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Victória Maria de Jesus Costa Castanheira A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL NA MOTIVAÇÃO DOS TRABALHADORES O Caso do Grupo Madal INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO E UNIVERSITÁRIO Escola Superior de Ciências Jurídicas e Sociais MAPUTO Novembro, 2003

A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

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Victória Maria de Jesus Costa Castanheira

A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO

ORGANIZACIONAL NA MOTIVAÇÃO DOS

TRABALHADORES

O Caso do Grupo Madal

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO E UNIVERSITÁRIO

Escola Superior de Ciências Jurídicas e Sociais

MAPUTO

Novembro, 2003

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Victória Maria Castanheira

Victória Maria de Jesus Costa Castanheira

A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO

ORGANIZACIONAL NA MOTIVAÇÃO DOS

TRABALHADORES

O Caso do Grupo Madal

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO E UNIVERSITÁRIO

Escola Superior de Ciências Jurídicas e Sociais

MAPUTO

Novembro, 2003

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Victória Maria de Jesus Castanheira Tutor: Dr. Carlos Sotomane Parecer do Tutor: Trabalho de Projecto apresentado ao Instituto Superior Politécnico e Universitário como

parte dos requisitos de graduação e obtenção do grau de Licenciada em Psicologia do

Trabalho e das Organizações

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Antes de iniciar estas linhas,

Eu peço à Poesia,

Para que transforme em ardentes metáforas,

Toda a minha gratidão, e peço

À música para que um hino de louvor

Se eleve nos ares em honra dos meus pais,

E um poema de amor ao Lito e Thandy,

Fique gravado nos céus e nos mares,

Com versos fraternos aos meus irmãos,

Todos juntos no palpitar do meu coração,

Neste dia sagrado da minha defesa

De trabalho de Projecto.

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AGRADECIMENTOS Muitas foram as pessoas que me apoiaram na concretização do presente trabalho às

quais quero dirigir os meus agradecimentos:

Ao meu tutor, Dr. Carlos Sottomane, que me incentivou e me ajudou para que

essa pesquisa chegasse ao fim.

Ao meu marido Aurélio Ginja que sempre me apoio, incentivando-me nos

momentos em que eu fraquejava, com o seu amor e carinho.

À minha Filha Thandy que, com o seu sorriso, dava-me força para a concretização

da pesquisa.

Ao grupo Madal na pessoa do Dr. Mamad Issá, pela disponibilidade e atenção

dispensada.

À minha colega Andrea Serra pela disponibilidade e ajuda na finalização do

trabalho.

Aos meus Irmãos Roberto, João e Osvaldo, por todo carinho.

Ao meu querido pai Alberto Castanheira e à minha adorada mãe Maria, que

sempre acreditaram em mim e que sem eles eu não chegaria até aqui.

Aos meus amigos de Quelimane, em especial à D.Juliana que sempre me apoiou

no sentido de finalizar a pesquisa.

A todas estas pessoas aqui deixo o meu maior agradecimento e reconhecimento por

todo o apoio que me prestaram.

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RESUMO

O presente trabalho intitulado: A influência dos processos de comunicação

organizacional na motivação dos trabalhadores – Caso Madal é uma pesquisa que tem

como objecto de estudo a situação motivacional dos trabalhadores decorrente da

influência dos meios comunicacionais adoptados pela instituição na divulgação dos seus

propósitos e objectivos. Pretende-se analisar a relação que existe entre a comunicação

organizacional e a motivação dos trabalhadores. Para a psicologia a motivação é

extremamente importante, uma vez que esta é uma ciência que trabalha basicamente

com o comportamento assumindo-se, portanto, que todo o comportamento é motivado.

Iniciamos a nossa pesquisa com a motivação organizacional numa abordagem feita pela

autora Kahme Flávia (s.d.); o conceito de motivação e as várias teorias de alguns autores

onde podemos descrever algumas concordâncias e divergências existentes entre os

autores. Analisamos a comunicação como factor que promeve a motivação

organizacional. No quadro teórico desta pesquisa estão reflectidos alguns fundamentos

que são responsáveis pela motivação organizacional.

Contudo, esta pesquisa permitiu chegar as seguintes conclusões: a) O modelo

comunicacional adoptado pelo Grupo Madal pouco ou nada motiva os seus

trabalhadores nas suas tarefas, pois, não está ajustável à realidade da empresa ou às

exigências da situação comunicacional contemporânea b) A não existência de um

equilíbrio comunicacional entre a direcção do Grupo Madal e os trabalhadores faz com

que estes não possam ter acesso às informações relativas ao funcionamento da mesma,

c) Notamos que ainda é possível inverter a situação neste grupo desenvolvendo um

modelo comunicacional menos centralizado e mais “achatado” que concorra à adopção

dos vários tipos de comunicação adaptáveis e aplicáveis à realidade da Madal que vise,

essencialmente, a transmissão dos propósitos organizacionais, respeitando os diferentes

sistemas cognitivos dos seus trabalhadores. Atinente a situação constatada, verifica-se

que não basta que haja uma interacção forte entre a direcção e os trabalhadores para

proporcionar a motivação, há necessidade de apostar na formação dos seus

trabalhadores, proporcionar melhores salários e rever as políticas adoptadas para

progressão de carreiras profissionais.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ........................................................................................... 2

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 4 1.2 OBJECTO E OBJECTIVOS DO ESTUDO ........................................................... 5 1.3 RELEVÂNCIA DO TEMA ..................................................................................... 6 1.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................. 6

CAPÍTULO II – ASPECTOS DA LITERATURA SOBRE A MOTIVAÇÃO E COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ............................................................................... 8

2.1. A MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL ...................................................................... 8 2.1.1. Conceito de Motivação ............................................................................ 8 2.1.2 Teorias da Motivação.................................................................................... 9

2.1.2.1. Teorias Cognitivas ................................................................................. 9 2.1.2.2. Teoria Hedonista ................................................................................. 10 2.1.2.3. Teorias Psicanalíticas .......................................................................... 11 2.1.2.4. Teoria das Relaçoes Humanas............................................................ 12 2.1.2.5. Teoria das Necessidades de Maslow .................................................. 13 2.1.2.6. Teoria dos Dois Factores de Herzberg ................................................ 16 2.1.2.7. Teoria X e Y de McGregor ................................................................... 18 2.1.2.8. Teoria da Expectativa .......................................................................... 22 2.1.2.9. Teoria da Equidade ............................................................................. 24 2.1.2.10. Teoria de Davidoff ............................................................................... 25 2.1.2.11. Teoria ERC - Existence, Relatedness e Growth ................................. 28 2.1.2.12 Teoria de Chris Argyris ........................................................................ 29

2.2. A COMUNICAÇÃO ......................................................................................... 30 2.2.1. Conceito .................................................................................................. 30 2.2.2. A Comunicação Organizacional .............................................................. 31

CAPÍTULO III – UM RELANCE SOBRE A SITUAÇÃO DA MADAL................................. 35 3.1. A perspectiva Cultural e o Clima Organizacional ............................................... 37 3.2. A Organização e os Seus Recursos Humanos ................................................... 39

CAPÍTULO IV – MODELO TEÓRICO E HIPÓTESES DE PESQUISA ............................ 43 CAPÍTULO V – ASPECTOS METODOLÓGICOS............................................................ 45

5.1. TIPO DE PESQUISA ......................................................................................... 45 5.2. INSTRUMENTOS .............................................................................................. 45 5.3. TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................ 46 5.4. AMOSTRA E SUAS CARACTERÍSTICAS......................................................... 47

CAPÍTULO VI – ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................. 51 6.1. ANÁLISE DA PRIMEIRA HIPÓTESE ................................................................ 51 6.2. ANÁLISE DA SEGUNDA HIPÓTESE ................................................................ 55

CAPÍTULO VII – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................... 63 CAPÍTULO VIII – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................. 66

8.1. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 66 8.2. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................ 67

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 69

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

“Uma das técnicas de gestão mais eficazes para ampliar ao máximo a qualidade

da empresa e que a tornam mais competitiva é a motivação dos profissionais da

própria organização, seus fornecedores e canal de distribuição. Estas técnicas,

que reúnem um grande número de instrumentos atingem resultados

sensivelmente melhores se apoiados por uma comunicação persuasiva e pela

administração de resultados transparentes ágil e justa, num trabalho que exige

concentração disponibilidade e experiência...” (Silvio,2002:166).

Segundo Silvio (2002) a motivação dos profissionais numa organização é

extremamente importante para ampliar o máximo as qualidades inerentes a

organização tornando-a competitiva, apoiando-se por uma comunicação

persuasiva.

Sendo assim, o nosso trabalho de pesquisa procura verificar de que forma a

comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos,

capacidades, habilidades e competências para tornar a organização mais

competitiva.

Aquando da fundação do Grupo Madal a actividade principal era a produção da

copra e criação de gado, ou seja toda a estrutura estava montada para esta

duas actividades, pois, a província da Zambézia era uma área propícia para o

desenvolvimento destas actividades, por possuir o maior palmar do país.

Hoje a situação é totalmente diferente. O Grupo Madal vê-se confrontada com a

descida do valor da copra no mercado internacional e a agravar a situação a

doença que está a afectar os palmares, facto que se reflectem no

comportamento dos trabalhadores, pois, confrontam-se com uma nova situação,

de relativa instabilidade.

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Pretendemos com esta pesquisa reflectir sobre os meios comunicacionais que o

Grupo Madal adoptou para manter um certo grau de motivação nos seus

trabalhadores e verificar como é que estes descodificam as mensagens

recebidas tendo em conta o seu próprio sistema cognitivo1.

A primeira razão que levou a autora a escolher este tema é a contribuição que

esta pesquisa possa vir a trazer para melhor solucionar os vários problemas

inerentes a comunicação dentro das organizações em geral e na Madal em

particular. Outra grande razão é o facto de a autora no futuro pretender

especializar-se na área dos recursos humanos e perceber os vários

comportamentos apresentados pelos indivíduos(pessoas) dentro das

organizações pois cada indivíduo tem o seu sistema cognitivo.

O comportamento das pessoas dentro das organizações é complexo, depende

de factores internos (decorrentes de suas características de personalidades,

como capacidade de aprendizagem, de motivação, de percepção do ambiente

interno e externo, de atitudes de emoções, de valores etc.) e externos

(decorrentes do ambiente que o envolve das características organizacionais,

como sistemas de recompensas e punições, de factores sociais, de políticos de

coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79).

Essa complexidade referente ao comportamento das pessoas obriga os gestores

de recursos humanos a concentrar esforços neste dois factores, pois, só assim é

possível atingir a qualidade que a organização deseja alcançar.

1 Segundo Chiavenato, a cognição representa aquilo que as pessoas sabem de si mesmas e sobre o ambiente que as

rodeia.O sistema cognitivo de cada pessoa envolve os seus valores pessoais e é influenciado pelo seu ambiente físico e social, por sua estrutura fisiológica, por seus processos fisiológicos, por suas necessidades e por experiências anteriores.

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1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Nos dias de hoje assiste-se em algumas organizações nacionais por nós

visitadas, à existência de trabalhadores pouco activos. O absentismo que é

manifestado pelos trabalhadores com o intuito de fugir ao ambiente monótono do

trabalho é um comportamento que se assiste com muita freqüência podendo-se

manifestar em ausência física e não física.

É com base neste cenário que nós nos perguntamos o porque? Será que os

propósitos da organização não estão claros? Ou será que os mesmos

(propósitos) não vão de encontro com o que os trabalhadores esperam ao

incorporarem-se nela? Será que os trabalhadores, ao entrarem na organização,

não lhes é dada a oportunidade de desenvolverem o seu potencial? Ou será que

a comunicação que é adoptada na organização (Grupo Madal) não esclarece a

sua identidade, missão, valores, padrões de comportamentos e princípios

operativos.

“Confrontar o propósito da organização com a motivação dos seus membros é

uma diligência indispensável para se entender o ajustamento das pessoas na

organização, a sua independência, o produto do trabalho, a satisfação que tudo

isso lhes traz e mesmo as tensões a que ficam submetidos e lhes acarreta

consequências, más ou boas” (Pereira,1999:171).

Tal como afirma Pereira (1999), nesta citação não se pode compreender o

comportamento do indivíduo dentro da qualquer organização sem estabelecer

uma relação entre os objectivos da organização e as expectativas que o

indivíduo tem em relação a ela.

Essa confrontação só será possível graças à comunicação. O ser humano é por

essência gregário precisa de interagir com os outros para a satisfação das suas

necessidades.

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Uma pessoa sozinha não pode comunicar, pois, somente com outra pessoa

receptora é que pode completar o acto da comunicação, esta é a rede que

integra e coordena todas as suas partes (Chiavenato,2002:96).

É, pois, tendo em conta esses pressupostos que iremos dar respostas as

questões acima referidas à partir do Grupo Madal.

1.2 OBJECTO E OBJECTIVOS DO ESTUDO De forma geral, pretende-se com o presente estudo, fazer uma análise sobre os

meios comunicacionais utilizados (adoptados) na divulgação dos propósitos e

objectivos da Madal, na motivação dos seus membros e formular algumas

propostas que contribuam para se manter um certo equilíbrio entre a Madal e a

motivação dos seus trabalhadores.

Especificamente, este estudo visa:

1) Descrever os principais mecanismos de comunicação que a Madal utiliza

para dar a conhecer aos seus trabalhadores os seus propósitos, as suas

mudanças e o seu estado de desenvolvimento.

2) Identificar os factores organizacionais que influem no nível de motivação

que os trabalhadores da Madal apresentam.

3) Verificar se os factores comunicacionais e outros contribuem para um

certo grau de segurança no cargo que os trabalhadores da Madal

apresentam.

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1.3 RELEVÂNCIA DO TEMA

Achamos relevante este tema, pois, chama a atenção às organizações sobre a

importância da comunicação no desenvolvimento de um quadro de referência

que seja comum no seio dos trabalhadores de como está organizada a empresa

sua cultura, missão, projectos, etc., o que será extremamente importante para o

comportamento que se espera que o indivíduo venha a ter.

O trabalho poderá também fornecer aos gestores de Recursos Humanos um

enfoque teórico em relação ao homem (homem esse dotado de habilidades,

talentos, capacidades e, acima de tudo, com necessidades próprias, como

sujeito activo e principal no seio da organização) que os permita melhor

compreender os comportamentos e atitudes dos seus quadros por forma a que

possam adoptar estratégias inovadoras e criativas de motivação com o fim de

obter dos mesmos um alto nível de desempenho profissional.

1.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO Uma das limitações que se pode apontar relativamente ao estudo que aqui se

apresenta relaciona-se com a utilização de uma amostra que não é

representativa do Grupo Madal devido a seguintes factores:

a dispersão geográfica dos trabalhadores,

o baixo nível de escolaridade que a maioria dos trabalhadores possuem

Outra das limitações foi a evidente desconfiança que o primeiro grupo de

inquiridos demonstrou aquando da aplicação do questionário, factor que

contribuiu para que os restantes potenciais inquiridos não aderissem ao

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preenchimento do mesmo. Este comportamento de desconfiança teve origem na

contra-informação em volta do questionário.

Neste sentido, reconhecemos que estas limitações não nos possibilitam

generalizar os resultados encontrados para a população total.

O nosso trabalho está dividido em sete capítulos, sendo o primeiro a presente

análise introdutória do trabalho.

No capítulo II procura-se levantar determinados aspectos conceptuais e de

percepção teórica sobre a motivação e a comunicação organizacional. Trata-se

de uma pequena abordagem sobre o posicionamento dos estudiosos e teóricos

nas matérias, objecto de reflexão e de aplicação exploratória numa realidade

organizacional em contexto circunscrito da empresa – Grupo Madal.

No capítulo III apresenta-se o modelo teórico que constitui a referência base do

presente trabalho com base nos aspectos teóricos sobre a comunicação e

motivação organizacional, apresentados no capítulo anterior e levantam-se as

hipóteses de trabalho.

No capítulo IV procura-se descrever os aspectos metodológicos empregues na

condução do trabalho de pesquisa relativamente ao tipo de pesquisa adoptada,

instrumentos usados e métodos de tratamento e análise de dados.

No capítulo V procede-se à análise das hipóteses levantadas e respectivos

resultados da pesquisa.

No capítulo VI faz-se uma discussão dos resultados obtidos tendo em conta o

posicionamento dos diversos teóricos e pesquisadores dos campos que

constituem o objecto de estudo do trabalho (comunicação e motivação

organizacional).

A partir dos resultados obtidos, e tendo em conta os objectivos do presente

trabalho, apresentam-se, no capítulo sete e último, as principais conclusões e

recomendações.

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CAPÍTULO II – ASPECTOS DA LITERATURA SOBRE A MOTIVAÇÃO E

COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL 2.1. A MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL

Uma vez que o nosso trabalho, pretende debruçar-se de forma concreta e

acentuada sobre motivação iremos fazer uma abordagem mais pormenorizada

sobre a forma como este conceito é concebido no quadro organizacional.

Segundo Kahme, Flávia (s.d.) cada ser humano se motiva por razões diferentes.

O que é muito importante para as organizações é que estas razões devem ser

coerentes com a sua cultura interna e atitude perante os funcionários, que vai

desde a contratação, passando pela manutenção do colaborador na empresa e

o seu desligamento.

Uma pesquisa efectuadas por esta autora, na qual mais de 60.000 pessoas

foram entrevistadas, resultou na elaboração de algumas dimensões chaves,

considerados como importantes sobre a motivação, apresentadas a seguir:

desafios, realização/satisfação; valorização/reconhecimento; crescimento

profissional; participação/utilidade; liderança, integração e reconhecimento

financeiro.

2.1.1. Conceito de Motivação

J.M. Carvalho Ferreira, José Neves e António Caetano (2001:260) explicam a

motivação referindo ao equilíbrio de adoptar, elevados níveis de esforços com

vista a alcançar objectivos organizacionais com intuito dos referidos esforços

conduzirem à satisfação de alguma necessidade individual. Sendo assim o

esforço seria a medida da intensidade ou do impulso; necessidade considerada

como estado interno que determina o grau de atracção de um resultado e o

objectivo meta que serve de referência ao comportamento.

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2.1.2 Teorias da Motivação

Um dos objectivos básicos dos gestores de recursos humanos e incentivar os

seus trabalhadores a aplicarem o máximo de conhecimentos, competências,

habilidades, talentos, etc. nas suas actividades dentro da organização.

“A motivação é um conceito que nos ajuda a compreendermos os gestos dos

que nos rodeiam. Dada a sua importância, todo o campo de análise sobre o

comportamento organizacional esta cheio de teorias que visam a explicar o que

motiva os seres humanos, para compreendermos como suas necessidades e

seus desejos os conduzam a agir desta ou daquela forma. O grande interesse

da questão reside evidentemente na hipótese de que, se compreendermos o

que leva as pessoas a agir, nós podemos influir sobre o seu rendimento”

(Tôrres,1996:68).

2.1.2.1. Teorias Cognitivas

Segundo Oliveira (1999:144) as teorias cognitivas concebem o homem como um

ser racional, no sentido de possuir desejos conscientes, e de servir-se de suas

próprias capacidades para satisfaze-los.

Para os defensores desta teoria a “vontade” assume uma posição de relevo em

relação ao pensamento e o sentimento.

Para Rocha e Fidalgo (1999:207) as teorias cognitivas da motivação afirmam

que as pessoas estão activas e regularmente envolvidas em tomadas de

decisão acerca dos seus objectivos e da forma de os atingir e dão particular

importância aos processos de decisão em todas as áreas da vida.

A motivação que leva um indivíduo a comportar-se de uma maneira x ou outra

maneira y está extremamente ligada por um lado, às necessidades que ela tem

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de satisfazer as suas próprias necessidades e às expectativas que essa

satisfação vai trazer para o seu ego por outro lado.

2.1.2.2. Teoria Hedonista

Outra teoria que explica a motivação é a Hedonista2. Paul Young, citado por

Rodrigues (1998;131) afirma que a motivação resulta do estabelecimento de

estados afectivos, positivos ou negativos, pois só pensando-se assim se

compreenderá, por exemplo, que os ratos comam veneno porque lhes sabe bem

e que os outros animais recusam um medicamento de que necessitam porque

lhes sabe mal.

O mesmo autor sustenta ainda que o conhecimento de uma situação que lhe

possa dar prazer, através de uma organização nervosa que se estabeleça

desencadeia uma tensão proprioceptiva que acciona os músculos para a

movimentação.

De acordo com McClelland, citado pelo autor acima mencionado, todas as

motivações humanas são tendências de atracção ou de rejeição apreendidas.

Essas tendências seriam despertadas por um código que desencadeasse uma

antecipação de que se experimentaria prazer ou desprazer.

Segundo Helen Peak, citado pelo Rodrigues (1998:132), a afectividade é

importante mas só na determinação da direcção do comportamento e não no

seu desencadear.

2 Hedonismo, segundo Pieeron ( 1969:209) pode ser definido como a tendência para a pessoa agir de forma a evitar o

que e desagradàvel e a atingir somente o agradavel.

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Para esses teóricos o comportamento humano esta direccionado para a busca

do prazer evitando situações que provocam desconforto dependendo das

experiências que cada indivíduo passou.

Foram feitas várias criticas às teorias Hedonistas. Embora apoiadas em dados

experimentais importantes, elas mostram-se inconsistentes no que se refere à

identificação e avaliação dos factores afectivos considerados independentes.

Segundo Rodrigues (1998:132), assisti-se hoje em muitas organizações

trabalhadores que estão presentes fisicamente por causa dos incentivos como

por exemplo o salário no fim do mês mas não produzem o que a empresa

espera deles.

2.1.2.3. Teorias Psicanalíticas

As teorias Psicanalíticas, segundo Rocha e Fidalgo (1999:211), defendem que o

núcleo da personalidade humana é constituída pelas experiências da mente que

motivam o comportamento. Existe em cada um de nós a consciência de algumas

experiências e motivações mas a maioria funcionam a um nível inconsciente. Os

pensamentos e comportamentos individuais são determinados pela motivação

inconsciente, isto é orientadas pelos impulsos.

Segundo Freud, um dos defensores desta teoria citada pelos autores acima

referenciados a motivação inconsciente e o determinismo psíquico são dois

conceitos essenciais. O determinismo psíquico seria todas as nossas reacções

mentais e comportamentais determinadas pelas primeiras experiências em

particular, aquelas que ocorrem na primeira e segunda infância.

Para Freud existe uma energia psíquica que torna o indivíduo capaz de agir em

função de duas pulsões instintivas básica: o instinto de vida e o instinto de

morte. Com estas duas manifestações distintas, sexo e agressão, ele refere que

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estes instintos encontram-se localizados no inconsciente e as suas

manifestações nem sempre são aceitáveis.

O aparelho psíquico segundo Freud funciona a três níveis: O consciente que é o

primeiro nível e consiste nos pensamentos, sentimentos e acções de que o

indivíduo se apercebe racionalmente. O pré-consciente considerado o segundo

nível está relacionado com a actividade mental de que o indivíduo apenas toma

consciência se lhe der atenção específica; e por ultimo o terceiro nível que é o

inconsciente onde o indivíduo não se apercebe dos seus efeitos a não ser

através de técnicas particulares como a análise dos sonhos.

2.1.2.4. Teoria das Relaçoes Humanas

“No decorrer da teoria da Relações Humanas verificamos que o homem é

considerado um animal complexo dotado de necessidades complexas e

diferenciadas. Essas necessidades orientam e dinamizam o comportamento

humano em direcção a certos objectivos pessoais. Assim que uma necessidade

é satisfeita , logo surge outra em seu lugar, dentro de um processo contínuo que

não tem fim, desde o nascimento ate à morte das pessoas. Os autores

behavioristas verificam que o administrador precisa de conhecer as

necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e

utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de

vida nas organizações (Chiavenato, 1999:65).

De facto é extremamente importante o conhecimento por parte dos gestores das

necessidades dos seus trabalhadores.

O que acontece é que os gestores estão preocupados com os objectivos que a

organização deseja atingir relegando para o segundo plano as necessidades

individuais de cada trabalhador.

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Pouco ou nada interessam as necessidades que o trabalhador tem ou traz

consigo, para os gestores interessa sim o comportamento final que o trabalhador

apresenta para atingir o que foi prescrito.

2.1.2.5. Teoria das Necessidades de Maslow

A teoria da Motivação de Maslow segundo Chiavenato, no seu livro “Teoria da

Administração”, defende que as necessidades humanas estão organizadas e

dispostas em níveis numa hierarquia de importância e influenciação.

As necessidades fisiológicas constituem o nível mais baixo de todas as

necessidades humanas, mas de vital importância. Neste nível estão as

necessidades de alimentação (fome e sede), de sono e repouso(cansaço); de

abrigo frio ou calor, desejo sexual etc. Estas necessidades estão relacionadas

com a sobrevivência do indivíduo e com a preservação da espécie. São

necessidades instintivas e que já nascem com o indivíduo. São as mais

prementes de todas as necessidades humanas; quando algumas dessas

necessidades não estão satisfeitas ela domina a direcção do comportamento. O

homem com estômago vazio não tem outra preocupação maior do que se

alimentar. Porém, quando come regularmente e de maneira adequada, a fome

deixar de ser uma motivação importante. Quando todas as necessidades

humanas estão satisfeitas a maior motivação será a das necessidades

fisiológicas e o comportamento do indivíduo terá a finalidade de encontrar alivio

na pressão que essa necessidade produzem sobre o organismo.

Para Maslow (1999), as necessidades de segurança constituem o segundo

nível das necessidades humanas. São as necessidades de segurança ou de

estabilidade, a busca de protecção contra a ameaça ou privação, a fuga ao

perigo. Surgem no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão

relativamente satisfeitas. Quando o indivíduo é dominado por necessidades de

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segurança o seu organismo no todo, age como um mecanismo de procura de

segurança do comportamento. As necessidades de segurança tem grande

importância no comportamento humano uma vez que todo o empregado está em

relação de dependência com a organização, onde acções administrativas

arbitrárias ou decisões incoerentes podem provocar incerteza ou insegurança no

empregado quanto à sua permanência no emprego. Se essas acções ou

decisões reflectem discriminação, ou favoritismo, ou alguma política

administrativa imprevisível podem se tornar poderosos activadores de

insegurança em todos os níveis hierárquicos da organização.

As necessidades sociais, segundo Maslow (1999), surgem no comportamento,

quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) se encontram

relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades sociais estão as necessidades

de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de

troca de amizade, de afecto e amor.

Quando as necessidades sociais não estão suficientemente satisfeitas, o

indivíduo se torna resistente, antagónico e hostil com relação às pessoas que o

cercam. Em nossa sociedade, a frustração das necessidades do amor e de

afeição conduzem à falta de adaptação social e à solidão. A necessidade de dar

e receber afecto são importantes forças motivadoras do comportamento

humano.

Na perspectiva de Maslow (1999), as necessidades de estima estão

relacionadas com a maneira pelo qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolvem a

auto-apreciação, autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de

respeito, de status e de prestígio e de consideração. Envolvem ainda o desejo

de força e de adequação, de confiança perante ao mundo, independência e

autonomia. A satisfação das necessidades de estima conduz a sentimentos de

autoconfiança, de valor, força, prestigio, poder, capacidade e utilidades. A sua

frustração pode produzir sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e

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desamparo que, por sua vez, podem levar ao desânimo ou a actividades

compensatórias.

O autor anteriormente referenciado, debruça-se também sobre as

necessidades de auto-realização que, segundo ele, são as necessidades

humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. São as

necessidades de cada pessoa desenvolver o seu próprio potencial e de

continuamente auto desenvolver-se. Essa tendência geralmente se expressa

pelo impulso de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o

que pode ser.

Maslow citado por Hall (2000), no uso que faz do termo “auto realização”, refere-

se ao “desejo de tornarmo-nos cada vez mais aquilo que somos

idiossincraticamente, de tornar-nos tudo aquilo que somos capazes de tornar-

nos” Ainda dentro da mesma perspectiva Maslow considera que esta auto-

realização representa um “crescimento intrínseco daquilo que já está no

organismo. O desenvolvimento vem de dentro e não de fora”.

No quadro desta visão de Maslow, e atendendo ao facto de estarmos a falar das

necessidades é importante salientar que Maslow, faz um estudo marcante sobre

indivíduos auto-realizados . Este partiu do princípio seguinte: se os psicólogos

estudam exclusivamente pessoas incapacitadas, neuróticas, que sofreram no

seu desenvolvimento, produzirão uma psicologia incompleta. A fim de

desenvolver uma ciência mais completa e abrangente da pessoa humana, os

psicólogos precisavam de estudar as pessoas que realizaram as suas

potencialidades integralmente. É assim que Maslow estudou de forma intensiva

e profunda um conjunto de pessoas auto-realizadas. Nesse âmbito, Maslow

descobriu que estas possuíam um conjunto de características que as

distinguiam das pessoas comuns.

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Consequentemente, elaborou um conjunto de traços ou marcos distintivos

destas pessoas, que passamos a expor: as pessoas auto-realizadas são as

realisticamente orientadas; aceitam a si mesmas; as outras pessoas e o mundo

natural como são; são muito expontâneas; centram-se em problemas e não em

si mesmas; têm um ar de destacamento e uma necessidade de privacidade; são

autónomas e independente; apreciam as pessoas e as coisas de forma nova e

não estereotipada; a maioria teve experiências místicas ou espirituais profundas,

embora não necessariamente de carácter religioso; identificam-se com a

humanidade; seus relacionamentos íntimos com algumas pessoas tendem a ser

profundos e intensamente emocionais e não são superficiais; seus valores e

atitudes são democráticos; não confundem os meios com os fins; seu senso de

humor é filosófico e não hostil; têm um grande fundo de criatividade; resistem a

conformar-se à cultura; elas transcendem o ambiente em vez de simplesmente

lidar com ele.

Com base na teoria da motivação de Maslow verificamos até que ponto os

trabalhadores estão motivados. Se existem bloqueios na satisfação das

necessidades dos trabalhadores, pois, como um trabalhador quando entra numa

organização tem necessidade de crescer e desenvolver com a mesma, uma

necessidade não satisfeita pode gerar conflitos, stress, frustração.

2.1.2.6. Teoria dos Dois Factores de Herzberg

Outra grande teoria da motivação é a teoria dos Dois Factores de Herzberg.

Segundo Frederick Herzberg, citado por Chiavenato (1999:172), no seu livro

intitulado Teoria Geral da Administração, existem dois factores que orientam o

comportamento das pessoas no seu trabalho. Factores higiénicos ou factores

extrínsecos e factores motivacionais ou factores intrínsecos.

Os factores higiénicos localizam-se no ambiente que rodeia as pessoas e

abrangem as condições nas quais elas desempenham seu trabalho.

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Para Herzberg as condições são administrativas e decididas pela organização o

que faz com que as pessoas que a integram não tenham o controle como por

exemplo o salário, benefícios sociais, o tipo de chefia ou supervisão que as

pessoas recebem de seus superiores, as condições físicas e o ambiente de

trabalho, as políticas e directrizes da empresa, o clima de relação entre a

empresa e seus trabalhadores, os regulamentos internos, etc.

O mesmo autor verificou que os factores higiénicos são óptimos, eles apenas

evitam a insatisfação dos empregados pois não conseguem elevar

consistentemente a satisfação e quando o fazem, não conseguem mantê-la

elevada durante muito tempo, por um lado.

Mas quando os factores são péssimos provocam insatisfação dos seus

empregados, dai Herzberg designar factores higiénicos pois são essencialmente

profiláticos e preventivos, eles apenas evitam a insatisfação, mas não provocam

satisfação.

Outros factores que orientam o comportamento humano, segundo Herzberg

citado por Chiavenato (1999:172), no mesmo livro acima referido, são os

factores motivacionais ou intrínsecos relacionados com o conteúdo do cargo e

com a natureza das tarefas que o indivíduo executa . Na perspectiva deste

autor estes factores estão sob o controle do indivíduo, pois estão relacionados

com tudo aquilo que ele faz e desempenha. Estes factores envolvem aspectos

inerentes aos sentimentos de crescimento individual, de reconhecimento

profissional e as necessidades de auto realização e dependem das tarefas que o

indivíduo realiza no seu trabalho.

Segundo o autor as tarefas e os cargos têm sido planeadas com o objectivo

único de responder exclusivamente aos princípios de eficiência e de economia

descorando os aspectos relacionados com o desafio e oportunidade para a

criatividade individual.

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Este aspecto favorece a perda do significado psicológico para o indivíduo que

executa determinada actividade e passa a ter um efeito de “desmotivação”

provocando sentimentos como apatia, o desinteresse pois a organização oferece

apenas um lugar decente para trabalhar.

O mesmo autor salienta ainda que o efeito dos factores motivacionais sobre o

comportamento das pessoas é muito mais profundo e estável. Quando os

factores motivacionais são óptimos provocam a satisfação nas pessoas, mas

quando são precários evitam a satisfação.

Enquanto que para Maslow todas as necessidades motivam e provocam

satisfação, para Herzberg não são todas as necessidades que motivam, pois

algumas apenas evitam a não satisfação. Herzberg considera que o contrário de

satisfação não é insastifação, mas sim não-satisfação ou nenhuma satisfação.

(Herzberg3,1975:7)

2.1.2.7. Teoria X e Y de McGregor

Douglas M.McGregor um dos mais famosos autores behavioristas citado por

Chiavenato (1999:183) no seu Manual De Teoria Geral da Administração

preocupa-se em distinguir dois estilos opostos e antagónicos da administração

a conhecer: estilo baseado na teoria tradicional excessivamente mecanicista e

pragmática denominando-a de Teoria X; e o estilo sustentado pelas concepções

modernas inerentes ao comportamento humano e denominou Teoria Y.

A Teoria X baseia-se em convicções erróneas e incorrectas sobre o

comportamento humano ora vejamos; o homem é considerado preguiçoso e

indolente por natureza, evita o trabalho ou trabalha pouco em troca de

recompensas salariais ou materiais, falta-lhe ambição não gosta de ser

3 Segundo Frederick Herzberg o conceito higiénico como motivação e os problemas do potencial humano de

trabalho, in conceito de comportamento na administração. David R.Hampton(org). São Paulo, EPU, 1973,p54.

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responsável preferindo ser dirigido e sentir-se seguro nessa dependência; o ser

humano é extremamente egocêntrico e seus objectivos pessoais opõem – se em

geral aos objectivos da organização.

A natureza inerente a todo o ser humano leva a que resista as mudanças, pois,

procura a sua segurança e de forma alguma assume riscos que ponham em

perigo a sua dependência e o tornam incapaz de auto-controle e auto-disciplina.

Ele precisa de ser dirigido e controlado pela administração.

A teoria Y encontra a sua sustentação em premissas actuais sem qualquer tipo

de preconceito no que diz respeito a natureza humana.

Segundo Mcgregor, citado pelo mesmo autor, o homem médio não tem

desprazer em trabalhar. Dependendo de condições controláveis, o trabalho pode

ser fonte de satisfação e de recompensa (quando é voluntariamente

desempenhado) ou fonte de punição (quando é evitado sempre que possível

pelas pessoas). A aplicação do esforço físico ou mental em um determinado

trabalho é tão natural quanto jogar ou descansar. As pessoas não são por

natureza intrinsecamente passivas ou resistentes às necessidades da

organização, elas podem tornar-se assim, como resultado de suas experiências

profissionais negativas em outras empresas, mas tem motivações básicas,

potencial de desenvolvimento padrões de comportamento adequados e

capacidades para assumir responsabilidades.

O homem deve exercitar a auto-direcção e o auto controle ao serviço dos

objectivos que lhes são confiados pela empresa; contudo o controle externo e a

ameaça de punição não são os únicos meios de obter dedicação e o esforço de

alcançar os objectivos empresariais.

O homem médio aprende sob certas condições não somente a aceitar, mas

também procura responsabilidades. Sentimentos como a fuga as

responsabilidades, a falta de ambição e a preocupação exagerada com a

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insegurança pessoal são em muitos casos resultados de experiências

insatisfatórias de cada um e não uma característica inerente a todos seres

humanos.

O comportamento não é causa mas sim efeito de alguma experiência negativa

em alguma outra empresa, a capacidade de um elevadíssimo grau de

insegurança e de criatividade na solução de vários problemas empresariais é

ampla e não escassamente distribuída entre as pessoas.

Esta teoria acredita que o indivíduo ao ingressar numa determinada organização

tem seus objectivos e procura alcançar dentro da empresa, que ele possa

desenvolver o seu potencial, acredita que o indivíduo pode assumir certas

responsabilidades se forem dadas todas as condições necessárias para esse

fim.

Assim a teoria Y propõe “(...) um estilo de administração francamente

participativo e democrático, baseado nos valores humanos e sociais. Enquanto

que a teoria X é uma administração por meio de contactos externos impostos ao

indivíduo, a teoria Y é uma administração por objectivos que realça a iniciativa

individual (...)” (Chiavenato,1999:186).

David McClelland, citado pelo Chiavenato, no mesmo manual supracitado,

aponta três importantes motivos ou necessidades na dinâmica do

comportamento humano a saber: Necessidade de realização (need for

achievemente ou N-Ach), que é a necessidade que o indivíduo tem de êxito,

competitivo que é medido em relação a um padrão pessoal de excelência;

Necessidade de afiliação que é inerente ao relacionamento caloroso, cordial e

afectuoso com os outros indivíduos e por fim, a Necessidade de poder que é

relativa a necessidade de controlar ou influenciar outras pessoas.

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De acordo com McClelland citado pelo mesmo autor, indivíduos diferentes têm

diferentes níveis de necessidades, embora algum motivo seja predominante em

certo indivíduo; o que não significa que os outros motivos não existem, o que

acontece é que são menos importantes ou relegados para o segundo terceiro

plano. Um indivíduo que tenha necessidades de realização, está mais

preocupado em saber se o seu desempenho foi bom do que com a recompensa

recebida embora não a recuse.

O mesmo autor afirma que esses três motivos estão relacionados com a

necessidade de solução de problemas, pois, o indivíduo é continuamente

confrontado com vários problemas que fazem com que ele tenha que

desenvolver certos comportamentos que se ajustem para melhor solucioná-los.

Assim, sempre que o indivíduo for solicitado para resolver um problema ele

tentará de novo o mesmo padrão de comportamento, pois o sucesso levará o

indivíduo a confiar naquele padrão de comportamento.

Se um indivíduo é altamente motivado a competir e, conseqüentemente, a lutar

para atingir um padrão de excelência (necessidade de realização) ou se no

entanto tem uma enorme necessidade de ter relações cordiais e

calorosas(necessidade de afiliação) com o resultado de um processo de

aprendizagem, desenvolverá padrões desse motivo.

Olhando atentamente para esta teoria verificamos que ela incide

fundamentalmente no Clima Organizacional ligado a motivação, porque este

autor reconhece que o conhecimento da motivação humana é importante para o

executivo. A motivação não é única motivadora do comportamento, o clima

organizacional também contribui para moldar o comportamento dos indivíduos

para a afiliação ou realização.

O autor supracitado afirma que a eficácia organizacional pode ser aumentada

com a criação de um clima organizacional que satisfaça as necessidades dos

membros da organização e que canalize o comportamento motivado em

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direcção aos objectivos organizacionais. É pois, por meio do clima

organizacional que se obtém a integração dos objectivos individuais com os

objectivos da organização.

“(...) O clima organizacional é favorável quando proporciona satisfação das

necessidades pessoais dos participantes e elevação moral. E desfavorável

quando proporciona a frustração daquelas necessidades. Na verdade o clima

organizacional influência o estado motivacional das pessoas e é por ele

influenciado” (Chiavenato;2002:92).

2.1.2.8. Teoria da Expectativa

Victor H.Vroom, citado por Chiavenato (2000:90), no seu livro intitulado

Recursos Humanos na sua teoria de motivação, rejeita a noção preconcebida ,

mas reconhece as diferenças individuais. A sua teoria circunscreve-se

exclusivamente à motivação para produzir. Existem para o autor três factores

que determinam em cada indivíduo a motivação para produzir: os objectivos

individuais, ou seja, a força do desejo de atingir objectivos; a relação que o

indivíduo percebe entre a produtividade e alcance dos seus objectivos

individuais e a capacidade de o indivíduo influenciar seu próprio nível de

produtividade a medida que acredita poder influenciá-lo.

O mesmo autor propõe um modelo de expectação para explicar a motivação

para produzir que se baseia em objectivos intermediários e gratuitos que

conduzem a um objectivo final. O modelo concebe a motivação como sendo um

processo que governa escolhas entre comportamentos. O indivíduo percebe as

consequências de cada alternativa de comportamento como resultado

representando uma cadeia entre meios e fins

De acordo com o autor quando o indivíduo procura um resultado intermediário

(produtividade elevada por exemplo), está buscando meios para alcançar

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resultados finais (dinheiro, benefícios sociais, apoio do supervisor, promoção ou

aceitação do grupo).

Vroom afirma que cada indivíduo tem preferências (valências) para

determinados resultados finais, à semelhança da teoria de campo4. Uma

valência positiva indica um desejo de alcançar determinado resultado final

enquanto uma valência negativa implica um desejo de fugir de determinado

resultado final. Assim os resultados intermediários apresentam valência em

função da sua relação percebida com os resultados finais desejados.

Vroom e Lawler citado por Ferreira (2001:266), resumem a teoria de expectativa

no seguinte: a) Atractividade ou a importância que representa para o indivíduo o

resultado que pode ser conseguido na sequência do trabalho; b) A relação

desempenho-recompensa ou o grau em que o indivíduo acredita que

determinado desempenho conduzirá à obtenção de um resultado desejado; c) A

ligação esforço-desempenho ou a probabilidade percebida pelo indivíduo de

que despendendo determinada quantidade de esforço conduzirá a um

desempenho.

Portanto para esses autores, os conceitos, os resultados, a valência, a

instrumentalidade, a expectativa e a força são os pilares desta teoria.

Sendo assim os resultados são os aspectos tangíveis ou intangíveis que a

organização proporciona ao seu colaborador como contrapartida do seu

trabalho. Dependendo dos sistemas cognitivos que cada funcionário tem da

realidade os resultados podem ser positivos (salários, férias promoções, etc.) ou

negativos (frustração, ansiedade, oportunidades de realização, ameaças, etc.).

Valência seria o grau de atractividade que o resultado representa para o

indivíduo, o que também podem ser positiva quando o resultado é vantajoso

4 Segundo Chiavenato (2002:76), citando Lewin, a teoria de campo assegura que o comportamento humano depende de

dois factores fundamentais: a) O comportamento é derivado da totalidade dos factos e eventos coexistentes em determinada situação e que constituem o seu ambiente. b) Estes factos e eventos constituem um campo dinâmico de forças produzindo o chamado campo psicologico de cada pessoa que as ajuda a ver e perceber as coisas no ambiente a seu redor.

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para si esforçando-se para o atingir e pode ser negativa quando o resultado

causa uma certa insatisfação , evitando mesmo em atingi-lo. Também pode ser

nulo quando o resultado final for indiferente.

A instrumentalidade, por sua vez, traduz-se na percepção que o indivíduo tem

da relação existente entre o desempenho e o resultado obtido. Contudo, a

expectativa seria a previsão que o indivíduo faz como provável de acontecer em

função (como resultado) do seu comportamento. Diante de varias opções que o

indivíduos tem no seu dia a dia para a realização de uma actividade, por

exemplo, eles escolhem aquela que esta mais próxima dos resultados

desejados, ou seja, estabelece-se aqui uma relação entre o esforço e o

desempenho.

2.1.2.9. Teoria da Equidade

Segundo Adams (1965) citado por Ferreira at al. (2001:268), no manual de

psicossociologia das organizações, define esta teoria no facto de o indivíduo

experimentar certas disparidades na comparação do seu ganho com os outros.

Ou seja, o seu esforço no trabalho é função do resultado da comparação que ele

estabelece em detrimento do esforço despendido por outros indivíduos

relevantes.

Esta teoria, segundo os autores, sugere que os indivíduos façam uma

comparação entre aquilo que eles produzem e o que recebem com o trabalho

que o outro faz, que seja relevante e semelhante.

Assim deste processo de comparação três situações extremamente diferentes

podem surgir: a) Uma certa semelhança nos raciocínios, leva a uma percepção

de equidade; b) Uma desigualdade dos raciocínios em virtude de um indivíduo X

obter resultados superiores ao do indivíduo Y, apesar de estarem a fazer as

mesmas tarefas dá-se a percepção de iniquidade por defeito; c) Uma

desigualdade de raciocínios resultantes dos ganhos do indivíduo X serem

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superiores a do indivíduo Y , apesar de ambos investirem os mesmos recursos ,

surgem uma percepção de iniquidade por excesso.

Esses sentimentos de iniquidade geram tensões que o indivíduo procura reduzir

os seus inputs (diminuindo o seu esforço na execução das suas tarefas);

modificar os seus outputs (aumentar a quantidade e não a qualidade) modificar

as auto-percepções (pensar que produzia um trabalho regular , mas notar que

afinal é o melhor); alterar as hetero-percepções (verificar que o trabalho que o

indivíduo X faz é inferior ao que inicialmente tinha percepcionado); Escolher

termos de comparação (um indivíduo que compara o seu trabalho com

indivíduos com a mesma antiguidade que ele tirando vantagens por um lado e

por outro subestimar o trabalho de um indivíduo mais antigo em detrimento do

seu); e por fim abandonar o local de trabalho. È de salientar que estas escolhas

são de natureza comportamental e outras de natureza cognitiva.

Segundo Richard A. Cosier e Dan R. Dalton, citados por Stoner & Freeman

(1999:330), “Equidade pode ser definida como a relação entre a contribuição

que o indivíduo dá em seu trabalho (como o esforço ou habilidades) e as

recompensas que recebe (como pagamento ou promoção) comparada com as

recompensas que os outros estão recebendo por contribuições semelhantes”

2.1.2.10. Teoria de Davidoff

Quando analisamos a motivação sob o prisma cientifico de Davidoff (1983)

verificamos que, para a autora, a motivação só pode ser estudada através do

comportamento manifesto. Esta teoria fornece uma abordagem mensurável, de

forma que diverge um pouco da teoria de Maslow.

Davidoff (1983), apoia-se no pensamento behaviorista. O behaviorismo,

segundo Pierón (1969), tem como meta o estudo dos comportamentos,

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objectivamente comprovado com todo o rigor científico, sem o apelo à

introspecção.

Davidoff (1983), utiliza o ciclo motivacional. Para compreendê-lo, faz-se

necessário resgatar a definição de conceitos como necessidade, motivo, impulso

e instinto.

Necessidade é uma deficiência baseada em fatores fisiológicos ou aprendidos,

ou de ambos. Neste sentido, a motivação aplica-se a um estado interno,

resultante de uma necessidade que provocará um comportamento para

satisfazê-la. Impulso é um motivo que satisfaz necessidades fisiológicas

básicas, como por exemplo: beber, dormir e comer. Por instinto, entende-se as

necessidades fisiológicas ou padrões de comportamento de origem hereditária

(Davidoff,1983).

Tendo como base estas definições, a autora estuda os motivos a partir de cinco

categorias: impulsos básicos, motivos sociais, motivos para estimulação

sensorial, motivos de crescimento e idéias como motivos .

Os impulsos básicos são os que provocam comportamento visando satisfazer

necessidades ligadas à sobrevivência fisiológica, como por exemplo,

necessidade de oxigênio, água, alimento, sexo e outras. Esse tipo de motivo

está relacionado ao mecanismo homeostático, que é a tendência auto-

reguladora do organismo.

Os motivos sociais são aqueles que dependem de outras pessoas para que

sejam satisfeitos; são as necessidades ligadas aos sentimentos. Os indivíduos

que têm apoio social têm maior capacidade para superar crises (dificuldades nas

diferentes esferas da vida, que surgem no dia a dia das pessoas).

Denomina-se estimulação sensorial o resultado de um estímulo, que pode ser

tanto interno quanto externo, num sistema excitável, provocando uma resposta.

Os motivos para estimulação sensorial são aqueles que utilizam atividades

auto-estimulantes (assobiar, cantar com a boca fechada), ou seja, as pessoas

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necessitam de estimulação. Quando não existe estímulo, o indivíduo provoca a

auto-estimulação, chegando a uma rotina tediosa e laboriosa.

Motivos de crescimento são os que visam satisfazer às necessidades de

reconhecimento em busca da excelência e do aperfeiçoamento de talentos para

explorar o seu potencial de desenvolvimento. Davidoff (1983), cita o estudo de

Robert White, que foi um dos primeiros estudiosos a discutir o motivo para a

consecução de competências. Ao estudar as brincadeiras exploratórias das

crianças, ele concluiu que elas fazem isso mostrando persistências e esforços

com o objetivo de dominar o ambiente. Outro item que White observou é que as

crianças do mundo inteiro lutam para adquirir a coordenação motora,

comunicação e socialização aproximadamente com a mesma idade. Desta

forma, Davidoff (1983) acredita que acontece com os adultos o mesmo que

ocorre com as crianças, ou seja, buscam constantemente o aperfeiçoamento e a

utilização de suas potencialidades em sua interação com o ambiente em que

vivem.

As idéias como motivos são intensamente motivadoras, pois as pessoas

buscam valores, crenças, metas e planos para orientarem seu comportamento.

Dentre todos os motivos apresentados por Davidoff (1983), a autora dá mais

ênfase ao aspecto fisiológico, ou seja, ao aspecto que depende dos fatores

orgânicos. E por isso se remete ao modelo homeostático para explicar o ciclo

motivacional.

O ciclo de funcionamento da motivação no modelo homeostático surge de uma

necessidade que ativa um motivo. Este provoca um comportamento, que busca

a condição de equilíbrio e auto-regulação, ou seja a homeostase.

Portanto, para Davidoff (1983), a motivação é o estado que resulta de um

comportamento gerado por uma necessidade, e essa necessidade pode ser

tanto corporal quanto aprendida, ou ambas.

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2.1.2.11. Teoria ERC - Existence, Relatedness e Growth

Esta teoria foi desenvolvida pelo Psicólogo Clayton Alderfer, a partir do estudo

da teoria de Maslow e de pesquisas por ele realizadas. Alderfer, citado por

Stoner & Freeman (1999), concorda que a motivação do trabalhador pode ser

medida seguindo uma hierarquia de necessidades, porém a sua teoria diverge

da teoria de Maslow em dois pontos básicos:

a) Esta hierarquia foi dividida somente em três categorias: Necessidades

existenciais; Necessidade de relacionamento e Necessidade de crescimento.

Necessidade existencial: Corresponde às necessidades básicas de Maslow,

ou seja, às necessidades de sobrevivência, acrescentando-se os benefícios

extras que são oferecidos no local de trabalho.

Necessidade de relacionamento: O ser humano tem de se relacionar com

outras pessoas. Diz um velho provérbio que "o ser humano não é uma ilha", por

isso, necessitamos de contactos com outras pessoas.

Necessidade de crescimento: Refere-se à necessidade que o ser humano tem

de criar, dar sugestões, participar, de se sentir importante e desenvolver a sua

capacidade produtiva.

b) Outro ponto em que Alderfer discorda de Maslow é que, para o primeiro,

quando ocorre uma frustração quanto ao atendimento das necessidades mais

elevadas, há uma regressão para um nível inferior dentro da hierarquia, ou seja,

"(...) quando as necessidades mais altas são frustradas, as necessidades

inferiores retornam, mesmo já tendo sido satisfeitas" Stoner & Freeman

(1999:326).

Maslow constatava que as pessoas subiam progressivamente dentro da

hierarquia das necessidades, enquanto que Alderfer percebia uma oscilação de

direcção, ou seja, dependendo da situação, as pessoas subiam ou desciam

dentro da hierarquia das necessidades.

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2.1.2.12 Teoria de Chris Argyris

Um brilhante estudo sobre motivação foi realizado por Chris Argyris, na

Universidade de Harvard. Este autor pesquisou os efeitos da estrutura das

organizações na vida dos indivíduos e concluiu que as restrições impostas aos

empregados pelas estruturas empresariais, com o fim de garantir a ordem e a

eficiência, geram resistências e desestímulos.

Segundo Argyris, citado por Lemos (1999), frequentemente ocorre um conflito

entre a personalidade do indivíduo e a organização. Ao ingressar na empresa, o

empregado leva consigo potencialidades e disposição para o trabalho, muita

vontade de realizar e de progredir. Infelizmente, essa disposição nem sempre é

estimulada, sendo comum o indivíduo ter os seus passos controlados

constantemente, em decorrência das limitações e exigências da própria

estrutura formal.

Assim, a organização, que deveria contribuir como meio de o empregado dar

vazão às suas qualidades, passa a ser uma fonte de bloqueios para a sua

capacidade de realização. Acontece com freqüência as empresas contratarem

uma pessoa talentosa, mas aproveitar o mínimo da sua capacidade, porque

grande parte do seu potencial é bloqueado pelo ambiente de trabalho.

Em sua pesquisa Argyris, citado em Lemos (1999), identificou três fatores que

levam a organização a frustrar os empregados e a dificultar a plena realização

de suas potencialidades: a estrutura formal, a liderança impositiva e os controles

administrativos.

A má distribuição do poder foi vista por ele como um dos pontos de frustração

dos empregados, ou seja, há uma concentração de poder na mão de poucos, o

que provoca apatia e falta de flexibilidade dos subordinados. Na liderança

impositiva ou autocrática, os chefes tomam as decisões e exigem dos

subordinados apenas o cumprimento das tarefas restritas do cargo. Os controles

administrativos por sua vez, estabelecem restrições que sepultam as iniciativas,

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30

mesmo aquelas que a natureza do trabalho exige liberdade de ação e

autonomia. Este ambiente geralmente gera insatisfação no trabalho.

2.2. A COMUNICAÇÃO

2.2.1. Conceito

A comunicação é importante mecanismo para gerir uma organização; uma

melhor execução dos planos e das tarefas na organizacão passa por uma

execelente comunicação.

Segundo James L. Bowditch e Anthony F. Buono (1999) em Elementos de

comportamento organizacional, definem comunicação como a troca de

informações entre um transmissor e um receptor e a inferência(percepção) do

significado entre os indivíduos envolvidos.

Para que a comunicação se processa é necessário uma fonte de informação,

uma mensagem e a interpretação da mesma.

Os autores a cima citados admitem que o processo da comunicação não se

resume somente no envio e interpretação de mensagens, existem outros

factores inerentes no processo a citar: quem esta a comunicar com quem, em

termos de papéis que essa pessoa desempenha (por exemplo, administrador e

operariado, gerente e subordinado); a linguagem ou simbolos usados para a

comunicação e a respectiva capacidade de levar a informação e esta ser

entendida por ambas as partes; o canal de comunicação ou o meio empregado e

como as informações são recebidas através de diversos canais (tais como

comunicação falada ou escrita); o conteúdo da comunicação (boas ou más

notícias, relevantes ou irrelevantes, familiares ou estranhas, as características

interpessoais entre o transmissor e o receptor (em termos de confiança,

influência etc.); o contexto no qual a comunicação ocorre, em termos de

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31

estrutura organizacional ( por exemplo dentro de ou entre departamentos níveis

e assim por diante); espaço físico (distância entre o transmissor e o receptor) e o

ambiente social (por exemplo no escritório de que, trajando uniforme ou não

etc.)

2.2.2. A Comunicação Organizacional

“Quando se organiza uma empresa está se organizando o processo de

comunicação entre as duas partes. Uma organização, se organiza, se

desenvolve, enfim, sobrevive graças ao sistema de comunicação que é

responsável pelo envio e recebimento de mensagens” (Oliveira,1999:332).

Essa ligação provém, por um lado, da premissa de que a organização é

constituída por pessoas e, por outro lado, de que só existirá comunicação

quando, efectivamente, se estabelecer a interacção entre as pessoas.

Segundo Ferreira at all. (2001), a comunicação organizacional é um processo

através do qual a informação é transmitida na organização e se estabelece uma

relação entre os indivíduos que dela fazem parte. Essa informação, dependendo

do tipo de estrutura organizacional, percorre os seguintes trajectos:

descendentes, ascendentes e laterais.

Mintzberg (1979) citado por Ferreira at all. (2001), explica que, no trajecto

descendente, a informação segue a linha hierárquica do topo estratégico até ao

centro operacional e tem como objectivos informar os diferentes participantes

sobre :

a cultura da organização,

as características gerais de negócios,

as características da envolvente externa

as práticas específicas da organização de uma maneira geral

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as tarefas e os resultados do desempenho em particular.

No que concerne ao trajecto ascendente “(...)a informação circula no sentido dos

empregados, quer individualmente, quer em grupo, para posições superiores,

com o objectivo de intervir na resolução dos problemas encontrados no seu

trabalho ou na organização, no seu conjunto” (Ferreira at all., 2001:373).

Para estes autores, este tipo de comunicação, que é descrita como uma

comunicação que provém da base para os níveis superiores, se processa de

uma forma restrita. Neste tipo de comunicação os superiores hierárquicos tem o

conhecimento dos problemas dos trabalhadores em relação ao trabalho dentro

da organização, assim como as atitudes dos mesmos.

Schermerborn, Hunt e Osborne (1997), citados por Ferreira at all. (2001), o

trajecto lateral é descrito como sendo trocas de informação que ocorre entre

departamentos e funções distintas do mesmo nível hierárquico onde o objectivo

principal é o de coordenar as actividades entre essas unidades. O sucesso

organizacional depende da capacidade de cada departamento ou função ter a

percepção de escutar as necessidades ou problemas dos outros assumindo-os

como clientes internos.

Kartz e Kahn (1966), citados pelos acima descritos, defendem que a

comunicação lateral tende a ser maioritariamente informal, estimando-se que

corresponda a dois terços de toda a comunicação da organização.

Ferreira at all. (2001) refere-se a esta comunicação como suporte sócio-

emocional que os membros da organização se dão mutuamente.

Existem várias concepções que procuram explicar a comunicação

organizacional.

Segundo Wolf (1987), citado por Ferreira, J.M at al. (1996), a concepção

mecanicista preconiza a comunicação como a transmissão de mensagens de

um ponto ao outro através de um determinado canal, ou seja o emissor envia

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33

uma determinada mensagem que é codificada num x sinal; o mesmo sinal é

transmitido através de um canal que é posteriormente recebido pelo destinatário

após ter sido descodificado pelo receptor.

A partir desta teoria é possível verificar as várias perturbações na transmissão

das mensagens ligadas ao ruído ou a perda de sinal. Muitas das vezes o sinal

enviado poderá não corresponder ao sinal que é recebido em consequência do

ruído existente no canal usado, o que de alguma forma perturbará a transmissão

da mensagem.

Como a organização é um sistema e nela formam-se grupos que se comunicam

achamos pertinentes o estudo das redes de comunicação que são padrões de

transmissão de mensagens que se estabelecem entre os membros. Estas redes

de comunicação (círculo, cadeia, roda e todos-contra-todos) permitem-nos

observar os níveis de centralização e descentralização existentes na

organização, até que ponto são influenciados pela hierarquia da mesma.

Ferreira at all. (2001), citando Hirokawa, Erbert e Hurst (1996), defendem que as

configurações mais centralizadas como a roda e a cadeia aumentam a eficiência

do grupo. No que concerne à resolução de problemas, as configurações mais

descentralizadas como, por exemplo, o círculo e todos-contra-todos permitem

que haja soluções de mais qualidade.

Orlindo Gouveia Pereira (1999:270-271) defende que as redes de comunicação

de uma maneira geral são constituídas por sub-redes que correspondem mais

ou menos às sub-unidades da organização e podem ser centralizadas ou

descentralizadas.

Quando existe uma pessoa que possui muitos canais abertos a sua volta diz-se

que a rede esta centralizada, e essa pessoa é o líder da respectiva rede mesmo

que não seja oficialmente.

A perspectiva deste autor dá-nos uma visão da estrutura da organização, as

posições de poder, as motivações e expectativas, a satisfação, a cultura, etc.

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34

Por seu lado, Camara at al. (1999:349-352), adverte-nos da complexidade das

redes de comunicação defendendo que são caracterizadas por processos de

troca de comportamento, de comunicação em várias direcções dependendo das

características inerentes da organização.

A concepção psicológica assenta essencialmente na maneira como as

característica individuais afectam a comunicação. A existência de diferenças

entre o emissor e o receptor (atitudes, crenças, valores) fazem com que o

receptor e emissor interpretem de maneira diferente a mesma informação.

Segundo Ferreira J.M. at al. (1996), a concepção psicológica centra-se nos

efeitos dos filtros cognitivos accionados para a interpretação de mensagens.

Segundo o modelo Westley e Maclean, citado por Ferreira J.M. at al. (1996),

todo o processo de comunicação passa necessariamente pela interpretação

cognitiva que um determinado receptor faz dos estímulos que recebe e

descodifica a partir de seu meio informal. A mensagem recebida é inerente à

maneira como o receptor selecciona e recombina os estímulos recebidos e pode

ser mediada por outro receptor antes de chegar ao destinátário.

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35

CAPÍTULO III – UM RELANCE SOBRE A SITUAÇÃO DA MADAL

No contexto do presente trabalho torna-se imprescindível debruçar sobre alguns

aspectos ligados à cultura organizacional. Esta, cultura organizacional é

entendida como padrão de pressupostos básicos que um dado grupo

(organização) inventou, descobriu ou desenvolveu, aprendendo a lidar com os

seus problemas de adaptação externa e de integração interna e que tem

funcionando suficientemente bem para serem considerados válidos e para

serem ensinados aos novos membros como modo correcto de compreender,

pensar e sentir em relação a esses problemas.

Para analisar a razão por que uma determinada organização adopta

determinado procedimento recorre-se aos valores. Estes podem ser inferidos por

via de entrevistas a membros da organização, questionários ou por meio da

análise do conteúdo dos documentos da organização.

Muitos autores distinguem os valores manifestos dos pressupostos básicos

subjacentes os quais são por natureza inconscientes, mas de facto têm um

papel determinante na maneira como os membros doa organização

compreendem, sentem e pensam.

Contextualizando esta análise à Madal podemos dizer que presentemente todo o

estudo de âmbito deste, deve tomar em conta os problemas da adaptação

externa e de integração interna.

No contexto económico presente, a Madal, sob o ponto de vista de adaptação

externa, confronta-se com os problemas que determinam a sobrevivência do

grupo no seio do meio ambiente. Efectivamente, atendendo ao facto de que este

grupo já existe há mais de 100 anos, uma parte do meio ambiente é dominado

pelo grupo no sentido de que a experiência cultural adquirida anteriormente criou

condições para que os membros possam compreender o ambiente, assim como

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ter o controle do mesmo, porém, é preciso considerar que há sempre elementos

conjunturais como o tempo, as circunstâncias naturais, as disponibilidades

económicas, e outros recursos que transcendem o controle do grupo e que

determinam, até certo grau o seu destino.

Este enfoque que estamos dando à cultura organizacional deriva do facto de

reconhecermos que esta desempenha funções de forte repercussão nas

organizações. Com efeito, esta permite definir claramente as fronteiras

organizacionais, conferindo um sentido de identidade aos membros, e para

além de outros factores, constitui um mecanismo de controle que configura as

atitudes e comportamentos dos empregados.

Segundo Martin (1992), citado por Ferreira at all (200A investigação sobre a

cultura organizacional tem enfatizado três perspectivas: Integração,

diferenciação e fragmentação, e são estas que nos permitirão fazer uma análise

com vista à compreensão mais profunda da organização.

A perspectiva integradora tem como característica central o consenso no interior

de toda a organização. Nesta perspectiva os indivíduos partilham um acordo

sobre aspectos normalmente geradores de divergências como os objectivos a

alcançar, a legitimidade do poder, os critérios para a tomada de decisões, etc. A

organização é assumida, metaforicamente falando, como uma família, portanto

com ênfase na harmonia, na relação interpessoal e no afecto expresso pela

organização.

Na perspectiva integradora a cultura desempenha funções de redução da

ansiedade e do aumento da sensação de controlo e de consistência. Nesta

perspectiva a cultura é “o padrão de crenças e valores partilhados que conferem

sentido aos membros de uma organização e lhes proporcionam as regras de

comportamento na sua organização” (Davis,1984:1)

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Normalmente enquadram-se nesta perspectiva as práticas da mobilização e

alinhamento das pessoas pelo projecto da empresa. Membros da empresa são

envolvidos na determinação do conteúdo dos documentos que expressam a

missão, valores e guias de acção desejáveis, a partilhar por toda a empresa.

Entretanto temos também a perspectiva diferenciada, que acentua a

inconsistência entre os valores básicos da organização, as praticas e as formas

de expressar a cultura, questiona o consenso organizacional e enfatiza as

fronteiras entre as sub-culturas.

A cultura nesta perspectiva é definida como “um conjunto de entendimentos ou

significados partilhados por um grupo de pessoas. Os significados são

amplamente partilhados tacitamente pelos indivíduos, são claramente relevantes

para um grupo particular e são distintivos do grupo” (Louis,1985:79)

Por fim temos a perspectiva fragmentada, que é de todas a mais completa. Esta

perspectiva assenta na ideia da inevitabilidade da ambiguidade nos contextos

organizacionais. Assume que os indivíduos podem mudar os seus pontos de

vista de acordo com a informação vista no momento ou com a relevância por

uma determinada tarefa. A relação entre os valores básicos e as manifestações

culturais não é claramente consistente ou inconsistente, é, por consequência

ambígua.

A nossa percepção é de que a perspectiva fragmentada fornece um instrumento

teórico para análise da situação da Madal. A situação nesta organização tende

a ser ambígua pois existe diferentes visões dos trabalhadores sobre a mesma e

os dados apontam para uma ausência de consensos assim como uma relativa

falta de clareza em relação aos propósitos da mesma.

3.1. A perspectiva Cultural e o Clima Organizacional De acordo com Ferreira at all(2001)“Pelo facto de se utilizar a medida preceptiva

como expressão do clima organizacional e, tal medida ser a expressão do modo

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como os atributos organizacionais são cognitivamente aprendidos e

representados pelos sujeitos que percepcionam, alguns autores substituem a

ênfase dos atributos organizacionais pela dos atributos individuais”.

Para o mesmo autor citando James e Jones(1974), como resultado, o clima

organizacional percepcionado pelo indivíduo revela-se importante para este,

dado que é a expressão da forma como este entende o seu ambiente de

trabalho, o qual pode ser diferente do percepcionado por outros.

Contudo outras perspectivas com destaque para a perspectiva psicossocial, a

qual situa a origem do clima na interacção interindividual, acentuando o

importante papel desempenhado pelo acordo perceptivo e pelo processo

comunicacional. Partindo deste pressuposto, no quadro desta perspectiva

interpretar a realidade organizacional significa requerer a interacção entre os

atributos organizacionais, a subjectividade do indivíduo que percepciona e a

interacção entre os diversos membros da organização.

No quadro desta perspectiva o clima consiste na representação criada pela

interacção dos indivíduos na organização.

Este esforço por considerar as diferenças na percepção da situação

organizacional entre os diversos indivíduos, fez surgir a hipótese de existência

de um factor geral subjacente às percepções do clima. Assim é verdade que os

indivíduos respondem emocionalmente às características organizacionais em

função dos seus significados para o seu bem estar individual recebe

confirmação não só a perspectiva do clima psicológico, o qual e o resultado do

confronto entre a escala de valores do indivíduo que percepciona e a

característica organizacional percebida, mas também a posição segundo a qual

a descrição do clima é mais uma avaliação conseguida na base da valoração

cognitiva individual, do que uma percepção descritiva das características

objectivas do objecto percebido.

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Desta perspectiva resulta que o clima equivale às percepções partilhadas, que

acabam funcionando como um sistema de signos no qual o núcleo central é o

significado. Por conseguinte, entende-se o significado como algo que não é

fornecido pela realidade objectiva, mas antes pela interacção dos indivíduos e

como tal socialmente construído e influenciado pela cultura organizacional que

medeia a interacção das pessoas no espaço organizacional, dai resultando a

necessidade de se tomar em conta a perspectiva cultural.

3.2. A Organização e os Seus Recursos Humanos

“A organização é um empreendimento social através do qual se reúnem

recursos variados para atingir determinados objectivos. Sem recursos não há

como atingir os objectivos. Os recursos são meios que as organizações

possuem para realizar suas tarefas e atingir seus objectivos: são bens ou

serviços consumidos na realização das actividades organizacionais”

(Chiavenato,2002:128).

De acordo com Chiavenato a única forma de qualquer organização atingir os

seus objectivos é reunir recursos.

Ele considera que o sucesso organizacional não pode se concretizar sem a

conjugação de diversos recursos como, por exemplo, físicos, financeiros,

humanos, mercadológicos5 e administrativos.

Começaríamos por analisar os recurso de que o Grupo Madal dispõe,

verificando a adequação face a competitividade.

Em relação aos recursos humanos a Madal dispõe de um efectivo de trezentos e

sessenta e um trabalhadores e um total de 3980 (três mil novecentos e oitenta)

sazonais. Do efectivo a grande maioria é pouco qualificada como ilustramos no

quadro n° 1.

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A partir deste quadro podemos verificar claramente que existem poucos

recursos humanos qualificados e a grande maioria sem qualificação o que a

priori dificulta o funcionamento pleno das actividades.

Existe uma disparidade em relação aos incentivos, por exemplo, por causa da

própria situação o que provoca um descontentamento geral nos trabalhadores.

Nível de

escolaridade

Número de

Trabalhadores

Bacharel 2

12ª Classe 14

11ª Classe 4

10ª Classe 12

9ª Classe 27

8ª Classe 12

7ª Classe 30

6ª Classe 42

5ª Classe 16

4ª Classe 38

3ª Classe 55

2ª Classe 87

Sem instrução 23

TOTAL 361

Quadro 1. Nível de Escolaridade dos trabalhadores

do Grupo Madal

5 Segundo Chiavenato(2002), recursos mercadológicos, constituem os meios através dos quais a

organização localiza , entra em contacto e influencia os seus clientes ou usuário.

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Em relação aos recursos financeiros a Madal está a atravessar um momento

muito delicado à descida do valor da copra no mercado internacional. Como

resultado dessa descida, pouco ou nada se investe na aquisição, por exemplo,

de recursos para as suas operações. Ou seja, o capital financeiro está

concentrado num grupo de indivíduos que detém o poder (informação

económico, tecnológico, etc.).

Os recursos físicos e materiais são extremamente necessários para o bom

funcionamento de qualquer organização. Neste contexto a empresa dispõe

apenas de parte dos seus imóveis.

Falando dos recursos mercadológico podemos afirmar que contém algumas

fraquezas pois, não há uma divulgação consistente, forte, das actividades que

estão a ser desenvolvidas para o beneficio dos consumidores,. Está-se a investir

pouco nas pesquisas do mercado, não há um propaganda forte para divulgação

dos seus projectos.

Qualquer organização tem as suas normas, regulamentos que gerem o seu

funcionamento. O que está a contecer é que o regulamento interno da Madal

não é revisto desde a sua fundação o que provoca alguns constrangimentos

(possuem algumas lacunas o que faz pensar que não há um controle efectivo

dos trabalhadores).

Ora, se o processo de distribuição de informação funciona com várias

dificuldades, as várias actividades que a empresa planeja, como por exemplo a

tomada de decisão, para o bom funcionamento da empresa dificilmente pode-se

alcançar os objectivos da organização, em geral, e pessoais, em particular.

Face ao exposto podemos verificar um conjunto de causas para a fraca

motivação dos trabalhadores na Madal.

Segundo Oliveira (2002) na sua reflexão sobre a motivação nas empresas que o

indivíduo tem que ter a percepção de que a empresa é sólida, tem um bom

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desempenho, inspira segurança, oferece oportunidade reais na progressão na

carreira a todos os trabalhadores, está em crescimento, sabe competir e

consequentemente está disposta a receber novas ideias de produtos ou gestão.

Não podemos ignorar as condições difíceis em que os trabalhadores da Madal

estão expostos.

Contudo, o mesmo autor, acima citado, acredita que uma empresa com nome,

que abre as portas, que não é anónima no mercado e acima de tudo respeitada,

que privilegia uma comunicação aberta e relações transparentes, não diferencia

os funcionários pelo tamanho da sala e dos móveis a que têm acesso(direito) e

acima de tudo sabe adequar benefícios e incentivos às necessidades e anseios

dos diferentes trabalhadores estará sem dúvida mantendo um nível de

funcionários motivados.

O problema que se coloca nesta pesquisa é precisamente o de verificar, que

meios comunicacionais a Madal utiliza para motivar os seus trabalhadores e

como essas mensagens são percepcionadas tendo em conta os diferentes

sistemas cognitivos que os mesmos apresentam.

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CAPÍTULO IV – MODELO TEÓRICO E HIPÓTESES DE PESQUISA

A partir da revisão da literatura foi possivel elaborarmos o quadro teórico que a

seguir se apresenta esquematizado.

Quadro 2. Modelo teorico de Pesquisa (adaptado das teorias de Chiavenato e de Maslow)

ORGANIZAÇÃO

INDIVÍDUO

Expectativas /

Objectivos pessoais

Percepção

Personalidade

Emoções

Cognição

Segurança

COMPORTAMENTO

- Baixo

- Médio

- Alto

Comunicação

Interna

Condições de

Trabalho

Políticas de

Formação,

Remuneração

Variáveis do Meio Variáveis mediadoras individuais

VARIÁVEIS INDEPENDENTES

VARIÁVEL

DEPENDENTE

NÍVEL DE

MOTIVAÇÃO

(Necessidades

de segurança,

aceitação,

reconhecimento

e de realização)

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De acordo com o modelo que acima se apresenta podemos verificar que, o nível

de motivação dos trabalhadores, designado como variável dependente, resulta

das expectativas, da percepção e de uma série de processos cognitivos que o

indivíduo desencadeia diante dos diversos processos internos à organização

(comunicação, condições de trabalho, clareza dos objectivos da organização,

políticas de formação e de remuneração, etc) como variáveis independentes.

Face ao modelo acima exposto passamos a formular de seguida as nossas

hipóteses de pesquisa:

1. O nível de motivação dos trabalhadores do grupo Madal é influenciado

pela comunicação interna, condições de trabalho, pela forma como este é

realizado, salário e ainda pela falta de oportunidades para o

desenvolvimento das suas capacidades.

2. O nível de segurança que os trabalhadores do Grupo Madal apresentam,

está a ser influenciado pelo tipo de comunicação, pela ausência da

percepção que estes tem do real estado de desenvolvimento da

organização e dos seus objectivos.

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CAPÍTULO V – ASPECTOS METODOLÓGICOS 5.1. TIPO DE PESQUISA

O tipo de pesquisa adoptado para a realização do presente trabalho caracteriza-

se, essencialmente, por uma pesquisa descritiva. Para tal, recorremos aos

seguintes métodos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica, relatos e

aplicação de um questionário.

A pesquisa bibliográfica permitiu-nos identificar os vários aspectos relacionados

com a motivação e comunicação organizacional pertinentes a nossa abordagem,

assim como os vários aspectos a serem discutidos.

A pesquisa documental foi extremamente importante pois nos facultou

informações relevantes relacionadas com a Madal obtidas através de circulares,

ordens de serviço, notas internas e testemunhos dos trabalhadores.

Os relatos constituiram também uma rica fonte de informação pois são de

pessoas que trabalham na instituição onde se procedeu ao estudo e que,

portanto, têm uma clara percepção dos processos internos da organização e das

várias problematicas nela existentes.

5.2. INSTRUMENTOS

Conforme mencionado anteriormente, outra forma de recolha de dados

adoptada foi um questionario (ver anexo I) aplicado a uma amostra de

trabalhadores do Grupo Madal de forma a recolher informações sobre o seu

nivel de motivacao de acordo com a forma como percepcionam os diversos

processos organizacionais.

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Após terminar a primeira versão do referido questionário, procedeu-se ao pré-

teste para verificar se o mesmo fornece a informação que pretendíamos avaliar

e como é que as respostas seriam dadas (validade externa).

Essencialmente o questionário contém duas partes das quais a primeira consiste

na apresentação dos dados pessoais e a segunda preenchida com questões

relacionadas com os objectivos do nosso trabalho.

Com base no questionário foi também possível colectar informações inerentes

aos processos comunicacionais adoptados pela Madal.

Qualquer tipo de técnica do colheita de dados tem as suas limitações como o

presente questionario pelo facto de não poder ser aplicado a analfabetos, no

entanto, para além das informações, acima referidas, que pudemos recolher, ele

permitiu-nos garantir a honestidade das mesmas por ter sido anónimo

dispensando a presença de assistentes. Por outro lado, a utilização de

perguntas fechadas possibilitou uma maior rapidez no registo das respostas e

facilitou a análise dos dados colectados.

5.3. TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS O tratamento e analise dos dados recolhidos a partir do questionário aplicado

aos sujeitos da amostra seleccionada foi feito utilizando o Programa Estatistico

para Ciências Sociais (SPSS). A partir deste programa criámos uma base de

dados onde foram categorizadas as diferentes variáveis que se pretendia

analisar, codificando-as em números conforme exige o referido programa.

Após a categorização das referidas variáveis procedeu-se à sua análise

procurando testar as hipóteses que levantámos para o presente estudo.

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Nesta análise utilizámos os seguintes procedimentos estatísticos:

- tabelas de distribuição de frequências, em que se distribuem os

valores da variável estatística em frequências simples e

acumuladas podendo ser absolutas ou relativas;

- tabelas de cruzamento de variáveis em percentagens, que

permitem visualizar a influência do comportamento de uma variável

sobre outra.

5.4. AMOSTRA E SUAS CARACTERÍSTICAS

A amostra foi extraída de uma população constituída por 361 funcionários. Os

funcionários que fazem parte desta população encontram-se a trabalhar nos

escritórios centrais da cidade de Quelimane.

Desta população foi retirada um amostra aleatória constituída por 18

funcionários, que apresentam as seguintes características:

- Relativamente ao estado civil, 61,1% dos funcionários são

solteiros, 33,3% casados e os restantes 5,6% viúvos (vide tabela 1)

Estado Civil

11 61.1 61.1 61.1

6 33.3 33.3 94.4

1 5.6 5.6 100.0

18 100.0 100.0

Solteiro

Casado

Viúvo

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 1. Distribuição da amostra de acordo com o Estado Civil

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48

- Em relação à faixa etária observa-se na tabela 2 que a maioria dos

trabalhadores desta amostra pertence a idades compreendidas

entre 40-46 anos podendo-se, no entanto encontrar trabalhadores

distribuidos por outras faixas etárias;

Idade

1 5.6 5.6 5.6

3 16.7 16.7 22.2

4 22.2 22.2 44.4

8 44.4 44.4 88.9

2 11.1 11.1 100.0

18 100.0 100.0

25 anos

26 a 32 anos

33 a 39 anos

40 a 46 anos

47 a 53 anos

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 2. Distribuição da amostra de acordo com a faixa etária

- Quanto à variável sexo, pode-se observar na tabela 3 que a

maioria dos trabalhadores desta amostra são do sexo masculino

correspondento a 66.7% e os restantes 33.3% do sexo feminino.

Sexo

12 66.7 66.7 66.7

6 33.3 33.3 100.0

18 100.0 100.0

Masculino

Feminino

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 3. Distribuição da amostra de acordo com o sexo

- No que concerne à escolaridade pode-se verificar na tabela 4, que

a maior parte dos inquiridos possui ensino básico 55.6% seguido

do ensino médio com 27.8% e 16.7% com ensino superior;

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49

Escolaridade

10 55.6 55.6 55.6

5 27.8 27.8 83.3

3 16.7 16.7 100.0

18 100.0 100.0

Ensino Básico

Ensino Médio

Ensino Superior

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 4. Distribuição da amostra de acordo com o nível de escolaridade

- Quanto aos anos de serviço podemos constatar a partir da tabela 5

que a maior parte dos inquiridos tem de 13 a 24 anos de serviço.

Anos de Serviço

3 16.7 16.7 16.7

3 16.7 16.7 33.3

4 22.2 22.2 55.6

7 38.9 38.9 94.4

1 5.6 5.6 100.0

18 100.0 100.0

0 a 6 anos

7 a 12 anos

13 a 18 anos

19 a 24 anos

25 a 30 anos

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 5. Distribuição da amostra de acordo com os Anos de Serviço

- Na categoria profissional 38,9% dos inquiridos são auxiliares,

27.8% auxiliares administrativos e os restantes 33.3% dividem-se

entre técnicos profissionais, técnicos e assistentes técnicos,

conforme a tabela 6;

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50

Categoria Profissional

2 11.1 11.1 11.1

2 11.1 11.1 22.2

2 11.1 11.1 33.3

5 27.8 27.8 61.1

7 38.9 38.9 100.0

18 100.0 100.0

Técnico Prof issional

Técnico

Assistente Técnico

Auxiliar Administrativo

Auxiliar

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 6. Distribuição da amostra de acordo com a Categoria Profissional

- Observando a tabela 7, verifica-se que 77.8% dos inquiridos não

exercem nenhuma função de chefe enquanto que a mesma

percentagem de 11.1% corresponde a chefes de secção e de

departamento;

Função

2 11.1 11.1 11.1

2 11.1 11.1 22.2

14 77.8 77.8 100.0

18 100.0 100.0

Chefe de Departamento

Chefe de Secção

Nenhuma

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 7. Distribuição da amostra de acordo com a função profissional

Page 58: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

51

CAPÍTULO VI – ANÁLISE DOS RESULTADOS 6.1. ANÁLISE DA PRIMEIRA HIPÓTESE

Através da primeira hipótese levantada neste estudo pretendiamos verificar se o

nível de motivação dos trabalhadores do Grupo Madal estaria a ser influenciado

pelos seguintes factores: comunicação das políticas de progressão na carreira,

condições de trabalho, forma como o trabalho é realizado (individualmente ou

em grupo), salário e falta de oportunidades para o desenvolvimento das

capacidades dos trabalhadores.

Com vista à análise da hipótese ora exposta utilizámos a questão número 13 o

qual consideramos expressar o nível de motivação (considerando que a

realização é uma das necessidades motivacionais segundo a teoria de Maslow)

e cruzamos com cada uma das variáveis que achamos estar a influenciar esse

nível de motivação, nomeadamente:

- questão 15 (que mede como é feita são feitas as comunicações

das políticas de progressão na carreira);

- questão 12 (que mede o grau de satisfação das condições de

trabalho);

- questão 17(que mede como o trabalho é realizado);

- questão 26 (que mede o grau de satisfação relativamente às

remunerações e sua compatibilidade com o cargo);

- questão 19 (que mede a percepção que que os trabalhadores tem

relativamente à oportunidade que a organização lhes oferece para

desenvolverem as suas capacidades).

Começando então por cruzar as questões 13 e 15 do questionário, conforme

mostra a tabela 8, podemos verificar que 94,4% dos trabalhadores afirmam não

sentir-se realizados e 100% dos mesmos tem a mesma percepção de que a

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52

organização não comunica as políticas para a evolução nas carreiras

profissionais. Os dados tendem a indicar que provavelmente que , o tipo de

comunicação interna adoptada na empresa Madal, não permite que os

trabalhadores se sintam realizados/motivados como também não permite que os

mesmos conhecem as políticas de evolução nas carreiras profissionais.

Sente-se real izado? * A organização comunica as polí ticas adoptadas para a evolução

nas carreiras profissionais? Crosstabulation

% of Total

5.6% 5.6%

94.4% 94.4%

100.0% 100.0%

Sim

Não

Sente-se realizado?

Total

Não

A organização comunica as polít icas

adoptadas para a evolução nas

carreiras prof issionais?

Total

Tabela 8. Cruzamento das variáveis motivação e comunicacao de políticas de progressão

na carreira

Cruzando a questão 13 com a questão 12, conforme se pode observar na tabela

9, dos 94,4% de trabalhadores que afirmam não sentir-se realizados, 88,9%

afirmam também que as condições de trabalho não são boas. Isto levamos a

colocar a possibilidade seguinte as condições de trabalho poderão estar a

influenciar negativamente na motivação dos trabalhadores.

Sente-se real izado? * As condições de trabalho são boas?

Crosstabulation

% of Total

5.6% 5.6%

5.6% 88.9% 94.4%

11.1% 88.9% 100.0%

Sim

Não

Sente-se realizado?

Total

Sim Não

As condições de

trabalho são boas?

Total

Tabela 9. Cruzamento das variáveis motivação e condições de trabalho

Page 60: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

53

Conforme se apresenta na tabela 10, cruzando a variável nível de motivação

(questão 13) com a questão 17 relativa à forma como o trabalho é realizado,

observa-se que cerca de 83, 3% dos inquiridos afirma realizar o trabalho

individualmente. Estes dados tendem a indicar que a forma como o trabalho é

realizado poderá estar a contribuir para que 94,4% da amostra parece pouco

motivada.

Sente-se realizado? * Como é feito o trabalho? Crosstabulation

% of Total

5.6% 5.6%

16.7% 77.8% 94.4%

16.7% 83.3% 100.0%

Sim

Não

Sente-se realizado?

Total

Em equipe Indiv idual

Como é f eito o

trabalho?

Total

Tabela 10. Cruzamento das variáveis motivação e forma de realização do trabalho

Ao cruzarmos a questão 13 com a questão 26 relativa à correspondência entre a

remuneração e o trabalho que os trabalhadores realizam, podemos verificar, a

partir da tabela 11 que 100% dos inquiridos acham que o seu trabalho não

corresponde ao salário que recebem aspecto este que também parece

influenciar no nível de realização que os mesmos apresentam.

Sente-se real izado? * Em relação à remuneração (salário e outros

benefícios) acha que vão de encontro com o trabalho que faz?

Crosstabulation

% of Total

5.6% 5.6%

94.4% 94.4%

100.0% 100.0%

Sim

Não

Sente-se realizado?

Total

Não

Em relação à remuneração

(salário e outros benef ícios)

acha que vão de encontro

com o trabalho que f az?

Total

Tabela 11. Cruzamento das variáveis motivação e compatibilidade entre remuneração e trabalho realizado

Page 61: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

54

Ao cruzar-se a questão 13 do questionário relativa ao nível de motivação

(realização) dos inquiridos com a questão 19, sobre a oportunidade que a

organização oferece aos trabalhadores para desenvolver as suas capacidades,

observa-se que, conforme a tabela 12, 88,9% dos inquiridos sente que a

organização não está a criar oportunidades para o desenvolvimento das suas

reais capacidades factor este que poderá estar também a influenciar

negativamente na motivação dos mesmos numa percentagem total de 94,4%.

Sente-se real izado? * Acha que a organização (empresa) dá-lhe

liberdade para desenvolver as suas reais capacidades?

Crosstabulation

% of Total

5.6% 5.6%

83.3% 11.1% 94.4%

88.9% 11.1% 100.0%

Sim

Não

Sente-se realizado?

Total

Não

Depende

da taref a

Acha que a organização

(empresa) dá-lhe

liberdade para

desenvolver as suas

reais capacidades?

Total

Tabela 12. Cruzamento das variáveis motivação e abertura da organização para o desenvolvimento das capacidades dos trabalhadores

Neste sentido, observando as enormes diferenças entre as respostas dos

inquiridos relativamente às variáveis implicadas nesta primeira hipótese, cujas

tendências de respostas acabamos de apresentar, podemos considerar a

existências de evidências tendentes a satisfação da hipótese de que alguns dos

factores que estão a contribuir para o nível de motivação que os inquiridos

apresentam são, nomeadamente: a falta de comunicação das políticas da

organização, em particular, as relativas à evolução na carreira profissional, as

condições de trabalho, o facto deste ser realizado individualmente e não em

equipa, a incompatibilidade entre a remuneração praticada pela organização e o

trabalho que os trabalhadores realizam e a falta de oportunidade que a

Page 62: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

55

organização lhes dá para poderem desenvolver as suas reais capacidades a

nível profissional.

6.2. ANÁLISE DA SEGUNDA HIPÓTESE

Com a segunda hipótese deste estudo pretendia-se verificar o nível de

segurança no cargo que os trabalhadores do Grupo Madal apresentam, e se,

eventualmente, este nível de segurança no cargo está a ser influenciado pelo

tipo de comunicação, pela ausência da percepção que estes tem do real estado

de desenvolvimento da organização e do desconhecimento que tem dos

objectivos da organização.

Com vista à análise desta hipótese procedeu-se ao cruzamento da questão 14

do questionário, que permite-nos medir o nível de segurança dos inquiridos

relativamente ao cargo que desempenham, com as seguintes questões:

- questão número 9 (que permite avaliar até que ponto os inquiridos

tem conhecimento dos propósitos/objectivos da organização);

- questão número 22 (que possibilita avaliar o grau de percepção

dos inquiridos relativamente ao crescimento/desenvolvimento da

organização);

- questão número 23 (que permite-nos verificar como são feitas as

comunicações a nível interno da organização)

Iniciando a nossa análise desta segunda hipótese começamos por cruzar a

questão 14 que mede o grau de segurança que os inquiridos apresentam

relativamente ao seu cargo com a questão 9 do questionário sobre os

conhecimentos que estes têm dos propósitos da organização. Observando a

tabela 13, que a seguir se apresenta, podemos verificar que a percentagem dos

indivíduos que mostraram desconhecer os propósitos organizacionais (77,8%) é

muito próxima da percentagem daqueles que revelaram apresentar insegurança

Page 63: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

56

na função que desempenham (88,9%). Com isto podemos inferir que, o

desconhecimento dos propósitos da organização pode ter uma relação com a

insegurança nos trabalhadores.

Sente-se seguro no seu cargo? * Sabe quais são os propósitos

(objectivos) da organização? Crosstabulation

% of Total

11.1% 11.1%

22.2% 66.7% 88.9%

22.2% 77.8% 100.0%

Sim

Não

Sente-se seguro

no seu cargo?

Total

Sim Não

Sabe quais são os

propósitos (objectivos)

da organização?

Total

Tabela 13. Cruzamento das variáveis segurança e conhecimento dos propósitos da organização De igual forma, podemos observar, a partir da tabela 14, que 94,4% dos

inquiridos não tem uma percepção clara sobre o real estado de

crescimento/desenvolvimento da organização, facto este que, podemos concluir

estar, também, a contribuir para que 88,9% dos sujeitos apresentem um

sentimento de insegurança a nível profissional.

Sente-se seguro no seu cargo? * Em relação à organização

(empresa) tem notado que ela está a crescer ou desenvolver?

Crosstabulation

% of Total

11.1% 11.1%

5.6% 83.3% 88.9%

5.6% 94.4% 100.0%

Sim

Não

Sente-se seguro

no seu cargo?

Total

Sim Não

Em relação à

organização

(empresa) tem notado

que ela está a crescer

ou desenvolver?

Total

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57

Tabela 14. Cruzamento das variáveis segurança e percepção do real estado de crescimento/desenvolvimento da empresa Conforme o quadro 15, que apresentamos de seguida, podemos ver que grande

parte da comunicação interna é feita a partir de Ordens de serviço (35,3%) e

Notas de serviço (47,1%) comparando com a comunicação personalizada

aspecto este que, levá-nos a inferir que influencia o grau de segurança que os

inquiridos apresentam.

Sente-se seguro no seu cargo? * Como é que são feitas as comunicações?

Crosstabulation

% of Total

5.9% 5.9%

11.8% 5.9% 35.3% 41.2% 94.1%

11.8% 5.9% 35.3% 47.1% 100.0%

Sim

Não

Sente-se seguro

no seu cargo?

Total

Reunião

de

trabalho

Indiv idual

mente

Ordem de

Serv iço

Notas de

Serv iço

Como é que são f eitas as comunicações?

Total

Tabela 15. Cruzamento das variáveis segurança e mecanismos de comunicação interna

A análise acima feita, apresenta-nos evidências tendentes a satisfação da

segunda hipótese do nosso trabalho, abrimos a possibilidade de considerar que

os trabalhadores da amostra seleccionada apresentam indícios de insegurança

na função que exercem possivelmente alguns dos factores que contribuem para

tal: os mecanismos de comunicação interna adoptados pela organização, os

indícios por parte destes dos propósitos/objectivos da organização e ainda, a

provável inexistência de uma clara percepção sobre o estado de

desenvolvimento da mesma.

No entanto, de forma a podermos dar uma maior consistência à análise dos

resultados que aqui apresentamos, importa proceder a uma análise descritiva

sobre as restantes questões apresentadas no questionário aplicado aos

inquiridos da amostra.

Page 65: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

58

Conforme se apresenta na tabela 16, 55,6% dos inquiridos afirmam serem

aceites no seu grupo de trabalho e os restantes 38,9% revelam uma opinião

contrária. Apesar de ser em menor percentagem a não aceitação no grupo de

trabalho é um dado importante a considerar pois poderá ser um indicador da

existência de problemas de comunicação que poderá afectar o nível de

motivação dos trabalhadores.

È aceite no seu grupo de trabalho?

10 55.6 58.8 58.8

7 38.9 41.2 100.0

17 94.4 100.0

1 5.6

18 100.0

Sim

Não

Total

Valid

Sy stemMissing

Total

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 16. Tabela de Frequências da variável aceitação no grupo de trabalho

A tabela 17 que abaixo apresentamos mostra que as necessidades e desejos

dos trabalhadores não são satisfeitos pela organização, segundo a opinião de

83,3% dos inquiridos, facto este que também poderá contribuir para o baixo nível

de motivação que os inquiridos apresentam.

A organização (empresa) satisfaz as suas necessidades, seus

desejos?

15 83.3 83.3 83.3

3 16.7 16.7 100.0

18 100.0 100.0

Não

Às v ezes

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 17. Tabela de Frequência da variável satisfação das necessidades e desejos por

parte da organização

Page 66: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

59

Quando interrogados sobre se o seu chefe costuma dizer como o trabalho está a

decorrer, 5,6% dos inquidos respondeu que sim, 83,3% respondeu que não e

11,1% respondeu às vezes (ver tabela 18). Este dado é também um indicador

importante pois pode significar que não existe uma comunicação desejável entre

superiores e subordinados para a monitorização e feedback do trabalho

realizado. Mais uma vez, podemos interpretar o actual grau de sentimento de

realização/motivação que os inquiridos apresentam.

O seu chefe costuma dizer como o seu trabalho está a correr?

1 5.6 5.6 5.6

15 83.3 83.3 88.9

2 11.1 11.1 100.0

18 100.0 100.0

Sim

Não

Às v ezes

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 18. Tabela de Frequência da variável monitorização do trabalho

Ao analisarmos as hipóteses constatámos que um dos factores que contribui

para que os sujeitos desta amostra apresentam um relativo grau de insegurança

é o facto de não conhecerem os objectivos da organização (77,8%). No entanto,

a partir da tabela 19, podemos observar que, dos restantes 22,2% dos inquiridos

que afirmam conhecer tais objectivos revelam que souberam através do Director

(11,1%), através do Chefe de Departamento (5,6%) e ainda por meio dos Rituais

de Acolhimento (5,6%).

A partir desta análise é possível inferir de que existem de facto discrepâncias

relativamente ao nível de comunicação interna que sugerem uma possível falta

de clareza de definição de políticas apropriadas para a transmissão e fluidez

correcta de informação originando relativo grau insegurança nos trabalhadores.

Page 67: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

60

Se sim, como é que soube?

2 11.1 50.0 50.0

1 5.6 25.0 75.0

1 5.6 25.0 100.0

4 22.2 100.0

14 77.8

18 100.0

Director

Chefe de Departamento

Rituais de acolhimento

Total

Valid

Sy stemMissing

Total

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 19. Tabela de Frequência da variável meios sobre o qual tomou conhecimento dos objectivos da organização

O facto de 50% dos inquiridos opinarem que o trabalho que realizam não

corresponde às suas habilitações literárias (tabela 20) contribui para gerar

insegurança profissional, conforme já havíamos provado com a análise das

hipóteses levantadas e ainda com a análise descritiva das habilitações que a

maioria dos 361 trabalhadores do Grupo Madal de Quelimane, apresenta.

Acha que o trabalho que faz tem a ver com as suas habil itações?

9 50.0 50.0 50.0

9 50.0 50.0 100.0

18 100.0 100.0

Sim

Não

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 20. Tabela de Frequência da variável satisfação das necessidades e desejos por

parte da organização

Pudémos ainda, através das hipóteses analisadas, constactar que 94,4% dos

inquiridos não tem qualquer percepção sobre o estado de

crescimento/desenvolvimento da organização. Conforme se apresenta na tabela

21, o único dos inquiridos (5,6%) que afirmou apresentar essa percepção revela

que foi por meio de conversas informais. Mais uma vez podemos concluir que,

de facto, o nível de comunicação interna no Grupo Madal apresenta

Page 68: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

61

irregularidades que estão a influenciar a motivação e o grau de segurança dos

trabalhadores.

Se sim, como é dado a conhecer esse crescimento?

1 5.6 100.0 100.0

17 94.4

18 100.0

Conversas informaisValid

Sy stemMissing

Total

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 21. Tabela de Frequência da variável satisfação das necessidades e desejos por

parte da organização

Aquando da análise das hipóteses concluimos também que a organização não

cria oportunidades para os trabalhadores desenvolverem as suas reais

capacidades. Este aspecto poderá também ser reforçado a partir dos dados que

apresentamos na tabela 22, onde é notória a unânimidade (94,4%) dos

inquiridos em afirmar que não estão a aumentar os seus conhecimentos o que

reforça a nossa conlusão deste ser um factor que contribui para criar

insegurança e consequente baixo nível de motivação/realização nos

trabalhadores.

Acha que está a aumentar os seus conhecimentos?

1 5.6 5.6 5.6

17 94.4 94.4 100.0

18 100.0 100.0

Sim

Não

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulat iv

e Percent

Tabela 22. Tabela de Frequência da variável satisfação das necessidades e desejos por

parte da organização

Page 69: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

62

O facto de 83,3% do total de inquiridos afirmar que nenhuma reunião é realizada

pela Direcção da organização para a resolução de problemas, conforme se pode

observar na tabela 23, vem também reforçar a possibilidade de o sistema de

comunicação interna estar a influenciar negativamente em termo de segurança e

motivação dos trabalhadores.

Para a resolução de problemas da organização (empresa) a direcção faz:

3 16.7 16.7 16.7

15 83.3 83.3 100.0

18 100.0 100.0

Reuniões

departamentais

Nenhuma reunião

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 23. Tabela de Frequência da variável satisfação das necessidades e desejos por

parte da organização

Finalmente, resta-nos constactar, a partir da tabela 24, que a conclusão de que

a política de remuneração, de comunicação interna e de formação contribuem

para criar insegurança e falta de motivação profissional, é válida pois são os

aspectos em que os inquiridos afirmam existir uma necessidade de mudança

pressupondo não estarem, actualmente, a corresponder às suas necessidades e

expectativas.

Na sua opinião, acha que a organização (empresa) deve mudar nos seguintes

aspectos:

7 38.9 38.9 38.9

2 11.1 11.1 50.0

4 22.2 22.2 72.2

1 5.6 5.6 77.8

2 11.1 11.1 88.9

2 11.1 11.1 100.0

18 100.0 100.0

Salário

Na distribuição de tarefas

Na comunicação

Na formação

No sistema de controle

Nas regras e nos

regulamentos

Total

Valid

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulativ

e Percent

Tabela 24. Tabela de Frequência da variável satisfação das necessidades e desejos por

parte da organização

Page 70: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

63

CAPÍTULO VII – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Procurando aplicar a teoria da motivação de Maslow na análise dos resultados a

que chegámos com este estudo podemos observar, que de facto, o nível mais

alto da hierárquia das necessidades proposto por este autor, de realização, é

inexistente, na amostra seleccionada para o presente estudo. Isto porque,

conforme a sua teoria, os trabalhadores do Grupo Madal não tem satisfeitas

outras necessidades que antecedem a de auto-realização, nomeadamente:

- As necessidades de estima: visível no facto destes não se

sentirem apoiados para desenvolverem as suas reais capacidades

o que, de alguma forma, contribui para se sentirem,

desamparados, inseguros e com necessidades de serem

reconhecidos e valorizados;

- As necessidades sociais: que advém do facto dos inquiridos

demonstrarem carências em relação ao trabalho colaborativo/em

equipe, falta de aceitação no grupo e de interacção com os seus

superiores através de mecanismos de comunicação eficazes,

contribuindo para se sentirem pouco motivados;

- As necessidades de segurança: em que políticas (comunicação,

remuneração, formação) e processos organizacionais (condições

de trabalho, realização do trabalho) pouco claros e que não vão de

encontro às expectativas dos trabalhadores geram um elevado

nível de insegurança nos trabalhadores e, consequentemente,

pouca motivação.

Segundo Pereira (1999) “as organizações são sistemas de pessoas, que se

associam para realizar propósitos, mediante estruturas e funções e através de

Page 71: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

64

processos no contexto humano, interorganizacional e social e em continuidade

temporal”. Neste sentido, a organização só existe quando as pessoas se

associam com intuito não só de realizar os propósitos da mesma, mas também,

porque acreditam que a interacção é extremamente importante para a satisfação

das necessidades individuais.

No caso do presente estudo, podemos constactar que de facto, não existem

sistemas de interação social entre as diversas estruturas organizacionais facto

que se pode justificar devido ao desconhecimento por parte dos inquiridos dos

propósitos da organização e ainda pelo seu sentimento de falta de apoio por

parte da organização em satisfazer as suas necessidades e desejos pessoais.

Para Chiavenato (2002) a “organização é um sistema de actividades

conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação entre

elas é essencial pois a organização somente existe quando efectivamente

pessoas capazes de se comunicarem estejam dispostas a contribuir, com uma

acção conjunta, a fim de alcançarem um objectivo comum. Para que as pessoas

possam cooperar e desencadear comportamentos adequados ou desejados

para atingir um objectivo comum é necessário que estejam suficientemente

motivadas, pois, só pessoas motivadas (que acreditam que um determinado

comportamento pode lhes trazer benefícios) participam activamente na vida da

organização.

Conforme mostram os resultados do presente estudo, por um lado, os

trabalhadores apresentam indícios de um grau de motivação e sentimento de

realização relativamente insatisfatórios e, por outro dados que sugerem a

existência de sistemas de interacção e comunicação interna pouco eficazes,

aspectos estes que estão a influenciar-se mutuamente. Com isto queremos dizer

que, a falta de canais e mecanismos de comunicação interna no Grupo Madal

são a causa e a consequência do baixo nível de motivação, originando um

permanente ciclo vicioso que em nada contribui para o êxito da organização.

Page 72: A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO … · comunicação motiva as pessoas a aplicarem os seus conhecimentos, capacidades, ... coesão grupal existentes, etc.) (Chiavenato,2002:79)

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Se por um lado, os benefícios da organização, não estão a satisfazer as

necessidades e expectativas dos trabalhadores originando uma baixa motivação

e sentido de realização, por outro, pouco irão contribuir para a concretização dos

objectivos da mesma através de uma interacção, cooperação e comunicação

eficaz, conforme defende Chiavenato.

A motivação dos profissionais é essencial. Um profissional motivado dá melhor

de si em prol dos propósitos da organização. Neste sentido, é preciso

reconhecer que através de canais de comunicação eficazes é também possível

descobrir o que de facto motiva o profissional, conhecer as suas necessidades,

os seus anseios e medos, aspectos estes que, à priori, parecem não constituir

um ponto chave na agenda da Direcção do Grupo Madal de Quelimane,

conforme mostram os resultados aqui apresentados.

João Bilhim (1996), enfatiza que em toda a comunicação organizacional o

emissor deve fundamentalmente transmitir a mensagem de forma correcta e

completa; o receptor deve compreender a referida mensagem e finalmente o

receptor, uma vez compreendida, possa agir, tomando em consideração o

conhecimento comunicado.

Conforme pudémos constactar nos resultados deste estudo, mesmo que os

mecanismos de comunicação fossem eficazes, o nível de habilitações da

maioria dos trabalhadores constitui uma enorme barreira na compreensão das

mensagens recebidas e, neste sentido, concordámos com Bilhim (1996) quando

considera que esta barreira, terá repercursões no comportamento manifesto dos

sujeitos decorrente da percepção (correcta ou irrónea) que tem da mensagem

comunicada.

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CAPÍTULO VIII – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 8.1. CONCLUSÕES

Face aos resultados do estudo por nós efectuado e aqui apresentado, em

consonância com os objectivos previamente definidos e à problemática que

procurámos solucionar, pudémos chegar às seguintes conclusões:

i) O nível de motivação que a amostra dos trabalhadores do Grupo

Madal apresenta é muito baixo em resultado da falta de comunicação

das políticas de progressão na carreira, das más condições de

trabalho, da falta de realização do trabalho em equipa, do baixo nível

de satisfação das políticas de remuneração aplicadas pela

organização e da falta de oportunidades que a organização apresenta

para o desenvolvimento das suas reais capacidades profissionais.

ii) Os trabalhadores da amostra seleccionada apresentam indícios de um

relativo grau de insegurança na função que exercem sendo alguns dos

factores que contribuem para tal, os mecanismos de comunicação

interna adoptados pela organização, o desconhecimento por parte

destes dos objectivos da organização e ainda, a ausência de uma

clara percepção que estes apresentam sobre o estado de

desenvolvimento da mesma.

iii) Outros factores que contribuem para a existência de um desiquilíbrio

comunicacional no seio da organização e consequente insegurança e

baixo nível de motivação dos trabalhadores da Madal são,

nomeadamente: o sentimento de uma falta de aceitação no grupo de

trabalho; a falta de monitorização e feedback do trabalho realizado; a

falta de satisfação das necessidades e desejos dos trabalhadores; o

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conhecimento dos objectivos da organização e a resolução de

conflitos, através de fontes de comunicação informal e não

personalizadas; a incompatibilidade entre o trabalho realizado pelos

funcionários e o seu nível de habilitações; o sentimento, por parte dos

trabalhadores, de uma estagnação relativamente aos conhecimentos

que possuem; e a unânimidade, por parte dos trabalhadores, em

reconhecer a urgência da organização iniciar mudanças a nível da

questão salarial, das políticas de formação, da inovação dos

procedimentos e regulamentos internos e, ainda, a nível do sistema de

comunicação interna.

8.2. RECOMENDAÇÕES

Como resultado das conclusões a que este estudo permitiu-nos chegar,

achamos importante tomar a iniciativa de deixar algumas recomendações ao

Grupo Madal, nomeadamente:

i) Restruturar o modelo de comunicação interna com vista a uma partilha

eficaz da informação, dando a conhecer, aos seus trabalhadores,

todos os procedimentos, mudanças e estágios de desenvolvimento da

organização.

ii) Definir políticas de formação e progressão na carreira adequadas às

necessidades organizacionais e expectativas individuais e comunicá-

las a todos que fazem parte do projecto da empresa.

iii) Apostar na criação de grupos e equipas de trabalho de forma a

fomentar a participação e colaboração activa na realização dos

objectivos organizacionais e promover a motivação dos trabalhadores

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derivada do apoio e sentimento de pertença à organização,

aumentando o desempenho dos seus recursos humanos e

consequente, concretização dos objectivos organizacionais.

iv) Criar instrumentos de avaliação do grau de satisfação dos

trabalhadores (clientes internos) com vista a melhorar os processos,

as condições e os mecanismos organizacionais promovendo, desta

forma, uma maior qualidade e uma imagem positiva a nível

organizacional.

v) Renovar a políticas de remuneração e benefícios sociais contribuindo

para uma maior satisfação por parte dos seus trabalhadores e

consequente, motivação para a realização do trabalho.

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