a
crescer. O seu aparecimento está associado a factores genéticos e ambientais,
tendo o estilo de vida sedentário grande influência no seu aparecimento e
desenvolvimento. O objectivo principal desta investigação foi verificar a influência
da actividade física diária na eficácia terapêutica de doentes com Diabetes Mellitus
(tipo 1 e tipo 2). A amostra estudada foi constituída por 30 doentes da consulta
externa do serviço de Endocrinologia do Hospital de S. João do Porto, de ambos
os géneros, com idades compreendidas entre os 16 e os 68 anos de idade. A
todos foi aplicado o Questionário de Baecke Modificado para recolha de dados
acerca das actividades físicas que realizam. O equilíbrio glicémico dos doentes foi
avaliado pela média de 3 valores de glicemia plasmática de jejum (GPJ) e de
hemoglobina glicada (A1c) obtidos ao longo da doença. Foi também avaliado o
perfil de complicações crónicas dos doentes. Ao médico foi também pedido para
preencher uma escala visual analógica para a avaliação do controlo da doença.
Observámos uma média do Score Total do Questionário (STQ) de 4,6±1,3 sendo
de 4,6±1,4 nos diabéticos tipo 1 e 4,6±1,3 nos diabéticos tipo 2. Verificamos ainda
correlações significativas positivas do controlo da doença avaliado na escala
analógica com o STQ (0,582; p<0,01) e com o SD (0,712; p<0,01). Observamos
ainda correlações significativas negativas entre os níveis de GPJ (-0,447; p<0,05)
e A1c (-0,521; p<0,01) e os mesmos parâmetros. No que se refere ao Score das
Actividades Domésticas (-0,186; p>0,05) e ao Score das Actividades de Tempos
Livres (-0,360; p>0,05) não observamos correlações. Concluímos que: 1 -
comparativamente com outros estudos esta população de diabéticos tem índices
de actividade física muito baixos mas que se correlacionam com o controlo da
doença ; 2 - as actividades desportivas não faziam parte das rotinas desta
população.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo 1; Diabetes Mellitus tipo 2;
Actividade Física.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
VII
ABSTRACT
The Diabetes Mellitus is a disease which affects a lot of persons all over the
world. Despite the research improvements on the diagnosis and the prevention of
the complications, the problem continues to grow. When the disease appears it is
often associated to genetic and environmental factors, having the sedentary life
style a big influence in its appearance and development. The main goal of this
study was to verify the influence of the daily physical activity in the therapeutics
accuracy of the patients with Diabetes Mellitus (type 1 and type 2). The sample
was built with 30 patients from the Hospital S. João in Porto, male and female,
between 16 and 68 years old. The Modified Baecke Questionnaire was the
assessment tool used to evaluate the levels of physical activity within this
population. The glycemic control of the patients was evaluated by the mean of 3
scores of glycemic values and glycosilated hemoglobin (A1c) throughout the
disease. The patients complications profile was also evaluated. The doctor was
asked to fill in an analogical visual scale for evaluate the disease control. We have
found an average of the global score of the questionnaire of 4,6±1,3; in diabetics
type 1 it was 4,6±1,4 and in diabetics type 2 it was 4,6±1,3. We have verified
positive relevant differences on the disease control evaluated on the analogical
visual scale with the global score of the questionnaire (0,582; p<0,01) and with the
sportive score (0,712; p<0,01). Negative significant differences were found
between the levels of glycemic (-0,447; p<0,05) and A1c (-0,521; p<0,01) and the
same items. About the domestic activities score and the leisure activities score any
correlations were found. We can conclude that: 1 – comparing with other studies
this diabetic population shows low levels of physical activities but it correlates
positively with the disease control; 2 – physical activities are not included in this
population daily routines.
Key-words: Type 1 Diabetes Mellitus; Type 2 Diabetes Mellitus; Physical
Activities.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
VIII
LISTA DE ABREVIATURAS
A1c - Hemoglobina Glicada
ADA - American Diabetes Association
AVC - Acidente Vascular Cerebral
GPJ - Glicemia Plasmática em Jejum
OMS - Organização Mundial de Saúde
SAD - Score de Actividades Domésticas
SD - Score Desportivo
SNC - Sistema Nervoso Central
STL - Score de Actividades de Tempos Livres
STQ - Score Total do Questionário de Baecke
WHO - World Health Organization
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
1
INTRODUÇÃO
Regista-se, actualmente, um crescimento acentuado da incidência de
doenças crónicas não transmissíveis na população mundial, que estão associadas
ao estilo de vida adoptado pelas pessoas. A Diabetes é uma destas doenças com
a qual convivem hoje milhares de pessoas de todas as classes sociais (Lessa,
1998). Esta constitui um grave problema de saúde pública a nível mundial, não só
pela sua crescente incidência e prevalência, mas também pela elevada
morbilidade e mortalidade que origina (Couto e Carmaneiro, 2002).
A Diabetes Mellitus é caracterizada por uma deficiência absoluta ou relativa
de insulina que irá influenciar negativamente o metabolismo dos carbohidratos,
proteínas e lipídeos, assim como a distribuição de água, vitaminas e minerais.
Durante a sua evolução, dependendo do controlo metabólico obtido, podem advir
complicações agudas e crónicas (Oliveira, 1999). As duas categorias gerais mais
comuns desta doença são denominadas de tipo 1 e tipo 2.
A diabetes tipo 1, antigamente conhecida como Diabetes Mellitus Insulino-
dependente, é responsável por 5 a 10% dos casos de diabetes (Eisenberth et al,
1994). A maioria dos casos resultam primariamente da destruição das células β
das ilhotas de Langerhans do pâncreas. Estas formas incluem aquelas que são
atribuídas a processos auto-imunes e os de etiologia desconhecida. Acomete
principalmente crianças e adolescentes, porém pode ter início em qualquer idade
(Organização Mundial de Saúde (OMS), 1997).
A diabetes do tipo 2, antigamente conhecida como Diabetes Mellitus Não
Insulino-dependente, responde por 90 a 95% de todos os doentes com diabetes
(Harris, 1996). Caracteriza-se por uma resistência tecidular à acção da insulina,
presente desde o início do quadro, e uma progressiva insuficiência de insulina que
se exacerba no decorrer da doença. A maioria dos doentes é obesa, e a
cetoacidose é menos comum em comparação com a diabetes do tipo 1. A
hiperglicemia, geralmente, desenvolve-se de forma gradual e, como nos estádios
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
2
iniciais não é suficiente para provocar os sintomas clássicos, a doença pode
permanecer não diagnosticada por vários anos (Soares et al, 1999).
Hoje em dia, sabe-se que a Diabetes Mellitus tipo 2 tem origem em factores
genéticos conjugados com factores ambientais e comportamentais, como o maior
sedentarismo e obesidade, mudança de hábitos alimentares e envelhecimento
(Polónia et al, 2000). Deste modo, para além da terapêutica medicamentosa e do
controlo dietético, o incentivo à prática regular de actividade física também
constituiu um importante pilar terapêutico no tratamento destes doentes (Lustman
et al, 2000).
Os benefícios da actividade física regular incluem uma melhora da
capacidade cardiovascular, um aumento da massa magra, uma melhoria do perfil
lipídico no sangue, uma melhoria do estado psicossocial e diminuição da massa
adiposa. Para além disso, parece ainda induzir um melhor controlo da glicose
sanguínea e uma melhora na sensibilidade à insulina (Riddell e Iscoe, 2006).
Os indivíduos com diabetes tipo 1 são normalmente jovens, e portanto
propensos à realização de actividade física. No entanto, se estes doentes não
estiverem bem controlados, a sua prática pode ser prejudicial (Pignatelli e
Carvalho, 2004). Assim, a maior preocupação prende-se com o passar ao doente
a ideia de que pode ter uma vida “normal”, desde que consiga assegurar um bom
controlo da glicose no sangue. Neste sentido, para estes indivíduos, é necessário
enfatizar o ajuste da terapêutica (insulina e dieta) para manter uma participação
segura em todas as formas de actividade física, de acordo com a meta que cada
um quer atingir e a sua predisposição (Derouich e Boutayeb, 2002). Ou seja, é
necessário um ajuste da quantidade de insulina administrada, para que não
ocorram quadros de hipoglicemia e hiperglicemia (Derouich e Boutayeb, 2002).
O exercício físico também contribui para a prevenção primária da diabetes
do tipo 2. As complicações cardiovasculares são a principal causa de morte entre
os diabéticos do tipo 2. Assim, ao aconselhar-se o exercício físico como medida
preventiva de doença cardiovascular está-se a contribuir para a prevenção das
complicações cardiovasculares da diabetes, bem como das restantes
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
3
complicações da doença (Duarte et al, 2002). De facto, o exercício físico regular
nos diabéticos do tipo 2 parece proporcionar uma melhoria da sensibilidade à
insulina, ocasionando um melhor controlo metabólico (American Diabetes
Association (ADA), 1990).
No entanto, a implementação da actividade física como medida terapêutica,
comparativa à prescrição medicamentosa ou dietética, poderá constituir-se como
um processo difícil para a maioria dos doentes. Esta dificuldade resultará da acção
simultânea de diferentes factores dos quais se destacaram o declínio da
actividade física espontânea, que ocorre naturalmente com a idade, a falta de
hábitos de prática de exercício físico regular, a existência frequente de problemas
ortopédicos e/ou cardiovasculares e a falta de apoio familiar (Glasgow et al, 2001).
Existem ainda barreiras pessoais como a falta de tempo, falta de facilidades e o
medo da dor ou injuria, identificadas como razões para não praticar actividade
física regular (Deshpande et al, 2005).
Deste modo, pode-se afirmar que nos últimos tempos se tem vindo a
valorizar cada vez mais o papel da actividade física no tratamento da Diabetes
Mellitus. Porém, esta não é prescrita, mas sim apenas aconselhada pelos médicos
aos seus doentes. Trata-se mais de uma informação que é transmitida ao doente
e não se assume com a importância devida. Mesmo hoje em dia, frequentemente
é prescrito um programa alimentar e terapêutica farmacológica, não sendo dadas
indicações precisas sobre a prática de actividade física. E se se pensar na óptica
dos doentes, é muito mais confortável seguir esta prescrição médica objectiva e
concreta do que aumentar os níveis de actividade física diária.
Posto isto, torna-se pertinente verificar a influência da actividade física
diária na eficácia terapêutica de doentes com Diabetes Mellitus, sendo este o
objectivo principal desta investigação. Mais especificamente, importa verificar a
influência da actividade física diária na eficácia terapêutica de doentes com
Diabetes Mellitus tipo 1 e com diabetes tipo 2, propondo-se as seguintes hipóteses
de investigação:
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
4
Hipótese 1 – A actividade física diária influencia a eficácia terapêutica dos
doentes com Diabetes Mellitus tipo 1.
Hipótese 2 – A actividade física diária influencia a eficácia terapêutica dos
doentes com Diabetes Mellitus tipo 2.
Hipótese 3 – A actividade física diária influencia mais a eficácia terapêutica
dos doentes com Diabetes Mellitus tipo 1 do que com Diabetes Mellitus tipo 2.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
5
REVISÃO DA LITERATURA
Diabetes Mellitus
A Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas de etiologia
múltipla, caracterizado por uma hiperglicemia crónica, com alterações do
metabolismo dos glícidos, lípidos e prótidos, resultando de uma deficiente
insulinosecreção, relativa ou absoluta, a que se pode associar graus variáveis de
insulinorresistência, e um conjunto de complicações neurológicas, micro e
macrovasculares relacionadas, cuja prevenção passa por um diagnóstico e
tratamento precoces (ADA, 1997; Duarte et al, 2002; Grupo de Estudos da
Diabetes Mellitus, 2002; World Health Organization (WHO), 2002). A hiperglicemia
é em geral tanto mais marcada quanto maior a carência ou a deficiência da acção
da insulina (Pignatelli; Carvalho, 1992).
A Diabetes Mellitus pode surgir devido a factores genéticos e ambientais,
afectando normalmente todos os sistemas do corpo humano. Associam-se
complicações vasculares, complicações na função ocular, renal e no sistema
nervoso (Legato, 2006). No entanto, alguns estudos sugerem que as
complicações vasculares da diabetes, e particularmente as complicações
microvasculares, podem ser retardadas e possivelmente prevenidas através de
um bom controlo glicémico (Nathan, 2003).
A classificação adoptada pela Direcção Geral de Saúde (2002), estabelece
quatro tipos clínicos da diabetes definidos pela sua etiologia:
1. Diabetes tipo 1 – Resulta da destruição das células β do pâncreas,
com estabelecimento progressivo de uma insulinopenia absoluta. Esta destruição
pode resultar de um mecanismo auto-imune (Diabetes tipo 1 Auto-Imune), embora
em alguns casos não seja possível documentar a existência do processo imune e,
não sendo reconhecida à data outra causa, denomina-se Diabetes tipo 1
Idiopática. A insulinoterapia é indispensável para assegurar a sobrevivência.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
6
Ocorre em qualquer idade, mas a maioria dos casos é detectada em pessoas com
menos de 30 anos, com um pico de incidência entre 10-12 anos no género
feminino e 12-14 no masculino.
2. Diabetes tipo 2 – Forma mais frequente de diabetes, ocorre
frequentemente por insulinorresistência, com insulinopenia relativa, ou por defeito
secretor predominante, coexistindo, frequentemente, ambas as alterações.
3. Diabetes gestacional – define-se pela existência de uma prova de
tolerância à glicose oral, com resultados superiores aos valores de referência,
documentada pela primeira vez durante a gravidez. As diabéticas que engravidam
não se incluem nesta classe. A diabetes gestacional aumenta o risco perinatal
para a criança e para a mãe o risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos
10 a 15 anos.
4. Outros tipos específicos de diabetes – Situações em que a
diabetes é consequência de um processo etiopatogénico identificado, como
doença pancreática, síndromes hormonais, drogas que interferem na secreção ou
inibem a acção da insulina.
Diabetes Mellitus Tipo 1
Na diabetes tipo 1, o pâncreas deixa de produzir insulina, sendo esta
essencial para a sobrevivência (WHO, 2002). A insulina é extremamente
necessária para que alguns órgãos e tecidos sejam capazes de utilizar a glicose,
que é o combustível básico das células do organismo (ADA, 2002). No caso deste
tipo de diabetes, a produção (ou actividade) de insulina é muito diminuída ou
ausente. Os doentes apresentam polidipsia, poliúria, perda de peso marcada e
sobretudo cetose. Os sintomas surgem muito rapidamente e são intensos desde o
início (Pignatelli e Carvalho, 1992). De modo a compensar a falta de glicose, o
organismo socorre-se das reservas de gordura e de proteínas dos músculos como
fonte alternativa de energia. Isto pode levar a um problema grave denominado
cetoacidose diabética (Walker, 2004).
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
7
Assim, a Diabetes Mellitus tipo 1 ocorre como resultado de um ataque do
sistema imunitário do doente que destrói as suas próprias células β com
consequente insuficiente insulino-secreção, sendo indispensável a insulinoterapia
para a sobrevivência (Duarte et al, 2002; Lernmark, 2004). A sua destruição pode
ser detectada anos antes de se desenvolver hiperglicemia e antes do diagnóstico
de diabetes (Babaya, 2005). Normalmente, quando se determina o estado clínico
do doente, cerca de 70% a 80% das células β já foram destruídas e as células dos
ilhéus de serão destruídas nos meses que se seguem. Por este facto, doentes
com diabetes tipo 1 diagnosticada há algum tempo não produzem insulina,
necessitando de administrar a mesma por via injectável (Legato, 2006). Dos
indivíduos portadores de diabetes, aproximadamente 10% a 15% são portadores
de diabetes tipo 1 (WHO, 2002).
A diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticada nas crianças e jovens adultos,
sendo também conhecida como diabetes juvenil (ADA, 2002). No entanto, o seu
aparecimento pode surgir em idades adultas (WHO, 2002). Em crianças e jovens
adultos, a diabetes tipo 1 tem uma apresentação de fácil diagnóstico. Quando se
descobre a diabetes tipo 1 nestes indivíduos, a classificação da doença faz-se
claramente, sendo de fácil compreensão. Em adultos, a diabetes tipo 1 pode ser
facilmente confundida com a diabetes tipo 2 e a classificação da doença é mais
difícil de se concretizar (Lernmark, 2004). O facto de a diabetes tipo 1 aparecer
cada vez mais em idades mais precoces, explica os números de incidência da
diabetes tipo 1 nas crianças estarem a aumentar nos últimos anos (Delamatter,
2001).
A etiologia da diabetes tipo 1 não é bem conhecida, mas consideram-se os
factores genéticos e ambientais como responsáveis pelo seu aparecimento
(Dahlquist, 1994), nos quais se incluem mecanismos virais, componentes
dietéticos, stress e substâncias tóxicas os quais podem precipitar uma doença
auto-imune (Charbonnel, 2005). No que respeita à sua contribuição relativa,
estima-se que os factores genéticos possam contribuir entre 70% a 75% para a
susceptibilidade à diabetes tipo 1 (Kyvik, 1995). Os factores ambientais
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
8
possivelmente iniciam o processo de destruição das células β e o aparecimento da
diabetes (Dahlquist, 1994).
Diabetes Mellitus Tipo 2
A Diabetes Mellitus tipo 2 é o tipo mais comum de diabetes (Pignatelli e
Carvalho, 1992), e está relacionada com a resistência à acção da insulina e
hábitos alimentares, tendo uma carga genética muito grande (Duarte et al, 2002).
Na Diabetes Mellitus tipo 2 verifica-se uma progressiva deficiência na secreção da
insulina e/ou resistência periférica à insulina, associada à disfunção das células
pancreáticas (Matthaei et al, 2000), caracterizando-se por uma anomalia na
regulação do metabolismo da glicose (Evans et al, 1999). A resistência à insulina
verifica-se primeiramente no músculo esquelético, tecido adiposo e fígado
(Hussain, 1999). Existe inicialmente um quadro de hiperinsulinismo com
resistência periférica à acção da insulina. Posteriormente, cria-se um ciclo vicioso
em que se verifica obesidade e hiperglicemia (Duarte et al, 2002).
Esta forma de diabetes afecta principalmente indivíduos de meia-idade e
idosos (Evans at al, 2003). Segundo Pignatelli e Carvalho (1992), este tipo de
diabetes afecta 1 a 5% da população entre os 40 e 60 anos de idade. Após os 70
anos a sua prevalência é francamente maior, apresentando 15 a 20 % da
população algum grau de intolerância à glicose. Nos últimos anos, a incidência e
a prevalência de Diabetes Mellitus tipo 2 têm aumentado. Estima-se que existam
mais de 100 milhões de casos em todo o mundo. É previsível que o número de
casos aumente nos próximos decénios e que em 2025 existam em todo o mundo
cerca de 300 milhões (Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, 2001).
A sua incidência na população portuguesa também tem vindo a aumentar e, de
acordo com King et al (1998) e baseado nos dados fornecidos pela Organização
Mundial de Saúde, estima-se que em 2025, o valor de diabéticos em Portugal
atinja os 674 mil. Segundo Figuerola (1997), o género também é um factor muito
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
9
importante na prevalência da diabetes tipo 2, existindo um predomínio moderado
nas mulheres, com uma proporção de 1,2:1 em relação aos homens.
A prevalência da diabetes tipo 2 não tem deixado de aumentar nas últimas
décadas também em consequência de uma série de factores, como a maior
longevidade da população, o progressivo incremento da obesidade e o
sedentarismo em muitos grupos sociais (Figuerola, 1997).
Um factor fortemente condicionante deste tipo de diabetes é a origem
étnica, de modo que alguns grupos estão marcados por uma elevada incidência:
indivíduos de raça negra, hispânica, mexicanos, aborígenes na Austrália, índios
Pima e nativos americanos (Figuerola, 1997; Evans at al, 2003). Uma das
características comuns a estes grupos étnicos é que sofreram importantíssimas
mudanças nos seus hábitos alimentares em poucos anos. É provável que a
explosão de diabetes nestas populações se deva a estas mudanças alimentares
ocorridas sobre um hiperinsulinimismo geneticamente condicionado (Figuerola,
1997). Neste sentido, a Diabetes Mellitus tipo 2 aparece como sendo fruto de uma
combinação entre factores genéticos e ambientais que contribuem para a sua
manifestação (Lillioja, 1993 cit. por Wallberg-Henriksson et al., 1998).
A obesidade é, provavelmente, o principal factor a contribuir para o
aumento da incidência da diabetes tipo 2 (Olefsky, 2002). No entanto, a diabetes
tipo 2 está fortemente associada a outros factores ambientais, particularmente
aqueles relacionados com a ausência de práticas de exercício físico regular
(Tuomilehto et al, 2001). Aliás, a OMS (1997) aceita como evidência que a perda
voluntária de peso em pessoas obesas e a actividade física, diminuem o risco de
desenvolver diabetes.
Complicações da Diabetes
Com o passar dos anos, as pessoas com diabetes podem vir a desenvolver
uma série de complicações em vários órgãos. Aproximadamente 40% das
pessoas com diabetes vêm a ter complicações tardias graves da sua doença.
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Estas complicações evoluem de forma silenciosa e muitas vezes já estão há
algum tempo instaladas quando se detectam.
Porém, hoje em dia é possível reduzir os seus danos através de um
controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos, bem como de uma
vigilância periódica dos órgãos mais sensíveis (Associação Protectora das
Diabéticos de Portugal, 2001).
As complicações da diabetes são causadas principalmente por lesões dos
vasos sanguíneos e podem ser classificadas em:
a) Complicações microvasculares (lesões dos pequenos vasos
sanguíneos) – nefropatia, retinopatia e neuropatia;
b) Complicações macrovasculares (lesões dos grandes vasos sanguíneos)
– macroangiopatia (doença coronária, cerebral e dos membros inferiores) e
hipertensão arterial;
c) Complicações neuro, macro e microvasculares – pé diabético;
d) Outras complicações – disfunção sexual e infecções (Associação
Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).
Nefropatia Diabética Os rins são constituídos por milhões de pequenos vasos que transportam
sangue com produtos finais do metabolismo que aqui são eliminados através da
urina que aqui se forma. Quando na diabetes estes pequenos vasos são lesados
em grande quantidade aparece a nefropatia. A sua evolução é lenta e silenciosa.
O sinal mais precoce é a perda, acima de valores normais, de proteínas na urina
(microalbuminúria) (Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).
. Inicialmente em quantidades muito pequenas e mais tarde, já em fase não
reversível, em grandes quantidades. Se a nefropatia continua a evoluir há
acumulação de produtos que eram antes eliminados (ureia, creatinina),
manifestações de fadiga, cansaço e perda do apetite e caminha-se para a
insuficiência renal. Em estados mais avançados, os rins podem deixar de filtrar o
sangue, entrando o doente em insuficiência renal. Esta pode ser tratada por
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hemodiálise ou diálise peritoneal. Na fase seguinte, e se houver condições e
indicação o diabético pode ser submetido ao transplante renal (ADA, 2004).
A sua frequência varia entre a população, mas está relacionada com a
gravidade e duração da doença (WHO, 2002). Normalmente afecta 3 em cada 10
doentes com diabetes há mais de 15 anos (Walker, 2004).
Retinopatia Diabética A retina é uma fina camada celular no fundo do olho, rica em pequenos
vasos sanguíneos e nervos. As lesões induzidas pela diabetes resultam,
principalmente, de alterações dos pequenos vasos tornando difícil a passagem do
sangue e consequentemente o transporte de oxigénio e nutrientes às várias
zonas. Nas fases iniciais não há habitualmente alterações da visão. Os vasos
deixam passar fluidos, ficam frágeis e dilatam-se nalguns pontos. A visão é
alterada quando os fluídos ou o sangue (hemorragia), resultado da ruptura de
algum vaso atinge a mácula. A retinopatia diabética é a principal causa de
cegueira ou perturbação visual em doentes em idade de trabalho (Charbonnel,
2005).
A retinopatia diabética é uma das várias complicações tardias da doença,
pensando-se que seja uma consequência da hiperglicemia e cuja gravidade está
fortemente associada com a duração da diabetes (Associação Protectora das
Diabéticos de Portugal, 2001).
Segundo a WHO (2002), após 15 anos de diabetes, cerca de 2% da
população é cega, enquanto 10% desenvolve deficiência visual grave.
Neuropatia Diabética A neuropatia é provavelmente a complicação da diabetes mais comum.
Estudos realçam que cerca de 50% dos indivíduos com diabetes possuem
neuropatia (WHO, 2002).
Esta é mais uma das complicações tardias da diabetes e resulta de lesões
no sistema nervoso periférico afectando um grande número de diabéticos. Quando
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os nervos são lesados há manifestações tais como alterações da sensibilidade,
aparecimento de queixas dolorosas mais ou menos intensas e, frequentemente,
perda das sensibilidades dolorosa e térmica. Outras vezes existem atrofias
musculares e perturbações da mobilidade (diminuição da força muscular e
dificuldades na marcha). Muitas vezes há uma completa perda da sensibilidade ao
nível dos pés não sentindo o diabético objectos que, ocasionalmente, se
introduzam no interior do sapato e que podem muitas vezes ser causa de feridas.
São muito habituais as queimaduras com o saco de água quente durante a noite
ou com uma aproximação demasiada a uma lareira por insensibilidade ao calor.
A neuropatia pode atingir o aparelho digestivo provocando perturbações no
seu funcionamento (atrasos no trânsito alimentar, obstipação, diarreias), o
coração, com alterações do seu ritmo, e a bexiga, com perda do seu tónus e
sensibilidade, muitas vezes levando a infecções repetidas.
Como nas outras complicações tardias existe uma estreita relação entre o
seu aparecimento e uma deficiente compensação. Na diabetes, as lesões dos
nervos são provocados directa ou indirectamente pela hiperglicemia que leva a
alterações graves dos numerosos pequenos vasos que os irrigam (Associação
Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).
A neuropatia é também a maior causa de impotência sexual no homem
diabético (WHO, 2002).
Doenças cardiovasculares Os diabéticos têm um grande risco de desenvolverem doença coronária,
manifestada por angina de peito ou enfarte do miocárdio e por acidentes
vasculares cerebrais – AVC (Charbonnel, 2005). Segundo a WHO (2002), a
doença cardiovascular é responsável por cerca de 50% das mortes em pessoas
com diabetes, nas cidades industrializadas.
As complicações macrovasculares incluem para além dos referidos a
doença vascular periférica, onde existe arteriosclerose nas artérias das pernas e
dos pés, que causam uma má circulação nestes territórios e ocasionam alguns
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problemas graves, que podem culminar na amputação de dedos ou membros,
quando não vigiados de forma correcta e adequadamente tratados quando
necessário. Estas complicações constituem, no seu todo, 75% das causas de
morte nos diabéticos e correspondem a 75% dos custos de hospitalização dos
doentes diabéticos, incluindo internamentos por enfarte do miocárdio, insuficiência
cardíaca, trombose, amputações, etc. (WHO, 2002).
O aparecimento de doença coronária e o risco de ataques cardíacos
aumenta muito quando à diabetes se associam outros factores de risco como
dislipidemias, a hipertensão arterial, a obesidade e, em especial, o consumo de
tabaco (Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001; WHO, 2002).
Hipertensão Arterial A hipertensão e a Diabetes Mellitus são doenças inter-relacionadas que, se
não tratadas, aumentam o risco de doença vascular aterosclerótica. A hipertensão
agrava ainda a microangiopatia, principalmente a nefropatia diabética, para a qual
é um factor de risco maior. A hipertensão é duas vezes mais comum em
diabéticos e aumenta com a idade. No momento do diagnóstico da diabetes, a
hipertensão já existe em cerca de 40% dos doentes, o que sugere uma
associação de mecanismos entre as duas: a obesidade e resistência à insulina
levam à hipertensão e esta agrava a intolerância à glicose (Associação Protectora
das Diabéticos de Portugal, 2001). Na maioria dos casos não se encontra uma
causa para a hipertensão, em particular na diabetes tipo 2. Na diabetes tipo 1, é
muitas vezes devida à nefropatia, que ocorre em uma de cada três pessoas
diabéticas com mais de 15 anos de evolução de doença (ADA, 2004).
É muito importante definir grupos especiais de risco que têm a ver com a
presença ou não de outros factores de risco, como a dislipidemia, o tabaco, o
excesso de peso e a inactividade física. Está provado que se conseguem
reduções maiores do risco cardiovascular só deixando de fumar do que só
tratando a hipertensão com fármacos (Associação Protectora das Diabéticos de
Portugal, 2001).
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Pé diabético As complicações tardias da diabetes - neuropatia periférica, vasculopatia e
susceptibilidade às infecções - predispõem o diabético para o aparecimento de
lesões crónicas nos pés que, por vezes podem ser graves, podendo mesmo levar
à amputação (Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001). É uma
das mais custosas complicações da diabetes (WHO, 2002).
Os doentes devem ser frequentemente avaliados através do exame clínico.
A observação do pé deve ser sistemática, em cada consulta. Uma vez
identificados os de maior risco, devem beneficiar de uma maior atenção no sentido
de educação e vigilância destinadas a prevenir o aparecimento de lesões
(Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).
Disfunção sexual Quando há excitação sexual no homem há erecção do pénis e na mulher há
lubrificação da vagina. Tudo isto resulta de sinais enviados pelo cérebro através
de nervos para os vasos sanguíneos da região (Associação Protectora das
Diabéticos de Portugal, 2001).
Na diabetes pode aparecer disfunção sexual. Ela pode manifestar-se sob a
forma de ejaculação retrógrada ou impotência sexual no sexo masculino e
diminuição da libido, incapacidade de orgasmo e deficit de lubrificação no sexo
feminino. Estas alterações podem ter origem nas lesões dos nervos mas também
nos vasos sanguíneos. Muitas das disfunções sexuais no diabético não têm
origem em lesões orgânicas mas podem ter uma natureza psicológica (Associação
Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).
Infecções
Os diabéticos são mais susceptíveis a infecções da boca e das gengivas, a
infecções urinárias e dos pés e ainda a infecções das cicatrizes depois de
cirurgias, se os níveis de glicose no sangue não estiverem bem controlados.
Todos estes perigos podem, contudo, ser prevenidos se o diabético conseguir ter
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um bom controlo da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos, se conseguir ter
uma vida com bons hábitos alimentares e exercício físico regular, se não fumar e
tiver cuidado com a higiene e vigilância dos seus pés (Associação Protectora das
Diabéticos de Portugal, 2001).
Exercício Físico e Diabetes Mellitus
A progressiva mecanização do trabalho na sociedade ocidental tem dado
lugar a que o Homem dispenda cada vez menos energias na sua actividade física.
Durante a actividade física o consumo de oxigénio pelo organismo
aumenta. Os músculos utilizam como fonte de energia o glicogénio e os
triglicerídeos, bem como os ácidos gordos provenientes do tecido adiposo. Para
preservar a função do Sistema Nervoso Central (SNC), os níveis de glicose no
sangue são notavelmente mantidos durante a realização de actividade física.
Deste modo, durante o exercício físico, raramente ocorre hipoglicemia em
indivíduos não diabéticos devido a um ajuste metabólico realizado pelas
hormonas, para a preservação da normoglicemia (ADA, 2004).
A diminuição da insulina plasmática e a presença do glucagon são
aparentemente necessários para que logo no início da prática de actividade física
aumente a produção de glicose hepática. Contudo, é também fundamental,
durante o exercício prolongado, que se dê o aumento do glucagon plasmático e
das catecolaminas. Estas adaptações hormonais, são perdidas em indivíduos com
diabetes tipo 1 (Duarte, 2002; ADA, 2004). Consequentemente, quando estes
indivíduos têm pouca insulina na circulação sanguínea associado a um
inadequado controlo por parte do doente dos níveis de glicemia, são libertadas
uma grande quantidade de hormonas que contrariam o efeito da insulina durante a
actividade física. Este facto leva a que aumentem exponencialmente os níveis de
glicose e de corpos cetónicos, podendo ainda elevar a cetoacidose diabética.
Reciprocamente, a presença de níveis elevados de insulina, associada à
administração da mesma, pode atenuar ou mesmo prevenir a grande mobilização
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
16
de glicose e outros substratos induzidos pela actividade física, e a hipoglicemia
pode seguir-se. O mesmo sucede em doentes com diabetes tipo 2, no entanto,
geralmente, a hipoglicemia durante a actividade física tende a ser um problema
menor neste população. De facto, em doentes com diabetes tipo 2, a actividade
física pode aumentar a sensibilidade diminuindo os elevados níveis de glicose no
sangue para valores normais (ADA, 2004).
Assim sendo, tem-se tornado cada vez mais evidente que a actividade
física pode ser uma ferramenta terapêutica para uma variedade de doentes com
ou em risco de desenvolver diabetes (Lustman et al, 2000; Duarte, 2002; ADA,
2004; ). Tem-se vindo a perceber que um estilo de vida activo pode trazer
benefícios importantes na promoção da saúde de indivíduos diabéticos como
aumentar a sensibilidade à insulina, melhorar a capacidade funcional, diminuir o
risco de desenvolver doença arterial-coronária, diminuir o risco de morte por
enfarte do miocárdio, diminuir a necessidade de oxigénio para o coração durante o
exercício, diminuir a viscosidade sanguínea, melhorar a longo prazo o controlo da
tensão arterial, reduzir os níveis de triglicerídeos, aumentar o colesterol
transportado nas lipoproteínas de alta densidade, reduzir a obesidade e reduzir o
risco de desenvolver osteoporose (Gordon, 1993; Dubé et al, 2006). No entanto, a
actividade física não produz unicamente benefícios para os indivíduos diabéticos.
Esta pode trazer alguns potenciais riscos que devem ser controlados, como
hipoglicemia para pessoas que tomam insulina ou anti-diabéticos orais do tipo das
sulfonilureias, hiperglicemia e, para os diabéticos tipo 1, cetoacidose,
complicações cardíacas, hemorragias retinianas, aumento da excreção de
proteínas na urina, maior variação da pressão arterial sistólica e maior risco de
desenvolver úlceras do pé e lesões ortopédicas, especialmente em pessoas com
neuropatia periférica (Gordon, 1993). Deste modo, a prescrição do exercício físico
nos diabéticos deve ser particularmente individualizada, em função do tipo da
doença, sua gravidade e complicações existentes. O grau de risco cardiovascular,
a necessidade de maior ou menor vigilância metabólica, a educação diabetológica
do doente e o grau de controlo da doença, vão ditar se a actividade física terá de
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se inserir num programa mais restrito e supervisionado, ou se pode ser alargado,
em termos locais e tipos de prática (Barata e Lisboa, 1997). Assim sendo, o
tratamento da diabetes requer um trabalho de equipa onde é pretendida uma
análise correcta dos riscos e benefícios da actividade física para um dado paciente
(ADA, 2004).
Se se pensar nos diferentes tipos de diabetes, existem algumas
particularidades que devem ser tidas em conta, onde a terapêutica através da
actividade física e os seus efeitos devem ser cuidadosamente entendidos
(Wasserman, 1994).
Segundo a ADA (2004), todos os níveis de actividade física, incluindo
actividades lúdicas, desportos de recreação, ou actividades de rendimento
competitivas, podem ser desempenhadas por indivíduos portadores de diabetes
tipo 1, que não possuam complicações e mantenham um bom controlo de glicose
no sangue. A capacidade de ajustar o regime terapêutico (insulina e terapia
nutricional) para conseguir uma boa e elevada performance foi recentemente
reconhecida como uma importante estratégia para estes indivíduos.
Particularmente, o importante papel desempenhado pelo doente em controlar os
seus valores de glicose no sangue como resposta pela prática de actividade física
e depois utilizar esses mesmos dados para melhorar a sua performance, é agora
inteiramente aceite. Isto porque, em indivíduos diabéticos tipo 1 que não tenham
os seus níveis de glicemia bem controlados, a prática de actividade física pode ser
nocivo e levar a situações de hipoglicemia e ao agravamento das hiperglicemias
(Pignatelli e Carvalho, 1992).
Mas, a hipoglicemia, que pode ocorrer durante, imediatamente após, ou
algumas horas depois da prática de actividade física, pode ser evitada. Isto requer
que o paciente tenha, quer um conhecimento adequado do metabolismo e
respostas hormonais da actividade física, bem como um auto-controlo da doença.
A experiência que o doente vai adquirindo ao longo do uso intensivo da insulina
como forma de tratamento, faz com que este vá percebendo e sendo capaz de
ajustar as doses de insulina às diferentes actividades físicas que realiza. Por este
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
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motivo, a recomendação rígida de suplementos de glicidos, calculados a partir do
painel de intensidade e duração da actividade física, sem olhar aos níveis
glicémicos no início da actividade física, bem como as adaptações metabólicas ao
exercício físico e a terapia de insulina do doente, não são mais apropriadas.
Segundo a ADA (2002), a regulação da glicemia em resposta à actividade física
para indivíduos diabéticos tipo 1, deve seguir as seguintes linhas genéricas:
1. Controlo glicémico antes da actividade física;
2. Monitorização da glicose no sangue durante e depois da actividade
física;
3. Controlo da alimentação.
Na medida em que a diabetes está associada a um aumento do risco de
doenças macrovasculares, o beneficio da actividade física, em consonância com
os factores de risco para a aterosclerose, é considerado extremamente valioso.
Contudo, também tem que ser apreciado que em vários estudos falhou a
demonstração independente dos efeitos da actividade física no aumento do
controlo glicémico, em indivíduos com diabetes tipo 1 (ADA, 2004). No entanto,
estes estudos foram validados devido à focagem que a actividade física tem no
controlo da glicose. Assim sendo, o desafio consiste em desenvolver estratégias
que permitam aos indivíduos com diabetes tipo 1 participar em actividades que
sejam consistentes com o estilo de vida e com a cultura, de uma maneira saudável
e agradável.
Tem-se vindo a verificar que os indivíduos com diabetes tipo 1 que realizam
actividade física, melhoram a sua sensibilidade à insulina, o que é bastante
benéfico (Vranic, 1990;Gordon, 1993). Porém, melhor sensibilidade celular, não
significa automaticamente melhor controlo de glicose no sangue. Estudos
realizados por Wallberg-Henriksson (1982) e Zinman (1984), com 16 semanas de
treino, não obtiveram rápidas melhorias nos níveis de glicose no sangue e de
hemoglobina glicada, em indivíduos com diabetes tipo 1. No entanto, pensa-se
que os métodos utilizados nestes estudos podem ter influenciado os resultados
(Gordon, 1993). Resultados bem distintos foram os encontrados por Stratton
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
19
(1987), num estudo realizado durante 8 semanas. A amostra era constituída por 8
adolescentes com diabetes tipo 1. A amostra realizava um treino de cerca de 30 a
45 minutos, durante 5 dias da semana. A actividade física estava planeada para
após o lanche e antes do jantar, e os adolescentes foram desencorajados de
ingerir alimentos extra antes do exercício. Em vez da amostra estar a ingerir
alimentos extra antes da realização das sessões de actividade física, o
investigador reduziu as doses de insulina antes do exercício e deixou que
ingerissem alimentação extra após a actividade, mas apenas quando era
necessário para prevenir hipoglicemia. Após as 5 primeiras semanas da realização
deste estudo, os níveis de glicose no sangue dos adolescentes da amostra antes
das sessões de treino diminuíram significativamente, relativamente aos valores
obtidos nas primeiras 3 semanas (161 mg/dl vs 198 mg/dl). Em 5 dos 8
participantes do estudo, as doses de insulina diária foram reduzidas, não só nos
dias de sessões de treino. Os valores de hemoglobina glicada não diminuíram,
provavelmente devido à duração limitada do estudo; no entanto, os níveis de
albumina glicada, um índice mais sensível a mudanças da glicose no sangue num
curto período de tempo, mostraram um ligeiro declínio.
Portanto, segundo Gordon (1993), a actividade física regular ajuda a
melhorar o controlo dos níveis de glicose no sangue, desde que os doentes com
diabetes tipo 1 mantenham sempre a dieta necessária nos dias de treino, ou só a
alterem se for realmente necessário, e tenham sempre em atenção outros
importantes factores, como o momento do dia em que o exercício é praticado; a
duração e a intensidade do exercício; o nível preciso de glicose no sangue
imediatamente antes do exercício; o nível de actividade física, sem restrição a
diabéticos; e o tipo e dosagem de insulina administrada. Para atingir excelentes
benefícios a partir do exercício físico prolongado, o indivíduo com diabetes tipo 1
deve treinar todos os dias, preferencialmente após as refeições, com ajustes na
intensidade e duração.
No que diz respeito à diabetes tipo 2, está já bem documentado o papel
benéfico do exercício sobre os indivíduos portadores desta doença. Nestes
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indivíduos, em indivíduos obesos, indivíduos com elevada tensão arterial e filhos
de pessoas com diabetes, o exercício pode ser fundamental para um bom controlo
da glicose no sangue, mais do que para indivíduos diabéticos tipo 1 (Helmrich,
1991). Em lista de prioridades terapêuticas, a actividade física aparece logo a
seguir a uma alimentação correcta (Gordon, 1993).
Na prática regular de exercício físico são vários os mecanismos fisiológicos
que produzem efeitos benéficos a médio e a longo prazo. Durante a actividade
física põe-se em marcha uma adaptação hormonal que consiste basicamente na
diminuição da secreção de insulina e ao aumento de catecolaminas, hormonas de
crescimento e cortisol. Também se produzem mudanças cardiocirculatórias, com
aumento da contractibilidade do coração e vasoconstrição dos territórios inactivos.
Do ponto de vista metabólico aumenta a lipólise, a gliconeogénese e a
glicogenólise, o que permite uma rápida mobilização e redistribuição do
combustível metabólico para assegurar o suplemento energético necessário
(Figuerola, 1997). Desta forma, a actividade física regular é recomendada a
doentes com diabetes tipo 2 devido aos efeitos benéficos ao nível do metabolismo
de desenvolvimento das complicações da diabetes (ADA, 1997). Algumas destas
alterações ocorrem imediatamente após a actividade e outras após algum tempo
da realização da mesma.
Alguns autores têm tentado demonstrar a importância de programas de
exercício a realizar durante um longo período de tempo, no tratamento e na
prevenção de anomalias metabólicas e respectivas complicações. Indivíduos com
diabetes tipo 2 podem melhorar a sensibilidade à insulina e os níveis de glicose
(Erikson, 1999).
Têm surgido alguns estudos acerca do efeito do exercício físico em
indivíduos com diabetes tipo 2, mas com conclusões variadas. No estudo
realizado por Agurs-Collins (1997), conclui-se que o exercício físico reduz a
hemoglobina glicada; contrariamente, no estudo realizado por Tessier (2000), o
resultado encontrado foi de que o exercício físico não reduz a hemoglobina
glicada.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
21
Pigman et al (2002), realizaram um estudo acerca do papel do exercício
físico no tratamento da diabetes tipo 2. A sua amostra era constituída por 268
indivíduos com diabetes tipo 2, dos quais 176 (bom controlo diabético) pertenciam
ao grupo de controlo e 92 (mau controlo diabético) ao grupo experimental.
Concluiu-se que o exercício oferece benefícios ao controlo da diabetes após
ajuste de outros factores tais como a medicação, dieta, controlo do índice de
massa corporal, tabaco e consumo de álcool.
Num estudo realizado por Krook (2003), 304 indivíduos com diabetes tipo 2
participaram num programa de modificação do estilo de vida durante 31 semanas.
Os participantes receberam informações e guias práticos acerca do treino,
nutrição e acompanhamento psicológico. No final do programa, os indivíduos
mostraram melhorias significativas ao nível do controlo glicémico e maior consumo
máximo de oxigénio. Por outro lado, a pressão do sangue e o índice de massa
corporal diminuíram. Assim, um programa de treino de 31 semanas melhora o
controlo glicémico, a pressão sanguínea e o bem-estar em indivíduos com
diabetes tipo 2. Este tipo de programa é ainda benéfico na redução dos factores
de risco associados à diabetes e suas complicações.
Um outro estudo, desta vez realizado por Fritz et al (2005), contou com uma
amostra de 108 indivíduos com diabetes tipo 2: 77 fizeram parte do grupo
experimental e 31 do grupo de controlo. Os indivíduos do grupo experimental
foram instruídos para aumentar a sua actividade física para 45 minutos de
caminhada activa, três vezes por semana, durante quatro meses. Este grupo foi
supervisionado individualmente e em grupo. Não foram dadas quaisquer
recomendações acerca de hábitos alimentares ou medicação. Os indivíduos do
grupo de controlo não sofreram alterações de estilo de vida nem da medicação.
Concluiu-se que diferentes níveis de actividade física são importantes no que
concerne aos factores de risco da diabetes. No grupo experimental diminuiu
significativamente a pressão sistólica e diastólica do sangue, o metabolismo
lipídico e o índice de massa corporal, conseguindo um melhor controlo glicémico,
comparativamente com o grupo de controlo.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
22
Em conclusão, na meta-análise realizada por Boulé et al (2001), não têm
havido estudos com grande significado estatístico que sustentem recomendações
de planos de treino para indivíduos com diabetes tipo 2. No entanto, no seu estudo
com 504 indivíduos diabéticos tipo 2, concluiu-se que o exercício reduz o risco de
desenvolver as complicações da diabetes devido à diminuição da hemoglobina
glicada, mas não se obtiveram resultados estatisticamente significativos ao nível
da redução do índice de massa corporal nestes indivíduos.
Segundo Sigal (2006), a actividade física reduz o risco de progressão da
Diminuição da Tolerância à Glicose podendo prevenir a progressão para a
diabetes tipo 2. Existem alguns estudos neste âmbito, que mostram isso mesmo.
No estudo realizado por Knowler et al (2002), os 3234 indivíduos com idade
superior a 24 anos, sem diabetes mas com diminuída tolerância à glicose e
excesso de peso, foram divididos por grupos: um de modificação do estilo de vida
intensa e outro de controlo, e foi comparada a incidência de diabetes aos 3 anos.
A intervenção no estilo de vida foi composta por sessões de treino individual,
exercício aeróbio, dieta e modificações de comportamento. A supervisão foi feita
ao longo das semanas, com 16 visitas. O grupo de controlo recebeu informações
acerca de mudanças do estilo de vida sem controlo individualizado. Após 24
semanas, 38% do grupo da modificação do estilo de vida manteve o seu peso
inicial e 58% reduziu. Esta intervenção produziu uma grande redução ao nível do
peso relativamente aos restantes grupos, e a incidência de diabetes também foi
menor.
Tuomilehto et al (2001) realizaram um estudo similar, com 522 indivíduos,
com idades compreendidas entre os 40 e os 65 anos, com Diminuição da
Tolerância à Glicose e obesidade, e dividiu-os em dois grupos: num submeteu-os
a uma intervenção intensiva no estilo de vida e outro de controlo, seguindo-os por
3,2 anos. A intervenção no estilo de vida incluiu exercício moderado, pelo menos
150 minutos por semana, e perda de peso em pelo menos 5%. Os indivíduos
tinham um plano individualizado de treino supervisionado, com sessões de
exercício aeróbio e um circuito tipo de resistência, 3 vezes por semana. Os
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
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indivíduos foram acompanhados por nutricionistas 7 vezes durante o primeiro ano
e depois de 3 em 3 meses, a partir desta altura. Os indivíduos foram ainda
aconselhados a ingerir fibras, reduzir em 30% a ingestão de calorias e reduzir as
gorduras saturadas em 10%. Ao grupo de controlo foram dadas informações
gerais de dieta e exercício físico, sem programas individualizados. A maioria dos
indivíduos do grupo de intervenção (86%) obteve benefícios ao nível da tolerância
à glicose e ao nível da diminuição de peso. Comparado com o grupo de controlo, o
grupo de intervenção reduziu a incidência de diabetes em 58%.
Pan (1997), por sua vez, dividiu 577 indivíduos com Diminuição da
Tolerância à Glicose num grupo de controlo e três de intervenção: dieta, exercício
físico, e combinação de dieta e exercício físico. Os indivíduos não eram obesos. O
grupo de intervenção teve sessões de recomendações individuais e em grupo
semanalmente durante 1 mês, depois mensalmente durante 3 meses, e por ultimo,
de 3 em 3 meses. O grupo de controlo recebeu informações gerais sobre diabetes.
A incidência de diabetes no grupo de intervenção com exercício foi de
aproximadamente metade do que no grupo de controlo. O exercício foi mais
efectivo na redução da diabetes nos indivíduos mais magros, mas tanto os mais
magros como aqueles com algum excesso de peso foram beneficiados. A
combinação de dieta e exercício e as alterações apenas na dieta também
reduziram a diabetes significativamente, embora em menor grau.
Posto isto, a opinião dos autores é unânime, em considerar-se que a
actividade física é extremamente valiosa para os indivíduos com diabetes tipo 1 e
tipo 2. Os riscos e os benefícios da actividade física dependem do tipo de
diabetes, programa de tratamento, grau de controlo glicémico e a presença ou
ausência de complicações macrovasculares e microvasculares. A actividade física
é importante em todos os tipos de diabetes e deve-se prescrever pelas mesmas
razões que se deve fomentar para a população em geral (A.D.A., 1998).
Actualmente, todos os médicos recomendam exercício físico aos seus
indivíduos, pois estão conscientes de que, juntamente com a dieta e a medicação,
este constitui um pilar fundamental de tratamento (Boulé et al, 2001). A ADA
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
24
(2002) recomenda programas estruturados que enfatizem alterações no estilo de
vida da população, incluindo educação, redução de peso, actividade física regular
e supervisionamento. Estas alterações podem produzir a longo prazo diminuição
de peso entre 5% e 7% e redução do risco de desenvolver diabetes.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
25
Material e Métodos
Caracterização da Amostra
Para a concretização desta investigação participaram 30 indivíduos com
idades compreendidas entre os 16 e os 68 anos de idade, dois quais 14 eram
portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e 16 de Diabetes Mellitus tipo 2. A amostra
era bastante heterogénea, quer no respeitante aos anos de evolução da doença (1
- 31), como quanto à idade cronológica (16 – 68).
A amostra foi recolhida na consulta externa do serviço de Endocrinologia do
Hospital de S. João do Porto, de forma aleatória, durante os meses de Fevereiro a
Julho de 2006, quando os doentes se dirigiam ao controlo glicémico efectuado
pela equipa de enfermagem no Hospital.
Como critérios de inclusão estabeleceu-se que deveriam ser doentes cujo
diagnóstico médico da diabetes tenha sido realizado até 1 ano. Foram excluídos
todos aqueles indivíduos que apresentassem patologias associadas que
limitassem, directa ou indirectamente, a prática de actividade física.
No sentido de se realizar este estudo foi pedida autorização à Comissão de
Ética do Hospital de S. João do Porto. Todos os indivíduos foram informados
sobre o objectivo do estudo, dando o seu consentimento informado, tendo sido
garantida confidencialidade sobre os seus dados.
Instrumentos
O instrumento utilizado, de modo a concretizar o objectivo do estudo, foi o
Questionário de Baecke Modificado (Voorrips, 1991) (em anexo) de forma a
conhecer-se quais os níveis de actividade física da população de doentes
diabéticos no momento actual. A investigação foi realizada ao nível de uma
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26
entrevista, onde foi pedido aos doentes que se reportassem as suas vivências
desde há um ano.
O instrumento foi aplicado por meio de entrevista, realizada sempre pelo
mesmo investigador.
Para além do Questionário de Baecke Modificado, foi ainda utilizada uma
escala visual analógica (em anexo) preenchida pelo médico, para a avaliação da
resposta terapêutica, com uma escala compreendida entre 0 e 10, onde o nível 0
significa dificuldade de controlo da doença e o nível 10 bom controlo da doença.
Foi sempre o mesmo médico a dar a informação acerca do valor em que o
respectivo doente se encontra nesta escala visual analógica. Para realizar esta
apreciação, os critérios pelos quais o médico se guiou foram os valores de
glicemia e de hemoglobina glicada aos longo dos anos.
Procedimento Estatísticos
Após a recolha dos dados foi realizado o tratamento dos mesmos, com
recurso ao programa informático SPSS, versão 14, utilizando-se a estatística
descritiva para a caracterização da amostra. Os dados foram apresentados em
termos de médias ± desvio padrão dos valores absolutos e percentagens.
Posteriormente foi realizada a correlação entre a informação fornecida pelo
médico acerca da resposta terapêutica dos doentes e os dados retirados do
Questionário de Baecke Modificado, através de um teste não paramétrico
(correlação de Spearman).
Para a análise das diferenças entre as médias dos valores dos domínios do
Questionário de Baecke Modificado foi utilizado o Teste de Mann-Whitney.
O nível de significância foi fixado em 5%.
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27
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A amostra apresentou idades compreendidas entre os 16 e os 68 anos de
idade, com média de 41,6 ± 14,3 anos.
Quando se caracterizou a amostra em função do tipo de diabetes (Quadro
1), foi possível verificar que o tipo 1 foi constituído por 14 elementos, com idades
compreendidas entre os 16 e os 60 anos de idade, com média 32,2 ± 13,1a anos.
O tipo 2 foi constituído por 16 elementos com idades compreendidas entre os 33 e
os 68 anos de idade, com média de 49,8 ± 9,8 anos.
Quadro 1 – Valores médios ± desvio-padrão da idade (anos) dos sujeitos dos três
grupos.
Amostra Nº de Casos Média ± Desvio-padrão %
Tipo 1 14 32,2 ± 13,1 46,7
Tipo 2 16 49,8 ± 9,8 53,3
Amostra Total 30 41,6 ± 14,3 100,0
O tempo de evolução da doença foi bastante heterogéneo (Quadro 2),
situado entre um mínimo de 1 ano e um máximo de 31 anos de evolução, com
uma média de 10,4 ± 8,4 anos.
No que respeita apenas aos doentes com diabetes tipo 1, a evolução da
doença situou-se entre um mínimo de 2 anos e um máximo de 31 anos de
evolução, com uma média de 12,7 ± 9,8 anos. No que concerne aos doentes com
diabetes tipo 2, a evolução da doença situou-se entre um mínimo de 1 ano e um
máximo de 24 anos de evolução, com uma média de 8,4 ± 6,7 anos.
Analisando a amostra na sua totalidade verificou-se que a maioria dos
doentes, de acordo com os anos de evolução da doença, se situava entre os 1 e
os 4 anos de evolução. Da mesma forma, esta predominância verificou-se para os
doentes com diabetes tipo 1. Nos doentes tipo 2 a maioria dos doentes
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
28
encontrava-se nos intervalos de 1 a 4 e 9 a 12 anos de evolução da doença, na
mesma proporção em cada um deles.
Quadro 2 – Distribuição da amostra em função dos anos de evolução da doença e
do tipo de Diabetes Mellitus.
Anos de Evolução Amostra Total Tipo 1 Tipo 2
1 a 4 9 4 5
5 a 8 6 2 4
9 a 12 7 2 5
13 a 16 1 1 0
17 a 20 2 1 1
21 a 24 2 1 1
25 a 28 2 2 0
29 a 31 1 1 0
Total 30 14 16
Na amostra estudada verificou-se que o género feminino predominava com
uma percentagem de 53,3%, relativamente ao género masculino, apresentando
este uma percentagem de 46,7% (Quadro 3). Comparando os tipos de diabetes, o
mesmo se verificou para os indivíduos com diabetes tipo 2; já nos diabéticos tipo 1
predominou o género masculino em detrimento do feminino.
Quadro 3 – Distribuição da amostra em função do género e do tipo de Diabetes
Mellitus.
Amostra total Tipo 1 Tipo 2 Género Nº casos % Nº casos % Nº casos %
Masculino 14 46,7 8 57,1 6 37,5
Feminino 16 53,3 6 42,9 10 62,5
Total 30 100,0 14 100,0 16 100,0
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
29
No que concerne à terapêutica aplicada (Quadro 4), pôde-se verificar que,
tendo em conta a amostra total, a mais utilizada foi a insulina e controlo dietético
com uma percentagem de 46,7%, seguindo-se os anti-diabéticos orais e controlo
dietético, com uma percentagem de 43,3%. As terapêuticas menos utilizadas
foram os anti-diabéticos orais e insulina com controlo dietético, simultaneamente,
e o controlo dietético, isoladamente, com percentagens de 6,7% e 3,3%,
respectivamente. Nos doentes com Diabetes Mellitus tipo 1, a totalidade da
amostra usava a insulina com controlo dietético como terapêutica. Nos doentes
com Diabetes Mellitus tipo 2 existia já alguma variação: 81,3% da amostra usava
os anti-diabéticos orais e controlo dietético; 12,4% utiliza os anti-diabéticos orais e
insulina com controlo dietético simultaneamente; e apenas 6,3% recorriam apenas
ao controlo dietético como forma de terapêutica.
Quadro 4 – Distribuição da amostra em função da terapêutica utilizada e do tipo de
Diabetes Mellitus.
Amostra total Tipo 1 Tipo 2 Terapêutica Nº casos % Nº casos % Nº casos %
ADO + Controlo
Dietético 13 43,3 0 0,0 13 81,3
Insulina + Controlo
Dietético 14 46,7 14 100,0 0 0,0
ADO + Insulina +
Controlo Dietético 2 6,7 0 0,0 2 12,4
Apenas Controlo
Dietético 1 3,3 0 0,0 1 6,3
Total 30 100,0 14 100,0 16 100,0
Relativamente às complicações da diabetes (Quadro 5), a amostra
apresentava as seguintes: Retinopatia diabética, Neuropatia diabética, Nefropatia
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
30
diabética, Angina de peito, antecedentes de Enfarte do Miocárdio, antecedentes
de Acidente Vascular Cerebral e Hipertensão.
A que apresentou maior incidência na amostra total foi a Retinopatia
diabética com uma percentagem de 30,0%, seguida da Nefropatia diabética, com
23,3 %. As menos verificadas foram os antecedentes de Enfarte do Miocárdio e a
Hipertensão, ambas com 3,3%. Os doentes com Diabetes Mellitus tipo 1
apresentavam apenas Retinopatia diabética e Nefropatia diabética, com
percentagens de 28,6% e 14,3 %, respectivamente. Os doentes com Diabetes
Mellitus tipo 2 apresentavam bastantes mais complicações da diabetes do que os
doentes com Diabetes Mellitus tipo 1. As complicações que mais se verificaram
foram a Retinopatia e a Nefropatia, ambas com uma percentagem de 31,3%. As
que menos se verificaram foram os antecedentes de Enfarte do Miocárdio e a
Hipertensão, ambas com 6,3%.
Quadro 5 – Distribuição da amostra em função das complicações da diabetes
evidenciadas e do tipo de Diabetes Mellitus.
Amostra total Tipo 1 Tipo 2 Complicações da diabetes Nº
casos %
Nº
casos %
Nº
casos %
Retinopatia diabética 9 30,0 4 28,6 5 31,3
Neuropatia diabética 2 6,7 0 2 12,5
Nefropatia diabética 7 23,3 2 14,3 5 31,3
Angina 2 6,7 0 0 2 12,5 Doenças
Cardiovasculares Enfarte do
Miocárdio 1 3,3 0 0 1 6,3
Acidente Vascular Cerebral 3 10,0 0 0 3 18,8
Hipertensão 1 3,3 0 0 1 6,3
No que respeita aos dados relativos ao Questionário de Baecke (quadros 6
e 7) aplicado à amostra, nos seus três domínios e à resposta terapêutica dos
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
31
doentes, verificou-se para os doentes diabéticos tipo 1, no que respeita ao Score
de Actividades Domesticas (SAD) uma média de 1,7 ± 0,4, ligeiramente inferior à
média do SAD dos doentes tipo 2 que foi de 1,8 ± 0,4. Ao nível do Score
Desportivo (SD), a média para os diabéticos tipo 1 foi de 1,3 ± 1,3, ligeiramente
superior à média do SD dos diabéticos tipo 2 que foi de 1,1 ± 1,4. No que
concerne ao Score de Actividades de Tempos Livres (STL), nos diabéticos tipo 1 a
média foi de 1,6 ± 0,5, sendo ligeiramente inferior à média do STL dos diabéticos
tipo 2 que foi de 1,8 ± 0,4. No que respeita ao Score Total do Questionário de
Baecke (STQ), as médias para os diabéticos tipo 1 e tipo 2 foram semelhantes,
sendo de 4,6 ± 1,4 e 4,6 ± 1,3, respectivamente. Por último, ao nível da Resposta
Terapêutica, a média para os diabéticos tipo 1 foi de 5,3 ± 2,9, sendo inferior à
média da Resposta Terapêutica dos diabéticos tipo 2, que foi de 6,1 ± 3,1.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
32
Quadro 6 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score de
Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades de
Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta
Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)
relativos aos diabéticos tipo 1.
Indivíduos SAD SD STL STQ Resposta
TerapêuticaGPJ A1c
1 1,3 3 2 6,3 8,1 221 7,2
2 2,2 3 2 7,2 7,4 143 7,5
3 1,2 0 1 2,2 7,7 99 7,2
4 1,5 3 2 6,5 9,0 97 7,3
5 1,8 2 1 4,8 8,9 97 6,2
6 1,5 0 2 3,5 2,6 223 8,9
7 1,5 2 1 4,5 7,1 136 7,8
8 1,3 2 1 4,3 2,8 179 8,4
9 2,1 0 2 4,1 0,8 232 10,2
10 2,1 0 2 4,1 5,6 229 9,9
11 2,5 0 1 3,5 2,7 224 9,7
12 2,2 0 2 4,2 2,2 251 8,4
13 1,9 3 1 5,9 7,5 142 7,4
14 1,7 0 2 3,7 1,8 255 9,0
Valores
médios 1,7 ± 0,4 1,3 ± 1,3 1,6 ± 0,5 4,6 ± 1,4 5,3 ± 2,9 181± 60 8,2 ± 1,2
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
33
Quadro 7 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score de
Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades de
Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta
Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)
relativos aos diabéticos tipo 2.
Indivíduos SAD SD STL STQ Resposta
TerapêuticaGPJ A1c
1 1,0 5 2 8,0 9,0 99 6,8
2 1,8 2 1 4,8 8,5 130 6,9
3 1,3 0 2 3,3 4,6 211 8,7
4 1,5 2 2 5,5 6,8 218 7,3
5 0,6 0 2 2,6 6,5 327 10,3
6 0,8 0 2 2,8 0,9 267 9,3
7 2,3 2 2 6,3 7,8 103 5,8
8 2,4 2 1 5,4 9,2 137 6,4
9 0,7 2 1 3,7 7,2 135 7,6
10 2,1 0 2 4,1 8,9 100 5,1
11 2,6 0 2 4,6 1,4 263 11,3
12 1,7 2 1 4,7 9,1 102 5,4
13 2,1 0 2 4,1 8,3 200 8,4
14 2,5 0 2 4,5 2,2 234 10,9
15 2,3 0 2 4,3 0,5 237 9,5
16 3,0 0 2 5,0 7,1 164 8,3
Valores
médios 1,8 ± 0,7 1,1 ± 1,4 1,8 ± 0,4 4,6 ± 1,3 6,1 ± 3,1 183 ± 71 8,0 ± 1,9
Quando aplicado o teste estatístico de Mann-Whitney, não se verificou
quaisquer diferenças entre as médias nos três domínios do questionário.
Quando se analisou a amostra no seu todo (Quadro 8) verificou-se que o
Score Total do Questionário de Baecke se correlacionava positivamente com a
resposta terapêutica dos doentes (0,582; p<0,01) e negativamente com a glicemia
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
34
plasmática em jejum (-0,447; p<0,05) e com a hemoglobina glicada (-0,521,
p<0,01).
Quadro 8 – Valores de correlações obtidas (e valores de p) entre os resultados do
Questionário de Baecke, a Resposta Terapêutica, os valores de Glicemia
Plasmatica em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c) em função do tipo em
função do tipo de Diabetes Mellitus.
Indivíduos da
Amostra
Questionário de Baecke
Resposta Terapêutica
p GPJ p A1c p
SAD -0,186 (p>0,05) 0,150 (p>0,05) 0,149 (p>0,05)
SD 0,712 (p<0,01) -0,613 (p<0,01) -0,644 (p<0,01)
STL -0,360 (p>0,05) 0,474 (p<0,01) 0,364 (p<0,05)
Amostra
Total
STQ 0,582 (p<0,01) -0,447 (p<0,05) -0,521 (p<0,01)
SAD -0,396 (p>0,05) 0,441 (p>0,05) 0,489 (p>0,05)
SD 0,717 (p<0,01) -0,625 (p<0,05) -0,653 (p<0,05)
STL -0,286 (p>0,05) 0,520 (p>0,05) 0,323 (p>0,05)
Diabetes
Mellitus
Tipo 1
STQ 0,577 (p<0,05) -0,450 (p>0,05) -0,512 (p>0,05)
SAD -0,093 (p>0,05) -0,015 (p>0,05) 0,069 (p>0,05)
SD 0,805 (p<0,01) -0,653 (p<0,01) -0,656 (p<0,01)
STL -0,564 (p<0,05) 0,407 (p>0,05) 0,438 (p>0,05)
Diabetes
Mellitus
Tipo 2
STQ 0,624 (p<0,01) -0,531 (p<0,05) -0,496 (p>0,05)
No que respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade
Doméstica e a terapêutica dos doentes a correlação foi negativa, de -0,186, e sem
significado estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e terapêutica dos
doentes, a correlação foi bastante elevada e positiva, de 0,712, com significado
estatístico (p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
35
terapêutica dos doentes, a correlação existente foi negativa e moderada, de -
0,360, sem significado estatístico.
Ao nível dos diabéticos tipo 1 (Quadro 8), e no que se refere ao Score Total
do Questionário de Baecke e terapêutica dos doentes, a correlação existente foi
positiva e elevada, de 0,577, com significado estatístico (p<0,05). No que respeita
às correlações obtidas entre o Score da Actividade Doméstica e a terapêutica dos
doentes, verificou-se uma correlação negativa de -0,396, sem significado
estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e terapêutica dos doentes, a
correlação foi bastante elevada e positiva, de 0,717, com significado estatístico
(p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e terapêutica dos
doentes, a correlação existente foi negativa e moderada, de -0,286, significado
estatístico.
Ao nível dos diabéticos tipo 2 (Quadro 8), e no que respeita às correlações
obtidas entre o Score Total do Questionário de Baecke e terapêutica dos doentes,
a correlação existente foi positiva e elevada, de 0,624, com significado estatístico
(p<0,01). Ao nível do Score da Actividade Doméstica e a terapêutica dos doentes,
a correlação encontrada foi negativa e muito baixa, de -0,093, sem significado
estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e terapêutica dos doentes, a
correlação apresentada foi positiva e bastante elevada, de 0,805, com significado
estatístico (p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e
terapêutica dos doentes, a correlação existente foi negativa e elevada, de -0,564,
com significado estatístico (p<0,05).
No que respeita à amostra total (Quadro 8), ao nível do Score Total do
Questionário de Baecke e os valores de glicemia plasmática em jejum dos
doentes, a correlação obtida foi negativa, de -0,447, com significado estatístico
(p<0,05). No que respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade
Doméstica e os valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes a correlação
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
36
foi positiva, 0,150 e sem significado estatístico. No que concerne ao Score
Desportivo e os valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes a correlação
foi negativa e elevada, de -0,613, com significado estatístico (p<0,01). Ao nível do
Score da Actividade de Tempos Livres e os valores de glicemia plasmática em
jejum dos doentes a correlação encontrada foi positiva, de 0,474, com significado
estatístico (p<0,01).
Ao nível do Score Total do Questionário de Baecke e os valores de
hemoglobina glicada dos doentes, a correlação obtida foi negativa, de -0,521, com
significado estatístico (p<0,01). No que respeita às correlações obtidas entre o
Score da Actividade Doméstica e os valores de hemoglobina glicada dos doentes
a correlação foi positiva, 0,149 e sem significado estatístico. No que concerne ao
Score Desportivo e os valores de hemoglobina glicada dos doentes a correlação
foi negativa e elevada, de -0,644, com significado estatístico (p<0,01). Ao nível do
Score da Actividade de Tempos Livres e os valores de hemoglobina glicada dos
doentes a correlação encontrada foi positiva, de 0,364, com significado estatístico
(p<0,05).
Ao nível dos diabéticos tipo 1 (Quadro 8), e no que se refere ao Score Total
do Questionário de Baecke e valores da glicemia plasmática em jejum dos
doentes, a correlação existente foi negativa e elevada, de -0,450, sem significado
estatístico. No que respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade
Doméstica e os valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes, verificou-se
uma correlação positiva de 0,441, sem significado estatístico. No que concerne ao
Score Desportivo e valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes, a
correlação foi negativa, de -0,625, com significado estatístico (p<0,05). Ao
nível do Score da Actividade de Tempos Livres e valores de glicemia plasmática
em jejum dos doentes, a correlação existente foi positiva, de 0,520, sem
significado estatístico.
Ao nível dos diabéticos tipo 1 (Quadro 11), e no que se refere ao Score
Total do Questionário de Baecke e valores de hemoglobina glicada dos doentes, a
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
37
correlação existente foi negativa, de -0,512, sem significado estatístico. No que
respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade Doméstica e os
valores de hemoglobina glicada dos doentes, verificou-se uma correlação positiva
de 0,489, sem significado estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e
valores de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação foi negativa, de -0,653,
com significado estatístico (p<0,05). Ao nível do Score da Actividade de Tempos
Livres e valores de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação existente foi
positiva, de 0,323, sem significado estatístico.
Ao nível dos diabéticos tipo 2 (Quadro 8), e no que respeita às correlações
obtidas entre o Score Total do Questionário de Baecke e os valores de glicemia
plasmática em jejum dos doentes, a correlação existente foi negativa, de -0,531,
com significado estatístico (p<0,05). Ao nível do Score da Actividade Doméstica e
valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes, a correlação encontrada foi
negativa, de -0,015, sem significado estatístico. No que concerne ao Score
Desportivo e valores da glicemia plasmática em jejum dos doentes, a correlação
apresentada foi negativa e bastante elevada, de -0,653, com significado estatístico
(p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e valores de glicemia
plasmática em jejum dos doentes, a correlação existente foi positiva, de 0,407,
sem significado estatístico.
Ao nível dos diabéticos tipo 2 (Quadro 8), e no que respeita às correlações
obtidas entre o Score Total do Questionário de Baecke e os valores de
hemoglobina glicada dos doentes, a correlação existente foi negativa, de -0,496,
sem significado estatístico. Ao nível do Score da Actividade Doméstica e valores
de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação encontrada foi positiva, de
0,069, sem significado estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e valores
de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação apresentada foi negativa e
bastante elevada, de -0,656, com significado estatístico (p<0,01). Ao nível do
Score da Actividade de Tempos Livres e valores de hemoglobina glicada dos
doentes, a correlação existente foi positiva, de 0,438, sem significado estatístico.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
38
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Este estudo permitiu recolher dados a partir de uma amostra de 30
elementos. Estamos conscientes de que o número de elementos da amostra é
bastante reduzido e que esta não é representativa do universo da qual foi retirada
(30/5000), não se podendo generalizar os resultados obtidos. No entanto, mesmo
estando cientes do erro que pode existir, estes resultados foram favoráveis ao
objectivo do nosso estudo. Devemos referir ainda, que o facto da amostra ser
bastante heterogénea e variada, faz com a correlação que se encontrou seja mais
forte.
A opção de limitar o diagnóstico a pelo menos um 1 ano surgiu no sentido
de considerarmos ser o mínimo de tempo para que o médico pudesse ter os
dados suficientes acerca do doente, para poder, com clareza, apresentar em que
nível de resposta terapêutica o mesmo se encontrava.
Atendendo à população em estudo e às condições de realização do
mesmo, optou-se pela utilização do Questionário de Baecke Modificado, que se
destina a avaliar a actividade física em populações idosas (Voorrips, 1999). A
opção por este questionário em detrimento de outros, recaiu sobre o facto de ser
facilmente aplicado, de tratar actividades muito concretas do dia a dia do
indivíduo, diminuindo de algum modo o erro ao nível da resposta dada pelos
doentes (Pols et al, 1996). Este questionário é bastante utilizado em estudos
epidemiológicos, precisamente por ser de fácil aplicabilidade (Voorrips, 1999).
Trata-se ainda de um instrumento que pode ser utilizado para medir a actividade
física de um modo rápido e de claro entendimento. No nosso estudo, a aplicação
do questionário foi realizada através de entrevista e não se encontrou qualquer
contrariedade na sua aplicabilidade. O questionário é composto por 3 partes que
incluem perguntas relacionadas com a actividade física desenvolvida em
actividades domésticas, desporto e de ocupação de tempos livres. As actividades
domésticas, na perspectiva do questionário, são todo o tipo de actividades que se
desenvolvem com o cuidado da casa, família e deslocações (compras,
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
39
deslocações pela cidade) efectuadas durante uma semana. As actividades
desportivas consistem na prática de desporto realizado de modo estruturado e
formal, enquanto que as actividades desenvolvidas nos tempos livres são todas e
quaisquer actividades que impliquem gasto energético e que seja de acordo com o
gosto dos indivíduos (caminhada, corrida).
O primeiro grupo de questões avalia as actividades domésticas e pediu-se
aos indivíduos que se referissem às actividades realizadas no seu dia-a-dia. As
respostas a estas perguntas foram dadas por uma escala de Lickert com 5 pontos,
em que o valor 1 corresponde à pontuação mais baixa e o valor 5 à pontuação
mais elevada. O resultado final desta parte do questionário foi obtido através da
média das somas das pontuações atribuídas às diversas questões. No segundo e
terceiro grupos, foi perguntado aos doentes quais as actividades desportivas e de
tempos livres que estes praticam ao longo do ano. Nestes dois grupos, as
actividades são analisadas com base no tipo de actividade desenvolvida, horas
dispendidas nessa actividade e no período de tempo durante o ano em que essa
actividade é desenvolvida, recorrendo-se depois à tabela de códigos para o
questionário (ver anexo). A quantificação final foi obtida através do somatório das
diferentes actividades referidas pelo indivíduo. Este processo foi de fácil
resolução, visto todos os passos a realizar estarem muito bem definidos no
instrumento.
Para além do Questionário de Baecke Modificado, foi utilizada uma escala
visual analógica para a avaliação do controlo da doença. Sabemos que esta
escala não está validada para o objectivo deste trabalho e estamos conscientes do
erro que este facto acarreta. Sabemos também que a opinião dada pelo médico
será pessoal, portanto subjectiva, tratando-se de uma apreciação qualitativa. No
entanto, esta escala foi preenchida sempre pelo mesmo médico, no sentido de
fazer com que o erro fosse semelhante em todos os dados recolhidos. Além disso,
os critérios utilizados pelo médico para avaliar a resposta terapêutica foram
sempre os mesmos para todos dos doentes e são bastante objectivos. Assim
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
40
sendo, parece-nos uma metodologia simples e de fácil manuseamento e controlo,
com a qual se conseguiu trabalhar e possibilitou retirar resultados pertinentes.
Após a recolha da informação procedeu-se à análise estatística dos dados
obtidos. A opção recaiu sobre a utilização de testes não paramétricos, uma vez
que não necessitam de requisitos tão fortes como testes paramétricos. Estes
testes são úteis em situações em que as amostras são pequenas, que é o nosso
caso. No entanto, apresentam como desvantagem não serem tão potentes, isto é,
não encontram tantas diferenças entre os dados, quando elas podem existir. Mas,
mesmo assim, os resultados que obtivemos através destes testes foram bastante
relevantes.
A população em análise consistia em 30 indivíduos, de ambos os géneros,
situados numa faixa etária dos 16 aos 68 anos, o que torna a população bastante
variada no que respeita a este parâmetro. Analisando os tipos de diabetes mais
pormenorizadamente, verificou-se que a média de idades dos diabéticos tipo 2
(49,8 ± 9,8) foi superior à média de idades dos diabéticos tipo 1 (32,2 ± 13,1). Este
facto está de acordo com os dados referidos na literatura de que a diabetes tipo 2
tem uma incidência crescente em indivíduos de meia-idade, enquanto que a
diabetes tipo 1 tem incidência em indivíduos jovens e adultos jovens (Direcção
Geral de Saúde, 2002).
Analisando de um modo mais especifico os resultados totais obtidos pelo
Questionário de Baecke Modificado, verificamos que a média do STQ do nosso
estudo é, comparativamente com outros estudos, mais baixa. Num estudo
realizado por Pols et al (1996), numa população de 33 mulheres com idades
compreendidas entre 51 e 71 anos de idade, a média do STQ foi de 7, 4. Num
outro estudo, desta vez realizado por Bezner (1999), com uma amostra composta
por 243 elementos, a média do STQ foi de 6,5 para os indivíduos sedentários
(n=54), 8,2 para indivíduos que realizam actividade física orientada (N=134), e de
10,0 para indivíduos muito activos fisicamente (n=34). Num estudo realizado por
Venâncio (2004), com 46 idosas inseridas no Programa de Actividade Física para
a 3ª Idade da Câmara Municipal do Porto em colaboração com o Gabinete de
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
41
Recreação e Tempos Livres da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação
Física da Universidade do Porto, cuja amostra foi dividida em dois grupos
(Ginastica de Manutenção e Musculação), a média do STQ obtida foi de 9,46 e
9,98, respectivamente. Num estudo realizado por Sousa (2005), com uma amostra
de 150 indivíduos diabéticos tipo 2, também constituída por doentes da consulta
externa do serviço de Endocrinologia do Hospital de S. João, com idades
compreendidas entre os 40 e os 89 anos de idade, a média do STQ obtida foi de
5,3. No nosso estudo, a média do STQ foi semelhante em ambos os tipos de
diabetes (4,6), ou seja, a diferença entre as médias destes dois grupos não é
estatisticamente significativa. Comparando os nossos resultados com os dos
estudos acima referidos é possível aferir que estamos perante uma população de
diabéticos com índices de actividade física muito baixos. Desta forma, parece ser
necessário dinamizar cada vez mais a actividade física na população em geral, e
particularmente nos doentes com diabetes. Isto porque se tem vindo a demonstrar
que esta tem um papel importante na prevenção primária da diabetes, na
prevenção de complicações, nomeadamente cardiovasculares, bem como na
própria terapêutica da diabetes (Duarte et al, 2002).
No que respeita aos scores obtidos nos três domínios do questionário
verificou-se nos dois tipos de diabetes, que o score mais baixo foi o referente as
actividades desportivas. Mais uma vez podemos afirmar que se trata de uma
população sem hábitos de prática desportiva. Note-se que dos 14 indivíduos com
diabetes tipo 1, 7 não praticam actividade física e que em 16 indivíduos com
diabetes tipo 2, 9 não praticam actividade física. No estudo realizado por Sousa
(2005), os valores encontrados são consonantes com os verificados nesta
amostra. Este facto talvez se explique pela idade da população em estudo. A
média de idades da amostra é superior a 40 anos de idade (41,6 ± 14,3). Embora
não saibamos o passado desportivo da nossa amostra, o que normalmente
acontece é que os indivíduos que não tenham praticado actividade física ao longo
das suas vidas, mais dificilmente o farão na idade adulta. Shepard (1998), refere
que a actividade física realizada na infância e na juventude pode ter uma
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
42
influência decisiva na vida activa das pessoas à medida que vão envelhecendo.
Por outro lado, há ainda que considerar que a Diabetes Mellitus ocasiona uma
diminuição da funcionalidade e qualidade de vida dos doentes (Caruso et al, 2000)
e que, segundo a ADA (2004), indivíduos com maior número de anos de evolução
da doença, conjuntamente com o processo de envelhecimento, apresentam níveis
de actividade física mais baixos do que aqueles que apresentam poucos anos de
evolução da mesma. Estes factores estão presentes na população em estudo, por
um lado a maioria da amostra é de meia-idade e por outro apresentam um número
de anos de evolução da doença em média elevado (10,4 ± 8,4).
Os scores referentes às actividades domésticas e de tempos livres
apresentam valores semelhantes quer nos diabéticos tipo 1 (1,7 ± 0,4 e 1,6 ± 0,5
respectivamente) quer nos diabéticos tipo 2 (1,8 ± 0,7 e 1,8 ± 0,4
respectivamente), não havendo assim nenhum score que contribua de forma
decisiva para os valores totais do questionário. No entanto, importa referir que no
último grupo, referente às actividades de tempos livres, todos os elementos da
amostra referiram ter como hábito realizar caminhada. Embora não se trate de
uma população que ocupe os seus tempos livres de um modo activo, nota-se que
provavelmente se têm vindo a preocupar com a alteração dos seus
comportamentos, talvez por indicação médica ou mesmo por iniciativa própria.
Estas modificações podem ser devidas ao facto de os profissionais de saúde
começarem a ter consciência dos efeitos benefícios da prática de actividade física
e passarem essa ideia aos utentes ou ao conhecimento geral que a população foi
adquirindo por si mesma.
Após a realização do tratamento estatístico dos dados foi possível observar
algumas correlações bastante interessantes no que respeita ao Questionário de
Baecke Modificado e aos seus domínios, quando correlacionados com a resposta
terapêutica dos indivíduos. Foi possível verificar que não foram encontradas
correlações estatisticamente significativas entre o SAD e o STL quando
correlacionados com a resposta terapêutica dos doentes. Aliás, na maioria dos
casos, os valores obtidos foram negativos. Apenas a correlação encontrada entre
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
43
o STL e a resposta terapêutica nos diabéticos tipo 2 apresentou significado
estatístico (-0,564; p<0,05), também negativo. Este resultado, vem contrariar um
pouco o que foi referido anteriormente no que respeita às actividades de tempos
livres realizadas pela amostra em causa. No entanto, este facto pode ser devido à
reduzida amostra do estudo que pode condicionar as correlações encontradas.
Assim sendo, estas actividades parecem não estar relacionadas com a eficácia
terapêutica dos elementos da amostra.
Por outro lado, quando analisamos o SD foi possível perceber que este, nos
dois tipos de diabetes, se correlaciona positivamente com a resposta terapêutica
dos doentes. No entanto a correlação é um pouco superior para os diabéticos tipo
2 (0,805; p<0,01) do que para os diabéticos tipo 1 (0,717;p<0,01). Do mesmo
modo, ao analisarmos o STQ e a terapêutica dos pacientes a correlação existente
também é positiva e bastante elevada para os dois tipos de diabetes. Porém, é
mais marcada ao nível dos diabéticos tipo 2 (0,624; p<0,01) do que nos diabéticos
tipo 1 (0,577; p<0,05). Os valores do STQ são inferiores aos do SD, apenas
porque o primeiro engloba os três domínios do questionário. Mas mesmo assim,
são relevantes e com significado estatístico.
Quando analisamos os valores de glicemia plasmática em jejum e
hemoglobina glicada (dados concretos dos doentes), também se encontram
algumas correlações interessantes. Foi possível verificar ao nível da amostra total
que o SAD apresenta uma correlação positiva tanto com a glicemia plasmática em
jejum como com a hemoglobina glicada, embora sem significado estatístico (0,150
e 0,149, p>0,05 respectivamente). Também o STL apresentou correlação positiva
com a glicemia plasmática em jejum e com a hemoglobina glicada, mas desta vez
com significado estatístico (0,474, p<0,01; 0,364, <0,05, respectivamente).
Contrariamente, tanto o SD como o SQ apresentaram correlações negativas e
bastante elevadas com a glicemia plasmática em jejum e com a hemoglobina
glicada. Quando verificamos os diferentes tipos de diabetes, as correlações são
semelhantes em termos de significado estatístico. No entanto, este facto não
contraria o que foi observado ao nível das correlações com a resposta terapêutica.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
44
Estas correlações surgem negativas, uma vez que os valores de glicemia
plasmática em jejum e hemoglobina glicada dos nossos grupos da amostra são
muito elevados. Ao nível de diabéticos tipo 1, temos 7 elementos com valores de
glicemia plasmática em jejum acima dos 200 mg/dl e valores de hemoglobina
glicada acima de 8mmol/l. Por sua vez, nos diabéticos tipo 2, temos 7 elementos
com valores de glicemia plasmática em jejum acima dos 200 mg/dl e 8 elementos
com valores de hemoglobina glicada acima de 8mmol/l. Deste modo, sendo a
correlação entre estes dados com o SD e o SQ significativamente negativa,
significa que elevados índices de actividade física podem reduzir os valores de
glicemia plasmática em jejum e hemoglobina glicada, para valores mais
controlados. Quando observamos as correlações com o SAD e o STL nos
diferentes tipos de diabetes, estas são quase todas positivas sem significado
estatísticos, à excepção da correlação do SAD nos diabéticos tipo 2 que, embora
negativa, também não é estatisticamente significativa. Isto significa que estas
actividades não contribuem decisivamente para a redução dos valores de glicemia
plasmática em jejum e hemoglobina glicada.
Assim sendo, podemos afirmar que as actividades desportivas organizadas
parecem ser aquelas que mais poderão condicionar uma resposta terapêutica
favorável dos doentes.
Na prática regular de exercício físico, são vários os mecanismos fisiológicos
que produzem efeitos benefícios a médio e a longo prazo. Esta parece diminuir o
peso, melhorar a sensibilidade à insulina, diminuir a hiperinsulinemia, diminuir as
necessidades de insulina, aumentar o armazenamento de glicogénio, aumentar o
consumo máximo de oxigénio, aumentar o transporte de oxigénio, melhorar a
circulação periférica, diminuir a tensão arterial, melhorar a dinâmica cardíaca,
diminuir a incidência de doença coronária, diminuir os triglicerídeos e melhorar o
perfil lipídico (Pignatelli e Carvalho, 2004). No entanto, é preciso estar ciente de
que a actividade física não produz só benefícios. Esta pode acarretar riscos, os
quais em determinadas circunstâncias, podem pôr em risco a própria vida dos
pacientes (Duarte et al, 2002). Importa assim, que se tenha bastante atenção na
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
45
escolha do tipo de exercício que os pacientes devem realizar. A frequência e
intensidade do exercício e da terapêutica, assim como o estado de saúde e idade
do paciente devem ser aspectos a ter em conta. Ao prescrever-se o exercício
físico a um diabético, também é obrigatório uma avaliação cuidadosa sobre a
presença de complicações tardias. Deste modo, este processo deve ser
meticuloso, individualizado e realizado pelos indivíduos especialistas.
Os resultados que obtivemos mostram que o exercício é extremamente
importante nos indivíduos com diabetes tipo 2, e por isso deve implementado em
todas as idades. O mesmo se verificou para os diabéticos tipo 1, no entanto com
valores ligeiramente inferiores. Este facto explica-se pelas características da
diabetes tipo 1. É importante que se perceba que o exercício físico é benéfico para
estes indivíduos quando eles se encontram bem controlados. Caso contrário, pode
ser nefasto devido às hipoglicemias e ao agravamento das hiperglicemias /
cetoacidoses (Pignatelli e Carvalho, 2004). Estes resultados encontrados, vão de
encontro a vários estudos já realizados nesta temática (Wallberg-Henriksson,
1982; Zinman, 1984; Boulé et al, 2001; Fritz et al, 2005; Krook, 2003; Pigman et al,
2002).
Torna-se assim indispensável, que sejam desenvolvidas várias estratégias
para que haja um acréscimo dos níveis de actividade física da população em
geral, e especialmente dos indivíduos diabéticos. Segundo o The Diabetes
Prevention Program (2002), a modificação intensiva do estilo de vida reduz o risco
de desenvolver diabetes, tornando-se necessário desenvolver estratégias práticas
e efectivas para identificação e tratamento destes indivíduos de modo a poderem
beneficiar destas intervenções ainda numa fase anterior ao desenvolvimento da
doença. Existem já alguns estudos que têm procurado demonstrar a eficácia da
modificação do estilo de vida, nomeadamente o aumento da actividade física na
prevenção da Diabetes Mellitus, que têm obtido resultados interessantes e
favoráveis a esta concepção (Pan, 1997; Tuomilehto et al, 2001; Knowler et al,
2002).
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
46
Deste modo, pelos dados resultantes deste estudo, parece que para
prevenir a diabetes se recomenda redução do peso corporal, realização de
actividade física moderada a intensa e um controlo alimentar saudável. Tem-se
demonstrado que a actividade física normaliza a glicose sanguínea, diminuindo a
resistência e melhorando a sensibilidade à insulina (Pigman et al, 2002; KrooK,
2003; Fritz et al, 2005). Tem-se evidenciado que indivíduos fisicamente activos
apresentam menor probabilidade de desenvolver diabetes do que indivíduos
sedentários (Pan, 1997; Tuomilehto et al, 2001; Knowler et al, 2002).
. Assim sendo, torna-se imprescindível que as equipas de saúde prestem
apoio a estes doentes e se abasteçam do maior número de informação possível
acerca dos riscos e benefícios da actividade física para os diabéticos, para melhor
poderem ajudar os seus pacientes. Para além disso, é normal que estes
profissionais sintam dificuldades na prescrição do exercício, uma vez que a sua
formação académica não contempla este aspecto. Deviam-se incluir especialistas
do exercício para a realização desta função, conhecedor da fisiologia do desporto,
uma vez que fariam prescrições mais concretas e mais individualizadas para cada
doente, tendo em conta as suas características.
Após a elaboração deste estudo, é possível perceber que se deve investir
bastante na prevenção da Diabetes Mellitus e que a actividade física deve ser
parte importante do tratamento desta doença.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
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CONCLUSÕES
Terminada esta investigação, é possível retirar as seguintes conclusões:
1. Os elementos constituintes da amostra não tinham nas suas rotinas
diárias o hábito de praticar actividade física, nem actividades desportivas
organizadas.
2. Existe uma correlação positiva forte entre o Score Total do Questionário
de Baecke e a resposta terapêutica dos doentes.
3. A correlação existente entre o Score total do Questionário de Baecke
Modificado e particularmente o Score Desportivo com a resposta terapêutica é
mais elevada nos diabéticos tipo 2 do que nos diabéticos tipo 1.
4. Parece ser o Score Desportivo aquele que mais contribui para a eficácia
terapêutica dos doentes.
Assim sendo, atendendo a que existe um elevado número de doentes
diabéticos em Portugal, é imprescindível que se desenvolvam programas no
sentido de fornecer às pessoas informação necessária para que se
consciencializem da necessidade de alterar os seus hábitos de vida, para um
estilo de vida mais activo. Esta mudança de comportamentos levará com certeza a
uma diminuição da incidência da diabetes, bem como a uma melhoria da
qualidade de vida daqueles que já a têm diagnosticada.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
IX
ANEXOS Anexo I – Questionário de Baecke Modificado
QUESTIONÁRIO
Nome: Idade: Data: ACTIVIDADES DOMÉSTICAS (Quais as suas tarefas domésticas? Como as considera?) 1 - Realiza actividades domésticas ligeiras (fazer cama, lavar louça, etc.) 0. Nunca (menos de uma vez por mês) 1. Por vezes (apenas quando não tem ajuda) 2. Frequentemente (algumas vezes com ajuda) 3. Sempre (sozinho ou com ajuda) 2 – Realiza actividades domésticas pesadas (lavar o chão e as janelas, lavar o carro, etc.) 0. Nunca (menos de uma vez por mês) 1. Por vezes (apenas quando não tem ajuda) 2. Frequentemente (algumas vezes com ajuda) 3. Sempre (sozinho ou com ajuda) 3 – Para quantas pessoas você cuida da casa (incluindo você mesmo). (“0” se respondeu “nunca” em Q1 e Q2) 4 – De quantas divisões de casa cuida, incluindo cozinha, quarto, garagem, sótão, casa de banho, etc. (“0” se respondeu “nunca” em Q1 e Q2). 0. Nunca faz trabalho doméstico 1. 1 a 6 divisões 2. 7 a 9 divisões 3. 10 ou mais divisões 5 – Se cuida de alguns, por quantos pisos é que eles se dividem? (“0” se respondeu “nunca” em Q4) 6 – Cozinha habitualmente sozinho ou ajuda alguém neste tipo de tarefa? 0. Nunca 1. Por vezes (1 a 2 vezes por semana) 2. Frequentemente (3 a 5 vezes por semana) 3. Sempre (mais de 5 vezes por semana) 7 – Quantos lanços de escadas sobe por dia? (um lanço inclui 10 escadas) 0. Nunca subo escadas. 1. 1 a 5. 2. 6 a 10. 3. Mais de 10.
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
X
8 – Que tipo de transporte utilizada para se deslocar na sua cidade? 0. Nunca saio. 1. Carro. 2. Transporte público. 3. Bicicleta. 4. A pé. 9 – Com que frequência costuma sair de casa ou ir às compras? 0. Nunca ou menos de 1 vez por semana. 1. 1 vez por semana. 2. 2 a 4 vezes por semana. 3. Todos os dias. 10 – Quando vai às compras que tipo de transporte utiliza? 0. Nunca vai às compras. 1. Carro. 2. Transporte público. 3. Bicicleta. 4. A pé.
Score da Actividade doméstica (SAD)=(Q1+Q2+…+Q10)/10 ACTIVIDADES DESPORTIVAS Pratica desporto?
Nome Intensidade Horas Semana
Período Ano Código
Desporto 1 Desporto 2 Desporto 3
Score Desportivo (SD) =∑ (ia*ib*ic)
ACTIVIDADES DE TEMPOS Pratica outro tipo de actividades físicas?
Nome Intensidade Horas Semana
Período Ano Código
Actividade 1 Actividade 2 Actividade 3
Actividade 4 até 6 como a actividade 1
Score da actividade de tempos livres (STL) =∑ (ia*ib*ic)
Score do questionário = SAD+SD+STL
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XI
Anexo II – Escala Visual Analógica
TESTES DE FUNÇÃO AUTONÓMICA CARDÍACA Dados bioquímicos:
Glicemia plasmática em jejum _________________________________ Hemoglobina glicada ________________________________________
Avaliação do Controle Metabólico
__________________________________________
Terapêutica:
ADO INSULINA Outros dados: Retinopatia diabética Sim Não
Neuropatia diabética Sim Não
Nefropatia diabética Sim Não
Doenças cardiovasculares
Angina Sim Não
ICC Sim Não
EM Sim Não
Doenças vasculares periféricas Sim Não
Claudicação Sim Não
Gangrena Sim Não
Outras complicações da diabetes: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Observações: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Colar Vinheta
0 10
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XII
Anexo III – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado na amostra total
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SAD na amostra total
Correlations
sad terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 -,186
Sig. (2-tailed) . ,326
sad
N 30 30
Correlation Coefficient -,186 1,000
Sig. (2-tailed) ,326 .
Spearman's rho
terapeutica
N 30 30
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SD na amostra total
Correlations sd terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 ,712(**) Sig. (2-tailed) . ,000
sd
N 30 30 Correlation Coefficient ,712(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .
Spearman's rho
terapeutica
N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STL na amostra total
Correlations stl terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 -,360 Sig. (2-tailed) . ,051
stl
N 30 30 Correlation Coefficient -,360 1,000 Sig. (2-tailed) ,051 .
Spearman's rho
terapeutica
N 30 30
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XIII
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STQ na amostra total
Correlations sq terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 ,582(**) Sig. (2-tailed) . ,001
sq
N 30 30 Correlation Coefficient ,582(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,001 .
Spearman's rho
terapeutica
N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Anexo IV – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado na amostra total
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SAD na amostra total
Correlations sad glicemia
Correlation Coefficient 1,000 ,150 Sig. (2-tailed) . ,428
sad
N 30 30 Correlation Coefficient ,150 1,000 Sig. (2-tailed) ,428 .
Spearman's rho
glicemia
N 30 30
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SD na amostra total Correlations sd glicemia
Correlation Coefficient 1,000 -,613(**) Sig. (2-tailed) . ,000
sd
N 30 30 Correlation Coefficient -,613(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .
Spearman's rho
glicemia
N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XIV
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STL na amostra total
Correlations stl glicemia
Correlation Coefficient 1,000 ,474(**) Sig. (2-tailed) . ,008
stl
N 30 30 Correlation Coefficient ,474(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,008 .
Spearman's rho
glicemia
N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STQ na amostra total
Correlations sq glicemia
Correlation Coefficient 1,000 -,447(*) Sig. (2-tailed) . ,013
sq
N 30 30 Correlation Coefficient -,447(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,013 .
Spearman's rho
glicemia
N 30 30 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Anexo V – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado na amostra total
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SAD na amostra total
Correlations sad hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 ,149 Sig. (2-tailed) . ,431
sad
N 30 30 Correlation Coefficient ,149 1,000 Sig. (2-tailed) ,431 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 30 30
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XV
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SD na amostra total
Correlations sd hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 -,644(**) Sig. (2-tailed) . ,000
sd
N 30 30 Correlation Coefficient -,644(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STL na amostra total
Correlations stl hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 ,364(*) Sig. (2-tailed) . ,048
stl
N 30 30 Correlation Coefficient ,364(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,048 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 30 30 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STQ na amostra total
Correlations sq hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 -,521(**) Sig. (2-tailed) . ,003
sq
N 30 30 Correlation Coefficient -,521(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,003 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XVI
Anexo VI – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SAD nos diabéticos tipo 1
Correlations SAD Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 -,396 Sig. (2-tailed) . ,160
SAD
N 14 14 Correlation Coefficient -,396 1,000 Sig. (2-tailed) ,160 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 14 14
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SD nos diabéticos tipo 1
Correlations SD Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 ,717(**) Sig. (2-tailed) . ,004
SD
N 14 14 Correlation Coefficient ,717(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,004 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 14 14 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STL nos diabéticos tipo 1
Correlations STL Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 -,286 Sig. (2-tailed) . ,321
STL
N 14 14 Correlation Coefficient -,286 1,000 Sig. (2-tailed) ,321 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 14 14
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XVII
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STQ nos diabéticos tipo 1
Correlations SQ Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 ,577(*) Sig. (2-tailed) . ,031
SQ
N 14 14 Correlation Coefficient ,577(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,031 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 14 14 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Anexo VII – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SAD nos diabéticos tipo 1
Correlations sad glicemia
Correlation Coefficient 1,000 ,441 Sig. (2-tailed) . ,114
sad
N 14 14 Correlation Coefficient ,441 1,000 Sig. (2-tailed) ,114 .
Spearman's rho
glicemia
N 14 14
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SD nos diabéticos tipo 1
Correlations sd glicemia
Correlation Coefficient 1,000 -,625(*) Sig. (2-tailed) . ,017
sd
N 14 14 Correlation Coefficient -,625(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,017 .
Spearman's rho
glicemia
N 14 14 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XVIII
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STL nos diabéticos tipo 1
Correlations stl glicemia
Correlation Coefficient 1,000 ,520 Sig. (2-tailed) . ,057
stl
N 14 14 Correlation Coefficient ,520 1,000 Sig. (2-tailed) ,057 .
Spearman's rho
glicemia
N 14 14
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STQ nos diabéticos tipo 1
Correlations sq glicemia
Correlation Coefficient 1,000 -,450 Sig. (2-tailed) . ,107
sq
N 14 14 Correlation Coefficient -,450 1,000 Sig. (2-tailed) ,107 .
Spearman's rho
glicemia
N 14 14
Anexo VIII – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SAD nos diabéticos tipo 1
Correlations sad hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 ,489 Sig. (2-tailed) . ,076
sad
N 14 14 Correlation Coefficient ,489 1,000 Sig. (2-tailed) ,076 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 14 14
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XIX
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SD nos diabéticos tipo 1
Correlations sd hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 -,653(*) Sig. (2-tailed) . ,011
sd
N 14 14 Correlation Coefficient -,653(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,011 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 14 14 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STL nos diabéticos tipo 1
Correlations stl hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 ,323 Sig. (2-tailed) . ,260
stl
N 14 14 Correlation Coefficient ,323 1,000 Sig. (2-tailed) ,260 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 14 14
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STQ nos diabéticos tipo 1
Correlations sq hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 -,512 Sig. (2-tailed) . ,061
sq
N 14 14 Correlation Coefficient -,512 1,000 Sig. (2-tailed) ,061 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 14 14
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XX
Anexo IX – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SAD nos diabéticos tipo 2
Correlations SAD Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 -,093 Sig. (2-tailed) . ,733
SAD
N 16 16 Correlation Coefficient -,093 1,000 Sig. (2-tailed) ,733 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 16 16
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SD nos diabéticos tipo 2
Correlations SD Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 ,805(**) Sig. (2-tailed) . ,000
SD
N 16 16 Correlation Coefficient ,805(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STL nos diabéticos tipo 2
Correlations STL Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 -,564(*) Sig. (2-tailed) . ,023
STL
N 16 16 Correlation Coefficient -,564(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,023 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 16 16 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXI
Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STQ nos diabéticos tipo 2
Correlations SQ Terapeutica
Correlation Coefficient 1,000 ,624(**) Sig. (2-tailed) . ,010
SQ
N 16 16 Correlation Coefficient ,624(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,010 .
Spearman's rho
Terapeutica
N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Anexo X – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SAD nos diabéticos tipo 2
Correlations sad glicemia
Correlation Coefficient 1,000 -,015 Sig. (2-tailed) . ,957
sad
N 16 16 Correlation Coefficient -,015 1,000 Sig. (2-tailed) ,957 .
Spearman's rho
glicemia
N 16 16
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SD nos diabéticos tipo 2
Correlations sd glicemia
Correlation Coefficient 1,000 -,653(**) Sig. (2-tailed) . ,006
sd
N 16 16 Correlation Coefficient -,653(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,006 .
Spearman's rho
glicemia
N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXII
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STL nos diabéticos tipo 2
Correlations stl glicemia
Correlation Coefficient 1,000 ,407 Sig. (2-tailed) . ,118
stl
N 16 16 Correlation Coefficient ,407 1,000 Sig. (2-tailed) ,118 .
Spearman's rho
glicemia
N 16 16
Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STQ nos diabéticos tipo 2
Correlations sq glicemia
Correlation Coefficient 1,000 -,531(*) Sig. (2-tailed) . ,034
sq
N 16 16 Correlation Coefficient -,531(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,034 .
Spearman's rho
glicemia
N 16 16 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Anexo XI – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do
Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SAD nos diabéticos tipo 2
Correlations sad hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 ,069 Sig. (2-tailed) . ,799
sad
N 16 16 Correlation Coefficient ,069 1,000 Sig. (2-tailed) ,799 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 16 16
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXIII
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SD nos diabéticos tipo 2
Correlations sd hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 -,656(**) Sig. (2-tailed) . ,006
sd
N 16 16 Correlation Coefficient -,656(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,006 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STL nos diabéticos tipo 2
Correlations stl hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 ,438 Sig. (2-tailed) . ,089
stl
N 16 16 Correlation Coefficient ,438 1,000 Sig. (2-tailed) ,089 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 16 16
Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STQ nos diabéticos tipo 2
Correlations sq hemoglobina
Correlation Coefficient 1,000 -,496 Sig. (2-tailed) . ,051
sq
N 16 16 Correlation Coefficient -,496 1,000 Sig. (2-tailed) ,051 .
Spearman's rho
hemoglobina
N 16 16
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXIV
Anexo XII – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário de
Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1
Valores médios (± desvio-padrão) do SAD nos diabéticos tipo 1
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,7714 ,10815 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 1,5378
Upper Bound 2,0051
5% Trimmed Mean 1,7627 Median 1,7500 Variance ,164 Std. Deviation ,40464 Minimum 1,20 Maximum 2,50 Range 1,30 Interquartile Range ,68 Skewness ,218 ,597 Kurtosis -1,127 1,154
Valores médios (± desvio-padrão) do SD nos diabéticos tipo 1
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,2857 ,36956 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound ,4873
Upper Bound 2,0841
5% Trimmed Mean 1,2619 Median 1,0000 Variance 1,912 Std. Deviation 1,38278 Minimum ,00 Maximum 3,00 Range 3,00 Interquartile Range 3,00 Skewness ,216 ,597 Kurtosis -2,018 1,154
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXV
Valores médios (± desvio-padrão) do STL nos diabéticos tipo 1
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,5714 ,13725 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 1,2749
Upper Bound 1,8679
5% Trimmed Mean 1,5794 Median 2,0000 Variance ,264 Std. Deviation ,51355 Minimum 1,00 Maximum 2,00 Range 1,00 Interquartile Range 1,00 Skewness -,325 ,597 Kurtosis -2,241 1,154
Valores médios (± desvio-padrão) do STQ nos diabéticos tipo 1
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 4,6286 ,36861 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 3,8322
Upper Bound 5,4249
5% Trimmed Mean 4,6206 Median 4,2500 Variance 1,902 Std. Deviation 1,37920 Minimum 2,20 Maximum 7,20 Range 5,00 Interquartile Range 2,35 Skewness ,406 ,597 Kurtosis -,277 1,154
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XXVI
Anexo XIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos
diabéticos tipo 1
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 5,3000 ,79573 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 3,5809
Upper Bound 7,0191
5% Trimmed Mean 5,3444 Median 6,3500 Variance 8,865 Std. Deviation 2,97735 Minimum ,80 Maximum 9,00 Range 8,20 Interquartile Range 5,30 Skewness -,197 ,597 Kurtosis -1,826 1,154
Anexo XIV – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em Jejum
nos diabéticos tipo 1
Descriptives Statistic Std. Error glicemia Mean 180,5714 15,95347 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 146,1060
Upper Bound 215,0368
5% Trimmed Mean 181,0794 Median 200,0000 Variance 3563,187 Std. Deviation 59,69244 Minimum 97,00 Maximum 255,00 Range 158,00 Interquartile Range 103,00 Skewness -,284 ,597 Kurtosis -1,651 1,154
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XXVII
Anexo XV – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos
diabéticos tipo 1 Descriptives Statistic Std. Error hemoglobina Mean 8,2214 ,31834 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 7,5337
Upper Bound 8,9092
5% Trimmed Mean 8,2238 Median 8,1000 Variance 1,419 Std. Deviation 1,19111 Minimum 6,20 Maximum 10,20 Range 4,00 Interquartile Range 1,90 Skewness ,230 ,597 Kurtosis -,863 1,154
Anexo XVI – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário de
Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2
Valores médios (± desvio-padrão) do SAD nos diabéticos tipo 2
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,7938 ,18540 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 1,3986
Upper Bound 2,1889
5% Trimmed Mean 1,7931 Median 1,9500 Variance ,550 Std. Deviation ,74159 Minimum ,60 Maximum 3,00 Range 2,40 Interquartile Range 1,30 Skewness -,274 ,564 Kurtosis -1,082 1,091
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXVIII
Valores médios (± desvio-padrão) do SD nos diabéticos tipo 2
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,0625 ,35904 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound ,2972
Upper Bound 1,8278
5% Trimmed Mean ,9028 Median ,0000 Variance 2,063 Std. Deviation 1,43614 Minimum ,00 Maximum 5,00 Range 5,00 Interquartile Range 2,00 Skewness 1,420 ,564 Kurtosis 2,298 1,091
Valores médios (± desvio-padrão) do STL nos diabéticos tipo 2
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,7500 ,11180 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 1,5117
Upper Bound 1,9883
5% Trimmed Mean 1,7778 Median 2,0000 Variance ,200 Std. Deviation ,44721 Minimum 1,00 Maximum 2,00 Range 1,00 Interquartile Range ,75 Skewness -1,278 ,564 Kurtosis -,440 1,091
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXIX
Valores médios (± desvio-padrão) do STQ nos diabéticos tipo 2
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 4,6063 ,33197 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 3,8987
Upper Bound 5,3138
5% Trimmed Mean 4,5292 Median 4,5500 Variance 1,763 Std. Deviation 1,32789 Minimum 2,60 Maximum 8,00 Range 5,40 Interquartile Range 1,50 Skewness ,911 ,564 Kurtosis 1,819 1,091
Anexo XVII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos
diabéticos tipo 2
Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 6,1250 ,78833 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 4,4447
Upper Bound 7,8053
5% Trimmed Mean 6,2667 Median 7,1500 Variance 9,943 Std. Deviation 3,15331 Minimum ,50 Maximum 9,20 Range 8,70 Interquartile Range 6,00 Skewness -,872 ,564 Kurtosis -,839 1,091
A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP
XXX
Anexo XVIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em Jejum
nos diabéticos tipo 2
Descriptives Statistic Std. Error glicemia Mean 182,9375 17,85391 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 144,8828
Upper Bound 220,9922
5% Trimmed Mean 179,5972 Median 182,0000 Variance 5100,196 Std. Deviation 71,41566 Minimum 99,00 Maximum 327,00 Range 228,00 Interquartile Range 126,50 Skewness ,396 ,564 Kurtosis -,883 1,091
Anexo XIX – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos
diabéticos tipo 2
Descriptives Statistic Std. Error hemoglobia Mean 8,0000 ,47932 95% Confidence
Interval for Mean Lower Bound 6,9783
Upper Bound 9,0217
5% Trimmed Mean 7,9778 Median 7,9500 Variance 3,676 Std. Deviation 1,91729 Minimum 5,10 Maximum 11,30 Range 6,20 Interquartile Range 2,95 Skewness ,198 ,564 Kurtosis -,939 1,091